Nesta semana não teremos crítica de um lançamento dos cinemas, mas sim de um filme que foi lançado em 2015, mas chegou ao catálogo da Netflix recentemente, merecendo a atenção de quem utiliza o serviço. A produção também está disponível na TV a cabo, então grande maioria dos assinantes poderá conferir essa produção. Estou falando de “Os Vizinhos 2”.
O filme se passa logo após os acontecimentos do primeiro, apresentando Mac e Kelly Radner decidindo vender a casa e mudar-se para o subúrbio. Entretanto, uma nova fraternidade, mais estrondosa que seus antigos vizinhos, assumem a casa ao lado. Liderada por Shelby, as meninas do Kappa Nu pretendem mostrar que sabem fazer uma festa bem melhor que os meninos. A fim de que a paz na vizinhança seja restaurada e a venda de sua casa concretizada, Mac e Kelly convocam sua arma secreta: Teddy.
O filme, com certeza, está abaixo do seu antecessor, mas consegue ocasionar bons momentos de risos e quebrar certos paradigmas, como agora serem as meninas que estão organizando a república. Todos os três grandes nomes do elenco (Chloë Grace Moretz, Zac Efron e Seth Rogen) conseguem entregar boas cenas de humor e entretenimento.
Obviamente que falta profundidade nos temas abordados pelo longa-metragem e que Seth Rogen é conhecido pelos seus filmes. Essa não é uma obra para todos os públicos, mas consegue cumprir o seu papel dentro do nicho de produções do ator. Talvez uma profundidade na trama de Chloë e uma explicação mais concisa da presença de Efron fossem necessárias, mas isso não atrapalha no resultado final.
Porém, por mais que os resultados das piadas não sejam melhores que os do primeiro filme, a iniciativa de se mudar os paradigmas e clichês do gênero merecem ser destacados. Não podemos esperar profundidade nas produções de Rogen, mas o que foi visto em “Os Vizinhos 2” mostra que ele está pelo menos um pouco antenado nas discussões dos dias de hoje.
Não posso começar essa crítica com o bordão: que grata surpresa (risos). Isso porque em mais uma sequência de “Missão Impossível – Efeito Fallout” podem ver os motivos desta franquia ainda estar tão firme e como o Tom Cruise é importante para ela. Digo mais: não inventem de fazer um reboot quando ele deixar de atuar nesta franquia. Ela nasceu e deve morrer quando o ator deixar de participar dos filmes.
O filme acompanha mais uma missão de Ethan Hunt, que obrigado a unir forças com o agente especial da CIA August Walker para mais uma missão impossível, se vê novamente cara a cara com Solomon Lane preso numa teia que envolve velhos conhecidos. Atormentado por decisões do passado que retorna para assombrá-lo, Hunt precisa se resolver com seus sentimentos e impedir que uma catastrófica explosão ocorra.
Voltando ao que eu disse no início, neste filme temos um Cruise que segue mostrando o porquê está na linha de frente da franquia. Ele está perfeito em todas as cenas de ação e, devido ao não uso de dublês, tudo fica muito verdadeiro. Inclusive a cena do acidente que ele sofreu aparece no longa-metragem, além de existir uma piada marota no final do filme sobre as costelas dele, que foram fraturadas durante as filmagens.
O filme se sustenta apenas com ele, mas também existem ótimos coadjuvantes e praticamente todo o elenco está bem, mostrando assim que Cruise também é bom produtor e cuida desta franquia do jeito que ela merece. Porém nada disso seria possível sem a atuação, entrega dedicação do protagonista, que segue empolgado e amando essa franquia. Pelo menos é o que nos passa em todos os momentos e entrevistas que a franquia é citada.
“Missão Impossível – Efeito Fallout” e Tom Cruise são uma coisa só. Eles dependem um do outro para serem felizes e tudo dar certo. Neste sexto filme temos talvez a melhor atuação do ator em muito tempo – quiçá da carreira. É uma gratíssima surpresa podermos ver esse filme e termos a certeza de que um sétimo longa-metragem certamente sairá do papel e chegará nos cinemas de todo mundo o mais rápido que se pensa.
Após uma semana ruim de filmes para vocês, hoje o Jornal A Semana traz uma ótima dica para toda a família. Quem quiser ir ao cinema, criança ou adulto, e estiver buscando entretenimento de qualidade e uma pitada de nostalgia/saudosismo, não tem como não indicar a sequência que demorou 14 anos para sair do papel. Estou falando de “Os Incríveis 2”.
O longa-metragem, que começa exatamente de onde o primeiro terminou, mostra Helena Pêra sendo chamada para voltar a lutar contra o crime como a super-heroína Mulher-Elástica. Nesse momento, cabe ao seu marido, Roberto, a tarefa de cuidar das crianças, especialmente do Zezé. O que ele não esperava era que o caçula tivesse superpoderes, que surgem sem qualquer controle.
Essa sinopse simples foi escolhida para não estragar quem busca ter uma ótima experiência. Porém é possível adiantar que ele levanta debates importantes sobre a adolescência e o empoderamento feminino. Tudo isso de forma leve e sagaz, fazendo com que o telespectador compreenda tudo de forma simples e sem a necessidade de um tom mais politizado.
Além disso, temos uma animação digna dos padrões Pixar de qualidade. Isso falando dos detalhes e do movimento que os personagens têm, mostrando assim a evolução nas animações. Porém não podemos deixar de citar também um ponto-chave deste filme: a dublagem brasileira. Além de trazer ditos populares, ele também chama nomes como Raul Gil e Evaristo Costa para a produção.
“Os Incríveis 2” demorou muito para chegar aos cinemas. Muitos nem tinham a esperança de que uma sequência realmente saísse do papel. Entretanto, já é possível afirmar que valeu a pena esperar. A animação está no mesmo nível que a primeira e conseguiu se atualizar sem parecer forçada, conseguindo assim agradar literalmente todos os públicos.
Queria eu estar aqui para anunciar mais um grande filme para vocês, leitores do Jornal A Semana, irem ao cinema assistir. Esse inclusive vinha sendo o pedido em quase todas as edições, tendo em vista a quantidade de bons filmes que estavam sendo lançados. O problema é que o mundo não é um moranguinho e essa bomba veio para nos mostrar isso.
O filme começa quando uma série de assassinatos abala a rotina da cidade de Joinlândia, e o calmo e pacato subdelegado Claudio receberá a ajuda da destemida e experiente investigadora Keyla nas investigações. No entanto, a diferença de ritmo e a falta de química dos dois só atrapalhará a solução do caso.
Quando cheguei ao cinema já me desanimei, pois não esperava nada do longa-metragem. O problema foi que descobri quando cheguei lá que Tata Werneck era quase tudo no filme. Isso porque ela também era produtora e produtora-executiva de “Uma Quase Dupla”, ao lado de Cauã Reymond, que também assinava em mais espaços e não só na atuação.
O risco disso é controlar o artista e é possível afirmar que ninguém conseguiu ou quis controlar Tata. Não que eu não goste do trabalho dela. Muito pelo contrário, pois assisti Lady Night (programa do Multishow) e acompanhava o Quinta Categoria (programa da extinta MTV Brasil), então posso dizer que torcia pelo sucesso dela.
O problema é que ela não é uma grande atriz e vem se tornando muito caricata. Desde que ela surgiu isso já acontecia, mas parece que agora se intensificou. Não parece mais que ela está atuando e sim que é sempre a Tata Werneck em um esquete de Lady Night. Falta naturalidade na atuação da comediante, que força situações surreais demais para mim.
Felizmente eu estava vacinado para “Uma Quase Dupla” e a surpresa negativa não foi tão grande. Entretanto, a baixa qualidade do filme segue sendo uma pena. Ainda mais quando se incentiva as comédias a saírem do humor brasileiro pastelão. Tata tem talento para mais que isso – Reymond nem se fala – e, mais uma vez, não consegue entregar uma boa atuação.
A Copa do Mundo segue a toda na Rússia, mas as críticas de cinema aqui do Jornal A Semana não podem parar. Após uma semana onde não foi possível trazer um lançamento para este espaço, o colunista que vos escreve conseguiu assistir ao longa-metragem brasileiro “Mulheres Alteradas”, que estreia nesta quinta-feira, 05/07, nos cinemas de todo o Brasil.
A produção conta o cotidiano de quatro mulheres, cada uma enfrentando seus problemas: Keka enfrenta uma crise no casamento com Dudu, Marinati é uma workaholic que repentinamente se apaixona por Christian, Leandra sente-se bastante insegura pelo fato de ainda não ter constituído família e Sônia está cansada da rotina doméstica e sonha com a época em que era solteira.
Para quem desconhece, o filme é baseado em uma história em quadrinho argentina, que inclusive já foi publicada pela Editora Rocco aqui no Brasil. Ainda não tive a oportunidade de adquirir e ler esta publicação, mas assistir ao longa-metragem dirigido por Luís Pinheiro me instigou a procurar esta obra argentina para poder conhecer mais sobre as quatro personagens.
“Mulheres Alteradas” tem seus defeitos e abusa de alguns clichês e construções óbvias e inverossímeis durante algumas cenas do filme. Entretanto, pela primeira vez, isso não me incomodou tanto quanto costuma acontecer. Obviamente que a experiência de alguns pode ser prejudicada, mas foi surpreendente ver histórias que quebram paradigmas importantes.
No filme vemos mulheres independentes, livres sexualmente, a maternidade sem todo o romance e o casamento fadado ao fracasso. Obviamente que falta profundidade, mas “Mulheres Alteradas” entrega algo superior ao que estamos acostumados a assistir nas produções nacionais. Que venham mais filmes com essas temáticas e que eles sejam mais aprofundados também.
Nesta semana, devido a Copa do Mundo, não foi possível ir ao cinema e assistir ao grande lançamento desta quinta-feira, 28/06. Entretanto, por mais que essa experiência não tenha acontecido, os leitores deste espaço não podem ficar sem a sua dica de filme para assistir no final de semana.
Pensando nisso, trouxe um filme lançado em 2016, mas que entrará no catálogo da Netflix (serviço de streaming) neste sábado, 30/06. Estou falando de “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, longa-metragem dirigido pelo cineasta Michael Bay, conhecido pela franquia dos “Transformers”.
Baseado em fatos reais, o longa conta a história de um grupo de seis soldados privados que trabalham num complexo da CIA em Benghazi, na Líbia, em 2012. Em um aniversário dos atentados de 11 de setembro, eles precisaram defender um posto diplomático que recebe a visita de um embaixador americano, e que, obviamente, será um alvo de terroristas.
Quando o nome do diretor apareceu na tela, um medo eu já senti. Eu explico: não sou fã dos trabalhos de Bay e acho-o muito espalhafatoso. Os filmes dele querem ter proporções épicas e deixam a desejar no roteiro conciso há certo tempo. Principalmente quando se fala na franquia dos “Transformers”.
Entretanto, em “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, o diretor consegue entregar emoção e toda a sua proporção épica em uma história real e galgada num bom roteiro e atuações consistentes de praticamente todo o elenco. É uma grata surpresa, tanto para os fãs de cinema como para os seguidores de Michael Bay.
Um dos filmes mais pesados e polêmicos (não sei se é essa a palavra correta) que chegou ao cinema neste ano. Digo que não se posso classifica-lo como polêmico, pois a mim ele não incomoda tanto em alguns aspectos, mas acredito que a grande maioria das pessoas pode sim se sentir relutante em assistir ao longa-metragem e compreender a mensagem que ele traz.
O filme conta a história da fotógrafa Ronit, que retorna para a cidade natal pela primeira vez em muitos anos em virtude da morte do pai, um respeitado rabino. Seu afastamento foi bastante abrupto e o reaparecimento é visto com desconfiança na comunidade, mas ela acaba acolhida por um amigo de infância, para sua surpresa atualmente casada sua paixão de juventude, Esti.
Para quem não sabe, a produção conta com direção do argentino Sebastián Lelio, conhecido por dirigir “Mulher Fantástica”, vencedora do Oscar de melhor filme estrangeiro. Para quem assistiu ao filme, sabe que o diretor desenvolve temas complexos, porém necessários, em debates bem construídos. Em “Desobediência” isso não é diferente.
O filme é angustiante e, mais uma vez, Sebastián Lelio consegue desenvolver temas complexos e relevantes atualmente para o cinema. É mérito do argentino, que consegue fazer com que essas pautas cheguem as grandes telas. Não me surpreenderá mais uma indicação para o cineasta nas premiações de final de ano.
O diretor consegue entregar mais um trabalho surpreendente, mas muito graças à entrega de emoção e verossimilhança de todo o elenco, que constroem cenas coesas e intensas, ao ponto de criar apreensão, angustia e empatia entre quem está assistindo ao filme e os atores. Todos tem seu destaque em tela, mas buscam sempre o sucesso do filme.
“Desobediência” é intenso e deve sim ser assistido por todos, por mais que gere a incomodação. Na realidade creio que isso é necessário e que a intensidade do longa-metragem contribuirá para que essa angústia seja sentida por todos. Uma história forte, onde o sentimento e a religião são afrontados forte e assertivamente.
Passamos pela semana do Dia dos Namorados e, como de praxe, filmes românticos estreiam durante esses dias, para ser a oportunidade dos casais irem ao cinema juntos. Desta vez o público poderá conferir o longa-metragem brasileiro “Talvez Uma História de Amor”, protagonizado por Thaila Ayala e Matheus Solano, tendo sido dirigido por Rodrigo Bernardo. E já é possível dizer: que grata surpresa.
O filme começa quando Virgílio chega a casa, depois de mais um dia corriqueiro no trabalho, liga a secretária eletrônica e ouve um recado perturbador. É uma mensagem de Clara, comunicando o término do relacionamento. Virgílio, contudo, não faz a menor ideia de quem é Clara. Perturbado, ele não se lembra de ter se relacionado com ninguém, mas todos ao seu redor pareciam saber do relacionamento.
Depois disso tudo se desenrola na busca do personagem de Matheus Solano pelo grande amor que ele nem lembra que existe. E o bom é que, por mais que a premissa possa parecer cansativa, a produção não deixa que isso aconteça de forma alguma. Tudo é uma grande história de amor bem humorada, e que não necessita de recursos pastelões ou apelativos que estamos acostumados a acompanhar-nos longas nacionais.
Toda a trama é bem construída, fazendo com que a famigerada verossimilhança que tanto cobro e gosto se faça presente, por mais que a história tenha um pouco de surrealismo. Além disso, “Talvez Uma História de Amor” também funciona como inspiração e reflexão, fazendo com que o telespectador repense suas pretensões e saia do comodismo tão frequentemente vivido por todos.
“Talvez Uma História de Amor” é mais um exemplo positivo de que o cinema nacional apresenta boas produções de comédia que foge do conceito de pastelão e humor com bordão. Isso além dos dramas. Mais uma grata surpresa do cinema brasileiro que coloca os produtores, diretores e atores em um patamar acima, comprovando que é sim possível pensar fora da caixinha no Brasil e entregar entretenimento de qualidade.
Após longa espera por parte dos fãs (entre eles este que vos escreve) chega aos cinemas um dos blockbusters mais aguardados de 2018. Estamos falando de “Jurassic World 2 – Reino Ameaçado”, que chega aos cinemas de todo o Brasil no dia 21 de junho, mas que já foi disponibilizado para a imprensa. E, para quem espera mais dinossauros e ação, será um deleite para os olhos.
O filme se passa três anos após o fechamento do Jurassic Park, onde um vulcão prestes a entrar em erupção põe em risco a vida na ilha. No local não há mais qualquer presença humana, com os dinossauros vivendo livremente. Diante da situação, é preciso tomar uma decisão: deve-se retornar à ilha para salvar os animais ou abandoná-los para uma nova extinção?
A produção consegue fazer o que boa parte do público que vai ao cinema assistir a esta franquia procura: diversão e entretenimento bem feitos e com efeitos especiais únicos dentro do cinema. Não que outros aspectos não sejam importantes, até porque o longa-metragem peca muito no aspecto do roteiro, mas as pessoas querem mesmo é se maravilhar com os dinossauros de novo.
Foi assim que surgiu o “Jurassic World”. As pessoas sentiam falta deste universo criado por Steven Spielberg e queriam mais. Sempre vão querer e, até o momento, as criações do cineasta vêm sendo respeitadas. Sabemos que o roteiro é sim fraco e, muitas vezes, preguiçoso e previsível. O ponto é que, para o público geral, isso não é problema ao ponto de estragar a experiência.
Outra coisa positiva que “Jurassic World 2 – Reino Ameaçado” consegue começar muito bem neste longa-metragem é a expansão do universo e os novos níveis de pesquisa em DNA e seus resultados. O universo desenvolvido em 1993 e que nos segue até hoje deu um grande passo para que, em um terceiro filme, apresente algo realmente novo e inédito para a franquia. Quem mais está ansioso?
Nesta semana, devido à greve dos caminhoneiros, não será possível comentar alguma novidade nos cinemas, seja pela falta de gasolina deste que vos escreve e também dos leitores do Jornal A Semana. Por causa disso, optei por resenhar um filme escondido na Netflix, que poucas pessoas assistiram e que pode se tornar uma grata surpresa para quem quiser assistir a um bom filme.
O filme conta a história do casal formado por Will e Eden. Eles perdem o filho pequeno e, desolada, Eden vai embora sem dar notícias. Dois anos depois, ela volta a procura-lo, acompanhada de outro homem, e totalmente diferente de antes. Durante o jantar, com Will, Eden e o novo companheiro de sua esposa, ele começa a suspeitar que os visitantes tenham planos sinistros contra ele.
A produção apresenta ares de cult e constrói um suspense forte, cheio de nuances e desconstruções. O trabalho de Karyn Kusama, que dirige o longa-metragem, é consistente e leva o público a angústia para compreender e tentar descobrir quem está “certo ou errado” durante o pouco mais de 100 minutos que o filme tem de duração.
A apresentação de cultos e a explicação de toda a mística que cerca o longa-metragem são consistente e verossímil, fazendo com que o público acredite e se preocupe com o futuro dos protagonistas. Além disso, as atuações incomodam positivamente e fazem com que o telespectador sinta a densidade e se incomode com o que acontece no decorrer do filme.
“The Invitation” (não tem nome em português) só chegou ao Brasil graças ao serviço de streaming da Netflix e vem ganhando o conhecimento do público aos poucos. Para quem quiser assistir a um filme que mexa com o psicológico e construa uma trama tensa, cheia de reviravoltas e surpreendente, a produção é uma ótima pedida. Que grata surpresa.
Uma comédia nacional estrelada por Leandro Hassum. Normalmente essa informação já pode assustar algumas pessoas, apesar das altas bilheterias que suas produções têm a comédia pastelão e é cheia de bordões, o que também incomoda muito para quem gosta de bons filmes. Entretanto, desta vez, o ator consegue entregar uma atuação boa e convincente.
O filme conta a história de Juca Valente, que é dono de um quiosque no litoral de São Paulo e só quer saber de diversão. Eterno namorador, ele detesta grandes responsabilidades e não pensa em ter nada sério. Mas sua vida toma um rumo diferente quando uma ex-namorada larga um bebê com ele e desaparece. Juca então parte para os EUA na intenção de devolver a criança.
Para quem não sabe, a produção adapta um longa-metragem mexicano e, pelo que pude ouvir, o filme brasileiro consegue entregar uma boa adaptação. Ainda não tive a oportunidade de assistir ao original, mas me deu vontade e isso é bom. Quer dizer que a obra protagonizada por Hassum consegue ser honesta e entreter ao público que está presente no cinema.
E vale a pena assistir ao filme na tela grande. A história é bonita e aconchegante, gerando empatia com o publico que está assistindo. Inclusive isso acontece graças ao próprio protagonista do filme, que consegue interpretar o galã – o que foi surpreendente – e também o pai que mima e faz de tudo pela sua filha, independente dos riscos que pode correr.
Surpreendente, “Não se Aceitam Devoluções” é um bom filme e cumpre com o objetivo de entreter o público. Ele não chama o telespectador de burro e entrega uma história simples, mas sentimental e com empatia. As atuações conseguem entregar a verossimilhança necessária para que o público entenda e se preocupe com o futuro de cada personagem.
Talvez um dos filmes mais aguardados para este ano era o do herói tagarela mais popular da Marvel. Estamos falando de “Deadpool 2”, estrelado por Ryan Reynolds. Para quem não sabe, a produção é um marco na carreira do ator e também para o universo da Marvel na FOX dos cinemas. A importância é tanta que “Logan” bebe da mesma fonte.
A produção acompanha Deadpool, que está de volta maior, melhor e mais engraçado do que nunca. Quando o super soldado Cable, interpretado por Josh Brolin, chega em uma missão assassina. Por causa disso, o mercenário precisa aprender o que é ser herói de verdade, recrutando pessoas poderosas, ou não, para ajudá-lo.
E o que falar do longa-metragem senão classifica-lo mais uma vez como ousado e genial na sua ideia? Porque é isso que ele faz e tudo dá certo. As piadas funcionam e as referências e a cultura pop são hilárias, seja tocando nos assuntos da DC Comics, Marvel e da própria FOX Films e em como eles trataram o personagem.
O filme tem problemas no roteiro? Obviamente que sim, principalmente quando se trata do desenvolvimento dos coadjuvantes, mas ele consegue entregar algo para os fãs de quadrinhos e do personagem, sejam os antigos como os que o conheceram depois do primeiro filme da franquia. Não faltam homenagens e cenas para rir, isso sem falar da quebra da quarta parede.
Ryan Reynolds encontrou seu papel com o Deadpool e dentro dos X-Men. Por favor, fiquem até o final e assistam a cena pós-créditos. Ela é impagável e mostra um pouco da calhordice que o personagem se propõe a fazer. Uma grande experiência para quem quer ir ao cinema para se entreter e para quem é fã do personagem.
Talvez a primeira comédia realmente divertida de 2018. Mas não estamos falando da comédia pastelão, besteirol ou cult. Estamos falando daquela comédia simples, que gera aquele sorriso de canto de boca, uma gargalhada e a identificação tão importante com algumas das brincadeiras que servem para aproximar o público.
Estou falando do filme “A Noite do Jogo”, protagonizado pelos atores Jason Bateman e Rachel McAdams. A produção conta a história do casal Max e Annie, que participam de um grupo de casais que organizam noites de jogos. O irmão de Max, Brooks, chega decidido a organizar uma festa de assassinato e mistério e acaba sequestrado, levando todos a acreditarem que o sumiço faz parte da misteriosa brincadeira. Os seis amigos competitivos precisam então resolver o caso para vencer o jogo, cujo rumo vai se tornando cada vez mais inesperado.
Antes de começar a falar sobre os pontos positivos deste filme, quero salientar que ele não é perfeito e nem nada disso. Contudo, ele tem qualidades que me agradam e consegue alcançar o seu grande objetivo: entreter o público que vai ao cinema e busca um filme leve para assistir com toda a família.
O filme apresenta várias referências ao universo da cultura pop e consegue não cansar e nem subjugar o público que o assiste. Além disso, mesmo que de forma sútil, ele consegue fazer críticas pontuais a diversos problemas sociais e culturais existentes nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo.
Além disso, todo o elenco está muito bem. Obviamente que o destaque fica por conta da dupla Jason Bateman e Rachel McAdams, que conseguem mostrar toda a sua desenvoltura e um carisma sem igual. Os dois atores se complementam e mostraram uma sintonia muito grande no decorrer de todo o longa-metragem. Isso auxilia na construção da verossimilhança e da aproximação do público com a produção.
“A Noite do Jogo” surpreende positivamente por não querer ser uma obra pretenciosa demais. Ela é simples e sabe disso. E, consequentemente, ele encontrará seu público dentro do circuito. Não fará uma bilheteria surreal, mas vai entreter quem propor sair de casa e ir ao cinema para conferir a produção.
Essa semana é curta e faltaram grandes opções nos cinemas brasileiros. Pensando nisso, mais uma vez teremos um filme produzido e distribuído pela Netflix sendo resenhado aqui. Uma pena que o cinema da gigante do streaming não acompanha a qualidade das séries e, mais uma vez, temos um filme questionável sendo abordado por aqui.
Isso porque o filme desta semana é “La Vêm os Pais”, que é mais uma produção do contrato assinado entre a Netflix e o Adam Sandler. E o que posso dizer é que não dá para entender o porquê fazer filmes tão bobos e esquecíveis em um contrato de longa duração entre o ator e a distribuidora mundial.
Desta vez acompanhamos um pai dedicado de classe média, que decide seguir a tradição e se responsabiliza por todos os gastos do casamento de sua filha, mesmo podendo contar com a ajuda financeira do pai do noivo, um médico prestigiado. Agora, dois homens completamente opostos precisam encontrar um jeito de conviver pacificamente pela felicidade dos seus filhos na semana mais importante de suas vidas.
Quando se lê a sinopse disponibilizada, a visão que se tem do filme é bem diferente do que realmente se vê na tela. Isso porque pouco se aborda a possível rivalidade dos pais. Na verdade, o papel de Chris Rock consegue ser raso até para as produções do Adam Sandler. A história acaba sendo mais sobre os percalços encontrados para fazer o casamento de forma econômica e as reviravoltas que surgem.
O problema disso tudo está no roteiro, que abusa de piadas politicamente incorretas e ruins. Tudo é forçado e sem graça. Com certeza esses filmes têm seu público, senão não fariam mais filmes como esse. Contudo, mesmo para quem gosta de desligar o cérebro e relaxar, com “La Vêm os Pais” é impossível que isso aconteça. As piadas são muito ruins e sem timing cômico nenhum. O que é uma pena.
O pior é que, existe uma cena em especial onde Adam Sandler consegue mostrar um pouco do seu talento e dos recursos que ele tem como ator. A cena em questão realmente emociona e gera o envolvimento e a preocupação com o personagem. Isso só deixa mais triste quem gosta de cinema e assisti um bom ator se propondo a fazer filmes de qualidade questionáveis e descartáveis.
Talvez uma das produções mais politizadas feitas no Brasil nos últimos anos. Sei que essa premissa pode ser muito boa, mas que também pode causar desconforto ou receio de quem vai ao cinema. Isso porque, devido aos últimos fatos que a política do país está vivendo e os seus extremismos, as pessoas podem ficar com medo de sofrer de uma manipulação e exageros. Contudo não e espero que vocês se permitam assistir “Praça Paris”.
O filme acompanha a história de Camila, uma terapeuta portuguesa que trabalha na UERJ, onde atende Glória, ascensorista da universidade. Ao longo das sessões Camila se depara com uma realidade bastante violenta, já que Glória foi estuprada pelo próprio pai quando criança e seu irmão, Jonas, é um perigoso bandido que está na prisão. Cada vez mais assustada com os relatos que ouve, ela se sente ameaçada ao mesmo tempo em que Glória passa a vê-la como algo essencial em sua vida.
Não sei se, nesta ocasião em especial, comento sobre as atuações. Não que elas não sejam dignas de nota. Muito pelo contrário, todas as atrizes do longa-metragem conseguem entregar suas histórias com uma intensidade que poucas vezes se viu no cinema nacional. As duas protagonistas (Joana de Verona e Grace Passô) geram empatia e identificação nos dois públicos que poderão se identificar com a trama.
Contudo focarei no roteiro e na experiência que ele me passou. É possível gerar identificação com quem vê de fora a situação e muitas vezes acabam julgando e construindo preconceitos dentro do imaginário. Além disso, tem também quem vai se identificar com a realidade vivida por quem está nas favelas e acaba sendo menos favorecido por diversos aspectos, sejam eles pessoais ou sociais; e que mostra que nem tudo são flores.
“Praça Paris” tem de ser visto por todos e apresentado em escolas/universidades. Isso nas instituições públicas e privadas. Por quê? Por que é necessário para que todos possam se identificar e compreender as realidades, identificando-se com o personagem que mais se assemelha com a sua pessoa e acabando com os preconceitos existentes dentro da sua essência. Isso é bom e, com certeza, vai melhorar a sua experiência e valer de aprendizado para a vida.
Nesta semana, por falta de grandes lançamentos no circuito nacional de cinema, este que vos escreve optou por escrever sobre um filme que, apesar de ter estreado direto na plataforma de streaming do Netflix, vem gerando debates e questionamentos. Estamos falando de “A Caminho da Fé”, protagonizado por atores como Martin Sheen e Chiwetel Ejiofor.
A produção foi realizada em 2017 e teve apresentação no Festival de Sundance, onde foi adquirido pela Netflix para ser distribuído no país inteiro. Para quem não sabe, essa é uma prática comum da empresa estadunidense de adquirir longas-metragens já concluídos e distribuir pelo mundo com o selo de exclusividade.
Para quem ainda não ouviu falar sobre a produção, ela conta a história do Bispo Carlton Pearson, um renomado pastor conhecido internacionalmente, que está passando por uma crise na fé. Arriscando sua igreja, a família e seu futuro, ele questiona a doutrina da igreja e acaba sendo marcado como um herege.
Os embates que ele levanta no decorrer do filme são fortes e bastante polémicos, se realmente adentrarmos no debate religioso em que ele se propõe. Contudo, apesar do filme ser baseado em uma história real e esse episódio ser verídico, religião, política e futebol são temas que não se discutem nesta coluna e vamos falar mais sobre a produção em si.
E, apesar de certas técnicas de filmagem que incomodam, a proposta alcança seu objetivo de explicar uma questão histórica e importante dentro dos Estados Unidos, abordando religião, crenças e homossexualidade de forma precisa e sem romantizar ou exagerar na ideia de mostrar o ponto de vista do pastor que dá origem a trama.
Isso porque a produção acerta em vários aspectos. Talvez o mais relevante seja em ter contado a história de um ponto de vista mais emocional e bem construído, ao invés de ter se aprofundado em discussões complexas e que poderiam assustar o telespectador comum, que busca na Netflix o entretenimento e o lazer.
Com certeza a discussão, se entrada no lado religioso, seria muito maior. Por isso indico que assistam ao filme com a mente aberta, compreendam o ponto de vista do Bispo Carlton Pearson e depois converse com este que vos escreve. Não precisamos concordar com ele e nem entre a gente, mas tem de se valorizar a importância do pensamento apresentado pelo religioso.
Talvez o primeiro filme pipoca de 2018. Acho que isso pode definir bem a estreia de “Rampage – Destruição Total”, estrelado por Dwayne Johnson. Isso por que o filme é entretenimento puro – como boa parte das últimas produções protagonizadas pelo astro da WWE (luta livre na TV). E podemos dizer que, apesar dos problemas, ele terá seu público.
E, sem sombra de dúvidas, esse será o mesmo público que acompanha franquias como “Círculo de Fogo”, “Transformers”, “King-Kong” e “Godzilla”. Todos esses filmes tem uma coisa em comum: monstros ou robôs grandiosos e lutas épicas e de proporções magistrais. É isso que busca quem assiste a todos esses longas-metragens e que o telespectador da estreia da semana vai encontrar.
O filme conta a história de Davis Okoye, um primatologista recluso que compartilha um vínculo inabalável com George, um gorila muito inteligente que está sob seus cuidados desde o nascimento. Quando um experimento genético desonesto é feito em um grupo de predadores que inclui o primata, os animais se transformam em monstros que destroem tudo em seu caminho.
Contudo, não é possível dizer que o filme é bom e, nem mesmo o carisma de The Rock e sua relação com o gorila conseguem fazer com que essa impressão mude. Isso porque falta roteiro e tudo gira em torno de uma luta que não traz emoção alguma ao telespectador, com viradas de roteiro óbvias, abusando dos clichês nos mais diversos momentos da trama.
Dwayne Johnson é um bom ator no gênero que o cerca e vem estrelando diversos filmes todos os anos, mas a régua de “Rampage – Destruição Total” baixa muito o nível de qualidade técnica e de roteiro. Faltam reviravoltas realmente surpreendentes e a tão sonhada verossimilhança e aproximação com os personagens não existe.
Não me entendam mal por ter dito que o filme encontrará o seu público e depois apresentar uma série de aspectos negativos da trama. Filmes como esse infelizmente não necessitam de um roteiro consistente para fazer uma bilheteria significativamente boa. Isso porque existe um público que busca ir ao cinema e desligar o cérebro. É para essas pessoas que “Rampage – Destruição Total” foi feito.
Com certeza este será um dos melhores filmes de terror de 2018. Quiçá pode ser considerado o melhor no futuro, mas ainda estamos no início do ano e fica arriscado já dizer isso agora. Contudo, o que posso garantir é que, quem for ao cinema para assistir “Um Lugar Silencioso”, vai poder ter a experiência cinematográfica de uma grande produção.
Para quem não sabe ainda, o filme se passa em uma fazenda dos Estados Unidos, onde uma família do meio-oeste é perseguida por uma entidade fantasmagórica e assustadora. Para se protegerem, eles devem permanecer em silêncio absolutos, a qualquer custo, pois o perigo é ativado pela percepção do som.
Isso mesmo, um filme que se baseia no silêncio e não nos sustos de gritos desnecessários. Uma produção que, para quem for ao cinema e der sorte de não pegar uma sessão cheia, poderá ter uma experiência única de imersão e agonia. Isso mesmo. O silêncio é agonizante e as relações construídas fazem com que esse sentimento, junto ao apego criado com os personagens, seja um ponto extremamente positivo para a verossimilhança do filme.
Já disse aqui em várias oportunidades que existem pontos importantes para um filme, como verossimilhança e a construção de personagens que gerem empatia e construam uma relação com o público. Isso faz com que aconteça a preocupação e a experiência seja bem melhor aproveitada. E isso é possível e muito bem executado em “Um Lugar Silencioso”.
Muito disso tem como origem nas belíssimas atuações de John Krasinski (que também dirige o longa-metragem), Emily Blunt, acompanhados do elenco infanto-juvenil. Todos conseguem entregar atuações convincentes e que, cada um da sua maneira, causa comoção e preocupação para quem está imerso no filme.
“Um Lugar Silencioso” é uma grata surpresa neste mês de abril. Na realidade, esse início de ano está bem promissor para o cinema. Que o público que gosta de filmes de terror que conseguem dar algo mais profundo do que apenas sustos vá ao cinema e tenha a experiência cinematográfica de assistir a este grande longa-metragem de 2018.
Mais uma vez chegamos com a crítica do filme da semana. Desta vez temos uma produção que deve agradar todos os fãs do primeiro filme e de outros longas-metragens com robôs gigantes, cenas de luta em proporções jamais vistas e mais um monte de ideias que remetem a franquias como “Transformers” e outros projetos surreais, mas divertidos.
Na trama acompanhamos a história de Jake Pentecost, que era um promissor talento do programa de defesa, mas abandonou o treinamento e entrou no mundo do crime ao vasculhar ferros-velhos em busca de peças de robôs abandonados. Perseguido após não encontrar uma peça valiosa, ele encontra o esconderijo da jovem Amara, que clandestinamente está construindo um Jaeger de porte pequeno. Ambos tentam fugir usando o robô, mas acabam sendo capturados. Para escapar da prisão, eles são enviados ao treinamento de pilotos Jaeger.
Tenho que assumir que não assisti ao primeiro filme da franquia, lançado há cinco anos e que alcançou relativo sucesso. Isso obviamente devido as lutas de robôs gigantes contra monstros e da presença de nomes como Idris Elba e Guillermo del Toro. Contudo, não podemos dizer que o sucesso se fará presente nesta sequência.
Isso porque o filme não aproveita grandes premissas do filme, como o lado obscuro de Jake ou a criatividade de Amara na trama. Os dois têm carisma e potencial, mas acabam tendo suas tramas mais densas deixadas de lado para que se foque nas lutas épicas, mas sem grande emoção. Com exceção da luta final, falta empolgação e parece que as lutas estão ali apenas para mostrar os efeitos especiais.
Não que eles sejam ruins. Muito pelo contrário, pois toda essa pós-produção é boa. A grande questão é o porquê de algumas lutas estarem acontecendo. Falta sentido e parece que elas não têm necessidade de acontecer para o desenvolvimento da trama. E isso é muito ruim. O filme não poderia girar em torno das lutas, mas sim de um roteiro consistente onde as lutas são necessárias.
“Circulo de Fogo: A Revolta” com certeza encontrará o seu público, seja nos órfãos de “Transformers”, “Independence Day” e até em “Velozes & Furiosos” e suas cenas surreais. O problema é quando analisamos o potencial que a franquia tinha e o que ela realmente entregou. Isso é uma pena, mas ainda podemos ter mudanças na sequencia.
Mais uma adaptação oriunda dos videogames e mais um reboot de uma franquia que fez um relativo sucesso quando foi lançada. Essas duas características definem muito bem o lançamento desta semana. Isso porque estamos falando de “Tomb Raider – A Origem”, dirigido por Roar Uthaug e protagonizado pela talentosa Alicia Vikander.
O filme conta a história de Lara Croft que, aos 21 anos, leva a vida fazendo entregas de bicicleta pelas ruas de Londres, se recusando a assumir a companhia global do seu pai desaparecido há sete anos. Tentando desvendar o sumiço do pai, ela decide largar tudo para ir até o último lugar onde ele esteve e inicia uma perigosa aventura numa ilha japonesa.
E, ao contrário da grande maioria dos críticos, posso dizer que me diverti assistindo ao longa-metragem. Ele é divertido, tem cenas de ação bem executadas – apesar de serem surreais – e trazem Alicia Vikander fazendo uma grande atuação com o que foi dado para ela. E vocês vão entender o porquê essa frase tem sentido.
Falta profundidade para a personagem. Os roteiristas não se preocuparam em escrever um texto que apresentasse para o público os dilemas psicológicos e emocionais dela. Ou, quando explicaram, foi de forma rasa e isso faz com que a trama não seja tão verossímil assim. Só que isso não é culpa de Alicia e sim de quem trabalhou no roteiro.
Digo isso porque a atriz consegue entregar uma atuação convincente e com cenas de ação fortes. Ela lembra muito a personagens dos videogames e todas as sequências de perseguição – que lembram muito a franquia Indiana Jones – são empolgantes e conseguem entreter o público que busca diversão no cinema e não histórias densas.
“Tomb Raider – A Origem” acerta na escolha de seu elenco e erra no roteiro. Falta profundidade e mais explicações na história. A ideia de construir um blockbuster genérico demais pode prejudicar o início de uma franquia que tinha condições de ganhar sequências, visto a atuação de Alicia e a cena pós-créditos. Seria uma pena se não for possível ver mais do personagem.
Mais uma vez temos um filme protagonizado por Liam Neeson, onde sua família vive uma situação de risco e ele precisar salvar o dia e, consequentemente, sua esposa e filho. Essa pode ser considerada a premissa de um dos vários filmes que o ator estrelou nos últimos anos. Tanto é que isso já virou motivo de piada. Contudo, por mais que o longa-metragem tenha essas características, ele apresenta um diferencial: é muito bem executado.
O filme conta a história de um vendedor de seguros, interpretado por Liam Neeson, que durante o seu trajeto usual de volta para casa, é forçado por uma estranha misteriosa, interpretada por Vera Farmiga a descobrir a identidade de um dos passageiros do trem em que se encontra antes da última parada. Com a rotina quebrada, o homem se encontra no meio de uma conspiração criminosa.
Como foi dito anteriormente, essa é uma premissa de boa parte dos filmes recentes de Neeson, mas desta vez, ele consegue ser verossímil e construir uma trama fechada e interessante. O mistério em torno de saber quem é a testemunha é muito bem construído e consegue prender o público bem mais que “O Assassinato do Expresso Oriente”. Isso pegando como comparação um filme onde também existem investigação e vários suspeitos.
A atuação de Liam Neeson é convincente, como em vários dos papéis em que ele participa. Isso até me faz pensar o porquê ele está presente em tantos filmes deste gênero. Contudo, o que chama a atenção é a direção segura de Collet-Serra, que consegue construir um ambiente tenso, claustrofóbico e confuso – propositalmente – para saber quem é a pessoa que está sendo procurada.
As cenas de luta então? Estão muito bem executadas, filmadas e coreografadas. Isso é um mérito de Serra e do Neeson. Talvez essa seja uma consequência da parceria entre diretor e protagonista, que já trabalharam juntos em outros filmes do gênero, conseguindo emular muito bem o que está sendo pedido, além de apresentar a verossimilhança tão necessária para um filme deste gênero mais alternativo.
“O Passageiro” consegue agradar ao público fiel a Liam Neeson e a esse tipo de filme que está ficando tão popular com ele. Contudo, ele não é só isso e consegue se segurar com o drama e a investigação cativante e que prende o telespectador. Com certeza é uma grata surpresa neste início de ano, após toda a ressaca pós-Oscar.
A temporada do Oscar 2018 praticamente chegou ao fim. Obviamente que mais alguns longas-metragens indicados ainda devem chegar aos cinemas brasileiros, mas a maioria já foi e agora nós voltamos a nossa programação normal. E, podemos dizer, que de forma surpreendente. Isso porque o (bom) filme desta semana se chama ‘Motorrad’. E, apesar do nome, é brasileiro.
Para quem não sabe, a produção conta a história de Hugo, que sonha em fazer parte do grupo de motocross do seu irmão mais velho. Decidido, ele rouba algumas peças para que possa montar sua motocicleta. Quando consegue o feito, ele encontra com a turma do irmão em uma cachoeira remota, onde fazem uma trilha e se deparam com um antigo muro. Hugo sugere que eles desmontem o muro e sigam a aventura, mas acabam encontrando a dona do ferro-velho de onde Hugo roubou as peças.
Aí que entra o grande ponto de virada da trama, porque ela os convida para um caminho ainda mais radical. O problema é que a diversão vira uma corrida pela sobrevivência quando eles passam a ser perseguidos por motoqueiros sádicos e sobrenaturais. Isso mesmo que você leu. Motoqueiros sádicos e sobrenaturais. Isso tudo em um filme brasileiro e muito bem produzido, tecnicamente falando.
Ressaltei tanto a surpresa em ver que é um filme brasileiro, porque me surpreende muito um filme de gênero feito no país, onde estamos acostumados com dramas familiares ou comédias pastelão. ‘Motorrad’ é um filme surpreendente, seja pelo seu tema, atuações e pelos aspectos técnicos que ele apresenta, por mais que tenha alguns furos de roteiro.
Talvez o único grande “defeito” do filme, seja não conseguir expressar a velocidade necessária. Foi utilizado um jogo e corte de câmeras para imprimir esse ritmo mais frenético, porém falta esse movimento com os atores. Mas isso é um detalhe que pode atrapalhar quem tem um olho mais clínico e não para quem quer uma distração no cinema e busca o entretenimento.
Para esse público, o final aberto e inexplorado – em partes – pode prejudicar a interpretação do filme. Isto porque não se sabe quem os “vilões” são, de onde vieram, nem a razão de quererem matar os jovens ali presentes. E esse plano interpretativo pode prejudicar um pouco para quem está acostumado com filmes mais “mastigados”, mas vale a pena pela beleza técnica e a fotografia deslumbrante que foi desenvolvida.
Estamos nos aproximando cada vez mais da premiação do Oscar 2018, que acontece em quatro de março, nos Estados Unidos. Então, nada melhor do seguir falando sobre os indicados para a categoria mais importante do prêmio. Após essa coluna resenhar “Dunkirk”, “Três Anúncios Para um Crime”, “A Forma da Água” e “Lady Bird”; chegou a hora de falar sobre mais um dos indicados: “Trama Fantasma”.
O filme, dirigido por Paul Thomas Anderson (único dos diretores que já foi indicado na categoria), conta a história de Reynolds Woodcock, um renomado e confiante estilista que trabalha ao lado da irmã, Cyril, para vestir grandes nomes da realeza e da elite britânica. Sua inspiração surge através das mulheres que, constantemente, entram e saem de sua vida. Mas tudo muda quando ele conhece a forte e inteligente Alma, que vira sua musa e amante.
A partir desta sinopse a premissa do filme segue, com atuações consistentes em um roteiro confuso. Não que o roteiro do longa-metragem não seja bom, afinal o filme está indicado em seis categorias do Oscar – mas não em melhor roteiro. Isso porque o filme deixa tudo muito aberto e interpretativo, sem se fazer compreender pelas motivações, principalmente da protagonista feminina da trama.
Apesar de uma belíssima atuação de Vicky Krieps, sua personagem não consegue cativar. Isso porque suas motivações não são verossímeis. Na realidade falta verossimilhança em muitos aspectos do longa-metragem. Contudo, as atuações seguras de todos do elenco, mas, principalmente, de Daniel Day-Lewis, fazem com que o público se envolva e queira saber o que vai acontecer com cada um dos personagens, por mais que não se entenda os motivos de tamanho apresso.
Já a direção de Paul Thomas Anderson é segura e, em certos momentos, ousada. Isso se vê nas cenas dentro de veículos e nos planos fechados que ele utiliza para os dois protagonistas. Talvez, se Guillermo del Toro não estivesse entre os indicados, o diretor poderia beliscar o prêmio neste ano. Essa seria sua primeira estatueta, apesar de já ter sido indicado ao Oscar em outros momentos de sua carreira.
“Trama Fantasma”, sem sombra de dúvidas, foi a grande surpresa desta temporada de premiações. Ninguém apostava no longa-metragem, que ganhou seis indicações. Apesar disso, a produção consegue se sobressair em alguns aspectos – apesar de estar atrás de uns quatro dos indicados – mas acabará caindo no esquecimento devido à concorrência de outras obras. Porém, Daniel Day-Lewis pode sonhar com algo.
Mais uma vez preciso destacar: que início de anos queridos leitores que acompanham a coluna de cinema do Jornal A Semana. Isso porque, após “A Forma da Água” e “Lady Bird”, desta vez foi possível assistir ao longa-metragem “Três Anúncios Para um Crime”, produção que foi indicada ao Oscar 2018 em sete categorias, incluindo melhor filme.
No longa-metragem acompanhamos a história de Mildred Hayes, interpretada por Frances McDormand, que, inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o delegado Willoughby, responsável pela investigação.
Frances McDormand. E esse é o nome que deve ser guardado na cabeça e no coração de quem assiste ao filme. Isso porque a atuação desta atriz é digna de indicação ao Oscar de melhor atriz – e porque não falar que deveria vencer essa categoria. A atriz consegue carregar todo o drama e a carga emocional que o filme precisa e que a história necessita, tendo em vista o drama pelo qual a protagonista passa.
Concebida como uma mulher durona, implacável e justa, Mildred trata-se de um personagem nada óbvio. E estranhamente cativante. Na boca da atriz, o texto flui de maneira assustadoramente natural. É possível compreender cada sentimento pelo qual ela passa. Ainda que não o expresse verbalmente. E esse silêncio fala muito em alguns momentos da produção.
A partir de uma ideia bem simples, o roteiro encadeia uma série de sequências tão absurdas, como surpreendentes. Mas elas só se tornam críveis porque são executadas por personagens ricos, que fogem do maniqueísmo do mocinho/vilão. Há todo um processo na construção desses coadjuvantes que instigam o espectador a querer saber mais deles.
Talvez não seja o melhor filme do ano – para mim fica atrás de “A Forma da Água” – mas “Três Anúncios Para um Crime” pode ser considerado um dos favoritos nesta temporada de premiação. Por mais que a falta de um final fechado, a obra tem força e é verossímil, merecendo assim ser reconhecida e premiada neste ano.
Vizinhos 2
3.0 379 Assista AgoraNesta semana não teremos crítica de um lançamento dos cinemas, mas sim de um filme que foi lançado em 2015, mas chegou ao catálogo da Netflix recentemente, merecendo a atenção de quem utiliza o serviço. A produção também está disponível na TV a cabo, então grande maioria dos assinantes poderá conferir essa produção. Estou falando de “Os Vizinhos 2”.
O filme se passa logo após os acontecimentos do primeiro, apresentando Mac e Kelly Radner decidindo vender a casa e mudar-se para o subúrbio. Entretanto, uma nova fraternidade, mais estrondosa que seus antigos vizinhos, assumem a casa ao lado. Liderada por Shelby, as meninas do Kappa Nu pretendem mostrar que sabem fazer uma festa bem melhor que os meninos. A fim de que a paz na vizinhança seja restaurada e a venda de sua casa concretizada, Mac e Kelly convocam sua arma secreta: Teddy.
O filme, com certeza, está abaixo do seu antecessor, mas consegue ocasionar bons momentos de risos e quebrar certos paradigmas, como agora serem as meninas que estão organizando a república. Todos os três grandes nomes do elenco (Chloë Grace Moretz, Zac Efron e Seth Rogen) conseguem entregar boas cenas de humor e entretenimento.
Obviamente que falta profundidade nos temas abordados pelo longa-metragem e que Seth Rogen é conhecido pelos seus filmes. Essa não é uma obra para todos os públicos, mas consegue cumprir o seu papel dentro do nicho de produções do ator. Talvez uma profundidade na trama de Chloë e uma explicação mais concisa da presença de Efron fossem necessárias, mas isso não atrapalha no resultado final.
Porém, por mais que os resultados das piadas não sejam melhores que os do primeiro filme, a iniciativa de se mudar os paradigmas e clichês do gênero merecem ser destacados. Não podemos esperar profundidade nas produções de Rogen, mas o que foi visto em “Os Vizinhos 2” mostra que ele está pelo menos um pouco antenado nas discussões dos dias de hoje.
Missão: Impossível - Efeito Fallout
3.9 788Não posso começar essa crítica com o bordão: que grata surpresa (risos). Isso porque em mais uma sequência de “Missão Impossível – Efeito Fallout” podem ver os motivos desta franquia ainda estar tão firme e como o Tom Cruise é importante para ela. Digo mais: não inventem de fazer um reboot quando ele deixar de atuar nesta franquia. Ela nasceu e deve morrer quando o ator deixar de participar dos filmes.
O filme acompanha mais uma missão de Ethan Hunt, que obrigado a unir forças com o agente especial da CIA August Walker para mais uma missão impossível, se vê novamente cara a cara com Solomon Lane preso numa teia que envolve velhos conhecidos. Atormentado por decisões do passado que retorna para assombrá-lo, Hunt precisa se resolver com seus sentimentos e impedir que uma catastrófica explosão ocorra.
Voltando ao que eu disse no início, neste filme temos um Cruise que segue mostrando o porquê está na linha de frente da franquia. Ele está perfeito em todas as cenas de ação e, devido ao não uso de dublês, tudo fica muito verdadeiro. Inclusive a cena do acidente que ele sofreu aparece no longa-metragem, além de existir uma piada marota no final do filme sobre as costelas dele, que foram fraturadas durante as filmagens.
O filme se sustenta apenas com ele, mas também existem ótimos coadjuvantes e praticamente todo o elenco está bem, mostrando assim que Cruise também é bom produtor e cuida desta franquia do jeito que ela merece. Porém nada disso seria possível sem a atuação, entrega dedicação do protagonista, que segue empolgado e amando essa franquia. Pelo menos é o que nos passa em todos os momentos e entrevistas que a franquia é citada.
“Missão Impossível – Efeito Fallout” e Tom Cruise são uma coisa só. Eles dependem um do outro para serem felizes e tudo dar certo. Neste sexto filme temos talvez a melhor atuação do ator em muito tempo – quiçá da carreira. É uma gratíssima surpresa podermos ver esse filme e termos a certeza de que um sétimo longa-metragem certamente sairá do papel e chegará nos cinemas de todo mundo o mais rápido que se pensa.
Os Incríveis 2
4.1 1,4K Assista AgoraApós uma semana ruim de filmes para vocês, hoje o Jornal A Semana traz uma ótima dica para toda a família. Quem quiser ir ao cinema, criança ou adulto, e estiver buscando entretenimento de qualidade e uma pitada de nostalgia/saudosismo, não tem como não indicar a sequência que demorou 14 anos para sair do papel. Estou falando de “Os Incríveis 2”.
O longa-metragem, que começa exatamente de onde o primeiro terminou, mostra Helena Pêra sendo chamada para voltar a lutar contra o crime como a super-heroína Mulher-Elástica. Nesse momento, cabe ao seu marido, Roberto, a tarefa de cuidar das crianças, especialmente do Zezé. O que ele não esperava era que o caçula tivesse superpoderes, que surgem sem qualquer controle.
Essa sinopse simples foi escolhida para não estragar quem busca ter uma ótima experiência. Porém é possível adiantar que ele levanta debates importantes sobre a adolescência e o empoderamento feminino. Tudo isso de forma leve e sagaz, fazendo com que o telespectador compreenda tudo de forma simples e sem a necessidade de um tom mais politizado.
Além disso, temos uma animação digna dos padrões Pixar de qualidade. Isso falando dos detalhes e do movimento que os personagens têm, mostrando assim a evolução nas animações. Porém não podemos deixar de citar também um ponto-chave deste filme: a dublagem brasileira. Além de trazer ditos populares, ele também chama nomes como Raul Gil e Evaristo Costa para a produção.
“Os Incríveis 2” demorou muito para chegar aos cinemas. Muitos nem tinham a esperança de que uma sequência realmente saísse do papel. Entretanto, já é possível afirmar que valeu a pena esperar. A animação está no mesmo nível que a primeira e conseguiu se atualizar sem parecer forçada, conseguindo assim agradar literalmente todos os públicos.
Uma Quase Dupla
2.5 156Queria eu estar aqui para anunciar mais um grande filme para vocês, leitores do Jornal A Semana, irem ao cinema assistir. Esse inclusive vinha sendo o pedido em quase todas as edições, tendo em vista a quantidade de bons filmes que estavam sendo lançados. O problema é que o mundo não é um moranguinho e essa bomba veio para nos mostrar isso.
O filme começa quando uma série de assassinatos abala a rotina da cidade de Joinlândia, e o calmo e pacato subdelegado Claudio receberá a ajuda da destemida e experiente investigadora Keyla nas investigações. No entanto, a diferença de ritmo e a falta de química dos dois só atrapalhará a solução do caso.
Quando cheguei ao cinema já me desanimei, pois não esperava nada do longa-metragem. O problema foi que descobri quando cheguei lá que Tata Werneck era quase tudo no filme. Isso porque ela também era produtora e produtora-executiva de “Uma Quase Dupla”, ao lado de Cauã Reymond, que também assinava em mais espaços e não só na atuação.
O risco disso é controlar o artista e é possível afirmar que ninguém conseguiu ou quis controlar Tata. Não que eu não goste do trabalho dela. Muito pelo contrário, pois assisti Lady Night (programa do Multishow) e acompanhava o Quinta Categoria (programa da extinta MTV Brasil), então posso dizer que torcia pelo sucesso dela.
O problema é que ela não é uma grande atriz e vem se tornando muito caricata. Desde que ela surgiu isso já acontecia, mas parece que agora se intensificou. Não parece mais que ela está atuando e sim que é sempre a Tata Werneck em um esquete de Lady Night. Falta naturalidade na atuação da comediante, que força situações surreais demais para mim.
Felizmente eu estava vacinado para “Uma Quase Dupla” e a surpresa negativa não foi tão grande. Entretanto, a baixa qualidade do filme segue sendo uma pena. Ainda mais quando se incentiva as comédias a saírem do humor brasileiro pastelão. Tata tem talento para mais que isso – Reymond nem se fala – e, mais uma vez, não consegue entregar uma boa atuação.
Mulheres Alteradas
2.6 67A Copa do Mundo segue a toda na Rússia, mas as críticas de cinema aqui do Jornal A Semana não podem parar. Após uma semana onde não foi possível trazer um lançamento para este espaço, o colunista que vos escreve conseguiu assistir ao longa-metragem brasileiro “Mulheres Alteradas”, que estreia nesta quinta-feira, 05/07, nos cinemas de todo o Brasil.
A produção conta o cotidiano de quatro mulheres, cada uma enfrentando seus problemas: Keka enfrenta uma crise no casamento com Dudu, Marinati é uma workaholic que repentinamente se apaixona por Christian, Leandra sente-se bastante insegura pelo fato de ainda não ter constituído família e Sônia está cansada da rotina doméstica e sonha com a época em que era solteira.
Para quem desconhece, o filme é baseado em uma história em quadrinho argentina, que inclusive já foi publicada pela Editora Rocco aqui no Brasil. Ainda não tive a oportunidade de adquirir e ler esta publicação, mas assistir ao longa-metragem dirigido por Luís Pinheiro me instigou a procurar esta obra argentina para poder conhecer mais sobre as quatro personagens.
“Mulheres Alteradas” tem seus defeitos e abusa de alguns clichês e construções óbvias e inverossímeis durante algumas cenas do filme. Entretanto, pela primeira vez, isso não me incomodou tanto quanto costuma acontecer. Obviamente que a experiência de alguns pode ser prejudicada, mas foi surpreendente ver histórias que quebram paradigmas importantes.
No filme vemos mulheres independentes, livres sexualmente, a maternidade sem todo o romance e o casamento fadado ao fracasso. Obviamente que falta profundidade, mas “Mulheres Alteradas” entrega algo superior ao que estamos acostumados a assistir nas produções nacionais. Que venham mais filmes com essas temáticas e que eles sejam mais aprofundados também.
13 Horas - Os Soldados Secretos de Benghazi
3.5 310Nesta semana, devido a Copa do Mundo, não foi possível ir ao cinema e assistir ao grande lançamento desta quinta-feira, 28/06. Entretanto, por mais que essa experiência não tenha acontecido, os leitores deste espaço não podem ficar sem a sua dica de filme para assistir no final de semana.
Pensando nisso, trouxe um filme lançado em 2016, mas que entrará no catálogo da Netflix (serviço de streaming) neste sábado, 30/06. Estou falando de “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, longa-metragem dirigido pelo cineasta Michael Bay, conhecido pela franquia dos “Transformers”.
Baseado em fatos reais, o longa conta a história de um grupo de seis soldados privados que trabalham num complexo da CIA em Benghazi, na Líbia, em 2012. Em um aniversário dos atentados de 11 de setembro, eles precisaram defender um posto diplomático que recebe a visita de um embaixador americano, e que, obviamente, será um alvo de terroristas.
Quando o nome do diretor apareceu na tela, um medo eu já senti. Eu explico: não sou fã dos trabalhos de Bay e acho-o muito espalhafatoso. Os filmes dele querem ter proporções épicas e deixam a desejar no roteiro conciso há certo tempo. Principalmente quando se fala na franquia dos “Transformers”.
Entretanto, em “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, o diretor consegue entregar emoção e toda a sua proporção épica em uma história real e galgada num bom roteiro e atuações consistentes de praticamente todo o elenco. É uma grata surpresa, tanto para os fãs de cinema como para os seguidores de Michael Bay.
Desobediência
3.7 720 Assista AgoraUm dos filmes mais pesados e polêmicos (não sei se é essa a palavra correta) que chegou ao cinema neste ano. Digo que não se posso classifica-lo como polêmico, pois a mim ele não incomoda tanto em alguns aspectos, mas acredito que a grande maioria das pessoas pode sim se sentir relutante em assistir ao longa-metragem e compreender a mensagem que ele traz.
O filme conta a história da fotógrafa Ronit, que retorna para a cidade natal pela primeira vez em muitos anos em virtude da morte do pai, um respeitado rabino. Seu afastamento foi bastante abrupto e o reaparecimento é visto com desconfiança na comunidade, mas ela acaba acolhida por um amigo de infância, para sua surpresa atualmente casada sua paixão de juventude, Esti.
Para quem não sabe, a produção conta com direção do argentino Sebastián Lelio, conhecido por dirigir “Mulher Fantástica”, vencedora do Oscar de melhor filme estrangeiro. Para quem assistiu ao filme, sabe que o diretor desenvolve temas complexos, porém necessários, em debates bem construídos. Em “Desobediência” isso não é diferente.
O filme é angustiante e, mais uma vez, Sebastián Lelio consegue desenvolver temas complexos e relevantes atualmente para o cinema. É mérito do argentino, que consegue fazer com que essas pautas cheguem as grandes telas. Não me surpreenderá mais uma indicação para o cineasta nas premiações de final de ano.
O diretor consegue entregar mais um trabalho surpreendente, mas muito graças à entrega de emoção e verossimilhança de todo o elenco, que constroem cenas coesas e intensas, ao ponto de criar apreensão, angustia e empatia entre quem está assistindo ao filme e os atores. Todos tem seu destaque em tela, mas buscam sempre o sucesso do filme.
“Desobediência” é intenso e deve sim ser assistido por todos, por mais que gere a incomodação. Na realidade creio que isso é necessário e que a intensidade do longa-metragem contribuirá para que essa angústia seja sentida por todos. Uma história forte, onde o sentimento e a religião são afrontados forte e assertivamente.
Talvez Uma História de Amor
3.2 85 Assista AgoraPassamos pela semana do Dia dos Namorados e, como de praxe, filmes românticos estreiam durante esses dias, para ser a oportunidade dos casais irem ao cinema juntos. Desta vez o público poderá conferir o longa-metragem brasileiro “Talvez Uma História de Amor”, protagonizado por Thaila Ayala e Matheus Solano, tendo sido dirigido por Rodrigo Bernardo. E já é possível dizer: que grata surpresa.
O filme começa quando Virgílio chega a casa, depois de mais um dia corriqueiro no trabalho, liga a secretária eletrônica e ouve um recado perturbador. É uma mensagem de Clara, comunicando o término do relacionamento. Virgílio, contudo, não faz a menor ideia de quem é Clara. Perturbado, ele não se lembra de ter se relacionado com ninguém, mas todos ao seu redor pareciam saber do relacionamento.
Depois disso tudo se desenrola na busca do personagem de Matheus Solano pelo grande amor que ele nem lembra que existe. E o bom é que, por mais que a premissa possa parecer cansativa, a produção não deixa que isso aconteça de forma alguma. Tudo é uma grande história de amor bem humorada, e que não necessita de recursos pastelões ou apelativos que estamos acostumados a acompanhar-nos longas nacionais.
Toda a trama é bem construída, fazendo com que a famigerada verossimilhança que tanto cobro e gosto se faça presente, por mais que a história tenha um pouco de surrealismo. Além disso, “Talvez Uma História de Amor” também funciona como inspiração e reflexão, fazendo com que o telespectador repense suas pretensões e saia do comodismo tão frequentemente vivido por todos.
“Talvez Uma História de Amor” é mais um exemplo positivo de que o cinema nacional apresenta boas produções de comédia que foge do conceito de pastelão e humor com bordão. Isso além dos dramas. Mais uma grata surpresa do cinema brasileiro que coloca os produtores, diretores e atores em um patamar acima, comprovando que é sim possível pensar fora da caixinha no Brasil e entregar entretenimento de qualidade.
Jurassic World: Reino Ameaçado
3.4 1,1K Assista AgoraApós longa espera por parte dos fãs (entre eles este que vos escreve) chega aos cinemas um dos blockbusters mais aguardados de 2018. Estamos falando de “Jurassic World 2 – Reino Ameaçado”, que chega aos cinemas de todo o Brasil no dia 21 de junho, mas que já foi disponibilizado para a imprensa. E, para quem espera mais dinossauros e ação, será um deleite para os olhos.
O filme se passa três anos após o fechamento do Jurassic Park, onde um vulcão prestes a entrar em erupção põe em risco a vida na ilha. No local não há mais qualquer presença humana, com os dinossauros vivendo livremente. Diante da situação, é preciso tomar uma decisão: deve-se retornar à ilha para salvar os animais ou abandoná-los para uma nova extinção?
A produção consegue fazer o que boa parte do público que vai ao cinema assistir a esta franquia procura: diversão e entretenimento bem feitos e com efeitos especiais únicos dentro do cinema. Não que outros aspectos não sejam importantes, até porque o longa-metragem peca muito no aspecto do roteiro, mas as pessoas querem mesmo é se maravilhar com os dinossauros de novo.
Foi assim que surgiu o “Jurassic World”. As pessoas sentiam falta deste universo criado por Steven Spielberg e queriam mais. Sempre vão querer e, até o momento, as criações do cineasta vêm sendo respeitadas. Sabemos que o roteiro é sim fraco e, muitas vezes, preguiçoso e previsível. O ponto é que, para o público geral, isso não é problema ao ponto de estragar a experiência.
Outra coisa positiva que “Jurassic World 2 – Reino Ameaçado” consegue começar muito bem neste longa-metragem é a expansão do universo e os novos níveis de pesquisa em DNA e seus resultados. O universo desenvolvido em 1993 e que nos segue até hoje deu um grande passo para que, em um terceiro filme, apresente algo realmente novo e inédito para a franquia. Quem mais está ansioso?
O Convite
3.3 1,1KNesta semana, devido à greve dos caminhoneiros, não será possível comentar alguma novidade nos cinemas, seja pela falta de gasolina deste que vos escreve e também dos leitores do Jornal A Semana. Por causa disso, optei por resenhar um filme escondido na Netflix, que poucas pessoas assistiram e que pode se tornar uma grata surpresa para quem quiser assistir a um bom filme.
O filme conta a história do casal formado por Will e Eden. Eles perdem o filho pequeno e, desolada, Eden vai embora sem dar notícias. Dois anos depois, ela volta a procura-lo, acompanhada de outro homem, e totalmente diferente de antes. Durante o jantar, com Will, Eden e o novo companheiro de sua esposa, ele começa a suspeitar que os visitantes tenham planos sinistros contra ele.
A produção apresenta ares de cult e constrói um suspense forte, cheio de nuances e desconstruções. O trabalho de Karyn Kusama, que dirige o longa-metragem, é consistente e leva o público a angústia para compreender e tentar descobrir quem está “certo ou errado” durante o pouco mais de 100 minutos que o filme tem de duração.
A apresentação de cultos e a explicação de toda a mística que cerca o longa-metragem são consistente e verossímil, fazendo com que o público acredite e se preocupe com o futuro dos protagonistas. Além disso, as atuações incomodam positivamente e fazem com que o telespectador sinta a densidade e se incomode com o que acontece no decorrer do filme.
“The Invitation” (não tem nome em português) só chegou ao Brasil graças ao serviço de streaming da Netflix e vem ganhando o conhecimento do público aos poucos. Para quem quiser assistir a um filme que mexa com o psicológico e construa uma trama tensa, cheia de reviravoltas e surpreendente, a produção é uma ótima pedida. Que grata surpresa.
Não Se Aceitam Devoluções
2.6 54Uma comédia nacional estrelada por Leandro Hassum. Normalmente essa informação já pode assustar algumas pessoas, apesar das altas bilheterias que suas produções têm a comédia pastelão e é cheia de bordões, o que também incomoda muito para quem gosta de bons filmes. Entretanto, desta vez, o ator consegue entregar uma atuação boa e convincente.
O filme conta a história de Juca Valente, que é dono de um quiosque no litoral de São Paulo e só quer saber de diversão. Eterno namorador, ele detesta grandes responsabilidades e não pensa em ter nada sério. Mas sua vida toma um rumo diferente quando uma ex-namorada larga um bebê com ele e desaparece. Juca então parte para os EUA na intenção de devolver a criança.
Para quem não sabe, a produção adapta um longa-metragem mexicano e, pelo que pude ouvir, o filme brasileiro consegue entregar uma boa adaptação. Ainda não tive a oportunidade de assistir ao original, mas me deu vontade e isso é bom. Quer dizer que a obra protagonizada por Hassum consegue ser honesta e entreter ao público que está presente no cinema.
E vale a pena assistir ao filme na tela grande. A história é bonita e aconchegante, gerando empatia com o publico que está assistindo. Inclusive isso acontece graças ao próprio protagonista do filme, que consegue interpretar o galã – o que foi surpreendente – e também o pai que mima e faz de tudo pela sua filha, independente dos riscos que pode correr.
Surpreendente, “Não se Aceitam Devoluções” é um bom filme e cumpre com o objetivo de entreter o público. Ele não chama o telespectador de burro e entrega uma história simples, mas sentimental e com empatia. As atuações conseguem entregar a verossimilhança necessária para que o público entenda e se preocupe com o futuro de cada personagem.
Deadpool 2
3.8 1,3K Assista AgoraTalvez um dos filmes mais aguardados para este ano era o do herói tagarela mais popular da Marvel. Estamos falando de “Deadpool 2”, estrelado por Ryan Reynolds. Para quem não sabe, a produção é um marco na carreira do ator e também para o universo da Marvel na FOX dos cinemas. A importância é tanta que “Logan” bebe da mesma fonte.
A produção acompanha Deadpool, que está de volta maior, melhor e mais engraçado do que nunca. Quando o super soldado Cable, interpretado por Josh Brolin, chega em uma missão assassina. Por causa disso, o mercenário precisa aprender o que é ser herói de verdade, recrutando pessoas poderosas, ou não, para ajudá-lo.
E o que falar do longa-metragem senão classifica-lo mais uma vez como ousado e genial na sua ideia? Porque é isso que ele faz e tudo dá certo. As piadas funcionam e as referências e a cultura pop são hilárias, seja tocando nos assuntos da DC Comics, Marvel e da própria FOX Films e em como eles trataram o personagem.
O filme tem problemas no roteiro? Obviamente que sim, principalmente quando se trata do desenvolvimento dos coadjuvantes, mas ele consegue entregar algo para os fãs de quadrinhos e do personagem, sejam os antigos como os que o conheceram depois do primeiro filme da franquia. Não faltam homenagens e cenas para rir, isso sem falar da quebra da quarta parede.
Ryan Reynolds encontrou seu papel com o Deadpool e dentro dos X-Men. Por favor, fiquem até o final e assistam a cena pós-créditos. Ela é impagável e mostra um pouco da calhordice que o personagem se propõe a fazer. Uma grande experiência para quem quer ir ao cinema para se entreter e para quem é fã do personagem.
A Noite do Jogo
3.5 671 Assista AgoraTalvez a primeira comédia realmente divertida de 2018. Mas não estamos falando da comédia pastelão, besteirol ou cult. Estamos falando daquela comédia simples, que gera aquele sorriso de canto de boca, uma gargalhada e a identificação tão importante com algumas das brincadeiras que servem para aproximar o público.
Estou falando do filme “A Noite do Jogo”, protagonizado pelos atores Jason Bateman e Rachel McAdams. A produção conta a história do casal Max e Annie, que participam de um grupo de casais que organizam noites de jogos. O irmão de Max, Brooks, chega decidido a organizar uma festa de assassinato e mistério e acaba sequestrado, levando todos a acreditarem que o sumiço faz parte da misteriosa brincadeira. Os seis amigos competitivos precisam então resolver o caso para vencer o jogo, cujo rumo vai se tornando cada vez mais inesperado.
Antes de começar a falar sobre os pontos positivos deste filme, quero salientar que ele não é perfeito e nem nada disso. Contudo, ele tem qualidades que me agradam e consegue alcançar o seu grande objetivo: entreter o público que vai ao cinema e busca um filme leve para assistir com toda a família.
O filme apresenta várias referências ao universo da cultura pop e consegue não cansar e nem subjugar o público que o assiste. Além disso, mesmo que de forma sútil, ele consegue fazer críticas pontuais a diversos problemas sociais e culturais existentes nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo.
Além disso, todo o elenco está muito bem. Obviamente que o destaque fica por conta da dupla Jason Bateman e Rachel McAdams, que conseguem mostrar toda a sua desenvoltura e um carisma sem igual. Os dois atores se complementam e mostraram uma sintonia muito grande no decorrer de todo o longa-metragem. Isso auxilia na construção da verossimilhança e da aproximação do público com a produção.
“A Noite do Jogo” surpreende positivamente por não querer ser uma obra pretenciosa demais. Ela é simples e sabe disso. E, consequentemente, ele encontrará seu público dentro do circuito. Não fará uma bilheteria surreal, mas vai entreter quem propor sair de casa e ir ao cinema para conferir a produção.
Lá Vêm os Pais
2.6 206 Assista AgoraEssa semana é curta e faltaram grandes opções nos cinemas brasileiros. Pensando nisso, mais uma vez teremos um filme produzido e distribuído pela Netflix sendo resenhado aqui. Uma pena que o cinema da gigante do streaming não acompanha a qualidade das séries e, mais uma vez, temos um filme questionável sendo abordado por aqui.
Isso porque o filme desta semana é “La Vêm os Pais”, que é mais uma produção do contrato assinado entre a Netflix e o Adam Sandler. E o que posso dizer é que não dá para entender o porquê fazer filmes tão bobos e esquecíveis em um contrato de longa duração entre o ator e a distribuidora mundial.
Desta vez acompanhamos um pai dedicado de classe média, que decide seguir a tradição e se responsabiliza por todos os gastos do casamento de sua filha, mesmo podendo contar com a ajuda financeira do pai do noivo, um médico prestigiado. Agora, dois homens completamente opostos precisam encontrar um jeito de conviver pacificamente pela felicidade dos seus filhos na semana mais importante de suas vidas.
Quando se lê a sinopse disponibilizada, a visão que se tem do filme é bem diferente do que realmente se vê na tela. Isso porque pouco se aborda a possível rivalidade dos pais. Na verdade, o papel de Chris Rock consegue ser raso até para as produções do Adam Sandler. A história acaba sendo mais sobre os percalços encontrados para fazer o casamento de forma econômica e as reviravoltas que surgem.
O problema disso tudo está no roteiro, que abusa de piadas politicamente incorretas e ruins. Tudo é forçado e sem graça. Com certeza esses filmes têm seu público, senão não fariam mais filmes como esse. Contudo, mesmo para quem gosta de desligar o cérebro e relaxar, com “La Vêm os Pais” é impossível que isso aconteça. As piadas são muito ruins e sem timing cômico nenhum. O que é uma pena.
O pior é que, existe uma cena em especial onde Adam Sandler consegue mostrar um pouco do seu talento e dos recursos que ele tem como ator. A cena em questão realmente emociona e gera o envolvimento e a preocupação com o personagem. Isso só deixa mais triste quem gosta de cinema e assisti um bom ator se propondo a fazer filmes de qualidade questionáveis e descartáveis.
Praça Paris
3.7 66 Assista AgoraTalvez uma das produções mais politizadas feitas no Brasil nos últimos anos. Sei que essa premissa pode ser muito boa, mas que também pode causar desconforto ou receio de quem vai ao cinema. Isso porque, devido aos últimos fatos que a política do país está vivendo e os seus extremismos, as pessoas podem ficar com medo de sofrer de uma manipulação e exageros. Contudo não e espero que vocês se permitam assistir “Praça Paris”.
O filme acompanha a história de Camila, uma terapeuta portuguesa que trabalha na UERJ, onde atende Glória, ascensorista da universidade. Ao longo das sessões Camila se depara com uma realidade bastante violenta, já que Glória foi estuprada pelo próprio pai quando criança e seu irmão, Jonas, é um perigoso bandido que está na prisão. Cada vez mais assustada com os relatos que ouve, ela se sente ameaçada ao mesmo tempo em que Glória passa a vê-la como algo essencial em sua vida.
Não sei se, nesta ocasião em especial, comento sobre as atuações. Não que elas não sejam dignas de nota. Muito pelo contrário, todas as atrizes do longa-metragem conseguem entregar suas histórias com uma intensidade que poucas vezes se viu no cinema nacional. As duas protagonistas (Joana de Verona e Grace Passô) geram empatia e identificação nos dois públicos que poderão se identificar com a trama.
Contudo focarei no roteiro e na experiência que ele me passou. É possível gerar identificação com quem vê de fora a situação e muitas vezes acabam julgando e construindo preconceitos dentro do imaginário. Além disso, tem também quem vai se identificar com a realidade vivida por quem está nas favelas e acaba sendo menos favorecido por diversos aspectos, sejam eles pessoais ou sociais; e que mostra que nem tudo são flores.
“Praça Paris” tem de ser visto por todos e apresentado em escolas/universidades. Isso nas instituições públicas e privadas. Por quê? Por que é necessário para que todos possam se identificar e compreender as realidades, identificando-se com o personagem que mais se assemelha com a sua pessoa e acabando com os preconceitos existentes dentro da sua essência. Isso é bom e, com certeza, vai melhorar a sua experiência e valer de aprendizado para a vida.
A Caminho da Fé
3.0 38 Assista AgoraNesta semana, por falta de grandes lançamentos no circuito nacional de cinema, este que vos escreve optou por escrever sobre um filme que, apesar de ter estreado direto na plataforma de streaming do Netflix, vem gerando debates e questionamentos. Estamos falando de “A Caminho da Fé”, protagonizado por atores como Martin Sheen e Chiwetel Ejiofor.
A produção foi realizada em 2017 e teve apresentação no Festival de Sundance, onde foi adquirido pela Netflix para ser distribuído no país inteiro. Para quem não sabe, essa é uma prática comum da empresa estadunidense de adquirir longas-metragens já concluídos e distribuir pelo mundo com o selo de exclusividade.
Para quem ainda não ouviu falar sobre a produção, ela conta a história do Bispo Carlton Pearson, um renomado pastor conhecido internacionalmente, que está passando por uma crise na fé. Arriscando sua igreja, a família e seu futuro, ele questiona a doutrina da igreja e acaba sendo marcado como um herege.
Os embates que ele levanta no decorrer do filme são fortes e bastante polémicos, se realmente adentrarmos no debate religioso em que ele se propõe. Contudo, apesar do filme ser baseado em uma história real e esse episódio ser verídico, religião, política e futebol são temas que não se discutem nesta coluna e vamos falar mais sobre a produção em si.
E, apesar de certas técnicas de filmagem que incomodam, a proposta alcança seu objetivo de explicar uma questão histórica e importante dentro dos Estados Unidos, abordando religião, crenças e homossexualidade de forma precisa e sem romantizar ou exagerar na ideia de mostrar o ponto de vista do pastor que dá origem a trama.
Isso porque a produção acerta em vários aspectos. Talvez o mais relevante seja em ter contado a história de um ponto de vista mais emocional e bem construído, ao invés de ter se aprofundado em discussões complexas e que poderiam assustar o telespectador comum, que busca na Netflix o entretenimento e o lazer.
Com certeza a discussão, se entrada no lado religioso, seria muito maior. Por isso indico que assistam ao filme com a mente aberta, compreendam o ponto de vista do Bispo Carlton Pearson e depois converse com este que vos escreve. Não precisamos concordar com ele e nem entre a gente, mas tem de se valorizar a importância do pensamento apresentado pelo religioso.
Rampage: Destruição Total
3.0 537 Assista AgoraTalvez o primeiro filme pipoca de 2018. Acho que isso pode definir bem a estreia de “Rampage – Destruição Total”, estrelado por Dwayne Johnson. Isso por que o filme é entretenimento puro – como boa parte das últimas produções protagonizadas pelo astro da WWE (luta livre na TV). E podemos dizer que, apesar dos problemas, ele terá seu público.
E, sem sombra de dúvidas, esse será o mesmo público que acompanha franquias como “Círculo de Fogo”, “Transformers”, “King-Kong” e “Godzilla”. Todos esses filmes tem uma coisa em comum: monstros ou robôs grandiosos e lutas épicas e de proporções magistrais. É isso que busca quem assiste a todos esses longas-metragens e que o telespectador da estreia da semana vai encontrar.
O filme conta a história de Davis Okoye, um primatologista recluso que compartilha um vínculo inabalável com George, um gorila muito inteligente que está sob seus cuidados desde o nascimento. Quando um experimento genético desonesto é feito em um grupo de predadores que inclui o primata, os animais se transformam em monstros que destroem tudo em seu caminho.
Contudo, não é possível dizer que o filme é bom e, nem mesmo o carisma de The Rock e sua relação com o gorila conseguem fazer com que essa impressão mude. Isso porque falta roteiro e tudo gira em torno de uma luta que não traz emoção alguma ao telespectador, com viradas de roteiro óbvias, abusando dos clichês nos mais diversos momentos da trama.
Dwayne Johnson é um bom ator no gênero que o cerca e vem estrelando diversos filmes todos os anos, mas a régua de “Rampage – Destruição Total” baixa muito o nível de qualidade técnica e de roteiro. Faltam reviravoltas realmente surpreendentes e a tão sonhada verossimilhança e aproximação com os personagens não existe.
Não me entendam mal por ter dito que o filme encontrará o seu público e depois apresentar uma série de aspectos negativos da trama. Filmes como esse infelizmente não necessitam de um roteiro consistente para fazer uma bilheteria significativamente boa. Isso porque existe um público que busca ir ao cinema e desligar o cérebro. É para essas pessoas que “Rampage – Destruição Total” foi feito.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraCom certeza este será um dos melhores filmes de terror de 2018. Quiçá pode ser considerado o melhor no futuro, mas ainda estamos no início do ano e fica arriscado já dizer isso agora. Contudo, o que posso garantir é que, quem for ao cinema para assistir “Um Lugar Silencioso”, vai poder ter a experiência cinematográfica de uma grande produção.
Para quem não sabe ainda, o filme se passa em uma fazenda dos Estados Unidos, onde uma família do meio-oeste é perseguida por uma entidade fantasmagórica e assustadora. Para se protegerem, eles devem permanecer em silêncio absolutos, a qualquer custo, pois o perigo é ativado pela percepção do som.
Isso mesmo, um filme que se baseia no silêncio e não nos sustos de gritos desnecessários. Uma produção que, para quem for ao cinema e der sorte de não pegar uma sessão cheia, poderá ter uma experiência única de imersão e agonia. Isso mesmo. O silêncio é agonizante e as relações construídas fazem com que esse sentimento, junto ao apego criado com os personagens, seja um ponto extremamente positivo para a verossimilhança do filme.
Já disse aqui em várias oportunidades que existem pontos importantes para um filme, como verossimilhança e a construção de personagens que gerem empatia e construam uma relação com o público. Isso faz com que aconteça a preocupação e a experiência seja bem melhor aproveitada. E isso é possível e muito bem executado em “Um Lugar Silencioso”.
Muito disso tem como origem nas belíssimas atuações de John Krasinski (que também dirige o longa-metragem), Emily Blunt, acompanhados do elenco infanto-juvenil. Todos conseguem entregar atuações convincentes e que, cada um da sua maneira, causa comoção e preocupação para quem está imerso no filme.
“Um Lugar Silencioso” é uma grata surpresa neste mês de abril. Na realidade, esse início de ano está bem promissor para o cinema. Que o público que gosta de filmes de terror que conseguem dar algo mais profundo do que apenas sustos vá ao cinema e tenha a experiência cinematográfica de assistir a este grande longa-metragem de 2018.
Círculo de Fogo: A Revolta
2.8 491 Assista AgoraMais uma vez chegamos com a crítica do filme da semana. Desta vez temos uma produção que deve agradar todos os fãs do primeiro filme e de outros longas-metragens com robôs gigantes, cenas de luta em proporções jamais vistas e mais um monte de ideias que remetem a franquias como “Transformers” e outros projetos surreais, mas divertidos.
Na trama acompanhamos a história de Jake Pentecost, que era um promissor talento do programa de defesa, mas abandonou o treinamento e entrou no mundo do crime ao vasculhar ferros-velhos em busca de peças de robôs abandonados. Perseguido após não encontrar uma peça valiosa, ele encontra o esconderijo da jovem Amara, que clandestinamente está construindo um Jaeger de porte pequeno. Ambos tentam fugir usando o robô, mas acabam sendo capturados. Para escapar da prisão, eles são enviados ao treinamento de pilotos Jaeger.
Tenho que assumir que não assisti ao primeiro filme da franquia, lançado há cinco anos e que alcançou relativo sucesso. Isso obviamente devido as lutas de robôs gigantes contra monstros e da presença de nomes como Idris Elba e Guillermo del Toro. Contudo, não podemos dizer que o sucesso se fará presente nesta sequência.
Isso porque o filme não aproveita grandes premissas do filme, como o lado obscuro de Jake ou a criatividade de Amara na trama. Os dois têm carisma e potencial, mas acabam tendo suas tramas mais densas deixadas de lado para que se foque nas lutas épicas, mas sem grande emoção. Com exceção da luta final, falta empolgação e parece que as lutas estão ali apenas para mostrar os efeitos especiais.
Não que eles sejam ruins. Muito pelo contrário, pois toda essa pós-produção é boa. A grande questão é o porquê de algumas lutas estarem acontecendo. Falta sentido e parece que elas não têm necessidade de acontecer para o desenvolvimento da trama. E isso é muito ruim. O filme não poderia girar em torno das lutas, mas sim de um roteiro consistente onde as lutas são necessárias.
“Circulo de Fogo: A Revolta” com certeza encontrará o seu público, seja nos órfãos de “Transformers”, “Independence Day” e até em “Velozes & Furiosos” e suas cenas surreais. O problema é quando analisamos o potencial que a franquia tinha e o que ela realmente entregou. Isso é uma pena, mas ainda podemos ter mudanças na sequencia.
Tomb Raider: A Origem
3.2 942 Assista AgoraMais uma adaptação oriunda dos videogames e mais um reboot de uma franquia que fez um relativo sucesso quando foi lançada. Essas duas características definem muito bem o lançamento desta semana. Isso porque estamos falando de “Tomb Raider – A Origem”, dirigido por Roar Uthaug e protagonizado pela talentosa Alicia Vikander.
O filme conta a história de Lara Croft que, aos 21 anos, leva a vida fazendo entregas de bicicleta pelas ruas de Londres, se recusando a assumir a companhia global do seu pai desaparecido há sete anos. Tentando desvendar o sumiço do pai, ela decide largar tudo para ir até o último lugar onde ele esteve e inicia uma perigosa aventura numa ilha japonesa.
E, ao contrário da grande maioria dos críticos, posso dizer que me diverti assistindo ao longa-metragem. Ele é divertido, tem cenas de ação bem executadas – apesar de serem surreais – e trazem Alicia Vikander fazendo uma grande atuação com o que foi dado para ela. E vocês vão entender o porquê essa frase tem sentido.
Falta profundidade para a personagem. Os roteiristas não se preocuparam em escrever um texto que apresentasse para o público os dilemas psicológicos e emocionais dela. Ou, quando explicaram, foi de forma rasa e isso faz com que a trama não seja tão verossímil assim. Só que isso não é culpa de Alicia e sim de quem trabalhou no roteiro.
Digo isso porque a atriz consegue entregar uma atuação convincente e com cenas de ação fortes. Ela lembra muito a personagens dos videogames e todas as sequências de perseguição – que lembram muito a franquia Indiana Jones – são empolgantes e conseguem entreter o público que busca diversão no cinema e não histórias densas.
“Tomb Raider – A Origem” acerta na escolha de seu elenco e erra no roteiro. Falta profundidade e mais explicações na história. A ideia de construir um blockbuster genérico demais pode prejudicar o início de uma franquia que tinha condições de ganhar sequências, visto a atuação de Alicia e a cena pós-créditos. Seria uma pena se não for possível ver mais do personagem.
O Passageiro
3.3 376 Assista AgoraMais uma vez temos um filme protagonizado por Liam Neeson, onde sua família vive uma situação de risco e ele precisar salvar o dia e, consequentemente, sua esposa e filho. Essa pode ser considerada a premissa de um dos vários filmes que o ator estrelou nos últimos anos. Tanto é que isso já virou motivo de piada. Contudo, por mais que o longa-metragem tenha essas características, ele apresenta um diferencial: é muito bem executado.
O filme conta a história de um vendedor de seguros, interpretado por Liam Neeson, que durante o seu trajeto usual de volta para casa, é forçado por uma estranha misteriosa, interpretada por Vera Farmiga a descobrir a identidade de um dos passageiros do trem em que se encontra antes da última parada. Com a rotina quebrada, o homem se encontra no meio de uma conspiração criminosa.
Como foi dito anteriormente, essa é uma premissa de boa parte dos filmes recentes de Neeson, mas desta vez, ele consegue ser verossímil e construir uma trama fechada e interessante. O mistério em torno de saber quem é a testemunha é muito bem construído e consegue prender o público bem mais que “O Assassinato do Expresso Oriente”. Isso pegando como comparação um filme onde também existem investigação e vários suspeitos.
A atuação de Liam Neeson é convincente, como em vários dos papéis em que ele participa. Isso até me faz pensar o porquê ele está presente em tantos filmes deste gênero. Contudo, o que chama a atenção é a direção segura de Collet-Serra, que consegue construir um ambiente tenso, claustrofóbico e confuso – propositalmente – para saber quem é a pessoa que está sendo procurada.
As cenas de luta então? Estão muito bem executadas, filmadas e coreografadas. Isso é um mérito de Serra e do Neeson. Talvez essa seja uma consequência da parceria entre diretor e protagonista, que já trabalharam juntos em outros filmes do gênero, conseguindo emular muito bem o que está sendo pedido, além de apresentar a verossimilhança tão necessária para um filme deste gênero mais alternativo.
“O Passageiro” consegue agradar ao público fiel a Liam Neeson e a esse tipo de filme que está ficando tão popular com ele. Contudo, ele não é só isso e consegue se segurar com o drama e a investigação cativante e que prende o telespectador. Com certeza é uma grata surpresa neste início de ano, após toda a ressaca pós-Oscar.
Motorrad: A Trilha da Morte
2.2 76 Assista AgoraA temporada do Oscar 2018 praticamente chegou ao fim. Obviamente que mais alguns longas-metragens indicados ainda devem chegar aos cinemas brasileiros, mas a maioria já foi e agora nós voltamos a nossa programação normal. E, podemos dizer, que de forma surpreendente. Isso porque o (bom) filme desta semana se chama ‘Motorrad’. E, apesar do nome, é brasileiro.
Para quem não sabe, a produção conta a história de Hugo, que sonha em fazer parte do grupo de motocross do seu irmão mais velho. Decidido, ele rouba algumas peças para que possa montar sua motocicleta. Quando consegue o feito, ele encontra com a turma do irmão em uma cachoeira remota, onde fazem uma trilha e se deparam com um antigo muro. Hugo sugere que eles desmontem o muro e sigam a aventura, mas acabam encontrando a dona do ferro-velho de onde Hugo roubou as peças.
Aí que entra o grande ponto de virada da trama, porque ela os convida para um caminho ainda mais radical. O problema é que a diversão vira uma corrida pela sobrevivência quando eles passam a ser perseguidos por motoqueiros sádicos e sobrenaturais. Isso mesmo que você leu. Motoqueiros sádicos e sobrenaturais. Isso tudo em um filme brasileiro e muito bem produzido, tecnicamente falando.
Ressaltei tanto a surpresa em ver que é um filme brasileiro, porque me surpreende muito um filme de gênero feito no país, onde estamos acostumados com dramas familiares ou comédias pastelão. ‘Motorrad’ é um filme surpreendente, seja pelo seu tema, atuações e pelos aspectos técnicos que ele apresenta, por mais que tenha alguns furos de roteiro.
Talvez o único grande “defeito” do filme, seja não conseguir expressar a velocidade necessária. Foi utilizado um jogo e corte de câmeras para imprimir esse ritmo mais frenético, porém falta esse movimento com os atores. Mas isso é um detalhe que pode atrapalhar quem tem um olho mais clínico e não para quem quer uma distração no cinema e busca o entretenimento.
Para esse público, o final aberto e inexplorado – em partes – pode prejudicar a interpretação do filme. Isto porque não se sabe quem os “vilões” são, de onde vieram, nem a razão de quererem matar os jovens ali presentes. E esse plano interpretativo pode prejudicar um pouco para quem está acostumado com filmes mais “mastigados”, mas vale a pena pela beleza técnica e a fotografia deslumbrante que foi desenvolvida.
Trama Fantasma
3.7 804 Assista AgoraEstamos nos aproximando cada vez mais da premiação do Oscar 2018, que acontece em quatro de março, nos Estados Unidos. Então, nada melhor do seguir falando sobre os indicados para a categoria mais importante do prêmio. Após essa coluna resenhar “Dunkirk”, “Três Anúncios Para um Crime”, “A Forma da Água” e “Lady Bird”; chegou a hora de falar sobre mais um dos indicados: “Trama Fantasma”.
O filme, dirigido por Paul Thomas Anderson (único dos diretores que já foi indicado na categoria), conta a história de Reynolds Woodcock, um renomado e confiante estilista que trabalha ao lado da irmã, Cyril, para vestir grandes nomes da realeza e da elite britânica. Sua inspiração surge através das mulheres que, constantemente, entram e saem de sua vida. Mas tudo muda quando ele conhece a forte e inteligente Alma, que vira sua musa e amante.
A partir desta sinopse a premissa do filme segue, com atuações consistentes em um roteiro confuso. Não que o roteiro do longa-metragem não seja bom, afinal o filme está indicado em seis categorias do Oscar – mas não em melhor roteiro. Isso porque o filme deixa tudo muito aberto e interpretativo, sem se fazer compreender pelas motivações, principalmente da protagonista feminina da trama.
Apesar de uma belíssima atuação de Vicky Krieps, sua personagem não consegue cativar. Isso porque suas motivações não são verossímeis. Na realidade falta verossimilhança em muitos aspectos do longa-metragem. Contudo, as atuações seguras de todos do elenco, mas, principalmente, de Daniel Day-Lewis, fazem com que o público se envolva e queira saber o que vai acontecer com cada um dos personagens, por mais que não se entenda os motivos de tamanho apresso.
Já a direção de Paul Thomas Anderson é segura e, em certos momentos, ousada. Isso se vê nas cenas dentro de veículos e nos planos fechados que ele utiliza para os dois protagonistas. Talvez, se Guillermo del Toro não estivesse entre os indicados, o diretor poderia beliscar o prêmio neste ano. Essa seria sua primeira estatueta, apesar de já ter sido indicado ao Oscar em outros momentos de sua carreira.
“Trama Fantasma”, sem sombra de dúvidas, foi a grande surpresa desta temporada de premiações. Ninguém apostava no longa-metragem, que ganhou seis indicações. Apesar disso, a produção consegue se sobressair em alguns aspectos – apesar de estar atrás de uns quatro dos indicados – mas acabará caindo no esquecimento devido à concorrência de outras obras. Porém, Daniel Day-Lewis pode sonhar com algo.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraMais uma vez preciso destacar: que início de anos queridos leitores que acompanham a coluna de cinema do Jornal A Semana. Isso porque, após “A Forma da Água” e “Lady Bird”, desta vez foi possível assistir ao longa-metragem “Três Anúncios Para um Crime”, produção que foi indicada ao Oscar 2018 em sete categorias, incluindo melhor filme.
No longa-metragem acompanhamos a história de Mildred Hayes, interpretada por Frances McDormand, que, inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o delegado Willoughby, responsável pela investigação.
Frances McDormand. E esse é o nome que deve ser guardado na cabeça e no coração de quem assiste ao filme. Isso porque a atuação desta atriz é digna de indicação ao Oscar de melhor atriz – e porque não falar que deveria vencer essa categoria. A atriz consegue carregar todo o drama e a carga emocional que o filme precisa e que a história necessita, tendo em vista o drama pelo qual a protagonista passa.
Concebida como uma mulher durona, implacável e justa, Mildred trata-se de um personagem nada óbvio. E estranhamente cativante. Na boca da atriz, o texto flui de maneira assustadoramente natural. É possível compreender cada sentimento pelo qual ela passa. Ainda que não o expresse verbalmente. E esse silêncio fala muito em alguns momentos da produção.
A partir de uma ideia bem simples, o roteiro encadeia uma série de sequências tão absurdas, como surpreendentes. Mas elas só se tornam críveis porque são executadas por personagens ricos, que fogem do maniqueísmo do mocinho/vilão. Há todo um processo na construção desses coadjuvantes que instigam o espectador a querer saber mais deles.
Talvez não seja o melhor filme do ano – para mim fica atrás de “A Forma da Água” – mas “Três Anúncios Para um Crime” pode ser considerado um dos favoritos nesta temporada de premiação. Por mais que a falta de um final fechado, a obra tem força e é verossímil, merecendo assim ser reconhecida e premiada neste ano.