Particularmente gostei muito do filme, mas sinto que ele foi insuficiente para o potencial que possuía. Ele começa ajudando aos "esquecidos" relembrarem o motivo de sempre se repetir que temos uma dívida histórica com os negros nesse país. São cenas construídas para instigar o sentimento de revolta do espectador, ou, pelo menos, daqueles conscientes.
Porém, a partir da fase adulta de Luiz Gama, sinto que o filme ganhou contornos centralizadores, restringindo a trama exclusivamente ao julgamento. Ao final fiquei com a sensação de ter assistido ao belo episódio piloto de série para TV, o que de fato seria muito válido.
Como filme, acho que Doutor Gama explora pouco o potencial e a trajetória de luta dessa importante figura histórica, que facilmente poderia se estender em um conteúdo mais elaborado, dramatizando outros feitos de Luiz Gama.
Confesso que esperava um filme mais idiota, mas acabei me surpreendendo em diversos aspectos. A produção levanta diversas questões que rondam o universo LGBTQIA+, como a rejeição familiar, traição, relações poligâmicas e bissexualidade. No entanto, o roteiro assinado por Stella Miranda, Luís Salém e Rafael Campos Rocha apenas expõe essas temáticas, sem efetivamente se preocupar em desenvolvê-las de forma adequada.
Dessa forma, o foco aqui é entreter através do humor, utilizando como escada as temáticas de inclusão e representatividade, o que soa um tanto datado para 2021. Porém, quem decidir assistir ao filme com o "modo militante" desligado, irá soltar boas risadas, especialmente em algumas cenas de Zé Victor Castiel, que interpreta Antônio, o pai gaúcho-machão-homofóbico e Nany People, no papel de Lana. Marcos Breda também tem alguns bons momentos em cena, com seu Salvador.
A escolha da dupla Daniel Rocha e Felipe Abib para o casal Mário e Fernando não rendeu bons frutos, pois a química entre os atores em cena era inexistente. A cena em que Mário se encontra com o irmão Vicente (Rômulo Arantes Neto) na cervejaria rendeu uma troca de cumplicidade e tensão sexual muito mais intensa do que qq cena do casal juntos, o que permite gerar uma falta de identidade e empatia por Fernando ao longo do filme, diante das situações que surgem em seguida.
As cenas entre Ana (Letícia Lima) e Mário também rendem uma evidente química, mas ao mesmo tempo coloca a personagem, introduzida como uma feminista, numa posição um tanto constrangedora, passando a impressão de que a mesma é basicamente uma "Maria Purpurina", já que a natureza do triângulo amoroso não foi explorada e finalizada na produção de forma extremamente despreocupada e fantasiosa.
No entanto, um elemento que reparei ter sido bastante criticado por outras pessoas aqui, me pareceu uma ótima sacada crítica do filme: a cerveja rosa. Na minha perspectiva, o lançamento desse produto por uma cervejaria visando nada além do lucro (com mal disfarçada representação) vai de encontro a constante crítica da comunidade LGBTQIA+ sobre o conveniente comportamento comercial de algumas marcas, que se engajam pontualmente diante da causa, visando evidentemente lucrar com o chamado "Pink Money". Associei imediatamente o termo ao produto fictício lançado, uma cerveja Rosa, produzida por uma cervejaria cujo proprietário é um homem machista e homofóbico.
Finalmente revi esse filme, quase 20 anos depois de tê-lo assistido pela primeira vez e confesso que não me lembrava o quanto ele era bom, pois na minha memória só tinha registrado bons momentos de diversão. Porém hoje tenho a percepção do quanto Legalmente Loira se mostrou a frente de seu tempo, ao transcender o clichê da "loira burra" em uma jornada de amadurecimento e crescimento psicossocial da protagonista Elle, que ao longo da trama se torna mais confiante, empoderada e, por extensão, deixa de ser subestimada por todos que a cercam, além de se esquivar do tradicional arquétipo de dependência de uma figura masculina para alcançar seus objetivos.
Esse é aquele tipo de filme para vc sentar, assistir e relaxar sem se preocupar com nada além do que ele tem a oferecer: diversão escapista; pq se vc parar para analisar enredo, roteiro e diálogos dos personagens, ferrou haha. Garotos Perdidos só cresce mesmo no conceito do espectador que já o tem na memória afetiva, pois uma produção como essa, realizada nos dias de hoje, receberia uma enxurrada de comentários raivosos e decepcionados.
Levei anos para ver esse filme (que sempre me pareceu particularmente desinteressante), mas com a sua disponibilização no catálogo do Globoplay, decidi dar uma oportunidade e e agora, finalmente já posso acrescentá-lo a longa lista de filmes do Cacá Diegues que assisti e que não passam de um mediano ou, com muita boa vontade, uma produção bem Ok. Porém, acredito que dentre todos os que já vi do diretor, esse sem dúvida se mostrou o pior. O roteiro é péssimo, cercado de situações supostamente cômicas (que se mostram na verdade cansativas) e que só serve pra gente sentir ranço desse Deus retratado como egoísta, ranzinza e um tanto egocêntrico.
A impressão que tive é de que o filme nadou, nadou e não chegou a lugar nenhum, nem pra morrer na praia. Parece não haver qq propósito na proposta da produção, pois sequer como recorte do cotidiano ele pode ser considerado um exemplo. É um grande desperdício de talentos, reunidos em um filme enfadonho, mal escrito, mal dirigido e sem inspiração alguma.
Nomadland é uma produção que definitivamente dividiu minha opinião. Por um lado, achei a imersão melancólica e proposta de misturar personagens reais e ficção numa narrativa que por vários momentos se confunde com um documentário algo bem interessante e o ponto alto do filme. No entanto, ao mesmo tempo, considerei a perspectiva de Nomadland um tanto problemática, deixando a impressão de que ser nômade contemporâneo é uma escolha ou filosofia de vida, quando na realidade, há uma considerável quantidade de pessoas que, assim como a protagonista, vivem nas estradas e vagando por empregos temporários por não ter outra alternativa.
Considerando que Nomadland faz bem o estilo de filmes que curto, poderia ter gostado mais dele. Talvez tenha faltado certa identidade com a temática representada, o que não permitiu que eu criasse laços com essa história, um tanto distante do contexto social brasileiro, por exemplo. De toda forma, não era para mim, o melhor filme disputando a categoria, mas o Oscar tem dessas coisas, nem sempre o vencedor realmente representa sequer o melhor dentre os indicados.
Mank é aquele tipo de filme que irá agradar em cheio cinéfilos apaixonados pela era de outro de Hollywood. É uma produção essencialmente referencial e estruturada em clara alusão ao filme que é objeto de seu enredo: Cidadão Kane. Aliás, quem nunca assistiu ao maior clássico da carreira de Orson Wells, definitivamente não entenderá vários nada.
Por extensão, não é um filme indicado para essa galera que não aprecia o conteúdo produzido na era de ouro de Hollywood. Não há nada de lento, cansativo ou errado com com Mank, pelo contrário, é ótimo, mas essa é uma percepção que somente será alcançada por quem entende e aprecia essa fase do cinema norte-americano.
Quando assisti a esse filme na adolescência, na primeira vez em que foi transmitido na TV aberta, pela Record, achei sinceramente, um grande porre, uma produção lenta e arrastada, cujas lembranças apaguei totalmente da mente ao longo dos anos, restando apenas aquela vaga sensação de que não havia gostado nem um pouco do que vi.
Hoje, ao rever, percebo que existem filmes para certos momentos e níveis de maturidade na nossa vida. É justamente o caso de O Paciente Inglês, pois minha opinião sobre ele definitivamente, mudou da água para o vinho! Apreciei bastante a forma lenta com a história se desenvolve e se revela nesse filme. As tomadas no deserto são exuberantes e o pano de fundo de Guerra proporciona alguns dos momentos de maior tensão da trama. Em suma, a longa duração do filme é compensada por muitos elementos que hoje, me são bastante atrativos em uma produção dramática.
Na primeira vez que assisti achei esse filme um xarope. Até que revendo não é tão ruim, é só mediano e ligeiramente entediante, mas dá pro gasto. Acho o primeiro mais divertido.
A proposta do filme é interessante, mas particularmente mal executada e cercada de exageros. A ideia de mostrar a trajetória de empoderamento e redescoberta de identidade da protagonista se perde em meio ao roteiro confuso e lotado cenas de um humor cafona, pastelão e evidentemente fora do tom. A atuação forçada e exageradamente pautada no humor físico de Suzana Pires completa o conjunto desse filme fraco e esquecível.
Esse é um daqueles casos em que a sequência supera o original. Mad Max 2 tem mais substância e um roteiro bem elaborado, trazendo motivações tangíveis para o enredo. O cenário desértico pós-apocalíptico e a disputa pelo petróleo enriquecem a proposta da franquia, além de trazer um perfeito Max anti-heroico, que apenas vimos moldado na produção de 1979. As sequências de ação, em especial, a espetacular perseguição final, são o complemento que tornam esse filme um dos mais importantes de seu gênero.
Revendo e novamente a impressão que tenho é de que esse filme de 1979 é o mais fraco da trilogia original. As cenas de ação são, indiscutivelmente, excepcionais (considerando o ano de produção), mas as atitudes estúpidas de alguns personagens enfraquecem a proposta. Há, logicamente, uma intensa atmosfera nonsense na produção, mas que não justifica as incoerências do roteiro. As sequências o superam facilmente.
Tinha tudo para ser um musical quadradão e conservador, afinal, estamos falando de uma história ambientada na zona rural norte-americana no início do século XX. Porém a história surpreende ao destacar mulheres empoderadas, que ditam as regras e botam os homens nos eixos. Ainda que o enredo não fuja do clichezão romântico cuja conclusão já podemos vislumbrar desde as primeiras cenas, Oklahorma! possui elementos que o distinguem e o tornam bem acima da média de outras produções do gênero. Vale a pena conferir.
O roteiro parece ser inexistente. A sucessão de absurdos desafia a inteligência do espectador. Madonna é um desastre atuando. Sim, percebo tudo isso, mas a real é que, mesmo sendo um filme completamente surreal, é divertidíssimo vê-lo e revê-lo.
Se o espectador se esforçar bem, será possível notar na produção uma tentativa torta e bastante questionável, de conscientizar sobre o respeito a comunidade LGBT. Mas na real, à bem grosso modo, esse é aquele típico filme que estereotipa gays, transformando-os em uma espécie de atração de circo para hétero dar risada. Se resta alguma dúvida disso nos primeiros minutos de filme, o objetivo de agradar ao público heterossexual fica mais evidente com a chegada da "equipe sueca de bronzeamento", que se resume a um grupo de mulheres que não aparecem em uma cena sequer sem terem seus corpos objetificados, estímulo a mais para sustentar a atenção do "hétero-topzera", entre gargalhadas e ereções.
Mas é aquilo, dando uma desligada no "modo militante" e encarando esse filme como uma comediazinha despretensiosa, é até possível dar risadas em algumas das inúmeras situações ridículas e repetitivas que vemos surgir a cada cena. Potencialmente divertido para pessoas com Qi de ameba em coma.
É aquele besteirol que dá gosto de assistir. Molly Shannon está excepcional no papel de Mary Katherine Gallagher, saudosa personagem de uma das melhores fases do Saturday Night Live, entre 1995 e 2001. Sensacional!
Essa é aquela continuação desnecessária, sem graça, apelativa e totalmente sem sentido que a gente só assiste pela personagem principal e sua respectiva intérprete. O filme é uma homenagem à Vincent Price e seu clássico "A Casa dos Maus Espíritos", que ganha uma versão (supostamente) bem humorada e exagerada, com Elvira à frente do protagonismo. O conjunto da obra é uma bela porcaria que nem chega a ser uma sombra do primeiro filme (tosco tb, mas ao menos é divertido de verdade).
Pecados íntimos é um daquelas pérolas que muitas vezes, com sorte, descobrimos ao acaso. O enredo é uma evidente crítica à classe média conservadora norte-americana, confrontada e exposta através de suas pequenas hipocrisias e julgamentos vazios.
Sarah e Brad ocupam posição central na história, mas personagens periféricos, como Larry, May e, principalmente, Ronnie, exercem um papel importante nessa exposição de contradições. Ronnie, aliás, é o personagem que mais chama a atenção nesse filme. Hostilizado e perseguido pela comunidade, ele, ironicamente, é o único que possui real consciência de si. Sua atitude, no final do filme, reflete justamente isso, ao mesmo tempo em que expõe com maior clareza o quão imaturos e até ingênuos (como "criancinhas" do título original) são os demais personagens, fechados em suas frágeis concepções.
Brad só queria se sentir notado e jovem novamente, algo que fica bem explícito naquele ritual de passar noite após noite observando os jovens em suas acrobacias de Skate e na constante negação de assumir responsabilidades. Por falta de quem o notasse, a iludida Sarah serviu ao propósito. Enxerguei o rompante dele, a ideia de fugir (fugir de quê, afinal não eram dois adolescentes, mas sim adultos que poderiam facilmente se divorciar, certo?) a realização de uma grande aventura que o fizesse se sentir vivo, facilmente substituída pela desastrosa investida no skate. Ali ele se satisfez. Sarah, estúpida, foi só usada. Se tivessem concretizado o plano, ele certamente a teria largado em pouco tempo.
Com atuações marcantes de Kate Winslet e Jackie Earle Haley, esse é um daqueles filmaços ideais para espectadores que buscam por dramas psicológicos sobre comportamento social, que provocam e instigam a reflexão.
Apesar de propor uma interessante metáfora existencial, sinto que falta alguma essência ou tempero à esse filme. Encontramos ótimas atuações e um roteiro fora da caixinha que proporciona uma experiência cinematográfica um pouco fora da curva, mas que me pareceu ser um pouco mais pretensioso do que efetivamente consegue entregar como resultado final.
História bonita e clichê. Lá pela metade já dá pra sacar o lance todo, o que afasta qualquer resquício de ansiedade sobre os destinos dos personagens. Porém, é um filme desenvolvido com certa habilidade e inegável sensibilidade. Ideal para curtir, de forma despretensiosa.
Uma comédia romântica, carregada do tradicional humor britânico. Para quem está mais acostumado com o estilo de humor do cinema norte-americano, provavelmente achará boa parte do filme entediante, mas para mim, que tenho apreço por esse estilo inglês, foi diversão garantida.
Logicamente não é uma obra prima para ser analisada com visão criteriosa. É uma produção cuja única pretensão é entreter o espectador, o que particularmente, no meu caso, funcionou muito bem. Duas horas bem gastas na frente da TV!
Sinceramente, achei o filme até bacana, mas não me conquistou. Que fique claro, não é um problema da produção em si, mas sim o fato de que histórias sobre a máfia não costumam chamar minha atenção. Nem mesmo a reverenciada trilogia O Poderoso Chefão escapa da minha indiferença. Ciente disso, seria uma tremenda hipocrisia falar que o filme é superestimado ou enfadonho, quando na real, o tipo de história que ele propõe não faz o meu perfil enquanto cinéfilo.
Mas, colocando isso de lado, preciso destacar que as atuações são espetaculares, especialmente Leonardo DiCaprio, que mais uma vez mergulha de cabeça no papel e expõe sua versatilidade como ator. Mark Wahlberg também chama atenção por seu Dignam e Matt Damon está igualmente impecável. Vera Farmiga, ainda que pouco aproveitada na história, cresce em cada oportunidade em cena. E bem, Jack Nicholson, é Jack Nicholson.
O final é a cereja do bolo, pois impacta e surpreende. As sequências de mortes foram construídas de forma bem crua, sem qualquer preparação para o espectador, gerando um belo impacto em tela. A metáfora da ultima cena, tão criticada por alguns, acho que é uma bela assinatura para o conceito realista sobre a criminalidade, que o filme afinal propõe.
Rapaz... que filme alucinado! É indiscutivelmente um excelente filme de ação, repleto de cenas violência e bala comendo para todo lado. É insano! Paul Walker entrega uma das suas mais intensas atuações. Sinceramente, não havia desconfiado nem por um segundo da revelação que surge na reta final. Senti, entretanto, que a velocidade com que o primeiro ato é desenvolvido deixou parte da produção um tanto confusa, mas nada que afete efetivamente a compreensão do filme por um todo. Recomendo para quem curte muita violência gratuita!
Doutor Gama
3.6 53 Assista AgoraParticularmente gostei muito do filme, mas sinto que ele foi insuficiente para o potencial que possuía. Ele começa ajudando aos "esquecidos" relembrarem o motivo de sempre se repetir que temos uma dívida histórica com os negros nesse país. São cenas construídas para instigar o sentimento de revolta do espectador, ou, pelo menos, daqueles conscientes.
Porém, a partir da fase adulta de Luiz Gama, sinto que o filme ganhou contornos centralizadores, restringindo a trama exclusivamente ao julgamento. Ao final fiquei com a sensação de ter assistido ao belo episódio piloto de série para TV, o que de fato seria muito válido.
Como filme, acho que Doutor Gama explora pouco o potencial e a trajetória de luta dessa importante figura histórica, que facilmente poderia se estender em um conteúdo mais elaborado, dramatizando outros feitos de Luiz Gama.
Quem Vai Ficar Com Mário?
2.6 135 Assista AgoraConfesso que esperava um filme mais idiota, mas acabei me surpreendendo em diversos aspectos. A produção levanta diversas questões que rondam o universo LGBTQIA+, como a rejeição familiar, traição, relações poligâmicas e bissexualidade. No entanto, o roteiro assinado por Stella Miranda, Luís Salém e Rafael Campos Rocha apenas expõe essas temáticas, sem efetivamente se preocupar em desenvolvê-las de forma adequada.
Dessa forma, o foco aqui é entreter através do humor, utilizando como escada as temáticas de inclusão e representatividade, o que soa um tanto datado para 2021. Porém, quem decidir assistir ao filme com o "modo militante" desligado, irá soltar boas risadas, especialmente em algumas cenas de Zé Victor Castiel, que interpreta Antônio, o pai gaúcho-machão-homofóbico e Nany People, no papel de Lana. Marcos Breda também tem alguns bons momentos em cena, com seu Salvador.
A escolha da dupla Daniel Rocha e Felipe Abib para o casal Mário e Fernando não rendeu bons frutos, pois a química entre os atores em cena era inexistente. A cena em que Mário se encontra com o irmão Vicente (Rômulo Arantes Neto) na cervejaria rendeu uma troca de cumplicidade e tensão sexual muito mais intensa do que qq cena do casal juntos, o que permite gerar uma falta de identidade e empatia por Fernando ao longo do filme, diante das situações que surgem em seguida.
As cenas entre Ana (Letícia Lima) e Mário também rendem uma evidente química, mas ao mesmo tempo coloca a personagem, introduzida como uma feminista, numa posição um tanto constrangedora, passando a impressão de que a mesma é basicamente uma "Maria Purpurina", já que a natureza do triângulo amoroso não foi explorada e finalizada na produção de forma extremamente despreocupada e fantasiosa.
No entanto, um elemento que reparei ter sido bastante criticado por outras pessoas aqui, me pareceu uma ótima sacada crítica do filme: a cerveja rosa. Na minha perspectiva, o lançamento desse produto por uma cervejaria visando nada além do lucro (com mal disfarçada representação) vai de encontro a constante crítica da comunidade LGBTQIA+ sobre o conveniente comportamento comercial de algumas marcas, que se engajam pontualmente diante da causa, visando evidentemente lucrar com o chamado "Pink Money". Associei imediatamente o termo ao produto fictício lançado, uma cerveja Rosa, produzida por uma cervejaria cujo proprietário é um homem machista e homofóbico.
Legalmente Loira
3.1 757 Assista AgoraFinalmente revi esse filme, quase 20 anos depois de tê-lo assistido pela primeira vez e confesso que não me lembrava o quanto ele era bom, pois na minha memória só tinha registrado bons momentos de diversão. Porém hoje tenho a percepção do quanto Legalmente Loira se mostrou a frente de seu tempo, ao transcender o clichê da "loira burra" em uma jornada de amadurecimento e crescimento psicossocial da protagonista Elle, que ao longo da trama se torna mais confiante, empoderada e, por extensão, deixa de ser subestimada por todos que a cercam, além de se esquivar do tradicional arquétipo de dependência de uma figura masculina para alcançar seus objetivos.
Os Garotos Perdidos
3.8 708 Assista AgoraEsse é aquele tipo de filme para vc sentar, assistir e relaxar sem se preocupar com nada além do que ele tem a oferecer: diversão escapista; pq se vc parar para analisar enredo, roteiro e diálogos dos personagens, ferrou haha. Garotos Perdidos só cresce mesmo no conceito do espectador que já o tem na memória afetiva, pois uma produção como essa, realizada nos dias de hoje, receberia uma enxurrada de comentários raivosos e decepcionados.
Deus É Brasileiro
3.0 336 Assista AgoraLevei anos para ver esse filme (que sempre me pareceu particularmente desinteressante), mas com a sua disponibilização no catálogo do Globoplay, decidi dar uma oportunidade e e agora, finalmente já posso acrescentá-lo a longa lista de filmes do Cacá Diegues que assisti e que não passam de um mediano ou, com muita boa vontade, uma produção bem Ok. Porém, acredito que dentre todos os que já vi do diretor, esse sem dúvida se mostrou o pior. O roteiro é péssimo, cercado de situações supostamente cômicas (que se mostram na verdade cansativas) e que só serve pra gente sentir ranço desse Deus retratado como egoísta, ranzinza e um tanto egocêntrico.
A impressão que tive é de que o filme nadou, nadou e não chegou a lugar nenhum, nem pra morrer na praia. Parece não haver qq propósito na proposta da produção, pois sequer como recorte do cotidiano ele pode ser considerado um exemplo. É um grande desperdício de talentos, reunidos em um filme enfadonho, mal escrito, mal dirigido e sem inspiração alguma.
Nomadland
3.9 895 Assista AgoraNomadland é uma produção que definitivamente dividiu minha opinião. Por um lado, achei a imersão melancólica e proposta de misturar personagens reais e ficção numa narrativa que por vários momentos se confunde com um documentário algo bem interessante e o ponto alto do filme. No entanto, ao mesmo tempo, considerei a perspectiva de Nomadland um tanto problemática, deixando a impressão de que ser nômade contemporâneo é uma escolha ou filosofia de vida, quando na realidade, há uma considerável quantidade de pessoas que, assim como a protagonista, vivem nas estradas e vagando por empregos temporários por não ter outra alternativa.
Considerando que Nomadland faz bem o estilo de filmes que curto, poderia ter gostado mais dele. Talvez tenha faltado certa identidade com a temática representada, o que não permitiu que eu criasse laços com essa história, um tanto distante do contexto social brasileiro, por exemplo. De toda forma, não era para mim, o melhor filme disputando a categoria, mas o Oscar tem dessas coisas, nem sempre o vencedor realmente representa sequer o melhor dentre os indicados.
Mank
3.2 462 Assista AgoraMank é aquele tipo de filme que irá agradar em cheio cinéfilos apaixonados pela era de outro de Hollywood. É uma produção essencialmente referencial e estruturada em clara alusão ao filme que é objeto de seu enredo: Cidadão Kane. Aliás, quem nunca assistiu ao maior clássico da carreira de Orson Wells, definitivamente não entenderá vários nada.
Por extensão, não é um filme indicado para essa galera que não aprecia o conteúdo produzido na era de ouro de Hollywood. Não há nada de lento, cansativo ou errado com com Mank, pelo contrário, é ótimo, mas essa é uma percepção que somente será alcançada por quem entende e aprecia essa fase do cinema norte-americano.
O Paciente Inglês
3.7 459 Assista AgoraQuando assisti a esse filme na adolescência, na primeira vez em que foi transmitido na TV aberta, pela Record, achei sinceramente, um grande porre, uma produção lenta e arrastada, cujas lembranças apaguei totalmente da mente ao longo dos anos, restando apenas aquela vaga sensação de que não havia gostado nem um pouco do que vi.
Hoje, ao rever, percebo que existem filmes para certos momentos e níveis de maturidade na nossa vida. É justamente o caso de O Paciente Inglês, pois minha opinião sobre ele definitivamente, mudou da água para o vinho! Apreciei bastante a forma lenta com a história se desenvolve e se revela nesse filme. As tomadas no deserto são exuberantes e o pano de fundo de Guerra proporciona alguns dos momentos de maior tensão da trama. Em suma, a longa duração do filme é compensada por muitos elementos que hoje, me são bastante atrativos em uma produção dramática.
A Saga Crepúsculo: Lua Nova
2.6 2,6K Assista AgoraNa primeira vez que assisti achei esse filme um xarope. Até que revendo não é tão ruim, é só mediano e ligeiramente entediante, mas dá pro gasto. Acho o primeiro mais divertido.
De Perto Ela Não É Normal
1.9 22 Assista AgoraA proposta do filme é interessante, mas particularmente mal executada e cercada de exageros. A ideia de mostrar a trajetória de empoderamento e redescoberta de identidade da protagonista se perde em meio ao roteiro confuso e lotado cenas de um humor cafona, pastelão e evidentemente fora do tom. A atuação forçada e exageradamente pautada no humor físico de Suzana Pires completa o conjunto desse filme fraco e esquecível.
Mad Max 2: A Caçada Continua
3.8 476 Assista AgoraEsse é um daqueles casos em que a sequência supera o original. Mad Max 2 tem mais substância e um roteiro bem elaborado, trazendo motivações tangíveis para o enredo. O cenário desértico pós-apocalíptico e a disputa pelo petróleo enriquecem a proposta da franquia, além de trazer um perfeito Max anti-heroico, que apenas vimos moldado na produção de 1979. As sequências de ação, em especial, a espetacular perseguição final, são o complemento que tornam esse filme um dos mais importantes de seu gênero.
Mad Max
3.6 724 Assista AgoraRevendo e novamente a impressão que tenho é de que esse filme de 1979 é o mais fraco da trilogia original. As cenas de ação são, indiscutivelmente, excepcionais (considerando o ano de produção), mas as atitudes estúpidas de alguns personagens enfraquecem a proposta. Há, logicamente, uma intensa atmosfera nonsense na produção, mas que não justifica as incoerências do roteiro. As sequências o superam facilmente.
Oklahoma!
3.4 17Tinha tudo para ser um musical quadradão e conservador, afinal, estamos falando de uma história ambientada na zona rural norte-americana no início do século XX. Porém a história surpreende ao destacar mulheres empoderadas, que ditam as regras e botam os homens nos eixos.
Ainda que o enredo não fuja do clichezão romântico cuja conclusão já podemos vislumbrar desde as primeiras cenas, Oklahorma! possui elementos que o distinguem e o tornam bem acima da média de outras produções do gênero. Vale a pena conferir.
Abracadabra
3.6 1,1K Assista AgoraJá é uma tradição do Dia das Bruxas: rever Abracadabra. Não importa quanto tempo passe, esse filme continua sendo incrivelmente divertido.
Quem é Essa Garota?
3.0 193 Assista AgoraO roteiro parece ser inexistente. A sucessão de absurdos desafia a inteligência do espectador. Madonna é um desastre atuando. Sim, percebo tudo isso, mas a real é que, mesmo sendo um filme completamente surreal, é divertidíssimo vê-lo e revê-lo.
Cruzeiro das Loucas
2.7 446Se o espectador se esforçar bem, será possível notar na produção uma tentativa torta e bastante questionável, de conscientizar sobre o respeito a comunidade LGBT. Mas na real, à bem grosso modo, esse é aquele típico filme que estereotipa gays, transformando-os em uma espécie de atração de circo para hétero dar risada. Se resta alguma dúvida disso nos primeiros minutos de filme, o objetivo de agradar ao público heterossexual fica mais evidente com a chegada da "equipe sueca de bronzeamento", que se resume a um grupo de mulheres que não aparecem em uma cena sequer sem terem seus corpos objetificados, estímulo a mais para sustentar a atenção do "hétero-topzera", entre gargalhadas e ereções.
Mas é aquilo, dando uma desligada no "modo militante" e encarando esse filme como uma comediazinha despretensiosa, é até possível dar risadas em algumas das inúmeras situações ridículas e repetitivas que vemos surgir a cada cena. Potencialmente divertido para pessoas com Qi de ameba em coma.
Superstar - Despenca Uma Estrela
3.1 117É aquele besteirol que dá gosto de assistir. Molly Shannon está excepcional no papel de Mary Katherine Gallagher, saudosa personagem de uma das melhores fases do Saturday Night Live, entre 1995 e 2001. Sensacional!
As Loucas Aventuras de Elvira
3.0 138 Assista AgoraEssa é aquela continuação desnecessária, sem graça, apelativa e totalmente sem sentido que a gente só assiste pela personagem principal e sua respectiva intérprete. O filme é uma homenagem à Vincent Price e seu clássico "A Casa dos Maus Espíritos", que ganha uma versão (supostamente) bem humorada e exagerada, com Elvira à frente do protagonismo. O conjunto da obra é uma bela porcaria que nem chega a ser uma sombra do primeiro filme (tosco tb, mas ao menos é divertido de verdade).
Pecados Íntimos
3.8 569 Assista AgoraPecados íntimos é um daquelas pérolas que muitas vezes, com sorte, descobrimos ao acaso. O enredo é uma evidente crítica à classe média conservadora norte-americana, confrontada e exposta através de suas pequenas hipocrisias e julgamentos vazios.
Sarah e Brad ocupam posição central na história, mas personagens periféricos, como Larry, May e, principalmente, Ronnie, exercem um papel importante nessa exposição de contradições. Ronnie, aliás, é o personagem que mais chama a atenção nesse filme. Hostilizado e perseguido pela comunidade, ele, ironicamente, é o único que possui real consciência de si. Sua atitude, no final do filme, reflete justamente isso, ao mesmo tempo em que expõe com maior clareza o quão imaturos e até ingênuos (como "criancinhas" do título original) são os demais personagens, fechados em suas frágeis concepções.
O casal protagonista é o melhor exemplo disso.
Brad só queria se sentir notado e jovem novamente, algo que fica bem explícito naquele ritual de passar noite após noite observando os jovens em suas acrobacias de Skate e na constante negação de assumir responsabilidades. Por falta de quem o notasse, a iludida Sarah serviu ao propósito. Enxerguei o rompante dele, a ideia de fugir (fugir de quê, afinal não eram dois adolescentes, mas sim adultos que poderiam facilmente se divorciar, certo?) a realização de uma grande aventura que o fizesse se sentir vivo, facilmente substituída pela desastrosa investida no skate. Ali ele se satisfez. Sarah, estúpida, foi só usada. Se tivessem concretizado o plano, ele certamente a teria largado em pouco tempo.
Com atuações marcantes de Kate Winslet e Jackie Earle Haley, esse é um daqueles filmaços ideais para espectadores que buscam por dramas psicológicos sobre comportamento social, que provocam e instigam a reflexão.
Northfork
3.4 13Apesar de propor uma interessante metáfora existencial, sinto que falta alguma essência ou tempero à esse filme. Encontramos ótimas atuações e um roteiro fora da caixinha que proporciona uma experiência cinematográfica um pouco fora da curva, mas que me pareceu ser um pouco mais pretensioso do que efetivamente consegue entregar como resultado final.
Diário de uma Paixão
4.1 2,6K Assista AgoraHistória bonita e clichê. Lá pela metade já dá pra sacar o lance todo, o que afasta qualquer resquício de ansiedade sobre os destinos dos personagens. Porém, é um filme desenvolvido com certa habilidade e inegável sensibilidade. Ideal para curtir, de forma despretensiosa.
Quatro Casamentos e Um Funeral
3.3 253 Assista AgoraUma comédia romântica, carregada do tradicional humor britânico. Para quem está mais acostumado com o estilo de humor do cinema norte-americano, provavelmente achará boa parte do filme entediante, mas para mim, que tenho apreço por esse estilo inglês, foi diversão garantida.
Logicamente não é uma obra prima para ser analisada com visão criteriosa. É uma produção cuja única pretensão é entreter o espectador, o que particularmente, no meu caso, funcionou muito bem. Duas horas bem gastas na frente da TV!
Os Infiltrados
4.2 1,7K Assista AgoraSinceramente, achei o filme até bacana, mas não me conquistou. Que fique claro, não é um problema da produção em si, mas sim o fato de que histórias sobre a máfia não costumam chamar minha atenção. Nem mesmo a reverenciada trilogia O Poderoso Chefão escapa da minha indiferença. Ciente disso, seria uma tremenda hipocrisia falar que o filme é superestimado ou enfadonho, quando na real, o tipo de história que ele propõe não faz o meu perfil enquanto cinéfilo.
Mas, colocando isso de lado, preciso destacar que as atuações são espetaculares, especialmente Leonardo DiCaprio, que mais uma vez mergulha de cabeça no papel e expõe sua versatilidade como ator. Mark Wahlberg também chama atenção por seu Dignam e Matt Damon está igualmente impecável. Vera Farmiga, ainda que pouco aproveitada na história, cresce em cada oportunidade em cena. E bem, Jack Nicholson, é Jack Nicholson.
O final é a cereja do bolo, pois impacta e surpreende. As sequências de mortes foram construídas de forma bem crua, sem qualquer preparação para o espectador, gerando um belo impacto em tela. A metáfora da ultima cena, tão criticada por alguns, acho que é uma bela assinatura para o conceito realista sobre a criminalidade, que o filme afinal propõe.
No Rastro da Bala
3.6 298Rapaz... que filme alucinado! É indiscutivelmente um excelente filme de ação, repleto de cenas violência e bala comendo para todo lado. É insano! Paul Walker entrega uma das suas mais intensas atuações. Sinceramente, não havia desconfiado nem por um segundo da revelação que surge na reta final. Senti, entretanto, que a velocidade com que o primeiro ato é desenvolvido deixou parte da produção um tanto confusa, mas nada que afete efetivamente a compreensão do filme por um todo. Recomendo para quem curte muita violência gratuita!