Filme bem bonito e provocador. A empatia e a solidariedade não são aspectos fortes da sociedade contemporânea. O programa que o filme aborda é, por isso, uma ousadia nos EUA de hoje.
Belo (e incômodo) filme. Como disse abaixo um espectador: cinema pra gente grande, confirmando a boa produção argentina. Para quem, como eu, lida com arte, é ainda mais perturbador, pois, de modo geral, a relação dos meus amigos e dos meus familiares com a produção artística mais próxima é precisamente assim, baseada numa espécie de despeito, de inveja, de mistificação às avessas. Para as pessoas dos lugares onde nascemos, santo de casa simplesmente NÃO PODE fazer milagres... a não ser quando estiver bem morto e enterrado. Para fugir dessa vigilância castradora é que muitos artistas fogem para bem longe dos lugares em que nasceram.
Fui ao cinema para ver "O filme da minha vida". Errei de horário e acabei vendo "O planeta dos macacos" (trilha original, 3D). Diante dele retiro muitas das injúrias que tenho dito a respeito dos blockbusters. Embora continue sendo um deles, parece respeitar a inteligência e a sensibilidade do espectador, tornando-se até elegante, por assim dizer, no trato da violência explícita. Confesso que saí do cinema com a sensação de não haver perdido meu tempo só com balas, cabeças e trens voando em pedaços!
É um dos filmes mais bonitos que já vi — uma monumento na história do cinema. Uma hora e quarenta minutos de prazer. Rodado inteirinho em um único plano, não tem compromisso nem com as artes visuais nem com a história nem com uma vontade linear de contar uma "estória", mas é uma celebração da História e das artes. É filme pra quem tem grande sensibilidade tanto para o cinema, como para a história, como para as artes visuais, como para a música. Quem ainda não teve a possibilidade de assistir a este filme, procure fazê-lo num formato de alta definição, numa exibição sem comerciais e num local sem ruidinhos ou outras coisas que interfiram na recepção da obra. "Arca russa" deve ser visto com a mesma reverência compenetrada com que escutamos uma sinfonia.
Vi esta noite.A sinopse aí em cima é fraquinha. Trata-se de um filme leve e agradável. Diversão, sim. Uma comédia discreta, à la francesa, bem interessante: o super-herói usa seus poderes para encantar a namorada, salvar um amigo, fugir da polícia e curtir o planeta. Diferentemente dos blockbusters de super-heróis do tipo "Homem Aranha" e "Batman", não há um só tiro, não há morte alguma, nenhuma cidade é destruída; a gente não precisa roer as unhas nem dar chutes na poltrona. É tudo muito tranquilo. Gostei.
É um filme bem bonito. Limpo, sem psicologismos, sem efeitos especiais: roteiro e fotografia precisos, um ritmo justo. Aliás, vale a pena ler o comentário de Guilherme W. Machado no Critic-Pop.
Assim como "O piano", este filme comove e remexe com a gente sem estardalhaço, com serenidade, como se nos olhasse nos olhos enquanto nos descreve com voz mansa — a voz de Janet Frame — a verdade dura de uma vida frágil. Toda vida é frágil. A sensibilidade está sempre sujeita às arestas do cotidiano e do meio ao redor. Não nascemos prontos para o mundo que nos circunda: ele vai nos lapidando sem piedade, cru. A gente dói vendo esse filme, porque ele fala dos humanos, de como é difícil passar ilesos pela educação e pelas intempéries da vida e chegar vivo ou são a tempo de olhar pra trás e rever o caminho... A maioria de nós se apaga na viagem. É um filme que faz bem, deixa saudade e pode ser revisto periodicamente.
Grande filme. Não conhecia o diretor. Toda reflexão sobre qualquer forma de totalitarismo é bem-vinda. Mas, mais do que um questionamento sobre o sistema da RDA, o filme é, como disse abaixo o gobbueno, "uma reflexão incrível sobre o papel do artista na política". As mesmas insanidades que na Alemanha Oriental eram consumadas pela Stasi, nas nossas repúblicas ocidentais são cometidas cotidianamente pela máquina estúpida da grande indústria cultural, da imprensas marrom, da justiça vendida, dos legislativos subvencionados pelo interesse dos poderosos, que não precisam de espiões para levar artistas, cientistas, filósofos, lideranças etc. ao suicídio intelectual ou político. Além disso, o filme é também uma celebração do poder que a bondade e a generosidade podem ter dentro de nós.
Como alguns comentários já apontaram e embora tenha achado bonito (quanto a fotografia, música, as interpretações, principalmente), o filme reduz a história desses dois grandes poetas à sua turbulenta relação de casamento. Sylvia Plath durante praticamente todo o filme é apenas a mulher ciumenta de Hughes e Hughes é apenas um traidor mulherengo. Mas, vale a pena ver.
Assisti na expectativa de preparar o espírito para a entrada da espaçonave Juno na órbita de Júpiter, neste dia 5 de julho. Mas, como já comentou o Artur há 2 semanas, de novo me deparo com a coisa que mais me irrita em filmes de viagem no espaço cósmico: os supertreinadíssimos tripulantes são cheios de cacoetes, pirracinhas, ironias simplórias, ciuminhos, teimosias incoerentes com a função de engenheiros e cientistas etc. O argumento poderia ter dado um roteiro interessante. Também concordo com o que comentou o Adrik, um mês atrás: "Mas q navezinha mequetrefe... Todos os equipamentos davam problema sempre e a tripulação ficava chupando o dedo..." Enfim, o que teria sido bom no desenvolvimento do filme (cujo roteiro, para minha agradável surpresa, embora norte-americano, não inclui um único tiro!) era a entrada nos mistérios de Europa e a possibilidade de descoberta de vida etc.. Mas, isso acabou sendo protelado demais por uma série de acidentes fatais. E, de novo, o Artur tem razão: a anatomia da solução final poderia ter sido mais engenhosa, sobretudo depois de uma série já nem tão recente de descobertas científicas de formas de vida nas profundezas da terra e do oceano. Enfim, um filme mediano... e a razão não foi o baixo orçamento não.
O filme resultou meloso demais e transformou Darwin quase numa ameba entre as mãos do pastor e as da mulher. E a dramaturgia tornou o caso da morte da filha, que foi, sim, um fato cruel na vida dele, num leimotiv do tipo que a Globo gosta de usar nas suas novelas. Além disso, a edição em blu-ray que tenho aqui (Imagem Filmes) traz uma série de extras em que cientistas cristãos tentam minimizar o significado de "A origem das espécies" na história da conhecimento. Fica para o futuro o sonho de ver um bom filme sobre Darwin feito por não-cristãos.
Belíssimo filme, tanto pela qualidade cinematográfica, quanto por nos remeter a essa magnífica composição de Beethoven (Quarteto para cordas número 14, Opus 131, em dó sustenido menor) e à sua gratificante execução pelo Brentano String Quartet, que estou ouvindo enquanto escrevo este post. Verei de novo!
Vou transcrever aqui parte da sinopse publicada na versão em blu-ray da Europa Filmes, que é melhor do que a postada no Filmow: "Quando o querido violoncelista de um renomado quarteto de cordas recebe um diagnóstico que muda sua vida, de repente o futuro do grupo fica por um fio: emoções reprimidas, egos competitivos e paixões incontroláveis ameaçam sabotar anos de amizade e colaboração. Quando eles estão prestes a tocar o concerto de seu aniversário de 25 anos, muito possivelmente o último, apenas seu vínculo profundo e o poder da música podem preservar seu legado."
Um reparo: este é mais um título fracamente traduzido para o português. O original é "A late quartet" ("Um último quarteto"), que diz respeito tanto ao argumento do filme quanto ao fato de ser esse quarteto a última composição de Beethoven — em algum momento entre agosto e dezembro de 1826. No filme, o quarteto também é uma espécie de personagem (o grupo se chama The Fugue Quartet em homenagem ao quarteto, cujo primeiro movimento é construído na forma de fuga) e é emblemático no repertório do grupo, além de ser de dificílima execução, pois é tocado sem parar do início ao fim nos seus quase 40 minutos de duração.
Apesar de "clean" e ingênuo, um filme bonito. Aqui, o confronto de gerações que deu origem a esse mundo em que nasce a "New vision" acabou só alinhavado e o movimento fica parecendo uma deformação própria da juventude. Sabemos que não havia nenhum ser humano especial entre os fundadores da geração "beat", pelo menos nenhum mais especial do que qualquer um de nós. Mas, havia no ar daquela época (como hoje, novamente, penso) um fedor bolorento que precisava ser enfrentado — e foi isso que esses rapazes começaram a fazer. Alguns deles, como Allen Ginsberg, William Burroughs e Jack Kerouac, deixaram registros fundamentais que documentam o período e, porque eram apaixonados pela literatura, resultaram em obras de arte também.
De qualquer forma, obras de arte nunca são imparciais. Em seu primeiro longa, John Krokidas provavelmente não quis cutucar o leão com vara curta. Acabou realizando um filme, digamos assim, no estilo "bonitinho", fechando-o com aquelas explicações sobre o que aconteceu depois. Talvez tenha querido dar uma pitada de ironia, que não consegui captar. Eu detesto quando filmes "baseados em histórias reais" acabam resumindo em duas linhas o destino dos personagens após o desfecho da narrativa. Parece aquele escroto "e foram felizes para sempre" dos velhos contos de fada.
(Comentário apressado. É o tempo que tenho para participar da conversação aqui no Filmow.)
Não tive a oportunidade de assistir a esse filme na tela grande. Vi há muitos anos, na TV, com aquela tosca justificação da imagem original (1.85:1) pela altura da tela ("fullscreen", 1.33:1), que corta as laterais da imagem.
Ontem, bem confortável, revi o filme na minha tela grande. Dá gosto a cinematografia de Walter Lassally, tão bem realizada em preto e branco. (Considerando que o primeiro uso de cor no cinema aconteceu em 1902, esta é uma opção estética importante.) Também são fascinantes a música de Teodorakis e as interpretações características dos anos 60.
O filme continua vivíssimo. Não parece ter sido feito ontem, pois já completou 50 anos, mas continua pulsante, respirando. Nascido de um monumento da literatura (Nikos Kazantzakis), tornou-se um monumento do cinema.
Fico me perguntando porque a versão brasileira teve de enfraquecer o título. Por que não "A delicadeza", como é no original? De qualquer modo, o filme é bem bonito!
Visages, Villages
4.4 161 Assista AgoraMaravilhoso. Cinema cinema de verdade.
O Trabalho
4.2 2Filme bem bonito e provocador. A empatia e a solidariedade não são aspectos fortes da sociedade contemporânea. O programa que o filme aborda é, por isso, uma ousadia nos EUA de hoje.
Machines
4.1 2Embora se detenha na mera contemplação da miséria, é um filme muito bonito.
American Valhalla
4.3 1Muito bom. Delicioso, mesmo. Vale a pena rever.
O Cidadão Ilustre
4.0 198 Assista AgoraBelo (e incômodo) filme. Como disse abaixo um espectador: cinema pra gente grande, confirmando a boa produção argentina. Para quem, como eu, lida com arte, é ainda mais perturbador, pois, de modo geral, a relação dos meus amigos e dos meus familiares com a produção artística mais próxima é precisamente assim, baseada numa espécie de despeito, de inveja, de mistificação às avessas. Para as pessoas dos lugares onde nascemos, santo de casa simplesmente NÃO PODE fazer milagres... a não ser quando estiver bem morto e enterrado. Para fugir dessa vigilância castradora é que muitos artistas fogem para bem longe dos lugares em que nasceram.
Planeta dos Macacos: A Guerra
4.0 970 Assista AgoraFui ao cinema para ver "O filme da minha vida". Errei de horário e acabei vendo "O planeta dos macacos" (trilha original, 3D). Diante dele retiro muitas das injúrias que tenho dito a respeito dos blockbusters. Embora continue sendo um deles, parece respeitar a inteligência e a sensibilidade do espectador, tornando-se até elegante, por assim dizer, no trato da violência explícita. Confesso que saí do cinema com a sensação de não haver perdido meu tempo só com balas, cabeças e trens voando em pedaços!
Arca Russa
4.0 184É um dos filmes mais bonitos que já vi — uma monumento na história do cinema. Uma hora e quarenta minutos de prazer. Rodado inteirinho em um único plano, não tem compromisso nem com as artes visuais nem com a história nem com uma vontade linear de contar uma "estória", mas é uma celebração da História e das artes. É filme pra quem tem grande sensibilidade tanto para o cinema, como para a história, como para as artes visuais, como para a música. Quem ainda não teve a possibilidade de assistir a este filme, procure fazê-lo num formato de alta definição, numa exibição sem comerciais e num local sem ruidinhos ou outras coisas que interfiram na recepção da obra. "Arca russa" deve ser visto com a mesma reverência compenetrada com que escutamos uma sinfonia.
Tudo Sobre Vincent
2.8 7 Assista AgoraVi esta noite.A sinopse aí em cima é fraquinha. Trata-se de um filme leve e agradável. Diversão, sim. Uma comédia discreta, à la francesa, bem interessante: o super-herói usa seus poderes para encantar a namorada, salvar um amigo, fugir da polícia e curtir o planeta. Diferentemente dos blockbusters de super-heróis do tipo "Homem Aranha" e "Batman", não há um só tiro, não há morte alguma, nenhuma cidade é destruída; a gente não precisa roer as unhas nem dar chutes na poltrona. É tudo muito tranquilo. Gostei.
Tudo Sobre Vincent
2.8 7 Assista AgoraVou ver amanhã.
Um Condenado à Morte Escapou
4.4 69É um filme bem bonito. Limpo, sem psicologismos, sem efeitos especiais: roteiro e fotografia precisos, um ritmo justo. Aliás, vale a pena ler o comentário de Guilherme W. Machado no Critic-Pop.
Um Anjo em Minha Mesa
4.0 26 Assista AgoraAssim como "O piano", este filme comove e remexe com a gente sem estardalhaço, com serenidade, como se nos olhasse nos olhos enquanto nos descreve com voz mansa — a voz de Janet Frame — a verdade dura de uma vida frágil. Toda vida é frágil. A sensibilidade está sempre sujeita às arestas do cotidiano e do meio ao redor. Não nascemos prontos para o mundo que nos circunda: ele vai nos lapidando sem piedade, cru.
A gente dói vendo esse filme, porque ele fala dos humanos, de como é difícil passar ilesos pela educação e pelas intempéries da vida e chegar vivo ou são a tempo de olhar pra trás e rever o caminho... A maioria de nós se apaga na viagem.
É um filme que faz bem, deixa saudade e pode ser revisto periodicamente.
A Vida dos Outros
4.3 645Grande filme. Não conhecia o diretor. Toda reflexão sobre qualquer forma de totalitarismo é bem-vinda. Mas, mais do que um questionamento sobre o sistema da RDA, o filme é, como disse abaixo o gobbueno, "uma reflexão incrível sobre o papel do artista na política". As mesmas insanidades que na Alemanha Oriental eram consumadas pela Stasi, nas nossas repúblicas ocidentais são cometidas cotidianamente pela máquina estúpida da grande indústria cultural, da imprensas marrom, da justiça vendida, dos legislativos subvencionados pelo interesse dos poderosos, que não precisam de espiões para levar artistas, cientistas, filósofos, lideranças etc. ao suicídio intelectual ou político. Além disso, o filme é também uma celebração do poder que a bondade e a generosidade podem ter dentro de nós.
Jane Eyre
3.9 787 Assista AgoraBonito. Mas, rarefaz demais o romance de Charlotte Brontë.
As Palavras
3.6 665Gostei.
Sylvia - Paixão Além de Palavras
3.4 72Como alguns comentários já apontaram e embora tenha achado bonito (quanto a fotografia, música, as interpretações, principalmente), o filme reduz a história desses dois grandes poetas à sua turbulenta relação de casamento. Sylvia Plath durante praticamente todo o filme é apenas a mulher ciumenta de Hughes e Hughes é apenas um traidor mulherengo. Mas, vale a pena ver.
Amores Parisienses
3.4 11Alguém teria de corrigir essa sinopse furada aí.
Viagem à Lua de Júpiter
3.1 285 Assista AgoraAssisti na expectativa de preparar o espírito para a entrada da espaçonave Juno na órbita de Júpiter, neste dia 5 de julho.
Mas, como já comentou o Artur há 2 semanas, de novo me deparo com a coisa que mais me irrita em filmes de viagem no espaço cósmico: os supertreinadíssimos tripulantes são cheios de cacoetes, pirracinhas, ironias simplórias, ciuminhos, teimosias incoerentes com a função de engenheiros e cientistas etc. O argumento poderia ter dado um roteiro interessante.
Também concordo com o que comentou o Adrik, um mês atrás: "Mas q navezinha mequetrefe... Todos os equipamentos davam problema sempre e a tripulação ficava chupando o dedo..."
Enfim, o que teria sido bom no desenvolvimento do filme (cujo roteiro, para minha agradável surpresa, embora norte-americano, não inclui um único tiro!) era a entrada nos mistérios de Europa e a possibilidade de descoberta de vida etc.. Mas, isso acabou sendo protelado demais por uma série de acidentes fatais. E, de novo, o Artur tem razão: a anatomia da solução final poderia ter sido mais engenhosa, sobretudo depois de uma série já nem tão recente de descobertas científicas de formas de vida nas profundezas da terra e do oceano. Enfim, um filme mediano... e a razão não foi o baixo orçamento não.
Pandorum
3.1 570 Assista AgoraNem é um filme: é uma grande bosta!
Criação
3.7 353O filme resultou meloso demais e transformou Darwin quase numa ameba entre as mãos do pastor e as da mulher. E a dramaturgia tornou o caso da morte da filha, que foi, sim, um fato cruel na vida dele, num leimotiv do tipo que a Globo gosta de usar nas suas novelas. Além disso, a edição em blu-ray que tenho aqui (Imagem Filmes) traz uma série de extras em que cientistas cristãos tentam minimizar o significado de "A origem das espécies" na história da conhecimento. Fica para o futuro o sonho de ver um bom filme sobre Darwin feito por não-cristãos.
O Último Concerto
3.6 48 Assista grátisBelíssimo filme, tanto pela qualidade cinematográfica, quanto por nos remeter a essa magnífica composição de Beethoven (Quarteto para cordas número 14, Opus 131, em dó sustenido menor) e à sua gratificante execução pelo Brentano String Quartet, que estou ouvindo enquanto escrevo este post. Verei de novo!
Vou transcrever aqui parte da sinopse publicada na versão em blu-ray da Europa Filmes, que é melhor do que a postada no Filmow: "Quando o querido violoncelista de um renomado quarteto de cordas recebe um diagnóstico que muda sua vida, de repente o futuro do grupo fica por um fio: emoções reprimidas, egos competitivos e paixões incontroláveis ameaçam sabotar anos de amizade e colaboração. Quando eles estão prestes a tocar o concerto de seu aniversário de 25 anos, muito possivelmente o último, apenas seu vínculo profundo e o poder da música podem preservar seu legado."
Um reparo: este é mais um título fracamente traduzido para o português. O original é "A late quartet" ("Um último quarteto"), que diz respeito tanto ao argumento do filme quanto ao fato de ser esse quarteto a última composição de Beethoven — em algum momento entre agosto e dezembro de 1826. No filme, o quarteto também é uma espécie de personagem (o grupo se chama The Fugue Quartet em homenagem ao quarteto, cujo primeiro movimento é construído na forma de fuga) e é emblemático no repertório do grupo, além de ser de dificílima execução, pois é tocado sem parar do início ao fim nos seus quase 40 minutos de duração.
Versos de um Crime
3.6 666 Assista AgoraApesar de "clean" e ingênuo, um filme bonito. Aqui, o confronto de gerações que deu origem a esse mundo em que nasce a "New vision" acabou só alinhavado e o movimento fica parecendo uma deformação própria da juventude. Sabemos que não havia nenhum ser humano especial entre os fundadores da geração "beat", pelo menos nenhum mais especial do que qualquer um de nós. Mas, havia no ar daquela época (como hoje, novamente, penso) um fedor bolorento que precisava ser enfrentado — e foi isso que esses rapazes começaram a fazer. Alguns deles, como Allen Ginsberg, William Burroughs e Jack Kerouac, deixaram registros fundamentais que documentam o período e, porque eram apaixonados pela literatura, resultaram em obras de arte também.
De qualquer forma, obras de arte nunca são imparciais. Em seu primeiro longa, John Krokidas provavelmente não quis cutucar o leão com vara curta. Acabou realizando um filme, digamos assim, no estilo "bonitinho", fechando-o com aquelas explicações sobre o que aconteceu depois. Talvez tenha querido dar uma pitada de ironia, que não consegui captar. Eu detesto quando filmes "baseados em histórias reais" acabam resumindo em duas linhas o destino dos personagens após o desfecho da narrativa. Parece aquele escroto "e foram felizes para sempre" dos velhos contos de fada.
(Comentário apressado. É o tempo que tenho para participar da conversação aqui no Filmow.)
Zorba, o Grego
3.9 71 Assista AgoraNão tive a oportunidade de assistir a esse filme na tela grande. Vi há muitos anos, na TV, com aquela tosca justificação da imagem original (1.85:1) pela altura da tela ("fullscreen", 1.33:1), que corta as laterais da imagem.
Ontem, bem confortável, revi o filme na minha tela grande. Dá gosto a cinematografia de Walter Lassally, tão bem realizada em preto e branco. (Considerando que o primeiro uso de cor no cinema aconteceu em 1902, esta é uma opção estética importante.) Também são fascinantes a música de Teodorakis e as interpretações características dos anos 60.
O filme continua vivíssimo. Não parece ter sido feito ontem, pois já completou 50 anos, mas continua pulsante, respirando. Nascido de um monumento da literatura (Nikos Kazantzakis), tornou-se um monumento do cinema.
Zorba, o Grego
3.9 71 Assista AgoraSinopse horrível.
A Delicadeza do Amor
3.9 920 Assista AgoraFico me perguntando porque a versão brasileira teve de enfraquecer o título. Por que não "A delicadeza", como é no original? De qualquer modo, o filme é bem bonito!