Quando eu olhei para o tom de autoparódia que o "evento" foi assumindo, pensei comigo: "Choices. That was a choice." Se por um lado ganha pontos por não se levar a sério demais, por outro transmite uma imagem de algo fácil. Então o saldo final fica o vazio pelo vazio. Crítico? Talvez. Mas ainda vazio. Se nem todo final deveria caminhar para algo apoteótico, poderia, ao menos, terminar em algo melhor azeitado. Cansei de ver ele sendo preso com diferenças mínimas. Em todas elas, ironicamente, o nerd na tevê dizia que o jogo ficou incompleto. Pois é a mesma impressão que o filme passa quando simplesmente acaba. Só faltou alguém fantasiado de coelho e os diálogos cafonas para se tornar o novo Donnie Darko. Na verdade, só faltou o coelho mesmo. Se é que ele não aparece se você escolhe a outra marca de cereal.
Com o pano de fundo da discriminação contra mulheres trans, nos é contada a história mais antiga do mundo: a de que o homem é uma merda. Orlando é mais um entre tantos homens na crise da meia idade que larga esposa e filhos para se envolver com uma mulher mais jovem (cis ou trans). A frescor da relação com alguém com idade para ser sua filha faz com que ele se sinta jovem novamente, quase imortal. Ele não pensa que sua relação com Marina não seria aceita pela sua família ou pela sociedade, não pensa em lhe deixar respaldo judicial, mesmo convidando-a para morar em sua casa. Tudo que ele oferece à Marina são promessas, com o vale-viagem para as cataratas simboliza muito bem. Eis que o dom Juan morre, deixa a coitada com uma mão na frente e a outra atrás, tendo que enfrentar uma família que não tem tato nenhum para lidar com a situação (e qual teria, ainda que a nova namorada fosse uma mulher cis?) Orlando é o típico retrato do homem egoísta, que não mede os impactos de suas ações para as pessoas que estão]á sua volta, irresponsável até antes da morte (precisava ter tentado descer as escadas sozinho?) Marina tinha mais é que parar de romantizar essa relação de merda e virar a página.
Fazia tempo que eu não forçava meus olhos a assistirem a um show tão ruim. Um dia, Ryan Murphy estava entediado e sem muitas ideias de para onde levar sua série de terror antológica que já vinha patinando há anos. Desnorteado, ele pega seu notebook, entra no Tumblr e encontra milhões de referências ao casal Tate e Violet e às bruxas de Coven. "E se a gente juntasse isso tudo aí, a molecada ia ficar louca", pensa Murphy. Eis que surge Apocalipse. A temporada toda parece saída de uma fanfic ruim da internet: diálogos cheios de lacunas que Ryan preenche com as palavras "fuck" ou "bitch", em frases que os fãs vão adorar repetir para se sentirem a Emma Roberts; referências idiotas, saídas fáceis, e claro, muitas e muitas cenas do anticristo milenial de olhos azuis e cabelos sedosos. A Fox, desacreditada do projeto, cortou legal a verba do programa, o que deve explicar os efeitos especiais dignos das novelas bíblicas da Record. Ryan até tentou introduzir uma galeria de novos personagens à antologia, mas esqueceu deles lá pelas tantas, brincando com seus brinquedos antigos. E como sempre, o carnaval de breguice, que incluiu Iluminatis e Kathy Bates robô, só poderia terminar com o recurso mais velho do universo para dar cabo de uma história tão chinfrim. Se Jessica Lange aceitou voltar, foi para ver que a melhor coisa que fez foi abandonar este barco.
Credo, que nota baixa. Bom, acho uma idiotice querer comparar livro com filme. Adaptações são releituras, não transcrição na íntegra. Até porque, se fosse pra fazer exatamente como o livro, sem acrescentar nada, nem teria pra que existir. Pode não ser a maior jóia do cinema nacional, mas é um filme bem correto.
Os filmes do início da carreira de John Waters traziam em seu DNA uma transgressão normalizada pela diegese da própria história. Seu universo seguia regras próprias e sua existência era a própria contra cultura. Aqui, isso tudo parece parodiado. Há uma prepotência na voz no protagonista, um pretensionismo em transgredir que torna o resultado falso, inorgânico e infantil. É como se um fã de Waters dirigisse um filme de Waters. Falta a própria autoralidade do diretor neste trabalho.
Até a metade é um ótimo suspense, mas que não se sustenta por muito tempo, repleto de soluções frágeis e conveniências, até descambar em um romance adolescente bobo. Decepção.
Gente, só eu acho que o Todd deveria ter um show à parte? Ele não funciona mais dentro do arco central da série, seus plots mais parecem esquetes de alívio cômico, e nem sempre dão certo, vide plot dos palhaços dentistas da temporada anterior. Poderia ter saído da série depois que foi embora da casa do Bojack.
Resolvi revisitar esta que eu julguei a melhor temporada quando vi lá pelos meus 16 anos e foi extremamente interessante notar como meu olhar mudou completamente. Além do texto didático, com alguns gags colocados propositalmente para viralizarem, a narrativa é um enorme balaio de gato, fruto da prepotência dos criadores em quererem abraçar o mundo, esquecendo que seus braços são curtos. Isso sem falar na exposição sádica de violência contra a personagens Lana. Testemunhamos de estupro a cenas de violência psicológica incessantemente, sem que nada disso seja justificado pelo roteiro. Não é questão de eu ter estômago fraco, é de quem escreveu aquilo ter bom senso. A coisa descamba para o torture porn e o que menos importa é se ela vai sair vitoriosa dali. Daí no final colocam um discurso feminista na boca da Jéssica Lange, como quem diz: "vejam, expomos mulheres à toda sorte de violências mas somos radicalmente contra isso." Para, né? Há de se levar em conta as boas atuações e um ou outro momento inspirado, mas o saldo final é bastante constrangedor. Deveria ter deixado isso na adolescência.
Um longa que faz justiça ao significado de sequência. "Os Incríveis 2" retoma todas as questões deixadas por seu predecessor com grande sucesso, elucidando cada uma delas e fazendo com que os 2 filmes funcionem como 1 só. E não só em conectar as pontas soltas que o filme é eficiente: ele também corrige muitos erros do primeiro. Se neste a ação era um tanto irregular, e o senso de imediatismo da ameaça não era tão latente, aqui o equilíbrio entre ação e drama é irretocável. Há momentos para se empolgar e se emocinar na medida certa, sem falar, é claro, nos alívios cômicos muito bem vindos. Há também uma explosão de referências a outros gêneros e ao próprio universo de filmes de heróis, que podem fazer algumas soluções do enredo soarem pouco originais, mas está dentro da sua proposta de abraçar o próprio gênero sem vergonha de soar farsesco.
Filme horroroso. A atmosfera de terror é inexistente, o suspense é mal costurado e as ações não possuem sentido algum. O discurso moralista nos minutos finais é vergonhoso. Certamente está na lista dos piores filmes a que já tive o desprazer de assistir.
O roteiro mais parece uma desculpa para um espetáculo cênico muito à frente de seu tempo. Confesso que dei gostosas gargalhadas com seu humor involuntário, como as caras e bocas da robô Maria e sua dancinha sensual hahahaha.
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KA experiência é certamente divertida, mas bastante vazia.
Quando eu olhei para o tom de autoparódia que o "evento" foi assumindo, pensei comigo: "Choices. That was a choice." Se por um lado ganha pontos por não se levar a sério demais, por outro transmite uma imagem de algo fácil. Então o saldo final fica o vazio pelo vazio. Crítico? Talvez. Mas ainda vazio. Se nem todo final deveria caminhar para algo apoteótico, poderia, ao menos, terminar em algo melhor azeitado. Cansei de ver ele sendo preso com diferenças mínimas. Em todas elas, ironicamente, o nerd na tevê dizia que o jogo ficou incompleto. Pois é a mesma impressão que o filme passa quando simplesmente acaba. Só faltou alguém fantasiado de coelho e os diálogos cafonas para se tornar o novo Donnie Darko. Na verdade, só faltou o coelho mesmo. Se é que ele não aparece se você escolhe a outra marca de cereal.
O Grande Circo Místico
2.2 139Um filme frio, distante, sem emoção, e que tenta forçar que Mariana Ximenes tem 21 anos.
Uma Mulher Fantástica
4.1 422 Assista AgoraCom o pano de fundo da discriminação contra mulheres trans, nos é contada a história mais antiga do mundo: a de que o homem é uma merda.
Orlando é mais um entre tantos homens na crise da meia idade que larga esposa e filhos para se envolver com uma mulher mais jovem (cis ou trans). A frescor da relação com alguém com idade para ser sua filha faz com que ele se sinta jovem novamente, quase imortal. Ele não pensa que sua relação com Marina não seria aceita pela sua família ou pela sociedade, não pensa em lhe deixar respaldo judicial, mesmo convidando-a para morar em sua casa. Tudo que ele oferece à Marina são promessas, com o vale-viagem para as cataratas simboliza muito bem. Eis que o dom Juan morre, deixa a coitada com uma mão na frente e a outra atrás, tendo que enfrentar uma família que não tem tato nenhum para lidar com a situação (e qual teria, ainda que a nova namorada fosse uma mulher cis?) Orlando é o típico retrato do homem egoísta, que não mede os impactos de suas ações para as pessoas que estão]á sua volta, irresponsável até antes da morte (precisava ter tentado descer as escadas sozinho?)
Marina tinha mais é que parar de romantizar essa relação de merda e virar a página.
American Horror Story: Apocalypse (8ª Temporada)
3.5 511Fazia tempo que eu não forçava meus olhos a assistirem a um show tão ruim.
Um dia, Ryan Murphy estava entediado e sem muitas ideias de para onde levar sua série de terror antológica que já vinha patinando há anos. Desnorteado, ele pega seu notebook, entra no Tumblr e encontra milhões de referências ao casal Tate e Violet e às bruxas de Coven. "E se a gente juntasse isso tudo aí, a molecada ia ficar louca", pensa Murphy. Eis que surge Apocalipse. A temporada toda parece saída de uma fanfic ruim da internet: diálogos cheios de lacunas que Ryan preenche com as palavras "fuck" ou "bitch", em frases que os fãs vão adorar repetir para se sentirem a Emma Roberts; referências idiotas, saídas fáceis, e claro, muitas e muitas cenas do anticristo milenial de olhos azuis e cabelos sedosos. A Fox, desacreditada do projeto, cortou legal a verba do programa, o que deve explicar os efeitos especiais dignos das novelas bíblicas da Record. Ryan até tentou introduzir uma galeria de novos personagens à antologia, mas esqueceu deles lá pelas tantas, brincando com seus brinquedos antigos. E como sempre, o carnaval de breguice, que incluiu Iluminatis e Kathy Bates robô, só poderia terminar com o recurso mais velho do universo para dar cabo de uma história tão chinfrim. Se Jessica Lange aceitou voltar, foi para ver que a melhor coisa que fez foi abandonar este barco.
Feliz Ano Velho
2.8 58Credo, que nota baixa.
Bom, acho uma idiotice querer comparar livro com filme. Adaptações são releituras, não transcrição na íntegra. Até porque, se fosse pra fazer exatamente como o livro, sem acrescentar nada, nem teria pra que existir. Pode não ser a maior jóia do cinema nacional, mas é um filme bem correto.
Morte ao Vivo
3.8 209 Assista AgoraSe a Ângela não quisesse mamar o padrãozinho, dava pro filme ser um curta. infelizmente o vício em macho é uma merda.
Cecil Bem Demente
3.8 91Os filmes do início da carreira de John Waters traziam em seu DNA uma transgressão normalizada pela diegese da própria história. Seu universo seguia regras próprias e sua existência era a própria contra cultura. Aqui, isso tudo parece parodiado. Há uma prepotência na voz no protagonista, um pretensionismo em transgredir que torna o resultado falso, inorgânico e infantil. É como se um fã de Waters dirigisse um filme de Waters. Falta a própria autoralidade do diretor neste trabalho.
O Inquilino
4.0 292Não tem um ritmo tão legal quanto Rosemary's Baby, sendo a primeira hora bem arrastada, mas depois que deslancha, uau!
Assalto à 13ª DP
3.7 83A Noite dos Mortos Vivos versão policial
A Menina do Outro Lado da Rua
3.8 162Até a metade é um ótimo suspense, mas que não se sustenta por muito tempo, repleto de soluções frágeis e conveniências, até descambar em um romance adolescente bobo. Decepção.
BoJack Horseman (5ª Temporada)
4.5 193 Assista AgoraGente, só eu acho que o Todd deveria ter um show à parte? Ele não funciona mais dentro do arco central da série, seus plots mais parecem esquetes de alívio cômico, e nem sempre dão certo, vide plot dos palhaços dentistas da temporada anterior. Poderia ter saído da série depois que foi embora da casa do Bojack.
Sintomas
3.3 15Um saco grande cheio de merda
Jules e Jim - Uma Mulher Para Dois
4.1 335 Assista AgoraPrimeiro Truffaut que não me desce. "As Duas Inglesas e o Amor" é infinitamente superior.
American Horror Story: Asylum (2ª Temporada)
4.3 2,7KResolvi revisitar esta que eu julguei a melhor temporada quando vi lá pelos meus 16 anos e foi extremamente interessante notar como meu olhar mudou completamente.
Além do texto didático, com alguns gags colocados propositalmente para viralizarem, a narrativa é um enorme balaio de gato, fruto da prepotência dos criadores em quererem abraçar o mundo, esquecendo que seus braços são curtos.
Isso sem falar na exposição sádica de violência contra a personagens Lana. Testemunhamos de estupro a cenas de violência psicológica incessantemente, sem que nada disso seja justificado pelo roteiro. Não é questão de eu ter estômago fraco, é de quem escreveu aquilo ter bom senso. A coisa descamba para o torture porn e o que menos importa é se ela vai sair vitoriosa dali. Daí no final colocam um discurso feminista na boca da Jéssica Lange, como quem diz: "vejam, expomos mulheres à toda sorte de violências mas somos radicalmente contra isso." Para, né?
Há de se levar em conta as boas atuações e um ou outro momento inspirado, mas o saldo final é bastante constrangedor. Deveria ter deixado isso na adolescência.
Pacto Sinistro
4.1 293 Assista AgoraO filme que inspirou a frase "o carrossel nunca para de girar".
Acampamento Sinistro
3.3 388Que linda a Bernardete.
Os Incríveis 2
4.1 1,4K Assista AgoraUm longa que faz justiça ao significado de sequência. "Os Incríveis 2" retoma todas as questões deixadas por seu predecessor com grande sucesso, elucidando cada uma delas e fazendo com que os 2 filmes funcionem como 1 só.
E não só em conectar as pontas soltas que o filme é eficiente: ele também corrige muitos erros do primeiro. Se neste a ação era um tanto irregular, e o senso de imediatismo da ameaça não era tão latente, aqui o equilíbrio entre ação e drama é irretocável. Há momentos para se empolgar e se emocinar na medida certa, sem falar, é claro, nos alívios cômicos muito bem vindos.
Há também uma explosão de referências a outros gêneros e ao próprio universo de filmes de heróis, que podem fazer algumas soluções do enredo soarem pouco originais, mas está dentro da sua proposta de abraçar o próprio gênero sem vergonha de soar farsesco.
Os Deuses Malditos
4.2 33Que família equilibrada
Amarcord
4.2 177 Assista AgoraSe o Guido de "Oito e Meio" conseguiu fazer um filme honesto e sem mentiras, este filme é "Amarcord".
Sangue de Pantera
3.7 100Que linda a Juma Marruá neste filme
Atirem no Pianista
3.7 52 Assista AgoraNão fosse aquele final atropelado, seria uma obra-prima irretocável.
A Sétima Vítima
3.3 36Filme horroroso. A atmosfera de terror é inexistente, o suspense é mal costurado e as ações não possuem sentido algum. O discurso moralista nos minutos finais é vergonhoso. Certamente está na lista dos piores filmes a que já tive o desprazer de assistir.
Metrópolis
4.4 631 Assista AgoraO roteiro mais parece uma desculpa para um espetáculo cênico muito à frente de seu tempo. Confesso que dei gostosas gargalhadas com seu humor involuntário, como as caras e bocas da robô Maria e sua dancinha sensual hahahaha.
La Pointe Courte
3.8 34 Assista AgoraUm dos filmes que me faz ter certeza que a vida deveria ser em preto e branco.