5.8 - Uma pequena história, realizada por David Bonneville, de uma freira prestes a fazer os seus votos definitivos, que com a morte súbita de seu pai, fica com um jovem sobrinho, de 15 anos, a seu cargo. Da rejeição e dificuldade inicial à ideia de ficar com o seu sobrinho, passamos a uma aceitação, empatia mútua e até a um "amor" (quase incestuoso) entre ambos. Meramente interessante.
7.6 - Uma ficção semi-documental, realizada por Sérgio Trefaut, que retrata a pobreza/vivência da maioria dos Alentejanos, na época Salazarista, onde "não há pão, os pobres nascem pobres, os ricos nascem ricos; os pobres morrem pobres, os ricos morrem ricos". Assiste-se, assim, à dicotomia vivida (e sentida) da pobreza extrema, da exclusão (social), de um lado, e do outro, da riqueza e suas mordomias, poder e influência (também social), e em último caso, da revolta emergente, de quem "sente na pele" essa mesma discrepância. De destacar, nesta película algo arrastada em termos de desenvolvimento visual da narrativa, e recheada de alguns nomes grandes do cinema português (ex: Isabel Ruth, Adriano Luz, Lia Gama, Rogério Samora, Leonor Silveira e Luís Miguel Cintra, só para referir os de maior destaque) a premiada fotografia, a preto e branco, de Acácio de Almeida!
8.5 - Um filme de ficção científica, realizado por Luc Besson, com muitos efeitos especiais, um universo rico e recheado de espécies alienígenas, uma história épica, tudo "normal" numa película do género, excepto na caracterização psicológica dos personagens principais e na, igualmente "fraquinha" química, do par amoroso protagonista (Cara Delevingne e o imberbe Dane DeHaan). Uma película baseada numa BD francesa, acompanhada da música de Alexandre Desplat, com a presença de uma surpreendente Rihanna e alguns actores de Hollywood de renome, como: Clive Owen, Ethan Hawke e Rutger Hauer. Curiosidade: a presença no elenco de alguns realizadores conhecidos do cinema francês, tais como, Louis Leterrier, Mathieu Kassovitz, Alain Chabat, Olivier Megaton, Gérard Krawczyk e Benoît Jacquot, em papéis secundários ou muito secundários.
6.4 - Uma película onde o ambiente do território de Macau em modernização acentuada para a criação de hóteis e casinos, é o "factor determinante" de toda a imagética e história da mesma. De resto, temos uma história enigmática e algo imperceptível de uma mulher portuguesa, a tentar salvar uma velha pensão/hotel, um pai viciado no jogo e que desistiu de lutar, e um jovem empresário, que fez parte do passado de ambos. Com a presença, numa interpretação interessante, mas prejudicada pelo argumento débil do filme, de Margarida Vila-Nova.
7.6 - Um filme, realizado por Fernando Lopes, que segue a "fuga" de duas pessoas desconhecidas entre elas, mas que decidem fâze-la em conjunto. Protagonizado por Rogério Samora e a bela Carla Chambel, o par fugido a algo do passado (que se desconhece), que se vai "conhecendo" e partilhando experiências passadas em viagem, a película tem diálogos interessantes e algo "intensos", mas um ritmo um pouco lento, interpretações seguras mas um desenrolar da história, também um pouco sem "sentido" aparente (assim à maneira das personagens). A acompanhar, em nota positiva, a música com a qualidade garantida, de Bernardo Sassetti.
9.1 - Uma película belíssima, realizada por Niki Caro, com um lirismo extraordinário, que acompanha a "luta" de uma pequena rapariga (Keisha Castle-Hughes, numa fenomenal interpretação), órfã de mãe, à nascença e rejeitada (de certo modo) também pelo pai e pelo avô (que esperava a nascença de um primogénito - também falecido no mesmo momento do seu nascimento - para continuar a tradição de líder do povo Maori, a que pertencem). Mas, esta rapariga, Paikea, não desiste fácilmente à rejeição do avô Koro, a quem adora. Um filme que retrata, simultaneamente, a luta da mulher numa sociedade patriarcal e também o eterno conflito entre o mundo moderno, em constante evolução, e o mundo tradicional, e da sua necessidade de preservação, até como factor de união dessas mesmas comunidades.
6.0 - Um filme algo esotérico, com um casal estrangeiro (Catherine Deneuve e John Malkovich), um professor americano em busca de provas para uma investigação teórica sobre a origem de Shakespeare e sua loura e bonita esposa, que chegam a um Convento na Arrábida, na sequência dessa pesquisa. Por outro lado, a história "macabra" do Convento e dos monges que nele habitaram, um cuidador deste, algo estranho, sinistro e sombrio (Luís Miguel Cintra), uma "ameaça jovem" (Leonor Silveira) ao casamento deste casal estrangeiro e ainda referências à obra "Fausto", quer visualmente (do livro de Goethe), quer literáriamente (citações) e até na essência do tema da película. Muito arrastado e algo maçador. Nota positiva apenas para a banda sonora, clássica e sinistra, daí perfeitamente adequada ao tema retratado.
7.5 - Um filme-ópera, realizado por Manoel de Oliveira, onde a trama é "cantada"! Uma película surpreendente, onde da desconfiança inicial, acabamos com um delicioso final trágico-cómico e satírico, e passando de uma história de amor trágica a uma espécie de crítica social cómica! Protagonizado por Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira, Diogo Dória e Rogério Samora.
8.5 - Uma surpresa cinematográfica, que partindo de um facto real, ocorrido recentemente em Portugal (o caso do movimento "Mães de Bragança"), constrói uma trama de ficção bastante interessante. Um chefe de polícia, já sem raízes (sem nada que o prenda ao local onde vive), decide seguir um sonho de infância: ir para o outro lado do Mundo; mas acaba por arrastar consigo uma das prostitutas (do caso referido acima), raptando-a. Original na história, e em parte no desenvolvimento e com actores de renome, como Paulo Pires, Ivo Canelas e Anabela Teixeira, entre outros. De referir também que da banda sonora fazem parte músicas de Jorge Palma, o que só acrescenta qualidade à película.
8.5 - Um filme de pura acção, realizado por Luc Besson, onde uma rapariga russa a trabalhar como modelo na Europa, é afinal uma assassina profissional a soldo do KGB soviético. Protagonizado pela modelo russa (belíssima por sinal) Sasha Luss, no papel de Anna Poliatova, e acompanhada por nomes já conceituados, como Helen Mirren, Luke Evans e Cillian Murphy, trata-se de uma película com uma acção ininterrupta e espectacular. Contudo, embora se note a qualidade da filmografia de Luc Besson, esta obra acaba por se encontrar alguns furos abaixo da maior parte das suas outras criações, não pela qualidade das actuações, ou do que seguimos e vemos no ecrã, mas sobretudo por não ser surpreendente, ficando-se com a sensação de que já se viu isto antes, até do próprio Luc Besson! Nota positiva para a música, a cargo de Éric Serra, cujas escolhas vão da música clássica, à música dos anos 80, até à mais actual.
7.0 - Uma espécie de retrato social da vida em Roma, onde tudo ou quase tudo é encenado: a fé ou religiosidade; o casamento; o amor (e os desamores); as brigas e as desavenças; etc., sendo tudo colunável e alvo dos paparazzi (talvez uma crítica directa a esta forma de jornalismo?!); portanto, e concluíndo, um retrato de uma sociedade superficial e fútil, que dir-se-ia, sem alma! Destaque para a protagonista Anita Ekberg, no auge da sua beleza espampanante!
7.1 - Um filme onírico, muito centrado em cenas de sonhos, memórias, visões e espiritismo da protagonista (Giulietta Boldrini/Giulietta Masina), uma simples dona de casa, casada com um marido que (aparentemente) dedica mais tempo ao trabalho do que à vida conjugal (algo autobiográfico, segundo dizem, relativamente à própria Giulietta Masina e Fellini, seu esposo), e sua "culpa" psicológica/religiosa , pelas dúvidas e anseios sobre o seu próprio casamento e anseios pessoais de também "transgredir". De mencionar também, o contraste efectuado entre a beleza das mulheres, que personificam as familiares de Giulietta, como Sylva Koscina (belíssima!) e também Sandra Milo, face à beleza natural de Giulietta Masina (que poder-se-ia dizer tipo "patinho feio", embora a sua expressividade única, lhe forneça também, um encanto único! - N. R.).
6.9 - Um filme elíptico e enigmático, produzido por Paulo Branco, e realizado por David Cronenberg, com diálogos estranhos, quase incompreensíveis, sendo a maior parte dos mesmos efectuados dentro de uma limousine. Uma película difícil de digerir, sobretudo, pela ausência de um fio condutor que oriente o espectador. Destaque sobretudo para a banda sonora de Howard Shore, onde figura a música de qualidade do grupo Metric!
8.5 - Uma divertida comédia, realizada por Nuno Rocha, sobre uma mãe de família, que numa reunião familiar, em que seu pai é o aniversariante, recorda memórias suas da infância e adolescência, e em particular, da sua dura e exigente mãe. Embora com o recurso a vários clichés e "lugares-comuns" da tradicional família portuguesa do século passado (nomeadamente e em específico, dos anos 60 a anos 80/90), é uma película divertida q.b., apesar de juntar uma pitada de ficção científica, com a existência de uma anomalia (física ou astronómica) que torna pensamento em realidade, talvez algo desnecessária para o desenvolvimento e "mensagem" do filme. Recheado de actores e actrizes de renome em Portugal: Maria João Abreu (a protagonista), Joana Pais de Brito, Manuel Cavaco, Dalila Carmo, Adriano Carvalho, Manuela Maria, e a belíssima Filipa Areosa!
9.0 - Uma jovem rapariga, Gelsomina, de livre-espírito, é vendida por sua própria mãe, por dinheiro e comida, a um duro artista saltimbanco. Mas o convívio entre os dois não vai ser fácil, pois Zampanò (Anthony Quinn), seu "dono e senhor" é, além de duro, castigador, insensível e traidor, alguém amargurado; e apesar de Gelsomina, uma dócil e doce rapariga, gostar da vida de artista e de "conhecer o Mundo", desenvolve uma estima não retribuída por Zampanò. Um filme, que embora numa ambiência dramática, se torna numa obra bela e pungente de lirismo, com um desenvolvimento bastante escorreito (tendo em conta a altura em que foi realizado - 1954 - N.R.), com o contraponto da alegria (ou será ingenuidade?) de Gelsomina e de um ou outro personagem (destaque, neste campo, para a do "O Louco"/Richard Basehart). Muito aconselhável visionamento! Curiosidades: Gelsomina/Giulietta Masina era esposa de Federico Fellini, o realizador desta película, com quem trabalhou e protagonizou muitos dos seus filmes, mantendo-se casada até à morte deste, num casamento de 50 anos (e morreria apenas 5 meses depois de seu esposo!) Outra curiosidade é a assinatura da banda sonora deste filme que ficou a cargo de Nino Rota (mais conhecido, pela música de "O Padrinho/The Godfather").
7.8 - Um filme trágico-cómico, com uma analogia entre uma peça de teatro e a vida real, cuja intérprete/actriz vive, ou viveu, uma situação semelhante à da peça teatral: uma mãe solteira, com uma filha rebelde que a culpa da falta de amor da própria mãe. A acrescentar um pai desaparecido à 20 anos e que agora reaparece, e um novo amante da mãe, que a engana também, e um namorado da filha que é criminoso. Algumas cenas cómicas, mas a película "perde-se" a meio, com uma montagem e algumas cenas algo incompreensíveis e pouco lógicas. A interpretar, alguns actores e actrizes de renome: Rita Blanco, Lídia Franco, Alexandra Lencastre, José Wilker, Miguel Guilherme e João Cabral.
8.0 - Uma película de João Canijo, onde uma mulher vítima de maus-tratos vinga-se do marido, aliando-se ao seu jovem amante para o matar. Um impressionante desempenho artístico (e corporal) de Ana Bustorff, num filme que conta ainda com actores como Vítor Norte, João Reis, José Raposo e João Lagarto. Interessante e de qualidade q.b.!
8.8 - Um filme, realizado por Bruno Gascon, que se centra numa rede de tráfico humano e de prostituição de imigrantes de Leste, realçando as tragédias, dramas e violência exercida sobre estas mesmas vítimas que, apenas, procuravam uma vida melhor, e que se vêem "apanhadas" numa organização criminosa, sem escrúpulos ou piedade. Uma película com um elenco repartido entre, velhos veteranos da arte como Vítor Norte e Rita Blanco, estreantes ou estrelas em ascensão como Sara Sampaio (aqui num papel principal), Ana Cristina de Oliveira e Miguel Borges e actores vindos de Leste como Michalina Olszanska e Dmitry Bogomolov. Destaque também para a banda sonora, a cargo da dupla Filipe Goulart e Milton Nuñez. Trata-se de um filme "forte", pesado, mas de qualidade!
5.9 - Um filme, realizado por Luís Filipe Rocha, de personagens negras, sombrias: um fugido à polícia, após ter ajudado um velho doente, com doença terminal, a se matar; uma mulher e amante, traída, dura e vingativa; um polícia psicologicamente afectado com a morte da filha, por suicídio; e tudo isto, com os Açores como pano de fundo; a música de Mário Laginha a acompanhar e a poesia/textos de Raúl Brandão também pelo meio. Uma película algo arrastada e cansativa, que contudo, foi muito apreciada pela crítica da especialidade, tanto em Portugal, como no estrangeiro, tendo ganho vários prémios em Festivais de Cinema.
8.5 - Um filme, realizado pelo conceituado realizador português, António-Pedro Vasconcelos, sobre o papel da Revista à Portuguesa e do Parque Mayer, durante a ditadura do Estado Novo, com todas as situações sociais da altura: a censura, as denúncias, os "valores e (bons) costumes", e a "luta" das elites artísticas contra a repressão da liberdade e da oposição política. Tudo isto, revestido de uma aparente história (também ela característica da altura) da "saloia" pobre que quer vingar e ter sucesso na área do Teatro, ou seja, na vida das Artes. Dir-se-ia que, sob a capa do espectáculo, assiste-se ao nascimento do Estado Novo e sua política repressiva e retrógrada. Uma película, também, com óptimas interpretações, não só de actores desconhecidos ou jovens, como os protagonistas: Francisco Froes, Daniela Melchior, Sérgio Praia; como também de "velhos conhecidos" ou já de renome, como Miguel Guilherme, Diogo Morgado, Alexandra Lencastre e Carla Maciel. Muito aconselhável visionamento!
7.9 - Uma jovem rapariga (Mariana, desempenhada por Leonor Seixas), ainda virgem, é violada por um drogado, e tem de enfrentar "sozinha", o trauma da violência a ela perpetrada e uma gravidez indesejada, com a agravante da pressão de um "teimoso" inspector da Polícia, e ainda o de evitar o conhecimento da sua situação, por parte de pais e amigos. Uma película, realizada por Luís Filipe Rocha e recheada de figuras do cinema, TV e teatro portugueses, como Maria Rueff (numa óptima interpretação da prostituta "batida", ou seja, experiente), João Ricardo, Fernando Heitor, Ana Bustorff, Virgílio Castelo e Rogério Samora, entre outros. De destacar, também, a boa qualidade musical da banda sonora do filme, que ficou a cargo de Luís Cília.
8.9 - Adaptação televisiva de conto de Fernando Namora, onde um miúdo temeroso e frágil, com um pai "severo e duro" e uma mãe incentivadora, é alvo de bullying na escola, mas algo sucede que tudo muda... Uma história da vida de uma família no Estado Novo de Salazar, que constitui também um retrato da época, e das lutas contra o regime Salazarista! Uma surpresa...
7.2 - Uma ficção, realizada por Lourenço de Mello, a partir de um texto de Francisco Moita Flores, para TV, não muito interessante a nível cinematográfico, mas com umas linhas de diálogo finais verdadeiramente acutilantes e críticas, sobre a "educação" dada pelos pais contemporâneos, aos seus filhos, e sobre os excessos naturais (mas evitáveis) da juventude, e em última análise, sobre a "Justiça" (ou falta dela) portuguesa!
6.0 - Uma pequena história, realizada (e também escrita), por Joaquim Pinto, sobre o primeiro amor platónico ou sobre a descoberta do amor (não correspondido), por parte de um jovem adolescente, em férias, junto de uma tia, numa zona balnear. E também sobre a primeira decepção amorosa e primeira percepção de que por vezes, as pessoas não são aquilo que parecem ou que deixam transparecer aos outros! Relativamente interessante, mas pouco mais. Destaque para a presença de uma Inês de Medeiros, muito novinha mas já cativante, e para a presença do escritor (e aqui, também actor) Luís Miguel Cintra!
O Último Banho
3.3 15.8 - Uma pequena história, realizada por David Bonneville, de uma freira prestes a fazer os seus votos definitivos, que com a morte súbita de seu pai, fica com um jovem sobrinho, de 15 anos, a seu cargo. Da rejeição e dificuldade inicial à ideia de ficar com o seu sobrinho, passamos a uma aceitação, empatia mútua e até a um "amor" (quase incestuoso) entre ambos. Meramente interessante.
Raiva
3.2 147.6 - Uma ficção semi-documental, realizada por Sérgio Trefaut, que retrata a pobreza/vivência da maioria dos Alentejanos, na época Salazarista, onde "não há pão, os pobres nascem pobres, os ricos nascem ricos; os pobres morrem pobres, os ricos morrem ricos". Assiste-se, assim, à dicotomia vivida (e sentida) da pobreza extrema, da exclusão (social), de um lado, e do outro, da riqueza e suas mordomias, poder e influência (também social), e em último caso, da revolta emergente, de quem "sente na pele" essa mesma discrepância. De destacar, nesta película algo arrastada em termos de desenvolvimento visual da narrativa, e recheada de alguns nomes grandes do cinema português (ex: Isabel Ruth, Adriano Luz, Lia Gama, Rogério Samora, Leonor Silveira e Luís Miguel Cintra, só para referir os de maior destaque) a premiada fotografia, a preto e branco, de Acácio de Almeida!
Valerian e a Cidade dos Mil Planetas
3.1 580 Assista Agora8.5 - Um filme de ficção científica, realizado por Luc Besson, com muitos efeitos especiais, um universo rico e recheado de espécies alienígenas, uma história épica, tudo "normal" numa película do género, excepto na caracterização psicológica dos personagens principais e na, igualmente "fraquinha" química, do par amoroso protagonista (Cara Delevingne e o imberbe Dane DeHaan). Uma película baseada numa BD francesa, acompanhada da música de Alexandre Desplat, com a presença de uma surpreendente Rihanna e alguns actores de Hollywood de renome, como: Clive Owen, Ethan Hawke e Rutger Hauer. Curiosidade: a presença no elenco de alguns realizadores conhecidos do cinema francês, tais como, Louis Leterrier, Mathieu Kassovitz, Alain Chabat, Olivier Megaton, Gérard Krawczyk e Benoît Jacquot, em papéis secundários ou muito secundários.
Hotel Império
2.5 16.4 - Uma película onde o ambiente do território de Macau em modernização acentuada para a criação de hóteis e casinos, é o "factor determinante" de toda a imagética e história da mesma. De resto, temos uma história enigmática e algo imperceptível de uma mulher portuguesa, a tentar salvar uma velha pensão/hotel, um pai viciado no jogo e que desistiu de lutar, e um jovem empresário, que fez parte do passado de ambos. Com a presença, numa interpretação interessante, mas prejudicada pelo argumento débil do filme, de Margarida Vila-Nova.
98 Octanas
3.5 17.6 - Um filme, realizado por Fernando Lopes, que segue a "fuga" de duas pessoas desconhecidas entre elas, mas que decidem fâze-la em conjunto. Protagonizado por Rogério Samora e a bela Carla Chambel, o par fugido a algo do passado (que se desconhece), que se vai "conhecendo" e partilhando experiências passadas em viagem, a película tem diálogos interessantes e algo "intensos", mas um ritmo um pouco lento, interpretações seguras mas um desenrolar da história, também um pouco sem "sentido" aparente (assim à maneira das personagens). A acompanhar, em nota positiva, a música com a qualidade garantida, de Bernardo Sassetti.
Encantadora de Baleias
3.8 1029.1 - Uma película belíssima, realizada por Niki Caro, com um lirismo extraordinário, que acompanha a "luta" de uma pequena rapariga (Keisha Castle-Hughes, numa fenomenal interpretação), órfã de mãe, à nascença e rejeitada (de certo modo) também pelo pai e pelo avô (que esperava a nascença de um primogénito - também falecido no mesmo momento do seu nascimento - para continuar a tradição de líder do povo Maori, a que pertencem). Mas, esta rapariga, Paikea, não desiste fácilmente à rejeição do avô Koro, a quem adora. Um filme que retrata, simultaneamente, a luta da mulher numa sociedade patriarcal e também o eterno conflito entre o mundo moderno, em constante evolução, e o mundo tradicional, e da sua necessidade de preservação, até como factor de união dessas mesmas comunidades.
O Convento
3.5 66.0 - Um filme algo esotérico, com um casal estrangeiro (Catherine Deneuve e John Malkovich), um professor americano em busca de provas para uma investigação teórica sobre a origem de Shakespeare e sua loura e bonita esposa, que chegam a um Convento na Arrábida, na sequência dessa pesquisa. Por outro lado, a história "macabra" do Convento e dos monges que nele habitaram, um cuidador deste, algo estranho, sinistro e sombrio (Luís Miguel Cintra), uma "ameaça jovem" (Leonor Silveira) ao casamento deste casal estrangeiro e ainda referências à obra "Fausto", quer visualmente (do livro de Goethe), quer literáriamente (citações) e até na essência do tema da película. Muito arrastado e algo maçador. Nota positiva apenas para a banda sonora, clássica e sinistra, daí perfeitamente adequada ao tema retratado.
Os Canibais
4.1 57.5 - Um filme-ópera, realizado por Manoel de Oliveira, onde a trama é "cantada"! Uma película surpreendente, onde da desconfiança inicial, acabamos com um delicioso final trágico-cómico e satírico, e passando de uma história de amor trágica a uma espécie de crítica social cómica! Protagonizado por Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira, Diogo Dória e Rogério Samora.
Do Outro Lado do Mundo
4.0 18.5 - Uma surpresa cinematográfica, que partindo de um facto real, ocorrido recentemente em Portugal (o caso do movimento "Mães de Bragança"), constrói uma trama de ficção bastante interessante. Um chefe de polícia, já sem raízes (sem nada que o prenda ao local onde vive), decide seguir um sonho de infância: ir para o outro lado do Mundo; mas acaba por arrastar consigo uma das prostitutas (do caso referido acima), raptando-a. Original na história, e em parte no desenvolvimento e com actores de renome, como Paulo Pires, Ivo Canelas e Anabela Teixeira, entre outros. De referir também que da banda sonora fazem parte músicas de Jorge Palma, o que só acrescenta qualidade à película.
Anna: O Perigo Tem Nome
3.4 289 Assista Agora8.5 - Um filme de pura acção, realizado por Luc Besson, onde uma rapariga russa a trabalhar como modelo na Europa, é afinal uma assassina profissional a soldo do KGB soviético. Protagonizado pela modelo russa (belíssima por sinal) Sasha Luss, no papel de Anna Poliatova, e acompanhada por nomes já conceituados, como Helen Mirren, Luke Evans e Cillian Murphy, trata-se de uma película com uma acção ininterrupta e espectacular. Contudo, embora se note a qualidade da filmografia de Luc Besson, esta obra acaba por se encontrar alguns furos abaixo da maior parte das suas outras criações, não pela qualidade das actuações, ou do que seguimos e vemos no ecrã, mas sobretudo por não ser surpreendente, ficando-se com a sensação de que já se viu isto antes, até do próprio Luc Besson! Nota positiva para a música, a cargo de Éric Serra, cujas escolhas vão da música clássica, à música dos anos 80, até à mais actual.
A Doce Vida
4.2 316 Assista Agora7.0 - Uma espécie de retrato social da vida em Roma, onde tudo ou quase tudo é encenado: a fé ou religiosidade; o casamento; o amor (e os desamores); as brigas e as desavenças; etc., sendo tudo colunável e alvo dos paparazzi (talvez uma crítica directa a esta forma de jornalismo?!); portanto, e concluíndo, um retrato de uma sociedade superficial e fútil, que dir-se-ia, sem alma! Destaque para a protagonista Anita Ekberg, no auge da sua beleza espampanante!
Julieta dos Espíritos
4.0 130 Assista Agora7.1 - Um filme onírico, muito centrado em cenas de sonhos, memórias, visões e espiritismo da protagonista (Giulietta Boldrini/Giulietta Masina), uma simples dona de casa, casada com um marido que (aparentemente) dedica mais tempo ao trabalho do que à vida conjugal (algo autobiográfico, segundo dizem, relativamente à própria Giulietta Masina e Fellini, seu esposo), e sua "culpa" psicológica/religiosa , pelas dúvidas e anseios sobre o seu próprio casamento e anseios pessoais de também "transgredir". De mencionar também, o contraste efectuado entre a beleza das mulheres, que personificam as familiares de Giulietta, como Sylva Koscina (belíssima!) e também Sandra Milo, face à beleza natural de Giulietta Masina (que poder-se-ia dizer tipo "patinho feio", embora a sua expressividade única, lhe forneça também, um encanto único! - N. R.).
Cosmópolis
2.7 1,0K Assista Agora6.9 - Um filme elíptico e enigmático, produzido por Paulo Branco, e realizado por David Cronenberg, com diálogos estranhos, quase incompreensíveis, sendo a maior parte dos mesmos efectuados dentro de uma limousine. Uma película difícil de digerir, sobretudo, pela ausência de um fio condutor que oriente o espectador. Destaque sobretudo para a banda sonora de Howard Shore, onde figura a música de qualidade do grupo Metric!
A Mãe é que Sabe
4.0 28.5 - Uma divertida comédia, realizada por Nuno Rocha, sobre uma mãe de família, que numa reunião familiar, em que seu pai é o aniversariante, recorda memórias suas da infância e adolescência, e em particular, da sua dura e exigente mãe. Embora com o recurso a vários clichés e "lugares-comuns" da tradicional família portuguesa do século passado (nomeadamente e em específico, dos anos 60 a anos 80/90), é uma película divertida q.b., apesar de juntar uma pitada de ficção científica, com a existência de uma anomalia (física ou astronómica) que torna pensamento em realidade, talvez algo desnecessária para o desenvolvimento e "mensagem" do filme. Recheado de actores e actrizes de renome em Portugal: Maria João Abreu (a protagonista), Joana Pais de Brito, Manuel Cavaco, Dalila Carmo, Adriano Carvalho, Manuela Maria, e a belíssima Filipa Areosa!
A Estrada da Vida
4.3 228 Assista Agora9.0 - Uma jovem rapariga, Gelsomina, de livre-espírito, é vendida por sua própria mãe, por dinheiro e comida, a um duro artista saltimbanco. Mas o convívio entre os dois não vai ser fácil, pois Zampanò (Anthony Quinn), seu "dono e senhor" é, além de duro, castigador, insensível e traidor, alguém amargurado; e apesar de Gelsomina, uma dócil e doce rapariga, gostar da vida de artista e de "conhecer o Mundo", desenvolve uma estima não retribuída por Zampanò. Um filme, que embora numa ambiência dramática, se torna numa obra bela e pungente de lirismo, com um desenvolvimento bastante escorreito (tendo em conta a altura em que foi realizado - 1954 - N.R.), com o contraponto da alegria (ou será ingenuidade?) de Gelsomina e de um ou outro personagem (destaque, neste campo, para a do "O Louco"/Richard Basehart). Muito aconselhável visionamento! Curiosidades: Gelsomina/Giulietta Masina era esposa de Federico Fellini, o realizador desta película, com quem trabalhou e protagonizou muitos dos seus filmes, mantendo-se casada até à morte deste, num casamento de 50 anos (e morreria apenas 5 meses depois de seu esposo!) Outra curiosidade é a assinatura da banda sonora deste filme que ficou a cargo de Nino Rota (mais conhecido, pela música de "O Padrinho/The Godfather").
Filha da Mãe
4.2 17.8 - Um filme trágico-cómico, com uma analogia entre uma peça de teatro e a vida real, cuja intérprete/actriz vive, ou viveu, uma situação semelhante à da peça teatral: uma mãe solteira, com uma filha rebelde que a culpa da falta de amor da própria mãe. A acrescentar um pai desaparecido à 20 anos e que agora reaparece, e um novo amante da mãe, que a engana também, e um namorado da filha que é criminoso. Algumas cenas cómicas, mas a película "perde-se" a meio, com uma montagem e algumas cenas algo incompreensíveis e pouco lógicas. A interpretar, alguns actores e actrizes de renome: Rita Blanco, Lídia Franco, Alexandra Lencastre, José Wilker, Miguel Guilherme e João Cabral.
Sapatos Pretos
4.0 28.0 - Uma película de João Canijo, onde uma mulher vítima de maus-tratos vinga-se do marido, aliando-se ao seu jovem amante para o matar. Um impressionante desempenho artístico (e corporal) de Ana Bustorff, num filme que conta ainda com actores como Vítor Norte, João Reis, José Raposo e João Lagarto. Interessante e de qualidade q.b.!
A Carga
2.6 22 Assista Agora8.8 - Um filme, realizado por Bruno Gascon, que se centra numa rede de tráfico humano e de prostituição de imigrantes de Leste, realçando as tragédias, dramas e violência exercida sobre estas mesmas vítimas que, apenas, procuravam uma vida melhor, e que se vêem "apanhadas" numa organização criminosa, sem escrúpulos ou piedade. Uma película com um elenco repartido entre, velhos veteranos da arte como Vítor Norte e Rita Blanco, estreantes ou estrelas em ascensão como Sara Sampaio (aqui num papel principal), Ana Cristina de Oliveira e Miguel Borges e actores vindos de Leste como Michalina Olszanska e Dmitry Bogomolov. Destaque também para a banda sonora, a cargo da dupla Filipe Goulart e Milton Nuñez. Trata-se de um filme "forte", pesado, mas de qualidade!
Cinzento e Negro
3.0 95.9 - Um filme, realizado por Luís Filipe Rocha, de personagens negras, sombrias: um fugido à polícia, após ter ajudado um velho doente, com doença terminal, a se matar; uma mulher e amante, traída, dura e vingativa; um polícia psicologicamente afectado com a morte da filha, por suicídio; e tudo isto, com os Açores como pano de fundo; a música de Mário Laginha a acompanhar e a poesia/textos de Raúl Brandão também pelo meio. Uma película algo arrastada e cansativa, que contudo, foi muito apreciada pela crítica da especialidade, tanto em Portugal, como no estrangeiro, tendo ganho vários prémios em Festivais de Cinema.
Parque Mayer
4.0 28.5 - Um filme, realizado pelo conceituado realizador português, António-Pedro Vasconcelos, sobre o papel da Revista à Portuguesa e do Parque Mayer, durante a ditadura do Estado Novo, com todas as situações sociais da altura: a censura, as denúncias, os "valores e (bons) costumes", e a "luta" das elites artísticas contra a repressão da liberdade e da oposição política. Tudo isto, revestido de uma aparente história (também ela característica da altura) da "saloia" pobre que quer vingar e ter sucesso na área do Teatro, ou seja, na vida das Artes. Dir-se-ia que, sob a capa do espectáculo, assiste-se ao nascimento do Estado Novo e sua política repressiva e retrógrada. Uma película, também, com óptimas interpretações, não só de actores desconhecidos ou jovens, como os protagonistas: Francisco Froes, Daniela Melchior, Sérgio Praia; como também de "velhos conhecidos" ou já de renome, como Miguel Guilherme, Diogo Morgado, Alexandra Lencastre e Carla Maciel. Muito aconselhável visionamento!
A Passagem da Noite
3.6 37.9 - Uma jovem rapariga (Mariana, desempenhada por Leonor Seixas), ainda virgem, é violada por um drogado, e tem de enfrentar "sozinha", o trauma da violência a ela perpetrada e uma gravidez indesejada, com a agravante da pressão de um "teimoso" inspector da Polícia, e ainda o de evitar o conhecimento da sua situação, por parte de pais e amigos. Uma película, realizada por Luís Filipe Rocha e recheada de figuras do cinema, TV e teatro portugueses, como Maria Rueff (numa óptima interpretação da prostituta "batida", ou seja, experiente), João Ricardo, Fernando Heitor, Ana Bustorff, Virgílio Castelo e Rogério Samora, entre outros. De destacar, também, a boa qualidade musical da banda sonora do filme, que ficou a cargo de Luís Cília.
O Rapaz do Tambor
4.0 18.9 - Adaptação televisiva de conto de Fernando Namora, onde um miúdo temeroso e frágil, com um pai "severo e duro" e uma mãe incentivadora, é alvo de bullying na escola, mas algo sucede que tudo muda... Uma história da vida de uma família no Estado Novo de Salazar, que constitui também um retrato da época, e das lutas contra o regime Salazarista! Uma surpresa...
O Último Verão
3.5 17.2 - Uma ficção, realizada por Lourenço de Mello, a partir de um texto de Francisco Moita Flores, para TV, não muito interessante a nível cinematográfico, mas com umas linhas de diálogo finais verdadeiramente acutilantes e críticas, sobre a "educação" dada pelos pais contemporâneos, aos seus filhos, e sobre os excessos naturais (mas evitáveis) da juventude, e em última análise, sobre a "Justiça" (ou falta dela) portuguesa!
Uma Pedra no Bolso
3.2 16.0 - Uma pequena história, realizada (e também escrita), por Joaquim Pinto, sobre o primeiro amor platónico ou sobre a descoberta do amor (não correspondido), por parte de um jovem adolescente, em férias, junto de uma tia, numa zona balnear. E também sobre a primeira decepção amorosa e primeira percepção de que por vezes, as pessoas não são aquilo que parecem ou que deixam transparecer aos outros! Relativamente interessante, mas pouco mais. Destaque para a presença de uma Inês de Medeiros, muito novinha mas já cativante, e para a presença do escritor (e aqui, também actor) Luís Miguel Cintra!