Genialidade X Loucura Biografia de Modigliani, ela mostra a tragédia que foi a vida do mesmo e ajuda a meditar sobre os desequilíbrios da vida de um artista, principalmente no que tange ao alcance de sucesso e sustento material.
Uma releitura, que pra mim sem dúvida é o melhor romance filmado na atualidade, belíssimo, uma lição de amor sem pieguismo...separar um lençol pra fazer de lenço...
Mais uma sensacional obra de Edward Norton, e uma das que é muito menos falada ou recomendada do que merece...as lições de Edward nunca são superficiais, e todo filme dele deve ser visto com carinho.
Sou fã incondicional de Edward Norton, mas não vou ficar elogiando detalhes técnicos, ou construções de personagens, que certamente foram muito bem feitos. Mas TÉDIO, resume o que eu senti ao assistir Moonrise Kingdon
Em algum dia da vida, refutamos a possibilidade, de que o bem e o mal pudessem andar na mesma direção? Já paramos para pensar alguma vez na vida, que o momento que essa escolha é feita, é guiado por uma única força? Sim, em algum momento da vida, esse carro para em nossa frente, contendo dentro dele, exatamente o bem e o mal.
Essa escolha é compulsória. Aquele que se atrever a não determinar a sua posição, de qualquer forma, é arrastado por esse “Rio místico”, uni-direcional…a força da correnteza não permite lutas contra esse fadado rumo. Será também, que é preciso que lutemos por essa escolha, ou ela é natural, primitiva, instintiva? E somos desde o princípio de nossas vidas, escravos de nossa própria natureza. Os eventos podem nos servir de desculpa para justificarmos quem somos. Estranho é, que o mesmo evento, justifique tanto o bem quanto o mal. Será que o bem se disfarça atrás de um pai que carrega sua cruz no dedo ou nas costas? Ou quem sabe nossas forças mais negativas queiram aparecer para nós, mascaradas pela moral e pelas algemas do homem da lei? Eu basicamente me sinto como o ser arrastado, sem escolha alguma, carregada neste carro, tentando em vão lutar contra diversas correntezas. Descobri que não fiz escolha alguma no meu próprio momento crucial…e talvez por ser essa a minha irrecuperável natureza.
A certeza de que não sou impelida a fazer uma escolha entre esses dois seres, me permite compreender, e quem sabe me apiedar dessas duas figuras…essa minha natureza, caso fosse “deflorada”, certamente me transformaria em um ser quase vampiro, confuso, dissonante entre a moral e a vida, sem alegria de viver, mas também sem nenhum medo de morrer…visto que o rio já teria me tragado… Torçamos que esses, que não querem pagar essas duas moedas para Caronte, não sejam ao menos lesados…que lhes seja permitido seguir esse rio místico mantendo suas idéias “contraditórias” em uma linha tênue entre a santidade e a loucura. Por que o que é antônimo, pode se tornar sinônimo da própria
Faz tempos que penso em escrever sobre o filme “A Origem”, porém, não vejo como escrever pouco, em uma matéria que se encerre com algumas linhas, por isso vou abrir uma série de artigos, e através deles, poderemos fazer um estudo mais aprofundado à respeito dos sonhos.
Citarei paralelismos mitológicos, e agradeço ao máximo de comentários que possam nos acrescentar elos perdidos nessa história, pois não gostaria de fazer uma série estática, mas algo que surja com a contribuição dos leitores, os comentários que eu considerar pregnantes.
Adianto o óbvio: “Inception” é um filme perfeito no que diz respeito a metáfora da construção dos sonhos.
Peço a todos que reassistam o filme (bom, eu já o engoli ao menos umas 5 vezes), se atentando principalmente que tudo, absolutamente tudo que sonhamos, faz parte do universo individual, ou seja:
Quando você sonha com a namorada (o), no sonho ela(e) absolutamente não é sua namorada, mas sim o que essa pessoa representa para você, o seu simbolismo, uma “persona” sua, no caso dos homens a persona “ânima”, no caso das mulheres a persona “ânimus”. E assim se prossegue com todos os personagens dos seus sonhos: nunca se trata do outro, são “seus eus”, aqueles tais que você precisa aprender a administrar, a reger com auxílio de seu maestro interno: O Ego.
Fantástica a cena em que Ariadne começa a construir mentalmente um cenário, lembremos que ela é arquiteta, a maioria de nós não o somos e mesmo assim construímos na vigília universos ricos e elaborados, eles não surgem do nada, cada pedaço desse cenário tem para nós um significado, provavelmente a identidade com um compartimento de nossa mente.
Detalhe interessante: Os xamãs sempre exercitaram a saída do corpo e a viagem durante a inconsciência, pra se manterem dentro da realidade utilizavam cada um o seu próprio amuleto, representando sua identidade. Isso lembra algo?
Mirror Mask é um filme dirigido por Dave McKean e escrito por Neil Gaiman e Dave McKeaan, gostaria de saber qual a droga que eles usaram ao produzir o filme…brincadeirinha, nem é necessário, basta assistir ao filme pra compartilhar da grande viagem que eles criaram.
Mirror Mask é mais um filme criado claramente, à luz do padrão roteiro Christopher Vogler, e é mais um dos aprimoramentos dos primitivos e clássicos contos de fadas, seguindo uma linha bem semelhante ao Labirinto do Fauno.
Porém este apresenta uma jovem heroína moderna, de fácil identificação tanto para meninas, quanto para qualquer um que tenha construído seu universo particular com seus gostos voltados tanto para as artes quanto para a psicologia, pois o filme é UM SONHO, e nesse momento não consigo me lembrar de outro filme que consiga exprimir com tanta clareza tanto a estrutura dos sonhos, quanto o mundo das fantasias, do onírico e das forças do psicológico.
Daria para pegar cada cena do filme e correlacionar com um pintor surrealista, porém vou generalizar as influências de Bosch, Magritte, Dali, Giger, Escher…e provavelmente vários, muitos outros, pois o filme é uma homenagem justamente aqueles que enchergam a vida e o mundo através da “máscara da ilusão”, e essa seria a melhor metáfora para definir os criadores que se inspiram em realismos fantásticos.
Psicologicamente, é mais um dos filmes que pode se encaixar em teorias Jungianas e seus conceitos de personas, como a da sombra, alcances de individuação e a dissecação dos sonhos: sempre competentes em nos fornecer tanto respostas o quanto remédios para nossos problemas e dores, daria para fazer o seu dicionário de símbolos e provavelmente o farei em algum momento.
Para mim, esse filme está eleito como um grande representante de obra-prima da sétima arte: sons, imagens, delírios que dispensam explicações técnicas, é assistir e aguardar os seus próximos sonhos, certamente serão mais ricos e mais bonitos.
Comecei a assistir Dark Shadows, com a intenção de colocar este filme na série de críticas que estou escrevendo, intitulada “Realismo Fantástico”, mas…a única realidade ao qual me deparei, é que Tim Burton comeu um balde de merda antes de produzir, e serviu um prato pro Johnny Depp e Helena Bonham Carter para eles aceitarem.
Pensei em falar da estética inicial que não é mais do que o Cavaleiro sem Cabeça, pensei em falar da direção de arte reconstruindo a década de 70, comecei a achar que o filme iria para uma comédia rasgada…mas o filme não chega a lugar algum.
Lixo…o filme é um lixo, acho até digno que os diretores tentem traçar algum sucesso brincando com o trash, por que até o trash pode apresentar algo que seja sobrevivente depois de alguns anos…mas…não acredito na imortalidade de Barnabas Collins Cane como vampiro, torço pelo seu eterno esquecimento, pra que não fique um traço deste vampiro, na construção dos próximos.
Eu sou uma das seguidoras das histórias dos vampiros, assim como admiro a criação deste mito, desde seu princípio inspirado pelo Vlad, o empalador. Uma das minhas grandes admirações por todas as histórias que envolvem esse “mito sombra”, é o fato de que todos os escritores, dos maiores sucessos, incluindo Bram Stoker, Anne Rice (Entrevista com Vampiro) e outros, apresentam um histórico de dramas em suas vidas, que os possibilitaram em determinado momento, colocar pra fora suas sombras, encarnadas como os próprios vampiros, ou seja: Não há como deliberar a criação de um bom vampiro, por exemplo por um escritor claramente bonzinho ou engraçaralho. Bons vampiros são vomitados pelo ódio de seus escritores.
Barnabe não nasceu dessa forma, mas sim de uma cagada…Porra Tim! Se inspirou nos filminhos de sessão da tarde da década de 80? Faça-me um favor…sem mais comentários.
Sou bastante reticente a assistir dramas, acho tedioso…normalmente eles vêm repletos de mensagens egoístas do estilo “síndrome de Pollyana”: Olhe a desgraça pra se sentir melhor.
Mas o filme 50% não, mesmo por que basta ver a face de Seth Rogen para ter vontade de rir. Joseph Gordon Levitt no papel principal de um rapaz de 27 anos que descobre ter câncer.
O filme descarrega em cima de nós, duas simples realidades: A primeira que o drama faz parte da vida, e a segunda que justamente por fazer parte, a vida deve continuar, de preferência com naturalidade e se for possível, diversão.
50% é um filme que as pessoas não devem aguardar ter problemas, para assistir, pois ele é um excelente preparatório em diversos níveis da vida: tanto no drama, comédia ou amor.
Uma dos pensamentos que eu tive ao terminar de assistir o filme, é o fato das pessoas escolherem, ou se apaixonarem por parceiros perfeitos, saudáveis e 100% padrão…e me perguntei o que será desse amor no momento de enfrentar dificuldades, pois elas são incluídas no pacote da convivência.
Para Adam, o amor surge no momento mais difícil de sua vida, sendo assim, essa parceira que se apaixonou por alguém em 50% de sua carga, nos mostra o que é amor em sua mais pura essência.
Ao assistir esse filme eu me foquei na importância da amizade, da família, e o fato do amor poder nascer nos momentos mais estranhos da vida de alguém…assistam…
The Fall é um filme dirigido por Tarsem Singh, sua tradução “A queda”, faz analogia a um acidente sofrido por um double de cinema, que internado e sofrendo de uma grande depressão, passa seu tempo contando histórias para uma menina de 5 anos, também acidentada.
“A queda”, também é uma analogia ao fato de termos a possibilidade de transformar uma emboscada da vida, em uma história bonita e de aprendizado relevante.
Para mim, fica claro no decorrer do filme, que a história explica e demonstra o nosso processo de identificação com personagens do cinema, visto que os 5 participantes do enredo inventado pelo double, representam e ele mesmo e cada uma de suas forças, ou personas, que foram lutando até morrer em seu processo de desilusão.
O filme é repleto de simbolismos, usos de semiótica, que mercem o estudo de cada cena, com a finalidade de ultrapassar o “sentir” e alcançar um “traduzir” de possíveis intenções.
Não é possível para nós, meros mortais e não cineastas, apontar dentro desses símbolos ou que foi criação intencional ou um emergir do inconsciente deste artista, cabe a nós contemplar, e o que eu repito constantemente em minha coluna de realismo fantástico: Aguardar seus próximos sonhos, pois filmes como The Fall, os invadem sem nossa autorização.
Não há como falar de amor com a razão…o que seria o amor, quando apaziguado pelo tempo? Seria ainda amor? Esse mesmo que em sua juventude, nasceu em função do desejo?
Talvez ainda por cima, ser “inalcançável” seja condição cinequanon do desejo. Desejo alcançado é amor morto? Eu não sei ainda. Não me agrada separar o nitrogênio da glicerina. Amar assim, eu amo aos meus filhos. Ele não mede a nada…quem? O desejo. Essa droga intangível, libertadora e destruidora na mesma equação. Ele pode te fazer criar letras, imagens, sons, e pode também te fazer adentrar nas profundezas das fantasias, que muitos que se foram antes da hora, encararam em seu último suspiro.
Em contra-partida, viver sem ele (o desejo, não o amor), nos torna apenas humanos…daqueles tais que trabalham no que não gostam, para adquirir o que não precisam. Estranho pensar que eles (desejos) são da natureza animal…e que é essa parte de nossa condição primitiva, que nos faz especiais , atraentes, sedutores.
Verdade. De certa forma, não é o raciocínio que nos torna atraentes, tão pouco é a beleza física. São as entranhas…a energia que move o corpo. Velho ou novo. A necessidade de capturar uma dessas duas “carapaças”, só nos mostra que tipo de energia, está nos excitando, ou quem sabe…faltando.
Amelie Poulain é uma estranha, criada como esquisita, dissociada, com provável destino comum, vítima de família neurótica e trágica. Bem, meu marido, o Bruno Costa, está neste momento me interpelando o por que de eu ter gostado do filme, e do fato dele não ser imprescindível…justo, nenhum filme ou pessoa o é, dependendo da ótica. E assim são as atitudes iniciais dos personagens da história, gostos estranhos e inúteis… banais “gostar” ou “não gostar” que assumem um papel de “coisa muito importante”. Rituais sem sentido da vida comum. Comum demais. Não vivida.
A referência ao quadro “O Almoço dos Remadores”, de Renoir, onde todos estão felizes, fartos, sociáveis e uma moça ao meio toma um copo d’água alheia a todo cenário, mostram do filme a mais pura inspiração do autor da história.
Mas uma pequena caixa com imagens perdidas, pode ser mais importante do que qualquer visão diária para Amelie: As imagens contidas nessa caixa ressuscitam um homem de coração partido, e mostram a Amelie que ela simplesmente não viveu, e que não há em sua vida registros ou imagens que a transporte para essas sensações.
Aí começam as emoções, se antes seu coração disparava apenas em stress pelo seu pai, agora aberta para ver e ajudar aos outros, causando essa emoção alheia, ela a captura para si mesma: e seu coração dispara ao ver um homem.
Não é difícil para uma mulher, se colocar nesse lugar, nesse momento: seja sociável, dissociada, normal, recatada, puta, pudica ou desavergonhada…todas já sentiram esse prazer que nos faz mudar de rumo: Esse que logo após o disparo do coração, faz tremer as mãos e barriga esfria e esquenta como que já gerando um filho. Que faz com que a mulher por mais pensativa que seja, seja obrigada a se lembrar de sua fisiologia, a que cega…e abre os olhos ao mesmo tempo. Que te aponta o cara que você sequer sabe algo a respeito. Pode ser que ele tenha te enviado um sinal de milésimos de segundo, saído do seu corpo, ocupando o espaço e entrado nas suas entranhas indo direto você nem sabe onde. Mas estremeceu…
Nesse momento, nos tornamos solipsistas: Nada existe fora do pensamento individual. Se antes disso pensamos no mundo, com a chegada do amor pouco importa se as freiras deixem de ser santas, se os escritores fracassam, se os pintores pintam ou se mundo se acabe.
A minha lembrança à respeito desse filme, era de uma mensagem totalmente trash, revendo hoje, avalio que a estética dos anos 80 tornou esse filme um “clichezão”, mas ele tem sim, um sentido psicológico que vale à pena ser discutido.
O filme valoriza e insinua as falhas, acertos e excessos de pudor que permeiam infelicidades e desejos não cumpridos dos casais, mostrando essas realizações não aceitas, como bizarrices que podem tanto fazer a relação mais feliz, quanto destruir não só a relação, mas também a vida social dos amantes em questão.
Estou lendo no momento, um livro de análise psicanalítica, sobre “Perversão”, e estou achando engraçado…esses “defeitos” provavelmente foram delimitados em uma época em que o pudor só permitia que se fizesse sexo, com o casal separado por um lençol com um furinho bordado…a impressão que me dá, é que tudo diferente disso, foi por muito tempo diagnosticado como doença. De certo há esquisitices como “coprofilia” (argh), “pedofilia”…e outros atos que são nitidamente amorais, bizarros, criminosos e por vezes destruidores…Mas então o que é perversão para você?
Tenho a impressão de que nesse ano se falava de sexo com menos pudor, a doença maldita ainda tinha ares de boato, então os filmes falavam e mostravam sexo com mais requinte. Lógico, hoje esse assunto ainda é explorado, mas eu sinto que hoje ele é explorado como se ele se resumisse a um ato físico. Outra impressão que tenho, é que apesar de nos classificarmos atualmente como liberados sexualmente, existe um puritanismo velado, que transformou qualquer filme que tenha a temática exclusiva de sexo, em pornografia.
Elizabeth (Kim Basinger) trabalha com artes, e John (Mickey Rourke) um investidor. Sendo Elizabeth pessoa que valoriza o senso artístico, John utiliza de suas artimanhas, jogos, para conquistar através de experiências que a envolve através da maioria de seus sentidos. Ou seja, o foco do filme é sedução. E nesse destrinchamento de sedução, percebemos desde recursos que até os primatas utilizavam para atrair as fêmeas, como oferecer comida, até chegar a sua capacidade ímpar de conseguir com que Elizabeth fique submersa em um universo fantástico e onírico.
Em uma das primeiras tentativas, ele a leva para um barco, enquanto conversam e ela observa o ambiente, ele ignora qualquer acontecimento e simplesmente arruma a cama, como se um homem esticar lençóis, fosse um hábito costumeiro…nesse arrumar dos lençóis, os seus olhos não estão nesses panos, mas sim num convite sem palavras, cuja interpretação não deixa dúvidas da causa.
Falam pouco, conversam pouco, olhares, lugares, e magicamente o filme chega a produzir e transmitir sensação de odores.
Ela trabalha com obras de arte, e toda a bidimensionalidade dos quadros expostos no filme, se transformam no que em nossa atualidade já se expandiu, até em exposições dos museus, em experiências que extrapolam a visão do produto.
Na segunda tentativa, ele pede que ela tire o vestido, e já tendo a trama a levado a um total envolvimento, através de artimanhas pueris, brincadeiras, jogos de irritação… Elizabeth já se encontra em estado quase hipnótico, por baixo do vestido um blusa transparente, e o consentimento para ser vendada, sem resistência alguma.
A história induz a crer (ou será realmente) que o mistério, o medo, a irritação, são temperos para a excitação, mais eficazes que simples beleza física ou estímulos intelectuais. Não há semelhança cultural significativa entre os dois, mas há a vontade de vivenciar uma experiência, com uma curiosidade quase infantil.
A importância dos rituais amorosos: Ele dá de presente para ela um relógio, e pede para que todos os dias, ao meio dia, ela pense nele a tocando… bom, a esta altura e nos próximos dias, ela está completamente absorta, fora de si…em momentos desse desnortear, ela passeia sua visão sob quadros surrealistas, realismos fantásticos…que ilustram perfeitamente para onde sua mente está se direcionando.
Certamente o filme, sendo da década de 80, sugere certa vulgaridade, mas imagino-o sendo refeito com mais requinte.
O cara é um mágico da sedução… ele é a diferença entre estar em uma biblioteca e um parque de diversões. Apresentador de sentidos…sendo assim nos leva a reflexão de como somos chatos e complicados para a escolha de um parceiro, medindo carteiras, intelectos, belezas, semelhanças, a história nos ensina a esquecer compêndios sobre o prazer. Elucubrações sobre como chegar lá…
É uma relação intimista, sem intenção de se tornar social ou racional, ele oferece uma vida a dois, exclusivamente a dois sem interferência ou convívios alheios, como se esse contato externo fosse capaz de estragar a magia (e será que realmente não estraga). O fato de que a rotina desgasta as relações, é reforçado nessa insistência da convivência completamente enclausurada, convivência essa que pode trazer em contra ponto o tédio.
Quem de nós não admite, que passados alguns dias de convívio, colocamos o parceiro a prova, exigindo convívios, contatos familiares, apresentações que servem simplesmente para delimitar territórios.
A história passeia também pela liberação dos impulsos sádicos, e apesar da resistência de Elizabeth, se deflagra nesse momento, mais uma nuance do prazer, talvez o prazer existente em muitos, mas não admitido.
O filme obviamente não retrata apenas o amor, é uma homenagem ao prazer (ou seria ele apenas para ser amor?). Intencionalmente estupra centenas de paradigmas. Creio que assim seria se crescêssemos nos mantendo crianças… e por que não? O tédio pode sim ser traduzido pela falta de brincadeiras, falta de aspectos infantis. O tédio é também o fato de não quebrarmos os papéis e funções do masculino e do feminino.
Quando estão em público, os olhares para eles, se comparam a olhares que seriam destinados à animais que se encontrassem a solta.
Ele propõe a ela, uma passagem em que ela seja “Homem”, e travestida e de bigode em um clássico restaurante, ela relata a chatice de cumprir as tarefas masculinas. De novo o choque surreal…
E vão se extrapolando todas as possíveis receitas de copular de formas bizarras e diferenciadas.
Essas experiências vão se estendendo a modificar o caráter de Beth a características transgressoras, que acabam por se equilibrar, lançando para fora, toda sua capacidade criativa, antes reprimida… repressão essa representada até pela limitação de seus gestuais
Em uma passagem, Elizabeth conversa com um pintor, já senhor, que ignora a data de sua exposição marcada, e ele explica que se lembra de dormir quando tem sono, lembra-se de comer quando tem fome… sugerindo que criar é o mesmo processo, natural, colocamos a sensação artística pra fora simplesmente por que ela surge. E esse senhor não pintaria sem o surgimento desse desejo. Seria fazer sexo um comparativo a essas fisiologias e criações básicas, deveríamos simplesmente fazer ou não fazer de acordo com o pedido do nosso corpo, e. esse instante, deveria ser capturado, assim como o pintor descreve a captura instantânea de uma imagem forte…esse instante teria condições de se tornar eternamente e repetidamente artístico, emocional, seja sádico, curioso, maldito ou divino? Seria esse momento a nossa maior expressão de criação?
E brincadeiras e mais brincadeiras vão dando vazão a todas as vontades que sempre existiram em suas naturezas.
E ela passa a não mais suportar vivenciar apenas essas sombras, e a natureza dessas experiências vai aumentando, chegando a vivenciar ménages, o mergulho se tornou por demais profundo, incorrendo no risco de um não retorno á realidade, imagens de símbolos cada vez mais perversos, profundos e provavelmente de inconscientes coletivos, as fazem perder o controle e vincular o prazer a algo mais animal e sem sentido algum emotivo… transtornada na galeria, as imagens passar a atordoar, pois a visão do mundo e das pessoas passou a ser comtemplada agora, por essa sua persona obscura. Uma quase loucura, nessa quase loucura, ela decide por fim ao relacionamento, e nesse momento, o único momento em que John fala dele mesmo, descreve em poucas palavras a vida comum e pacata de seus pais.
Denunciando o óbvio: não se sente obrigado a seguir esse modelo de relação.
O questionamento que me restou, é por que não conseguimos, por que não incentivamos a cultura da felicidade dos casais nesse sentido. Não falo de sorrisos públicos, ou de metas de crescimento e consumo. Falo de execução do prazer, o prazer lúdico, que pode ser exercício e remédio que pode sim, remediar o final de muitas relações.
Finalizo a crítica com algumas perguntas:
O desejo sexual deve seguir regras?
O ato em si exige algum tipo de etiqueta?
O não cumprimento dessas “etiquetas” desqualifica a possibilidade de uma vida em família?
É possível domar esses instintos, o transformando em brincadeiras apenas dentro de uma relação?
É suportável admitir e executar atos que não são descritos socialmente como saudáveis ou morais, e mesmo assim, na luz do dia, exercer seu papel social convencional?
É ficção não é mesmo? Pois desde quando criamos guerras com outros povos, por causa de energia? Desde quando os “super homens de ferro”, moram em torres de Manhatan?
Se fizermos uma filmografia, falando dos diversos filmes épicos que já houve até hoje, não ficará difícil justificar que todas as civilizações que nos antecederam, assim como a nossa, foram comandadas por desbravadores, e o pior de tudo, é que se isso antigamente não era uma escolha de um povo, hoje o é. Está no nosso sangue o sabor de guerra. Acreditamos que somos comandantes ou comandados. E para um determinado povo, que já atingiu o auge de sua supremacia, o inimigo só pode vir dos céus, mais especificamente: De outro planeta.
Não havendo mais como especular sobre a supremacia dos povos viventes NESTE PLANETA, há de se criar um mito desbravador, nos céus. Ops, isso sempre foi feito não é mesmo? Brindemos aos gregos e romanos… apesar de terem se passado alguns séculos de especulações religiosas vingadoras, lutando pela supremacia de seus monoteísmos…o politeísmo pagão dividia nossas forças, sendo simbolizadas por diversos deuses, com a breve diferença de que lhes era dado o poder de nos punir ou nos castigar o quanto quiserem.
O grande homem moderno, abandonado, talvez aí esteja o seu instinto “vingador”, tem o sarcasmo de lutar contra esses “Deuses intergalácticos”… eles são apenas dois irmãos, um representando a imensa sombra da humanidade, e um outro ser incrivelmente forte, louro, por vezes patético e um tanto o quanto descerebrado. Essas são as crenças do nosso tempo…o poder é nosso e não de seres estrangeiros e desconhecidos.
O pior de tudo: O que é poder? É o simples herói americano da década da década de 50, carregando sua imagem publicitária e seu poder de soldado, ou o homem de ferro, poderoso, tecnológico, astuto, consumista…morador de uma grande torre em Manhatan?
Mas eu não vou me ater a esses PEQUENOS detalhes…O filme é sobre uma equipe. Uma equipe de “Vingadores”, se bem que não ficou bem claro para mim, “vingar de que”…
É…apesar de toda inteligência que temos conquistado, o irracional, o animal verde de um de nossos heróis, é o que tem a força bruta, para atacar nossos “Inimigos”…
Não podemos esquecer que uma mulher faz parte dessa equipe, uma mulher que, nessa história, não possui poder algum sobrenatural, pois uma mulher que luta como um homem, e que sabe articular suas manhas para vencer, já é uma mulher com poder…Será¿ Devemos agradecer a Marvel, por nos dar essa experiência magnifica de ter os poderes de um homem comum…
Brincadeiras à parte, o autor da história leu um ou dois livros de análise transacional…inclusive interessante lançar essa brincadeira de “vamos salvar o mundo”, na dinâmica de uma grande corporação… Afinal uma equipe coesa age como um indivíduo, aproveitar as forças individuais de cada empregado, pode gerar um lucro monstruoso…como tirar proveito do cara com idéias ultrapassadas, o com idéias reacionárias, o que tem força física monstruosa, a mulher versátil…
Vamos mudar de novo de lugar e de visão: Temos dentro de nós todos os super heróis e anti heróis, O Nick Furi é nosso ego, Viúva Negra o aspecto feminino da mente (seja de homens ou mulheres), Hulk nosso poder animal, Homem de Ferro nosso aspecto prático, astuto e conquistador, o Capitão América mau e porcamente nosso soldado…Articulemos essas forças para melhorar nosso universo interior e já estaremos aprendendo muito… Ah!! O Loki! Nossa sombra e desejos proibidos…pra vocês verem, introjetando esses personagens, esse simples anti-herói, pode ser a única força que nos faz crescer, ao meu ver: O personagem mais sedutor de todos.
Goya
3.6 14Um dos mais fantásticos filmes de artes, obra prima de Carlos Saura, mostra a trajetória de Goya em direção tanto à genialidade quanto à loucura.
Sede de Viver
4.1 67 Assista AgoraHá como um filme ser considerado obrigatório? TODOS OS QUE SE VÊEM COMO ARTISTAS, ISSO É UMA ORDEM, rssss, ASSISTAM.
Agonia e Êxtase
3.9 60 Assista AgoraSobre vida de Michelangelo, filme essencial pra compreensão de artes e de artistas
Modigliani - A Paixão pela Vida
4.1 152Genialidade X Loucura
Biografia de Modigliani, ela mostra a tragédia que foi a vida do mesmo e ajuda a meditar sobre os desequilíbrios da vida de um artista, principalmente no que tange ao alcance de sucesso e sustento material.
Pollock
3.7 100O melhor filme biográfico de um artista, pra se compreender o abstracionismo e a morte trágica de um mito.
Frida
4.1 1,2K Assista AgoraApesar de eu não cultivar amores pela pintora, toda biografia de artistas, merece ser assistida
O Despertar de uma Paixão
3.9 541 Assista AgoraUma releitura, que pra mim sem dúvida é o melhor romance filmado na atualidade, belíssimo, uma lição de amor sem pieguismo...separar um lençol pra fazer de lenço...
O Ilusionista
3.8 1,4K Assista AgoraTrama fantástica, onde o Norton não parece o Norton...rsss, magia indescritível, trama sensacional.
Força Policial
3.2 164Uma trama policial que na verdade é plano de fundo pra diversos questionamentos éticos, não me canso de repetir: Edwart é cult
Irmãos de Sangue
3.1 188Mais uma sensacional obra de Edward Norton, e uma das que é muito menos falada ou recomendada do que merece...as lições de Edward nunca são superficiais, e todo filme dele deve ser visto com carinho.
Homens em Fúria
2.6 354 Assista AgoraFantástico e muito pouco falado, a dobradinha Norton e De Niro, já ganha o filme.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraSou fã incondicional de Edward Norton, mas não vou ficar elogiando detalhes técnicos, ou construções de personagens, que certamente foram muito bem feitos. Mas TÉDIO, resume o que eu senti ao assistir Moonrise Kingdon
Sobre Meninos e Lobos
4.1 1,5K Assista AgoraEm algum dia da vida, refutamos a possibilidade, de que o bem e o mal pudessem andar na mesma direção? Já paramos para pensar alguma vez na vida, que o momento que essa escolha é feita, é guiado por uma única força? Sim, em algum momento da vida, esse carro para em nossa frente, contendo dentro dele, exatamente o bem e o mal.
Essa escolha é compulsória. Aquele que se atrever a não determinar a sua posição, de qualquer forma, é arrastado por esse “Rio místico”, uni-direcional…a força da correnteza não permite lutas contra esse fadado rumo.
Será também, que é preciso que lutemos por essa escolha, ou ela é natural, primitiva, instintiva? E somos desde o princípio de nossas vidas, escravos de nossa própria natureza.
Os eventos podem nos servir de desculpa para justificarmos quem somos. Estranho é, que o mesmo evento, justifique tanto o bem quanto o mal.
Será que o bem se disfarça atrás de um pai que carrega sua cruz no dedo ou nas costas? Ou quem sabe nossas forças mais negativas queiram aparecer para nós, mascaradas pela moral e pelas algemas do homem da lei?
Eu basicamente me sinto como o ser arrastado, sem escolha alguma, carregada neste carro, tentando em vão lutar contra diversas correntezas. Descobri que não fiz escolha alguma no meu próprio momento crucial…e talvez por ser essa a minha irrecuperável natureza.
A certeza de que não sou impelida a fazer uma escolha entre esses dois seres, me permite compreender, e quem sabe me apiedar dessas duas figuras…essa minha natureza, caso fosse “deflorada”, certamente me transformaria em um ser quase vampiro, confuso, dissonante entre a moral e a vida, sem alegria de viver, mas também sem nenhum medo de morrer…visto que o rio já teria me tragado…
Torçamos que esses, que não querem pagar essas duas moedas para Caronte, não sejam ao menos lesados…que lhes seja permitido seguir esse rio místico mantendo suas idéias “contraditórias” em uma linha tênue entre a santidade e a loucura. Por que o que é antônimo, pode se tornar sinônimo da própria
A Origem
4.4 5,9K Assista AgoraFaz tempos que penso em escrever sobre o filme “A Origem”, porém, não vejo como escrever pouco, em uma matéria que se encerre com algumas linhas, por isso vou abrir uma série de artigos, e através deles, poderemos fazer um estudo mais aprofundado à respeito dos sonhos.
Citarei paralelismos mitológicos, e agradeço ao máximo de comentários que possam nos acrescentar elos perdidos nessa história, pois não gostaria de fazer uma série estática, mas algo que surja com a contribuição dos leitores, os comentários que eu considerar pregnantes.
Adianto o óbvio: “Inception” é um filme perfeito no que diz respeito a metáfora da construção dos sonhos.
Peço a todos que reassistam o filme (bom, eu já o engoli ao menos umas 5 vezes), se atentando principalmente que tudo, absolutamente tudo que sonhamos, faz parte do universo individual, ou seja:
Quando você sonha com a namorada (o), no sonho ela(e) absolutamente não é sua namorada, mas sim o que essa pessoa representa para você, o seu simbolismo, uma “persona” sua, no caso dos homens a persona “ânima”, no caso das mulheres a persona “ânimus”. E assim se prossegue com todos os personagens dos seus sonhos: nunca se trata do outro, são “seus eus”, aqueles tais que você precisa aprender a administrar, a reger com auxílio de seu maestro interno: O Ego.
Fantástica a cena em que Ariadne começa a construir mentalmente um cenário, lembremos que ela é arquiteta, a maioria de nós não o somos e mesmo assim construímos na vigília universos ricos e elaborados, eles não surgem do nada, cada pedaço desse cenário tem para nós um significado, provavelmente a identidade com um compartimento de nossa mente.
Detalhe interessante: Os xamãs sempre exercitaram a saída do corpo e a viagem durante a inconsciência, pra se manterem dentro da realidade utilizavam cada um o seu próprio amuleto, representando sua identidade. Isso lembra algo?
Máscara da Ilusão
3.8 114 Assista AgoraMirror Mask é um filme dirigido por Dave McKean e escrito por Neil Gaiman e Dave McKeaan, gostaria de saber qual a droga que eles usaram ao produzir o filme…brincadeirinha, nem é necessário, basta assistir ao filme pra compartilhar da grande viagem que eles criaram.
Mirror Mask é mais um filme criado claramente, à luz do padrão roteiro Christopher Vogler, e é mais um dos aprimoramentos dos primitivos e clássicos contos de fadas, seguindo uma linha bem semelhante ao Labirinto do Fauno.
Porém este apresenta uma jovem heroína moderna, de fácil identificação tanto para meninas, quanto para qualquer um que tenha construído seu universo particular com seus gostos voltados tanto para as artes quanto para a psicologia, pois o filme é UM SONHO, e nesse momento não consigo me lembrar de outro filme que consiga exprimir com tanta clareza tanto a estrutura dos sonhos, quanto o mundo das fantasias, do onírico e das forças do psicológico.
Daria para pegar cada cena do filme e correlacionar com um pintor surrealista, porém vou generalizar as influências de Bosch, Magritte, Dali, Giger, Escher…e provavelmente vários, muitos outros, pois o filme é uma homenagem justamente aqueles que enchergam a vida e o mundo através da “máscara da ilusão”, e essa seria a melhor metáfora para definir os criadores que se inspiram em realismos fantásticos.
Psicologicamente, é mais um dos filmes que pode se encaixar em teorias Jungianas e seus conceitos de personas, como a da sombra, alcances de individuação e a dissecação dos sonhos: sempre competentes em nos fornecer tanto respostas o quanto remédios para nossos problemas e dores, daria para fazer o seu dicionário de símbolos e provavelmente o farei em algum momento.
Para mim, esse filme está eleito como um grande representante de obra-prima da sétima arte: sons, imagens, delírios que dispensam explicações técnicas, é assistir e aguardar os seus próximos sonhos, certamente serão mais ricos e mais bonitos.
Sombras da Noite
3.1 4,0K Assista AgoraComecei a assistir Dark Shadows, com a intenção de colocar este filme na série de críticas que estou escrevendo, intitulada “Realismo Fantástico”, mas…a única realidade ao qual me deparei, é que Tim Burton comeu um balde de merda antes de produzir, e serviu um prato pro Johnny Depp e Helena Bonham Carter para eles aceitarem.
Pensei em falar da estética inicial que não é mais do que o Cavaleiro sem Cabeça, pensei em falar da direção de arte reconstruindo a década de 70, comecei a achar que o filme iria para uma comédia rasgada…mas o filme não chega a lugar algum.
Lixo…o filme é um lixo, acho até digno que os diretores tentem traçar algum sucesso brincando com o trash, por que até o trash pode apresentar algo que seja sobrevivente depois de alguns anos…mas…não acredito na imortalidade de Barnabas Collins Cane como vampiro, torço pelo seu eterno esquecimento, pra que não fique um traço deste vampiro, na construção dos próximos.
Eu sou uma das seguidoras das histórias dos vampiros, assim como admiro a criação deste mito, desde seu princípio inspirado pelo Vlad, o empalador. Uma das minhas grandes admirações por todas as histórias que envolvem esse “mito sombra”, é o fato de que todos os escritores, dos maiores sucessos, incluindo Bram Stoker, Anne Rice (Entrevista com Vampiro) e outros, apresentam um histórico de dramas em suas vidas, que os possibilitaram em determinado momento, colocar pra fora suas sombras, encarnadas como os próprios vampiros, ou seja: Não há como deliberar a criação de um bom vampiro, por exemplo por um escritor claramente bonzinho ou engraçaralho. Bons vampiros são vomitados pelo ódio de seus escritores.
Barnabe não nasceu dessa forma, mas sim de uma cagada…Porra Tim! Se inspirou nos filminhos de sessão da tarde da década de 80? Faça-me um favor…sem mais comentários.
50%
3.9 2,2K Assista AgoraSou bastante reticente a assistir dramas, acho tedioso…normalmente eles vêm repletos de mensagens egoístas do estilo “síndrome de Pollyana”: Olhe a desgraça pra se sentir melhor.
Mas o filme 50% não, mesmo por que basta ver a face de Seth Rogen para ter vontade de rir. Joseph Gordon Levitt no papel principal de um rapaz de 27 anos que descobre ter câncer.
O filme descarrega em cima de nós, duas simples realidades: A primeira que o drama faz parte da vida, e a segunda que justamente por fazer parte, a vida deve continuar, de preferência com naturalidade e se for possível, diversão.
50% é um filme que as pessoas não devem aguardar ter problemas, para assistir, pois ele é um excelente preparatório em diversos níveis da vida: tanto no drama, comédia ou amor.
Uma dos pensamentos que eu tive ao terminar de assistir o filme, é o fato das pessoas escolherem, ou se apaixonarem por parceiros perfeitos, saudáveis e 100% padrão…e me perguntei o que será desse amor no momento de enfrentar dificuldades, pois elas são incluídas no pacote da convivência.
Para Adam, o amor surge no momento mais difícil de sua vida, sendo assim, essa parceira que se apaixonou por alguém em 50% de sua carga, nos mostra o que é amor em sua mais pura essência.
Ao assistir esse filme eu me foquei na importância da amizade, da família, e o fato do amor poder nascer nos momentos mais estranhos da vida de alguém…assistam…
Dublê de Anjo
4.2 336The Fall é um filme dirigido por Tarsem Singh, sua tradução “A queda”, faz analogia a um acidente sofrido por um double de cinema, que internado e sofrendo de uma grande depressão, passa seu tempo contando histórias para uma menina de 5 anos, também acidentada.
“A queda”, também é uma analogia ao fato de termos a possibilidade de transformar uma emboscada da vida, em uma história bonita e de aprendizado relevante.
Para mim, fica claro no decorrer do filme, que a história explica e demonstra o nosso processo de identificação com personagens do cinema, visto que os 5 participantes do enredo inventado pelo double, representam e ele mesmo e cada uma de suas forças, ou personas, que foram lutando até morrer em seu processo de desilusão.
O filme é repleto de simbolismos, usos de semiótica, que mercem o estudo de cada cena, com a finalidade de ultrapassar o “sentir” e alcançar um “traduzir” de possíveis intenções.
Não é possível para nós, meros mortais e não cineastas, apontar dentro desses símbolos ou que foi criação intencional ou um emergir do inconsciente deste artista, cabe a nós contemplar, e o que eu repito constantemente em minha coluna de realismo fantástico: Aguardar seus próximos sonhos, pois filmes como The Fall, os invadem sem nossa autorização.
A Lei do Desejo
3.8 317 Assista Agora“Amar assim é um crime…”
Não há como falar de amor com a razão…o que seria o amor, quando apaziguado pelo tempo? Seria ainda amor? Esse mesmo que em sua juventude, nasceu em função do desejo?
Talvez ainda por cima, ser “inalcançável” seja condição cinequanon do desejo. Desejo alcançado é amor morto? Eu não sei ainda. Não me agrada separar o nitrogênio da glicerina. Amar assim, eu amo aos meus filhos.
Ele não mede a nada…quem? O desejo. Essa droga intangível, libertadora e destruidora na mesma equação. Ele pode te fazer criar letras, imagens, sons, e pode também te fazer adentrar nas profundezas das fantasias, que muitos que se foram antes da hora, encararam em seu último suspiro.
Em contra-partida, viver sem ele (o desejo, não o amor), nos torna apenas humanos…daqueles tais que trabalham no que não gostam, para adquirir o que não precisam. Estranho pensar que eles (desejos) são da natureza animal…e que é essa parte de nossa condição primitiva, que nos faz especiais , atraentes, sedutores.
Verdade. De certa forma, não é o raciocínio que nos torna atraentes, tão pouco é a beleza física. São as entranhas…a energia que move o corpo. Velho ou novo. A necessidade de capturar uma dessas duas “carapaças”, só nos mostra que tipo de energia, está nos excitando, ou quem sabe…faltando.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista AgoraAmelie Poulain é uma estranha, criada como esquisita, dissociada, com provável destino comum, vítima de família neurótica e trágica. Bem, meu marido, o Bruno Costa, está neste momento me interpelando o por que de eu ter gostado do filme, e do fato dele não ser imprescindível…justo, nenhum filme ou pessoa o é, dependendo da ótica. E assim são as atitudes iniciais dos personagens da história, gostos estranhos e inúteis… banais “gostar” ou “não gostar” que assumem um papel de “coisa muito importante”. Rituais sem sentido da vida comum. Comum demais. Não vivida.
A referência ao quadro “O Almoço dos Remadores”, de Renoir, onde todos estão felizes, fartos, sociáveis e uma moça ao meio toma um copo d’água alheia a todo cenário, mostram do filme a mais pura inspiração do autor da história.
Mas uma pequena caixa com imagens perdidas, pode ser mais importante do que qualquer visão diária para Amelie: As imagens contidas nessa caixa ressuscitam um homem de coração partido, e mostram a Amelie que ela simplesmente não viveu, e que não há em sua vida registros ou imagens que a transporte para essas sensações.
Aí começam as emoções, se antes seu coração disparava apenas em stress pelo seu pai, agora aberta para ver e ajudar aos outros, causando essa emoção alheia, ela a captura para si mesma: e seu coração dispara ao ver um homem.
Não é difícil para uma mulher, se colocar nesse lugar, nesse momento: seja sociável, dissociada, normal, recatada, puta, pudica ou desavergonhada…todas já sentiram esse prazer que nos faz mudar de rumo: Esse que logo após o disparo do coração, faz tremer as mãos e barriga esfria e esquenta como que já gerando um filho. Que faz com que a mulher por mais pensativa que seja, seja obrigada a se lembrar de sua fisiologia, a que cega…e abre os olhos ao mesmo tempo. Que te aponta o cara que você sequer sabe algo a respeito. Pode ser que ele tenha te enviado um sinal de milésimos de segundo, saído do seu corpo, ocupando o espaço e entrado nas suas entranhas indo direto você nem sabe onde. Mas estremeceu…
Nesse momento, nos tornamos solipsistas: Nada existe fora do pensamento individual. Se antes disso pensamos no mundo, com a chegada do amor pouco importa se as freiras deixem de ser santas, se os escritores fracassam, se os pintores pintam ou se mundo se acabe.
9 1/2 Semanas de Amor
3.2 277 Assista AgoraA minha lembrança à respeito desse filme, era de uma mensagem totalmente trash, revendo hoje, avalio que a estética dos anos 80 tornou esse filme um “clichezão”, mas ele tem sim, um sentido psicológico que vale à pena ser discutido.
O filme valoriza e insinua as falhas, acertos e excessos de pudor que permeiam infelicidades e desejos não cumpridos dos casais, mostrando essas realizações não aceitas, como bizarrices que podem tanto fazer a relação mais feliz, quanto destruir não só a relação, mas também a vida social dos amantes em questão.
Estou lendo no momento, um livro de análise psicanalítica, sobre “Perversão”, e estou achando engraçado…esses “defeitos” provavelmente foram delimitados em uma época em que o pudor só permitia que se fizesse sexo, com o casal separado por um lençol com um furinho bordado…a impressão que me dá, é que tudo diferente disso, foi por muito tempo diagnosticado como doença. De certo há esquisitices como “coprofilia” (argh), “pedofilia”…e outros atos que são nitidamente amorais, bizarros, criminosos e por vezes destruidores…Mas então o que é perversão para você?
Tenho a impressão de que nesse ano se falava de sexo com menos pudor, a doença maldita ainda tinha ares de boato, então os filmes falavam e mostravam sexo com mais requinte. Lógico, hoje esse assunto ainda é explorado, mas eu sinto que hoje ele é explorado como se ele se resumisse a um ato físico. Outra impressão que tenho, é que apesar de nos classificarmos atualmente como liberados sexualmente, existe um puritanismo velado, que transformou qualquer filme que tenha a temática exclusiva de sexo, em pornografia.
Elizabeth (Kim Basinger) trabalha com artes, e John (Mickey Rourke) um investidor. Sendo Elizabeth pessoa que valoriza o senso artístico, John utiliza de suas artimanhas, jogos, para conquistar através de experiências que a envolve através da maioria de seus sentidos. Ou seja, o foco do filme é sedução. E nesse destrinchamento de sedução, percebemos desde recursos que até os primatas utilizavam para atrair as fêmeas, como oferecer comida, até chegar a sua capacidade ímpar de conseguir com que Elizabeth fique submersa em um universo fantástico e onírico.
Em uma das primeiras tentativas, ele a leva para um barco, enquanto conversam e ela observa o ambiente, ele ignora qualquer acontecimento e simplesmente arruma a cama, como se um homem esticar lençóis, fosse um hábito costumeiro…nesse arrumar dos lençóis, os seus olhos não estão nesses panos, mas sim num convite sem palavras, cuja interpretação não deixa dúvidas da causa.
Falam pouco, conversam pouco, olhares, lugares, e magicamente o filme chega a produzir e transmitir sensação de odores.
Ela trabalha com obras de arte, e toda a bidimensionalidade dos quadros expostos no filme, se transformam no que em nossa atualidade já se expandiu, até em exposições dos museus, em experiências que extrapolam a visão do produto.
Na segunda tentativa, ele pede que ela tire o vestido, e já tendo a trama a levado a um total envolvimento, através de artimanhas pueris, brincadeiras, jogos de irritação… Elizabeth já se encontra em estado quase hipnótico, por baixo do vestido um blusa transparente, e o consentimento para ser vendada, sem resistência alguma.
A história induz a crer (ou será realmente) que o mistério, o medo, a irritação, são temperos para a excitação, mais eficazes que simples beleza física ou estímulos intelectuais. Não há semelhança cultural significativa entre os dois, mas há a vontade de vivenciar uma experiência, com uma curiosidade quase infantil.
A importância dos rituais amorosos: Ele dá de presente para ela um relógio, e pede para que todos os dias, ao meio dia, ela pense nele a tocando… bom, a esta altura e nos próximos dias, ela está completamente absorta, fora de si…em momentos desse desnortear, ela passeia sua visão sob quadros surrealistas, realismos fantásticos…que ilustram perfeitamente para onde sua mente está se direcionando.
Certamente o filme, sendo da década de 80, sugere certa vulgaridade, mas imagino-o sendo refeito com mais requinte.
O cara é um mágico da sedução… ele é a diferença entre estar em uma biblioteca e um parque de diversões. Apresentador de sentidos…sendo assim nos leva a reflexão de como somos chatos e complicados para a escolha de um parceiro, medindo carteiras, intelectos, belezas, semelhanças, a história nos ensina a esquecer compêndios sobre o prazer. Elucubrações sobre como chegar lá…
É uma relação intimista, sem intenção de se tornar social ou racional, ele oferece uma vida a dois, exclusivamente a dois sem interferência ou convívios alheios, como se esse contato externo fosse capaz de estragar a magia (e será que realmente não estraga). O fato de que a rotina desgasta as relações, é reforçado nessa insistência da convivência completamente enclausurada, convivência essa que pode trazer em contra ponto o tédio.
Quem de nós não admite, que passados alguns dias de convívio, colocamos o parceiro a prova, exigindo convívios, contatos familiares, apresentações que servem simplesmente para delimitar territórios.
A história passeia também pela liberação dos impulsos sádicos, e apesar da resistência de Elizabeth, se deflagra nesse momento, mais uma nuance do prazer, talvez o prazer existente em muitos, mas não admitido.
O filme obviamente não retrata apenas o amor, é uma homenagem ao prazer (ou seria ele apenas para ser amor?). Intencionalmente estupra centenas de paradigmas. Creio que assim seria se crescêssemos nos mantendo crianças… e por que não? O tédio pode sim ser traduzido pela falta de brincadeiras, falta de aspectos infantis. O tédio é também o fato de não quebrarmos os papéis e funções do masculino e do feminino.
Quando estão em público, os olhares para eles, se comparam a olhares que seriam destinados à animais que se encontrassem a solta.
Ele propõe a ela, uma passagem em que ela seja “Homem”, e travestida e de bigode em um clássico restaurante, ela relata a chatice de cumprir as tarefas masculinas. De novo o choque surreal…
E vão se extrapolando todas as possíveis receitas de copular de formas bizarras e diferenciadas.
Essas experiências vão se estendendo a modificar o caráter de Beth a características transgressoras, que acabam por se equilibrar, lançando para fora, toda sua capacidade criativa, antes reprimida… repressão essa representada até pela limitação de seus gestuais
Em uma passagem, Elizabeth conversa com um pintor, já senhor, que ignora a data de sua exposição marcada, e ele explica que se lembra de dormir quando tem sono, lembra-se de comer quando tem fome… sugerindo que criar é o mesmo processo, natural, colocamos a sensação artística pra fora simplesmente por que ela surge. E esse senhor não pintaria sem o surgimento desse desejo. Seria fazer sexo um comparativo a essas fisiologias e criações básicas, deveríamos simplesmente fazer ou não fazer de acordo com o pedido do nosso corpo, e. esse instante, deveria ser capturado, assim como o pintor descreve a captura instantânea de uma imagem forte…esse instante teria condições de se tornar eternamente e repetidamente artístico, emocional, seja sádico, curioso, maldito ou divino? Seria esse momento a nossa maior expressão de criação?
E brincadeiras e mais brincadeiras vão dando vazão a todas as vontades que sempre existiram em suas naturezas.
E ela passa a não mais suportar vivenciar apenas essas sombras, e a natureza dessas experiências vai aumentando, chegando a vivenciar ménages, o mergulho se tornou por demais profundo, incorrendo no risco de um não retorno á realidade, imagens de símbolos cada vez mais perversos, profundos e provavelmente de inconscientes coletivos, as fazem perder o controle e vincular o prazer a algo mais animal e sem sentido algum emotivo… transtornada na galeria, as imagens passar a atordoar, pois a visão do mundo e das pessoas passou a ser comtemplada agora, por essa sua persona obscura. Uma quase loucura, nessa quase loucura, ela decide por fim ao relacionamento, e nesse momento, o único momento em que John fala dele mesmo, descreve em poucas palavras a vida comum e pacata de seus pais.
Denunciando o óbvio: não se sente obrigado a seguir esse modelo de relação.
O questionamento que me restou, é por que não conseguimos, por que não incentivamos a cultura da felicidade dos casais nesse sentido. Não falo de sorrisos públicos, ou de metas de crescimento e consumo. Falo de execução do prazer, o prazer lúdico, que pode ser exercício e remédio que pode sim, remediar o final de muitas relações.
Finalizo a crítica com algumas perguntas:
O desejo sexual deve seguir regras?
O ato em si exige algum tipo de etiqueta?
O não cumprimento dessas “etiquetas” desqualifica a possibilidade de uma vida em família?
É possível domar esses instintos, o transformando em brincadeiras apenas dentro de uma relação?
É suportável admitir e executar atos que não são descritos socialmente como saudáveis ou morais, e mesmo assim, na luz do dia, exercer seu papel social convencional?
Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraÉ ficção não é mesmo? Pois desde quando criamos guerras com outros povos, por causa de energia? Desde quando os “super homens de ferro”, moram em torres de Manhatan?
Se fizermos uma filmografia, falando dos diversos filmes épicos que já houve até hoje, não ficará difícil justificar que todas as civilizações que nos antecederam, assim como a nossa, foram comandadas por desbravadores, e o pior de tudo, é que se isso antigamente não era uma escolha de um povo, hoje o é. Está no nosso sangue o sabor de guerra. Acreditamos que somos comandantes ou comandados. E para um determinado povo, que já atingiu o auge de sua supremacia, o inimigo só pode vir dos céus, mais especificamente: De outro planeta.
Não havendo mais como especular sobre a supremacia dos povos viventes NESTE PLANETA, há de se criar um mito desbravador, nos céus. Ops, isso sempre foi feito não é mesmo? Brindemos aos gregos e romanos… apesar de terem se passado alguns séculos de especulações religiosas vingadoras, lutando pela supremacia de seus monoteísmos…o politeísmo pagão dividia nossas forças, sendo simbolizadas por diversos deuses, com a breve diferença de que lhes era dado o poder de nos punir ou nos castigar o quanto quiserem.
O grande homem moderno, abandonado, talvez aí esteja o seu instinto “vingador”, tem o sarcasmo de lutar contra esses “Deuses intergalácticos”… eles são apenas dois irmãos, um representando a imensa sombra da humanidade, e um outro ser incrivelmente forte, louro, por vezes patético e um tanto o quanto descerebrado. Essas são as crenças do nosso tempo…o poder é nosso e não de seres estrangeiros e desconhecidos.
O pior de tudo: O que é poder? É o simples herói americano da década da década de 50, carregando sua imagem publicitária e seu poder de soldado, ou o homem de ferro, poderoso, tecnológico, astuto, consumista…morador de uma grande torre em Manhatan?
Mas eu não vou me ater a esses PEQUENOS detalhes…O filme é sobre uma equipe. Uma equipe de “Vingadores”, se bem que não ficou bem claro para mim, “vingar de que”…
É…apesar de toda inteligência que temos conquistado, o irracional, o animal verde de um de nossos heróis, é o que tem a força bruta, para atacar nossos “Inimigos”…
Não podemos esquecer que uma mulher faz parte dessa equipe, uma mulher que, nessa história, não possui poder algum sobrenatural, pois uma mulher que luta como um homem, e que sabe articular suas manhas para vencer, já é uma mulher com poder…Será¿ Devemos agradecer a Marvel, por nos dar essa experiência magnifica de ter os poderes de um homem comum…
Brincadeiras à parte, o autor da história leu um ou dois livros de análise transacional…inclusive interessante lançar essa brincadeira de “vamos salvar o mundo”, na dinâmica de uma grande corporação… Afinal uma equipe coesa age como um indivíduo, aproveitar as forças individuais de cada empregado, pode gerar um lucro monstruoso…como tirar proveito do cara com idéias ultrapassadas, o com idéias reacionárias, o que tem força física monstruosa, a mulher versátil…
Vamos mudar de novo de lugar e de visão: Temos dentro de nós todos os super heróis e anti heróis, O Nick Furi é nosso ego, Viúva Negra o aspecto feminino da mente (seja de homens ou mulheres), Hulk nosso poder animal, Homem de Ferro nosso aspecto prático, astuto e conquistador, o Capitão América mau e porcamente nosso soldado…Articulemos essas forças para melhorar nosso universo interior e já estaremos aprendendo muito… Ah!! O Loki! Nossa sombra e desejos proibidos…pra vocês verem, introjetando esses personagens, esse simples anti-herói, pode ser a única força que nos faz crescer, ao meu ver: O personagem mais sedutor de todos.
O Labirinto do Fauno
4.2 2,9KSem palavras pra esse conto...ouçam o cast
Bravura Indômita
3.9 1,4K Assista AgoraExcepcional e comovente: