"Não gosto de ver os pássaros no céu, porque sinto sua falta. Porque você os viu comigo."
Sabe aquela técnica de escrita do "show, don't tell"? O Terrence Mallick costuma empregá-la ao pé da letra em seus filmes. Tudo é exposto por meio das atuações, de cenas que só mostram o necessário e de divagações em off, nunca subestimando a inteligência do espectador. Mas há um problema em utilizar essa técnica em excesso: a falta de diálogos significativos e da tangibilidade da história impede que o público crie empatia com os personagens. Em outras palavras, o filme retrata muito bem temas como traição, arrependimento e crises existenciais, mas nunca nos sentimos conectados o suficiente com os personagens. Haviam formas melhores de contar essa história sem perder essa essência cult e poética.
Ah, e sem falar nisso, né: EXPECTATIVA: Florence + The Machine, Red Hot Chili Peppers, Arcade Fire, Fleet Foxes, Lykke Li, Black Lips, Patti Smith, Iron & Wine, John Lydon e St. Vincent. REALIDADE: Val Kilmer cortando o cabelo.
"– Sabe, Dorothy, apesar do que pensa, não tenho nada contra você. – Eu sei, sei que você provavelmente acredita nisso."
A forma com que esse filme retrata o racismo é fantástica. Ele não elege um personagem para ser a personificação do racismo e obter imediatamente a antipatia do público, mas faz com que o racismo esteja diluído na sociedade, presente em olhares e pequenos gestos. E, como se não bastasse, ainda trabalha muito bem o machismo, como poucos filmes atualmente conseguem: falando sobre o machismo sem se tornar um filme machista. Hidden Figures tem alguns deslizes, sim, como sequências bem clichês e personagens secundários superficiais, mas nada disso diminui a importância que o filme carrega. Só as cenas do desabafo e do tribunal fazem valer as indicações que o filme recebeu.
"My name is Alice, and this is my story. The end of my story."
Consegue ser o pior da franquia. Roteiro feito nas coxas, personagens rasos, edição frenética e confusa... Já começa errado, contando a mesma história de origem talvez pela sétima vez em seis filmes; e só piora, com furos de roteiro, previsibilidades, conveniências, final insignificante para personagens importantes e reciclagem de quase todas as mecânicas do primeiro filme.
"Convencemos uma geração inteira de que esta era uma batalha que podíamos vencer, e acreditaram em nós."
Eu esqueci de fazer o comentário sobre esse filme quando terminei de assisti-lo, o que foi há alguns meses atrás, e tudo que me lembro dele agora é de um ônibus escolar no meio do deserto. Não sei se essa era a imagem que queriam que ficasse gravada na minha mente, mas ela mostra bem como o filme é tão desnecessário quanto todos já sabiam que seria.
"Não fazemos parte de nenhum país, nenhum lado está conosco. Mas tudo bem. Acho que somos nosso próprio país."
O filme consegue encontrar um equilíbrio muito bom entre ação, drama e storytelling; não permitindo que um desses pilares se enfraqueça durante suas duas horas e vinte minutos. As atuações estão impecáveis, incluindo quem tem menos tempo de tela. O principal problema está na segunda metade do filme, que poderia ser enxugada em uns quinze minutos, pelo menos. A história não chega a ficar arrastada, mas fica consideravelmente menos empolgante.
"Não podemos fazer nada pela metade. Entende isso?"
Os personagens secundários não são muito bem desenvolvidos e a qualidade do filme cai um pouco no terceiro ato; mas, sinceramente, nada disso abala a história. O John Carney pode fazer o filme que ele quiser envolvendo música que é certeza que eu vou assistir e gostar.
"– O que você quer? – Que as pessoas não sejam babacas!"
O diretor que faz sua estreia aqui, Macon Blair, foi um dos produtores de Green Room, e seu filme tem aquela mesma combinação entre violência e "bizarro" que costuma funcionar tão bem. As influências de Tarantino e dos irmãos Coen são notáveis.
"Can't you just be a friendly neighborhood Spider-Man?"
Saí do cinema debatendo com uns amigos se esse era ou não o melhor filme do aranha, vencendo assim o segundo estrelado pelo Tobey Maguire. Não chegamos a conclusão alguma, mas passamos bem perto de trair nossa nostalgia.
"Por que não combate o mal deste lugar do seu jeito e me deixa combater do meu?"
É uma boa história, mas não necessariamente um bom filme. Tinha potencial de ter maior carga dramática, mas se perde tentando contar mais do que o necessário, o que faz com que algumas partes fiquem apressadas e até mal desenvolvidas, principalmente no primeiro quarto de filme.
"Achei que tinha entendido. Que era capaz de entender. Mas não."
Não gosto de filmes gravados com câmera na mão. A instabilidade constantemente me tira da história, sempre me fazendo lembrar que tem uma pessoa a mais naquela cena, segurando um trambolho gigante de câmera e fazendo tudo parecer ainda mais artificial. Além disso, a direção e a montagem do filme também estão bem abaixo da qualidade dos atores e do roteiro. Se você conseguir desconsiderar tudo isso, vai ter nas mãos uma história bonita e realista sobre como nos apegamos a lembranças enquanto a realidade se modifica ao nosso redor. Infelizmente, eu não consigo desconsiderar.
"Seu depoimento tem lacunas. E preciso de detalhes."
Excepcional. Até me lembrou o estilo de narrativa do Harlan Coben em alguns momentos. Esse é o tipo de filme que você precisa assistir sem saber nada de antemão, então aproveita que ele está na Netflix, assiste e só depois vem ler o restante desse comentário.
O filme acerta em muitos aspectos, o que torna extremamente difícil apontar alguns deslizes, mas vamos lá: 1. Eu não sou nenhum especialista e nem sei as nomenclaturas certas (vou usar aspas e espero ser compreendido), mas com base nos livros policiais que já li, em "crimes de quarto fechado", como no filme, quando o homicídio ocorre num local onde é impossível que alguém tenha entrado ou saído, é de vital importância que o personagem que ficou dentro do quarto seja suficientemente "digno de confiança", levando o público à certeza de que não foi ele que cometeu o crime, já que é a opção mais óbvia. No filme, isso não acontece muito bem. Você até aceita que ele pode ser inocente, mas não deixa de suspeitar, e quando é revelado que, de fato, era ele o culpado o tempo todo, a história perde um pouco do peso e você acha que o filme foi previsível. 2. Outro ponto que contribui para a sua suspeita para com o protagonista é a falta de suspeitos. Ao todo, você chega a suspeitar apenas do pai do Daniel, do homem que encontra eles na estrada, da sra. Goodman (por alguma razão louca ela poderia se enquadrar, eu já estava esperando de tudo) e do próprio Adrián. Ninguém mais tinha motivos convincentes para assassinar a Laura. A falta de suspeitos faz com que a chance de você matar a charada seja muito maior. 3. Com isso, toda aquela sequência na metade do filme, com eles tentando achar argumentos para incriminar o pai do Daniel, parece mais longa e dispensável do que de fato é. Considerando Adrián inocente, o pai do Daniel seria o suspeito mais provável, e é claro que o filme não ia entregar sua conclusão assim, de bandeja, na metade do filme. 4. Uma outra coisa que me incomodou um pouco foi a quantidade de vezes que eles fizeram aquele "apanhado geral" de tudo o que já havia sido contado, como se o filme lhe dissesse: "Está acompanhando? Não perdeu nada, né?" 5. Mas o plot twist final, com a sra. Goodman revelando ser a mãe do Daniel, foi forte e me pegou desprevenido. Nas primeiras cenas ela me pareceu um pouco artificial, como um homem fantasiado de mulher, mas depois que ela se apresentou como Virginia Goodman eu simplesmente aceitei-a como a enviada do advogado de Adrián. No decorrer do filme, mais uma vez por causa do pequeno número de suspeitos, eu acabei imaginando como ela poderia fazer parte da história, mas nem cheguei perto do final que o filme escolheu seguir. Considerando toda a execução, Contratiempo é um dos melhores suspenses que assisti esse ano. Ele me fez ficar vidrado na tela o tempo todo e até pausar o filme em alguns momentos para organizar as ideias. Esse é disparado o maior comentário que já fiz aqui no Filmow e não é à toa: esse filme é foda!
No geral, eu gostei do filme, mas por motivos diferentes do que eu imaginei. Quando os primeiros materiais de divulgação saíram, eu pensei que seria uma ficção científica com roupagem de romance adolescente, mas é justamente o contrário, e isso não é um ponto negativo. É verdade que o filme tem vários furos de roteiro, imprecisões científicas e o ator mais inexpressivo desde Kristen Stewart, mas ele consegue entreter. Durante suas duas horas ele me manteve engajado nas buscas e descobertas do protagonista, mesmo imerso em clichês e soluções baratas.
"Para proteger as ovelhas, você precisa pegar o lobo. E é preciso um lobo para pegar outro lobo."
Achei a primeira hora de filme meio arrastada, mas a partir daí ele compensa, com cena boa atrás de cena boa, tudo se amarrando enquanto atores que você nem imaginava que estariam no filme aparecem na tela. E de quebra o personagem do Denzel Washington acaba se mostrando um dos mais interessantes que assisti esse ano.
Gostei muito da sutileza desse filme. De como ele percebe que não precisa explicar tudo, de como ele se desenvolve num ritmo próprio... Ele te mostra a tristeza de um personagem para só depois dar a razão dessa tristeza, ele mata um personagem para só depois fazer com que o público se afeiçoe a ele. Como numa reminiscência, como se compartilhássemos do luto do protagonista. Cru e brutal, mas não vai atingir todo mundo.
"DC. A casa que o Batman construiu. Sim, o que foi, Superman? Eu sou a sua kryptonita."
Mantém o nível de qualidade de "Uma Aventura LEGO", mas acaba sendo mais do mesmo e com um enredo piorzinho. As cenas de ação são meio tumultuadas e confusas, principalmente pra quem for assistir legendado. Ainda assim, é um ótimo entretenimento e recheado de referências.
Acho que a única utilidade desse filme é mesmo estabelecer um novo índice na escala dos filmes ruins. Esperemos para ver quem será o próximo a provar que dá pra descer ainda mais.
"– Não sei como os consumidores reagirão depois de hoje. – Se for barato, vão comer. Garanto que as primeiras vendas serão boas."
O maior mérito do filme é conseguir transmitir sua crítica social sem ser um "filme de crítica social", assim ele atinge muito mais pessoas. Trocando em miúdos, esse não é um filme para vegetarianos e nem faz propaganda ao vegetarianismo/veganismo, simplesmente transmite uma crítica pontual e efetiva à indústria alimentícia e de manipulação genética. Na metade do filme tem um ponto de virada onde o tom fica muito mais pesado e denso, o que foi extremamente bem-vindo (mesmo a cena em que isso acontece não fazendo o menor sentido depois). A atuação do Gyllenhaal está mais afetada que o necessário e a dubiedade da maioria dos personagens é muito bem trabalhada. Ah, e tem cena pós-créditos!
Fazia tempo que eu não assistia algo tão esquisito, e como eu senti falta disso! O filme vai ficando progressivamente mais estranho e agoniante, até você se ver imerso numa loucura inacreditável, tentando achar explicações para mil e uma pontas soltas. E o ato final é extremamente recompensador, com o enredo atando cada uma dessas pontas de forma majestosa e transformando o filme em um conjunto de simbologias sutis, mas extremamente fortes e nada clichês. Simplesmente sensacional.
"Let us show them what we can do. Let us show them how powerful we can be."
Só me explica uma coisa aqui: pra quê cagar o final? O filme vinha desenvolvendo muito bem o roteiro sob proporções pequenas. Não havia necessidade de extrapolar isso, como foi feito.
De Canção Em Canção
2.9 373 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 077 / 200 )
"Não gosto de ver os pássaros no céu, porque sinto sua falta. Porque você os viu comigo."
Sabe aquela técnica de escrita do "show, don't tell"? O Terrence Mallick costuma empregá-la ao pé da letra em seus filmes. Tudo é exposto por meio das atuações, de cenas que só mostram o necessário e de divagações em off, nunca subestimando a inteligência do espectador.
Mas há um problema em utilizar essa técnica em excesso: a falta de diálogos significativos e da tangibilidade da história impede que o público crie empatia com os personagens. Em outras palavras, o filme retrata muito bem temas como traição, arrependimento e crises existenciais, mas nunca nos sentimos conectados o suficiente com os personagens. Haviam formas melhores de contar essa história sem perder essa essência cult e poética.
Ah, e sem falar nisso, né:
EXPECTATIVA: Florence + The Machine, Red Hot Chili Peppers, Arcade Fire, Fleet Foxes, Lykke Li, Black Lips, Patti Smith, Iron & Wine, John Lydon e St. Vincent.
REALIDADE: Val Kilmer cortando o cabelo.
Casais: 2,9 / 10
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 076 / 200 )
"– Sabe, Dorothy, apesar do que pensa, não tenho nada contra você.
– Eu sei, sei que você provavelmente acredita nisso."
A forma com que esse filme retrata o racismo é fantástica. Ele não elege um personagem para ser a personificação do racismo e obter imediatamente a antipatia do público, mas faz com que o racismo esteja diluído na sociedade, presente em olhares e pequenos gestos. E, como se não bastasse, ainda trabalha muito bem o machismo, como poucos filmes atualmente conseguem: falando sobre o machismo sem se tornar um filme machista.
Hidden Figures tem alguns deslizes, sim, como sequências bem clichês e personagens secundários superficiais, mas nada disso diminui a importância que o filme carrega. Só as cenas do desabafo e do tribunal fazem valer as indicações que o filme recebeu.
Colares de pérolas: 8,0 / 10
Uma Noite de Crime: Anarquia
3.5 1,2K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 075 / 200 )
"A única maneira de permanecermos vivos é ficando juntos."
Crime ocorre, nada acontece. Feijoada.
Máscaras: 6,5 / 10
Resident Evil 6: O Capítulo Final
3.0 952 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 074 / 200 )
"My name is Alice, and this is my story. The end of my story."
Consegue ser o pior da franquia. Roteiro feito nas coxas, personagens rasos, edição frenética e confusa... Já começa errado, contando a mesma história de origem talvez pela sétima vez em seis filmes; e só piora, com furos de roteiro, previsibilidades, conveniências, final insignificante para personagens importantes e reciclagem de quase todas as mecânicas do primeiro filme.
Clones: 1,2 / 10
Assassin's Creed
2.9 948 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 073 / 200 )
"We work in the dark to serve the light."
Não sou muito fã do jogo, então não vou saber avaliá-lo enquanto adaptação. Mas enquanto sonífero ele é dos melhores.
Hidden Blades: 2,6 / 10
Independence Day: O Ressurgimento
2.7 868 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 072 / 200 )
"Convencemos uma geração inteira de que esta era uma batalha que podíamos vencer, e acreditaram em nós."
Eu esqueci de fazer o comentário sobre esse filme quando terminei de assisti-lo, o que foi há alguns meses atrás, e tudo que me lembro dele agora é de um ônibus escolar no meio do deserto. Não sei se essa era a imagem que queriam que ficasse gravada na minha mente, mas ela mostra bem como o filme é tão desnecessário quanto todos já sabiam que seria.
Símbolos misteriosos: 4,5 / 10
Um Estado de Liberdade
3.7 215 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 071 / 200 )
"Não fazemos parte de nenhum país, nenhum lado está conosco. Mas tudo bem. Acho que somos nosso próprio país."
O filme consegue encontrar um equilíbrio muito bom entre ação, drama e storytelling; não permitindo que um desses pilares se enfraqueça durante suas duas horas e vinte minutos. As atuações estão impecáveis, incluindo quem tem menos tempo de tela. O principal problema está na segunda metade do filme, que poderia ser enxugada em uns quinze minutos, pelo menos. A história não chega a ficar arrastada, mas fica consideravelmente menos empolgante.
Milhos roubados: 7,3 / 10
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 070 / 200 )
"Não podemos fazer nada pela metade. Entende isso?"
Os personagens secundários não são muito bem desenvolvidos e a qualidade do filme cai um pouco no terceiro ato; mas, sinceramente, nada disso abala a história. O John Carney pode fazer o filme que ele quiser envolvendo música que é certeza que eu vou assistir e gostar.
Sapatos marrons: 9,2 / 10
Alien: Covenant
3.0 1,2K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 069 / 200 )
"Quando uma nota sai errada, acaba destruindo toda a sinfonia."
Para que tá feio.
Xenomorfos: 4,1 / 10
Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo
3.3 382 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 068 / 200 )
"– O que você quer?
– Que as pessoas não sejam babacas!"
O diretor que faz sua estreia aqui, Macon Blair, foi um dos produtores de Green Room, e seu filme tem aquela mesma combinação entre violência e "bizarro" que costuma funcionar tão bem. As influências de Tarantino e dos irmãos Coen são notáveis.
Talheres de prata: 6,8 / 10
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
3.8 1,9K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 067 / 200 )
"Can't you just be a friendly neighborhood Spider-Man?"
Saí do cinema debatendo com uns amigos se esse era ou não o melhor filme do aranha, vencendo assim o segundo estrelado pelo Tobey Maguire. Não chegamos a conclusão alguma, mas passamos bem perto de trair nossa nostalgia.
Fluidos de teia: 9,6 / 10
Redenção
3.9 526 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 066 / 200 )
"Por que não combate o mal deste lugar do seu jeito e me deixa combater do meu?"
É uma boa história, mas não necessariamente um bom filme. Tinha potencial de ter maior carga dramática, mas se perde tentando contar mais do que o necessário, o que faz com que algumas partes fiquem apressadas e até mal desenvolvidas, principalmente no primeiro quarto de filme.
Motocicletas: 5,7 / 10
Loucamente Apaixonados
3.5 1,2K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 065 / 200 )
"Achei que tinha entendido. Que era capaz de entender. Mas não."
Não gosto de filmes gravados com câmera na mão. A instabilidade constantemente me tira da história, sempre me fazendo lembrar que tem uma pessoa a mais naquela cena, segurando um trambolho gigante de câmera e fazendo tudo parecer ainda mais artificial. Além disso, a direção e a montagem do filme também estão bem abaixo da qualidade dos atores e do roteiro. Se você conseguir desconsiderar tudo isso, vai ter nas mãos uma história bonita e realista sobre como nos apegamos a lembranças enquanto a realidade se modifica ao nosso redor. Infelizmente, eu não consigo desconsiderar.
Cadeiras: 4,6 / 10
Um Contratempo
4.2 2,0KPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 064 / 200 )
"Seu depoimento tem lacunas. E preciso de detalhes."
Excepcional. Até me lembrou o estilo de narrativa do Harlan Coben em alguns momentos.
Esse é o tipo de filme que você precisa assistir sem saber nada de antemão, então aproveita que ele está na Netflix, assiste e só depois vem ler o restante desse comentário.
O filme acerta em muitos aspectos, o que torna extremamente difícil apontar alguns deslizes, mas vamos lá:
1. Eu não sou nenhum especialista e nem sei as nomenclaturas certas (vou usar aspas e espero ser compreendido), mas com base nos livros policiais que já li, em "crimes de quarto fechado", como no filme, quando o homicídio ocorre num local onde é impossível que alguém tenha entrado ou saído, é de vital importância que o personagem que ficou dentro do quarto seja suficientemente "digno de confiança", levando o público à certeza de que não foi ele que cometeu o crime, já que é a opção mais óbvia. No filme, isso não acontece muito bem. Você até aceita que ele pode ser inocente, mas não deixa de suspeitar, e quando é revelado que, de fato, era ele o culpado o tempo todo, a história perde um pouco do peso e você acha que o filme foi previsível.
2. Outro ponto que contribui para a sua suspeita para com o protagonista é a falta de suspeitos. Ao todo, você chega a suspeitar apenas do pai do Daniel, do homem que encontra eles na estrada, da sra. Goodman (por alguma razão louca ela poderia se enquadrar, eu já estava esperando de tudo) e do próprio Adrián. Ninguém mais tinha motivos convincentes para assassinar a Laura. A falta de suspeitos faz com que a chance de você matar a charada seja muito maior.
3. Com isso, toda aquela sequência na metade do filme, com eles tentando achar argumentos para incriminar o pai do Daniel, parece mais longa e dispensável do que de fato é. Considerando Adrián inocente, o pai do Daniel seria o suspeito mais provável, e é claro que o filme não ia entregar sua conclusão assim, de bandeja, na metade do filme.
4. Uma outra coisa que me incomodou um pouco foi a quantidade de vezes que eles fizeram aquele "apanhado geral" de tudo o que já havia sido contado, como se o filme lhe dissesse: "Está acompanhando? Não perdeu nada, né?"
5. Mas o plot twist final, com a sra. Goodman revelando ser a mãe do Daniel, foi forte e me pegou desprevenido. Nas primeiras cenas ela me pareceu um pouco artificial, como um homem fantasiado de mulher, mas depois que ela se apresentou como Virginia Goodman eu simplesmente aceitei-a como a enviada do advogado de Adrián. No decorrer do filme, mais uma vez por causa do pequeno número de suspeitos, eu acabei imaginando como ela poderia fazer parte da história, mas nem cheguei perto do final que o filme escolheu seguir.
Considerando toda a execução, Contratiempo é um dos melhores suspenses que assisti esse ano. Ele me fez ficar vidrado na tela o tempo todo e até pausar o filme em alguns momentos para organizar as ideias. Esse é disparado o maior comentário que já fiz aqui no Filmow e não é à toa: esse filme é foda!
Isqueiros dourados: 9,4 / 10
O Espaço Entre Nós
3.3 455 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 063 / 200 )
"What's your favorite thing about Earth?"
No geral, eu gostei do filme, mas por motivos diferentes do que eu imaginei. Quando os primeiros materiais de divulgação saíram, eu pensei que seria uma ficção científica com roupagem de romance adolescente, mas é justamente o contrário, e isso não é um ponto negativo. É verdade que o filme tem vários furos de roteiro, imprecisões científicas e o ator mais inexpressivo desde Kristen Stewart, mas ele consegue entreter. Durante suas duas horas ele me manteve engajado nas buscas e descobertas do protagonista, mesmo imerso em clichês e soluções baratas.
Ossos frágeis: 7,0 / 10
Dia de Treinamento
3.9 728 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 062 / 200 )
"Para proteger as ovelhas, você precisa pegar o lobo. E é preciso um lobo para pegar outro lobo."
Achei a primeira hora de filme meio arrastada, mas a partir daí ele compensa, com cena boa atrás de cena boa, tudo se amarrando enquanto atores que você nem imaginava que estariam no filme aparecem na tela. E de quebra o personagem do Denzel Washington acaba se mostrando um dos mais interessantes que assisti esse ano.
Berettas: 7,4 / 10
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 061 / 200 )
"Eu não consigo superar. Sinto muito."
Gostei muito da sutileza desse filme. De como ele percebe que não precisa explicar tudo, de como ele se desenvolve num ritmo próprio... Ele te mostra a tristeza de um personagem para só depois dar a razão dessa tristeza, ele mata um personagem para só depois fazer com que o público se afeiçoe a ele. Como numa reminiscência, como se compartilhássemos do luto do protagonista. Cru e brutal, mas não vai atingir todo mundo.
Freezers: 8,2 / 10
LEGO Batman: O Filme
3.9 383 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 060 / 200 )
"DC. A casa que o Batman construiu. Sim, o que foi, Superman? Eu sou a sua kryptonita."
Mantém o nível de qualidade de "Uma Aventura LEGO", mas acaba sendo mais do mesmo e com um enredo piorzinho.
As cenas de ação são meio tumultuadas e confusas, principalmente pra quem for assistir legendado. Ainda assim, é um ótimo entretenimento e recheado de referências.
Peças: 6,0 / 10
Internet: O Filme
1.5 317PROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 059 / 200 )
"Que bosta."
Acho que a única utilidade desse filme é mesmo estabelecer um novo índice na escala dos filmes ruins. Esperemos para ver quem será o próximo a provar que dá pra descer ainda mais.
Youtubers: 0,9 / 10
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 058 / 200 )
"– Não sei como os consumidores reagirão depois de hoje.
– Se for barato, vão comer. Garanto que as primeiras vendas serão boas."
O maior mérito do filme é conseguir transmitir sua crítica social sem ser um "filme de crítica social", assim ele atinge muito mais pessoas. Trocando em miúdos, esse não é um filme para vegetarianos e nem faz propaganda ao vegetarianismo/veganismo, simplesmente transmite uma crítica pontual e efetiva à indústria alimentícia e de manipulação genética.
Na metade do filme tem um ponto de virada onde o tom fica muito mais pesado e denso, o que foi extremamente bem-vindo (mesmo a cena em que isso acontece não fazendo o menor sentido depois). A atuação do Gyllenhaal está mais afetada que o necessário e a dubiedade da maioria dos personagens é muito bem trabalhada.
Ah, e tem cena pós-créditos!
Superporcos: 7,9 / 10
O Caçador
3.2 195 Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 057 / 200 )
"Vou aproveitar a vista."
Tem um ritmo lento, mas não chega a ser cansativo. Vale a pena pra ver o Dafoe como mocinho.
Caixas de som: 5,9 / 10
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 056 / 200 )
"Agora, afunde no chão."
Fazia tempo que eu não assistia algo tão esquisito, e como eu senti falta disso! O filme vai ficando progressivamente mais estranho e agoniante, até você se ver imerso numa loucura inacreditável, tentando achar explicações para mil e uma pontas soltas. E o ato final é extremamente recompensador, com o enredo atando cada uma dessas pontas de forma majestosa e transformando o filme em um conjunto de simbologias sutis, mas extremamente fortes e nada clichês. Simplesmente sensacional.
Xícaras: 9,5 / 10
Guardiões da Galáxia Vol. 2
4.0 1,7K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 055 / 200 )
"Existem dois tipos de seres no universo: os que dançam e os que não dançam."
Não é melhor que o primeiro, mas foda-se. Nesse tem o Baby Groot!
Fitas cassete: 8,8 / 10
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraPROJETO: 200 FILMES COMENTADOS EM 2017 ( 054 / 200 )
"Let us show them what we can do. Let us show them how powerful we can be."
Só me explica uma coisa aqui: pra quê cagar o final?
O filme vinha desenvolvendo muito bem o roteiro sob proporções pequenas. Não havia necessidade de extrapolar isso, como foi feito.
O link estabelecido com Unbreakable é forçado e funcionou mais como uma desculpa pelo final ruim do que como uma expansão do universo criado em 2000.
Personalidades: 6,4 / 10