Eu assisti o original, o remake americano, as três continuações do remake americano e o remake do remake americano, fora outras adaptações como o anime “Samurai 7” e “Vida de Inseto”. Me pergunto agora se ainda viverei para ver o “remake do remake do remake”.
Mesmo com todo este pedigree, vale lembrar que “Sete Homens” (2016) é um filme com identidade própria, feito dentro dos padrões e voltado para o público de sua época, algo que também pode ser dito sobre seus antecessores.
Quem aprecia “o ritmo e os trejeitos” do Cinema contemporâneo, provavelmente vai preferir esta versão, e talvez até ache as anteriores chatas. É um típico filme do bem contra o mal, ambientado no Velho Oeste com muita ação e tiros e um elenco estelar.
Mas, independente de qualquer questão de adaptação, algumas escolhas foram feitas - talvez pelo próprio Antoine Fuqua, talvez por imposição do estúdio - que me fazem gostar menos deste que de seus irmãos mais velhos.
A primeira diz respeito aos vilões. O filme de Kurosawa se passa no declínio da época dos samurais, quando inúmeros ronin (samurai sem mestre), lutando pelo própria sobrevivência, abrem mão da honra e viram reles malfeitores.
Para proteger uma aldeia de tais bandidos, os camponeses conseguem a ajuda de sete ronin “do bem”, este contraste entre os samurais virtuosos e corruptos é ao mesmo tempo um comentário histórico e uma crítica social à formação da sociedade japonesa.
No final heróis e vilões são “farinha do mesmo saco”. Têm a mesma origem, são de uma classe com os dias contados e se enfrentam por força das circunstâncias, deixando em dúvida ao fim se tudo valeu a pena.
Comentário semelhante está presente no filme de Sturges, apenas trocando os samurais por cowboys e os camponeses por um vilarejo mexicano, adaptando o mesmo tema à realidade norte-americana.
Nesta versão tais nuances não estão presentes. Bogue é mais um vilão estilo ricaço corrupto, tantas vezes visto. O remake perde então o diferencial de seus antecessores, e se torna mais um faroeste genérico, embora bem produzido e com um grande elenco.
a revelação final de o protagonista Sam ter uma vendeta contra Bogue. No fim a luta dele era em causa própria, perdendo a característica de incontestável altruísmo que caracterizou o Chris de Yul Brynner e o Kambei de Takashi Shimura.
Recomendo Sete Homens e Um Destino (2016) àqueles que se interessem pelo gênero mas prefiram o estilo atual do Cinema, para os demais recomendo a versão de 1960 ou, melhor ainda, Os Sete Samurais.
Trata-se de mais uma das muitas “releituras” de contos de fadas que, à época, eram moda em Hollywood. O comando ficou à cargo de ninguém menos que a diretora do primeiro filme da saga Crepúsculo e o resultado… até que não é tão ruim.
Não que os elementos de Romance não sejam bobos, enxertados para agradar ao público aborrescente fã de Bella e companhia, mas pelo menos existe um elemento de mistério que mantém o filme interessante.
Acontece que, nesta versão, o lobo mau é um lobisomem (olha o Crepúsculo aí de novo) que, de acordo com o personagem de Gary Oldman, é um habitante da aldeia que vive uma vida “normal” de dia, mas à noite se torna um monstro com sede de sangue.
Descobrir a identidade da fera e destruí-la torna-se o foco da história, embora claro não possam faltar os amores proibidos, triângulos amorosos e clichês do gênero. Pelo menos a investigação de Valerie tem reviravoltas até interessantes e o desfecho não é óbvio.
Gary Oldman rende um pouco de star power ao elenco, embora não seja um de seus papéis mais marcantes. Curioso o contraste de seu papel em Drácula, um devoto que se voltou contra Deus, com este reverendo caçador de lobisomens.
Acho que os filmes do estilo estão fadados a se tornar motivo de galhofa no futuro, embora este seja razoável como distração sem compromisso. Pelo menos ainda é melhor que Crepúsculo.
Muitas vezes, ao assistir um curta, fica uma sensação de que ficou faltando alguma coisa, como se o filme pudesse ter sido melhor caso tivesse mais tempo para desenvolver os personagens e a trama, mas para “The Armoire” talvez a duração tenha sido um trunfo.
Filmes sobre objetos amaldiçoados geralmente são muito formulaicos, e por isso nem sempre são tão interessantes. Mas Evan Cooper consegue, em quinze minutos, contar a história, manter o clima de suspense e ainda dar pelo menos um bom susto.
é icônica, e um dos melhores scares que já levei em qualquer filme. Este é o curta que, junto com “Lights Out”, tenho nos favoritos do Youtube para sempre indicar aos fãs de terror que encontro por aí.
E falando em Youtube, ser tão curto e estar disponível na plataforma só torna “The Armoire” mais acessível a todos. Está no idioma original, mas compreender os poucos diálogos não é realmente necessário para entender o que está se passando.
Recomendo a qualquer pessoa interessada em um susto “fast food” de bom gosto.
Eu assisti este filme ainda muito jovem. Nos anos 80, mesmo sendo já bem antigas, as comédias de Chaplin ainda passavam constantemente na TV aberta. Claro que, à época, não tinha discernimento para avaliar e me parecia só mais um filme velho.
Nos anos 90, quando as emissoras ainda não transmitiam 24 horas por dia, uma série também antiga me ajudava a encarar as noites de insônia da adolescência. Era “A Família Addams”, que passava nas madrugadas da Record com som original e legendas.
Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que Jackie Coogan, que representa o Uncle Fester - o carequinha ranzinza que acende lâmpadas na boca, era o mesmo que, quarenta anos antes, tinha dado vida ao adorável órfão do filme de Chaplin.
Pesquisando mais fundo, vi que Coogan foi um tipo de Macaulay Culkin de sua época: virou uma sensação cinematográfica e fez uma fortuna que foi torrada pela mãe e padrasto, episódio que deu origem a uma lei com seu nome que protege os direitos de crianças no meio artístico dos Estados Unidos até os dias de hoje.
É difícil dizer com certeza absoluta, porque muito do que foi feito na época se perdeu no tempo, mas se “O Garoto” não foi o primeiro filme a misturar drama e comédia com certeza foi um dos primeiros, e sua influência pode ser vista até hoje nos filmes de crianças órfãs.
E falando em tempo, não tem como evitar alguns pequenos choques culturais ao se observar uma película de cem anos por olhos atuais. Tanto a mãe que abandona seu bebê quanto o uso da criança em pequenos delitos causariam polêmica hoje em dia.
A intenção é retratar pessoas sobrevivendo da melhor forma possível em situações adversas. Uma realidade que Chaplin viveu na infância e da qual fala com propriedade, portanto há de se relevar.
O ritmo é fácil de acompanhar, só acho desnecessária a sequência de sonho perto do fim.
Por ser um filme mudo e preto e branco não será para todos, mesmo assim recomendo “O Garoto” a todos os verdadeiros fãs de Cinema. E não, se você não tolera filmes mudos ou em preto e branco então você não é um(a) verdadeiro(a) fã de Cinema.
Se no primeiro filme Juliano e Marcelina comeram o pão que o diabo amassou pela ausência de Dona Hermínia, desta vez é a mãe que fica desesperada ao ver seus filhos saírem debaixo de suas asas para cuidar das próprias vidas.
Esta variação no enredo faz com que o filme não seja apenas "mais do mesmo" - problema que estraga muitas sequências - e dá a "Minha Mãe é uma Peça 2" identidade própria, distinta do original.
Só não gostei muito, mais uma vez, de nada relacionado ao emprego televisivo da protagonista. Ser uma celebridade diminiu um pouco da característica "gente como a gente" da personagem.
Fiquei surpreso em saber que este é, até o momento, o maior sucesso de bilheteria do Cinema brasileiro em todos os tempos. Não que o filme seja de alguma forma ruim, só não é tudo isso.
Recomendo a todas as pessoas que forem mães ou que tiverem mãe.
Mais um longa baseado em livro cujo valor como adaptação eu não posso avaliar por não ter lido o livro (se eu lesse tantos livros, teria visto muito menos filmes).
Não é um filme ruim. Tem o mesmo tipo de ação, enigmas e mistérios dos anteriores da franquia, mas quando comparado fica evidente que é inferior a seus antecessores.
Talvez o motivo dessa sensação seja que impedir um vírus mortal seja uma missão muito menos original que encontrar o cálice sagrado ou impedir o assassinato dos cardeais candidatos a Papa.
a traição "surpresa" de Sienna nem de longe a coloca no nível de Silas ou do camerlengo de "Anjos e Demônios".
Além disso Tom Hanks parece ter envelhecido mais que os 10 anos que separam "Inferno" e "Código Da Vinci", então a ação fica menos convincente.
De qualquer forma não é um filme ruim, apenas mais fraco que os anteriores, mas é um bom passatempo.
Recomendo a quem já viu os filmes do personagem Robert Langdon. Se você é fã do gênero mas ainda não viu nenhuma das adaptações das obras de Dan Brown, assista primeiro "O Código Da Vinci" seguido por "Anjos e Demônios".
o final, como é muito comum quando não terminam todos felizes para sempre
, embora eu o tenha achado espetacular.
A atmosfera de terror em "A Bruxa" não vem de sustos e monstros, mas do clima de constante tensão dos personagens frente aos mistérios da floresta e a sensação de impotência ante o inexplicável.
As atuações são todas muito boas, em especial as das crianças, principalmente a do jovem Caleb (Harvey Scrimshaw). Os gêmeos também são deliciosamente insuportáveis e Anya Taylor-Joy parece ter um futuro promissor.
Talvez o mais assustador do filme seja saber que tal nível de alienação religiosa não é mera ficção. Ainda hoje, em pleno século XXI, o mundo está cheio de fanáticos como William, que vivem em um mundo fantasioso e prejudicam suas famílias e a si mesmos.
Recomendo aos fãs de terror que forem capazes de apreciar um filme mais lento, mas com alto teor artístico.
Blankman é uma paródia que homenageia os quadrinhos e - principalmente, os filmes de super-heróis.
Mas o panorama "heróico" cinematográfico daquela época era bem diferente. Era impossível imaginar um filme que terminasse com um vilão estalando os dedos e "deletando" metade do Universo, muito menos uma aliança forjada com base em "minha mãe também é Martha".
A grande referência em 1994 eram os dois Batmans de Tim Burton, e ainda era fortíssima a lembrança de Christopher Reeve na pele do homem de aço.
Estas influências ficam evidentes em Blankman. O personagem é fortemente inspirado no homem morcego (o esconderijo, os gadgets, o sidekick, a origem motivada pela morte de um ente querido) e o interesse romãntico por Kimberly Jonz nada mais é que um relacionamento estilo Clark Kent/Lois Lane.
Como comédia eu diria que é um filme simpático, mas não hilário. É uma boa distração e de forma alguma é uma perda de tempo, mas está longe de ser o melhor trabalho da estrela de "Eu, a Patroa e as Crianças".
Recomendo aos fãs de filmes antigos de super-heróis, e a todos que curtiam na Sessão da Tarde. Os mais novos, que conheceram o gênero através dos "universos cinemáticos" podem não se identificar tanto.
É uma crítica social, mas criticar a sociedade não com que o filme seja automaticamente bom, especialmente quando é feito de forma tão óbvia. Não que seja ruim, mas eu não me identifiquei realmente com os personagens, e passar duas horas acompanhando as ações de pessoas com quem você não se importa raramente é agradável.
Interessante que os rebeldes são mais loucos que os opressores, se eles chegassem ao poder a sociedade que espera que todos se casem viraria a sociedade que espera que todos fiquem sozinhos, não só as pessoas continuariam infelizes como ainda colocaria em risco a própria existência da humanidade pela falta de reprodução.
pois fez a mesma coisa com a mulher cruel, só que no seu caso deu tudo errado. Inclusive o ponto alto do filme é quando ele se vinga dela por matar seu irmão e a transforma em animal. Pena que a criatura que ela virou nunca foi revelada.
que cegou a namorada de David. Foi triste, mas entendo que foi necessário para o desfecho do filme, onde David considera cegar a si próprio para continuar tendo "algo em comum" com a mulher. Não que faça sentido, continuar enxergando seria útil inclusive para cuidar dela, mas funciona dentro da lógica do universo do filme.
Recomendo a quem não se importar com filmes de ritmo lento e que curta visões críticas e alternativas da sociedade.
Depois de conhecer a vida de tantas personalidades através de filmes "baseados em fatos reais" que são 99% ficção, fico feliz em assistir este documentário "apropriado" que conta a vidas e as aventuras do reporter Tim Lopes.
Digo aventuras porque a forma como ele trabalhava era extremamente arriscada. Com coragem e carisma era capaz de se infiltrar no ambiente que investigava e relatava com visão de dentro.
Mas infelizmente Tim pagou com a vida o preço de tanta audácia. O filme mostra o ocorrido através de entrevistas e matérias da época, além de contar a infância e outras matérias do repórter.
Foi um pouco controversa a participação de seu filho na produção, mas achei interessante por dar um ponto de vista pessoal da vida do jornalista, complementando os fatos que já são mostrados.
Outro ponto que foi levantado em comentários anterios é que a parte final do documentário, que conta a infância de Tim através de entrevistas com familiares, seria desnecessária.
Pode não ser essencial, mas depois de conhecer o profissional, achei muito interessante saber um pouco de como o homem se formou.
Mesmo após tantos anos da tragédia, ainda recomendo "Histórias de Arcanjo". Trata-se de um documento histórico que dificilmente perderá a relevância.
O filme é baseado na peça teatral de grande sucesso de autoria do próprio Paulo Gustavo, inspirada por sua própria mãe, como fica evidente nas cenas durante os créditos.
Eu não me acho parecido com nenhum dos filhos de Dona Hermínia, nem tão pouco minha mãe se parece com a mesma, mas são tantas as situações que você acaba se identificando em algum momento.
Esta identificação é o motor do filme. A graça não está realmente nas "piadas", mas em ver as "aventuras" desta mãe e lembrar da sua própria.
Minha mãe, por exemplo, quando se estressava comigo ficava ameaçando que ia "sumir". Se tivesse cumprido eu e minha irmã certamente
À primeira vista, "Jack e a Mecânica do Coração" tem um enredo que já foi visto muitas vezes: um protagonista apaixonado, ajudado por um bom amigo, tenta conquistar o objeto de seu amor, que só tem olhos para um antagonista valentão e mau caráter.
Mas a arte de contar uma história está mais relacionado à forma de contá-la que ao enredo, e o diferencial de Jack está exatamente na forma bonita e triste que a trágica vida deste menino é apresentada, em um clima que, de certa forma, lembra "Edward Mãos de Tesoura".
Jack escolhe morrer e sobe aos céus pulando em flocos de neve, é lindo mas deprimente. Por estar torcendo pelo personagem não posso deixar de pensar que gostaria que ele tivesse um "final feliz", mas fosse assim aí mesmo é que seria só mais um filme igual a outros dez mil.
Este encerramento é um dos principais fatores que tornam a jornada de Jack tão especial.
Um filme encantador, mas não recomendaria a crianças pequenas. Não que seja um desenho para adultos, mas acho que é preciso certa maturidade para poder apreciar.
Muitos fãs ficaram desapontados com esta temporada.
Reclamam do roteiro, e do ritmo acelerado dos acontecimentos, e de como os personagens se "teleportam" através de longas distâncias.
Embora eu confesse que alguns destes fatores me incomodam, eu entendo a razão por trás deles.
Quando Game of Thrones começou nós acompanhávamos a vida de muitos personagens, divididos em vários núcleos e envolvidos em diversos conflitos.
A longo dos anos os personagens foram morrendo, os núcleos sendo extindos e os conflitos resolvidos, de forma que nossa atenção fica muito menos diluída.
As viagens sempre foram em velocidade de teleporte, mas nas primeiras temporadas cada personagem tinha poucos minutos por episódio, e mesmo os mais importantes frequentemente pulavam alguns, de forma que o problema ficava bem menos evidente.
O fim da série se aproxima e não é hora de ficar criando novas situações e sim finalizar as restantes, este afunilamento natural causa esta impressão de que tudo acontece rápido demais.
Sobre a qualidade do roteiro, não posso recriminar a produção da série. Eles se propuseram a adaptar o texto de George R. R. Martin, algo que vinham fazendo com maestria, mas o autor vai acumulando anos de atraso no lançamento dos útimos livros.
A série precisa terminar, as criancinhas da primeira temporada já são homens e mulheres. Então foi feito o que foi preciso, melhor que parar a série para esperar por livros que podem jamais vir a ser lançados.
Moral da história: não foi uma temporada tão boa quanto as primeiras, o que não chega a ser surpresa. Ainda assim teve um alto nível artístico e alguns momentos espetaculares, como o
É incrível como a magia do Cinema é capaz de nos fazer importar, torcer e até se emocionar com um objeto inanimado.
O filme é feito dentro de um estilo "desenho animado" característico da Disney do século passado, algo que vai agradar as pessoas que como eu cresceram naquel época, mas é possível que pareça ultrapassado aos mais jovens.
As corridas lembram muito Corrida Maluca. Os vilões malvados porém atrapalhados tentam trapacear mas acaba dando tudo errado. Herbie é inexplicavelmente veloz e tem um "turbo" que depende mais de seu humor que de sua mecânica.
O humor e o romance são bem Sessão da Tarde, mas a forma que os personagens chineses são mostrados seria considerada racista pelos padrões de hoje.
A única coisa que sempre me incomodou no filme é a forma como as pessoas se adaptam rapidamente ao descobrir que Herbie está "vivo". Nos filmes posteriores da série vira algo ainda mais corriqueiro.
Recomendado para todos os saudosistas e para crianças pequenas, que não vão se importar com a idade do filme.
Não é um dos melhores episódios da saga de Freddy, mas também não é o pior.
A história com o bebê é até interessante, e uma boa desculpa para justificar sua presença, algo que a cada filme fica mais forçado.
As kills são até criativas, embora um tanto óbvias (a do desenhista me lembrou de "Guerreiros dos Sonhos", meu favorito da franquia, a da modelo bulímica que morre com com comida é uma das mais nojentas), mas são poucas.
A conexão com o filme anterior faz com que seja má idéia assistir fora da ordem.
Recomendo apenas a quem for fã de Freddy, para quem não conhece ou não curte os filmes anteriores não será uma boa experiência.
Um filme que revolucionou os gêneros assalto e perseguição, e é até hoje imitado e referenciado.
O ritmo é um pouco mais lento que o padrão atual, afinal está prestes a completar 50 anos, mas isto é compensando por belas locações, perseguições automobilísticas por ruas movimentadas e pelo bom humor da produção.
Algumas pessoas abaixo comentaram que o livro de Carl Sagan é melhor, como eu não li só posso julgar os méritos de "Contato" como obra individual, não como adaptação.
Este é um filme que foge de todos os clichês do gênero. Não tem discos voadores, nem abduções, nem homenzinhos verdes ou cinzas ou seja lá qual for a cor da moda em Marte.
Outros pontos positivos são o elenco (Foster e McConaughey), o background científico (afinal a história é baseada no livro de um cientista de verdade, ao invés de toda pseudociência que se vê por aí) e o ritmo, que mantém o interesse do início ao fim.
Um último aspecto que vale a pena comentar é que filmes que discutem religião, tal qual "Deus Não Está Morto" normalmente puxam brasa para a própria sardinha. Em "Contato", apesar de a protagonista compartilhar do ateísmo do autor, existe um personagem religioso cuja função é dar um outro ponto de vista, assim o filme instiga o pensamento crítico ao invés de tentar doutrinar o expectador.
Aparentemente as maiores críticas a este filme vêm dos fãs do livro na qual foi inspirado. Como não tive a oportunidade de experimentar o material original, sou incapaz de avaliar a qualidade da adaptação, ficam então meus pensamentos no que se refere ao filme.
Eu achei os personagens interessantes, alguns clichês irritantes (ciúmes e amores não correspondidos) mas não a ponto de estragar a trama.
Os monstros são realmente assustadores, daqueles me fariam ter pesadelos se eu fosse criança, e ainda por cima são invisíveis para a maioria das pessoas.
Aparentemente o personagem de Samuel L. Jackson não faz parte do livro, tendo sido criado como desculpa para adicionar star power ao filme, ainda assim gostei de sua participação (e de seu desfecho) embora, mais uma vez, não conheça o livro para comparar as versões.
De forma geral foi uma experiência divertida e recomendo a quem, como eu, não conhece a obra original.
Um daqueles filmes onde um grupo de pessoas começa sem memória e vai descobrindo aos poucos a identidade e motivação de cada um, em meio a conflitos e mal entendidos.
Parece que virou um novo estilo de filme, sendo que este, embora não seja o melhor que já vi do gênero, é uma diversão razoável. Começa bem devagar, mas vai ficando interessante a medida que a história desenrola.
Destaques para a presença de Sharlto Copley e para o setting de futuro distópico pós apocalíptico.
Um filme que vai abrir os olhos de muitas pessoas sobre como funcionam os bastidores dos "game shows" e "reality shows".
É a adaptação de um livro sobre um caso real ocorrido nos Estados Unidos nos anos 50, mas continua atual, haja vista que a luta por audiência está mais acirrada que nunca.
É também uma reflexão o efeito que a fama tem sobre as pessoas. Mesmo uma pessoa honesta, que dificilmente se venderia por dinheiro, pode se corromper ao se fascinar pelos encantos da vida de celebridade.
Um bom filme, com ótimas atuações de Turturro e Fiennes. Uma ótima obra de Robert Redford, recomendado a todos.
Baseado em um livro sobre a experiência do autor com o diretor John Huston, embora não saiba o quanto é realmente baseado em fatos. O final, em especial, duvido muito que seja verídico.
Um interessante estudo sobre vaidade, obsessão e suas consequências (inclusive para quem não tem nada a ver com isso), principalmente no meio artístico.
É difícil se identificar com o despótico diretor que sonha em matar elefantes, fiquei o tempo todo torcendo para ele ser pisoteado por eles. rs
A direção é excelente e as atuações muito boas, mas os subplots variam de interesse.
Os episódios mais interessantes são os que focam nos conflitos religiosos de Matt (Christopher Eccleston, o nono The Doctor). Aquele da viagem de barco onde confronta "Deus" é o ponto alto da última temporada.
Os mais chatos são os que envolvem o culto (Guilty Remnant). Minutos e mais minutos de olhar gente escrevendo no papel.
Também achei as aventuras transcentais do Kevin Garvey senior melhores que as do junior.
Eu entendo que fazer um filme é um investimento grande e perigoso, e as produtoras, ao adaptar histórias reais, optam por adicionar certos elementos ficcionais para "apimentar" e garantir o retorno financeiro.
O que me deixa chateado é que certas histórias já são tão fantásticas por si só, que as "melhorias" de Hollywood só atrapalham.
A verdadeira Joy Mangano, divorciada nova iorquina que lutava para criar sozinha seus três filhos, revolucionou a vida doméstica americana (e internacional) com suas mais de 100 invenções de utilidades domésticas (sendo a primeira o Miracle Mop, mostrado no filme).
Além disso ela inovou na TV, apresentando os próprios produtos nos conhecidos infomerciais. Quem assistiu TV nos anos noventa cansou de vê-la (muito mal dublada em português) nos intervalos da TV aberta.
Não me entendam mal, o filme ainda é uma boa comédia sobre uma empreendedora que busca o sucesso apesar das circunstâncias, só preferia ter visto a história real de uma inventora e os percalços que passou para atingir o sucesso ao invés da luta de uma inventora contra as sabotagens de personagens fictícios (sua família).
Sete Homens e Um Destino
3.6 575 Assista AgoraEu assisti o original, o remake americano, as três continuações do remake americano e o remake do remake americano, fora outras adaptações como o anime “Samurai 7” e “Vida de Inseto”. Me pergunto agora se ainda viverei para ver o “remake do remake do remake”.
Mesmo com todo este pedigree, vale lembrar que “Sete Homens” (2016) é um filme com identidade própria, feito dentro dos padrões e voltado para o público de sua época, algo que também pode ser dito sobre seus antecessores.
Quem aprecia “o ritmo e os trejeitos” do Cinema contemporâneo, provavelmente vai preferir esta versão, e talvez até ache as anteriores chatas. É um típico filme do bem contra o mal, ambientado no Velho Oeste com muita ação e tiros e um elenco estelar.
Mas, independente de qualquer questão de adaptação, algumas escolhas foram feitas - talvez pelo próprio Antoine Fuqua, talvez por imposição do estúdio - que me fazem gostar menos deste que de seus irmãos mais velhos.
A primeira diz respeito aos vilões. O filme de Kurosawa se passa no declínio da época dos samurais, quando inúmeros ronin (samurai sem mestre), lutando pelo própria sobrevivência, abrem mão da honra e viram reles malfeitores.
Para proteger uma aldeia de tais bandidos, os camponeses conseguem a ajuda de sete ronin “do bem”, este contraste entre os samurais virtuosos e corruptos é ao mesmo tempo um comentário histórico e uma crítica social à formação da sociedade japonesa.
No final heróis e vilões são “farinha do mesmo saco”. Têm a mesma origem, são de uma classe com os dias contados e se enfrentam por força das circunstâncias, deixando em dúvida ao fim se tudo valeu a pena.
Comentário semelhante está presente no filme de Sturges, apenas trocando os samurais por cowboys e os camponeses por um vilarejo mexicano, adaptando o mesmo tema à realidade norte-americana.
Nesta versão tais nuances não estão presentes. Bogue é mais um vilão estilo ricaço corrupto, tantas vezes visto. O remake perde então o diferencial de seus antecessores, e se torna mais um faroeste genérico, embora bem produzido e com um grande elenco.
Mas o maior pecado é
a revelação final de o protagonista Sam ter uma vendeta contra Bogue. No fim a luta dele era em causa própria, perdendo a característica de incontestável altruísmo que caracterizou o Chris de Yul Brynner e o Kambei de Takashi Shimura.
Recomendo Sete Homens e Um Destino (2016) àqueles que se interessem pelo gênero mas prefiram o estilo atual do Cinema, para os demais recomendo a versão de 1960 ou, melhor ainda, Os Sete Samurais.
A Garota da Capa Vermelha
3.0 2,5K Assista AgoraTrata-se de mais uma das muitas “releituras” de contos de fadas que, à época, eram moda em Hollywood. O comando ficou à cargo de ninguém menos que a diretora do primeiro filme da saga Crepúsculo e o resultado… até que não é tão ruim.
Não que os elementos de Romance não sejam bobos, enxertados para agradar ao público aborrescente fã de Bella e companhia, mas pelo menos existe um elemento de mistério que mantém o filme interessante.
Acontece que, nesta versão, o lobo mau é um lobisomem (olha o Crepúsculo aí de novo) que, de acordo com o personagem de Gary Oldman, é um habitante da aldeia que vive uma vida “normal” de dia, mas à noite se torna um monstro com sede de sangue.
Descobrir a identidade da fera e destruí-la torna-se o foco da história, embora claro não possam faltar os amores proibidos, triângulos amorosos e clichês do gênero. Pelo menos a investigação de Valerie tem reviravoltas até interessantes e o desfecho não é óbvio.
Gary Oldman rende um pouco de star power ao elenco, embora não seja um de seus papéis mais marcantes. Curioso o contraste de seu papel em Drácula, um devoto que se voltou contra Deus, com este reverendo caçador de lobisomens.
Acho que os filmes do estilo estão fadados a se tornar motivo de galhofa no futuro, embora este seja razoável como distração sem compromisso. Pelo menos ainda é melhor que Crepúsculo.
The Armoire
3.3 5Muitas vezes, ao assistir um curta, fica uma sensação de que ficou faltando alguma coisa, como se o filme pudesse ter sido melhor caso tivesse mais tempo para desenvolver os personagens e a trama, mas para “The Armoire” talvez a duração tenha sido um trunfo.
Filmes sobre objetos amaldiçoados geralmente são muito formulaicos, e por isso nem sempre são tão interessantes. Mas Evan Cooper consegue, em quinze minutos, contar a história, manter o clima de suspense e ainda dar pelo menos um bom susto.
A cena
do capeta em cima do armário
E falando em Youtube, ser tão curto e estar disponível na plataforma só torna “The Armoire” mais acessível a todos. Está no idioma original, mas compreender os poucos diálogos não é realmente necessário para entender o que está se passando.
Recomendo a qualquer pessoa interessada em um susto “fast food” de bom gosto.
O Garoto
4.5 584 Assista AgoraEu assisti este filme ainda muito jovem. Nos anos 80, mesmo sendo já bem antigas, as comédias de Chaplin ainda passavam constantemente na TV aberta. Claro que, à época, não tinha discernimento para avaliar e me parecia só mais um filme velho.
Nos anos 90, quando as emissoras ainda não transmitiam 24 horas por dia, uma série também antiga me ajudava a encarar as noites de insônia da adolescência. Era “A Família Addams”, que passava nas madrugadas da Record com som original e legendas.
Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que Jackie Coogan, que representa o Uncle Fester - o carequinha ranzinza que acende lâmpadas na boca, era o mesmo que, quarenta anos antes, tinha dado vida ao adorável órfão do filme de Chaplin.
Pesquisando mais fundo, vi que Coogan foi um tipo de Macaulay Culkin de sua época: virou uma sensação cinematográfica e fez uma fortuna que foi torrada pela mãe e padrasto, episódio que deu origem a uma lei com seu nome que protege os direitos de crianças no meio artístico dos Estados Unidos até os dias de hoje.
É difícil dizer com certeza absoluta, porque muito do que foi feito na época se perdeu no tempo, mas se “O Garoto” não foi o primeiro filme a misturar drama e comédia com certeza foi um dos primeiros, e sua influência pode ser vista até hoje nos filmes de crianças órfãs.
E falando em tempo, não tem como evitar alguns pequenos choques culturais ao se observar uma película de cem anos por olhos atuais. Tanto a mãe que abandona seu bebê quanto o uso da criança em pequenos delitos causariam polêmica hoje em dia.
A intenção é retratar pessoas sobrevivendo da melhor forma possível em situações adversas. Uma realidade que Chaplin viveu na infância e da qual fala com propriedade, portanto há de se relevar.
O ritmo é fácil de acompanhar, só acho desnecessária a sequência de sonho perto do fim.
Por ser um filme mudo e preto e branco não será para todos, mesmo assim recomendo “O Garoto” a todos os verdadeiros fãs de Cinema. E não, se você não tolera filmes mudos ou em preto e branco então você não é um(a) verdadeiro(a) fã de Cinema.
Minha Mãe é Uma Peça 2
3.5 806Se no primeiro filme Juliano e Marcelina comeram o pão que o diabo amassou pela ausência de Dona Hermínia, desta vez é a mãe que fica desesperada ao ver seus filhos saírem debaixo de suas asas para cuidar das próprias vidas.
Esta variação no enredo faz com que o filme não seja apenas "mais do mesmo" - problema que estraga muitas sequências - e dá a "Minha Mãe é uma Peça 2" identidade própria, distinta do original.
Destaques para a visita do filho mais velho (
o despeito de Dona Hermínia pela nora é hilário
e termina por resolver conflitos do passado
um pouco de lágrimas para contrabalancear
Só não gostei muito, mais uma vez, de nada relacionado ao emprego televisivo da protagonista. Ser uma celebridade diminiu um pouco da característica "gente como a gente" da personagem.
Fiquei surpreso em saber que este é, até o momento, o maior sucesso de bilheteria do Cinema brasileiro em todos os tempos. Não que o filme seja de alguma forma ruim, só não é tudo isso.
Recomendo a todas as pessoas que forem mães ou que tiverem mãe.
Inferno
3.2 831 Assista AgoraMais um longa baseado em livro cujo valor como adaptação eu não posso avaliar por não ter lido o livro (se eu lesse tantos livros, teria visto muito menos filmes).
Não é um filme ruim. Tem o mesmo tipo de ação, enigmas e mistérios dos anteriores da franquia, mas quando comparado fica evidente que é inferior a seus antecessores.
Talvez o motivo dessa sensação seja que impedir um vírus mortal seja uma missão muito menos original que encontrar o cálice sagrado ou impedir o assassinato dos cardeais candidatos a Papa.
Os vilões também são bem menos carismáticos,
a traição "surpresa" de Sienna nem de longe a coloca no nível de Silas ou do camerlengo de "Anjos e Demônios".
Além disso Tom Hanks parece ter envelhecido mais que os 10 anos que separam "Inferno" e "Código Da Vinci", então a ação fica menos convincente.
De qualquer forma não é um filme ruim, apenas mais fraco que os anteriores, mas é um bom passatempo.
Recomendo a quem já viu os filmes do personagem Robert Langdon. Se você é fã do gênero mas ainda não viu nenhuma das adaptações das obras de Dan Brown, assista primeiro "O Código Da Vinci" seguido por "Anjos e Demônios".
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraO filme foi vítima de uma péssima campanha de divulgação. Muita gente desgostou não por demérito da obra, mas porque não era o que esperavam assistir.
Muitos também não curtiram
o final, como é muito comum quando não terminam todos felizes para sempre
A atmosfera de terror em "A Bruxa" não vem de sustos e monstros, mas do clima de constante tensão dos personagens frente aos mistérios da floresta e a sensação de impotência ante o inexplicável.
As atuações são todas muito boas, em especial as das crianças, principalmente a do jovem Caleb (Harvey Scrimshaw). Os gêmeos também são deliciosamente insuportáveis e Anya Taylor-Joy parece ter um futuro promissor.
Minhas partes favoritas são
a morte de Caleb,
a revelação de Black Phillip
Talvez o mais assustador do filme seja saber que tal nível de alienação religiosa não é mera ficção. Ainda hoje, em pleno século XXI, o mundo está cheio de fanáticos como William, que vivem em um mundo fantasioso e prejudicam suas famílias e a si mesmos.
Recomendo aos fãs de terror que forem capazes de apreciar um filme mais lento, mas com alto teor artístico.
Blankman: Um Super-Herói Muito Atrapalhado
2.4 116Blankman é uma paródia que homenageia os quadrinhos e - principalmente, os filmes de super-heróis.
Mas o panorama "heróico" cinematográfico daquela época era bem diferente. Era impossível imaginar um filme que terminasse com um vilão estalando os dedos e "deletando" metade do Universo, muito menos uma aliança forjada com base em "minha mãe também é Martha".
A grande referência em 1994 eram os dois Batmans de Tim Burton, e ainda era fortíssima a lembrança de Christopher Reeve na pele do homem de aço.
Estas influências ficam evidentes em Blankman. O personagem é fortemente inspirado no homem morcego (o esconderijo, os gadgets, o sidekick, a origem motivada pela morte de um ente querido) e o interesse romãntico por Kimberly Jonz nada mais é que um relacionamento estilo Clark Kent/Lois Lane.
Como comédia eu diria que é um filme simpático, mas não hilário. É uma boa distração e de forma alguma é uma perda de tempo, mas está longe de ser o melhor trabalho da estrela de "Eu, a Patroa e as Crianças".
Recomendo aos fãs de filmes antigos de super-heróis, e a todos que curtiam na Sessão da Tarde. Os mais novos, que conheceram o gênero através dos "universos cinemáticos" podem não se identificar tanto.
Passageiros
3.3 1,5K Assista AgoraEste foi um sucesso razoável de público, mas causou uma certa controvérsia.
Acontece que muita gente concorda com Aurora quando,
ao descobrir que Jim a acordou de propósito, o acusou de ter-lhe destruído a vida.
É claro que no filme, por ser romântico, eles acabam
se unindo para salvar a nave e se apaixonam. Depois decidem passar, de bom grado, o resto de suas vidas juntos à deriva no espaço.
Na verdade, o comportamento de Jim não poderia ser mais humano. Somos seres sociais, e a verdade que a maioria das pessoas
abriria outras capsulas muito antes do que ele..
Por outro lado, também dá para entender a revolta de Aurora, outra reação totalmente natural em sua situação. O que fico na dúvida é sobre
o perdão no final, mas também não me surpreenderia se acontecesse.
Verossímil ou não, "Passageiros" é um filme razoável para o gênero. Recomendo a quem curtir filmes românticos ou for fã da dupla de protagonistas.
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraÉ uma crítica social, mas criticar a sociedade não com que o filme seja automaticamente bom, especialmente quando é feito de forma tão óbvia. Não que seja ruim, mas eu não me identifiquei realmente com os personagens, e passar duas horas acompanhando as ações de pessoas com quem você não se importa raramente é agradável.
Interessante que os rebeldes são mais loucos que os opressores, se eles chegassem ao poder a sociedade que espera que todos se casem viraria a sociedade que espera que todos fiquem sozinhos, não só as pessoas continuariam infelizes como ainda colocaria em risco a própria existência da humanidade pela falta de reprodução.
John é colocado de certa forma como vilão,
por causar um sangramento nasal para ter algo "em comum" com sua parceira apenas para escapar de virar animal
David fez questão de desmascarar John, mas é hipócrita
pois fez a mesma coisa com a mulher cruel, só que no seu caso deu tudo errado. Inclusive o ponto alto do filme é quando ele se vinga dela por matar seu irmão e a transforma em animal. Pena que a criatura que ela virou nunca foi revelada.
Outra crueldade foi a da lider rebelde,
que cegou a namorada de David. Foi triste, mas entendo que foi necessário para o desfecho do filme, onde David considera cegar a si próprio para continuar tendo "algo em comum" com a mulher. Não que faça sentido, continuar enxergando seria útil inclusive para cuidar dela, mas funciona dentro da lógica do universo do filme.
Recomendo a quem não se importar com filmes de ritmo lento e que curta visões críticas e alternativas da sociedade.
Tim Lopes - Histórias de Arcanjo
4.0 13Depois de conhecer a vida de tantas personalidades através de filmes "baseados em fatos reais" que são 99% ficção, fico feliz em assistir este documentário "apropriado" que conta a vidas e as aventuras do reporter Tim Lopes.
Digo aventuras porque a forma como ele trabalhava era extremamente arriscada. Com coragem e carisma era capaz de se infiltrar no ambiente que investigava e relatava com visão de dentro.
Mas infelizmente Tim pagou com a vida o preço de tanta audácia. O filme mostra o ocorrido através de entrevistas e matérias da época, além de contar a infância e outras matérias do repórter.
Foi um pouco controversa a participação de seu filho na produção, mas achei interessante por dar um ponto de vista pessoal da vida do jornalista, complementando os fatos que já são mostrados.
Outro ponto que foi levantado em comentários anterios é que a parte final do documentário, que conta a infância de Tim através de entrevistas com familiares, seria desnecessária.
Pode não ser essencial, mas depois de conhecer o profissional, achei muito interessante saber um pouco de como o homem se formou.
Mesmo após tantos anos da tragédia, ainda recomendo "Histórias de Arcanjo". Trata-se de um documento histórico que dificilmente perderá a relevância.
Minha Mãe é Uma Peça: O Filme
3.7 2,6K Assista AgoraO filme é baseado na peça teatral de grande sucesso de autoria do próprio Paulo Gustavo, inspirada por sua própria mãe, como fica evidente nas cenas durante os créditos.
Eu não me acho parecido com nenhum dos filhos de Dona Hermínia, nem tão pouco minha mãe se parece com a mesma, mas são tantas as situações que você acaba se identificando em algum momento.
Esta identificação é o motor do filme. A graça não está realmente nas "piadas", mas em ver as "aventuras" desta mãe e lembrar da sua própria.
Minha mãe, por exemplo, quando se estressava comigo ficava ameaçando que ia "sumir". Se tivesse cumprido eu e minha irmã certamente
ficaríamos tão perdidos quanto o Juliano e a Marcelina
O maior problema do filme foi se estender um pouco além do que devia. A parte
do programa de tevê
com o telefonema do convite.
Recomendo a todas as mães e a todos que tiverem mãe.
Jack e a Mecânica do Coração
3.9 226 Assista grátisÀ primeira vista, "Jack e a Mecânica do Coração" tem um enredo que já foi visto muitas vezes: um protagonista apaixonado, ajudado por um bom amigo, tenta conquistar o objeto de seu amor, que só tem olhos para um antagonista valentão e mau caráter.
Mas a arte de contar uma história está mais relacionado à forma de contá-la que ao enredo, e o diferencial de Jack está exatamente na forma bonita e triste que a trágica vida deste menino é apresentada, em um clima que, de certa forma, lembra "Edward Mãos de Tesoura".
O fim, onde
Jack escolhe morrer e sobe aos céus pulando em flocos de neve, é lindo mas deprimente. Por estar torcendo pelo personagem não posso deixar de pensar que gostaria que ele tivesse um "final feliz", mas fosse assim aí mesmo é que seria só mais um filme igual a outros dez mil.
Um filme encantador, mas não recomendaria a crianças pequenas. Não que seja um desenho para adultos, mas acho que é preciso certa maturidade para poder apreciar.
Game of Thrones (7ª Temporada)
4.1 1,2K Assista AgoraMuitos fãs ficaram desapontados com esta temporada.
Reclamam do roteiro, e do ritmo acelerado dos acontecimentos, e de como os personagens se "teleportam" através de longas distâncias.
Embora eu confesse que alguns destes fatores me incomodam, eu entendo a razão por trás deles.
Quando Game of Thrones começou nós acompanhávamos a vida de muitos personagens, divididos em vários núcleos e envolvidos em diversos conflitos.
A longo dos anos os personagens foram morrendo, os núcleos sendo extindos e os conflitos resolvidos, de forma que nossa atenção fica muito menos diluída.
As viagens sempre foram em velocidade de teleporte, mas nas primeiras temporadas cada personagem tinha poucos minutos por episódio, e mesmo os mais importantes frequentemente pulavam alguns, de forma que o problema ficava bem menos evidente.
O fim da série se aproxima e não é hora de ficar criando novas situações e sim finalizar as restantes, este afunilamento natural causa esta impressão de que tudo acontece rápido demais.
Sobre a qualidade do roteiro, não posso recriminar a produção da série. Eles se propuseram a adaptar o texto de George R. R. Martin, algo que vinham fazendo com maestria, mas o autor vai acumulando anos de atraso no lançamento dos útimos livros.
A série precisa terminar, as criancinhas da primeira temporada já são homens e mulheres. Então foi feito o que foi preciso, melhor que parar a série para esperar por livros que podem jamais vir a ser lançados.
Moral da história: não foi uma temporada tão boa quanto as primeiras, o que não chega a ser surpresa. Ainda assim teve um alto nível artístico e alguns momentos espetaculares, como o
dragão zumbi de gelo destruindo a muralha
Que venha a reta final, e Night King para presidente!
Se Meu Fusca Falasse
3.2 100 Assista AgoraÉ incrível como a magia do Cinema é capaz de nos fazer importar, torcer e até se emocionar com um objeto inanimado.
O filme é feito dentro de um estilo "desenho animado" característico da Disney do século passado, algo que vai agradar as pessoas que como eu cresceram naquel época, mas é possível que pareça ultrapassado aos mais jovens.
As corridas lembram muito Corrida Maluca. Os vilões malvados porém atrapalhados tentam trapacear mas acaba dando tudo errado. Herbie é inexplicavelmente veloz e tem um "turbo" que depende mais de seu humor que de sua mecânica.
O humor e o romance são bem Sessão da Tarde, mas a forma que os personagens chineses são mostrados seria considerada racista pelos padrões de hoje.
A única coisa que sempre me incomodou no filme é a forma como as pessoas se adaptam rapidamente ao descobrir que Herbie está "vivo". Nos filmes posteriores da série vira algo ainda mais corriqueiro.
Recomendado para todos os saudosistas e para crianças pequenas, que não vão se importar com a idade do filme.
A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy
3.0 298 Assista AgoraNão é um dos melhores episódios da saga de Freddy, mas também não é o pior.
A história com o bebê é até interessante, e uma boa desculpa para justificar sua presença, algo que a cada filme fica mais forçado.
As kills são até criativas, embora um tanto óbvias (a do desenhista me lembrou de "Guerreiros dos Sonhos", meu favorito da franquia, a da modelo bulímica que morre com com comida é uma das mais nojentas), mas são poucas.
A conexão com o filme anterior faz com que seja má idéia assistir fora da ordem.
Recomendo apenas a quem for fã de Freddy, para quem não conhece ou não curte os filmes anteriores não será uma boa experiência.
Um Golpe à Italiana
3.5 53 Assista AgoraUm filme que revolucionou os gêneros assalto e perseguição, e é até hoje imitado e referenciado.
O ritmo é um pouco mais lento que o padrão atual, afinal está prestes a completar 50 anos, mas isto é compensando por belas locações, perseguições automobilísticas por ruas movimentadas e pelo bom humor da produção.
O final
aberto é o gancho para uma esperada continuação que infelizmente nunca foi feita.
Destaque para o gangster presidiário que controla seus negócios por trás das grades, tal qual acontece até hoje em um certo país tropical.
Contato
4.1 804 Assista AgoraAlgumas pessoas abaixo comentaram que o livro de Carl Sagan é melhor, como eu não li só posso julgar os méritos de "Contato" como obra individual, não como adaptação.
Este é um filme que foge de todos os clichês do gênero. Não tem discos voadores, nem abduções, nem homenzinhos verdes ou cinzas ou seja lá qual for a cor da moda em Marte.
Outros pontos positivos são o elenco (Foster e McConaughey), o background científico (afinal a história é baseada no livro de um cientista de verdade, ao invés de toda pseudociência que se vê por aí) e o ritmo, que mantém o interesse do início ao fim.
Um último aspecto que vale a pena comentar é que filmes que discutem religião, tal qual "Deus Não Está Morto" normalmente puxam brasa para a própria sardinha. Em "Contato", apesar de a protagonista compartilhar do ateísmo do autor, existe um personagem religioso cuja função é dar um outro ponto de vista, assim o filme instiga o pensamento crítico ao invés de tentar doutrinar o expectador.
Recomendado, principalmente aos fãs do gênero.
O Lar das Crianças Peculiares
3.3 1,5K Assista AgoraAparentemente as maiores críticas a este filme vêm dos fãs do livro na qual foi inspirado. Como não tive a oportunidade de experimentar o material original, sou incapaz de avaliar a qualidade da adaptação, ficam então meus pensamentos no que se refere ao filme.
Eu achei os personagens interessantes, alguns clichês irritantes (ciúmes e amores não correspondidos) mas não a ponto de estragar a trama.
Os monstros são realmente assustadores, daqueles me fariam ter pesadelos se eu fosse criança, e ainda por cima são invisíveis para a maioria das pessoas.
Aparentemente o personagem de Samuel L. Jackson não faz parte do livro, tendo sido criado como desculpa para adicionar star power ao filme, ainda assim gostei de sua participação (e de seu desfecho) embora, mais uma vez, não conheça o livro para comparar as versões.
De forma geral foi uma experiência divertida e recomendo a quem, como eu, não conhece a obra original.
Tumba Aberta
3.1 333 Assista AgoraUm daqueles filmes onde um grupo de pessoas começa sem memória e vai descobrindo aos poucos a identidade e motivação de cada um, em meio a conflitos e mal entendidos.
Parece que virou um novo estilo de filme, sendo que este, embora não seja o melhor que já vi do gênero, é uma diversão razoável. Começa bem devagar, mas vai ficando interessante a medida que a história desenrola.
Destaques para a presença de Sharlto Copley e para o setting de futuro distópico pós apocalíptico.
Quiz Show: A Verdade dos Bastidores
3.6 91 Assista AgoraUm filme que vai abrir os olhos de muitas pessoas sobre como funcionam os bastidores dos "game shows" e "reality shows".
É a adaptação de um livro sobre um caso real ocorrido nos Estados Unidos nos anos 50, mas continua atual, haja vista que a luta por audiência está mais acirrada que nunca.
É também uma reflexão o efeito que a fama tem sobre as pessoas. Mesmo uma pessoa honesta, que dificilmente se venderia por dinheiro, pode se corromper ao se fascinar pelos encantos da vida de celebridade.
Um bom filme, com ótimas atuações de Turturro e Fiennes. Uma ótima obra de Robert Redford, recomendado a todos.
Coração de Caçador
3.4 42 Assista AgoraBaseado em um livro sobre a experiência do autor com o diretor John Huston, embora não saiba o quanto é realmente baseado em fatos. O final, em especial, duvido muito que seja verídico.
Um interessante estudo sobre vaidade, obsessão e suas consequências (inclusive para quem não tem nada a ver com isso), principalmente no meio artístico.
É difícil se identificar com o despótico diretor que sonha em matar elefantes, fiquei o tempo todo torcendo para ele ser pisoteado por eles. rs
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraNão apreciei tanto quanto a maioria.
A direção é excelente e as atuações muito boas, mas os subplots variam de interesse.
Os episódios mais interessantes são os que focam nos conflitos religiosos de Matt (Christopher Eccleston, o nono The Doctor). Aquele da viagem de barco onde confronta "Deus" é o ponto alto da última temporada.
Os mais chatos são os que envolvem o culto (Guilty Remnant). Minutos e mais minutos de olhar gente escrevendo no papel.
Também achei as aventuras transcentais do Kevin Garvey senior melhores que as do junior.
Joy: O Nome do Sucesso
3.4 778 Assista AgoraEu entendo que fazer um filme é um investimento grande e perigoso, e as produtoras, ao adaptar histórias reais, optam por adicionar certos elementos ficcionais para "apimentar" e garantir o retorno financeiro.
O que me deixa chateado é que certas histórias já são tão fantásticas por si só, que as "melhorias" de Hollywood só atrapalham.
A verdadeira Joy Mangano, divorciada nova iorquina que lutava para criar sozinha seus três filhos, revolucionou a vida doméstica americana (e internacional) com suas mais de 100 invenções de utilidades domésticas (sendo a primeira o Miracle Mop, mostrado no filme).
Além disso ela inovou na TV, apresentando os próprios produtos nos conhecidos infomerciais. Quem assistiu TV nos anos noventa cansou de vê-la (muito mal dublada em português) nos intervalos da TV aberta.
Não me entendam mal, o filme ainda é uma boa comédia sobre uma empreendedora que busca o sucesso apesar das circunstâncias, só preferia ter visto a história real de uma inventora e os percalços que passou para atingir o sucesso ao invés da luta de uma inventora contra as sabotagens de personagens fictícios (sua família).