Muito bem intencionado, CODA é um filme que deixa os espectadores com um sorriso no rosto ao fim da sessão. O elenco é muito carismático e é impossível não torcer para que tudo dê certo. Um filme que merece os elogios que vêm ganhando, mas já digo de antemão que não merece o Oscar de melhor filme.
Uma sátira anticapitalista bem feita, não isenta de defeitos, mas tem boas sacadas. Gosto mais da primeira metade do que da segunda, achei o final meio apressado. O elenco é ótimo e a maioria dos atores conseguiu se destacar nos anos seguintes. A cena do rap achei hilária. No geral, o filme tem boas ideias e conseguiu me fisgar, embora seja irregular, é uma crítica em tom de sátira.
O filme mais diferenciado de Martin Scorsese, junto com A Invenção de Hugo Cabret. Alice é uma personagem fascinante, interpretada de forma sublime por Ellen Burstyn, aliás, fica até um gostinho de quero mais e um sentimento de que Scorsese poderia ter realizado mais filmes protagonizados por mulheres. É uma história de superação, de uma mulher que poderia ser sua mãe, sua vizinha, um conto de recomeços. É impossível não torcer por Alice e por sua jornada, filmada de forma agridoce pelo diretor, mas com momentos singelos. Além de Ellen, o elenco coadjuvante também é talentoso, com destaque para Diane Ladd. Kris Kristofferson está muito bem e Jodie Foster, muito nova, impressiona mesmo com poucas cenas.
Steven Spielberg prova que ainda está em forma com essa bela direção. "Amor, Sublime Amor" é um primor técnico e também um filme comovente. Ok, podemos não concordar com os rumos de alguns personagens, mas é inegável a força do argumento do roteiro de Tony Kushner. O espetáculo comandado por Spielberg é de cair o queixo. Ariana Debose está maravilhosa e merece todos os prêmios que vêm recebendo, ela é uma força da natureza.
Todo o aspecto técnico do filme é deslumbrante, é um deleite visual, mas a história poderia ser mais visceral. Inicia de forma promissora, mas se torna até aborrecida na meia hora final. O personagem de Joe Cole não sustenta a história, não existe um troca orgânica entre os dois protagonistas, mesmo com o talento de Nikolaj Coster-Waldau. Assim, só resta apreciar as belas e gélidas paisagens.
Embora tenham muitos filmes do Batman, Matt Reeves conseguiu fazer algo relevante e um dos melhores trabalhos sobre o herói. Gostei do lado mais investigativo da trama, fugindo do tradicional, tem uma pegada mais policial. A trilha é ótima, assim como a ambientação e a tensão que predomina o filme todo. Só senti falta de mais Bruce Wayne durante o filme. É um Batman mais vulnerável e Robert Pattinson o faz com esmero. Zoe Kravitz está ótima como Selina Kyle, mas o destaque fica para Paul Dano, que está fabuloso como o Charada. Já quero mais filmes do Batman comandados por Matt Reeves e com esse elenco.
Uma ficção cheia de tensão, uma proposta não tão original do homem e a tensa relação com a máquina, mas bem executada, embora previsível. As camadas da trama sustentam a história, mesmo sendo possível antever alguns acontecimentos, especialmente os finais. Domhnall Gleeson está muito bem, mas o show é de Alicia Vikander. Porém, confesso que quanto mais eu assisto trabalhos com o Oscar Isaac, mas acho que ele exala energia de esquerdomacho. Existe algo de parecido em suas composições.
Bem convencional e por vezes aborrecido, o longa só cresce no terço final. Nicole Kidman está muito bem como Lucille Ball, primeira vez que a vejo em cenas de humor pastelão e ela dá conta. Mas não merece o Oscar, tal como Jessica Chastain também não. Olivia Colman é a que mais merece, seguida de Kristen Stewart. Não entendi a indicação de Javier Bardem, este não é um de seus melhores trabalhos, a atuação dele em Duna é superior do que aqui.
Apocalypse Now é um clássico irrepreensível e tem bastidores caóticos, digno de um grande filme também. Experiência maravilhosa poder ver Francis Ford Copolla novo, dirigindo os igualmente jovens Martin Sheen e Marlon Brando no coração das Filipinas. As gravações foram terríveis, exaustivas, mas o registro de Eleanor Copolla é fascinante. Uma aula de cinema com o grande Francis, que teve que se adaptar a culturas diferentes e situações adversas para entregar um dos melhores filmes já feitos.
A direção é a melhor parte do filme, fora a cenografia e direção de arte. Uma linda fotografia em tons vermelhos predominantes quando envolve os protagonistas. A história é bonita, mas faltou vigor e, realmente, perde um pouco a força na segunda metade. Mas ainda é um filme muito bom e uma história de superação bem contada. Superação na base da indignação, porque o preconceito é um câncer. O casal protagonista não é bem desenvolvido, mas Regina King está incrível e seus prêmios foram merecidos.
Começa promissor, me empolguei até, parece que assistiremos algo na contramão dos filmes juvenis. Porém, na segunda metade o filme perde o humor, a sutileza e a originalidade e embarca no melodrama romântico juvenil, como muitos outros vistos. Os detalhes com animação são bem divertidos e meio esquecidos também no decorrer do filme. Ah, as referências cinematográficas também são ótimas. A direção é habilidosa nas tomadas e nos planos.
Uma delícia de filme, cada dia cresce mais dentro de mim. Paul Thomas Anderson nunca esteve tão solar, sua obra mais leve de longe, mas nem por isso é um trabalho menor em sua filmografia, pelo contrário. O filme tem uma atmosfera nostálgica e conta de forma sensível e divertida um relacionamento nada trivial, entre duas pessoas diferentes. Alana Haim é maravilhosa e merecia muito a indicação, poderia estar facilmente no lugar de Jessica Chastain. Cooper Hoffman também brilha e a participação de Bradley Cooper é impagável.
É sempre um prazer ver o cinema de Almodóvar e aqui não e diferente. O diretor se entrega ao melodrama, pontuado por um forte contexto sociohistórico. Não está entre os melhores momentos de sua carreira, mas também não está entre os mais fracos. É uma obra cativante, com grande atuação de Penelope Cruz e que possui ótimos momentos.
Demorei para assistir, mesmo sendo fã do Almodóvar e do Gael, mas, indo na contramão da nota aqui atribuída, foi um dos filmes que menos gostei do diretor. Ruim? Jamais, Almodóvar sempre vale a pena ser visto. As características do diretor estão lá, o vermelho intenso, comportamentos dúbios, personagens representativos, sensualidade latente, entre outros. Mas o fato é que não há o brilho de outras produções e a história como um todo é irregular. Existem ótimas cenas avulsas, mas no todo o resultado não corresponde às expectativas.
Outro grande trabalho de Thomas Vinterberg, Submarino é um soco no estômago. A trajetória dos dois irmãos é marcada pela tragédia, ambos não conseguem seguir em frente do trauma e, cada um a sua maneira, travam batalhas pesadas para lidar com a dor da própria existência. O arco do personagem de Peter Plaugborg me cativou mais e a atuação dele é de partir o coração.
É um belo e trágico filme italiano, dirigido de forma sublime por Luchino Visconti. A bela fotografia em preto branco destaca ainda mais o drama da família. Uma coisa é certa, o homem é fruto do seu tempo, logo, existe um machismo gritante no filme. Mas não dá para dissociar da realidade de sua realização e do próprio patriarcado. Dito isso, Rocco e Simone são desprezíveis, cada um à sua forma. O primeiro é tão tradicional e sua luta incessante para honrar a família é irritante. O segundo é um ser enfadonho mesmo, o que torna Ciro o ponto de sensatez do longa. No elenco, o destaque fica para Annie Giradort, excelente como Nadia.
Asghar Farhadi provoca mais uma vez e novamente o resultado é impactante. A forma crua com o que o diretor e roteirista conta uma história provoca momentos de tensão e deixa o espectador desolado. Farhadi faz uma crítica contundente á contemporaneidade e a forma como a imagem nas redes molda nossas atitudes. A conclusão é de cortar o coração. O cinema do diretor iraniano é necessário, que Farhadi siga fazendo seus longas provocadores por muito tempo.
Um belo coming of age dirigido por Robert Mulligan, marcou minha adolescência e agora revisto quando adulto segue sendo uma obra tocante. A história é terna, bem triste, mas o roteiro de Jenny Wingfield e a direção de Mulligan transformam esse verão melancólico em uma lição de vida, de família e de amizade.
Arrepiante, um exercício de estilo pra ninguém botar defeito. O choque de cultura entre o policial cristão e os costumes do vilarejo rende grandes tensões. A identidade visual é marcante e o final é horripilante. Um filme subestimado.
Um sensível retrato de uma época dura para a Irlanda do Norte, escrito e dirigido de maneira habilidosa por Kenneth Branagh. O filme começa impactante e forte, mas segue por um lado mais pueril, afinal, o ponto de vista é de um menino, vivido de forma carismática por Jude Hill. Aqui, Branagh conta parte de suas memórias da infância e faz algo usual de grandes diretores, como Ingmar Bergman e seu estupendo Fanny e Alexander, por exemplo. Belfast cativa com sua fotografia nunca menos que espetacular, sua ótima trilha, pela direção e roteiro de Branagh e também pelo seu elenco. Todos estão ótimos, especialmente Caitriona Balfe, Judi Dench e Jamie Dornan.
Um trabalho arrebatador de Luis Buñuel, que trabalha com personagens tridimensionais. Ninguém é totalmente culpado, mas também ninguém é inocente, o diretor e roteirista é impiedoso com os personagens. Aliás, culpado é o sistema, a desigualdade social. O filme centra na amizade destrutiva entre Jaibo e Pedro. É um panorama riquíssimo e do qual Buñuel tira proveito máximo, até mesmo provocando o espectador, quando Pedro joga um ovo na câmera, afinal, também não somos parte do sistema? Buñuel enriquece a jornada com pitadas puramente artísticas, como a cena do pesadelo de Pedro. É um grande filme e um clássico no sentido máximo da palavra, além de ser uma obra atemporal
As belíssimas imagens de Paris - valorizadas ainda mais pelo preto e branco - contrastam com a pobreza e a marginalidade abordadas no longa. A direção de Truffaut capta com excelência toda essa ambiguidade. O retrato deste triste coming of age é desolador.
Convencional, mas caprichado, o filme se sustenta com o carisma da dupla de protagonistas e com o visual exagerado típico da época. Nada demais, mas vale o ingresso.
Fascinante! Dennis Villeneuve criou um universo incrível, que não se resume ao deleite visual. Sim, o aspecto visual da obra é de cair o queixo, mas o filme tem uma história incrível e um argumento sólido, que deixa um gosto de quero mais para a segunda parte. Todos os aspectos do filme funcionam, tanto do ponto de vista técnico, como o roteiro, direção e elenco. Tudo muito bem produzido e feito com esmero, o que resulta em um filme impecável.
No Ritmo do Coração
4.1 754 Assista AgoraMuito bem intencionado, CODA é um filme que deixa os espectadores com um sorriso no rosto ao fim da sessão. O elenco é muito carismático e é impossível não torcer para que tudo dê certo.
Um filme que merece os elogios que vêm ganhando, mas já digo de antemão que não merece o Oscar de melhor filme.
Desculpe Te Incomodar
3.8 275Uma sátira anticapitalista bem feita, não isenta de defeitos, mas tem boas sacadas.
Gosto mais da primeira metade do que da segunda, achei o final meio apressado.
O elenco é ótimo e a maioria dos atores conseguiu se destacar nos anos seguintes.
A cena do rap achei hilária. No geral, o filme tem boas ideias e conseguiu me fisgar, embora seja irregular, é uma crítica em tom de sátira.
Alice Não Mora Mais Aqui
3.8 167 Assista AgoraO filme mais diferenciado de Martin Scorsese, junto com A Invenção de Hugo Cabret. Alice é uma personagem fascinante, interpretada de forma sublime por Ellen Burstyn, aliás, fica até um gostinho de quero mais e um sentimento de que Scorsese poderia ter realizado mais filmes protagonizados por mulheres.
É uma história de superação, de uma mulher que poderia ser sua mãe, sua vizinha, um conto de recomeços. É impossível não torcer por Alice e por sua jornada, filmada de forma agridoce pelo diretor, mas com momentos singelos.
Além de Ellen, o elenco coadjuvante também é talentoso, com destaque para Diane Ladd. Kris Kristofferson está muito bem e Jodie Foster, muito nova, impressiona mesmo com poucas cenas.
Amor, Sublime Amor
3.4 355 Assista AgoraSteven Spielberg prova que ainda está em forma com essa bela direção. "Amor, Sublime Amor" é um primor técnico e também um filme comovente.
Ok, podemos não concordar com os rumos de alguns personagens, mas é inegável a força do argumento do roteiro de Tony Kushner. O espetáculo comandado por Spielberg é de cair o queixo.
Ariana Debose está maravilhosa e merece todos os prêmios que vêm recebendo, ela é uma força da natureza.
Contra o Gelo
3.4 100Todo o aspecto técnico do filme é deslumbrante, é um deleite visual, mas a história poderia ser mais visceral. Inicia de forma promissora, mas se torna até aborrecida na meia hora final.
O personagem de Joe Cole não sustenta a história, não existe um troca orgânica entre os dois protagonistas, mesmo com o talento de Nikolaj Coster-Waldau. Assim, só resta apreciar as belas e gélidas paisagens.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraEmbora tenham muitos filmes do Batman, Matt Reeves conseguiu fazer algo relevante e um dos melhores trabalhos sobre o herói.
Gostei do lado mais investigativo da trama, fugindo do tradicional, tem uma pegada mais policial. A trilha é ótima, assim como a ambientação e a tensão que predomina o filme todo. Só senti falta de mais Bruce Wayne durante o filme.
É um Batman mais vulnerável e Robert Pattinson o faz com esmero. Zoe Kravitz está ótima como Selina Kyle, mas o destaque fica para Paul Dano, que está fabuloso como o Charada.
Já quero mais filmes do Batman comandados por Matt Reeves e com esse elenco.
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraUma ficção cheia de tensão, uma proposta não tão original do homem e a tensa relação com a máquina, mas bem executada, embora previsível.
As camadas da trama sustentam a história, mesmo sendo possível antever alguns acontecimentos, especialmente os finais.
Domhnall Gleeson está muito bem, mas o show é de Alicia Vikander. Porém, confesso que quanto mais eu assisto trabalhos com o Oscar Isaac, mas acho que ele exala energia de esquerdomacho. Existe algo de parecido em suas composições.
Apresentando os Ricardos
3.2 179Bem convencional e por vezes aborrecido, o longa só cresce no terço final. Nicole Kidman está muito bem como Lucille Ball, primeira vez que a vejo em cenas de humor pastelão e ela dá conta. Mas não merece o Oscar, tal como Jessica Chastain também não. Olivia Colman é a que mais merece, seguida de Kristen Stewart.
Não entendi a indicação de Javier Bardem, este não é um de seus melhores trabalhos, a atuação dele em Duna é superior do que aqui.
Francis Ford Coppola - O Apocalipse de um Cineasta
4.4 90Apocalypse Now é um clássico irrepreensível e tem bastidores caóticos, digno de um grande filme também.
Experiência maravilhosa poder ver Francis Ford Copolla novo, dirigindo os igualmente jovens Martin Sheen e Marlon Brando no coração das Filipinas. As gravações foram terríveis, exaustivas, mas o registro de Eleanor Copolla é fascinante.
Uma aula de cinema com o grande Francis, que teve que se adaptar a culturas diferentes e situações adversas para entregar um dos melhores filmes já feitos.
Se a Rua Beale Falasse
3.7 284 Assista AgoraA direção é a melhor parte do filme, fora a cenografia e direção de arte. Uma linda fotografia em tons vermelhos predominantes quando envolve os protagonistas.
A história é bonita, mas faltou vigor e, realmente, perde um pouco a força na segunda metade. Mas ainda é um filme muito bom e uma história de superação bem contada. Superação na base da indignação, porque o preconceito é um câncer.
O casal protagonista não é bem desenvolvido, mas Regina King está incrível e seus prêmios foram merecidos.
Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer
4.0 888 Assista AgoraComeça promissor, me empolguei até, parece que assistiremos algo na contramão dos filmes juvenis.
Porém, na segunda metade o filme perde o humor, a sutileza e a originalidade e embarca no melodrama romântico juvenil, como muitos outros vistos.
Os detalhes com animação são bem divertidos e meio esquecidos também no decorrer do filme. Ah, as referências cinematográficas também são ótimas.
A direção é habilidosa nas tomadas e nos planos.
Licorice Pizza
3.5 597Uma delícia de filme, cada dia cresce mais dentro de mim. Paul Thomas Anderson nunca esteve tão solar, sua obra mais leve de longe, mas nem por isso é um trabalho menor em sua filmografia, pelo contrário.
O filme tem uma atmosfera nostálgica e conta de forma sensível e divertida um relacionamento nada trivial, entre duas pessoas diferentes.
Alana Haim é maravilhosa e merecia muito a indicação, poderia estar facilmente no lugar de Jessica Chastain. Cooper Hoffman também brilha e a participação de Bradley Cooper é impagável.
Mães Paralelas
3.7 411É sempre um prazer ver o cinema de Almodóvar e aqui não e diferente. O diretor se entrega ao melodrama, pontuado por um forte contexto sociohistórico.
Não está entre os melhores momentos de sua carreira, mas também não está entre os mais fracos. É uma obra cativante, com grande atuação de Penelope Cruz e que possui ótimos momentos.
Má Educação
4.2 1,1K Assista AgoraDemorei para assistir, mesmo sendo fã do Almodóvar e do Gael, mas, indo na contramão da nota aqui atribuída, foi um dos filmes que menos gostei do diretor.
Ruim? Jamais, Almodóvar sempre vale a pena ser visto. As características do diretor estão lá, o vermelho intenso, comportamentos dúbios, personagens representativos, sensualidade latente, entre outros.
Mas o fato é que não há o brilho de outras produções e a história como um todo é irregular. Existem ótimas cenas avulsas, mas no todo o resultado não corresponde às expectativas.
Submarino
4.0 178 Assista AgoraOutro grande trabalho de Thomas Vinterberg, Submarino é um soco no estômago. A trajetória dos dois irmãos é marcada pela tragédia, ambos não conseguem seguir em frente do trauma e, cada um a sua maneira, travam batalhas pesadas para lidar com a dor da própria existência.
O arco do personagem de Peter Plaugborg me cativou mais e a atuação dele é de partir o coração.
Rocco e Seus Irmãos
4.4 125É um belo e trágico filme italiano, dirigido de forma sublime por Luchino Visconti. A bela fotografia em preto branco destaca ainda mais o drama da família.
Uma coisa é certa, o homem é fruto do seu tempo, logo, existe um machismo gritante no filme. Mas não dá para dissociar da realidade de sua realização e do próprio patriarcado.
Dito isso, Rocco e Simone são desprezíveis, cada um à sua forma. O primeiro é tão tradicional e sua luta incessante para honrar a família é irritante. O segundo é um ser enfadonho mesmo, o que torna Ciro o ponto de sensatez do longa.
No elenco, o destaque fica para Annie Giradort, excelente como Nadia.
Um Herói
3.9 56 Assista AgoraAsghar Farhadi provoca mais uma vez e novamente o resultado é impactante. A forma crua com o que o diretor e roteirista conta uma história provoca momentos de tensão e deixa o espectador desolado.
Farhadi faz uma crítica contundente á contemporaneidade e a forma como a imagem nas redes molda nossas atitudes. A conclusão é de cortar o coração.
O cinema do diretor iraniano é necessário, que Farhadi siga fazendo seus longas provocadores por muito tempo.
No Mundo da Lua
3.7 146 Assista AgoraUm belo coming of age dirigido por Robert Mulligan, marcou minha adolescência e agora revisto quando adulto segue sendo uma obra tocante.
A história é terna, bem triste, mas o roteiro de Jenny Wingfield e a direção de Mulligan transformam esse verão melancólico em uma lição de vida, de família e de amizade.
O Homem de Palha
4.0 483 Assista AgoraArrepiante, um exercício de estilo pra ninguém botar defeito. O choque de cultura entre o policial cristão e os costumes do vilarejo rende grandes tensões. A identidade visual é marcante e o final é horripilante. Um filme subestimado.
Belfast
3.5 291 Assista AgoraUm sensível retrato de uma época dura para a Irlanda do Norte, escrito e dirigido de maneira habilidosa por Kenneth Branagh.
O filme começa impactante e forte, mas segue por um lado mais pueril, afinal, o ponto de vista é de um menino, vivido de forma carismática por Jude Hill.
Aqui, Branagh conta parte de suas memórias da infância e faz algo usual de grandes diretores, como Ingmar Bergman e seu estupendo Fanny e Alexander, por exemplo.
Belfast cativa com sua fotografia nunca menos que espetacular, sua ótima trilha, pela direção e roteiro de Branagh e também pelo seu elenco. Todos estão ótimos, especialmente Caitriona Balfe, Judi Dench e Jamie Dornan.
Os Esquecidos
4.3 109Um trabalho arrebatador de Luis Buñuel, que trabalha com personagens tridimensionais. Ninguém é totalmente culpado, mas também ninguém é inocente, o diretor e roteirista é impiedoso com os personagens. Aliás, culpado é o sistema, a desigualdade social.
O filme centra na amizade destrutiva entre Jaibo e Pedro. É um panorama riquíssimo e do qual Buñuel tira proveito máximo, até mesmo provocando o espectador, quando Pedro joga um ovo na câmera, afinal, também não somos parte do sistema? Buñuel enriquece a jornada com pitadas puramente artísticas, como a cena do pesadelo de Pedro. É um grande filme e um clássico no sentido máximo da palavra, além de ser uma obra atemporal
Os Incompreendidos
4.4 645As belíssimas imagens de Paris - valorizadas ainda mais pelo preto e branco - contrastam com a pobreza e a marginalidade abordadas no longa.
A direção de Truffaut capta com excelência toda essa ambiguidade. O retrato deste triste coming of age é desolador.
Os Olhos de Tammy Faye
3.3 177 Assista AgoraConvencional, mas caprichado, o filme se sustenta com o carisma da dupla de protagonistas e com o visual exagerado típico da época. Nada demais, mas vale o ingresso.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraFascinante! Dennis Villeneuve criou um universo incrível, que não se resume ao deleite visual. Sim, o aspecto visual da obra é de cair o queixo, mas o filme tem uma história incrível e um argumento sólido, que deixa um gosto de quero mais para a segunda parte.
Todos os aspectos do filme funcionam, tanto do ponto de vista técnico, como o roteiro, direção e elenco. Tudo muito bem produzido e feito com esmero, o que resulta em um filme impecável.