A premissa do filme é muito interessante. Que por si só já é um alicerce sólido para não navegar nos mesmos clichês dos filmes do gênero, tão pouco nos clichês do filmes de ação: "jovem branco puro e de bom coração, vindo de família disfuncional em sua candura de caráter tenta salvar a mãe, mas vai por caminhos tortuosos por causa nobre. Utilizando da vingança como justificativa para seus atos e frustrações".
O filme tinha tudo para não cair nessa premissa, principalmente de uma abertura tão promissora narrando o medo da elite social sobre a "elevação" daqueles que tem uma habilidade especial. Mostrando o Estado utilizando a narrativa de "salvador da população", mas utilizando de sua força para defender o interesse dos seus aliados comerciais. Porém, como disse anteriormente, o diretor perde a oportunidade de explorar uma ideia que poderia dar o filme um status de cult futuramente. Como Donnie Darko que também foi um filme de baixo orçamento, porém, tem um roteiro que até os diais atuais é aclamado.
Um destaque para atuação Robbie Amell que é totalmente plátisca e caricata. Em alguns momentos parecia que eu estava assistindo a novela Mutantes da Record. No segundo filme, lançado recentemente (2024) sua atuação está mais madura. Porém não trás nada revelador e notório. No entanto, Stephen Amell é um destaque. Gostaria de vê-lo sobre o calibre de outros diretores e obras.
Mas o filme é ruim? O filme diverte. É interessante em certos pontos e não é uma perca total de tempo para quem deseja diversão. Mas deixa a desejar naquilo que ele mesmo se propõem e não consegue desenvolver. Nem no primeiro, nem no segundo filme.
Filme grandioso, boa trama, atores em excelência de atuação.
(olhar pessoal) A última cena de perseguição se torna cansativa por perca de finalidade no processo. Percebe-se que o editor fica um tempo suspenso na necessidade de adicionar uma trilha que remete tensão.
A premissa do filme é excelente. Imagine só: pegar o personagem R.M. Renfield do romance de terror gótico de 1897 de Bram Stoker, Drácula, e colocá-lo em uma perspectiva totalmente oposta ao livro e todos os filmes já criados sobre o personagem Drácula. Ao invés daquele servo que expressa devoção, adoração e resiliência ao seu mestre (como vimos em Bram Stoker's Drácula, dirigido por Francis Ford Coppola), o Renfield se apresenta como um "colaborador" evolvido em um relacionamento abusivo (chefe - empregado) pelo seu mestre Drácula (Nicolas Cage).
O que torna tudo mais interessante é o início do filme. É nítida a referência (e um elogio) ao clássico Drácula de 1931, da época áurea da produtora Hammer, com o eterno Drácula, o ator Bela Lugosi. Eles utilizam os mesmos planos e paisagens para recontar quantos séculos Renfield e Drácula atravessaram juntos nessa jornada de mestre e servo. Até chegarem no esgotamento de Renfield a um "emprego" que não consegue pedir demissão.
O filme continuaria muito interessante, explorando essa temática vampiresca de forma irônica, somada ao jeito "castração" e divertido de Nicolas Cage. Misturar o aspecto gótico da narrativa do Drácula com as aventuras atuais e explorar mais a temática vampiresca tornaria o filme ainda mais interessante. Mas, por alguma razão inexplicável, resolveram incluir a máfia e personagens sem o menor carisma. Isso acabou estragando todo o entusiasmo que o filme havia criado ao longo de sua progressão. Provavelmente foi uma intervenção dos investidores, que queriam "algo a mais para atrair o maior número de público". Às vezes, menos é mais, e seguir o que a história pede torna tudo interessante por natureza.
Um bom exemplo disso é o filme "O que Fazemos nas Sombras" de 2014, dos diretores Jemaine Clement e Taika Waititi. O filme segue a vida de um grupo de vampiros que dividem uma casa em Wellington, na Nova Zelândia, e mostra de maneira hilária como eles lidam com os desafios e peculiaridades de serem criaturas da noite.
Uma das grandes sacadas do filme é a forma como ele satiriza os arquétipos de vampiros estabelecidos pelo cinema ao longo dos anos. Os personagens principais são Viago, Deacon, Vladislav e Petyr, cada um representando um tipo diferente de vampiro, desde o aristocrático até o sedutor e o mais antigo e assustador. A dinâmica entre eles é absolutamente hilária, com diálogos afiados e situações absurdas.
O estilo documental falso, similar a um reality show, adiciona uma camada extra de comédia ao filme. Através das entrevistas individuais com os personagens, podemos conhecer suas perspectivas pessoais e suas visões sobre a vida imortal. Essa abordagem também permite que o filme faça piadas sobre as dificuldades de ser um vampiro no mundo moderno, desde lidar com a tecnologia até encontrar uma presa adequada.
Além disso, "O que Fazemos nas Sombras" brinca com outros elementos do folclore vampiresco, como a aversão a alho, a necessidade de ser convidado para entrar em um local e as rivalidades com lobisomens. A maneira como esses elementos são incorporados à narrativa é extremamente divertida e inteligente.
O filme se destaca por seu humor afiado, que oscila entre momentos sutis e piadas mais escrachadas. A atuação do elenco é fantástica, com cada ator trazendo seu próprio estilo cômico para os personagens. A química entre eles é evidente, e isso se reflete na dinâmica do grupo e no timing perfeito das piadas.
O que faltou a "Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe" é explorar e brincar com o arquétipo do Drácula, todos os folclores que envolvem seu hábito e natureza e contrapor isso a Renfield. Seu desejo de viver uma nova perspectiva de vida, brincar o arquétipo do "gratiluz" e das "goovibes" que a atmosfera da sociedade atual revive através das redes sociais, tornando um aspecto cultural e social de nosso tempo.
Resumindo, o filme vale a pena somente pelas cenas com Nicolas Cage e a interação com Renfield. O filme não precisa ser um novo "O que Fazemos nas Sombras", pois existe em sua própria essência muita originalidade na premissa que com bons roteiristas tornariam um filme referência do gênero. Mas, infelizmente o filme mal nasceu e já está pedindo um reboot. Lamentável.
O filme é muito bom, pois provoca reflexões profundas sobre a nossa relação com a inteligência artificial e a regulamentação dos meios digitais. Ele nos leva a questionar como nos posicionamos diante de uma tecnologia que supera os nossos limites, inclusive na compreensão de si mesma. Além disso, o filme levanta questões cruciais sobre a criação de tecnologia: será que os criadores estão preparados para entender o propósito daquilo que desenvolvem? E a tecnologia é projetada para beneficiar o ser humano, como uma ferramenta útil em seu processo de vida, ou é utilizada por grandes corporações com o objetivo de minimizar custos e maximizar lucros? Essas questões são essenciais para pensarmos no futuro da tecnologia e do nosso papel na sua criação e uso.
Inicialmente, pensei que o filme abordaria a inteligência artificial na busca por pedófilos virtuais, chegando ao auge de encontrar "o criminoso mais procurado". Os primeiros minutos do filme me levaram a acreditar nisso. No entanto, para minha surpresa, o enredo seguiu um caminho totalmente diferente, levando-nos a refletir sobre a importância dessa tecnologia como ferramenta e sobre nossa limitação intelectual e humana em prever o impacto do avanço da inteligência artificial em nossa espécie. Além disso, o filme nos alerta sobre a possibilidade de a tecnologia ser desenvolvida apenas para servir o capital e as grandes corporações.
Embora tenha gostado do filme, minha crítica principal é a falta de desenvolvimento das motivações dos personagens, que foram apresentadas de forma superficial. Seria interessante que o filme explorasse mais claramente como os eventos em Clearwater impactaram a vida de Gareth, levando-o a traumas e frustrações que afetam nossas emoções ao perceber o desenvolvimento da IA Cherry. Além disso, seria importante abordar os dilemas pessoais e individuais de Amos e Deena, que os levam a trabalhar com afinco e cumplicidade em uma corporação para deter pedófilos virtuais. Esses pontos são essenciais para que a consciência e as reflexões da IA Cherry tenham um impacto ainda mais profundo na história e no público. Se essas motivações fossem melhor exploradas, o filme teria sido ainda mais cativante e envolvente.
"Dogs Don't Wear Pants" é um filme finlandês que conta a história de Juha, um homem que perdeu a esposa há anos e está lutando para seguir em frente. Um dia, ele conhece Mona, uma dominatrix profissional que pratica sadomasoquismo. Juha fica obcecado pela experiência e descobre uma conexão psicológica com sua falecida esposa. No entanto, essa obsessão começa a afetar sua vida pessoal e profissional.
Os rituais funerários são uma maneira universalmente reconhecida de processar a morte, mas em casos de mortes trágicas, inesperadas ou prematuras, a perda pode abalar profundamente o sentido da vida. Essas perdas podem levar as pessoas a procurar respostas e consolo em meios não convencionais, como cultos espirituais, experiências extrassensoriais ou, no caso de Juha; bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo.
O que começa como uma sessão casual com uma dominatrix profissional logo se transforma em uma obsessão por Juha. Ele busca reviver a catarse que sentiu durante a sessão, desesperado por se conectar com um sentimento que só existe em seu inconsciente. Mona, uma fisioterapeuta cujo trabalho é ajudar as pessoas a voltar à normalidade, também lida com uma jornada dupla entre quem ela é e quem precisa ser. Através de Juha, ela começa a questionar suas próprias sensações.
A história de "Dogs Don't Wear Pants" é uma análise complexa e emocionante das maneiras pelas quais lidamos com a perda e a necessidade humana de se conectar com algo maior do que nós mesmos. Os personagens de Juha e Mona são retratados de maneira realista e multidimensional, e a química entre os atores é impressionante. O filme é uma reflexão sobre a natureza humana e as maneiras pelas quais procuramos significado e propósito em meio à dor e à incerteza.
No geral, "Dogs Don't Wear Pants" é um filme único e provocativo que explora a psique humana e as várias maneiras de lidar com a dor e a perda. O filme é um testemunho do poder do amor e dos comprimentos que vamos para nos conectar com aqueles que perdemos.
"Cat's Eye" é um filme baseado em três contos do famoso escritor de terror Stephen King, mas o filme não se enquadra na categoria de terror. Embora possa ser assustador para uma criança de 8 anos, o filme oferece uma combinação de suspense, aventura e humor ácido que o tornam uma obra cinematográfica interessante. A primeira história, "Quitters, Inc.", narra as desventuras de um homem que se submete a um programa para parar de fumar, que inclui alguns métodos extremos.
A segunda história, "The Ledge", é a mais fraca do filme, contando a história de um jogador de tênis em dificuldades financeiras que se envolve com a esposa de um milionário viciado em apostas, levando a uma aposta valendo tudo ou nada.
Por outro lado, a terceira história, "The General", é extremamente divertida. Ela segue uma jovem garota chamada Amanda, cujo quarto é habitado por uma criatura demoníaca que se alimenta de sua respiração enquanto ela dorme. A luta entre o pequeno demônio e o gato é memorável, com efeitos práticos impressionantes.
Uma curiosidade interessante sobre o filme é que todas as crianças centrais são interpretadas por Drew Barrymore quando criança, com destaque para sua atuação no terceiro conto como a personagem principal.
Roger Avary é um excelente roteirista. "A Lenda de Beowulf (2007)" e "Terror em Silent Hill (2006)" são um dos resultados de sua escrita. Porém vale ressaltar que a década de 90 foi seu auge. "Cães de Aluguel (1992)", "Amor à Queima-Roupa (1993)" e "Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994)". Sim, Tarantino e Avary eram parceiros de escrita. A parceria acabou com o Studio Miramax exigiu que o filme fosse vendido apenas como "Escrito e Dirigido por Quentin Tarantino". Desde então, nunca mais houve parceria. O que é uma pena.
É incontestável a excepcionalidade de Tarantino. Mas fato é que suas produções sempre contaram com excelentes parcerias, desde o roteiro, direção, elenco e maquiagem. Não sei o que houve de fato nos bastidores entre Roger Avary e Quentin Tarantino. Mas essa simbiose de idéias é a base das obras de Quentin. Robert Rodriguez ocupou esse lugar
Se Parceiros do Crime (1993), viesse antes de Cães de Aluguel (1992) diria que o problema é o roteiro. Mas o fato é que sabemos que tudo no filme vai dar merda entre os envolvidos. Não existe profissionalismo, mais sim muito sadismo. Um sadismo exibicionista.. Que quebra o glamour enigmático da loucura do vilão principal. Para um sádico se tornar memorável, tudo tem que ser na medida certa. Um bom exemplo é "Assassinos por Natureza (1994)".
A conexão da moça inicial não é tão impactante. Imaginei que ela seria uma informante e que haveria um plot twist entre ela e o personagem principal que quebrasse a moldura que criamos durante o filme "Um sujeito equilibrado entre os loucos". Ao invés disso o filme dobra o sadismo, quebrando a tensão da presença dos policiais e o vilão se torna mais caricata conforme a trama chega ao fim.
A introdução dos personagens é excelente. O desfecho é aceitável, mas a conclusão deixa muito a desejar. Todo o clímax já se foi. Nada há nada para se revelar. E a conclusão é a mais previsível possível.
O filme não chega a ser péssimo. É um bom filme em aspectos de entretenimento, diversão, análise cinematográfica é aspectos da época. Mas o desfecho não vai além de qualquer filme de ação que o mocinho sai vivo com a mocinha. Ou seja, é uma filme para se assistir uma única vez. Na direção, desta vez, não foi a vez de Roger Avary.
Um recorte de referências estéticas com os mesmos diálogos, estratégias e qualquer roteiro de filme genérico de super-heróis. A Marvel perdeu a grande oportunidade demostrar que pode contar qualquer tipo de história, ser inovadora. Mas optou por agradar aos acionistas e fazer o mais-do-mesmo para as moedas na caixa registradora tintilar.
O lado bom é que ainda podemos revisitar os filmes clássicos da produtora Hammer e entender a importância que eles tiveram para história do cinema.
A direção de câmera e os cortes de transição fazem a dinâmica da narrativa ser interessante e se encaixa muito bem na dinâmica de mistério. A história é interessante e se sustenta bem até o segundo arco narrativo. Os atores são bons e trazem aos personagens aquilo que realmente eles são em sua dinâmica dentro da história.
No entanto, dentro de um gênero que existe a anos e já narrou centenas de histórias, fica meio previsível a narrativa de alguém que se envolve na atmosfera da vítima, e por consequência, se vê no mesmo dilema. Para sobreviver ao dilema fatídico, investiga situações anteriores para descobrir a causa e por fim, parar o efeito. Com certeza aqueles que assiste filmes de terror / suspense / mistério já se depararam com esse arco. O resultado final é o mesmo: matar alguém, ou matar a criatura, ou morrer. Conforme a narrativa avança o telespectador pressupõe o resultado final. Isso estraga a experiência da necessidade de contar uma história, pois todas as etapas vão sendo “gabaritadas” conforme o avanço do processo.
O filme é bom. Um entretenimento sem decepções. Mas não surpreende para quem já é familiarizado com o gênero. Para o filme ser surpreendente, a aposta não deveria ser na solução do caso (ou apresentando um novo caso), tão pouco no final, mas sim na história em si. Desenvolver a origem de fato das manifestações que geram tais casos. Tornaria a história mais interessante.
CONCLUSÃO As três estrelinhas vão por não ser um filme decepcionante e cansativo; por ter atores bons e direção de transição e dinâmica de planos que tornam o filme interessante, sem priorizar em excesso os "jumps scare"
“Todos os Mortos” está longe de ser um filme de terror. Na verdade, é um drama com leves toques (muito leves) de suspense. O nos leva a interessar pelo filme é o contexto histórico e o dilema dos personagens. Mas o filme é repleto de anticlímax. Não sei se foi desleixo da edição, do continuísta ou falta de capricho do diretor, mas o filme é repleto de erros graves que descontextualizam o período da história narrada. A história dos personagens são narradas 10 anos após a abolição dos escravos no Brasil. O filme nos diz isso a cada contexto e período histórico que necessita narrar. No entanto, quando estamos imerso a falta de capricho no resultado final quebra a imersão e nos trás ao século 21: som de helicóptero cruzando a cena, sons de cinere, britadeira em obra, carros de som ao fundo e o mais absurdo: plano aberto com dois personagens (escrava e filho de escrava), ao fundo do plano aberto, sem desfoque, um muro pichado. Sendo que a primeira pichação no Brasil surgiu por volta de 1960. E a cena que se propõem ocorre em 1890.
Os atores são excelentes, o roteiro se sustenta, apesar de não cumprir o que promete. Mas a ausência de capricho me tirou tantas vezes da imersão histórica que desisti do filme faltando 50 minutos para acabar. Por essa razão uma nota tão baixa. Os atores merecem todo mérito. Já o diretor, deve aprender o básico sobre a sétima arte. Já vi filmes de baixo orçamento que respeitam essa simples premissa. Vide os filmes do Rodrigo Aragão o nosso George Romero brasileiro.
O documentário é o retrato exato da mediocridade do ego e a distância da realidade, consequentemente, distante da criatividade. Lars Ulrich se vê como "auto de data" em todos os assuntos, mas é somente um cara que teve grana suficiente para não precisar ver o mundo além de si mesmo. O mais engraçado é como eles falam em Metallica como entidade sobrenatural/divina, longe da necessidade dos membros evoluir como músicos. Pois a arte, sobre tudo é um exercício e aprimoramento das habilidades, somado a evolução pessoal. O dinheiro os colou em uma redoma, onde a realidade criativa deixou de existir. E como músicos, já exercitam a sua capacidade de aprender e aprimorar a muito tempo. A criatividade é a soma de algo a ser dito a partir de experiências e observações da vida, somado, a habilidade técnica em transformar ideias em melodia. Vemos que todos estão travados e nenhum aceita crítica do outro sobre sua limitação artística. Hetfield tem medo de aulas de vocal, medo de confrontar suas limitações, explora-las e amplia-las. Ulrich nunca viu um professor de bateria na vida e tem medo de colocar a sua limitação a prova diante de lições de bateria. Todos os membros tem medo de sair do Metallica, pois temem suas próprias limitações. Ali percebi que o Metallica deixou de ser uma banda a muito tempo. É uma empresa que vive do legado de sua história passada. Não que eles devam reviver o passado... mas eles não sabem inovar. O que falta aos membros do Metallica são ter projetos paralelos, principalmente com músicos mais jovens. Um novo olhar sobre uma perspectiva longe da zona de conforto, gera criatividade. Ou meter um pé na bunda do Lars. Um novo baterista traria forma ao som e estimularia os outros a lapidar o melhor de si mesmo. O documentário deveria se chamar Lars Ulrich, uma visão medíocre de si mesmo.
A entrada do Trujillo ao grupo é a mais engraçada. Me fez lembrar Entrevista com Vampiro. Pareciam um bando de vampiro velho (tipo Lestat) apreciando a vinda de um novo vampiro para apresenta-los como funciona o mundo moderno. Tudo isso para Trujillo ser um membro sem opinião. Sabemos que aguentar o Lars por 1 milhão de dólares é dureza. O mais sensato é Newsted que entendeu que a música não era prioridade a muito tempo. Há muitas coisas em jogo.
A produtora A24 tem em seu catálogo, filmes bons, excelente e filmes fora da curva. “A Ghost Story” faz parte dessa curadoria escolhida a dedo. No entanto, a produtora A24 não faz filmes para o público em geral, ou seja, que já inicia um filme desejando encontrar o que sempre encontra em outras experiências blockbuster. Todos os filmes presam pela imersão na história e no personagem central. Vi muitas pessoas reclamando o tempo de uma cena ou a ausência de diálogos. Mas poucos se atentaram ao que mensagem isso transcende. “A Ghost Story” é uma história sobre o sentido da vida, ou melhor, o sentido que damos a experiência de viver. Seja transcender a perca de alguém, aceitar a nossa finitude e o que deixamos para que nossa existência contribua aos outros que estão por vir. Aqueles que resistirem até o segundo ato, irão ficar cada vez mais aguçado na busca do personagem central.
Stuart Gordon tem seu mérito indiscutível na história do cinema de horror, principalmente por seu clássico Reanimator (e a trilogia) e "Do Além", obras homéricas do diretor inspiradas e adaptadas para as telas em ode ao escritor H.P Lovecraft. Suas filmografias clássicas são até hoje referências na história da arte e cinematografia do horror, principalmente por seus efeitos visuais práticos, porém com uma qualidade estética extremamente imersiva que consagrou um parâmetro de qualidade nos efeitos visuais da época. Stuart Gordon, apesar de ser um mestre do horror consagrado na década de 80 e 90, fez um ótimo trabalho em outros gêneros como ação "A Fortaleza (1992)" com Christopher Lambert e a comédia "Querida, Encolhi as Crianças (1997)", um clássico da sessão da tarde, memorável até para quem nunca viu um filme de horror do diretor. Sua importância ao gênero do horror foi consagrado na série Mestre do Horror nos episódios “Dreams in the Witch-House” e “The Black Cat”.
Apesar de Stuart Gordon ser lembrado por suas adaptações memoráveis a obra de Lovecraft, infelizmente Dagon deixou a desejar. Não tem o humor ácido e nem a tensão equilibrada com o horror que o consagrou em Reanimator. Aliás, as conclusões, análises e percepções dos personagens aos fatos ocorridos são terríveis, assim como suas escolhas para sair de certos encalços. A dinâmica entre tensão, perigoso, mistério, sobrevivência e horror não acontecem. Algumas tentativas de sobrevivência e conclusão dos fatos chegam a ser estúpidas, tornando os personagens idiotas à própria sorte ao invés de personagens imersos em uma trama narrativa.
Compreendo que é difícil exigir “realismo” em uma trama onde deuses antigos são cultuados. Não é desse tipo de realismo que me referi. Mas assim aquele que define ações, escolhas e consequências lógicas. As ações são tão bobalhonas que parece que o roteiro foi escrito enquanto filmavam. Tornando a história sofrível e a imersão impossível. É difícil crer que os personagens estão em situação de risco.
Os efeitos digitais sofríveis passam e os efeitos práticos continuam interessantes, mas o desenvolvimento da história, e principalmente, os personagens e suas escolhas, deixam tudo mais arrastado, cansativo e desinteressante. Provavelmente houveram alguns percalços na pré-produção que refletiram no resultado final em si. Pois conhecemos a qualidade do diretor diante de trabalhos com grande e médio orçamento. Porém essa resposta só teremos do próprio Stuart Gordon ou um futuro documentário sobre suas obras.
Para quem é fan do diretor, vale pelo conhecimento da obra e visualizar (mesmo que de forma sofrível) a adaptação do conto Dagon de H.P Lovecraft. Para quem não é fan, será tempo perdido. Um demérito aos clássicos “Reanimator” e “Do Além”. Se você está entrando ao mundo Lovecraft agora ou será seu primeiro contato com as obras de Stuart Gordon. Não comece com Dagon.
Para quem está acostumado com filmes americanos de entretenimento instantâneo e ações acrobáticas, provavelmente esse não será seu filme. Ou melhor, seu entretenimento de consumo. Pois cinema é outra história. É narrativa, imersão, emoções e ações dentro de uma imersão. High Ground te leva a essa jornada com paisagens lindíssimas, uma excelente captura de áudio que aumenta a imersão nessa realidade selvagem e uma narrativa interessante. O choque de duas culturas, imperialista e a indígena. E como o conceito de lei e ordem é delimitado pela cultura que se julga superior a outra. A ideia de selvageria e civilidade é uma linha tênue que não está definido pela roupa que vestimos ou a língua que falamos.
Vi críticas sobre o filme ser considerado datado sem ao menos ver a peça. O filme é de época, não se enquadra esse contexto. É o mesmo que criticar filmes sobre a época da Lei seca ou revolução francesa. Para quem viu a peça, percebe-se que o ritmo é diferente e as piadas ficam desconexas. Seria interessante se tivessem feito um filme de como nasceu Hermanoteu até receber a missão sagrada. Ou como prosseguiu a vida Hermanoteu após a sua missão divina. O filme não é ruim. A fotografia, cenário, maquiagem e todos os adereços que dão vida a Hermanoteu na Terra de Godah tornam reviver a história uma experiência interessante e divertida, principalmente em novas piadas. Espero que esse START cinematográfico do grupo Melhores do Mundo seja um inicio de vários longas, não adaptações de peças, mas obras genuínas de 100% de vigor
Requentar a sopa ou experimentar novos pratos? Essa é a sensação quando me deparo com releituras. Não é pela ofensa a memória ou a nostalgia. Simplesmente porque não há nada de novo, nada de excepcional, nada que justifique a produção, além da necessidade de imprimir dinheiro. O roteiro é uma colcha de retalhos que visivelmente demostra que a equipe de roteiristas costurou todos os elementos dos filmes anteriores para criar um "mais do mesmo".
Para as crianças que nunca viram caça-fantasmas será uma obra-prima da criação com efeitos especiais muito legais. Uma obra que vale pela nostalgia, nada mais além disso.
Uma das coisas mais interessantes sobre Amores Expressos é que foram necessários 23 dias para concluir as filmagens. É um belo exercício de fotografia e narrativa cinematográfica com pouco orçamento. Amores Expressos cativa quem está envolto pela ébria paixão adolescente, pois irá se identificar com as desilusões amorosas, chavões românticos e esperança utópica de eternos amores juvenil com crenças em retornos memoráveis que só esse período da vida nos trás (ou hormônios). Apenas através dos olhos da adolescência (ou ausência de amor-próprio) é possível se conectar a todos os limiares sobre a paixão que o filme apresenta. Desde razões bobas para amar até desilusões tolas. Amores Expressos deveria se chamar "Amores para me chamar de trouxa". Fico me perguntando que momentos difíceis estava passando o diretor para conceber tal obra, pois em nenhum momento existe amores e tão pouco são expressos. Você sente pena dos personagens (ou raiva) que estão envoltos em atmosferas tão tolas. Por outro lado, as analogias, o minimalismo, são um toque de mestre na narrativa visual dessas desilusões.
A peculiaridade das histórias, torna os personagens inusitados e interessantes. Porém faltou a cereja do bolo. As histórias não empolgam e as músicas são repetitivas. California Dreamin' do The Mamas & The Papas, a principio, trás uma narrativa legal sobre as cenas que se apresentam. Mas na 5ª vez que você ouve a música a sensação é de desespero. Isso demostra o quão o diretor estava conectado a cultura americana. Faltou aquele traquejo de sacar quais são as bandas relevantes das cenas de rock independente da região e usar isso ao seu favor. Tornaria o filme um retorno a cena independente dos anos 90 de Hong Kong. Não pesquisei, mas aposto que maior parte da grana foi para pagar direitos autorais de 4 musicas americanas que rolam no filme. Por isso e outros fatores acredito que faltou alma ao filme. Não é um filme ruim, mas fica aquela sensação de inacabado. Os personagens são interessantes e as histórias peculiares, mas faltou algo para que o conjunto da obra se tornasse relevante. Existe muita referência a cultura americana. Essa essência ficou evidente na obra. Talvez, abraçar as expressões de sua própria terra traria a Amores Expressos um significado singular a obra.
Os efeitos visuais são excelentes. A composição da imagem, maquiagem, efeitos gráficos que expressam brutalidade e a criatura central da obra é excelente. Uma criatura digna a narrativa sobre a maldição que apresenta, apesar de não terem se aprofundado muito, dando mais veracidade histórica ou mitológica ao que se narra.
Visualmente o filme cumpre o seu papel. Não é um filme galhofa com efeitos B tentando emular tendências do cinema de terror com elenco canastrão. Nesse aspecto o filme é bom. Mas o roteiro e a fórmula não traz nada de novo. O primeiro e segundo ato são repleto dos clichês do cinema assombração. Luzes piscando, fantasma sugestionando sua aparição, luzes que se apagam enquanto o personagem caminha. Tudo o que o cinema americano já faz a mais de 40 anos. Quem assiste já sabe o que esperar, não há susto, não há medo. A não ser que você seja muito sugestionável ou um jovem que está no seu primeiro filme de terror.
O filme já entrega o jogo desde o início: é um filme de fantasma. O Plot twist, ou seja, a reviravolta magnífica, deveria se desenrolar no segundo ato e culminar no final. Mas isso não acontece. O que nos é uma sopa requentada com gosto de todos os outros pratos do cardápio que já foram oferecidos. A histórica não cativa, o filme não impressiona e a tensão não acontece. O filme é um ótimo exercício de aprendizado aos seus executores. Ponto. Como trabalho de conclusão de curso seria uma obra magnífica de aprendizado assimilado e emulado. Já no caráter profissional. Como obra original que se destaca das demais, ou quiçá, cumpre seu papel enquanto filme, realmente muito deixa a desejar.
O filme não é terrível, mas não é bom o suficiente pelo tempo que se leva ao assisti-lo. O único aspecto interessante da trama que realmente causa tensão é opressão dos imigrantes. Ver como o indivíduo esteja sujeito a qualquer situação quando não está em sua terra natal e é visto como criminoso.
Vi muitos comentário negativos, pensei que iria ver uma réplica de "Pixels" com Adam Sandler. Mas acredito que existe um aspecto antropológico e cultural nas negativas. Com o extremo e fácil acesso a conteúdos diversos (inclusive filmes), aumento a expectativa e exigências sobre a experiência vivenciada. Essa facilidade de acesso aos conteúdos nos trouxe a falsa sensação que somos "experts" em todo conteúdo que temos acesso. Inclusive filmes. Nem todo filme precisa ser uma obra de arte ou uma experiência sensorial e filosófica. Muitos filmes são simplesmente frutos da indústria do entretenimento e eles servem para justamente nos entreter, divertir. Existem filmes que são para divertir, mas não conseguem fazer isso. Existem filmes que são feitos para divertir e conseguem. Free Guy é o típico filme de sessão da tarde. Servem para divertir e cumprem seu papel. Simples assim.
Jake Gyllenhaal é um excelente ator e os filmes que se envolve geralmente são uma tangente fora da curva quando se trata de narrativa. The Guilty não foge a essa regra. Nos deparamos com o call center da Policia (911), um homem que pela natureza e comportamento carrega angústia de suas ações premeditadas. Entre várias ligações se depara com uma em específico: sequestro. O que se segue é uma trama interessante de angústia, suspense e revelações. Nada é o que realmente parece ser.
Christopher Walken, Robert De Niro, Uma Thurman. Grandes nomes da atuação em um filme para cumprir tabela. O filme é ruim por ser comédia família? Não. O filme é ruim, pois a história é ruim, o roteiro é ruim e é um filme para cumprir tabela. Um bom exemplo de que filme família não precisa ser bobinho e ruim é a combinação de John Hughes no roteiro e Chris Columbus na direção. Temos o Esqueceram de Mim. Vai por mim. Deixe esse filme de lado e reveja qualquer outro filme desses grandes atores envolvidos.
PS: A não ser que você tenha menos de 8 anos. A diversão é garantida :)
Atuação é sensacional, podemos até identificar nos personagens indivíduos que, vez ou outra, trombamos na sociedade. A trama é formidável, sem sombra de dúvidas, cada avanço toma a nossa atenção. No entanto o grande problema do filme Volume Morto é que ele constrói muita expectativa. Esse excesso de expectativa faz com que o próprio telespectador crie suposições: "Existem um elemento sobrenatural na história?", "Existe uma história de assassinato e tortura por trás dos personagens?", "Cada personagem irá relevar o extremo de sua natureza?"
Quando estamos assistindo a um bom thriller esperamos grandes surpresas, viradas na história, personagens com quem com quem podemos nos identificar, torcer, e admirar. Bons thrillers mantêm a tensão entre uma cena de ação e outra, jogam obstáculos cada vez maiores no caminho do protagonista, apresentam conflitos internos angustiantes. No quesito personagem, o filme sem sombra de dúvidas é impecável, sem o que questionar. Mas quanto ao andamento da história, as promessas que a trama sugere, ou seja, uma aposta em um conflito que quebra a casualidade do cotidiano chegando a outros níveis. Nesse aspecto não atingiu minhas expectativas, não houve uma ação relevante e um conflito atenuante, tão pouco um plot twist que quebrasse todas as suposições criadas pelo telespectador e principalmente, explicasse o conflito que a história criou.
Code 8: Renegados
2.8 166 Assista AgoraA premissa do filme é muito interessante. Que por si só já é um alicerce sólido para não navegar nos mesmos clichês dos filmes do gênero, tão pouco nos clichês do filmes de ação: "jovem branco puro e de bom coração, vindo de família disfuncional em sua candura de caráter tenta salvar a mãe, mas vai por caminhos tortuosos por causa nobre. Utilizando da vingança como justificativa para seus atos e frustrações".
O filme tinha tudo para não cair nessa premissa, principalmente de uma abertura tão promissora narrando o medo da elite social sobre a "elevação" daqueles que tem uma habilidade especial. Mostrando o Estado utilizando a narrativa de "salvador da população", mas utilizando de sua força para defender o interesse dos seus aliados comerciais. Porém, como disse anteriormente, o diretor perde a oportunidade de explorar uma ideia que poderia dar o filme um status de cult futuramente. Como Donnie Darko que também foi um filme de baixo orçamento, porém, tem um roteiro que até os diais atuais é aclamado.
Um destaque para atuação Robbie Amell que é totalmente plátisca e caricata. Em alguns momentos parecia que eu estava assistindo a novela Mutantes da Record. No segundo filme, lançado recentemente (2024) sua atuação está mais madura. Porém não trás nada revelador e notório. No entanto, Stephen Amell é um destaque. Gostaria de vê-lo sobre o calibre de outros diretores e obras.
Mas o filme é ruim? O filme diverte. É interessante em certos pontos e não é uma perca total de tempo para quem deseja diversão. Mas deixa a desejar naquilo que ele mesmo se propõem e não consegue desenvolver. Nem no primeiro, nem no segundo filme.
Ronin
3.6 205 Assista AgoraFilme grandioso, boa trama, atores em excelência de atuação.
(olhar pessoal) A última cena de perseguição se torna cansativa por perca de finalidade no processo. Percebe-se que o editor fica um tempo suspenso na necessidade de adicionar uma trilha que remete tensão.
Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe
3.2 248 Assista AgoraA premissa do filme é excelente. Imagine só: pegar o personagem R.M. Renfield do romance de terror gótico de 1897 de Bram Stoker, Drácula, e colocá-lo em uma perspectiva totalmente oposta ao livro e todos os filmes já criados sobre o personagem Drácula. Ao invés daquele servo que expressa devoção, adoração e resiliência ao seu mestre (como vimos em Bram Stoker's Drácula, dirigido por Francis Ford Coppola), o Renfield se apresenta como um "colaborador" evolvido em um relacionamento abusivo (chefe - empregado) pelo seu mestre Drácula (Nicolas Cage).
O que torna tudo mais interessante é o início do filme. É nítida a referência (e um elogio) ao clássico Drácula de 1931, da época áurea da produtora Hammer, com o eterno Drácula, o ator Bela Lugosi. Eles utilizam os mesmos planos e paisagens para recontar quantos séculos Renfield e Drácula atravessaram juntos nessa jornada de mestre e servo. Até chegarem no esgotamento de Renfield a um "emprego" que não consegue pedir demissão.
O filme continuaria muito interessante, explorando essa temática vampiresca de forma irônica, somada ao jeito "castração" e divertido de Nicolas Cage. Misturar o aspecto gótico da narrativa do Drácula com as aventuras atuais e explorar mais a temática vampiresca tornaria o filme ainda mais interessante. Mas, por alguma razão inexplicável, resolveram incluir a máfia e personagens sem o menor carisma. Isso acabou estragando todo o entusiasmo que o filme havia criado ao longo de sua progressão. Provavelmente foi uma intervenção dos investidores, que queriam "algo a mais para atrair o maior número de público". Às vezes, menos é mais, e seguir o que a história pede torna tudo interessante por natureza.
Um bom exemplo disso é o filme "O que Fazemos nas Sombras" de 2014, dos diretores Jemaine Clement e Taika Waititi. O filme segue a vida de um grupo de vampiros que dividem uma casa em Wellington, na Nova Zelândia, e mostra de maneira hilária como eles lidam com os desafios e peculiaridades de serem criaturas da noite.
Uma das grandes sacadas do filme é a forma como ele satiriza os arquétipos de vampiros estabelecidos pelo cinema ao longo dos anos. Os personagens principais são Viago, Deacon, Vladislav e Petyr, cada um representando um tipo diferente de vampiro, desde o aristocrático até o sedutor e o mais antigo e assustador. A dinâmica entre eles é absolutamente hilária, com diálogos afiados e situações absurdas.
O estilo documental falso, similar a um reality show, adiciona uma camada extra de comédia ao filme. Através das entrevistas individuais com os personagens, podemos conhecer suas perspectivas pessoais e suas visões sobre a vida imortal. Essa abordagem também permite que o filme faça piadas sobre as dificuldades de ser um vampiro no mundo moderno, desde lidar com a tecnologia até encontrar uma presa adequada.
Além disso, "O que Fazemos nas Sombras" brinca com outros elementos do folclore vampiresco, como a aversão a alho, a necessidade de ser convidado para entrar em um local e as rivalidades com lobisomens. A maneira como esses elementos são incorporados à narrativa é extremamente divertida e inteligente.
O filme se destaca por seu humor afiado, que oscila entre momentos sutis e piadas mais escrachadas. A atuação do elenco é fantástica, com cada ator trazendo seu próprio estilo cômico para os personagens. A química entre eles é evidente, e isso se reflete na dinâmica do grupo e no timing perfeito das piadas.
O que faltou a "Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe" é explorar e brincar com o arquétipo do Drácula, todos os folclores que envolvem seu hábito e natureza e contrapor isso a Renfield. Seu desejo de viver uma nova perspectiva de vida, brincar o arquétipo do "gratiluz" e das "goovibes" que a atmosfera da sociedade atual revive através das redes sociais, tornando um aspecto cultural e social de nosso tempo.
Resumindo, o filme vale a pena somente pelas cenas com Nicolas Cage e a interação com Renfield. O filme não precisa ser um novo "O que Fazemos nas Sombras", pois existe em sua própria essência muita originalidade na premissa que com bons roteiristas tornariam um filme referência do gênero. Mas, infelizmente o filme mal nasceu e já está pedindo um reboot. Lamentável.
A Garota Artificial
3.6 63O filme é muito bom, pois provoca reflexões profundas sobre a nossa relação com a inteligência artificial e a regulamentação dos meios digitais. Ele nos leva a questionar como nos posicionamos diante de uma tecnologia que supera os nossos limites, inclusive na compreensão de si mesma. Além disso, o filme levanta questões cruciais sobre a criação de tecnologia: será que os criadores estão preparados para entender o propósito daquilo que desenvolvem? E a tecnologia é projetada para beneficiar o ser humano, como uma ferramenta útil em seu processo de vida, ou é utilizada por grandes corporações com o objetivo de minimizar custos e maximizar lucros? Essas questões são essenciais para pensarmos no futuro da tecnologia e do nosso papel na sua criação e uso.
Inicialmente, pensei que o filme abordaria a inteligência artificial na busca por pedófilos virtuais, chegando ao auge de encontrar "o criminoso mais procurado". Os primeiros minutos do filme me levaram a acreditar nisso. No entanto, para minha surpresa, o enredo seguiu um caminho totalmente diferente, levando-nos a refletir sobre a importância dessa tecnologia como ferramenta e sobre nossa limitação intelectual e humana em prever o impacto do avanço da inteligência artificial em nossa espécie. Além disso, o filme nos alerta sobre a possibilidade de a tecnologia ser desenvolvida apenas para servir o capital e as grandes corporações.
Embora tenha gostado do filme, minha crítica principal é a falta de desenvolvimento das motivações dos personagens, que foram apresentadas de forma superficial. Seria interessante que o filme explorasse mais claramente como os eventos em Clearwater impactaram a vida de Gareth, levando-o a traumas e frustrações que afetam nossas emoções ao perceber o desenvolvimento da IA Cherry. Além disso, seria importante abordar os dilemas pessoais e individuais de Amos e Deena, que os levam a trabalhar com afinco e cumplicidade em uma corporação para deter pedófilos virtuais. Esses pontos são essenciais para que a consciência e as reflexões da IA Cherry tenham um impacto ainda mais profundo na história e no público. Se essas motivações fossem melhor exploradas, o filme teria sido ainda mais cativante e envolvente.
Dogs Don’t Wear Pants
3.7 90 Assista Agora"Dogs Don't Wear Pants" é um filme finlandês que conta a história de Juha, um homem que perdeu a esposa há anos e está lutando para seguir em frente. Um dia, ele conhece Mona, uma dominatrix profissional que pratica sadomasoquismo. Juha fica obcecado pela experiência e descobre uma conexão psicológica com sua falecida esposa. No entanto, essa obsessão começa a afetar sua vida pessoal e profissional.
Os rituais funerários são uma maneira universalmente reconhecida de processar a morte, mas em casos de mortes trágicas, inesperadas ou prematuras, a perda pode abalar profundamente o sentido da vida. Essas perdas podem levar as pessoas a procurar respostas e consolo em meios não convencionais, como cultos espirituais, experiências extrassensoriais ou, no caso de Juha; bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo.
O que começa como uma sessão casual com uma dominatrix profissional logo se transforma em uma obsessão por Juha. Ele busca reviver a catarse que sentiu durante a sessão, desesperado por se conectar com um sentimento que só existe em seu inconsciente. Mona, uma fisioterapeuta cujo trabalho é ajudar as pessoas a voltar à normalidade, também lida com uma jornada dupla entre quem ela é e quem precisa ser. Através de Juha, ela começa a questionar suas próprias sensações.
A história de "Dogs Don't Wear Pants" é uma análise complexa e emocionante das maneiras pelas quais lidamos com a perda e a necessidade humana de se conectar com algo maior do que nós mesmos. Os personagens de Juha e Mona são retratados de maneira realista e multidimensional, e a química entre os atores é impressionante. O filme é uma reflexão sobre a natureza humana e as maneiras pelas quais procuramos significado e propósito em meio à dor e à incerteza.
No geral, "Dogs Don't Wear Pants" é um filme único e provocativo que explora a psique humana e as várias maneiras de lidar com a dor e a perda. O filme é um testemunho do poder do amor e dos comprimentos que vamos para nos conectar com aqueles que perdemos.
Olhos de Gato
3.3 128 Assista Agora"Cat's Eye" é um filme baseado em três contos do famoso escritor de terror Stephen King, mas o filme não se enquadra na categoria de terror. Embora possa ser assustador para uma criança de 8 anos, o filme oferece uma combinação de suspense, aventura e humor ácido que o tornam uma obra cinematográfica interessante. A primeira história, "Quitters, Inc.", narra as desventuras de um homem que se submete a um programa para parar de fumar, que inclui alguns métodos extremos.
A segunda história, "The Ledge", é a mais fraca do filme, contando a história de um jogador de tênis em dificuldades financeiras que se envolve com a esposa de um milionário viciado em apostas, levando a uma aposta valendo tudo ou nada.
Por outro lado, a terceira história, "The General", é extremamente divertida. Ela segue uma jovem garota chamada Amanda, cujo quarto é habitado por uma criatura demoníaca que se alimenta de sua respiração enquanto ela dorme. A luta entre o pequeno demônio e o gato é memorável, com efeitos práticos impressionantes.
Uma curiosidade interessante sobre o filme é que todas as crianças centrais são interpretadas por Drew Barrymore quando criança, com destaque para sua atuação no terceiro conto como a personagem principal.
Parceiros do Crime
3.5 37Roger Avary é um excelente roteirista. "A Lenda de Beowulf (2007)" e "Terror em Silent Hill (2006)" são um dos resultados de sua escrita. Porém vale ressaltar que a década de 90 foi seu auge. "Cães de Aluguel (1992)", "Amor à Queima-Roupa (1993)" e "Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994)". Sim, Tarantino e Avary eram parceiros de escrita. A parceria acabou com o Studio Miramax exigiu que o filme fosse vendido apenas como "Escrito e Dirigido por Quentin Tarantino". Desde então, nunca mais houve parceria. O que é uma pena.
É incontestável a excepcionalidade de Tarantino. Mas fato é que suas produções sempre contaram com excelentes parcerias, desde o roteiro, direção, elenco e maquiagem. Não sei o que houve de fato nos bastidores entre Roger Avary e Quentin Tarantino. Mas essa simbiose de idéias é a base das obras de Quentin. Robert Rodriguez ocupou esse lugar
Se Parceiros do Crime (1993), viesse antes de Cães de Aluguel (1992) diria que o problema é o roteiro. Mas o fato é que sabemos que tudo no filme vai dar merda entre os envolvidos. Não existe profissionalismo, mais sim muito sadismo. Um sadismo exibicionista.. Que quebra o glamour enigmático da loucura do vilão principal. Para um sádico se tornar memorável, tudo tem que ser na medida certa. Um bom exemplo é "Assassinos por Natureza (1994)".
A conexão da moça inicial não é tão impactante. Imaginei que ela seria uma informante e que haveria um plot twist entre ela e o personagem principal que quebrasse a moldura que criamos durante o filme "Um sujeito equilibrado entre os loucos". Ao invés disso o filme dobra o sadismo, quebrando a tensão da presença dos policiais e o vilão se torna mais caricata conforme a trama chega ao fim.
A introdução dos personagens é excelente. O desfecho é aceitável, mas a conclusão deixa muito a desejar. Todo o clímax já se foi. Nada há nada para se revelar. E a conclusão é a mais previsível possível.
O filme não chega a ser péssimo. É um bom filme em aspectos de entretenimento, diversão, análise cinematográfica é aspectos da época. Mas o desfecho não vai além de qualquer filme de ação que o mocinho sai vivo com a mocinha. Ou seja, é uma filme para se assistir uma única vez. Na direção, desta vez, não foi a vez de Roger Avary.
Lobisomem na Noite
3.5 200 Assista AgoraUm recorte de referências estéticas com os mesmos diálogos, estratégias e qualquer roteiro de filme genérico de super-heróis. A Marvel perdeu a grande oportunidade demostrar que pode contar qualquer tipo de história, ser inovadora. Mas optou por agradar aos acionistas e fazer o mais-do-mesmo para as moedas na caixa registradora tintilar.
O lado bom é que ainda podemos revisitar os filmes clássicos da produtora Hammer e entender a importância que eles tiveram para história do cinema.
Sorria
3.1 844 Assista AgoraA direção de câmera e os cortes de transição fazem a dinâmica da narrativa ser interessante e se encaixa muito bem na dinâmica de mistério. A história é interessante e se sustenta bem até o segundo arco narrativo. Os atores são bons e trazem aos personagens aquilo que realmente eles são em sua dinâmica dentro da história.
No entanto, dentro de um gênero que existe a anos e já narrou centenas de histórias, fica meio previsível a narrativa de alguém que se envolve na atmosfera da vítima, e por consequência, se vê no mesmo dilema. Para sobreviver ao dilema fatídico, investiga situações anteriores para descobrir a causa e por fim, parar o efeito. Com certeza aqueles que assiste filmes de terror / suspense / mistério já se depararam com esse arco. O resultado final é o mesmo: matar alguém, ou matar a criatura, ou morrer. Conforme a narrativa avança o telespectador pressupõe o resultado final. Isso estraga a experiência da necessidade de contar uma história, pois todas as etapas vão sendo “gabaritadas” conforme o avanço do processo.
O filme é bom. Um entretenimento sem decepções. Mas não surpreende para quem já é familiarizado com o gênero. Para o filme ser surpreendente, a aposta não deveria ser na solução do caso (ou apresentando um novo caso), tão pouco no final, mas sim na história em si. Desenvolver a origem de fato das manifestações que geram tais casos. Tornaria a história mais interessante.
CONCLUSÃO
As três estrelinhas vão por não ser um filme decepcionante e cansativo; por ter atores bons e direção de transição e dinâmica de planos que tornam o filme interessante, sem priorizar em excesso os "jumps scare"
Todos os Mortos
3.1 29 Assista Agora“Todos os Mortos” está longe de ser um filme de terror. Na verdade, é um drama com leves toques (muito leves) de suspense. O nos leva a interessar pelo filme é o contexto histórico e o dilema dos personagens. Mas o filme é repleto de anticlímax. Não sei se foi desleixo da edição, do continuísta ou falta de capricho do diretor, mas o filme é repleto de erros graves que descontextualizam o período da história narrada. A história dos personagens são narradas 10 anos após a abolição dos escravos no Brasil. O filme nos diz isso a cada contexto e período histórico que necessita narrar. No entanto, quando estamos imerso a falta de capricho no resultado final quebra a imersão e nos trás ao século 21: som de helicóptero cruzando a cena, sons de cinere, britadeira em obra, carros de som ao fundo e o mais absurdo: plano aberto com dois personagens (escrava e filho de escrava), ao fundo do plano aberto, sem desfoque, um muro pichado. Sendo que a primeira pichação no Brasil surgiu por volta de 1960. E a cena que se propõem ocorre em 1890.
Os atores são excelentes, o roteiro se sustenta, apesar de não cumprir o que promete. Mas a ausência de capricho me tirou tantas vezes da imersão histórica que desisti do filme faltando 50 minutos para acabar. Por essa razão uma nota tão baixa. Os atores merecem todo mérito. Já o diretor, deve aprender o básico sobre a sétima arte. Já vi filmes de baixo orçamento que respeitam essa simples premissa. Vide os filmes do Rodrigo Aragão o nosso George Romero brasileiro.
Metallica: Some Kind of Monster
3.9 100O documentário é o retrato exato da mediocridade do ego e a distância da realidade, consequentemente, distante da criatividade. Lars Ulrich se vê como "auto de data" em todos os assuntos, mas é somente um cara que teve grana suficiente para não precisar ver o mundo além de si mesmo.
O mais engraçado é como eles falam em Metallica como entidade sobrenatural/divina, longe da necessidade dos membros evoluir como músicos. Pois a arte, sobre tudo é um exercício e aprimoramento das habilidades, somado a evolução pessoal. O dinheiro os colou em uma redoma, onde a realidade criativa deixou de existir. E como músicos, já exercitam a sua capacidade de aprender e aprimorar a muito tempo. A criatividade é a soma de algo a ser dito a partir de experiências e observações da vida, somado, a habilidade técnica em transformar ideias em melodia. Vemos que todos estão travados e nenhum aceita crítica do outro sobre sua limitação artística. Hetfield tem medo de aulas de vocal, medo de confrontar suas limitações, explora-las e amplia-las. Ulrich nunca viu um professor de bateria na vida e tem medo de colocar a sua limitação a prova diante de lições de bateria. Todos os membros tem medo de sair do Metallica, pois temem suas próprias limitações. Ali percebi que o Metallica deixou de ser uma banda a muito tempo. É uma empresa que vive do legado de sua história passada. Não que eles devam reviver o passado... mas eles não sabem inovar.
O que falta aos membros do Metallica são ter projetos paralelos, principalmente com músicos mais jovens. Um novo olhar sobre uma perspectiva longe da zona de conforto, gera criatividade. Ou meter um pé na bunda do Lars. Um novo baterista traria forma ao som e estimularia os outros a lapidar o melhor de si mesmo. O documentário deveria se chamar Lars Ulrich, uma visão medíocre de si mesmo.
A entrada do Trujillo ao grupo é a mais engraçada. Me fez lembrar Entrevista com Vampiro. Pareciam um bando de vampiro velho (tipo Lestat) apreciando a vinda de um novo vampiro para apresenta-los como funciona o mundo moderno. Tudo isso para Trujillo ser um membro sem opinião. Sabemos que aguentar o Lars por 1 milhão de dólares é dureza. O mais sensato é Newsted que entendeu que a música não era prioridade a muito tempo. Há muitas coisas em jogo.
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraA produtora A24 tem em seu catálogo, filmes bons, excelente e filmes fora da curva. “A Ghost Story” faz parte dessa curadoria escolhida a dedo. No entanto, a produtora A24 não faz filmes para o público em geral, ou seja, que já inicia um filme desejando encontrar o que sempre encontra em outras experiências blockbuster. Todos os filmes presam pela imersão na história e no personagem central. Vi muitas pessoas reclamando o tempo de uma cena ou a ausência de diálogos. Mas poucos se atentaram ao que mensagem isso transcende. “A Ghost Story” é uma história sobre o sentido da vida, ou melhor, o sentido que damos a experiência de viver. Seja transcender a perca de alguém, aceitar a nossa finitude e o que deixamos para que nossa existência contribua aos outros que estão por vir.
Aqueles que resistirem até o segundo ato, irão ficar cada vez mais aguçado na busca do personagem central.
Dagon
3.3 114Stuart Gordon tem seu mérito indiscutível na história do cinema de horror, principalmente por seu clássico Reanimator (e a trilogia) e "Do Além", obras homéricas do diretor inspiradas e adaptadas para as telas em ode ao escritor H.P Lovecraft. Suas filmografias clássicas são até hoje referências na história da arte e cinematografia do horror, principalmente por seus efeitos visuais práticos, porém com uma qualidade estética extremamente imersiva que consagrou um parâmetro de qualidade nos efeitos visuais da época. Stuart Gordon, apesar de ser um mestre do horror consagrado na década de 80 e 90, fez um ótimo trabalho em outros gêneros como ação "A Fortaleza (1992)" com Christopher Lambert e a comédia "Querida, Encolhi as Crianças (1997)", um clássico da sessão da tarde, memorável até para quem nunca viu um filme de horror do diretor.
Sua importância ao gênero do horror foi consagrado na série Mestre do Horror nos episódios “Dreams in the Witch-House” e “The Black Cat”.
Apesar de Stuart Gordon ser lembrado por suas adaptações memoráveis a obra de Lovecraft, infelizmente Dagon deixou a desejar. Não tem o humor ácido e nem a tensão equilibrada com o horror que o consagrou em Reanimator. Aliás, as conclusões, análises e percepções dos personagens aos fatos ocorridos são terríveis, assim como suas escolhas para sair de certos encalços. A dinâmica entre tensão, perigoso, mistério, sobrevivência e horror não acontecem. Algumas tentativas de sobrevivência e conclusão dos fatos chegam a ser estúpidas, tornando os personagens idiotas à própria sorte ao invés de personagens imersos em uma trama narrativa.
Compreendo que é difícil exigir “realismo” em uma trama onde deuses antigos são cultuados. Não é desse tipo de realismo que me referi. Mas assim aquele que define ações, escolhas e consequências lógicas. As ações são tão bobalhonas que parece que o roteiro foi escrito enquanto filmavam. Tornando a história sofrível e a imersão impossível. É difícil crer que os personagens estão em situação de risco.
Os efeitos digitais sofríveis passam e os efeitos práticos continuam interessantes, mas o desenvolvimento da história, e principalmente, os personagens e suas escolhas, deixam tudo mais arrastado, cansativo e desinteressante. Provavelmente houveram alguns percalços na pré-produção que refletiram no resultado final em si. Pois conhecemos a qualidade do diretor diante de trabalhos com grande e médio orçamento. Porém essa resposta só teremos do próprio Stuart Gordon ou um futuro documentário sobre suas obras.
Para quem é fan do diretor, vale pelo conhecimento da obra e visualizar (mesmo que de forma sofrível) a adaptação do conto Dagon de H.P Lovecraft. Para quem não é fan, será tempo perdido. Um demérito aos clássicos “Reanimator” e “Do Além”. Se você está entrando ao mundo Lovecraft agora ou será seu primeiro contato com as obras de Stuart Gordon. Não comece com Dagon.
Terras Perigosas
3.1 7 Assista AgoraPara quem está acostumado com filmes americanos de entretenimento instantâneo e ações acrobáticas, provavelmente esse não será seu filme. Ou melhor, seu entretenimento de consumo. Pois cinema é outra história. É narrativa, imersão, emoções e ações dentro de uma imersão. High Ground te leva a essa jornada com paisagens lindíssimas, uma excelente captura de áudio que aumenta a imersão nessa realidade selvagem e uma narrativa interessante. O choque de duas culturas, imperialista e a indígena. E como o conceito de lei e ordem é delimitado pela cultura que se julga superior a outra. A ideia de selvageria e civilidade é uma linha tênue que não está definido pela roupa que vestimos ou a língua que falamos.
26/02/22 - nota: 07/10
Hermanoteu na Terra de Godah - O Filme
3.1 46Vi críticas sobre o filme ser considerado datado sem ao menos ver a peça. O filme é de época, não se enquadra esse contexto. É o mesmo que criticar filmes sobre a época da Lei seca ou revolução francesa. Para quem viu a peça, percebe-se que o ritmo é diferente e as piadas ficam desconexas. Seria interessante se tivessem feito um filme de como nasceu Hermanoteu até receber a missão sagrada. Ou como prosseguiu a vida Hermanoteu após a sua missão divina.
O filme não é ruim. A fotografia, cenário, maquiagem e todos os adereços que dão vida a Hermanoteu na Terra de Godah tornam reviver a história uma experiência interessante e divertida, principalmente em novas piadas. Espero que esse START cinematográfico do grupo Melhores do Mundo seja um inicio de vários longas, não adaptações de peças, mas obras genuínas de 100% de vigor
Ghostbusters: Mais Além
3.5 405 Assista AgoraRequentar a sopa ou experimentar novos pratos? Essa é a sensação quando me deparo com releituras. Não é pela ofensa a memória ou a nostalgia. Simplesmente porque não há nada de novo, nada de excepcional, nada que justifique a produção, além da necessidade de imprimir dinheiro. O roteiro é uma colcha de retalhos que visivelmente demostra que a equipe de roteiristas costurou todos os elementos dos filmes anteriores para criar um "mais do mesmo".
Para as crianças que nunca viram caça-fantasmas será uma obra-prima da criação com efeitos especiais muito legais. Uma obra que vale pela nostalgia, nada mais além disso.
Maligno
3.3 1,2KUma versão madura de Basket Case (1982) de Frank Henenlotter. Suspense e mistério na medida certa.
Amores Expressos
4.2 355 Assista AgoraUma das coisas mais interessantes sobre Amores Expressos é que foram necessários 23 dias para concluir as filmagens. É um belo exercício de fotografia e narrativa cinematográfica com pouco orçamento. Amores Expressos cativa quem está envolto pela ébria paixão adolescente, pois irá se identificar com as desilusões amorosas, chavões românticos e esperança utópica de eternos amores juvenil com crenças em retornos memoráveis que só esse período da vida nos trás (ou hormônios). Apenas através dos olhos da adolescência (ou ausência de amor-próprio) é possível se conectar a todos os limiares sobre a paixão que o filme apresenta. Desde razões bobas para amar até desilusões tolas. Amores Expressos deveria se chamar "Amores para me chamar de trouxa". Fico me perguntando que momentos difíceis estava passando o diretor para conceber tal obra, pois em nenhum momento existe amores e tão pouco são expressos. Você sente pena dos personagens (ou raiva) que estão envoltos em atmosferas tão tolas. Por outro lado, as analogias, o minimalismo, são um toque de mestre na narrativa visual dessas desilusões.
A peculiaridade das histórias, torna os personagens inusitados e interessantes. Porém faltou a cereja do bolo. As histórias não empolgam e as músicas são repetitivas. California Dreamin' do The Mamas & The Papas, a principio, trás uma narrativa legal sobre as cenas que se apresentam. Mas na 5ª vez que você ouve a música a sensação é de desespero. Isso demostra o quão o diretor estava conectado a cultura americana. Faltou aquele traquejo de sacar quais são as bandas relevantes das cenas de rock independente da região e usar isso ao seu favor. Tornaria o filme um retorno a cena independente dos anos 90 de Hong Kong. Não pesquisei, mas aposto que maior parte da grana foi para pagar direitos autorais de 4 musicas americanas que rolam no filme.
Por isso e outros fatores acredito que faltou alma ao filme. Não é um filme ruim, mas fica aquela sensação de inacabado. Os personagens são interessantes e as histórias peculiares, mas faltou algo para que o conjunto da obra se tornasse relevante. Existe muita referência a cultura americana. Essa essência ficou evidente na obra. Talvez, abraçar as expressões de sua própria terra traria a Amores Expressos um significado singular a obra.
Ninguém Sai Vivo
2.4 201Os efeitos visuais são excelentes. A composição da imagem, maquiagem, efeitos gráficos que expressam brutalidade e a criatura central da obra é excelente. Uma criatura digna a narrativa sobre a maldição que apresenta, apesar de não terem se aprofundado muito, dando mais veracidade histórica ou mitológica ao que se narra.
Visualmente o filme cumpre o seu papel. Não é um filme galhofa com efeitos B tentando emular tendências do cinema de terror com elenco canastrão. Nesse aspecto o filme é bom. Mas o roteiro e a fórmula não traz nada de novo. O primeiro e segundo ato são repleto dos clichês do cinema assombração. Luzes piscando, fantasma sugestionando sua aparição, luzes que se apagam enquanto o personagem caminha. Tudo o que o cinema americano já faz a mais de 40 anos. Quem assiste já sabe o que esperar, não há susto, não há medo. A não ser que você seja muito sugestionável ou um jovem que está no seu primeiro filme de terror.
O filme já entrega o jogo desde o início: é um filme de fantasma. O Plot twist, ou seja, a reviravolta magnífica, deveria se desenrolar no segundo ato e culminar no final. Mas isso não acontece. O que nos é uma sopa requentada com gosto de todos os outros pratos do cardápio que já foram oferecidos. A histórica não cativa, o filme não impressiona e a tensão não acontece. O filme é um ótimo exercício de aprendizado aos seus executores. Ponto. Como trabalho de conclusão de curso seria uma obra magnífica de aprendizado assimilado e emulado. Já no caráter profissional. Como obra original que se destaca das demais, ou quiçá, cumpre seu papel enquanto filme, realmente muito deixa a desejar.
O filme não é terrível, mas não é bom o suficiente pelo tempo que se leva ao assisti-lo. O único aspecto interessante da trama que realmente causa tensão é opressão dos imigrantes. Ver como o indivíduo esteja sujeito a qualquer situação quando não está em sua terra natal e é visto como criminoso.
05/12/21
Free Guy - Assumindo o Controle
3.5 578 Assista AgoraVi muitos comentário negativos, pensei que iria ver uma réplica de "Pixels" com Adam Sandler. Mas acredito que existe um aspecto antropológico e cultural nas negativas. Com o extremo e fácil acesso a conteúdos diversos (inclusive filmes), aumento a expectativa e exigências sobre a experiência vivenciada. Essa facilidade de acesso aos conteúdos nos trouxe a falsa sensação que somos "experts" em todo conteúdo que temos acesso. Inclusive filmes.
Nem todo filme precisa ser uma obra de arte ou uma experiência sensorial e filosófica. Muitos filmes são simplesmente frutos da indústria do entretenimento e eles servem para justamente nos entreter, divertir. Existem filmes que são para divertir, mas não conseguem fazer isso. Existem filmes que são feitos para divertir e conseguem.
Free Guy é o típico filme de sessão da tarde. Servem para divertir e cumprem seu papel. Simples assim.
O Culpado
3.0 453 Assista AgoraJake Gyllenhaal é um excelente ator e os filmes que se envolve geralmente são uma tangente fora da curva quando se trata de narrativa. The Guilty não foge a essa regra. Nos deparamos com o call center da Policia (911), um homem que pela natureza e comportamento carrega angústia de suas ações premeditadas. Entre várias ligações se depara com uma em específico: sequestro. O que se segue é uma trama interessante de angústia, suspense e revelações. Nada é o que realmente parece ser.
Jogando Sujo
1.6 7 Assista AgoraEsse recado foi MODERADO.
Motivo: Infração dos Termos de Uso. Comentários ofensivos.
Equipe Filmow.com
Em Guerra Com o Vovô
2.9 83 Assista AgoraChristopher Walken, Robert De Niro, Uma Thurman. Grandes nomes da atuação em um filme para cumprir tabela. O filme é ruim por ser comédia família? Não. O filme é ruim, pois a história é ruim, o roteiro é ruim e é um filme para cumprir tabela. Um bom exemplo de que filme família não precisa ser bobinho e ruim é a combinação de John Hughes no roteiro e Chris Columbus na direção. Temos o Esqueceram de Mim. Vai por mim. Deixe esse filme de lado e reveja qualquer outro filme desses grandes atores envolvidos.
PS: A não ser que você tenha menos de 8 anos. A diversão é garantida :)
Volume Morto
2.8 43 Assista AgoraAtuação é sensacional, podemos até identificar nos personagens indivíduos que, vez ou outra, trombamos na sociedade. A trama é formidável, sem sombra de dúvidas, cada avanço toma a nossa atenção. No entanto o grande problema do filme Volume Morto é que ele constrói muita expectativa. Esse excesso de expectativa faz com que o próprio telespectador crie suposições: "Existem um elemento sobrenatural na história?", "Existe uma história de assassinato e tortura por trás dos personagens?", "Cada personagem irá relevar o extremo de sua natureza?"
Quando estamos assistindo a um bom thriller esperamos grandes surpresas, viradas na história, personagens com quem com quem podemos nos identificar, torcer, e admirar. Bons thrillers mantêm a tensão entre uma cena de ação e outra, jogam obstáculos cada vez maiores no caminho do protagonista, apresentam conflitos internos angustiantes. No quesito personagem, o filme sem sombra de dúvidas é impecável, sem o que questionar. Mas quanto ao andamento da história, as promessas que a trama sugere, ou seja, uma aposta em um conflito que quebra a casualidade do cotidiano chegando a outros níveis. Nesse aspecto não atingiu minhas expectativas, não houve uma ação relevante e um conflito atenuante, tão pouco um plot twist que quebrasse todas as suposições criadas pelo telespectador e principalmente, explicasse o conflito que a história criou.
11/06/2021