Interrompemos a nossa série falando da franquia de ‘Star Wars’ por uma boa causa: Adam Sandler está em um ótimo filme disponível na Netflix. Estou falando de ‘Arremessando Alto’, que foi lançado recentemente e está aproveitando o hype das finais da NBA para pegar os curiosos que recém descobriram o esporte ou os apaixonados que agora estão órfãos.
O caça-talentos profissional do basquete, Stanley Beren, não vive um bom momento na carreira. Exercendo seu trabalho sem muito propósito, ele não acredita mais que conseguirá descobrir um novo talento significativo. Mas, depois de ser demitido, surge uma nova esperança. O olheiro profissional do basquete, fica empolgado pela primeira vez em muito tempo, quando descobre por acaso o jogador amador espanhol, Bo Cruz.
Stanley o encontra jogando em um parque nos arredores de Madri. Agora abastecido com um novo propósito, Stanley tem como missão preparar Bo para a NBA. Motivado a despertar em Bo toda a paixão e dedicação necessária para se destacar no esporte, o caça-talentos acredita que juntos, a dupla pode alcançar patamares de sucesso, nas quadras e na história do jogo.
Já adianto que, para quem vai atrás do Adam Sandler da comédia clichê, pode sair fora. Não é esse o filme que você vai encontrar. Também não espere o maior drama de sua vida. Espere um filme de esporte, com o mote de superação e a jornada do herói rumo ao sucesso. Isso sem contar as diversas participações especiais de jogadores e ex-jogadores da NBA.
Eu particularmente gosto muito de filmes de esporte. Eles me colocam dentro de um universo que eu amo e os estadunidenses sabem fazer este gênero como ninguém. Ver como funciona – obviamente que de forma romantizada – o departamento dos olheiros e de treinamentos de uma grande franquia da NBA é algo que fascina – até porque muitos sonham em trabalhar nesse meio.
Antes de atuação ou direção, é o roteiro e o carisma dos personagens que faz com que o público seja cativado. São eles que entregam o que espera e fazem com que o público se envolva e torça pelos protagonistas. Todos querem ver Stanley virando treinador e Bo Cruz se tornando um jogador. Como o filme não aposta na genialidade, a gente sabe que isso vai acontecer. O legal é a jornada.
Superação, medo, traumas do passado... Esses são apenas alguns dos aspectos abordados no filme. Como disse: o final pode até ser previsível, mas o que mais interessa é a jornada para se chegar lá. E nisso aqui, ‘Arremessando Alto’ está de parabéns. Não interessa se você gosta ou não de basquete, ele merece ser visto. A jornada pode ser equiparada com qualquer esporte e certamente você se verá torcendo por eles.
A saga que começou na semana passada ganha um novo episódio nesta. Ao lado dos que me incomodaram (no bom sentido) para assistir – Everton e Drica – sigo acompanhando e conhecendo mais do universo de ‘Star Wars’. Desta vez trago aqui o segundo episódio da franquia e aproveito para lembra-los que todos os longas-metragens estão disponíveis no streaming da Disney.
Dez anos após a tentativa de invasão do planeta Naboo, Obi-Wan Kenobi, Anakin Skywalker e Padmé Amidala estão juntos. Neste período, Obi-Wan passou de aprendiz a professor para Anakin, sendo que ambos foram destacados para proteger a senadora Amidala, que tem sua vida ameaçada por facções separatistas, que ameaçam desencadear uma guerra civil.
Mais um bom filme do universo de George Lucas nos é entregue aqui. Contudo, para quem prefere mais ação do que diálogos, talvez esse não seja o melhor deles. Isso porque, ao contrário do primeiro episódio, existem mais tramas políticas do que batalhas. Contudo, no meu caso, foi muito legal compreender toda a trama que se desenrola dentro da República retratada.
As traições, jogos-duplos e debates pelo poder ganham muita força e nos fazem entender toda a trama – e compara-las com a história real. Mas engana-se que o filme é feito apenas disso. Para aqueles que adoraram a ação do primeiro episódio, o ato final é um deleite. Lutas semelhantes aos períodos dos gladiadores romanos aparecem e mostram todo o potencial que a franquia tem.
Outro ponto alto está nos efeitos especiais do filme. É muito fidedigno o que vemos em tela e são raros os momentos que incomodam o telespectador. Talvez o único ponto que destoa, mas é necessário, está no romance entre Anakin e Padmé. Obviamente que ele trará consequências e precisava ser abordado, mas ele fica meio solto quando se pensa em toda a trama desenvolvida.
Ainda faltam sete episódios – isso se eu não trouxe para cá os spin-offs –, mas até agora o sarrafo está no alto. Temos uma franquia bem construída se pensarmos que estes filmes são antes – quando se pensa em linha do tempo – e foram lançados depois. Algumas pontas devem se fechar no futuro e estou ansioso para ver o que deve vir da cabeça de George Lucas.
Muitas vezes existem filmes emblemáticos e que passam batido na vida das pessoas. Sempre fui julgado por não ter assistido há alguns clássicos e a correção de um deles começou no último final de semana. A franquia ‘Star Wars’ nunca havia me chamado a atenção e foi somente neste sábado e domingo chuvosos que teve início a maratona. Lembrando que todos os filmes estão disponíveis no streaming da Disney.
Em ‘Star Wars: Episódio I’, quando a maquiavélica Federação Comercial planeja invadir o pacífico planeta Naboo, o guerreiro Jedi Qui-Gon Jinn e seu aprendiz Obi-Wan Kenobi embarcam em uma aventura para tentar salvar o planeta. Viajam com eles a jovem Rainha Amidala, que é visada pela Federação pois querem forçá-la a assinar um tratado político.
Eles têm de viajar para os distantes planetas em uma desesperada tentativa de salvar o mundo de Darth Sidious, o demoníaco líder da Federação que sempre surge em imagens tridimensionais. Durante a viagem, Qui-Gon Jinn conhece um garoto de nove anos que deseja treiná-lo para ser tornar um Jedi, pois o menino tem todas as qualidades para isto. Mas o tempo revelará que nem sempre as coisas são o que aparentam.
Antes de iniciar, é preciso dizer que optei por assistir na ordem de episódios e não dos lançamentos. Então os elogiados filmes que foram lançados primeiro ainda não me impactaram e não tenho esse comparativo – sei que muitos não gostam da segunda trilogia quando se compara com a primeira. Talvez essas opiniões mudem após a maratona concluída, mas por enquanto eu estou curtindo demais.
O filme é divertido. Tem personagens carismáticos e uma trama que prende o telespectador. Têm momentos que já haviam me impactado no passado – alguma piada ou trecho já devo ter assistido –, mas o entretenimento de conhecer um novo universo foi muito legal. Sem falar que não esperava as tensões políticas e embates profundos que o filme traz.
Obviamente que o filme tem seus problemas. Talvez o principal seja os efeitos especiais com os personagens em CGI. Muitos deles parecem ser falsos e destoam dos personagens reais. Isso prejudica um pouco a experiência, mas é preciso fazer o adendo de que este é um longa-metragem de 1999. A tecnologia era outra e existem aspectos técnicos que envelhecem mal.
Contudo, mesmo com esses “problemas”, o filme cumpre o seu papel de entreter e apresentar um mundo para quem nunca assistiu aos longas. Eu me diverti demais tentando entender tudo o que acontecia – e é muita coisa. O universo de George Lucas é vasto e encanta quem topa entrar neste mundo. Uma pena eu ter demorado tanto para assistir a franquia.
Existem filmes que nos cativam na hora e outros que nos cativam pela história que temos com aqueles personagens. Esse último caso é o que acontece com o filme desta semana: ‘Turma da Mônica – Lições’. O segundo filme live-action baseado no universo de Mauricio de Souza segue a premissa do primeiro e conquista ainda mais a sua base de fãs. É por isso que trago ele para cá.
Mônica é transferida para outra escola, desencadeando a separação do grupo formado por ela, Cebolinha, Magali e Cascão. A decisão foi tomada pelos pais dos quatro amigos, que acham que eles estão passando tempo demais juntos. A partir dessa ruptura, eles são forçados a encontrarem novos amigos e enfrentarem seus próprios medos e inseguranças, e decidem tomar uma medida drástica: se encontrar escondidos.
Antes de mais nada é preciso dizer que temos uma evolução dos atores e personagens. O desafio do live-action é acertar na escolha e todos estão muito bem. Agora o desafio maior é acompanhar essas crianças no seu crescimento. O mais interessante disso tudo é que a trama dos irmãos Cafaggi trabalha o amadurecimento e a evolução – nada melhor do que isso nessa história.
Além disso, temos também a apresentação de novos personagens deste universo. O bairro Limoeiro foi ampliado e vemos aqui diversos personagens queridos do público: Tina, Rolo, Humberto, Marina, Franjinha, Do Contra e Nimbus são apenas alguns dos personagens criados por Mauricio que vemos no filme. Também temos diversas participações especiais, como Vitor Cafaggi e Mauricio de Souza.
A trama é coesa e o roteiro muito bem escrito. É uma história voltada para o público infantil, mas pega os mais velhos pela nostalgia de ver esses personagens em sua forma real. A inserção de novos personagens serve muito para isso, mas também auxilia no desenvolvimento da trama. Não existem desperdícios e tudo é muito bem coeso para o desenvolvimento da história.
‘Turma da Mônica – Lições’ é mais um filme dessa leva que começou com o projeto da Graphic MSP. Sabemos – pela cena pós-créditos – que ele não será o último e não tem como não ficar ansioso por ver mais desse universo. É o cinema nacional valorizando as histórias em quadrinhos produzidas por aqui. Quem ainda não viu, assista. Ele está disponível no streaming da Amazon.
Após longos dois anos, nesta semana tive a oportunidade de retornar para uma sala de cinema. Talvez um pouco desconfortável, mas em uma cabine de imprensa. Isso significa menos pessoas na sala e horário sem grandes movimentos. O filme escolhido: ‘Morbius’, novo lançamento da Sony de um personagem da Marvel Comics. Queria poder dizer que esse filme foi uma grata surpresa, mas infelizmente foi o esperado – e isso não é bom.
Michael Morbius sempre sofreu com uma condição rara em seu sangue que o faz andar de bengala e desde criança ser excluído por outros, mas sua vida solitária foi preenchida por livros. Após se formar na faculdade, Doutor Morbius é renomado na área de biomedicina e tenta achar uma cura para sua rara condição, afim de não apenas se ajudar, mas ajudar outras pessoas que também sofrem como ele.
Experimentando com o DNA de morcegos, Morbius espera achar a cura e se usa como teste para o soro. A cura foi um sucesso temporário, mas os efeitos colaterais acabaram transformando-o em um pseudo-vampiro. Apesar de ganhar capacidades iguais a de um morcego, Morbius precisa de sangue humano para sobreviver, os efeitos colaterais também o fez mudar fisicamente, ganhando presas e uma pele pálida.
Quando disse que o filme não me surpreendeu, é porque infelizmente eu já esperava uma bomba. Todos sabiam dos adiamentos e da demora deste filme em sair, então já existia um pé atrás. Com isso, por mais que eu quisesse me surpreender com o longa-metragem, só foi possível constatar que o filme realmente não era algo muito bom mesmo e era preciso fazer algo de diferente.
Talvez ao maiores problemas do filme são os seus clichês e os excessos das câmeras lentas. Isso sem falar das dificuldades com os efeitos especiais – talvez por isso muitas cenas de ação sejam no escuro. Quando isso acontece uma ou outra vez até é legal, mas em todos os momentos possíveis acaba se tornando cansativo. Isso porque as cenas acabam se tornando óbvias demais.
Já os clichês estão relacionados aos estereótipos e perfis de cada personagem – e suas maneiras de “descobrirem” as coisas. Contudo, existem alguns pontos positivos. Talvez o maior deles seja a escolha do elenco. Sim, eu sei que os papeis são caricatos, mas os atores aparentam ter entregado o que se esperava de cada um. O maior destaque talvez tenha sido Matt Smith.
Contudo, mesmo com o bom trabalho de atuação, o fraco roteiro peca em fazer com que a gente se envolva com os personagens. Falta verossimilhança e identificação com os dramas de cada um dos envolvidos na trama. Isso é uma pena, tendo em vista que, por mais que a história do vampiro apaixonado seja clichê – no próprio filme brincam com isso – havia potencial para mais.
Muitos podem se perguntar sobre referências ao universo cinematográfico da Marvel e sim, elas existem. São bem pequenas – uma no filme e duas nas cenas pós-créditos – que dão uma massageada no ego de quem curte este universo. No mais é isso: um filme que até consegue entreter, mas que poderia ter entregado muito mais para o público que acompanha este mundo.
Recentemente eu falei aqui sobre filmes que mexem com o meu imaginário. Não é necessariamente o melhor filme, mas sim aquele que tem um lugar cativo no coração. Essa é a minha relação com o ‘Gladiador’, vencedor de Oscar e outras premiações. Antes de explicar os motivos dele ser o melhor filme do mundo para mim, é preciso deixar claro que ele é um baita filme mesmo (risos).
Nos dias finais do reinado de Marcus Aurelius, o imperador desperta a ira de seu filho Commodus ao tornar pública sua predileção em deixar o trono para Maximus, o comandante do exército romano. Sedento pelo poder, Commodus mata seu pai, assume a coroa e ordena a morte de Maximus, que consegue fugir antes de ser pego e passa a se esconder sob a identidade de um escravo e gladiador do Império Romano.
Muito do destaque do filme está em duas grandes atuações: Joaquin Phoenix e Russell Crowe. Os dois são, até hoje, grandes e premiados atores. Frequentemente aparecem nas premiações como indicados e vencedores. Por mais que não tenham sido suas estreias, foi através deste filme que eles se tornaram populares no universo dos cinemas – um feito e tanto para ambos.
O roteiro é muito coeso e bem escrito. Existem grandes momentos onde não tem como conter as lágrimas. Não quero dar spoilers aqui, mas pelo menos duas cenas pegam forte no estômago do telespectador. Tudo isso graças ao excelente trabalho de Ridley Scott como diretor em uma dobradinha com Russell Crowe que rendeu outros frutos no decorrer de suas carreiras.
Além disso, por mais que ele não se comprometa em ser um filme histórico, existem diversos personagens e acontecimentos verídicos. É muito legal conhecer um pouco mais da Roma Antiga, do Império e das lutas entre os gladiadores. Isso tudo ganha força com a fotografia do filme, que traz lindas paisagens; e das lutas muito bem coreografadas pela equipe de produção.
Tudo isso que eu escrevi até aqui justifica como o filme é bom para quem ama o cinema. Agora preciso explicar porque esse filme é tão bom para mim: quando eu era pequeno, sempre assistia esse longa-metragem com o meu pai. Ele alugava a mesma fita frequentemente – eram duas na verdade – e, até hoje, sempre que ele passa na televisão, é o nosso filme de ver junto. O nosso momento. Por isso gosto tanto dele.
Seja por motivos emocionais/afetivos ou pelo primor de ‘Gladiador’, vale a pena assisti-lo. Hoje é possível encontrar o longa-metragem na Netflix e frequentemente ele passa na televisão fechada – e até na aberta. Existem alternativas e vale muito a pena. É um filme renomado e que não envelheceu mal. Se estiver de bobeira neste final de semana, assistam que vale a pena.
Com o fim da temporada NFL, está batendo a saudade de não ter mais jogos para assistir. Contudo, para quem está com saudade também, existem opções nos streamings. Uma dessas opções é o filme ‘Time do Coração’, comédia da Netflix estrelada por Kevin James. Pode não ser o melhor filme – está longe na verdade –, mas a surpreendente história real por trás é o que me fez querer assistir ao longa-metragem.
Baseado em uma história real, ‘Time do Coração’ segue o treinador Sean Payton que, dois anos depois de vencer o Super Bowl, foi suspenso do time por um ano para completar as investigações sobre um caso controverso. Payton é descoberto por participar de um esquema onde seu time recebia dinheiro e recompensas eram dadas aos jogadores ao conseguirem machucar e acabar com a carreira dos adversários
O escândalo foi nacional, conhecido como o Escândalo do time Bountygate. Desolado e sem conseguir voltar para sua carreira - antes promissora - Payton volta para sua cidade natal e se reencontra com seu filho de 12 anos ao virar o treinador de seu time de futebol americano, Pop Warner. Contratado por sua expertise em futebol americano, Payton vai ajudar o time a voltar ao seu ápice e, por fim, ajudá-los a competir nacionalmente.
Obviamente que, pelo elenco e trama clichês, vocês sabem que esse não é o melhor filme do mundo. Longe disso na verdade. A história do treinador que volta para a terra natal atrás da família e arruma um time de desajustados do fracasso para a glória já aconteceu dezenas – senão centenas – de vezes. Contudo, existem dois pontos que me fazem trazer esse longa-metragem para cá.
O primeiro é ser o futebol americano. É raro ter filmes no Brasil que abordem o esporte que cresce cada vez mais no país – ainda é uma bolha, mas está ficando maior. Então, por mais que seja um filme leve, ele tem esse papel. Usei o termo leve, pois comédia ele não pode ser considerado por mim. Isso porque ele traz um humor que não me fez rir nenhum momento, mas o filme fez eu me entreter.
E é esse o segundo ponto: o entretenimento simples e leve. Quando assisti ao ‘Time do Coração’ não estava buscando um grande filme de esporte. Tenho outros filmes que curto muito quando o objetivo é esse. Aqui, com Kevin James no elenco, eu esperava algo leve e com aquele humor pastelão ao estilo Adam Sandler. Eu queria me entreter e desligar o cérebro. E isso o filme fez com maestria.
‘Time do Coração’ está longe de ser o filme para se assistir e refletir. Ele é aquele filme para dar o play e relaxar. E está tudo certo ser um filme assim. Nem sempre queremos algo denso. Por isso indico essa produção da Netflix para quem quer relaxar e matar a saudade da NFL. Esses públicos, se se permitirem e não forem com expectativas altas, irão se divertir por 99 minutos.
Tenho um péssimo defeito e que se ganhou forças na pandemia. Antes da Covid-19, eu já me enrolava para ir ao cinema – por pura preguiça – e, quando via, o filme já tinha saído de cartaz. Desde março de 2020, essa preguiça se somou ao medo de contrair o vírus. Isso fez com que eu demorasse até esta semana para assistir ‘Homem-Aranha – Sem Volta para Casa’ e posso adiantar que errei em adiar essa experiência.
Peter precisará lidar com as consequências da sua identidade ter sido revelada. Incapaz de separar sua vida de ser um herói, além de acharem que foi ele quem matou Mysterio e pondo em risco seus entes; Parker pede ao Doutor Estranho para que esqueçam sua identidade. Entretanto, o feitiço não sai como planejado e a situação torna-se perigosa quando vilões de outras versões do Homem-Aranha acabam indo para seu mundo.
Vou cuidar para não dar spoilers aqui, por mais que eu acredite que todos os interessados já tenham assistido ao filme ou sofrido com isso (risos). Como experiência para fã e encontro de grandes personagens, esse filme está no mesmo patamar de ‘Vingadores – Ultimato’. Isso porque os dois conseguem conciliar o serviço para o fã com a história, sem parecer que as pontas estão soltas ou feitas a esmo.
Todos os atores estão muito bem em seus papéis e, além de entregarem a atuação necessária, eles também entregam a maturidade que este filme precisa. Vemos em ‘Homem-Aranha – Sem Volta para Casa’ o fim de um ciclo, onde todos os personagens crescem e as preocupações mudam. Não é mais o passeio da escola, mas sim o amor, o luto e o futuro que são debatidos neste longa-metragem.
Existem cenas pós-créditos que funcionam mais como homenagens e ganchos para o futuro do universo do que para o futuro do Homem-Aranha. Ao que tudo indica, encerra-se aqui a participação do “amigão da vizinhança” no MCU e certamente ele fará falta. Só não se sabe ainda se, com os acontecimentos, um quarto filme pode sair somente com o selo da Sony.
O final do filme foi melancólico. Não sabe-se se é o fim de tudo, o fim de um ciclo ou se as coisas seguirão nesse ritmo. Só sabemos que o futuro teria tudo para ser promissor, mas têm vezes que terminar por cima é a melhor opção. O que fica agora é a dica para que não se perca mais tempo e assista ao filme do ‘Homem-Aranha – Sem Volta para Casa’, que já está disponível em plataformas on-demand. Vale a pena.
Essa semana assisti uma entrevista de Roberto Sadovski, crítico de cinema que admiro muito pelo tipo de conteúdo que produz – ou produzia. Contudo, ao ver ele falar mal do filme ‘A Vida é Bela’, vencedor do Oscar de 1999 nas categorias de melhor filme estrangeiro, melhor ator e melhor trilha sonora; me obriguei a revê-lo e trazer aqui para este espaço.
Durante a Segunda Guerra Mundial na Itália, o judeu Guido (Roberto Benigni) e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração nazista. Afastado da mulher, ele tem que usar sua imaginação para fazer o menino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência que os cercam.
Revisito este longa-metragem por ser um dos meus preferidos da vida. Certamente está no top 3 – pretendo trazer os outros dois em breve – e fiquei receoso de que ele pudesse ter envelhecido mal e por isso não seria tão bom. Felizmente eu estava enganado. ‘A Vida é Bela’ segue sendo o que eu pensava: uma história coesa e emocionante, que respeita muito aquele momento, mas tenta trazer uma visão humana para a época.
É preciso deixar claro que aqui não temos um drama pesado, mas sim uma dramédia. É algo leve, mas que não desrespeita o sofrimento e luto que muitos viveram no holocausto. Por mais que existam momentos surreais e inverossímeis para a história real, essas cenas fazem sentido para o universo construído por Benigni, que também dirige o longa-metragem.
Ele traz diversas referências da comédia física – homenageando o Chaplin em alguns momentos – com o objetivo de humanizar aquela fase. Isso tudo com atuações simples e até caricatas, mas coesas com o universo construído. Não está fora do tom que se esperava de uma obra que se propõe trazer uma visão humana de um dos momentos mais cruéis da nossa história.
Infelizmente, ‘A Vida é Bela’ não está disponível em nenhum serviço de streaming – dentre os populares –, mas ele pode ser alugado na plataforma do YouTube e, frequentemente, passa na TV fechada. Caso tenha a oportunidade, separe um tempo e os lenços para enxugar as lágrimas. Certamente terás uma grande e emocionante experiência cinematográfica.
Os filmes de faroeste têm um lugar um cativo no meu coração. Esse é um dos gêneros que faz com que eu meu pai paremos para assistir algum longa-metragem enquanto a minha mãe se assusta há cada tiroteio. Quando estamos juntos, os faroestes sempre são uma boa pedida e foi pensando nisso que coloquei na televisão o filme ‘Vingança & Castigo’, que foi lançado em novembro pela Netflix.
Em ‘Vingança & Castigo’, quando o fora da lei Nat Love descobre que seu maior inimigo, Rufus Buck, será libertado da prisão, ele reúne seu bando em uma busca incessante por vingança. Aqueles que cavalgam com ele incluem o seu antigo amor Stagecoach Mary, seus homens de temperamento forte Bill Pickett e Jack Beckwourth. Rufus ainda conta com a ajuda do "Traiçoeiro" Trudy Smith e Cherokee Bill.
Talvez esse não seja o filme ideal para o meu pai, acostumado com os faroestes dos anos 70, mas com certeza ele conversa com a minha geração. Que grata surpresa foi poder assistir ao longa-metragem e ver grandes atuações em diálogos bem construídos – e em sangrentos tiroteios. Isso mesmo. Por mais que o filme converse com uma nova geração, ele também traz as homenagens aos tiroteios do passado, mas com mais sangue.
Obviamente que o filme tem furos no roteiro. Algumas coisas que a gente sabe que está errado, mas que a experiência como um todo faz com que se ignore essas incongruências. Certamente a gente vê cenas que não tem motivo aparente para estar ali. Não há serventia dela para a trama, mas o deleite visual que nos abrilhanta e surpreende fazem com que elas apareçam e sejam mantidas.
Uma coisa legal e que é destacada no filme é que muitos dos personagens têm seus nomes baseados em personagens reais. Contudo, os eventos ali são inventados. É uma homenagem de certa forma e que visa reunir uma série de figuras histórias negras – quase 100% do elenco é negro – do velho oeste que foram ignorados pelos livros de história e criadores de mitos.
‘Vingança & Castigo’ também marca a estreia de um diretor formado pela produção de videoclipes e que se arrisca no cinema de forma coesa e segura. Ele entrega um excelente filme para quem se propõe a desenvolver um faroeste que homenageia o passado ao mesmo tempo que traz a inovação do agora. Tudo isso com um grande elenco, que contava com nomes como Regina King, Idris Elba e Zazie Beetz; entre outros.
Assistam ao novo longa-metragem da Netflix. Ele nem é tão recente assim – foi lançado em novembro –, mas merece ser assistido. Principalmente se tiver na sua casa um apaixonado pelos faroestes do passado. Garanto muito sangue, uma excelente trilha sonora, reviravoltas e traições que só o nosso tão conhecido e popular faroeste consegue entregar.
Muitos sabem que sou apaixonado por NFL e futebol americano desde 2016. Além disso, tive sorte de ter escolhido os Eagles para torcer e, ano seguinte, ver eles conquistando o primeiro Super Bowl de sua história. O esporte é apaixonante e, por mais que seja difícil no início, vale muito a pena assistir e tentar entender. Depois disso, é impossível não querer acompanhar a modalidade.
Foi por causa dessa paixão que quis assistir ao documentário ‘Small Potatoes: Who Killed the USFL?’, disponível no serviço de streaming Star+. A produção acompanha a novata United States Football League (USFL). Essa nova liga fez o impensável jogando na primavera. A USFL de 12 equipes jogou diante de uma média de 25.000 espectadores e começou com índices de audiência respeitáveis.
Mas com o sucesso veio a expansão e novos proprietários, incluindo um certo barão imobiliário de alto perfil e impaciente cuja visão estava em desacordo com os fundadores da liga. Logo, a USFL foi reduzida a travar um processo antitruste desesperado contra a NFL, que rendeu um veredicto irônico que efetivamente forçou a liga a falir.
Hoje acredito que nem se pense em criar uma liga para concorrer com a NFL – assim como existe com a MLS –, mas isso foi pensado antes. No documentário vemos entrevistas de grandes dirigentes e ex-jogadores que atuaram na USFL. Isso sem contar a cereja do bolo por trás da produção: Donald Trump. Isso porque ele é o barão imobiliário que se envolveu com a liga ao comprar um time.
Muitos dizem que Trump sempre quis adquirir uma equipe da NFL e nunca conseguiu – por isso teria entrado na USFL. O problema é que, assim como ele fez em outros negócios, a ideia de centralizar as coisas apenas nele acabam saindo pela culatra. Foi assim na liga de futebol americano e em outros negócios. Com isso, vemos no documentário a ascensão e a derrocada do projeto.
É curioso a gente imaginar como seria ter uma liga de primavera acontecendo ainda hoje. Para quem gosta da NFL, sabe que ela funciona de outubro a fevereiro e o charme dela também está em sua temporada curta, mas muitos querem mais no decorrer do ano. A cultura estadunidense é diferente e a ideia é que todos os esportes tenham espaço, mas a USFL tinha um público.
Infelizmente a gente nunca saberá se essa novidade viria para ficar ou seria apenas fogo de palha. Foram poucos anos até que o projeto sucumbisse na ganância precipitada. Contudo, para quem curte a modalidade – assim como eu – é legal demais ver produções que contam a história e fazem esse exercício. Como disse, está disponível no Star+ e, quem gosta de futebol americano, deve assistir.
Por mais que, nos últimos dois anos, a pandemia tenha afetado o mercado cinematográfico, os serviços de streaming seguem entregando boas obras. Um destes serviços é o Disney Plus, que traz os filmes das Marvel “logo depois” que eles saem das telonas. Foi lá que eu consegui assistir ao longa-metragem que apresenta um novo núcleo de super-heróis para o público.
O filme desta semana é ‘Eternos’, do Marvel Studios, que apresenta um empolgante novo time de super-heróis no MCU, aliens ancestrais que vivem na Terra em segredo por milhares de anos. Seguindo os eventos de Vingadores: Ultimato, uma tragédia inesperada os força a sair das sombras para se reunir contra os mais antigos inimigos da humanidade, os Deviantes.
Uma nova família de super-heróis em um universo de mais de dez anos. Pessoas deslocadas e diferentes, mas que se dão muito bem. Infelizmente não foi possível assistir ao filme sem fazer comparações com os Guardiões da Galáxia, afinal os dois núcleos são de personagens pouco populares e desconhecidos do grande público. Contudo, por mais que não existam comparações, os ‘Eternos’ não decepciona.
Esse foi um filme que não me empolgou em seu anúncio. No máximo a escalação de Angelina Jolie, mas nada mais do que isso. Não cogitei ir aos cinemas e nem nada. A minha ideia sempre foi esperar o lançamento no Disney Plus e não posso dizer que me arrependi. Não que o filme não seja bom. Longe disso eu diria. Só que ele não perde tanto sendo assistido em casa.
Talvez – e só talvez – ele seja um dos filmes mais fracos da leva recente do universo Marvel. Isso sem falar que ele parece o mais solto dentro de uma saga maior, mas a editora que domina o mundo dos filmes de super-herói não dá ponto sem nó e boto fé que esses personagens serão importantes – uma sequência inclusive já está confirmada – para todo o universo Marvel.
‘Eternos’ tem a fórmula Marvel na veia. Isso sem tirar e nem por. Tem os alívios cômicos, as boas cenas de ação e os personagens carismáticos. Por mais que a gente não conheça os personagens, eles são bem apresentados e não subestimam a inteligência do público. Tudo isso funciona de forma coesa e faz com que o filme cumpra o seu papel de entreter o público que está em casa nesse período de férias.
Com certeza vale a pena assistir ao filme dos ‘Eternos’ – agora me falta apenas o novo Homem-Aranha – e a opção do streaming sempre facilita esse acesso. Inclusive, aguarde as cenas pós-créditos, pois elas sempre são sinais do futuro. Um filme com grandes atores e boas atuações e que considero até injustiçado por ter sido lançado em um momento de pandemia e não ter agradado a maioria. Certamente merecia mais.
Oficialmente ninguém sabe quem são os indicados para o Oscar deste ano – a lista oficial deve sair nos próximos dias –, mas já existem algumas previsões ou filmes que a crítica dá como certos entre as indicações. Hoje vamos trazer a crítica de um destes longas-metragens. Estou falando de ‘Tick, Tick... Boom!’, que é cotado para estar em mais de uma categoria deste ano.
Em ‘Tick, Tick…Boom!’, Jon é um jovem compositor que trabalha como garçom em Nova York, enquanto sonha em escrever um grande musical americano que vai ao levar ao estrelato. Quando sua colega de quarto aceita um emprego corporativo e está prestes a se mudar, próximo ao seu aniversário de 30 anos, Jon é tomado pela ansiedade de que seu sonho é irreal e não vale a pena continuar lutando.
Antes de mais nada eu preciso deixar registrado de que se trata de um musical e sei que muitos não gostam deste gênero. Contudo, devido ao caráter biográfico e a importância que esta obra tem, pode ser importante assistir ao longa-metragem – ou ao menos interessante. Isso porque, neste caso, a maioria das cenas cantadas faz sentido para a trama e mostra o processo de composição do artista.
Eu preciso deixar registrado que não sou o maior fã de musicais e não conhecia a história que seria contada. Não sabia nada sobre o filme na verdade e assisti pelo burburinho positivo que se levantou. Posso dizer com tranquilidade que não me arrependo de ter assistido ao longa-metragem. Uma obra muito bem construída e que conta a história de um dos maiores musicais já produzidos.
Contudo, não é só sobre isso. É também sobre afirmação e o sonho de conquistar sucesso na vida. Eu mesmo já me peguei refletindo sobre os dilemas do protagonista. Ele está chegando aos 30 – ontem eu fiz 27 – e todos se pegam pensando em quando as coisas começarão a dar certo – financeiramente e profissionalmente – e certamente o filme lhe ajuda a refletir sobre os tempos de cada um.
Certamente o filme merece mais de uma indicação para a estatueta. Acredito que o longa-metragem estará indicado nas categorias de melhor filme e melhor ator – para Andrew Garfield, que faz muito bem o protagonista. Além disso, a indicação de diretor para Lin-Manuel Miranda faz muito sentido. Isso pelo seu trabalho como diretor, mas também por ser sua estreia e tratar de um musical – algo que é sua especialidade.
O filme é original Netflix e uma das apostas dos estúdios para as premiações. Isso é bom porque coloca mais uma vez a gigante do streaming nos holofotes e deixa o longa-metragem acessível para todos que quiserem assistir – acredito que a Netflix ainda seja a plataforma mais popular do Brasil. Então aproveitem esse momento e deem início a maratona de premiações. Certamente ‘Tick, Tick... Boom!’ estará presente.
Virou moda lançar especiais para celebrar datas específicas de grandes produções. No ano passado houve o lançamento da celebração de ‘Friends’ e ‘Um Maluco no Pedaço’ e agora temos o especial de uma franquia do cinema. Trata-se do projeto desenvolvido pela HBO Max – assim como os outros especiais – para comemorar os 20 anos do primeiro filme de Harry Potter.
‘Harry Potter – 20 Anos de Magia: De Volta a Hogwarts’ marca o lançamento de ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’. Daniel Radcliff, Emma Watson, Rupert Grint e muitos outros se reúnem para discutir sobre o que se passou por trás das câmeras. O elenco foi chamado para falar sobre suas experiências, momentos marcantes, amizades com colegas atores, curiosidades e histórias que serão contadas ao público pela primeira vez.
Para quem é fã da franquia, o especial foi muito emocionante e um prato cheio de fan service. Foi muito legal rever personagens marcantes falando de bastidores e visitando os sets emblemáticos do universo de Harry Potter. Ver a interação dos atores e os bastidores das filmagens humaniza os personagens e faz com que a gente se reaproxime de todos esses atores.
Existem alguns erros e deslizes que precisam ser citados. Quando citam a Emma Watson apaixonada pelo universo criado por Rowling é apresentada uma foto dela quando criança. O problema é que a criança está errada e aquela é Emma Stone (risos). Outro problema é que o nome dos gêmeos foi confundido – não se sabe se isso é intencional, mas os próprios atores brincaram com isso.
Também existem algumas ausências não explicadas, mas espero que tenha seus motivos. Eu queria muito ter visto Maggie Smith, Michael Gambon, David Thewlis e Julie Walters durante o especial. Esses são apenas alguns dos atores que não participaram e tiveram papéis importantes na franquia. Principalmente o David Thewlis, afinal o Lupin sempre foi meu personagem favorito.
Uma geração cresceu assistindo Harry Potter. Eu mesmo, que tenho 26 anos, acompanhei a construção deste universo – e acompanho até hoje com os filmes de ‘Animais Fantásticos – me senti valorizado com o especial. Dessa tríade lançada pela HBO Max, esse pode não ser o melhor, mas com certeza é o que mais me impactou pela relação que tenho com o universo bruxo.
Se você é fã do universo de Harry Potter, procure o especial e assista. Ele já está disponível na HBO Max desde o início do ano. Caso você seja apenas um curioso e não tenha uma familiaridade com este mundo, também vale a pena para compreender o tamanho e a importância que este universo tem. Vale muito a pena assistir e, com certeza, não me arrependo de ter assistido já no dia 02 de janeiro.
Um filme vem dando muito o que falar nos últimos dias. Estou falando de ‘Não Olhe Para Cima’, comédia que satiriza o momento em que vivemos e que já está disponível na Netflix. Devido as comparações com o momento atual – algo que o diretor do filme sabia que ocorreria – o longa-metragem vem gerando debate e está no topo da Netflix. Vamos entender os motivos disso?
Randall Mindy e Kate Dibiasky são astrônomos que descobrem um cometa está em rota de colisão com a Terra. Com a ajuda do doutor Oglethorpe, Kate e Randall embarcam em um tour pela mídia que os leva a Presidente Orlean e de seu filho, Jason. Com apenas seis meses até o cometa fazer o impacto, gerenciar as notícias e ganhar a atenção do público obcecado antes que seja tarde demais se mostra cômico.
Primeiramente vamos falar do filme. Ele é sim muito bom e traz reflexões sobre o momento que estamos vivendo. O diretor ousa ao parodiar o que estamos vivendo quando se trata da campanha de imunização contra a Covid-19, mas falando de um asteroide. Enquanto cientistas alertam a população e a imprensa, muitos discordam e dizem não ser verdade – mesmo com todos os fatos mostrando o contrário.
Todos os nomes são fictícios e o filme não trata de uma pandemia, mas sim de um asteroide que vai se chocar com a terra. Contudo, o descrédito dado aos cientistas, os canais de televisão que amenizam o problema e os embates políticos tornando-se prioridade – ao invés de se solucionar o problema real – fazem com que muitos reflitam sobre o momento vivido.
As atuações são inquestionáveis. Temos grandes atores no longa-metragem e posso citar alguns aqui: Jennifer Lawrence, Jonah Hill, Leonardo DiCaprio, Timothee Chalamet, Cate Blanchett e Meryl Streep. Todos grandes nomes do cinema que entregam a seriedade e a galhofa que seus papéis exigem. Isso ajuda demais para que todos acreditem no que cada personagem defende e acredita.
Obviamente que o filme tem seus exageros e muitas vezes isso passam do tom. Por mais que a gente saiba que a ideia é criticar o momento em que se vive, o exagero pode acabar afastando o público. Sem falar que a cena pós-créditos incomoda por ir contra todos os conceitos de pé no chão que o filme vinha abordando. Contudo, isso não atrapalha a experiência.
Nem todos vão gostar e muitos podem se ofender com o filme ‘Não Olhe Para Cima’, mas ele precisa ser visto. Seja pelos debates que pode levantar ou pelas críticas que pode sofrer. Muitas vezes o filme tem esse papel de problematizar e nos fazer refletir sobre o momento que vivemos. Esse longa-metragem, que está disponível na Netflix, faz isso e já pode ser visto. Assistam.
O universo cinematográfico da Marvel é rico e coeso. Pelo seu tamanho, é talvez o melhor mundo já desenvolvido no cinema – por mais que a gente saiba que existem furos. Só isso já faz com que um filme que saia seja motivo de burburinho e com ‘Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis’ isso não foi diferente. O filme já está disponível nos serviços de streaming e merece ser assistido por todos. Vou explicar o porquê.
Em ‘Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis’, acompanhamos a história de Shang-Chi, um chinês que foi criado por seu pai em reclusão para que pudesse focar totalmente em ser um mestre de artes marciais. Entretanto, quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo pela primeira vez, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar e traçar o seu próprio caminho.
Quem diria que após anos de filmes da Marvel ainda estaríamos assistindo histórias de origem passando nas telonas. É isso que vemos neste que é o primeiro longa-metragem a introduzir o mundo asiático neste universo cinematográfico. E pode-se se afirmar sem se preocupar: temos mais um excelente filme para assistir.
A fórmula Marvel está presente mais uma vez. Temos um herói carismático e os momentos tensos com pitadas de humor que o estúdio sempre colocou em prática nas suas produções. Talvez aqui tenhamos um dos heróis mais carismáticos, mas é o que temos também as melhores cenas de luta desde o segundo filme do Capitão América e um vilão tão bem construído que entra no panteão dos maiores.
É uma pena que um filme como esse tenha demorado tanto para vir, pois sempre se fica imaginando como seria ter esse herói na guerra contra o Thanos. Ao mesmo tempo sempre nos perguntamos como esses super poderes ficaram tanto tempo escondido – já são 13 anos da Marvel, mas felizmente tudo é explicado e não ficam pontas soltas.
Para quem gosta de easter-eggs, existem alguns. Talvez o maior delas seja relacionado ao terceiro filme do Homem de Ferro – sem spoilers –, mas tudo funciona de forma coesa e auxiliando na trama. Sem falar que temos as cenas pós-créditos que fazem a ligação com o universo criado pela Marvel que devemos ver nos próximos longas-metragens dos estúdios.
Como eu disse lá no início, o filme já está disponível na plataforma de streaming da Disney e pode ser assistido sem custo adicional pelos assinantes. Sem falar que estamos prestes a assistir ao novo filme do Homem-Aranha e nada melhor do que colocar em dia a filmografia Marvel antes de ir para os cinemas. Talvez até tenhamos perguntas respondidas no filme do Homem-Aranha?
Com a pandemia, muitos filmes deixaram de serem vistos nos cinemas e acabaram sendo acompanhados em casa. Por isso, muitos longas-metragens estão chegando por aqui agora que estão mais acessíveis para todos. É o caso de ‘Mulher-Maravilha 1984’, que chegou aos cinemas em dezembro de 2020 – quase um ano – e já está disponível nos canais por assinatura ou streamings.
‘Mulher-Maravilha 1984’ acompanha Diana Prince/Mulher-Maravilha (Gal Gadot) em 1984, durante a Guerra Fria, entrando em conflito com dois grandes inimigos – o empresário de mídia Maxwell Lord (Pedro Pascal) e a amiga que virou inimiga Barbara Minerva/Cheetah (Kristen Wiig) – enquanto se reúne com seu interesse amoroso Steve Trevor (Chris Pine).
Como eu fico feliz em ver a DC acertando a mão em seu universo cinematográfico. De verdade. Mais uma vez a diretora Patty Jenkins consegue entregar um filme coeso e importante para uma das personagens mais importantes dos estúdios. É muito bom ver ela sendo respeitada e bem desenvolvida em um mundo antigo (anos 80), mas com debates atuais e necessários.
Isso porque um dos pontos mais importantes do longa-metragem é a humanização dos personagens e esse não é um fator que depende do ano em que o filme se passa. Aqui a gente vê como as pessoas são falhas e como isso pode impactar no mundo. Inclusive a nossa protagonista passa por esses momentos de aprovação e se deixa levar por situações que ela critica depois.
Mas tem uma coisa que me incomoda muito: os efeitos especiais. Por mais que existam muitos efeitos práticos que auxiliem no projeto, alguns efeitos especiais – principalmente os que envolvem ela correndo – me soam “falsos” demais. Não que isso prejudique a experiência cinematográfica, mas a falta de naturalidade comparado com outros momentos é algo que gera estranheza.
Contudo, por mais que isso incomode, a experiência de ‘Mulher-Maravilha 1984’ não é prejudicada. O filme é muito coeso e importante para o universo DC. Ele preenche mais uma lacuna importante na editora e nos debates sobre o protagonismo feminino. É um acerto que espero ver se repetindo em um novo filme da franquia ou do universo interligado que todos sonham em ver acontecer – da forma correta.
Um adendo aqui: não existem referências claras ao universo da DC Comics nos cinemas. Obviamente que esse filme se passa em 1984 – antes dos acontecimentos promovidos por Snyder, mas talvez pudessem existir pistas sobre outros heróis ou vilões. A gente sabe que a ideia de universo interligado não existe mais e que os filmes são independentes, mas essas pequenas inserções alegravam o meu coração.
Muitos dizem que esse ano está passando rápido demais e, nesta semana, teremos mais um reflexo disso: os filmes natalinos estão chegando aos cinemas e serviços de streaming. Como esse é um gênero que gosto muito, já quis aproveitar para trazer o primeiro de muitos – assim espero – filmes disponíveis para que os nossos leitores assistam nos próximos dias.
Um ‘Match Surpresa’ acompanha uma garota azarada no amor que finalmente conhece alguém pela internet. Quando ela toma a decisão de surpreendê-lo no Natal, é surpreendida pela descoberta de que foi tudo uma enganação. No entanto, o cara por quem ela realmente se apaixonou mora na mesma cidade e o garoto que a enganou decide ajudá-la. Em troca, ela só precisará fingir ser sua namorada no fim de ano.
Eu preciso dizer que, por mais que goste de filmes natalinos e que esse projeto tenha se proposto sair da caixinha, sua surrealidade me incomoda bastante. A protagonista é enganada e topa ser sua namorada de mentirinha? Mesmo depois de ser tão calejada por relacionamentos frustrados? Isso não faz sentido algum e o filme tenta te dizer que seria algo natural.
É legal sua ideia de fugir dos padrões, mas ficou tudo muito óbvio. Sem falar que a relação dela com os dois personagens deixava claro para onde a trama ia. Se isso não bastasse, o roteiro utiliza todos os clichês possíveis: família fofa, o amadurecimento do amor e as confusões para manter a farsa. O modelo está todo ali e foi bem atuado, mas óbvio demais para quem projetava algo diferente.
O que incomoda é que, por mais que ele se proponha a fugir dos padrões, ele cai em alguns pontos que incomodam. A gente não vê a transformação nas opiniões dos personagens e tudo é aceito de forma muito fácil e precoce. Falta explicação e verossimilhança. Isso sem falar que não se consegue gerar uma empatia com os protagonistas durante o filme.
Obviamente que ‘Match Surpresa’ não é um filme feito pensando em mim como público-alvo. Eu não sou a pessoa que esse longa-metragem precisa agradar, por mais que tenha assistido. Contudo, acredito que valha a pena assistir se a ideia é desligar o cérebro e ver aquele filme que a gente já sabe onde vai chegar. Sem surpresas e só entretenimento honesto.
A Netflix ainda é o maior e mais popular serviço de streaming do Brasil. Esse título ainda não foi tirado e acredito que será difícil mudar esse panorama em um curto espaço de tempo. Isso porque eles investem muito em seu catálogo para entregar cada vez mais opções. Contudo, quantidade nem sempre anda junto da qualidade. É aqui que entra o filme ‘O Culpado’, que está no nosso espaço de cinema da semana.
‘O Culpado’ acompanha Joe Bayler em um dia tedioso na central de chamadas de emergência. Um dia, após ficar atendendo chamadas de emergência enquanto acontece um incêndio florestal que vai se aproximando da cidade, ele recebe uma chamada inusitada. A princípio uma mulher parece estar chamando seu filho, mas na verdade está discretamente reportando seu próprio sequestro.
Tentando encaixar cada detalhe vago que ela dá, Bayley precisa colocar a cabeça para funcionar para garantir sua segurança, jogando todas as suas habilidades e intuição, mas a partir que o crime começa a se revelar, mostrando sua verdadeira natureza, o psicológico do polical começa a se enfraquecer, mas precisa se forçar para se reconciliar com demônios do passado.
O longa-metragem, dirigido por Antoine Fuqua, se passa todo em um ambiente, o que torna a produção mais barata, mas o desafio maior. Tudo depende do trabalho de atuação de Jake Gyllenhaal, ator conhecido por interpretar filmes de um só homem. Contudo, em um filme que exigia mais ação e um pouco mais de insanidade, o pé no chão talvez possa ter atrapalhado.
Os rumos que o filme toma no seu decorrer surpreende o telespectador. O que se vende como algo óbvio acaba tendo uma reviravolta que prende o público. Não que isso seja um problema, mas parece que está faltando algo. Só que é errado o público esperar uma coisa diferente disso quando se depara aos nomes envolvidos no projeto. O que vemos é aquilo mesmo.
Talvez os momentos mais impactantes sejam quando o próprio Gyllenhaal revela o seu passado para o público. Isso porque ali existe veracidade e choque. Ao cair sua ficha, o público sente junto o que ele está sentindo. Isso tudo por mérito da atuação deste nome do cinema que aguarda um Oscar há algum tempo. Não será com esse filme – sinto lhe dizer isso –, mas ele virá.
‘O Culpado’ não é bem uma dica. Talvez se você goste de filmes policiais e de suspense ou seja um fã de Gyllenhaal e Fuqua ele pode funcionar. No mais, não vale a pena. A Netflix tem opções melhores e que alcancem um público mais amplo. Isso pensando na experiência cinematográfica que muitos podem estar planejando para este final de semana prolongado com o feriadão.
De tempos em tempos a Netflix – principal serviço de streaming do Brasil – nos sugere produções pouco comerciais ou famosas, mas com potencial. Isso acontece mais frequentemente com as séries (‘Round 6’ e ‘La Casa de Papel’), mas os filmes também podem surpreender. Pelo menos foi isso que senti ao assistir ao filme canadense que está disponível neste segundo semestre.
No longa-metragem ‘O Guia da Família Perfeita’, um casal no Quebec lida com as armadilhas, as pressões e altas expectativas de criar os filhos em uma sociedade obcecada pelo sucesso e pelas imagens nas redes sociais. O filme é estrelado por Emilie Bierre, Holden Wong e Louise Portal; e chegou no Brasil através do serviço de streaming da Netflix em meados de julho.
Cabe aqui ressaltar que este não é um blockbuster ou um filme comercial. Ele é uma produção mais intimista e que visa questionar e levantar debates sobre a sociedade em que vivemos e em como queremos ser vistos. Isso ainda mais com as redes sociais tão presentes na nossa vida. Isso inclusive é retratado no longa-metragem em mais de um momento e sobre a ótica da mãe da família.
É muito louco parar e pensar nesse filme não como uma obra de cinema, mas sim como um retrato da sociedade. Todos nós conhecemos aquela família que parecia ser perfeita, mas que sabemos ser cheia de problemas que são mascarados para quem vê de fora. Isso infelizmente acontece e é esse o mote do filme: deixar explicito que a vida não é só mil maravilhas sempre.
E essa é a realidade de praticamente todos da família. Todos querem manter uma imagem para os seus próximos, mas são humanos com falhas. A jovem com a pressão que sofre e os negócios que administra, o pai com a carreira de sucesso e as cobranças pelo melhor, a mãe que cuida de tudo e quer se expor para as amigas e a criança mimada que quer tudo do seu jeito.
São estereótipos de uma sociedade que existe muito próximo de todos. Nós mesmos, muitas vezes, acabamos vivendo situações como essas. Tudo isso mostra como é difícil ter a “família perfeita” e como esse acaba sendo um ideal utópico. Talvez esse não seja o melhor filme em aspectos técnicos, mas o debate que ele levanta é importante para os dias que vivemos hoje e vale a pena ser assistido pelas problematizações criadas.
Um filme em que esperava rir, mas que também me emocionou. Acho que essa é a melhor definição possível para o longa-metragem ‘Paternidade’, que está disponível no serviço de streaming da Netflix desde junho. Isso porque o excelente comediante Kevin Hart assume o protagonismo já esperado dentro da comédia, mas entrega toda a emoção necessária para os dramas vividos pela família.
Em ‘Paternidade’, após a esposa morrer no dia seguinte ao parto, Matt (Kevin Hart) imediatamente decide criar sua filha, sendo um pai absolutamente responsável. Mesmo com a tristeza de perder sua esposa, que também era sua namorada desde a época do ensino médio, ele faz um juramento para fornecer apoio completo à filha e assumir todas as responsabilidades que cabem a um pai.
Pode-se dizer que o filme é uma dramédia. Isso porque, mesmo com todo o drama que permeia a história, o tempo de comédia de Kevin Hart funciona muito bem. Apesar de ser diferente dos papéis que estamos acostumados a vê-lo, aqui temos um personagem bem-humorado em momentos legais do dia-a-dia de um pai solteiro. Isso indo de brincadeiras com a filha até a relação com os amigos e o trabalho.
A obra é dividida em dois períodos diferentes – recém-nascida e cinco anos. Isso funciona pelo dinamismo, mas as maneiras com que isso foi construído podem confundir o telespectador no início. A mudança foi brusca e não explica e a confusão pode aumentar quando tempos os flashbacks. Contudo, pelo bem da obra, a sacada foi muito boa.
Uma das coisas mais legais do filme é como funciona a relação do pai e da filha. Obviamente que isso funciona muito bem pelo talento dos dois atores, mas também pela maneira com que essa trama foi construída. Aqui temos uma relação que muitos pais sonham em construir, baseada na confiança e no bom-humor, sem ordens ou momentos tensos.
Não tem como não dizer outra coisa que não seja pedir para que assistam a ‘Paternidade’. Esse é o típico filme produzido para toda a família e que pode passar domingo de tarde na televisão aberta – algo difícil, já que é da Netflix. É uma grata surpresa para todos que confiarem que sim, Kevin Hart não só te faz rir, mas também te fará chorar.
Faz tempo que não digo isso aqui: que grata surpresa meus amigos. Após assistir ao filme da Arlequina na última semana, fiz o dever de casa e fui ver o novo filme da franquia, chamado ‘O Esquadrão Suicida’. E quem diria que um simples artigo poderia diferençar tanto a sequência do longa-metragem de 2016 e fazer com que o público realmente se interessasse por todos os personagens.
Liderados por Sanguinário, Pacificador, Coronel Rick Flag, e pela psicopata favorita de todos, Arlequina, o Esquadrão Suicida está disposto a fazer qualquer coisa para escapar da prisão. Armados até os dentes e rastreados pela equipe de Amanda Waller, eles são jogados na ilha Corto Maltese, repleta de adversários e forças de guerrilha. O grupo de busca destruição, mas basta um movimento errado para que acabem mortos.
Existem duas diferenças que considero brutais entre os dois filmes. A primeira delas é a imprevisibilidade. Em 2016 a gente já sabia quem eram os personagens descartáveis e quem não morreria no filme. Dessa vez o conceito de Esquadrão Suicida é levado muito mais a sério. Personagens com tempo de tela e interpretados por atores queridos morrem de forma surpreendente, impactando a trama.
Outro ponto que vale o destaque é que, desta vez, não é apenas um clipe bem feito e todo o longa-metragem abraça o caos e a galhofa – algo muito bem dirigido por James Gunn. A ideia de cenas estupefatas, mas não surreais dentro do universo fazem muito sentido. Ele não é um filme que se leva a sério e isso ajuda muito no desenvolvimento da trama como ela deveria ser.
Um destaque a parte está para mais uma boa participação de Arlequina. Que personagem surpreendente e que ganha cada vez mais força no universo da DC Comics. Mas o mais legal é que, dessa vez, o carisma não fica todo nas suas custas. Isso porque a Caça-Ratos 2 é um charme a parte. Que personagem surpreendente. Nem parece uma vilã tamanho seus pensamentos e sua inocência.
‘O Esquadrão Suicida’ marca a entrada de James Gunn no universo cinematográfico da DC e isso pode ajudar demais os estúdios. Além disso, ele encerra alguns arcos abertos no primeiro filme e dita os rumos para a sequência deste caos liderado pelos vilões da editora. Tomara que essa linha narrativa seja seguida e que vejamos mais dos sobreviventes deste filme – e de outros personagens.
Sabe aquele filme que tu assistes ao primeiro e fica ansioso pela sequência, mas acaba se esquecendo e não acompanha a saga? Foi isso que aconteceu comigo quando penso em ‘It – Capítulo 2’. Eu vi o primeiro longa-metragem no cinema e ele me impactou. Me organizei para assistir ao segundo, mas não sei por que motivo só fui assistir ao filme neste final de semana.
Em ‘It – Capítulo 2’, 27 anos depois dos eventos de ‘It – A Coisa’, Mike percebe que o palhaço Pennywise está de volta à cidade de Derry. Ele convoca os amigos do Clube dos Otários para honrar a promessa de acabar com o inimigo de uma vez por todas. Mas quando Bill, Beverly, Ritchie, Ben e Eddie retornam às suas origens, eles precisam se confrontar a traumas nunca resolvidos que repercutem até hoje na vida adulta.
O pior é que rolou uma “decepção” da minha parte. Não sei se foi a distância entre um filme e outro ou a falta de conexão entre os personagens e com o público, mas sinto que faltou algo. Tecnicamente é um bom filme e não tem muitas críticas que se possa fazer. O problema é que, quando comparado com a trama do primeiro, ele perde qualidade e carisma.
A gente não tem o mesmo envolvimento com os personagens na sua fase criança e não sabe muito do que ocorreu nos 27 anos em que eles ficaram afastados. A trama sobrenatural ganha aspectos mais “grandiosos” neste filme e eu preferia a versão mais contida do primeiro. A mística criada para vencer o Pennywise também é forçada e sem muitos rodeios todos compram uma ideia descabida.
O elenco é muito bom. São grandes atores e todos têm semelhanças com suas versões de 27 anos atrás. O problema está no roteiro do longa-metragem. É nele que não somos aprofundados a trama central e nem aos acontecimentos do passado. Falta interação entre os protagonistas que não se encontravam há muitos anos, algumas “desculpas” do roteiro para sair do ponto A e chegar no B também são frágeis.
‘It – Capítulo 2’ me decepciona. Não pelo seu elenco e direção, mas por seu roteiro que não conseguiu repetir a mesma fórmula de sucesso do primeiro filme da franquia. Talvez se eu tivesse assistido no hype a sensação fosse diferente, mas hoje existe um abismo entre o primeiro e o segundo longa-metragem. Vale a pena assistir para ver o fim de uma saga, mas o gosto estranho de que falta algo vai permanecer.
Existem vezes que queremos um filme cabeça para pensar sobre a vida, mas também existem momentos que buscamos algo para desligar o cérebro e nos entreter. O caso do longa-metragem desta semana é o segundo. Estou falando de ‘Ele é Demais’, comédia romântica adolescente que está disponível no serviço de streaming da Netflix desde o final de agosto.
Na releitura do clássico adolescente de 1999, ‘Ela é Demais’, acompanhamos a vida de Padgett Sawyer, interpretada por Addison Rae, uma influenciadora digital que precisa cumprir um grande desafio: transformar o antissocial e estranho Cameron, interpretado por Tanner Buchanan, no garoto mais popular da escola. Será que ela vai conseguir cumprir sua aposta?
Como dito anteriormente: esse é um filme leve e despretensioso, que segue uma fórmula que já vimos um milhão de vezes. As apostas para transformar alguém deslocado em popular já surgiram em diversos momentos, mas aqui somos apresentados para uma versão reformulada e em contato com o mundo moderno dos influenciadores digitais.
Talvez um dos problemas esteja nesse cenário. Isso porque a protagonista é a influencer Addison Rae, que não é a melhor atriz do mundo. Isso fica claro em suas cenas. Na realidade não temos nenhum grande ator em cena, mas o carisma dos protagonistas acaba compensando nesta situação. Por causa disso, acaba-se criando empatia com o que vai acontecer.
Para um filme como esse, ter a empatia e a preocupação com os personagens é o mais importante para que se desenvolva uma relação com o longa-metragem. Aqui temos um mérito grandioso do diretor. Contudo, a dúvida que fica é se isso é o suficiente para a sequência – nós sabemos que a Netflix pensa em franquias quando traz filmes infanto-juvenis para o mercado.
‘Ele é Demais’ é um filme bom. Está longe da prateleira de outros filmes que trabalham com essa temática, mas respeita esses clássicos e apresenta a fórmula para uma nova geração. Vale a pena ser assistido de forma despretensiosa. Agora é preciso ficar bem claro que ele tem público-alvo bem específico. Quem gosta de comédias românticas bobas, tem aqui uma excelente pedida.
Arremessando Alto
3.7 284 Assista AgoraInterrompemos a nossa série falando da franquia de ‘Star Wars’ por uma boa causa: Adam Sandler está em um ótimo filme disponível na Netflix. Estou falando de ‘Arremessando Alto’, que foi lançado recentemente e está aproveitando o hype das finais da NBA para pegar os curiosos que recém descobriram o esporte ou os apaixonados que agora estão órfãos.
O caça-talentos profissional do basquete, Stanley Beren, não vive um bom momento na carreira. Exercendo seu trabalho sem muito propósito, ele não acredita mais que conseguirá descobrir um novo talento significativo. Mas, depois de ser demitido, surge uma nova esperança. O olheiro profissional do basquete, fica empolgado pela primeira vez em muito tempo, quando descobre por acaso o jogador amador espanhol, Bo Cruz.
Stanley o encontra jogando em um parque nos arredores de Madri. Agora abastecido com um novo propósito, Stanley tem como missão preparar Bo para a NBA. Motivado a despertar em Bo toda a paixão e dedicação necessária para se destacar no esporte, o caça-talentos acredita que juntos, a dupla pode alcançar patamares de sucesso, nas quadras e na história do jogo.
Já adianto que, para quem vai atrás do Adam Sandler da comédia clichê, pode sair fora. Não é esse o filme que você vai encontrar. Também não espere o maior drama de sua vida. Espere um filme de esporte, com o mote de superação e a jornada do herói rumo ao sucesso. Isso sem contar as diversas participações especiais de jogadores e ex-jogadores da NBA.
Eu particularmente gosto muito de filmes de esporte. Eles me colocam dentro de um universo que eu amo e os estadunidenses sabem fazer este gênero como ninguém. Ver como funciona – obviamente que de forma romantizada – o departamento dos olheiros e de treinamentos de uma grande franquia da NBA é algo que fascina – até porque muitos sonham em trabalhar nesse meio.
Antes de atuação ou direção, é o roteiro e o carisma dos personagens que faz com que o público seja cativado. São eles que entregam o que espera e fazem com que o público se envolva e torça pelos protagonistas. Todos querem ver Stanley virando treinador e Bo Cruz se tornando um jogador. Como o filme não aposta na genialidade, a gente sabe que isso vai acontecer. O legal é a jornada.
Superação, medo, traumas do passado... Esses são apenas alguns dos aspectos abordados no filme. Como disse: o final pode até ser previsível, mas o que mais interessa é a jornada para se chegar lá. E nisso aqui, ‘Arremessando Alto’ está de parabéns. Não interessa se você gosta ou não de basquete, ele merece ser visto. A jornada pode ser equiparada com qualquer esporte e certamente você se verá torcendo por eles.
Star Wars, Episódio II: Ataque dos Clones
3.7 775 Assista AgoraA saga que começou na semana passada ganha um novo episódio nesta. Ao lado dos que me incomodaram (no bom sentido) para assistir – Everton e Drica – sigo acompanhando e conhecendo mais do universo de ‘Star Wars’. Desta vez trago aqui o segundo episódio da franquia e aproveito para lembra-los que todos os longas-metragens estão disponíveis no streaming da Disney.
Dez anos após a tentativa de invasão do planeta Naboo, Obi-Wan Kenobi, Anakin Skywalker e Padmé Amidala estão juntos. Neste período, Obi-Wan passou de aprendiz a professor para Anakin, sendo que ambos foram destacados para proteger a senadora Amidala, que tem sua vida ameaçada por facções separatistas, que ameaçam desencadear uma guerra civil.
Mais um bom filme do universo de George Lucas nos é entregue aqui. Contudo, para quem prefere mais ação do que diálogos, talvez esse não seja o melhor deles. Isso porque, ao contrário do primeiro episódio, existem mais tramas políticas do que batalhas. Contudo, no meu caso, foi muito legal compreender toda a trama que se desenrola dentro da República retratada.
As traições, jogos-duplos e debates pelo poder ganham muita força e nos fazem entender toda a trama – e compara-las com a história real. Mas engana-se que o filme é feito apenas disso. Para aqueles que adoraram a ação do primeiro episódio, o ato final é um deleite. Lutas semelhantes aos períodos dos gladiadores romanos aparecem e mostram todo o potencial que a franquia tem.
Outro ponto alto está nos efeitos especiais do filme. É muito fidedigno o que vemos em tela e são raros os momentos que incomodam o telespectador. Talvez o único ponto que destoa, mas é necessário, está no romance entre Anakin e Padmé. Obviamente que ele trará consequências e precisava ser abordado, mas ele fica meio solto quando se pensa em toda a trama desenvolvida.
Ainda faltam sete episódios – isso se eu não trouxe para cá os spin-offs –, mas até agora o sarrafo está no alto. Temos uma franquia bem construída se pensarmos que estes filmes são antes – quando se pensa em linha do tempo – e foram lançados depois. Algumas pontas devem se fechar no futuro e estou ansioso para ver o que deve vir da cabeça de George Lucas.
Star Wars, Episódio I: A Ameaça Fantasma
3.6 1,2K Assista AgoraMuitas vezes existem filmes emblemáticos e que passam batido na vida das pessoas. Sempre fui julgado por não ter assistido há alguns clássicos e a correção de um deles começou no último final de semana. A franquia ‘Star Wars’ nunca havia me chamado a atenção e foi somente neste sábado e domingo chuvosos que teve início a maratona. Lembrando que todos os filmes estão disponíveis no streaming da Disney.
Em ‘Star Wars: Episódio I’, quando a maquiavélica Federação Comercial planeja invadir o pacífico planeta Naboo, o guerreiro Jedi Qui-Gon Jinn e seu aprendiz Obi-Wan Kenobi embarcam em uma aventura para tentar salvar o planeta. Viajam com eles a jovem Rainha Amidala, que é visada pela Federação pois querem forçá-la a assinar um tratado político.
Eles têm de viajar para os distantes planetas em uma desesperada tentativa de salvar o mundo de Darth Sidious, o demoníaco líder da Federação que sempre surge em imagens tridimensionais. Durante a viagem, Qui-Gon Jinn conhece um garoto de nove anos que deseja treiná-lo para ser tornar um Jedi, pois o menino tem todas as qualidades para isto. Mas o tempo revelará que nem sempre as coisas são o que aparentam.
Antes de iniciar, é preciso dizer que optei por assistir na ordem de episódios e não dos lançamentos. Então os elogiados filmes que foram lançados primeiro ainda não me impactaram e não tenho esse comparativo – sei que muitos não gostam da segunda trilogia quando se compara com a primeira. Talvez essas opiniões mudem após a maratona concluída, mas por enquanto eu estou curtindo demais.
O filme é divertido. Tem personagens carismáticos e uma trama que prende o telespectador. Têm momentos que já haviam me impactado no passado – alguma piada ou trecho já devo ter assistido –, mas o entretenimento de conhecer um novo universo foi muito legal. Sem falar que não esperava as tensões políticas e embates profundos que o filme traz.
Obviamente que o filme tem seus problemas. Talvez o principal seja os efeitos especiais com os personagens em CGI. Muitos deles parecem ser falsos e destoam dos personagens reais. Isso prejudica um pouco a experiência, mas é preciso fazer o adendo de que este é um longa-metragem de 1999. A tecnologia era outra e existem aspectos técnicos que envelhecem mal.
Contudo, mesmo com esses “problemas”, o filme cumpre o seu papel de entreter e apresentar um mundo para quem nunca assistiu aos longas. Eu me diverti demais tentando entender tudo o que acontecia – e é muita coisa. O universo de George Lucas é vasto e encanta quem topa entrar neste mundo. Uma pena eu ter demorado tanto para assistir a franquia.
Turma da Mônica: Lições
3.9 273 Assista AgoraExistem filmes que nos cativam na hora e outros que nos cativam pela história que temos com aqueles personagens. Esse último caso é o que acontece com o filme desta semana: ‘Turma da Mônica – Lições’. O segundo filme live-action baseado no universo de Mauricio de Souza segue a premissa do primeiro e conquista ainda mais a sua base de fãs. É por isso que trago ele para cá.
Mônica é transferida para outra escola, desencadeando a separação do grupo formado por ela, Cebolinha, Magali e Cascão. A decisão foi tomada pelos pais dos quatro amigos, que acham que eles estão passando tempo demais juntos. A partir dessa ruptura, eles são forçados a encontrarem novos amigos e enfrentarem seus próprios medos e inseguranças, e decidem tomar uma medida drástica: se encontrar escondidos.
Antes de mais nada é preciso dizer que temos uma evolução dos atores e personagens. O desafio do live-action é acertar na escolha e todos estão muito bem. Agora o desafio maior é acompanhar essas crianças no seu crescimento. O mais interessante disso tudo é que a trama dos irmãos Cafaggi trabalha o amadurecimento e a evolução – nada melhor do que isso nessa história.
Além disso, temos também a apresentação de novos personagens deste universo. O bairro Limoeiro foi ampliado e vemos aqui diversos personagens queridos do público: Tina, Rolo, Humberto, Marina, Franjinha, Do Contra e Nimbus são apenas alguns dos personagens criados por Mauricio que vemos no filme. Também temos diversas participações especiais, como Vitor Cafaggi e Mauricio de Souza.
A trama é coesa e o roteiro muito bem escrito. É uma história voltada para o público infantil, mas pega os mais velhos pela nostalgia de ver esses personagens em sua forma real. A inserção de novos personagens serve muito para isso, mas também auxilia no desenvolvimento da trama. Não existem desperdícios e tudo é muito bem coeso para o desenvolvimento da história.
‘Turma da Mônica – Lições’ é mais um filme dessa leva que começou com o projeto da Graphic MSP. Sabemos – pela cena pós-créditos – que ele não será o último e não tem como não ficar ansioso por ver mais desse universo. É o cinema nacional valorizando as histórias em quadrinhos produzidas por aqui. Quem ainda não viu, assista. Ele está disponível no streaming da Amazon.
Morbius
2.3 522Após longos dois anos, nesta semana tive a oportunidade de retornar para uma sala de cinema. Talvez um pouco desconfortável, mas em uma cabine de imprensa. Isso significa menos pessoas na sala e horário sem grandes movimentos. O filme escolhido: ‘Morbius’, novo lançamento da Sony de um personagem da Marvel Comics. Queria poder dizer que esse filme foi uma grata surpresa, mas infelizmente foi o esperado – e isso não é bom.
Michael Morbius sempre sofreu com uma condição rara em seu sangue que o faz andar de bengala e desde criança ser excluído por outros, mas sua vida solitária foi preenchida por livros. Após se formar na faculdade, Doutor Morbius é renomado na área de biomedicina e tenta achar uma cura para sua rara condição, afim de não apenas se ajudar, mas ajudar outras pessoas que também sofrem como ele.
Experimentando com o DNA de morcegos, Morbius espera achar a cura e se usa como teste para o soro. A cura foi um sucesso temporário, mas os efeitos colaterais acabaram transformando-o em um pseudo-vampiro. Apesar de ganhar capacidades iguais a de um morcego, Morbius precisa de sangue humano para sobreviver, os efeitos colaterais também o fez mudar fisicamente, ganhando presas e uma pele pálida.
Quando disse que o filme não me surpreendeu, é porque infelizmente eu já esperava uma bomba. Todos sabiam dos adiamentos e da demora deste filme em sair, então já existia um pé atrás. Com isso, por mais que eu quisesse me surpreender com o longa-metragem, só foi possível constatar que o filme realmente não era algo muito bom mesmo e era preciso fazer algo de diferente.
Talvez ao maiores problemas do filme são os seus clichês e os excessos das câmeras lentas. Isso sem falar das dificuldades com os efeitos especiais – talvez por isso muitas cenas de ação sejam no escuro. Quando isso acontece uma ou outra vez até é legal, mas em todos os momentos possíveis acaba se tornando cansativo. Isso porque as cenas acabam se tornando óbvias demais.
Já os clichês estão relacionados aos estereótipos e perfis de cada personagem – e suas maneiras de “descobrirem” as coisas. Contudo, existem alguns pontos positivos. Talvez o maior deles seja a escolha do elenco. Sim, eu sei que os papeis são caricatos, mas os atores aparentam ter entregado o que se esperava de cada um. O maior destaque talvez tenha sido Matt Smith.
Contudo, mesmo com o bom trabalho de atuação, o fraco roteiro peca em fazer com que a gente se envolva com os personagens. Falta verossimilhança e identificação com os dramas de cada um dos envolvidos na trama. Isso é uma pena, tendo em vista que, por mais que a história do vampiro apaixonado seja clichê – no próprio filme brincam com isso – havia potencial para mais.
Muitos podem se perguntar sobre referências ao universo cinematográfico da Marvel e sim, elas existem. São bem pequenas – uma no filme e duas nas cenas pós-créditos – que dão uma massageada no ego de quem curte este universo. No mais é isso: um filme que até consegue entreter, mas que poderia ter entregado muito mais para o público que acompanha este mundo.
Gladiador
4.2 1,7K Assista AgoraRecentemente eu falei aqui sobre filmes que mexem com o meu imaginário. Não é necessariamente o melhor filme, mas sim aquele que tem um lugar cativo no coração. Essa é a minha relação com o ‘Gladiador’, vencedor de Oscar e outras premiações. Antes de explicar os motivos dele ser o melhor filme do mundo para mim, é preciso deixar claro que ele é um baita filme mesmo (risos).
Nos dias finais do reinado de Marcus Aurelius, o imperador desperta a ira de seu filho Commodus ao tornar pública sua predileção em deixar o trono para Maximus, o comandante do exército romano. Sedento pelo poder, Commodus mata seu pai, assume a coroa e ordena a morte de Maximus, que consegue fugir antes de ser pego e passa a se esconder sob a identidade de um escravo e gladiador do Império Romano.
Muito do destaque do filme está em duas grandes atuações: Joaquin Phoenix e Russell Crowe. Os dois são, até hoje, grandes e premiados atores. Frequentemente aparecem nas premiações como indicados e vencedores. Por mais que não tenham sido suas estreias, foi através deste filme que eles se tornaram populares no universo dos cinemas – um feito e tanto para ambos.
O roteiro é muito coeso e bem escrito. Existem grandes momentos onde não tem como conter as lágrimas. Não quero dar spoilers aqui, mas pelo menos duas cenas pegam forte no estômago do telespectador. Tudo isso graças ao excelente trabalho de Ridley Scott como diretor em uma dobradinha com Russell Crowe que rendeu outros frutos no decorrer de suas carreiras.
Além disso, por mais que ele não se comprometa em ser um filme histórico, existem diversos personagens e acontecimentos verídicos. É muito legal conhecer um pouco mais da Roma Antiga, do Império e das lutas entre os gladiadores. Isso tudo ganha força com a fotografia do filme, que traz lindas paisagens; e das lutas muito bem coreografadas pela equipe de produção.
Tudo isso que eu escrevi até aqui justifica como o filme é bom para quem ama o cinema. Agora preciso explicar porque esse filme é tão bom para mim: quando eu era pequeno, sempre assistia esse longa-metragem com o meu pai. Ele alugava a mesma fita frequentemente – eram duas na verdade – e, até hoje, sempre que ele passa na televisão, é o nosso filme de ver junto. O nosso momento. Por isso gosto tanto dele.
Seja por motivos emocionais/afetivos ou pelo primor de ‘Gladiador’, vale a pena assisti-lo. Hoje é possível encontrar o longa-metragem na Netflix e frequentemente ele passa na televisão fechada – e até na aberta. Existem alternativas e vale muito a pena. É um filme renomado e que não envelheceu mal. Se estiver de bobeira neste final de semana, assistam que vale a pena.
Time do Coração
3.1 49 Assista AgoraCom o fim da temporada NFL, está batendo a saudade de não ter mais jogos para assistir. Contudo, para quem está com saudade também, existem opções nos streamings. Uma dessas opções é o filme ‘Time do Coração’, comédia da Netflix estrelada por Kevin James. Pode não ser o melhor filme – está longe na verdade –, mas a surpreendente história real por trás é o que me fez querer assistir ao longa-metragem.
Baseado em uma história real, ‘Time do Coração’ segue o treinador Sean Payton que, dois anos depois de vencer o Super Bowl, foi suspenso do time por um ano para completar as investigações sobre um caso controverso. Payton é descoberto por participar de um esquema onde seu time recebia dinheiro e recompensas eram dadas aos jogadores ao conseguirem machucar e acabar com a carreira dos adversários
O escândalo foi nacional, conhecido como o Escândalo do time Bountygate. Desolado e sem conseguir voltar para sua carreira - antes promissora - Payton volta para sua cidade natal e se reencontra com seu filho de 12 anos ao virar o treinador de seu time de futebol americano, Pop Warner. Contratado por sua expertise em futebol americano, Payton vai ajudar o time a voltar ao seu ápice e, por fim, ajudá-los a competir nacionalmente.
Obviamente que, pelo elenco e trama clichês, vocês sabem que esse não é o melhor filme do mundo. Longe disso na verdade. A história do treinador que volta para a terra natal atrás da família e arruma um time de desajustados do fracasso para a glória já aconteceu dezenas – senão centenas – de vezes. Contudo, existem dois pontos que me fazem trazer esse longa-metragem para cá.
O primeiro é ser o futebol americano. É raro ter filmes no Brasil que abordem o esporte que cresce cada vez mais no país – ainda é uma bolha, mas está ficando maior. Então, por mais que seja um filme leve, ele tem esse papel. Usei o termo leve, pois comédia ele não pode ser considerado por mim. Isso porque ele traz um humor que não me fez rir nenhum momento, mas o filme fez eu me entreter.
E é esse o segundo ponto: o entretenimento simples e leve. Quando assisti ao ‘Time do Coração’ não estava buscando um grande filme de esporte. Tenho outros filmes que curto muito quando o objetivo é esse. Aqui, com Kevin James no elenco, eu esperava algo leve e com aquele humor pastelão ao estilo Adam Sandler. Eu queria me entreter e desligar o cérebro. E isso o filme fez com maestria.
‘Time do Coração’ está longe de ser o filme para se assistir e refletir. Ele é aquele filme para dar o play e relaxar. E está tudo certo ser um filme assim. Nem sempre queremos algo denso. Por isso indico essa produção da Netflix para quem quer relaxar e matar a saudade da NFL. Esses públicos, se se permitirem e não forem com expectativas altas, irão se divertir por 99 minutos.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraTenho um péssimo defeito e que se ganhou forças na pandemia. Antes da Covid-19, eu já me enrolava para ir ao cinema – por pura preguiça – e, quando via, o filme já tinha saído de cartaz. Desde março de 2020, essa preguiça se somou ao medo de contrair o vírus. Isso fez com que eu demorasse até esta semana para assistir ‘Homem-Aranha – Sem Volta para Casa’ e posso adiantar que errei em adiar essa experiência.
Peter precisará lidar com as consequências da sua identidade ter sido revelada. Incapaz de separar sua vida de ser um herói, além de acharem que foi ele quem matou Mysterio e pondo em risco seus entes; Parker pede ao Doutor Estranho para que esqueçam sua identidade. Entretanto, o feitiço não sai como planejado e a situação torna-se perigosa quando vilões de outras versões do Homem-Aranha acabam indo para seu mundo.
Vou cuidar para não dar spoilers aqui, por mais que eu acredite que todos os interessados já tenham assistido ao filme ou sofrido com isso (risos). Como experiência para fã e encontro de grandes personagens, esse filme está no mesmo patamar de ‘Vingadores – Ultimato’. Isso porque os dois conseguem conciliar o serviço para o fã com a história, sem parecer que as pontas estão soltas ou feitas a esmo.
Todos os atores estão muito bem em seus papéis e, além de entregarem a atuação necessária, eles também entregam a maturidade que este filme precisa. Vemos em ‘Homem-Aranha – Sem Volta para Casa’ o fim de um ciclo, onde todos os personagens crescem e as preocupações mudam. Não é mais o passeio da escola, mas sim o amor, o luto e o futuro que são debatidos neste longa-metragem.
Existem cenas pós-créditos que funcionam mais como homenagens e ganchos para o futuro do universo do que para o futuro do Homem-Aranha. Ao que tudo indica, encerra-se aqui a participação do “amigão da vizinhança” no MCU e certamente ele fará falta. Só não se sabe ainda se, com os acontecimentos, um quarto filme pode sair somente com o selo da Sony.
O final do filme foi melancólico. Não sabe-se se é o fim de tudo, o fim de um ciclo ou se as coisas seguirão nesse ritmo. Só sabemos que o futuro teria tudo para ser promissor, mas têm vezes que terminar por cima é a melhor opção. O que fica agora é a dica para que não se perca mais tempo e assista ao filme do ‘Homem-Aranha – Sem Volta para Casa’, que já está disponível em plataformas on-demand. Vale a pena.
A Vida é Bela
4.5 2,7K Assista AgoraEssa semana assisti uma entrevista de Roberto Sadovski, crítico de cinema que admiro muito pelo tipo de conteúdo que produz – ou produzia. Contudo, ao ver ele falar mal do filme ‘A Vida é Bela’, vencedor do Oscar de 1999 nas categorias de melhor filme estrangeiro, melhor ator e melhor trilha sonora; me obriguei a revê-lo e trazer aqui para este espaço.
Durante a Segunda Guerra Mundial na Itália, o judeu Guido (Roberto Benigni) e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração nazista. Afastado da mulher, ele tem que usar sua imaginação para fazer o menino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência que os cercam.
Revisito este longa-metragem por ser um dos meus preferidos da vida. Certamente está no top 3 – pretendo trazer os outros dois em breve – e fiquei receoso de que ele pudesse ter envelhecido mal e por isso não seria tão bom. Felizmente eu estava enganado. ‘A Vida é Bela’ segue sendo o que eu pensava: uma história coesa e emocionante, que respeita muito aquele momento, mas tenta trazer uma visão humana para a época.
É preciso deixar claro que aqui não temos um drama pesado, mas sim uma dramédia. É algo leve, mas que não desrespeita o sofrimento e luto que muitos viveram no holocausto. Por mais que existam momentos surreais e inverossímeis para a história real, essas cenas fazem sentido para o universo construído por Benigni, que também dirige o longa-metragem.
Ele traz diversas referências da comédia física – homenageando o Chaplin em alguns momentos – com o objetivo de humanizar aquela fase. Isso tudo com atuações simples e até caricatas, mas coesas com o universo construído. Não está fora do tom que se esperava de uma obra que se propõe trazer uma visão humana de um dos momentos mais cruéis da nossa história.
Infelizmente, ‘A Vida é Bela’ não está disponível em nenhum serviço de streaming – dentre os populares –, mas ele pode ser alugado na plataforma do YouTube e, frequentemente, passa na TV fechada. Caso tenha a oportunidade, separe um tempo e os lenços para enxugar as lágrimas. Certamente terás uma grande e emocionante experiência cinematográfica.
Vingança & Castigo
3.6 206 Assista AgoraOs filmes de faroeste têm um lugar um cativo no meu coração. Esse é um dos gêneros que faz com que eu meu pai paremos para assistir algum longa-metragem enquanto a minha mãe se assusta há cada tiroteio. Quando estamos juntos, os faroestes sempre são uma boa pedida e foi pensando nisso que coloquei na televisão o filme ‘Vingança & Castigo’, que foi lançado em novembro pela Netflix.
Em ‘Vingança & Castigo’, quando o fora da lei Nat Love descobre que seu maior inimigo, Rufus Buck, será libertado da prisão, ele reúne seu bando em uma busca incessante por vingança. Aqueles que cavalgam com ele incluem o seu antigo amor Stagecoach Mary, seus homens de temperamento forte Bill Pickett e Jack Beckwourth. Rufus ainda conta com a ajuda do "Traiçoeiro" Trudy Smith e Cherokee Bill.
Talvez esse não seja o filme ideal para o meu pai, acostumado com os faroestes dos anos 70, mas com certeza ele conversa com a minha geração. Que grata surpresa foi poder assistir ao longa-metragem e ver grandes atuações em diálogos bem construídos – e em sangrentos tiroteios. Isso mesmo. Por mais que o filme converse com uma nova geração, ele também traz as homenagens aos tiroteios do passado, mas com mais sangue.
Obviamente que o filme tem furos no roteiro. Algumas coisas que a gente sabe que está errado, mas que a experiência como um todo faz com que se ignore essas incongruências. Certamente a gente vê cenas que não tem motivo aparente para estar ali. Não há serventia dela para a trama, mas o deleite visual que nos abrilhanta e surpreende fazem com que elas apareçam e sejam mantidas.
Uma coisa legal e que é destacada no filme é que muitos dos personagens têm seus nomes baseados em personagens reais. Contudo, os eventos ali são inventados. É uma homenagem de certa forma e que visa reunir uma série de figuras histórias negras – quase 100% do elenco é negro – do velho oeste que foram ignorados pelos livros de história e criadores de mitos.
‘Vingança & Castigo’ também marca a estreia de um diretor formado pela produção de videoclipes e que se arrisca no cinema de forma coesa e segura. Ele entrega um excelente filme para quem se propõe a desenvolver um faroeste que homenageia o passado ao mesmo tempo que traz a inovação do agora. Tudo isso com um grande elenco, que contava com nomes como Regina King, Idris Elba e Zazie Beetz; entre outros.
Assistam ao novo longa-metragem da Netflix. Ele nem é tão recente assim – foi lançado em novembro –, mas merece ser assistido. Principalmente se tiver na sua casa um apaixonado pelos faroestes do passado. Garanto muito sangue, uma excelente trilha sonora, reviravoltas e traições que só o nosso tão conhecido e popular faroeste consegue entregar.
Small Potatoes: Who killed the USFL?
3.0 1 Assista AgoraMuitos sabem que sou apaixonado por NFL e futebol americano desde 2016. Além disso, tive sorte de ter escolhido os Eagles para torcer e, ano seguinte, ver eles conquistando o primeiro Super Bowl de sua história. O esporte é apaixonante e, por mais que seja difícil no início, vale muito a pena assistir e tentar entender. Depois disso, é impossível não querer acompanhar a modalidade.
Foi por causa dessa paixão que quis assistir ao documentário ‘Small Potatoes: Who Killed the USFL?’, disponível no serviço de streaming Star+. A produção acompanha a novata United States Football League (USFL). Essa nova liga fez o impensável jogando na primavera. A USFL de 12 equipes jogou diante de uma média de 25.000 espectadores e começou com índices de audiência respeitáveis.
Mas com o sucesso veio a expansão e novos proprietários, incluindo um certo barão imobiliário de alto perfil e impaciente cuja visão estava em desacordo com os fundadores da liga. Logo, a USFL foi reduzida a travar um processo antitruste desesperado contra a NFL, que rendeu um veredicto irônico que efetivamente forçou a liga a falir.
Hoje acredito que nem se pense em criar uma liga para concorrer com a NFL – assim como existe com a MLS –, mas isso foi pensado antes. No documentário vemos entrevistas de grandes dirigentes e ex-jogadores que atuaram na USFL. Isso sem contar a cereja do bolo por trás da produção: Donald Trump. Isso porque ele é o barão imobiliário que se envolveu com a liga ao comprar um time.
Muitos dizem que Trump sempre quis adquirir uma equipe da NFL e nunca conseguiu – por isso teria entrado na USFL. O problema é que, assim como ele fez em outros negócios, a ideia de centralizar as coisas apenas nele acabam saindo pela culatra. Foi assim na liga de futebol americano e em outros negócios. Com isso, vemos no documentário a ascensão e a derrocada do projeto.
É curioso a gente imaginar como seria ter uma liga de primavera acontecendo ainda hoje. Para quem gosta da NFL, sabe que ela funciona de outubro a fevereiro e o charme dela também está em sua temporada curta, mas muitos querem mais no decorrer do ano. A cultura estadunidense é diferente e a ideia é que todos os esportes tenham espaço, mas a USFL tinha um público.
Infelizmente a gente nunca saberá se essa novidade viria para ficar ou seria apenas fogo de palha. Foram poucos anos até que o projeto sucumbisse na ganância precipitada. Contudo, para quem curte a modalidade – assim como eu – é legal demais ver produções que contam a história e fazem esse exercício. Como disse, está disponível no Star+ e, quem gosta de futebol americano, deve assistir.
Eternos
3.4 1,1K Assista AgoraPor mais que, nos últimos dois anos, a pandemia tenha afetado o mercado cinematográfico, os serviços de streaming seguem entregando boas obras. Um destes serviços é o Disney Plus, que traz os filmes das Marvel “logo depois” que eles saem das telonas. Foi lá que eu consegui assistir ao longa-metragem que apresenta um novo núcleo de super-heróis para o público.
O filme desta semana é ‘Eternos’, do Marvel Studios, que apresenta um empolgante novo time de super-heróis no MCU, aliens ancestrais que vivem na Terra em segredo por milhares de anos. Seguindo os eventos de Vingadores: Ultimato, uma tragédia inesperada os força a sair das sombras para se reunir contra os mais antigos inimigos da humanidade, os Deviantes.
Uma nova família de super-heróis em um universo de mais de dez anos. Pessoas deslocadas e diferentes, mas que se dão muito bem. Infelizmente não foi possível assistir ao filme sem fazer comparações com os Guardiões da Galáxia, afinal os dois núcleos são de personagens pouco populares e desconhecidos do grande público. Contudo, por mais que não existam comparações, os ‘Eternos’ não decepciona.
Esse foi um filme que não me empolgou em seu anúncio. No máximo a escalação de Angelina Jolie, mas nada mais do que isso. Não cogitei ir aos cinemas e nem nada. A minha ideia sempre foi esperar o lançamento no Disney Plus e não posso dizer que me arrependi. Não que o filme não seja bom. Longe disso eu diria. Só que ele não perde tanto sendo assistido em casa.
Talvez – e só talvez – ele seja um dos filmes mais fracos da leva recente do universo Marvel. Isso sem falar que ele parece o mais solto dentro de uma saga maior, mas a editora que domina o mundo dos filmes de super-herói não dá ponto sem nó e boto fé que esses personagens serão importantes – uma sequência inclusive já está confirmada – para todo o universo Marvel.
‘Eternos’ tem a fórmula Marvel na veia. Isso sem tirar e nem por. Tem os alívios cômicos, as boas cenas de ação e os personagens carismáticos. Por mais que a gente não conheça os personagens, eles são bem apresentados e não subestimam a inteligência do público. Tudo isso funciona de forma coesa e faz com que o filme cumpra o seu papel de entreter o público que está em casa nesse período de férias.
Com certeza vale a pena assistir ao filme dos ‘Eternos’ – agora me falta apenas o novo Homem-Aranha – e a opção do streaming sempre facilita esse acesso. Inclusive, aguarde as cenas pós-créditos, pois elas sempre são sinais do futuro. Um filme com grandes atores e boas atuações e que considero até injustiçado por ter sido lançado em um momento de pandemia e não ter agradado a maioria. Certamente merecia mais.
tick, tick... BOOM!
3.8 450Oficialmente ninguém sabe quem são os indicados para o Oscar deste ano – a lista oficial deve sair nos próximos dias –, mas já existem algumas previsões ou filmes que a crítica dá como certos entre as indicações. Hoje vamos trazer a crítica de um destes longas-metragens. Estou falando de ‘Tick, Tick... Boom!’, que é cotado para estar em mais de uma categoria deste ano.
Em ‘Tick, Tick…Boom!’, Jon é um jovem compositor que trabalha como garçom em Nova York, enquanto sonha em escrever um grande musical americano que vai ao levar ao estrelato. Quando sua colega de quarto aceita um emprego corporativo e está prestes a se mudar, próximo ao seu aniversário de 30 anos, Jon é tomado pela ansiedade de que seu sonho é irreal e não vale a pena continuar lutando.
Antes de mais nada eu preciso deixar registrado de que se trata de um musical e sei que muitos não gostam deste gênero. Contudo, devido ao caráter biográfico e a importância que esta obra tem, pode ser importante assistir ao longa-metragem – ou ao menos interessante. Isso porque, neste caso, a maioria das cenas cantadas faz sentido para a trama e mostra o processo de composição do artista.
Eu preciso deixar registrado que não sou o maior fã de musicais e não conhecia a história que seria contada. Não sabia nada sobre o filme na verdade e assisti pelo burburinho positivo que se levantou. Posso dizer com tranquilidade que não me arrependo de ter assistido ao longa-metragem. Uma obra muito bem construída e que conta a história de um dos maiores musicais já produzidos.
Contudo, não é só sobre isso. É também sobre afirmação e o sonho de conquistar sucesso na vida. Eu mesmo já me peguei refletindo sobre os dilemas do protagonista. Ele está chegando aos 30 – ontem eu fiz 27 – e todos se pegam pensando em quando as coisas começarão a dar certo – financeiramente e profissionalmente – e certamente o filme lhe ajuda a refletir sobre os tempos de cada um.
Certamente o filme merece mais de uma indicação para a estatueta. Acredito que o longa-metragem estará indicado nas categorias de melhor filme e melhor ator – para Andrew Garfield, que faz muito bem o protagonista. Além disso, a indicação de diretor para Lin-Manuel Miranda faz muito sentido. Isso pelo seu trabalho como diretor, mas também por ser sua estreia e tratar de um musical – algo que é sua especialidade.
O filme é original Netflix e uma das apostas dos estúdios para as premiações. Isso é bom porque coloca mais uma vez a gigante do streaming nos holofotes e deixa o longa-metragem acessível para todos que quiserem assistir – acredito que a Netflix ainda seja a plataforma mais popular do Brasil. Então aproveitem esse momento e deem início a maratona de premiações. Certamente ‘Tick, Tick... Boom!’ estará presente.
Comemoração de 20 Anos de Harry Potter: De Volta a …
4.3 363 Assista AgoraVirou moda lançar especiais para celebrar datas específicas de grandes produções. No ano passado houve o lançamento da celebração de ‘Friends’ e ‘Um Maluco no Pedaço’ e agora temos o especial de uma franquia do cinema. Trata-se do projeto desenvolvido pela HBO Max – assim como os outros especiais – para comemorar os 20 anos do primeiro filme de Harry Potter.
‘Harry Potter – 20 Anos de Magia: De Volta a Hogwarts’ marca o lançamento de ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’. Daniel Radcliff, Emma Watson, Rupert Grint e muitos outros se reúnem para discutir sobre o que se passou por trás das câmeras. O elenco foi chamado para falar sobre suas experiências, momentos marcantes, amizades com colegas atores, curiosidades e histórias que serão contadas ao público pela primeira vez.
Para quem é fã da franquia, o especial foi muito emocionante e um prato cheio de fan service. Foi muito legal rever personagens marcantes falando de bastidores e visitando os sets emblemáticos do universo de Harry Potter. Ver a interação dos atores e os bastidores das filmagens humaniza os personagens e faz com que a gente se reaproxime de todos esses atores.
Existem alguns erros e deslizes que precisam ser citados. Quando citam a Emma Watson apaixonada pelo universo criado por Rowling é apresentada uma foto dela quando criança. O problema é que a criança está errada e aquela é Emma Stone (risos). Outro problema é que o nome dos gêmeos foi confundido – não se sabe se isso é intencional, mas os próprios atores brincaram com isso.
Também existem algumas ausências não explicadas, mas espero que tenha seus motivos. Eu queria muito ter visto Maggie Smith, Michael Gambon, David Thewlis e Julie Walters durante o especial. Esses são apenas alguns dos atores que não participaram e tiveram papéis importantes na franquia. Principalmente o David Thewlis, afinal o Lupin sempre foi meu personagem favorito.
Uma geração cresceu assistindo Harry Potter. Eu mesmo, que tenho 26 anos, acompanhei a construção deste universo – e acompanho até hoje com os filmes de ‘Animais Fantásticos – me senti valorizado com o especial. Dessa tríade lançada pela HBO Max, esse pode não ser o melhor, mas com certeza é o que mais me impactou pela relação que tenho com o universo bruxo.
Se você é fã do universo de Harry Potter, procure o especial e assista. Ele já está disponível na HBO Max desde o início do ano. Caso você seja apenas um curioso e não tenha uma familiaridade com este mundo, também vale a pena para compreender o tamanho e a importância que este universo tem. Vale muito a pena assistir e, com certeza, não me arrependo de ter assistido já no dia 02 de janeiro.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraUm filme vem dando muito o que falar nos últimos dias. Estou falando de ‘Não Olhe Para Cima’, comédia que satiriza o momento em que vivemos e que já está disponível na Netflix. Devido as comparações com o momento atual – algo que o diretor do filme sabia que ocorreria – o longa-metragem vem gerando debate e está no topo da Netflix. Vamos entender os motivos disso?
Randall Mindy e Kate Dibiasky são astrônomos que descobrem um cometa está em rota de colisão com a Terra. Com a ajuda do doutor Oglethorpe, Kate e Randall embarcam em um tour pela mídia que os leva a Presidente Orlean e de seu filho, Jason. Com apenas seis meses até o cometa fazer o impacto, gerenciar as notícias e ganhar a atenção do público obcecado antes que seja tarde demais se mostra cômico.
Primeiramente vamos falar do filme. Ele é sim muito bom e traz reflexões sobre o momento que estamos vivendo. O diretor ousa ao parodiar o que estamos vivendo quando se trata da campanha de imunização contra a Covid-19, mas falando de um asteroide. Enquanto cientistas alertam a população e a imprensa, muitos discordam e dizem não ser verdade – mesmo com todos os fatos mostrando o contrário.
Todos os nomes são fictícios e o filme não trata de uma pandemia, mas sim de um asteroide que vai se chocar com a terra. Contudo, o descrédito dado aos cientistas, os canais de televisão que amenizam o problema e os embates políticos tornando-se prioridade – ao invés de se solucionar o problema real – fazem com que muitos reflitam sobre o momento vivido.
As atuações são inquestionáveis. Temos grandes atores no longa-metragem e posso citar alguns aqui: Jennifer Lawrence, Jonah Hill, Leonardo DiCaprio, Timothee Chalamet, Cate Blanchett e Meryl Streep. Todos grandes nomes do cinema que entregam a seriedade e a galhofa que seus papéis exigem. Isso ajuda demais para que todos acreditem no que cada personagem defende e acredita.
Obviamente que o filme tem seus exageros e muitas vezes isso passam do tom. Por mais que a gente saiba que a ideia é criticar o momento em que se vive, o exagero pode acabar afastando o público. Sem falar que a cena pós-créditos incomoda por ir contra todos os conceitos de pé no chão que o filme vinha abordando. Contudo, isso não atrapalha a experiência.
Nem todos vão gostar e muitos podem se ofender com o filme ‘Não Olhe Para Cima’, mas ele precisa ser visto. Seja pelos debates que pode levantar ou pelas críticas que pode sofrer. Muitas vezes o filme tem esse papel de problematizar e nos fazer refletir sobre o momento que vivemos. Esse longa-metragem, que está disponível na Netflix, faz isso e já pode ser visto. Assistam.
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
3.8 895 Assista AgoraO universo cinematográfico da Marvel é rico e coeso. Pelo seu tamanho, é talvez o melhor mundo já desenvolvido no cinema – por mais que a gente saiba que existem furos. Só isso já faz com que um filme que saia seja motivo de burburinho e com ‘Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis’ isso não foi diferente. O filme já está disponível nos serviços de streaming e merece ser assistido por todos. Vou explicar o porquê.
Em ‘Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis’, acompanhamos a história de Shang-Chi, um chinês que foi criado por seu pai em reclusão para que pudesse focar totalmente em ser um mestre de artes marciais. Entretanto, quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo pela primeira vez, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar e traçar o seu próprio caminho.
Quem diria que após anos de filmes da Marvel ainda estaríamos assistindo histórias de origem passando nas telonas. É isso que vemos neste que é o primeiro longa-metragem a introduzir o mundo asiático neste universo cinematográfico. E pode-se se afirmar sem se preocupar: temos mais um excelente filme para assistir.
A fórmula Marvel está presente mais uma vez. Temos um herói carismático e os momentos tensos com pitadas de humor que o estúdio sempre colocou em prática nas suas produções. Talvez aqui tenhamos um dos heróis mais carismáticos, mas é o que temos também as melhores cenas de luta desde o segundo filme do Capitão América e um vilão tão bem construído que entra no panteão dos maiores.
É uma pena que um filme como esse tenha demorado tanto para vir, pois sempre se fica imaginando como seria ter esse herói na guerra contra o Thanos. Ao mesmo tempo sempre nos perguntamos como esses super poderes ficaram tanto tempo escondido – já são 13 anos da Marvel, mas felizmente tudo é explicado e não ficam pontas soltas.
Para quem gosta de easter-eggs, existem alguns. Talvez o maior delas seja relacionado ao terceiro filme do Homem de Ferro – sem spoilers –, mas tudo funciona de forma coesa e auxiliando na trama. Sem falar que temos as cenas pós-créditos que fazem a ligação com o universo criado pela Marvel que devemos ver nos próximos longas-metragens dos estúdios.
Como eu disse lá no início, o filme já está disponível na plataforma de streaming da Disney e pode ser assistido sem custo adicional pelos assinantes. Sem falar que estamos prestes a assistir ao novo filme do Homem-Aranha e nada melhor do que colocar em dia a filmografia Marvel antes de ir para os cinemas. Talvez até tenhamos perguntas respondidas no filme do Homem-Aranha?
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista AgoraCom a pandemia, muitos filmes deixaram de serem vistos nos cinemas e acabaram sendo acompanhados em casa. Por isso, muitos longas-metragens estão chegando por aqui agora que estão mais acessíveis para todos. É o caso de ‘Mulher-Maravilha 1984’, que chegou aos cinemas em dezembro de 2020 – quase um ano – e já está disponível nos canais por assinatura ou streamings.
‘Mulher-Maravilha 1984’ acompanha Diana Prince/Mulher-Maravilha (Gal Gadot) em 1984, durante a Guerra Fria, entrando em conflito com dois grandes inimigos – o empresário de mídia Maxwell Lord (Pedro Pascal) e a amiga que virou inimiga Barbara Minerva/Cheetah (Kristen Wiig) – enquanto se reúne com seu interesse amoroso Steve Trevor (Chris Pine).
Como eu fico feliz em ver a DC acertando a mão em seu universo cinematográfico. De verdade. Mais uma vez a diretora Patty Jenkins consegue entregar um filme coeso e importante para uma das personagens mais importantes dos estúdios. É muito bom ver ela sendo respeitada e bem desenvolvida em um mundo antigo (anos 80), mas com debates atuais e necessários.
Isso porque um dos pontos mais importantes do longa-metragem é a humanização dos personagens e esse não é um fator que depende do ano em que o filme se passa. Aqui a gente vê como as pessoas são falhas e como isso pode impactar no mundo. Inclusive a nossa protagonista passa por esses momentos de aprovação e se deixa levar por situações que ela critica depois.
Mas tem uma coisa que me incomoda muito: os efeitos especiais. Por mais que existam muitos efeitos práticos que auxiliem no projeto, alguns efeitos especiais – principalmente os que envolvem ela correndo – me soam “falsos” demais. Não que isso prejudique a experiência cinematográfica, mas a falta de naturalidade comparado com outros momentos é algo que gera estranheza.
Contudo, por mais que isso incomode, a experiência de ‘Mulher-Maravilha 1984’ não é prejudicada. O filme é muito coeso e importante para o universo DC. Ele preenche mais uma lacuna importante na editora e nos debates sobre o protagonismo feminino. É um acerto que espero ver se repetindo em um novo filme da franquia ou do universo interligado que todos sonham em ver acontecer – da forma correta.
Um adendo aqui: não existem referências claras ao universo da DC Comics nos cinemas. Obviamente que esse filme se passa em 1984 – antes dos acontecimentos promovidos por Snyder, mas talvez pudessem existir pistas sobre outros heróis ou vilões. A gente sabe que a ideia de universo interligado não existe mais e que os filmes são independentes, mas essas pequenas inserções alegravam o meu coração.
Um Match Surpresa
3.2 338 Assista AgoraMuitos dizem que esse ano está passando rápido demais e, nesta semana, teremos mais um reflexo disso: os filmes natalinos estão chegando aos cinemas e serviços de streaming. Como esse é um gênero que gosto muito, já quis aproveitar para trazer o primeiro de muitos – assim espero – filmes disponíveis para que os nossos leitores assistam nos próximos dias.
Um ‘Match Surpresa’ acompanha uma garota azarada no amor que finalmente conhece alguém pela internet. Quando ela toma a decisão de surpreendê-lo no Natal, é surpreendida pela descoberta de que foi tudo uma enganação. No entanto, o cara por quem ela realmente se apaixonou mora na mesma cidade e o garoto que a enganou decide ajudá-la. Em troca, ela só precisará fingir ser sua namorada no fim de ano.
Eu preciso dizer que, por mais que goste de filmes natalinos e que esse projeto tenha se proposto sair da caixinha, sua surrealidade me incomoda bastante. A protagonista é enganada e topa ser sua namorada de mentirinha? Mesmo depois de ser tão calejada por relacionamentos frustrados? Isso não faz sentido algum e o filme tenta te dizer que seria algo natural.
É legal sua ideia de fugir dos padrões, mas ficou tudo muito óbvio. Sem falar que a relação dela com os dois personagens deixava claro para onde a trama ia. Se isso não bastasse, o roteiro utiliza todos os clichês possíveis: família fofa, o amadurecimento do amor e as confusões para manter a farsa. O modelo está todo ali e foi bem atuado, mas óbvio demais para quem projetava algo diferente.
O que incomoda é que, por mais que ele se proponha a fugir dos padrões, ele cai em alguns pontos que incomodam. A gente não vê a transformação nas opiniões dos personagens e tudo é aceito de forma muito fácil e precoce. Falta explicação e verossimilhança. Isso sem falar que não se consegue gerar uma empatia com os protagonistas durante o filme.
Obviamente que ‘Match Surpresa’ não é um filme feito pensando em mim como público-alvo. Eu não sou a pessoa que esse longa-metragem precisa agradar, por mais que tenha assistido. Contudo, acredito que valha a pena assistir se a ideia é desligar o cérebro e ver aquele filme que a gente já sabe onde vai chegar. Sem surpresas e só entretenimento honesto.
O Culpado
3.0 453 Assista AgoraA Netflix ainda é o maior e mais popular serviço de streaming do Brasil. Esse título ainda não foi tirado e acredito que será difícil mudar esse panorama em um curto espaço de tempo. Isso porque eles investem muito em seu catálogo para entregar cada vez mais opções. Contudo, quantidade nem sempre anda junto da qualidade. É aqui que entra o filme ‘O Culpado’, que está no nosso espaço de cinema da semana.
‘O Culpado’ acompanha Joe Bayler em um dia tedioso na central de chamadas de emergência. Um dia, após ficar atendendo chamadas de emergência enquanto acontece um incêndio florestal que vai se aproximando da cidade, ele recebe uma chamada inusitada. A princípio uma mulher parece estar chamando seu filho, mas na verdade está discretamente reportando seu próprio sequestro.
Tentando encaixar cada detalhe vago que ela dá, Bayley precisa colocar a cabeça para funcionar para garantir sua segurança, jogando todas as suas habilidades e intuição, mas a partir que o crime começa a se revelar, mostrando sua verdadeira natureza, o psicológico do polical começa a se enfraquecer, mas precisa se forçar para se reconciliar com demônios do passado.
O longa-metragem, dirigido por Antoine Fuqua, se passa todo em um ambiente, o que torna a produção mais barata, mas o desafio maior. Tudo depende do trabalho de atuação de Jake Gyllenhaal, ator conhecido por interpretar filmes de um só homem. Contudo, em um filme que exigia mais ação e um pouco mais de insanidade, o pé no chão talvez possa ter atrapalhado.
Os rumos que o filme toma no seu decorrer surpreende o telespectador. O que se vende como algo óbvio acaba tendo uma reviravolta que prende o público. Não que isso seja um problema, mas parece que está faltando algo. Só que é errado o público esperar uma coisa diferente disso quando se depara aos nomes envolvidos no projeto. O que vemos é aquilo mesmo.
Talvez os momentos mais impactantes sejam quando o próprio Gyllenhaal revela o seu passado para o público. Isso porque ali existe veracidade e choque. Ao cair sua ficha, o público sente junto o que ele está sentindo. Isso tudo por mérito da atuação deste nome do cinema que aguarda um Oscar há algum tempo. Não será com esse filme – sinto lhe dizer isso –, mas ele virá.
‘O Culpado’ não é bem uma dica. Talvez se você goste de filmes policiais e de suspense ou seja um fã de Gyllenhaal e Fuqua ele pode funcionar. No mais, não vale a pena. A Netflix tem opções melhores e que alcancem um público mais amplo. Isso pensando na experiência cinematográfica que muitos podem estar planejando para este final de semana prolongado com o feriadão.
O Guia da Família Perfeita
3.2 27 Assista AgoraDe tempos em tempos a Netflix – principal serviço de streaming do Brasil – nos sugere produções pouco comerciais ou famosas, mas com potencial. Isso acontece mais frequentemente com as séries (‘Round 6’ e ‘La Casa de Papel’), mas os filmes também podem surpreender. Pelo menos foi isso que senti ao assistir ao filme canadense que está disponível neste segundo semestre.
No longa-metragem ‘O Guia da Família Perfeita’, um casal no Quebec lida com as armadilhas, as pressões e altas expectativas de criar os filhos em uma sociedade obcecada pelo sucesso e pelas imagens nas redes sociais. O filme é estrelado por Emilie Bierre, Holden Wong e Louise Portal; e chegou no Brasil através do serviço de streaming da Netflix em meados de julho.
Cabe aqui ressaltar que este não é um blockbuster ou um filme comercial. Ele é uma produção mais intimista e que visa questionar e levantar debates sobre a sociedade em que vivemos e em como queremos ser vistos. Isso ainda mais com as redes sociais tão presentes na nossa vida. Isso inclusive é retratado no longa-metragem em mais de um momento e sobre a ótica da mãe da família.
É muito louco parar e pensar nesse filme não como uma obra de cinema, mas sim como um retrato da sociedade. Todos nós conhecemos aquela família que parecia ser perfeita, mas que sabemos ser cheia de problemas que são mascarados para quem vê de fora. Isso infelizmente acontece e é esse o mote do filme: deixar explicito que a vida não é só mil maravilhas sempre.
E essa é a realidade de praticamente todos da família. Todos querem manter uma imagem para os seus próximos, mas são humanos com falhas. A jovem com a pressão que sofre e os negócios que administra, o pai com a carreira de sucesso e as cobranças pelo melhor, a mãe que cuida de tudo e quer se expor para as amigas e a criança mimada que quer tudo do seu jeito.
São estereótipos de uma sociedade que existe muito próximo de todos. Nós mesmos, muitas vezes, acabamos vivendo situações como essas. Tudo isso mostra como é difícil ter a “família perfeita” e como esse acaba sendo um ideal utópico. Talvez esse não seja o melhor filme em aspectos técnicos, mas o debate que ele levanta é importante para os dias que vivemos hoje e vale a pena ser assistido pelas problematizações criadas.
Paternidade
3.4 169 Assista AgoraUm filme em que esperava rir, mas que também me emocionou. Acho que essa é a melhor definição possível para o longa-metragem ‘Paternidade’, que está disponível no serviço de streaming da Netflix desde junho. Isso porque o excelente comediante Kevin Hart assume o protagonismo já esperado dentro da comédia, mas entrega toda a emoção necessária para os dramas vividos pela família.
Em ‘Paternidade’, após a esposa morrer no dia seguinte ao parto, Matt (Kevin Hart) imediatamente decide criar sua filha, sendo um pai absolutamente responsável. Mesmo com a tristeza de perder sua esposa, que também era sua namorada desde a época do ensino médio, ele faz um juramento para fornecer apoio completo à filha e assumir todas as responsabilidades que cabem a um pai.
Pode-se dizer que o filme é uma dramédia. Isso porque, mesmo com todo o drama que permeia a história, o tempo de comédia de Kevin Hart funciona muito bem. Apesar de ser diferente dos papéis que estamos acostumados a vê-lo, aqui temos um personagem bem-humorado em momentos legais do dia-a-dia de um pai solteiro. Isso indo de brincadeiras com a filha até a relação com os amigos e o trabalho.
A obra é dividida em dois períodos diferentes – recém-nascida e cinco anos. Isso funciona pelo dinamismo, mas as maneiras com que isso foi construído podem confundir o telespectador no início. A mudança foi brusca e não explica e a confusão pode aumentar quando tempos os flashbacks. Contudo, pelo bem da obra, a sacada foi muito boa.
Uma das coisas mais legais do filme é como funciona a relação do pai e da filha. Obviamente que isso funciona muito bem pelo talento dos dois atores, mas também pela maneira com que essa trama foi construída. Aqui temos uma relação que muitos pais sonham em construir, baseada na confiança e no bom-humor, sem ordens ou momentos tensos.
Não tem como não dizer outra coisa que não seja pedir para que assistam a ‘Paternidade’. Esse é o típico filme produzido para toda a família e que pode passar domingo de tarde na televisão aberta – algo difícil, já que é da Netflix. É uma grata surpresa para todos que confiarem que sim, Kevin Hart não só te faz rir, mas também te fará chorar.
O Esquadrão Suicida
3.6 1,3K Assista AgoraFaz tempo que não digo isso aqui: que grata surpresa meus amigos. Após assistir ao filme da Arlequina na última semana, fiz o dever de casa e fui ver o novo filme da franquia, chamado ‘O Esquadrão Suicida’. E quem diria que um simples artigo poderia diferençar tanto a sequência do longa-metragem de 2016 e fazer com que o público realmente se interessasse por todos os personagens.
Liderados por Sanguinário, Pacificador, Coronel Rick Flag, e pela psicopata favorita de todos, Arlequina, o Esquadrão Suicida está disposto a fazer qualquer coisa para escapar da prisão. Armados até os dentes e rastreados pela equipe de Amanda Waller, eles são jogados na ilha Corto Maltese, repleta de adversários e forças de guerrilha. O grupo de busca destruição, mas basta um movimento errado para que acabem mortos.
Existem duas diferenças que considero brutais entre os dois filmes. A primeira delas é a imprevisibilidade. Em 2016 a gente já sabia quem eram os personagens descartáveis e quem não morreria no filme. Dessa vez o conceito de Esquadrão Suicida é levado muito mais a sério. Personagens com tempo de tela e interpretados por atores queridos morrem de forma surpreendente, impactando a trama.
Outro ponto que vale o destaque é que, desta vez, não é apenas um clipe bem feito e todo o longa-metragem abraça o caos e a galhofa – algo muito bem dirigido por James Gunn. A ideia de cenas estupefatas, mas não surreais dentro do universo fazem muito sentido. Ele não é um filme que se leva a sério e isso ajuda muito no desenvolvimento da trama como ela deveria ser.
Um destaque a parte está para mais uma boa participação de Arlequina. Que personagem surpreendente e que ganha cada vez mais força no universo da DC Comics. Mas o mais legal é que, dessa vez, o carisma não fica todo nas suas custas. Isso porque a Caça-Ratos 2 é um charme a parte. Que personagem surpreendente. Nem parece uma vilã tamanho seus pensamentos e sua inocência.
‘O Esquadrão Suicida’ marca a entrada de James Gunn no universo cinematográfico da DC e isso pode ajudar demais os estúdios. Além disso, ele encerra alguns arcos abertos no primeiro filme e dita os rumos para a sequência deste caos liderado pelos vilões da editora. Tomara que essa linha narrativa seja seguida e que vejamos mais dos sobreviventes deste filme – e de outros personagens.
It: Capítulo Dois
3.4 1,5K Assista AgoraSabe aquele filme que tu assistes ao primeiro e fica ansioso pela sequência, mas acaba se esquecendo e não acompanha a saga? Foi isso que aconteceu comigo quando penso em ‘It – Capítulo 2’. Eu vi o primeiro longa-metragem no cinema e ele me impactou. Me organizei para assistir ao segundo, mas não sei por que motivo só fui assistir ao filme neste final de semana.
Em ‘It – Capítulo 2’, 27 anos depois dos eventos de ‘It – A Coisa’, Mike percebe que o palhaço Pennywise está de volta à cidade de Derry. Ele convoca os amigos do Clube dos Otários para honrar a promessa de acabar com o inimigo de uma vez por todas. Mas quando Bill, Beverly, Ritchie, Ben e Eddie retornam às suas origens, eles precisam se confrontar a traumas nunca resolvidos que repercutem até hoje na vida adulta.
O pior é que rolou uma “decepção” da minha parte. Não sei se foi a distância entre um filme e outro ou a falta de conexão entre os personagens e com o público, mas sinto que faltou algo. Tecnicamente é um bom filme e não tem muitas críticas que se possa fazer. O problema é que, quando comparado com a trama do primeiro, ele perde qualidade e carisma.
A gente não tem o mesmo envolvimento com os personagens na sua fase criança e não sabe muito do que ocorreu nos 27 anos em que eles ficaram afastados. A trama sobrenatural ganha aspectos mais “grandiosos” neste filme e eu preferia a versão mais contida do primeiro. A mística criada para vencer o Pennywise também é forçada e sem muitos rodeios todos compram uma ideia descabida.
O elenco é muito bom. São grandes atores e todos têm semelhanças com suas versões de 27 anos atrás. O problema está no roteiro do longa-metragem. É nele que não somos aprofundados a trama central e nem aos acontecimentos do passado. Falta interação entre os protagonistas que não se encontravam há muitos anos, algumas “desculpas” do roteiro para sair do ponto A e chegar no B também são frágeis.
‘It – Capítulo 2’ me decepciona. Não pelo seu elenco e direção, mas por seu roteiro que não conseguiu repetir a mesma fórmula de sucesso do primeiro filme da franquia. Talvez se eu tivesse assistido no hype a sensação fosse diferente, mas hoje existe um abismo entre o primeiro e o segundo longa-metragem. Vale a pena assistir para ver o fim de uma saga, mas o gosto estranho de que falta algo vai permanecer.
Ele é Demais
2.6 202 Assista AgoraExistem vezes que queremos um filme cabeça para pensar sobre a vida, mas também existem momentos que buscamos algo para desligar o cérebro e nos entreter. O caso do longa-metragem desta semana é o segundo. Estou falando de ‘Ele é Demais’, comédia romântica adolescente que está disponível no serviço de streaming da Netflix desde o final de agosto.
Na releitura do clássico adolescente de 1999, ‘Ela é Demais’, acompanhamos a vida de Padgett Sawyer, interpretada por Addison Rae, uma influenciadora digital que precisa cumprir um grande desafio: transformar o antissocial e estranho Cameron, interpretado por Tanner Buchanan, no garoto mais popular da escola. Será que ela vai conseguir cumprir sua aposta?
Como dito anteriormente: esse é um filme leve e despretensioso, que segue uma fórmula que já vimos um milhão de vezes. As apostas para transformar alguém deslocado em popular já surgiram em diversos momentos, mas aqui somos apresentados para uma versão reformulada e em contato com o mundo moderno dos influenciadores digitais.
Talvez um dos problemas esteja nesse cenário. Isso porque a protagonista é a influencer Addison Rae, que não é a melhor atriz do mundo. Isso fica claro em suas cenas. Na realidade não temos nenhum grande ator em cena, mas o carisma dos protagonistas acaba compensando nesta situação. Por causa disso, acaba-se criando empatia com o que vai acontecer.
Para um filme como esse, ter a empatia e a preocupação com os personagens é o mais importante para que se desenvolva uma relação com o longa-metragem. Aqui temos um mérito grandioso do diretor. Contudo, a dúvida que fica é se isso é o suficiente para a sequência – nós sabemos que a Netflix pensa em franquias quando traz filmes infanto-juvenis para o mercado.
‘Ele é Demais’ é um filme bom. Está longe da prateleira de outros filmes que trabalham com essa temática, mas respeita esses clássicos e apresenta a fórmula para uma nova geração. Vale a pena ser assistido de forma despretensiosa. Agora é preciso ficar bem claro que ele tem público-alvo bem específico. Quem gosta de comédias românticas bobas, tem aqui uma excelente pedida.