Um filme bastante bonito e com uma carga emocional muito grande. Usualmente vemos no cinema filmes com famílias estruturadas e preparadas pra tudo, mas aqui não. E essa é a magia do filme: as personagens tem que lidar consigo próprias e com inúmeros eventos externos. Esse é um filme que facilmente assistiria de novo um dia.
Apesar de possuir uma boa história, pessoalmente não gostei da forma como o filme é feito (corte de cena, etc), mas isso não é um problema quando o enredo se desenvolve bem. Não foi o que aconteceu, nesse caso, acho que os conflitos e os diálogos foram bastante tangenciais ao que o filme se propôs a fazer.
Mais do que um filme sobre o espaço que claramente utiliza elementos do "2001: A Space Odyssey", icônico filme do Kubrick (1), o filme traz elementos de humor bem forçados a partir de coisas bobas (não levando isso como uma crítica, pois não acredito que a simplificação do "como fazer humor" seja um problema) e elementos visuais que hoje podem ser considerados "trash" tornaram a experiência de assistir ao filme bem bacana.
(1): Houveram duas cenas que claramente houveram referência ao filme, como os diálogos fenomenológicos com a bomba (remetendo ao HAL) e a busca no espaço do Doolittle ao Talby.
Não sei se senti falta de ver os outros filmes, mas só assistindo esse me senti um pouco desconexo da história. Gostei mais pela personagem interpretada pela Charlize Theron, é bom ver boas personagens femininas dominando o enredo.
Gostei muito do humor feito aqui no filme, sempre me via pensando no Intouchables (2011), muito pelo Omar que sempre faz uma ótima interpretação. Gostei muito também das cenas onde tocam músicas brasileiras, foram ótimas escolhas.
Não sei se o filme foi original na temática, mas se sim, foi interessante assistir um filme precursor de todo um estilo e que foi usado como base pra filmes 50 anos depois: assistindo, lembrei-me muito do filme "Invasores" (2007) estrelado pela Nicole Kidman, a semelhança está ali.
A forma como a pichação é colocada no documentário transcende todas os pensamentos diários a respeito da mesma antes de assisti-lo. Foi demonstrada muita competência na produção de "Pixo", através de explicações a respeito da prática, vindas dos próprios pichadores, recheado de imagens intensas deles indo realizar as pichações em locais improváveis.
Ao término do filme, tive a impressão de que se tivesse assistido mais atento, teria descoberto o final apenas atentando-me a alguns detalhes da trama. Não o fiz. Ainda bem, porque descobrir o filme no meio dele é uma das piores coisas que fazemos para a experiência que é assisti-lo. Achei-o bom, mas não condiz com o hype que a mídia vêm colocando sobre o filme.
Assisti o filme muito com a lente da criança que fui, com a mágica envolta em uma história envolvendo dinossauros. Apesar de recheado de clichês, gostei do filme o bastante, muito ainda influenciado pelo que a saga representa para mim. As histórias se desenvolveram independentemente dentro do filme de uma maneira bacana e se intercruzando em um momento chave. Não gostei do enredo ter deixado margem pra mais um filme, talvez possa ser um grande erro nessa época onde exploram até exaurir as temáticas.
Achei interessante também o Irrfan Khan interpretar o personagem dono do parque, tendo em ter sido também o Pi. Além da contiguidade dele ser dono do parque, também houveram falas que muito pareciam com o personagem anterior de Irrfan.
No geral o filme manteve uma receita já muito explorada nos suspenses policiais envolvendo assassinos em série. Não gostei do final ter sido jogado para quem assiste, quando poderia ter sido uma coisa toda construída e que o telespectador pudesse chegar à conclusão junto ou antes do final, por dar indícios disso, mas não ocorreu. Apesar disso, gostei do filme de uma maneira geral. Achei bem legal a forma como apesar de vítimas, as mulheres eram "fortes" como a própria descrição nos oferece. A própria Kate em momento algum dobrou-se na história, seja para quem fosse.
Difícil fazer um comentário sobre o filme logo após tê-lo assistido. E apenas uma vez. Talvez seja essa a intenção de todos os filmes que tratam do inconsciente, afinal, o que é o inconsciente? Aurora conseguiu mesclar uma anarquia onírica com uma trilha sonora e uma fotografia igualmente competentes. Assisti-o pela temática e pelo poster com “Os Amantes” do belga Rene Magritte e mesmo sem conseguir colocar o enredo em um plano sequencial que fizesse absoluto sentido, não me decepcionei - nem com a atuação do protagonista, que ao longo do filme não reparei tanto, por ser coadjuvante diante de todo o conjunto.
Algo que não levei muito em conta durante a sessão, mas que me fez refletir depois foi o fato de Travis ser um veterano da guerra do Vietnã. O que ele viu e fez lá é algo extremamente importante pra pensarmos o filme, afinal, os que sobrevivem e voltam de uma guerra normalmente possuem sequelas enormes - tanto físicas, quanto psicológicas.
Quantas pessoas ele matou lá? E foi considerado um herói por isso e é engraçado como essa temática é retornada no filme, mesmo sem ter sido foco em um momento sequer (1). Pelos monólogos de Travis, senti um pouco uma megalomania em torno da personagem, essa megalomania (um tipo de esquizofrenia na psicanálise) pode ter sua origem nesses mesmos traumas de guerra que citei antes (considerando, por exemplo, que deveria haver uma estrutura psicótica anterior a isso). Então acabei caindo n'uma questão: até que ponto essa sociedade estadunidense concorda com essa lógica dogmática de Travis? Isso quer dizer que essa mesma sociedade também é esquizofrênica?
Gostei da trilha sonora composta por Bernard Herrman para o filme. Caso tivessem me dito antes que o jazz retrataria a "noite" e o que é "marginal" em Nova Iorque, não teria acreditado que ficaria tão bom assim. E menos importante, mas achei engraçado citar, primeiro filme que vejo do De Niro jovem, foi um pouco estranho. rs
(1): Me refiro mais precisamente ao final: Travis recebe uma carta dos pais de Íris chamando-no de herói. E pelos valores norte-americanos e a lógica do "bandido bom é bandido morto", considerando também que ele foi solto antes mesmo das eleições - enquanto toda a trama se passa durante a campanha - após ter matado três pessoas. (Não entro aqui em valoração do que ele fez foi certo ou errado, independente dos motivos que o levaram a tal).
(2): Nao abordei no texto, mas achei interessante o fato da Ísis parecer-se com a mulher da campanha do senador (não recordo o nome dela no momento); considerando o que foi posto sobre a possibilidade da psicose de Travis, talvez possa ser abordado um pouco mais isso. rs
Consegui enxergar durante o filme uma necessidade do Dr. Ledgard em construir a pele indestrutível exatamente por não ter tido essa pele - em um sentido mais metafórico, como um toque - de sua mãe. A forma como Almodóvar conduz isso é certamente interessante.
Um filme que claramente possui elementos de Persona, talvez até cabível de uma interpretação posterior em questão de enredo. Fiquei perturbado com algumas cenas, mas creio que nada fora do que foi proposto por Bergman com esse filme. Preciso reassistir pelo menos mais uma vez pra reorganizar o que ficou dessa sessão.
Basicamente há inúmeros questionamentos que surgem em decorrência de um contexto social extremamente hostil e inóspito (guerras, epidemias, um dogma religioso forte o suficiente para matar). Bergman consegue orquestrar aqui uma bela história com ótimos diálogos - talvez um dos melhores que já ouvi no cinema e que foi ilustrado diversas vezes aqui nos comentários - e paisagens amedrontadoras, que de certa maneira, ilustram a pequenez do ser humano diante de tudo que foi questionado no filme. Preciso reassiti-lo para talvez um melhor entendimento, mas foi marcante ainda assim.
Trocadilhos fracos a parte, estou sem palavras rs filme terrivelmente intenso. A ausência de falas deveria ser um mero detalhe, mas se considerarmos também o fato de uma trilha sonora igualmente ausente, o que resta são manifestações corporais. Um choro, uma respiração ofegante - tudo isso amplifica essa tensão de uma maneira sufocante.
Uma das maiores críticas feitas ao filme é o lento desenvolvimento que possui. É inegável que não é um filme rápido, até porque, dura duas horas e meia. Normalmente tenho dificuldade em assistir filmes longos assim, mas creio que aqui o tempo é usado como uma ferramenta e não é apenas um resultado. Como há a abordagem de um longo período histórico (1), não vejo como passar por isso rapidamente, tendo em vista os objetivos - que eu suponho terem sido - de Kubrick. Também é um filme interpretativo, o que deixa vários finais possíveis para essa odisseia, creio que lendo sobre o filme, li e concordei com umas três diferentes e creio ser um dos maiores méritos do projeto. Confesso que sem certos elementos em mente, algumas cenas e desenvolvimentos podem parecer confusas e ilógicas mesmo (2).
Outra coisa que se destaca aqui é a contextualização. Lançado mundialmente em 1968, o filme foi antecedente ao primeiro pouso lunar por seres humanos e igualmente anterior a muitas das tecnologias que aparecem na história e hoje são comuns em nosso cotidiano. Hoje consigo entender e concordar com quão conceituado é esse filme: desde a trilha sonora até a inovação futurística, tudo virou ícone cinematográfico e utiliza-se os mesmos até em produções atuais. Sensacional afinal de contas.
(1): no caso, mais precisamente, toda a evolução humana. (2): não consigo imaginar um entendimento do filme, sem por exemplo, a imagem do macaco utilizando o osso como ferramenta como algo que possibilitou a apropriação do instrumento e isso possibilitar o desenvolvimento que a espécie humano teve. Um salto qualitativo importantíssimo - tendo sido encarado por mim como a passagem do homínio pelo processo de humanização. HAL é o osso, o instrumento que passou a conter características humanas pela objetivação.
Ao longo do filme pensei em algumas questões que gostaria de ter comentado agora, mas ao final, perdi as palavras junto ao fôlego. Que filme sensacional.
Mesmo tendo o filme mostrado o início da relação entre Elisabet e a Irmã Alma, Bergman joga o espectador no meio do conflito que nos é apresentado no filme. Ao buscarmos respostas - seja pro silêncio da personagem de Ullmann, seja pra outras questões, não encontramos nada concreto. Lacan propôs que o insconsciente é estruturado como uma linguagem e ao atentarmo-nos a isso, podemos fazer certas suposições que tornam o filme menos obscuro, mas não claro (1).
(1): Tendo em vista a questão da linguagem e tudo o que se passa na casa de praia da médica, acabei por ter a impressão de que a Irmã ALMA não passou de uma personificação dos sentimentos de Elisabet. Isso fica um pouco claro em alguns momentos, como por exemplo surge o marido ou o discurso a cerca da foto do filho. É um enorme diálogo interno.
Além da temática abordar questões como educação, família e alienação, tive a impressão de também abordar as relações de maneira a exaltar o patriarcalismo presente na história humana (1). E isso é feito de uma maneira bem interessante e é inegável a existência de dados simbolismos na história (2). Gostei bastante!
(1) Tudo no microcosmo familiar é decidido pelo pai. A mãe passa a trama inteira ausente e sem voz, acatando tudo que é imposto assim como as/o próprias/o filho/as.
(2) Como quando, mediante Christine, uma das filhas consegue duas fitas, que são sua primeira e única manifestação cultural. Ao fazer isso, ela da a si própria o nome de Bruce, signo que insere-a na cultura social. E ao ter essa inserção realizada, aquele mundo de casa não mais a satisfez, isso resultou na retirada forçosa do dente canino e esconder-se no porta-malas do carro.
O filme ficou duas horas pra não desenvolver nada, literalmente nada. A premissa era um filme ousado, resultando em cenas extremamente cruas e sem sal (1), assim como a atuação dos atores - em certo momento até levantei a questão de que a versão do filme poderia ser uma censurada, mas infelizmente descobri que não. O filme em momento algum conseguiu aprofundar algum tema e quanto tentou, obteve um núcleo (o relacionamento deles) mal explorado e muito raso ainda por cima. Um filme extremamente comercial.
(1): No final do filme, uma história baseada em um personagem que gosta de práticas ditas bdsm, arremata apenas 12 chibatadas ao longo do filme. Um cara que impõe o contrato e tem a pose de homem sério e controlador, passa a negociação inteira cedendo à ela e agindo como um apaixonado, se contradizendo.
Mais do que um conflito entre dois mundos economicamente diferentes, vemos claramente um conflito ideológico também, indo de encontro ao cenário político do Chile antes do golpe militar. Analisando bem, chegamos ao favorecimento do diretor à um ponto de vista específico, o que resulta nos resultados que uma das famílias sofreu no final (1).
(1): Todos os conflitos e tensões principais foram observados dentro da família de Gonzalo, de posicionamento político sendo uma direita (ou seria um "contra-esquerda"?), como tiramos disso do fato da mãe estar na manifestação ultranacionalista, o pai falar de ir com todos para a Itália pelo país estar infestado de "comunistas" e o namorado da irmã também estar na mesma manifestação. Apesar disso, não é a direita que rompe no filme e sim a esquerda, com um ataque violento e covarde da polícia de lá após o golpe, na região pobre da cidade, culminando na morte da vizinha de Machuca.
Finalmente consegui assistir ao filme com a legenda em português e no geral fiquei satisfeito. Já havia feito uma pré-visualização anteriormente, mas como não havia essa tradução ainda, passei algumas partes dele sem mesmo, devido ao fato de grande parte do filme ser em sueco e com legendas em inglês.
Vemos desde o início do filme a verdadeira família estereotipada pela cultura norte-americana/europeia, com os pais bonitos, jovens e brancos, um casal de filhos e aparentemente felizes, mas apenas aparentemente. Desde o início do filme o enredo caminha pra mostrar a destruição da assimilação dessa noção familiar à felicidade, tendo em vista que o filme gira em torno das crises vividas por eles em uma viagem de férias.
Destaco positivamente a forma como o diretor conduziu o filme a mostrar como o patriarcado é presente na sociedade - mostrado no papel do pai de ser o cuidador da família e a quebra dessa expectativa. Após isso é mostrado as tentativas de remediação disso (1).
O filme possui algumas sequências de cenas que facilmente poderiam ser recortadas e não fariam falta no entendimento da problemática, mas fariam falta no filme (2). Facilmente poderiam ser recortadas e lançadas como um curta. Gostei também da forma como o personagem de barba ruiva (com um acesso limitado a internet, não consegui fazer uma busca pelo nome da personagem que não me recordo, e aqui no filmow a lista de personagens está incompleta) fez sua argumentação em defesa do Tomás, foi perspicaz e engenhoso.
Dois pontos que gostaria de ressaltar também, mas não desenvolvê-los; (a) o filme o tempo todo faz a manutenção da ideia da natureza como o incontrolável e a missão do homem para tentar detê-la, como a diária manutenção da quantidade de neve nas montanhas e as cenas claustrofóbicas onde tudo está branco; (b) no filme em todas as cenas onde algo possa estar acontecendo e será marcante e/ou um possível desastre, há pelo menos uma personagem registrando o ocorrido. O filme tem um mérito muito grande em inserir e contextualizar elementos da nossa sociedade, como também, por exemplo, as músicas que tocam: pura reprodução histórica do momento vivido.
(1) E como ele tentou isso? O pai o tempo todo negou a fuga, mesmo com todos sabendo que havia acontecido, e ele tentou manter o ponto de vista até quando a espoas pegou o vídeo da avalanche no celular dele e mostrou a todos. A forma como ele consegue remediar pareceu-me armada, tendo em vista que a mãe ao ser deixada no chão, caminha de volta ao lugar de onde vieram, imagino que para buscar seus equipamentos. Um teatro para os filhos.
(2) Como a cena onde Tomás e o amigo estão sentados em cadeiras de praia, tomando uma cerveja enquanto toca uma música eletrônica, dando a entender que é um bar a céu aberto. O flerte sofrido primeiramente e depois sendo mostrado como falha, a reação deles. Outra cena é quando Tomás procura pela família e vai parar em uma festa de jovens.
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraUm filme bastante bonito e com uma carga emocional muito grande. Usualmente vemos no cinema filmes com famílias estruturadas e preparadas pra tudo, mas aqui não. E essa é a magia do filme: as personagens tem que lidar consigo próprias e com inúmeros eventos externos. Esse é um filme que facilmente assistiria de novo um dia.
A Garota Dinamarquesa
4.0 2,2K Assista AgoraApesar de possuir uma boa história, pessoalmente não gostei da forma como o filme é feito (corte de cena, etc), mas isso não é um problema quando o enredo se desenvolve bem. Não foi o que aconteceu, nesse caso, acho que os conflitos e os diálogos foram bastante tangenciais ao que o filme se propôs a fazer.
Dark Star
3.3 64 Assista AgoraMais do que um filme sobre o espaço que claramente utiliza elementos do "2001: A Space Odyssey", icônico filme do Kubrick (1), o filme traz elementos de humor bem forçados a partir de coisas bobas (não levando isso como uma crítica, pois não acredito que a simplificação do "como fazer humor" seja um problema) e elementos visuais que hoje podem ser considerados "trash" tornaram a experiência de assistir ao filme bem bacana.
NOTAS C/ SPOILER:
(1): Houveram duas cenas que claramente houveram referência ao filme, como os diálogos fenomenológicos com a bomba (remetendo ao HAL) e a busca no espaço do Doolittle ao Talby.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraNão sei se senti falta de ver os outros filmes, mas só assistindo esse me senti um pouco desconexo da história. Gostei mais pela personagem interpretada pela Charlize Theron, é bom ver boas personagens femininas dominando o enredo.
Samba
3.8 335Gostei muito do humor feito aqui no filme, sempre me via pensando no Intouchables (2011), muito pelo Omar que sempre faz uma ótima interpretação. Gostei muito também das cenas onde tocam músicas brasileiras, foram ótimas escolhas.
Achei legal a referência que foi feita à "Ninfomaníaca" em um diálogo entre a Charlotte Gainsbourg e o Omar Sy.
Vampiros de Almas
3.9 157Não sei se o filme foi original na temática, mas se sim, foi interessante assistir um filme precursor de todo um estilo e que foi usado como base pra filmes 50 anos depois: assistindo, lembrei-me muito do filme "Invasores" (2007) estrelado pela Nicole Kidman, a semelhança está ali.
Histórias Mínimas
3.8 49Ao final do filme tive a impressão de que a felicidade e a tristeza se complementam aqui. Afinal, foi bonito.
Pixo
4.2 134A forma como a pichação é colocada no documentário transcende todas os pensamentos diários a respeito da mesma antes de assisti-lo. Foi demonstrada muita competência na produção de "Pixo", através de explicações a respeito da prática, vindas dos próprios pichadores, recheado de imagens intensas deles indo realizar as pichações em locais improváveis.
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraAo término do filme, tive a impressão de que se tivesse assistido mais atento, teria descoberto o final apenas atentando-me a alguns detalhes da trama. Não o fiz. Ainda bem, porque descobrir o filme no meio dele é uma das piores coisas que fazemos para a experiência que é assisti-lo. Achei-o bom, mas não condiz com o hype que a mídia vêm colocando sobre o filme.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraAssisti o filme muito com a lente da criança que fui, com a mágica envolta em uma história envolvendo dinossauros. Apesar de recheado de clichês, gostei do filme o bastante, muito ainda influenciado pelo que a saga representa para mim. As histórias se desenvolveram independentemente dentro do filme de uma maneira bacana e se intercruzando em um momento chave. Não gostei do enredo ter deixado margem pra mais um filme, talvez possa ser um grande erro nessa época onde exploram até exaurir as temáticas.
Achei interessante também o Irrfan Khan interpretar o personagem dono do parque, tendo em ter sido também o Pi. Além da contiguidade dele ser dono do parque, também houveram falas que muito pareciam com o personagem anterior de Irrfan.
Beijos Que Matam
3.4 170 Assista AgoraNo geral o filme manteve uma receita já muito explorada nos suspenses policiais envolvendo assassinos em série. Não gostei do final ter sido jogado para quem assiste, quando poderia ter sido uma coisa toda construída e que o telespectador pudesse chegar à conclusão junto ou antes do final, por dar indícios disso, mas não ocorreu. Apesar disso, gostei do filme de uma maneira geral. Achei bem legal a forma como apesar de vítimas, as mulheres eram "fortes" como a própria descrição nos oferece. A própria Kate em momento algum dobrou-se na história, seja para quem fosse.
Aurora
3.6 66Difícil fazer um comentário sobre o filme logo após tê-lo assistido. E apenas uma vez. Talvez seja essa a intenção de todos os filmes que tratam do inconsciente, afinal, o que é o inconsciente? Aurora conseguiu mesclar uma anarquia onírica com uma trilha sonora e uma fotografia igualmente competentes. Assisti-o pela temática e pelo poster com “Os Amantes” do belga Rene Magritte e mesmo sem conseguir colocar o enredo em um plano sequencial que fizesse absoluto sentido, não me decepcionei - nem com a atuação do protagonista, que ao longo do filme não reparei tanto, por ser coadjuvante diante de todo o conjunto.
Taxi Driver
4.2 2,6K Assista AgoraAlgo que não levei muito em conta durante a sessão, mas que me fez refletir depois foi o fato de Travis ser um veterano da guerra do Vietnã. O que ele viu e fez lá é algo extremamente importante pra pensarmos o filme, afinal, os que sobrevivem e voltam de uma guerra normalmente possuem sequelas enormes - tanto físicas, quanto psicológicas.
Quantas pessoas ele matou lá? E foi considerado um herói por isso e é engraçado como essa temática é retornada no filme, mesmo sem ter sido foco em um momento sequer (1). Pelos monólogos de Travis, senti um pouco uma megalomania em torno da personagem, essa megalomania (um tipo de esquizofrenia na psicanálise) pode ter sua origem nesses mesmos traumas de guerra que citei antes (considerando, por exemplo, que deveria haver uma estrutura psicótica anterior a isso). Então acabei caindo n'uma questão: até que ponto essa sociedade estadunidense concorda com essa lógica dogmática de Travis? Isso quer dizer que essa mesma sociedade também é esquizofrênica?
Gostei da trilha sonora composta por Bernard Herrman para o filme. Caso tivessem me dito antes que o jazz retrataria a "noite" e o que é "marginal" em Nova Iorque, não teria acreditado que ficaria tão bom assim. E menos importante, mas achei engraçado citar, primeiro filme que vejo do De Niro jovem, foi um pouco estranho. rs
NOTAS C/ SPOILER:
(1): Me refiro mais precisamente ao final: Travis recebe uma carta dos pais de Íris chamando-no de herói. E pelos valores norte-americanos e a lógica do "bandido bom é bandido morto", considerando também que ele foi solto antes mesmo das eleições - enquanto toda a trama se passa durante a campanha - após ter matado três pessoas. (Não entro aqui em valoração do que ele fez foi certo ou errado, independente dos motivos que o levaram a tal).
(2): Nao abordei no texto, mas achei interessante o fato da Ísis parecer-se com a mulher da campanha do senador (não recordo o nome dela no momento); considerando o que foi posto sobre a possibilidade da psicose de Travis, talvez possa ser abordado um pouco mais isso. rs
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraÉ inegável dizer que o filme não é impactante, porque o é e muito. Gostei bastante.
Consegui enxergar durante o filme uma necessidade do Dr. Ledgard em construir a pele indestrutível exatamente por não ter tido essa pele - em um sentido mais metafórico, como um toque - de sua mãe. A forma como Almodóvar conduz isso é certamente interessante.
A Hora do Lobo
4.2 308Um filme que claramente possui elementos de Persona, talvez até cabível de uma interpretação posterior em questão de enredo. Fiquei perturbado com algumas cenas, mas creio que nada fora do que foi proposto por Bergman com esse filme. Preciso reassistir pelo menos mais uma vez pra reorganizar o que ficou dessa sessão.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KBasicamente há inúmeros questionamentos que surgem em decorrência de um contexto social extremamente hostil e inóspito (guerras, epidemias, um dogma religioso forte o suficiente para matar).
Bergman consegue orquestrar aqui uma bela história com ótimos diálogos - talvez um dos melhores que já ouvi no cinema e que foi ilustrado diversas vezes aqui nos comentários - e paisagens amedrontadoras, que de certa maneira, ilustram a pequenez do ser humano diante de tudo que foi questionado no filme. Preciso reassiti-lo para talvez um melhor entendimento, mas foi marcante ainda assim.
A Gangue
3.8 134Trocadilhos fracos a parte, estou sem palavras rs filme terrivelmente intenso. A ausência de falas deveria ser um mero detalhe, mas se considerarmos também o fato de uma trilha sonora igualmente ausente, o que resta são manifestações corporais. Um choro, uma respiração ofegante - tudo isso amplifica essa tensão de uma maneira sufocante.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraUma das maiores críticas feitas ao filme é o lento desenvolvimento que possui. É inegável que não é um filme rápido, até porque, dura duas horas e meia. Normalmente tenho dificuldade em assistir filmes longos assim, mas creio que aqui o tempo é usado como uma ferramenta e não é apenas um resultado. Como há a abordagem de um longo período histórico (1), não vejo como passar por isso rapidamente, tendo em vista os objetivos - que eu suponho terem sido - de Kubrick. Também é um filme interpretativo, o que deixa vários finais possíveis para essa odisseia, creio que lendo sobre o filme, li e concordei com umas três diferentes e creio ser um dos maiores méritos do projeto. Confesso que sem certos elementos em mente, algumas cenas e desenvolvimentos podem parecer confusas e ilógicas mesmo (2).
Outra coisa que se destaca aqui é a contextualização. Lançado mundialmente em 1968, o filme foi antecedente ao primeiro pouso lunar por seres humanos e igualmente anterior a muitas das tecnologias que aparecem na história e hoje são comuns em nosso cotidiano. Hoje consigo entender e concordar com quão conceituado é esse filme: desde a trilha sonora até a inovação futurística, tudo virou ícone cinematográfico e utiliza-se os mesmos até em produções atuais. Sensacional afinal de contas.
NOTAS C/ SPOILER
(1): no caso, mais precisamente, toda a evolução humana.
(2): não consigo imaginar um entendimento do filme, sem por exemplo, a imagem do macaco utilizando o osso como ferramenta como algo que possibilitou a apropriação do instrumento e isso possibilitar o desenvolvimento que a espécie humano teve. Um salto qualitativo importantíssimo - tendo sido encarado por mim como a passagem do homínio pelo processo de humanização. HAL é o osso, o instrumento que passou a conter características humanas pela objetivação.
Incêndios
4.5 1,9K Assista AgoraAo longo do filme pensei em algumas questões que gostaria de ter comentado agora, mas ao final, perdi as palavras junto ao fôlego. Que filme sensacional.
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraMesmo tendo o filme mostrado o início da relação entre Elisabet e a Irmã Alma, Bergman joga o espectador no meio do conflito que nos é apresentado no filme. Ao buscarmos respostas - seja pro silêncio da personagem de Ullmann, seja pra outras questões, não encontramos nada concreto. Lacan propôs que o insconsciente é estruturado como uma linguagem e ao atentarmo-nos a isso, podemos fazer certas suposições que tornam o filme menos obscuro, mas não claro (1).
NOTAS C/ SPOILER:
(1): Tendo em vista a questão da linguagem e tudo o que se passa na casa de praia da médica, acabei por ter a impressão de que a Irmã ALMA não passou de uma personificação dos sentimentos de Elisabet. Isso fica um pouco claro em alguns momentos, como por exemplo surge o marido ou o discurso a cerca da foto do filho. É um enorme diálogo interno.
Dente Canino
3.8 1,2KAlém da temática abordar questões como educação, família e alienação, tive a impressão de também abordar as relações de maneira a exaltar o patriarcalismo presente na história humana (1). E isso é feito de uma maneira bem interessante e é inegável a existência de dados simbolismos na história (2). Gostei bastante!
NOTAS C/ SPOILER:
(1) Tudo no microcosmo familiar é decidido pelo pai. A mãe passa a trama inteira ausente e sem voz, acatando tudo que é imposto assim como as/o próprias/o filho/as.
(2) Como quando, mediante Christine, uma das filhas consegue duas fitas, que são sua primeira e única manifestação cultural. Ao fazer isso, ela da a si própria o nome de Bruce, signo que insere-a na cultura social. E ao ter essa inserção realizada, aquele mundo de casa não mais a satisfez, isso resultou na retirada forçosa do dente canino e esconder-se no porta-malas do carro.
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraO filme ficou duas horas pra não desenvolver nada, literalmente nada. A premissa era um filme ousado, resultando em cenas extremamente cruas e sem sal (1), assim como a atuação dos atores - em certo momento até levantei a questão de que a versão do filme poderia ser uma censurada, mas infelizmente descobri que não. O filme em momento algum conseguiu aprofundar algum tema e quanto tentou, obteve um núcleo (o relacionamento deles) mal explorado e muito raso ainda por cima. Um filme extremamente comercial.
NOTAS C/ SPOILER:
(1): No final do filme, uma história baseada em um personagem que gosta de práticas ditas bdsm, arremata apenas 12 chibatadas ao longo do filme. Um cara que impõe o contrato e tem a pose de homem sério e controlador, passa a negociação inteira cedendo à ela e agindo como um apaixonado, se contradizendo.
Machuca
4.3 281Mais do que um conflito entre dois mundos economicamente diferentes, vemos claramente um conflito ideológico também, indo de encontro ao cenário político do Chile antes do golpe militar. Analisando bem, chegamos ao favorecimento do diretor à um ponto de vista específico, o que resulta nos resultados que uma das famílias sofreu no final (1).
NOTAS C/ SPOILER:
____________________________________________________________________________
(1): Todos os conflitos e tensões principais foram observados dentro da família de Gonzalo, de posicionamento político sendo uma direita (ou seria um "contra-esquerda"?), como tiramos disso do fato da mãe estar na manifestação ultranacionalista, o pai falar de ir com todos para a Itália pelo país estar infestado de "comunistas" e o namorado da irmã também estar na mesma manifestação. Apesar disso, não é a direita que rompe no filme e sim a esquerda, com um ataque violento e covarde da polícia de lá após o golpe, na região pobre da cidade, culminando na morte da vizinha de Machuca.
Força Maior
3.6 241Finalmente consegui assistir ao filme com a legenda em português e no geral fiquei satisfeito. Já havia feito uma pré-visualização anteriormente, mas como não havia essa tradução ainda, passei algumas partes dele sem mesmo, devido ao fato de grande parte do filme ser em sueco e com legendas em inglês.
Vemos desde o início do filme a verdadeira família estereotipada pela cultura norte-americana/europeia, com os pais bonitos, jovens e brancos, um casal de filhos e aparentemente felizes, mas apenas aparentemente. Desde o início do filme o enredo caminha pra mostrar a destruição da assimilação dessa noção familiar à felicidade, tendo em vista que o filme gira em torno das crises vividas por eles em uma viagem de férias.
Destaco positivamente a forma como o diretor conduziu o filme a mostrar como o patriarcado é presente na sociedade - mostrado no papel do pai de ser o cuidador da família e a quebra dessa expectativa. Após isso é mostrado as tentativas de remediação disso (1).
O filme possui algumas sequências de cenas que facilmente poderiam ser recortadas e não fariam falta no entendimento da problemática, mas fariam falta no filme (2). Facilmente poderiam ser recortadas e lançadas como um curta. Gostei também da forma como o personagem de barba ruiva (com um acesso limitado a internet, não consegui fazer uma busca pelo nome da personagem que não me recordo, e aqui no filmow a lista de personagens está incompleta) fez sua argumentação em defesa do Tomás, foi perspicaz e engenhoso.
Dois pontos que gostaria de ressaltar também, mas não desenvolvê-los; (a) o filme o tempo todo faz a manutenção da ideia da natureza como o incontrolável e a missão do homem para tentar detê-la, como a diária manutenção da quantidade de neve nas montanhas e as cenas claustrofóbicas onde tudo está branco; (b) no filme em todas as cenas onde algo possa estar acontecendo e será marcante e/ou um possível desastre, há pelo menos uma personagem registrando o ocorrido. O filme tem um mérito muito grande em inserir e contextualizar elementos da nossa sociedade, como também, por exemplo, as músicas que tocam: pura reprodução histórica do momento vivido.
NOTAS EXPLICATIVAS C/ SPOILER:
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(1) E como ele tentou isso? O pai o tempo todo negou a fuga, mesmo com todos sabendo que havia acontecido, e ele tentou manter o ponto de vista até quando a espoas pegou o vídeo da avalanche no celular dele e mostrou a todos. A forma como ele consegue remediar pareceu-me armada, tendo em vista que a mãe ao ser deixada no chão, caminha de volta ao lugar de onde vieram, imagino que para buscar seus equipamentos. Um teatro para os filhos.
(2) Como a cena onde Tomás e o amigo estão sentados em cadeiras de praia, tomando uma cerveja enquanto toca uma música eletrônica, dando a entender que é um bar a céu aberto. O flerte sofrido primeiramente e depois sendo mostrado como falha, a reação deles. Outra cena é quando Tomás procura pela família e vai parar em uma festa de jovens.