Uma história sobre os diferentes tipos de amor? Sobre amor sem julgamentos? Pode-se amar duas pessoas ao mesmo tempo? A felicidade de uma pessoa(ou de um casal) necessariamente causa a infelicidade de alguém? O amor sempre é egoísta de alguma forma?
Varda filma com beleza estonteante e assusta com sua verdade avassaladora. De tão direto, nos sentimos mal com o que vemos. Pensamos: "Onde essa história irá parar?". E aí vem a pancada. E não temos respostas, e sim consequências, ironias e reflexões potencializadas.
A vida como algo imprevisível, com seus caminhos caprichosos e tortos. A vida que se renova. Tão igualmente bela quanto cruel. A utopia da felicidade intocável e 100% sincera. Os ideias de perfeição de família, casamento e amor são exaltados, contestados e desconstruídos e ao mesmo tempo.
Um filme bem único. A trilha sonora, as cores, a ambientação, as mortes e os closes nos lembram um pouco giallos clássicos do cinema italiano. Ou até mesmo Jodorowsky. Ainda assim, "The Love Witch" sabe o que quer abordar e como fazer isso de uma maneira muito particular.
A obra abraça sem medo seu caráter fantasioso, sempre num tom acima do que se espera da realidade. Tudo é um espelho do olhar da protagonista em relação ao mundo e aos relacionamentos românticos/sexuais. Tudo deveras contaminado por misticismo e sedução, através de uma aura de sonho que permeia a obra e reflete o desejo maior de sua protagonista.
Mulheres e homens. As fragilidades psicológicas e afetivas de um sexo sendo exploradas pelo outro. Um jogo de domínio que se alterna. Não se sofre apenas quando se tem o controle da situação. O desejo inevitável do novo. O sexo como arma. A obsessão que leva a morte.
O longa aborda questões como dependência afetiva, conquista, abandono, idealização do outro, amor, paixão e 'jogos românticos' de maneira consciente e até eloquente, mas sem nunca perder seu caráter de fantasia.
Atraente, envolvente e exótico. Uma fantástica história da busca de um amor perfeito, porém distorcido. Um amor que só se pode alcançar na própria mente. E, falando de uma forma geral, quem pode julgar o que é ou não distorcido quando se trata de amor?
Ela encontra nele a pureza de alguém que a vê de forma diferente e quer cuidar como ninguém jamais fez. Ele encontra nela alguém com uma fragilidade, inocência e vigor atraentes, que faz seu olhar brilhar e nascer nele um sentimento extremamente puro.
Vai muito além de um romance. Trata-se muito mais de uma vontade de fazer o bem ao outro do que de concretizar uma relação. Há uma vontade de cuidar que nasce muito naturalmente. Uma bonita conexão genuína mesmo sabendo da impossibilidade de um futuro idealizado.
A tristeza de uma garota perdida. Mas que segue, e carrega uma vontade grande de viver algo melhor. Cardinale está lindíssima, encantadora. O fascínio da juventude ao conhecer um sentimento novo e belo. De um adolescente movido pelo coração, que não julga, com imensa coragem e bondade.
O longa alterna o protagonismo, nos faz entender muito bem os dois personagens principais. Vemos os intensos sentimentos, desejos e inquietações. E também que a vida de um deles é e provavelmente será sempre mais sofrida.
Zurlini filma tudo com muito beleza e humanidade, mas também com muito tristeza nos olhares. O muito bonito abraço derradeiro fica na memória. Um carinho que provavelmente nenhum dos dois tinham sentido antes. No final, apesar das impossibilidades da vida(financeiras, de idade, do olhar da sociedade e dos relacionamentos anteriores), há a consciência de ambos que o melhor possível foi feito entre os dois.
A inquietação existencial que surge em diferentes idades, épocas e vidas. Os encontros nos quais se vivem pequenos e belos momento que ficam para sempre. Os reencontros que reacendem amores e tocam em feridas.
O amor que produz um efeito mágico na vida e dá sentido a tudo. Que se busca, que move, mas faz sofrer. No jogo do amor uns ganham e outros perdem. Uns esperam e sofrem. Outros esperam, sem ter certeza, e são felizes.
O roteiro é menos sólido, mais simples, há mais conveniências. O final não envelheceu tão bem, mas entende-se a época e a visão de amor. O filme não chega a ser apaixonante como outros do cineasta, mas os temas clássicos do cinema belíssimo do mesmo estão aqui. De certa forma, serve como um ensaio para as obras-primas do diretor que vieram depois.
Apesar de distante do melhor já visto nas obras de Demy, sempre é prazeroso enxergar o maior dos sentimentos através do olhar de um fantástico entendedor do assunto.
"Meu amado guaxinim. Esta história sempre foi sua, você só não sabia."
Deixar finalmente pesadelos para trás, se acertar e encontrar seu propósito.
Contra inimigos que tentam criar uma utópica sociedade sem defeitos, através apenas de criaturas supostamente perfeitas, nada é mais perfeito que a amizade entre os Guardiões. A amizade que tanto salva expande a fronteira do grupo para dar uma nova vida para todos os que sempre foram oprimidos e descartados. Através de olhos que aprendem a ser generosos os defeitos não importam. E assim se cria uma nova sociedade baseada no amor. É simples, mas funciona.
As interações especiais repletas de sentimentos desse grupo que é uma grande família, os bons personagens e o bom humor seguem confirmando que os Guardiões da Galáxia estão entre os maiores acertos da Marvel. Funciona bem como final de saga.
Vive e sobrevive do visual super colorido e de referências. O humor é pouquíssimo inspirado e a trama é super, super genérica. Nem a motivação de fazer algo que mostre 'finalmente sua grandeza a todos' nos conquista como poderia. Não irrita, mas é 100% esquecível(e sim, tenho enorme carinho pelo jogo, porém nem mesmo fator nostálgico me pegou).
O mal que enxerga bem de perto. Muito, muito de perto. Que cresce, ataca e toma conta de maneira silenciosa. Ninguém vê exatamente como acontece, mas as vítimas sentem o medo e as consequências o tempo inteiro.
A ambição desmedida por riqueza e dominação como grande câncer da sociedade. Um câncer naturalizado, enraizado e com bastante sangue nas mãos. Por baixo dos panos, há um olhar contaminado e desumano que não aceita ver aqueles que não são os seus ou como você tendo o que tanto se deseja e nem o mesmo que você possui.
Somente um diretor com enorme talento como Scorsese poderia contar uma história com tamanha maturidade, uma trama construída sem pressa, na qual vemos a violência lentamente, passo a passo, contaminando e destruindo um povo, relações e tudo que vê pela frente. Vemos que o impacto maior não está nas imagens violentas, e sim no fato dessa violência, tão escondida nas intenções, já ser tão parte da existência coletiva e convívio pessoal que não se é capaz de enxergá-la de verdade ou impedi-la.
As decisões criativas são certeiras. A obra só funciona de forma tão formidável e complexa graças ao ponto de vista escolhido para se contar a história. Trata-se de uma decisão nada óbvia, porém deveras acertada do experiente diretor. A inesperada cena final só reafirma que o filme pertence a alguém que entende a importância e respeita o material que tem em mãos. Um mestre que domina sua arte e sabe o poder do cinema de gerar emoção e muita reflexão - por mais que o mesmo não seja capaz de desfazer injustiças históricas e curar as dores que não sentimos na nossa pele.
Lily Gladstone está incrível, atriz especial. E DiCaprio e De Niro estão no altíssimo nível que já conhecemos. Outra maravilhosa obra do imenso Martin Scorsese.
"Minha senhora...A senhora não sabe o que é um Palmeiras e Corinthians."
'Boleiros' é uma homenagem repleta de carinho e humor ao futebol e suas particularidades tão inigualáveis. As superstições, as "malandragens" de caráter muito questionáveis, as relações de interesses obscuros, os aspectos sociais que brecam talentos, não escondem preconceitos e só olham o status social, a pressão das torcidas, os árbitros suspeitos(mais que suspeitos aqui), as marias-chuteiras, os jogadores que enganam os técnicos na concentração. Enfim, há de tudo. Trata-se de um filme leve, uma grande reunião entre amigos que lembra de divertidas histórias, mas que também revela alguma tristeza e uma enorme saudade de uma época mais gloriosa que eles viveram e eram venerados. E se não eram sempre ou todos venerados, ao menos os mesmos se sentiam felizes por estarem perto do topo no esporte que eles tanto amam.
Delicioso para quem amam futebol e divertido até para quem não curte.
O horror invisível. Que nenhuma palavra ou imagem é capaz de reproduzir com exatidão. Que fica impregnado nos lugares, nas memórias, nos olhares e nas palavras. Não é 100% envolvente(algo compreensível, por ser um filme de mais de 9 horas de duração), mas trata-se de um épico marcante de grande força sobre a maior e mais cruel tragédia da história da humanidade. Obrigatório.
O tempo que expõe calmamente o vazio e a falta de respostas. O cansaço e a aceitação do pior. A alegria de uma simples dança. Acho outros filmes do diretor mais poderosos, mas o filme capta alguns momentos bem humanos com beleza especial. Vejam Béla Tarr.
P.S: A cena da menina com o gato foi sem dúvida a que mais me incomodou até hoje num filme, não vou rever jamais.
Uma época perdida. O ambiente violento que constrói horrores, destrói sonhos e aniquila vidas. Belo ao apresentar alguns sentimentos e desejos muito bonitos daqueles jovens, porém doloroso ao nos fazer enxergar que não há espaço para os mesmos naquela sociedade. Um dos grandes filmes orientais dos anos 90. O cinema de Edward Yang é especial.
Uma história que poderia(e tudo indica que deveria) ter acontecido, mas não aconteceu. Um amor que não teve chance.
As histórias que se constroem nesses encontros que preenchem vazios e se tornam o destino. Os vazios que alguém deixa que não são preenchidos por mais que o tempo passe.
O choro de quem fica. A sensação de olhar na janela, ir embora e deixar quem você mais quis ver na vida.
Impossível não se envolver com a relação dos protagonistas que por diferentes décadas desejam em algum nível entregar seus corações um ao outro, porém não o fazem ao encararem as circunstâncias nas quais vivem. O amor mais bonito é o idealizado e não concretizado?
Menos previsível é ver que os sentimentos do intruso norte-americano(como o próprio brinca) me comoveram quase tanto quanto. Um personagem que se sente inferiorizado e reflete acerca do que poderia "não ter sido" ao pensar sobre o caráter "menos mágico" de toda sua trajetória ao lado da mulher que ama. Bonita a fragilidade do marido. Bonita a cumplicidade entre os dois.
A beleza de cada momento, de cada dia. A beleza de cada instante da vida quando estamos ao lado de alguém que nos enxerga de maneira especial. O filme capta muito bem os poéticos silêncios.
Longa de diálogos belíssimos e sentimentos de tão gigantesca identificação que até esquecemos que estamos diante de uma obra de ficção. Diálogos sobre o que poderia ter sido. Intensos e também leves. E também sobre o que foi, sobre o que aconteceu e como aconteceu. E o fato de ser belo justamente por tudo ter ocorrido como ocorreu.
O casal idealizado, "prometido" desde a infância, que combina mais num primeiro olhar. E o casal criado nos momentos, na companhia. No lugar certo e na hora certa. Na intimidade. Construido com o o pé na realidade. Para um a garota que vai embora. Para o outro a garota que fica.
As memórias e a conexão que aproximam. Os anos passados e a distância que afastam. E o tempo que não dá respostas sobre certo e errado nas nossas escolhas, apenas nos faz sentir na pele o peso das mesmas.
Sensibilidade ímpar. Um dos filmes mais lindos dos últimos anos. Trabalho primoroso de Celine Song.
E se eu tivesse assistido em outro momento e/ou não vivido o que vivi, o filme me tocaria tão profundamente? O cinema reproduz a vida com beleza e força inigualáveis. Jamais esquecerei a cena do choro no final.
Talvez lindas e fantásticas histórias de amor não sejam para todos. Felizmente o cinema é.
Quem pode dizer qual o caminho e o lugar que pertencemos?
Filme de personagens marcados por grandes perdas que tentam o tempo todo evitar novas perdas e desastres maiores. Uma corrida contra o tempo. Uma corrida para provar seu próprio valor. As belas amizades e o visual impressionante seguem tornando tudo especial.
Abraçar e entender seu papel. Fugir não é uma opção. Apenas vivendo se cresce e sabe a nossa real força. Uma grande celebração do universo do super-herói. E com aquele toque de coração que não pode faltar. O visual revolucionário e a inventividade impressionam.
No fundo é apenas uma história comum e não tão bem articulada assim sobre culpa e vingança.
A muito boa performance de Cillian Murphy e a força do tema, com todo o peso que os efeitos que uma bomba atômica podem causar e causam, geram bons momentos. Contudo, ainda incomoda bastante a mão pesada de Nolan que não permite que a história alcance seu potencial dramático de forma mais natural. A trilha sonora deveras intrusiva e as idas e vindas que nem sempre nos mantém interessados como deviam cansam. Novamente o badalado diretor não me impressionou.
A busca por espaço e o desabrochar da identidade feminina.
Greta Gerwig volta a temas preciosos da sua filmografia, contesta e provoca reflexão numa abordagem bastante direta e mais popular. "Barbie" é menos sutil e impressionante do que suas outras obras, porém a saga de autoconhecimento coletivo diverte e emociona. Filme de momentos catárticos! Saber quem você é torna-se o primeiro mandamento para saber que espaço você deve buscar ocupar no mundo. Margot Robbie e Ryan Gosling estão muito muito bem.
Uma missão maior do que o que se carrega no coração. A franquia que constantemente se desafia mais e mais em grandiosas cenas eleva Ethan Hunt a um status de maior esperança da humanidade. Parece exagero? Não numa realidade que antes poderia parecer absurda. Não numa série na qual o entretenimento puro, capitaneado pelo maior astro do cinema, é uma arte tão potente e sólida que conquista mais nossa admiração a cada filme. Tom Cruise segue acertando em cheio.
Funcionaria muito mais se abraçasse apenas a jornada de buscar um sentido para a própria existência/livramento de relações tóxicas e menos a trama policial chatíssima. Vendo o que acontece com o Guillermo na maravilhosa "What We Do in the Shadows" sabemos que poderia ser bem melhor. Até diverte, mas é muito esquecível.
Funcionaria muito mais se abraçasse apenas a jornada de buscar um sentido para a própria existência/livramento de relações tóxicas e menos a trama policial chatíssima. Vendo o que acontece com o Guillermo na maravilhosa "What We Do in the Shadows" sabemos que poderia ser bem melhor. Tão divertida quanto esquecível.
O amor que cega. O amor que destrói histórias de amor. O egoísmo que distorce. Apenas olhando o mal se repetir se entende os erros. O perdão próprio não é possível, mas sempre é tempo para se tornar alguém melhor. Tocante filme do grande John Ford.
Reconciliações e sonhos interrompidos. Reações inesperadas e comportamentos que vão contra princípios, personalidade e religião. "Heróis" que nascem por meio de tragédias. A violência entra, toca as vidas e muda tudo para sempre. Final forte.
Resistentes de uma sociedade cruel, que explora sem parar. O filme nos deixa tensos, surpreende e nos toca. A maldade está em todos os cantos, mas o que há de mais bonito que vence fronteiras e barreiras também.
A busca é por condições melhores lá fora, mas a lacuna familiar é interna. Sobre a magia da vida de doar amor e ver o milagre da vida acontecer. Dar, deixar ir e curar. E finalmente seguir em frente, em paz. Tocante e humano.
Armando Iannucci e Jesse Armstrong(muito antes de Veep e Succession) já mostravam o quanto os envolvidos na política e poderosos podem ser completos incapazes, idiotas e irresponsáveis. Eficiente sátira, diverte.
As Duas Faces Da Felicidade
4.0 120 Assista AgoraO caráter do amor.
Uma história sobre os diferentes tipos de amor? Sobre amor sem julgamentos? Pode-se amar duas pessoas ao mesmo tempo?
A felicidade de uma pessoa(ou de um casal) necessariamente causa a infelicidade de alguém? O amor sempre é egoísta de alguma forma?
Varda filma com beleza estonteante e assusta com sua verdade avassaladora. De tão direto, nos sentimos mal com o que vemos. Pensamos: "Onde essa história irá parar?".
E aí vem a pancada. E não temos respostas, e sim consequências, ironias e reflexões potencializadas.
A vida como algo imprevisível, com seus caminhos caprichosos e tortos. A vida que se renova. Tão igualmente bela quanto cruel.
A utopia da felicidade intocável e 100% sincera. Os ideias de perfeição de família, casamento e amor são exaltados, contestados e desconstruídos e ao mesmo tempo.
Filme de diversos sentimentos e significados.
A felicidade que se acumula também pode destruir.
A Bruxa do Amor
3.6 205 Assista AgoraUm amor só seu.
Um filme bem único. A trilha sonora, as cores, a ambientação, as mortes e os closes nos lembram um pouco giallos clássicos do cinema italiano. Ou até mesmo Jodorowsky.
Ainda assim, "The Love Witch" sabe o que quer abordar e como fazer isso de uma maneira muito particular.
A obra abraça sem medo seu caráter fantasioso, sempre num tom acima do que se espera da realidade. Tudo é um espelho do olhar da protagonista em relação ao mundo e aos relacionamentos românticos/sexuais. Tudo deveras contaminado por misticismo e sedução, através de uma aura de sonho que permeia a obra e reflete o desejo maior de sua protagonista.
Mulheres e homens. As fragilidades psicológicas e afetivas de um sexo sendo exploradas pelo outro. Um jogo de domínio que se alterna. Não se sofre apenas quando se tem o controle da situação. O desejo inevitável do novo. O sexo como arma. A obsessão que leva a morte.
O longa aborda questões como dependência afetiva, conquista, abandono, idealização do outro, amor, paixão e 'jogos românticos' de maneira consciente e até eloquente, mas sem nunca perder seu caráter de fantasia.
Atraente, envolvente e exótico. Uma fantástica história da busca de um amor perfeito, porém distorcido. Um amor que só se pode alcançar na própria mente.
E, falando de uma forma geral, quem pode julgar o que é ou não distorcido quando se trata de amor?
A Moça com a Valise
4.2 21Ela encontra nele a pureza de alguém que a vê de forma diferente e quer cuidar como ninguém jamais fez.
Ele encontra nela alguém com uma fragilidade, inocência e vigor atraentes, que faz seu olhar brilhar e nascer nele um sentimento extremamente puro.
Vai muito além de um romance. Trata-se muito mais de uma vontade de fazer o bem ao outro do que de concretizar uma relação. Há uma vontade de cuidar que nasce muito naturalmente. Uma bonita conexão genuína mesmo sabendo da impossibilidade de um futuro idealizado.
A tristeza de uma garota perdida. Mas que segue, e carrega uma vontade grande de viver algo melhor. Cardinale está lindíssima, encantadora.
O fascínio da juventude ao conhecer um sentimento novo e belo. De um adolescente movido pelo coração, que não julga, com imensa coragem e bondade.
O longa alterna o protagonismo, nos faz entender muito bem os dois personagens principais. Vemos os intensos sentimentos, desejos e inquietações. E também que a vida de um deles é e provavelmente será sempre mais sofrida.
Zurlini filma tudo com muito beleza e humanidade, mas também com muito tristeza nos olhares.
O muito bonito abraço derradeiro fica na memória. Um carinho que provavelmente nenhum dos dois tinham sentido antes.
No final, apesar das impossibilidades da vida(financeiras, de idade, do olhar da sociedade e dos relacionamentos anteriores), há a consciência de ambos que o melhor possível foi feito entre os dois.
Grande filme do excelente Valerio Zurlini.
Lola, a Flor Proibida
3.9 25Os diferentes tempos do amor.
A inquietação existencial que surge em diferentes idades, épocas e vidas.
Os encontros nos quais se vivem pequenos e belos momento que ficam para sempre.
Os reencontros que reacendem amores e tocam em feridas.
O amor que produz um efeito mágico na vida e dá sentido a tudo. Que se busca, que move, mas faz sofrer.
No jogo do amor uns ganham e outros perdem. Uns esperam e sofrem. Outros esperam, sem ter certeza, e são felizes.
O roteiro é menos sólido, mais simples, há mais conveniências. O final não envelheceu tão bem, mas entende-se a época e a visão de amor.
O filme não chega a ser apaixonante como outros do cineasta, mas os temas clássicos do cinema belíssimo do mesmo estão aqui. De certa forma, serve como um ensaio para as obras-primas do diretor que vieram depois.
Apesar de distante do melhor já visto nas obras de Demy, sempre é prazeroso enxergar o maior dos sentimentos através do olhar de um fantástico entendedor do assunto.
Guardiões da Galáxia: Vol. 3
4.2 801 Assista Agora"Meu amado guaxinim. Esta história sempre foi sua, você só não sabia."
Deixar finalmente pesadelos para trás, se acertar e encontrar seu propósito.
Contra inimigos que tentam criar uma utópica sociedade sem defeitos, através apenas de criaturas supostamente perfeitas, nada é mais perfeito que a amizade entre os Guardiões.
A amizade que tanto salva expande a fronteira do grupo para dar uma nova vida para todos os que sempre foram oprimidos e descartados. Através de olhos que aprendem a ser generosos os defeitos não importam. E assim se cria uma nova sociedade baseada no amor. É simples, mas funciona.
As interações especiais repletas de sentimentos desse grupo que é uma grande família, os bons personagens e o bom humor seguem confirmando que os Guardiões da Galáxia estão entre os maiores acertos da Marvel.
Funciona bem como final de saga.
Super Mario Bros.: O Filme
3.9 784 Assista AgoraVive e sobrevive do visual super colorido e de referências. O humor é pouquíssimo inspirado e a trama é super, super genérica.
Nem a motivação de fazer algo que mostre 'finalmente sua grandeza a todos' nos conquista como poderia.
Não irrita, mas é 100% esquecível(e sim, tenho enorme carinho pelo jogo, porém nem mesmo fator nostálgico me pegou).
Assassinos da Lua das Flores
4.1 608 Assista AgoraInimigos íntimos.
O mal que enxerga bem de perto. Muito, muito de perto. Que cresce, ataca e toma conta de maneira silenciosa. Ninguém vê exatamente como acontece, mas as vítimas sentem o medo e as consequências o tempo inteiro.
A ambição desmedida por riqueza e dominação como grande câncer da sociedade. Um câncer naturalizado, enraizado e com bastante sangue nas mãos. Por baixo dos panos, há um olhar contaminado e desumano que não aceita ver aqueles que não são os seus ou como você tendo o que tanto se deseja e nem o mesmo que você possui.
Somente um diretor com enorme talento como Scorsese poderia contar uma história com tamanha maturidade, uma trama construída sem pressa, na qual vemos a violência lentamente, passo a passo, contaminando e destruindo um povo, relações e tudo que vê pela frente.
Vemos que o impacto maior não está nas imagens violentas, e sim no fato dessa violência, tão escondida nas intenções, já ser tão parte da existência coletiva e convívio pessoal que não se é capaz de enxergá-la de verdade ou impedi-la.
As decisões criativas são certeiras. A obra só funciona de forma tão formidável e complexa graças ao ponto de vista escolhido para se contar a história. Trata-se de uma decisão nada óbvia, porém deveras acertada do experiente diretor.
A inesperada cena final só reafirma que o filme pertence a alguém que entende a importância e respeita o material que tem em mãos. Um mestre que domina sua arte e sabe o poder do cinema de gerar emoção e muita reflexão - por mais que o mesmo não seja capaz de desfazer injustiças históricas e curar as dores que não sentimos na nossa pele.
Lily Gladstone está incrível, atriz especial. E DiCaprio e De Niro estão no altíssimo nível que já conhecemos.
Outra maravilhosa obra do imenso Martin Scorsese.
Boleiros - Era uma Vez o Futebol...
3.5 54 Assista Agora"Minha senhora...A senhora não sabe o que é um Palmeiras e Corinthians."
'Boleiros' é uma homenagem repleta de carinho e humor ao futebol e suas particularidades tão inigualáveis.
As superstições, as "malandragens" de caráter muito questionáveis, as relações de interesses obscuros, os aspectos sociais que brecam talentos, não escondem preconceitos e só olham o status social, a pressão das torcidas, os árbitros suspeitos(mais que suspeitos aqui), as marias-chuteiras, os jogadores que enganam os técnicos na concentração. Enfim, há de tudo.
Trata-se de um filme leve, uma grande reunião entre amigos que lembra de divertidas histórias, mas que também revela alguma tristeza e uma enorme saudade de uma época mais gloriosa que eles viveram e eram venerados. E se não eram sempre ou todos venerados, ao menos os mesmos se sentiam felizes por estarem perto do topo no esporte que eles tanto amam.
Delicioso para quem amam futebol e divertido até para quem não curte.
Shoah
4.5 37O horror que fica.
O horror invisível. Que nenhuma palavra ou imagem é capaz de reproduzir com exatidão. Que fica impregnado nos lugares, nas memórias, nos olhares e nas palavras.
Não é 100% envolvente(algo compreensível, por ser um filme de mais de 9 horas de duração), mas trata-se de um épico marcante de grande força sobre a maior e mais cruel tragédia da história da humanidade.
Obrigatório.
O Tango de Satã
4.3 139O fim e a desesperança coletiva.
O tempo que expõe calmamente o vazio e a falta de respostas.
O cansaço e a aceitação do pior. A alegria de uma simples dança.
Acho outros filmes do diretor mais poderosos, mas o filme capta alguns momentos bem humanos com beleza especial.
Vejam Béla Tarr.
P.S: A cena da menina com o gato foi sem dúvida a que mais me incomodou até hoje num filme, não vou rever jamais.
Um Dia Quente de Verão
4.3 47O fim da inocência.
Uma época perdida. O ambiente violento que constrói horrores, destrói sonhos e aniquila vidas.
Belo ao apresentar alguns sentimentos e desejos muito bonitos daqueles jovens, porém doloroso ao nos fazer enxergar que não há espaço para os mesmos naquela sociedade.
Um dos grandes filmes orientais dos anos 90. O cinema de Edward Yang é especial.
Vidas Passadas
4.2 743 Assista Agora*Possíveis spoilers abaixo!*
E se...
Uma história que poderia(e tudo indica que deveria) ter acontecido, mas não aconteceu.
Um amor que não teve chance.
As histórias que se constroem nesses encontros que preenchem vazios e se tornam o destino.
Os vazios que alguém deixa que não são preenchidos por mais que o tempo passe.
O choro de quem fica.
A sensação de olhar na janela, ir embora e deixar quem você mais quis ver na vida.
Impossível não se envolver com a relação dos protagonistas que por diferentes décadas desejam em algum nível entregar seus corações um ao outro, porém não o fazem ao encararem as circunstâncias nas quais vivem.
O amor mais bonito é o idealizado e não concretizado?
Menos previsível é ver que os sentimentos do intruso norte-americano(como o próprio brinca) me comoveram quase tanto quanto. Um personagem que se sente inferiorizado e reflete acerca do que poderia "não ter sido" ao pensar sobre o caráter "menos mágico" de toda sua trajetória ao lado da mulher que ama.
Bonita a fragilidade do marido. Bonita a cumplicidade entre os dois.
A beleza de cada momento, de cada dia. A beleza de cada instante da vida quando estamos ao lado de alguém que nos enxerga de maneira especial. O filme capta muito bem os poéticos silêncios.
Longa de diálogos belíssimos e sentimentos de tão gigantesca identificação que até esquecemos que estamos diante de uma obra de ficção.
Diálogos sobre o que poderia ter sido. Intensos e também leves. E também sobre o que foi, sobre o que aconteceu e como aconteceu. E o fato de ser belo justamente por tudo ter ocorrido como ocorreu.
O casal idealizado, "prometido" desde a infância, que combina mais num primeiro olhar.
E o casal criado nos momentos, na companhia. No lugar certo e na hora certa.
Na intimidade. Construido com o o pé na realidade.
Para um a garota que vai embora. Para o outro a garota que fica.
As memórias e a conexão que aproximam. Os anos passados e a distância que afastam.
E o tempo que não dá respostas sobre certo e errado nas nossas escolhas, apenas nos faz sentir na pele o peso das mesmas.
Sensibilidade ímpar. Um dos filmes mais lindos dos últimos anos.
Trabalho primoroso de Celine Song.
E se eu tivesse assistido em outro momento e/ou não vivido o que vivi, o filme me tocaria tão profundamente?
O cinema reproduz a vida com beleza e força inigualáveis.
Jamais esquecerei a cena do choro no final.
Talvez lindas e fantásticas histórias de amor não sejam para todos. Felizmente o cinema é.
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
4.3 519 Assista AgoraQuem pode dizer qual o caminho e o lugar que pertencemos?
Filme de personagens marcados por grandes perdas que tentam o tempo todo evitar novas perdas e desastres maiores.
Uma corrida contra o tempo. Uma corrida para provar seu próprio valor.
As belas amizades e o visual impressionante seguem tornando tudo especial.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraO Aranha necessário.
Abraçar e entender seu papel. Fugir não é uma opção. Apenas vivendo se cresce e sabe a nossa real força.
Uma grande celebração do universo do super-herói. E com aquele toque de coração que não pode faltar.
O visual revolucionário e a inventividade impressionam.
Oppenheimer
4.0 1,1KNo fundo é apenas uma história comum e não tão bem articulada assim sobre culpa e vingança.
A muito boa performance de Cillian Murphy e a força do tema, com todo o peso que os efeitos que uma bomba atômica podem causar e causam, geram bons momentos. Contudo, ainda incomoda bastante a mão pesada de Nolan que não permite que a história alcance seu potencial dramático de forma mais natural. A trilha sonora deveras intrusiva e as idas e vindas que nem sempre nos mantém interessados como deviam cansam.
Novamente o badalado diretor não me impressionou.
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraA busca por espaço e o desabrochar da identidade feminina.
Greta Gerwig volta a temas preciosos da sua filmografia, contesta e provoca reflexão numa abordagem bastante direta e mais popular. "Barbie" é menos sutil e impressionante do que suas outras obras,
porém a saga de autoconhecimento coletivo diverte e emociona.
Filme de momentos catárticos! Saber quem você é torna-se o primeiro mandamento para saber que espaço você deve buscar ocupar no mundo.
Margot Robbie e Ryan Gosling estão muito muito bem.
Missão: Impossível 7 - Acerto De Contas - Parte 1
3.9 392 Assista AgoraO homem que perde e que salva.
Uma missão maior do que o que se carrega no coração.
A franquia que constantemente se desafia mais e mais em grandiosas cenas eleva Ethan Hunt a um status de maior esperança da humanidade. Parece exagero? Não numa realidade que antes poderia parecer absurda. Não numa série na qual o entretenimento puro, capitaneado pelo maior astro do cinema, é uma arte tão potente e sólida que conquista mais nossa admiração a cada filme.
Tom Cruise segue acertando em cheio.
Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe
3.2 249 Assista AgoraFuncionaria muito mais se abraçasse apenas a jornada de buscar um sentido para a própria existência/livramento de relações tóxicas e menos a trama policial chatíssima.
Vendo o que acontece com o Guillermo na maravilhosa "What We Do in the Shadows" sabemos que poderia ser bem melhor.
Até diverte, mas é muito esquecível.
Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe
3.2 249 Assista AgoraFuncionaria muito mais se abraçasse apenas a jornada de buscar um sentido para a própria existência/livramento de relações tóxicas e menos a trama policial chatíssima.
Vendo o que acontece com o Guillermo na maravilhosa "What We Do in the Shadows" sabemos que poderia ser bem melhor.
Tão divertida quanto esquecível.
Peregrinação
4.0 9O que se perde para sempre.
O amor que cega. O amor que destrói histórias de amor.
O egoísmo que distorce. Apenas olhando o mal se repetir se entende os erros.
O perdão próprio não é possível, mas sempre é tempo para se tornar alguém melhor.
Tocante filme do grande John Ford.
Um Sábado Violento
3.4 13Reconciliações e sonhos interrompidos.
Reações inesperadas e comportamentos que vão contra princípios, personalidade e religião. "Heróis" que nascem por meio de tragédias.
A violência entra, toca as vidas e muda tudo para sempre.
Final forte.
Coisas Belas e Sujas
3.8 245 Assista AgoraCorações imparáveis.
Resistentes de uma sociedade cruel, que explora sem parar.
O filme nos deixa tensos, surpreende e nos toca.
A maldade está em todos os cantos, mas o que há de mais bonito que vence fronteiras e barreiras também.
Terra de Sonhos
4.0 111Apenas o amor cura.
A busca é por condições melhores lá fora, mas a lacuna familiar é interna.
Sobre a magia da vida de doar amor e ver o milagre da vida acontecer.
Dar, deixar ir e curar. E finalmente seguir em frente, em paz.
Tocante e humano.
Conversa Truncada
3.6 38 Assista AgoraArmando Iannucci e Jesse Armstrong(muito antes de Veep e Succession) já mostravam o quanto os envolvidos na política e poderosos podem ser completos incapazes, idiotas e irresponsáveis.
Eficiente sátira, diverte.
Sdds, James Gandolfini.