7.1 - Uma comédia ligeira, a espaços divertida, realizada por Hugo Diogo, e com Rui Unas, Leonor Seixas, Carlos Areia e Melânia Gomes como principais protagonistas. A história em si, segue um par de vigaristas e ladrões, que pensam em dar o último golpe das suas vidas, a um veterano da Guerra Colonial, que ganhou a Lotaria. Para isso, fazem-se passar por filho perdido do alvo e sua respectiva mulher/namorada. Vê-se, mas sem grande brilho.
7.3 - Uma película realizada por José Fonseca e Costa, algo arrastada, que faz alusão a uma espécie de libertinagem recente face aos chamados "bons costumes" da ditadura salazarista, ao contrapôr uma suposta "disciplina" e austeridade militar a ambientes mais vulgares e luxuriantes. A esta alusão, não será estranha a origem do argumento numa história, precisamente, chamada "E Aos Costumes Disse Nada...", de Mário de Carvalho e David Mourão Ferreira. A história segue um jovem militar recém-formado, que se "apaixona" por uma jovem mulher esquiva, durante uma chamada da mesma para o quartel, por aparente engano.
7.5 - Um filme baseado em factos reais, e realizado por Jay Roach, sobre um escândalo de cariz sexual na Fox News, canal de televisão norte-americano, que foi filmado de uma forma algo inovadora, onde uma das personagens principais como que relata o "caso" directamente para as câmaras. Embora essa inovação, a película acaba por falhar na sua intensidade psicológica, embora o tema forte e pesado, talvez até devido a essa vontade de inovar, que lhe fornece alguma ligeireza no "tratar" do assunto focado. A história, em si, centra-se num processo judicial de assédio sexual movido a Roger Ailes, fundador e director da Fox News, por Gretchen Carlson, uma ex-pivô da operadora de TV. De destaque, claro está, a beleza (e talento) das 3 actrizes principais: Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie e o desempenho, igualmente talentoso, do "asqueroso" John Lithgow (como o já referido Roger Ailes).
8.2 - Um filme simples, realizado por Rita Nunes, mas de desenvolvimento coerente e "bem arrumadinho", sobre uma relação através de uma rede social, onde o anonimato pode ter consequências inesperadas. Luísa, uma actriz, e António, um velho escritor e jornalista, cansado e insatisfeito com a vida, tal como Luísa, nomeadamente no que diz respeito aos seus anteriores relacionamentos amorosos, começam a trocar mensagens no Twitter, e essa relação cresce ao ponto de decidirem se encontrar na vida real, mas no dia em que combinaram isso, António sofre um acidente, que mudará tudo na vida de ambos. Uma película de visionamento tranquilo e interessante, sem grandes alaridos, mas eficaz.
7.8 - Uma co-produção luso-espanhola, baseada num conto homónimo de José Cardoso Pires, e realizada por José Fonseca e Costa, cuja história segue uma investigação policial, nos anos 60 do século passado, à morte de um militar evadido da prisão, onde esteve detido devido a motivos políticos. Destaque para uma curiosa justaposição do tempo actual (ou seja, o da investigação retratada na história), com os "flashbacks" do protagonista principal e da história em si, como se este "estivesse" a presenciar ou reviver, in loco, os acontecimentos passados. Destaque também para Raul Solnado (como Elias Santana - o chefe ou investigador policial), protagonista aqui em tom dramático; para Assumpta Serna como a sensualíssima Mena, e para Patrick Bauchau, o "morto" Capitão Dantas, numa interpretação forte e pesada, mas crucial na história do filme, que tem por característica principal o ser algo arrastado, mas que se vê bem, no entanto.
8.0 - Uma película sobre um chulo, a viver à custa de uma artista de boate e da sua madrinha, que se vê envolvido numa trama de um Major, em clara alusão às FP-25 e ao Major Otelo Saraiva de Carvalho, que o "engaja" para vigiar uma casa e um outro grupo de personagens. Um filme de notório sucesso, à altura da sua estreia, não sendo alheias as cenas de nudez ousadas (incluíndo um "nú frontal"), de Mário Viegas e de uma atrevida e sensualíssima Lia Gama. De referir também, a presença de artistas brasileiros como Lima Duarte e Natália do Vale, da "antiga" celebridade Milú e da estreante (tal como o foi, Natália do Vale) Adelaide Ferreira, e ainda, para uma quota parte do argumento (e a parte musical da película), da autoria do cantor português de renome, Sérgio Godinho.
5.5 - Uma película algo absurda, devido talvez a alguma etnicidade, que confere à mesma, um carácter enigmático, de muito difícil leitura/entendimento. Passado em Cabo Verde, nomeadamente na ilha do Fogo (com o seu aspecto árido e vulcânico), seguimos a história de uma enfermeira (Mariana - Inês de Medeiros), que viaja de Lisboa, para acompanhar um imigrante, em estado comatoso, de volta às suas origens. Um filme sem "ponta que se pegue". Não aconselhável.
3.9 - Um filme de difícil digestão, que faz alusões a questões inerentes à juventude ou adolescência, como o(s) desejo(s) sexua(l)is, a depressão, a violência, o "abandono" parental e até o papel da religião (neste caso, das novas "igrejas"/seitas), tudo mesclado numa linguagem visual mal-alinhavada e arrastada, com tendências estéticas e cinematográficas do género suspense ou terror. Muito fraco, não aconselhável.
6.9 - Filme realizado (e musicado) por Luciano Ligabue, com uma história que no seu aparente retratar da vida de um homem simples e sua família, foca o "seu assunto principal", no sentir italiano dos nossos dias, no peso das dificuldades económicas e no crescimento do desemprego e, como ponto final, na emigração. Uma película algo pesada e algo arrastada e sem grande brilho, que acaba por desperdiçar algumas interpretações de certa qualidade.
7.8 - Um filme, de Manuel Mozos, relativamente interessante, com personagens "normais" ou corriqueiras, e ao mesmo tempo, estranhas e com idiossincrasias pessoais. A um argumento simples, junta-se um desenrolar de imagens de boa qualidade, apesar de um tom algo arrastado, mas que "agarra o espectador", devido a uma certa comicidade implícita (ou seja, não tão óbvia ou explícita). Seguimos, na película, a história de um alfarrabista, também escritor, deprimido e com, claro, um bloqueio criativo duradouro, no seu dia-a-dia. Ponto negativo: talvez uma conclusão algo "insonsa" e sem grande sentido, não explicando, assim, a razão de ser da própria película.
8.4 - Uma película sobre a amizade de 4 amigos, reunidos subitamente pela morte de um deles, com enfoque num verão passado em conjunto no Algarve. É revisto, esse verão, numa sequência de "flashbacks", intercalados com breves cenas da linha temporal actual, onde é mostrado como esse "pequeno" período de tempo foi determinante na formação e estrutura daquilo que cada um dos amigos é nos dias de hoje, em particular, devido a essa mesma amizade e a uma "rivalidade" com um grupo semelhante, formado neste caso de "betinhos" ou "meninos-ricos". Um filme, realizado por Tiago Guedes e recheado de nomes conhecidos da nossa praça: Marco D`Almeida, Fátima Lopes, Margarida Marinho, Cristina Cavalinhos, Pêpê Rapazote, Dalila Carmo, João Lagarto, José Eduardo, Maria João Bastos, com alguns destes, ainda, com um aspecto de "novinhos" (como é o caso desta última e também de Fátima Lopes); e que se vê bem, sem ser algo de muito especial, mas para um telefilme, como é o caso, é de notória qualidade.
8.5 - Uma película, realizada por Tom Harper, sobre uma mulher (interpretada por Jessie Buckley, uma actriz irlandesa) ex-presidiária, com dois filhos muito jovens ainda, de fracas posses, mas com muita garra e um forte desejo pessoal: o de se tornar uma cantora "country" como os seus ídolos musicais de Nashville, Tennessee, USA. O único problema, além do óbvio factor monetário, é o de: ser escocesa, de Glasgow! E estar dividida entre o seu eterno sonho e o "dever" de mãe (ou maternal, se quiserem), ou seja, o de criar da melhor forma os seus filhos. Um filme, com alguma ternura, com algum drama, mas também com alguma alegria, "vontade de viver" e desejo de sonhar, de concretizar (N.R. - Assim ao jeito da própria vida humana, pois claro). Destaque, também, para a música escolhida por Jack Arnold, e a maioria, cantada pela própria Jessie Buckley (que, inclusíve, realizaria posteriormente à estreia deste filme, uma tournée pelo Reino Unido e Irlanda). Aconselhável visualização!
8.5 - Um telefilme de qualidade, que foi o 1º de uma série de produções cinematográficas, de uma televisão portuguesa independente, na altura também ela recém formada (a SIC), que apesar da "juventude", teve um assinalável êxito de audiências. Para tal terá contribuído, além da história simples e bem desenvolvida, da inclusão de actores/actrizes já com "nome feito" da nossa praça (António Capelo, José Wallenstein, Noémia Costa, Maria Emília Correia, Almeno Gonçalves), do "toque" (já conhecedor do "métier") do realizador e produtor António da Cunha Telles, da realização eficiente e segura de Cristina Boavida e Ricardo Espírito Santo, e do desempenho dos actores/actrizes principais, desde (o "ainda imberbe") Diogo Morgado (como Miguel - um rapaz de 15 anos), passando por Marcantonio Del Carlo (Mário), Maria João Abreu (Paula - a mãe de Miguel) e uma sensualíssima e cativante Ana Padrão (como Teresa, uma médica de 35 anos, que volta da capital para a sua "terrinha" de nascimento). Como motivos de interesse adicionais na película, encontramos a "relativa química" entre os dois protagonistas principais, uma ou outra cena mais ousada (ao que o público português, da altura, não estava habituado), à polémica dicotomia retratada de amor/paixão/pedofilia, à questão da diferença grande de idades no amor, mas também, à "pequenez" das mentalidades existentes (ainda nos dias de hoje) nas pequenas comunidades do nosso país. Além disso, de destacar, a banda sonora sabiamente constituída com música dos GNR, de Rui Reininho.
8.6 - Uma biografia das DOCE, uma das primeiras "girls band" em Portugal, e muito provavelmente, a de maior sucesso no mundo discográfico português, desde o seu nascimento, até ao seu clímax (musical!) no Festival da Canção e consequente ida ao Festival da Eurovisão, passando por algumas dificuldades iniciais, do seu próprio crescimento, e da sua própria "influência" num meio social, ainda então, retrógrado e paternalista. Trata-se de uma obra, realizada por Patrícia Sequeira, em forma de verdadeira "hommage" (ou homenagem, se preferirem) ao grupo DOCE, à coragem e garra das mulheres que o constituíram, e à prolífica (mas breve) obra musical, ainda hoje cantarolada por aí... Menos centrado nas polémicas e problemas, dentro e no exterior imediato da banda, e mais na própria biografia e obra musical do grupo Pop, ao contrário da série televisiva, realizada (ao mesmo tempo) por Patrícia Sequeira.
8.0 - Uma película, realizada por Caroline Link, sobre a fuga de uma família judia, ao surgimento de Hitler e do partido Nazi, no poder, na Alemanha, antes da que viria a ser a 2ª Guerra Mundial. Um tema recorrente na cinematografia mundial, mas desta vez, na perspectiva de uma criança (numa excelente interpretação de Riva Krymalowski), de forma não infantilizada (N. R. - o que acontece um pouco, no bem mais conhecido e popular "A Vida É Bela", de Roberto Benigni), mas de forma mais dramática, mais incisiva no que concerne aos efeitos de tal acontecimento, numa criança e na sua própria interpretação dos mesmos, com a "perda de amigos e colegas", com novas realidades linguísticas e sociais, e até económicas; tudo isto junto com uma certa indefinição do futuro (que os próprios pais/adultos partilham de) Um filme ternurento por vezes, outras vezes mais pesado, outras até cómico ou mais leve, baseado na obra homónima (e autobiográfica), que dá título à película, da escritora Judith Kerr. Apesar da temática dramática, uma película que se vê bem, bem construída e interessante. Uma surpresa agradável, emotiva até!
8.3 - Um filme, realizado por Henry Joost e Ariel Schulman, com uma temática interessante e actual, sobre os perigos das redes sociais, e mais concretamente, dos "desafios digitais" nas mesmas, um pouco a apontar a mira a "apps" como o TikTok. Na película, seguimos uma colegial (Vee/Emma Roberts), normalmente de carácter pouco aventureiro, algo introvertida e pouco amiga da "ribalta" social, embora inteligente, mas que se deixa enredar por uma rede social massiva, que dá nome ao filme, e cujos desafios a levam a arriscar a própria vida. Enfim, uma película que se vê bem, cheio de acção e com um bom ritmo, onde o único "ponto fraco" será, provavelmente a falta de carisma dos principais protagonistas (a já referida Emma Roberts e Dave Franco - Ian, o par de Vee). De salientar também, a boa escolha musical de Rob Simonsen na banda sonora, que vai de Roy Orbinson, até temas mais actuais de M0, Wu-Tang Clan, Halsey, Icona Pop e Alex Winston.
5.0 - Um retrato do dia-a-dia de um casal viciado e "dominado" pela droga, onde vemos todos (ou quase todos) os "esquemas" para arranjarem dinheiro, de forma a satisfazerem o seu vício, quer através da violência sobre familiares, quer através de roubos ou até da própria prostituição. Um drama sem grande brilhantismo cinematográfico, protagonizado pela própria realizadora, Cláudia Tomaz.
8.4 - Uma multipremiada película (ínclusive com um BAFTA), do sempre subversivo, intenso e surpreendente realizador sul-coreano Park Chan-Wook, com uma história cativante, algo excêntrica até (assim como alguns dos seus personagens), que a meio se torna algo incompreensível, mudando o ângulo da história já visualizada até aí, para depois se tornar totalmente reveladora, numa espécie de êxtase narrativo (N.R. - a escolha de palavras neste texto é claramente intencional - se visualizarem o filme vão compreender melhor de certeza) A acompanhar, uma banda sonora de qualidade elevada, seleccionada por Jo Yeong-Wook, que vai de composições próprias, a Mozart, e até a música coreana actual, passando por, também, interpretações convincentes das actrizes principais. Além da música, temos uma excelente cinematografia, com uma óptima escolha dos cenários naturais. A história, em si, gira à volta de uma criada (Sook-Hee), que afinal não o é, contratada para convencer uma herdeira japonesa (Lady Hideko) a casar com um suposto conde japonês (Count Fujiwara), um vigarista coreano (ou seja, nem japonês é), que quer dar o "golpe do baú". Muito recomendável visualização!
4.9 - Um filme que recorre, de forma excessiva, ao onirismo, lirismo e poesia, esquecendo (ou deixando de lado), completamente, o lado atractivo da arte cinematográfica, tornando-se um filme arrastado, lento e pouco interessante, sobre uma simples história de um amor jovem e proibido.
8.5 - Uma película recheada de vários actores e actrizes de renome da nossa praça: Jorge Corrula, Soraia Chaves, Nicolau Breyner, Ana Bustorff, Cláudia Semedo, Nuno Melo, João Lagarto, José Wallenstein, Ruy de Carvalho, Rogério Samora e Lourdes Norberto, entre outros; realizada por Carlos Coelho da Silva, e baseada, muito livremente, na obra homónima de Eça de Queirós. Trata-se, assim, de um retrato tórrido e quente (a que não são alheias as cenas de sexo), sobre a hipocrisia existente na Igreja Católica (portuguesa, e não só) e na sociedade em geral, em que as ditas "entidades idóneas" apregam algo que depois não seguem ou que não praticam, ao estilo "faz o que te digo, não faças o que eu faço"! Um filme escorreito, bem desenvolvido, com um argumento que junta comunidades desfavorecidas, a traficantes, amor e paixão, traições e violências, ambições desmedidas e vinganças.
8.8 - Um verdadeiro "flop" cinematográfico, sobretudo nos EUA e um filme subvalorizado pela crítica (e também pelo público), mas trata-se afinal de uma divertidíssima comédia de acção, realizada por David Koepp (conhecido argumentista de Hollywood) e protagonizada por Johnny Depp (com mais uma das suas camaleónicas personagens/interpretações), Gwyneth Paltrow (sensual como sempre...), Ewan McGregor e Paul Bettany, com um humor entre o sofisticado (dir-se-ia "à inglesa") e o brejeiro (talvez se possa dizer "à americana"). A história segue um negociante de arte, Charlie Mortdecai, falido e trapalhão, entre o negócio de Arte legal e o seu "submundo" ilegal, que acaba perseguido por Russos, uma organização de terroristas e até pelas autoridades britânicas, nomeadamente, pelo MI5, enquanto tenta a sua recuperação financeira, e até, matrimonial. Uma película que, apesar da aparência "silly", é uma película de argumento "inteligente", talvez não ao alcance de muitos, daí a razão do seu insucesso nas bilheteiras por esse mundo fora... (N.R. - não se esqueçam que a comédia e o "fazer rir" são das artes mais difíceis de concretizar, o que a torna alvo de possíveis não-compreensões por parte de alguns ou muitos espectadores, mas a mim fez-me rir... e bem!!!).
6.5 - Uma história de relações homossexuais, bissexuais e heterossexuais, contadas em vários "flashbacks" e de pontos de vista diferentes, nomeadamente de 4 amigos, durante um retiro sabático dos mesmos, enquanto aguardam a vinda de um 5º elemento, ausente da vida "física" destes, durante muito tempo (10 anos). A simples notícia ou conhecimento dessa, em breve, chegada, vem perturbar e avivar à memória dos 4 amigos, e trazer à tona um "passado", ainda não totalmente resolvido e directamente ligado às vivências de cada um deles a esse 5º elemento. Relativamente interessante, com uma ambiência quase a resvalar para o thriller (que afinal não se concretiza), mas algo arrastado. O melhor ainda é a música, que se ouve nalgumas cenas da película (e no trailer), de tom tropical (assim ao jeito de "fazer pandã" com o título do filme), na voz brasileira de Johnny Hooker. Já agora a realização ficou a cargo de Vicente Alves do Ó, e a interpretação por parte de Oceana Basílio, Ricardo Pereira, Nuno Pardal e Ricardo Barbosa (nos papéis dos 4 amigos referidos).
8.4 - Um original filme musical, com temática cómica e de terror. Embora agradável de visualizar e com alguma comicidade, relativamente comedida, com muito "gore" à mistura, a película falha na tentativa de dar alguma intensidade psicológica à história e às relações familiares ou colegiais. Contudo a parte puramente musical é boa, sem deslumbrar, no seu todo, e a ambiência de terror (trata-se de um apocalipse Zombie) é bem realizada (por parte de John McPhail), eficaz, mas não (e sem) se levar a sério. Aconselhável visualização!
6.8 - Uma película dos anos 40, realizada por José Leitão de Barros, sobre a figura maior da poesia e da literatura Portuguesa: Camões, em jeito de biografia clássica, quase teatral, e em tom de enaltecimento patriótico (a fazer jus a um dos pilares da sociedade e da política da altura: a Pátria). Interessante meramente pela crónica histórica e biográfica e, igualmente, pela presença de actores e actrizes sobejamente conhecidos da nossa praça: Vasco Santana, António Silva, Eunice Munõz e Carmen Dolores (na altura, ainda muito jovens).
Ladrões de Tuta e Meia
3.5 17.1 - Uma comédia ligeira, a espaços divertida, realizada por Hugo Diogo, e com Rui Unas, Leonor Seixas, Carlos Areia e Melânia Gomes como principais protagonistas. A história em si, segue um par de vigaristas e ladrões, que pensam em dar o último golpe das suas vidas, a um veterano da Guerra Colonial, que ganhou a Lotaria. Para isso, fazem-se passar por filho perdido do alvo e sua respectiva mulher/namorada. Vê-se, mas sem grande brilho.
Sem Sombra de Pecado
3.5 17.3 - Uma película realizada por José Fonseca e Costa, algo arrastada, que faz alusão a uma espécie de libertinagem recente face aos chamados "bons costumes" da ditadura salazarista, ao contrapôr uma suposta "disciplina" e austeridade militar a ambientes mais vulgares e luxuriantes. A esta alusão, não será estranha a origem do argumento numa história, precisamente, chamada "E Aos Costumes Disse Nada...", de Mário de Carvalho e David Mourão Ferreira.
A história segue um jovem militar recém-formado, que se "apaixona" por uma jovem mulher esquiva, durante uma chamada da mesma para o quartel, por aparente engano.
O Escândalo
3.6 459 Assista Agora7.5 - Um filme baseado em factos reais, e realizado por Jay Roach, sobre um escândalo de cariz sexual na Fox News, canal de televisão norte-americano, que foi filmado de uma forma algo inovadora, onde uma das personagens principais como que relata o "caso" directamente para as câmaras. Embora essa inovação, a película acaba por falhar na sua intensidade psicológica, embora o tema forte e pesado, talvez até devido a essa vontade de inovar, que lhe fornece alguma ligeireza no "tratar" do assunto focado.
A história, em si, centra-se num processo judicial de assédio sexual movido a Roger Ailes, fundador e director da Fox News, por Gretchen Carlson, uma ex-pivô da operadora de TV. De destaque, claro está, a beleza (e talento) das 3 actrizes principais: Charlize Theron, Nicole Kidman e Margot Robbie e o desempenho, igualmente talentoso, do "asqueroso" John Lithgow (como o já referido Roger Ailes).
Linhas Tortas
3.5 18.2 - Um filme simples, realizado por Rita Nunes, mas de desenvolvimento coerente e "bem arrumadinho", sobre uma relação através de uma rede social, onde o anonimato pode ter consequências inesperadas. Luísa, uma actriz, e António, um velho escritor e jornalista, cansado e insatisfeito com a vida, tal como Luísa, nomeadamente no que diz respeito aos seus anteriores relacionamentos amorosos, começam a trocar mensagens no Twitter, e essa relação cresce ao ponto de decidirem se encontrar na vida real, mas no dia em que combinaram isso, António sofre um acidente, que mudará tudo na vida de ambos. Uma película de visionamento tranquilo e interessante, sem grandes alaridos, mas eficaz.
Balada da Praia dos Cães
2.8 17.8 - Uma co-produção luso-espanhola, baseada num conto homónimo de José Cardoso Pires, e realizada por José Fonseca e Costa, cuja história segue uma investigação policial, nos anos 60 do século passado, à morte de um militar evadido da prisão, onde esteve detido devido a motivos políticos. Destaque para uma curiosa justaposição do tempo actual (ou seja, o da investigação retratada na história), com os "flashbacks" do protagonista principal e da história em si, como se este "estivesse" a presenciar ou reviver, in loco, os acontecimentos passados.
Destaque também para Raul Solnado (como Elias Santana - o chefe ou investigador policial), protagonista aqui em tom dramático; para Assumpta Serna como a sensualíssima Mena, e para Patrick Bauchau, o "morto" Capitão Dantas, numa interpretação forte e pesada, mas crucial na história do filme, que tem por característica principal o ser algo arrastado, mas que se vê bem, no entanto.
Kilas, O Mau da Fita
3.2 28.0 - Uma película sobre um chulo, a viver à custa de uma artista de boate e da sua madrinha, que se vê envolvido numa trama de um Major, em clara alusão às FP-25 e ao Major Otelo Saraiva de Carvalho, que o "engaja" para vigiar uma casa e um outro grupo de personagens.
Um filme de notório sucesso, à altura da sua estreia, não sendo alheias as cenas de nudez ousadas (incluíndo um "nú frontal"), de Mário Viegas e de uma atrevida e sensualíssima Lia Gama. De referir também, a presença de artistas brasileiros como Lima Duarte e Natália do Vale, da "antiga" celebridade Milú e da estreante (tal como o foi, Natália do Vale) Adelaide Ferreira, e ainda, para uma quota parte do argumento (e a parte musical da película), da autoria do cantor português de renome, Sérgio Godinho.
Casa de Lava
3.7 115.5 - Uma película algo absurda, devido talvez a alguma etnicidade, que confere à mesma, um carácter enigmático, de muito difícil leitura/entendimento. Passado em Cabo Verde, nomeadamente na ilha do Fogo (com o seu aspecto árido e vulcânico), seguimos a história de uma enfermeira (Mariana - Inês de Medeiros), que viaja de Lisboa, para acompanhar um imigrante, em estado comatoso, de volta às suas origens. Um filme sem "ponta que se pegue". Não aconselhável.
Mate-me Por Favor
3.0 232 Assista Agora3.9 - Um filme de difícil digestão, que faz alusões a questões inerentes à juventude ou adolescência, como o(s) desejo(s) sexua(l)is, a depressão, a violência, o "abandono" parental e até o papel da religião (neste caso, das novas "igrejas"/seitas), tudo mesclado numa linguagem visual mal-alinhavada e arrastada, com tendências estéticas e cinematográficas do género suspense ou terror. Muito fraco, não aconselhável.
Made in Italy
3.1 66.9 - Filme realizado (e musicado) por Luciano Ligabue, com uma história que no seu aparente retratar da vida de um homem simples e sua família, foca o "seu assunto principal", no sentir italiano dos nossos dias, no peso das dificuldades económicas e no crescimento do desemprego e, como ponto final, na emigração. Uma película algo pesada e algo arrastada e sem grande brilho, que acaba por desperdiçar algumas interpretações de certa qualidade.
Ramiro
2.9 27.8 - Um filme, de Manuel Mozos, relativamente interessante, com personagens "normais" ou corriqueiras, e ao mesmo tempo, estranhas e com idiossincrasias pessoais. A um argumento simples, junta-se um desenrolar de imagens de boa qualidade, apesar de um tom algo arrastado, mas que "agarra o espectador", devido a uma certa comicidade implícita (ou seja, não tão óbvia ou explícita). Seguimos, na película, a história de um alfarrabista, também escritor, deprimido e com, claro, um bloqueio criativo duradouro, no seu dia-a-dia.
Ponto negativo: talvez uma conclusão algo "insonsa" e sem grande sentido, não explicando, assim, a razão de ser da própria película.
Cavaleiros de Água Doce
4.0 18.4 - Uma película sobre a amizade de 4 amigos, reunidos subitamente pela morte de um deles, com enfoque num verão passado em conjunto no Algarve. É revisto, esse verão, numa sequência de "flashbacks", intercalados com breves cenas da linha temporal actual, onde é mostrado como esse "pequeno" período de tempo foi determinante na formação e estrutura daquilo que cada um dos amigos é nos dias de hoje, em particular, devido a essa mesma amizade e a uma "rivalidade" com um grupo semelhante, formado neste caso de "betinhos" ou "meninos-ricos".
Um filme, realizado por Tiago Guedes e recheado de nomes conhecidos da nossa praça: Marco D`Almeida, Fátima Lopes, Margarida Marinho, Cristina Cavalinhos, Pêpê Rapazote, Dalila Carmo, João Lagarto, José Eduardo, Maria João Bastos, com alguns destes, ainda, com um aspecto de "novinhos" (como é o caso desta última e também de Fátima Lopes); e que se vê bem, sem ser algo de muito especial, mas para um telefilme, como é o caso, é de notória qualidade.
As Loucuras de Rose
3.5 468.5 - Uma película, realizada por Tom Harper, sobre uma mulher (interpretada por Jessie Buckley, uma actriz irlandesa) ex-presidiária, com dois filhos muito jovens ainda, de fracas posses, mas com muita garra e um forte desejo pessoal: o de se tornar uma cantora "country" como os seus ídolos musicais de Nashville, Tennessee, USA. O único problema, além do óbvio factor monetário, é o de: ser escocesa, de Glasgow! E estar dividida entre o seu eterno sonho e o "dever" de mãe (ou maternal, se quiserem), ou seja, o de criar da melhor forma os seus filhos.
Um filme, com alguma ternura, com algum drama, mas também com alguma alegria, "vontade de viver" e desejo de sonhar, de concretizar (N.R. - Assim ao jeito da própria vida humana, pois claro). Destaque, também, para a música escolhida por Jack Arnold, e a maioria, cantada pela própria Jessie Buckley (que, inclusíve, realizaria posteriormente à estreia deste filme, uma tournée pelo Reino Unido e Irlanda). Aconselhável visualização!
Amo-te Teresa
4.0 58.5 - Um telefilme de qualidade, que foi o 1º de uma série de produções cinematográficas, de uma televisão portuguesa independente, na altura também ela recém formada (a SIC), que apesar da "juventude", teve um assinalável êxito de audiências. Para tal terá contribuído, além da história simples e bem desenvolvida, da inclusão de actores/actrizes já com "nome feito" da nossa praça (António Capelo, José Wallenstein, Noémia Costa, Maria Emília Correia, Almeno Gonçalves), do "toque" (já conhecedor do "métier") do realizador e produtor António da Cunha Telles, da realização eficiente e segura de Cristina Boavida e Ricardo Espírito Santo, e do desempenho dos actores/actrizes principais, desde (o "ainda imberbe") Diogo Morgado (como Miguel - um rapaz de 15 anos), passando por Marcantonio Del Carlo (Mário), Maria João Abreu (Paula - a mãe de Miguel) e uma sensualíssima e cativante Ana Padrão (como Teresa, uma médica de 35 anos, que volta da capital para a sua "terrinha" de nascimento).
Como motivos de interesse adicionais na película, encontramos a "relativa química" entre os dois protagonistas principais, uma ou outra cena mais ousada (ao que o público português, da altura, não estava habituado), à polémica dicotomia retratada de amor/paixão/pedofilia, à questão da diferença grande de idades no amor, mas também, à "pequenez" das mentalidades existentes (ainda nos dias de hoje) nas pequenas comunidades do nosso país. Além disso, de destacar, a banda sonora sabiamente constituída com música dos GNR, de Rui Reininho.
Bem Bom
3.7 38.6 - Uma biografia das DOCE, uma das primeiras "girls band" em Portugal, e muito provavelmente, a de maior sucesso no mundo discográfico português, desde o seu nascimento, até ao seu clímax (musical!) no Festival da Canção e consequente ida ao Festival da Eurovisão, passando por algumas dificuldades iniciais, do seu próprio crescimento, e da sua própria "influência" num meio social, ainda então, retrógrado e paternalista.
Trata-se de uma obra, realizada por Patrícia Sequeira, em forma de verdadeira "hommage" (ou homenagem, se preferirem) ao grupo DOCE, à coragem e garra das mulheres que o constituíram, e à prolífica (mas breve) obra musical, ainda hoje cantarolada por aí...
Menos centrado nas polémicas e problemas, dentro e no exterior imediato da banda, e mais na própria biografia e obra musical do grupo Pop, ao contrário da série televisiva, realizada (ao mesmo tempo) por Patrícia Sequeira.
Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-rosa
3.4 9 Assista Agora8.0 - Uma película, realizada por Caroline Link, sobre a fuga de uma família judia, ao surgimento de Hitler e do partido Nazi, no poder, na Alemanha, antes da que viria a ser a 2ª Guerra Mundial. Um tema recorrente na cinematografia mundial, mas desta vez, na perspectiva de uma criança (numa excelente interpretação de Riva Krymalowski), de forma não infantilizada (N. R. - o que acontece um pouco, no bem mais conhecido e popular "A Vida É Bela", de Roberto Benigni), mas de forma mais dramática, mais incisiva no que concerne aos efeitos de tal acontecimento, numa criança e na sua própria interpretação dos mesmos, com a "perda de amigos e colegas", com novas realidades linguísticas e sociais, e até económicas; tudo isto junto com uma certa indefinição do futuro (que os próprios pais/adultos partilham de)
Um filme ternurento por vezes, outras vezes mais pesado, outras até cómico ou mais leve, baseado na obra homónima (e autobiográfica), que dá título à película, da escritora Judith Kerr. Apesar da temática dramática, uma película que se vê bem, bem construída e interessante. Uma surpresa agradável, emotiva até!
Nerve: Um Jogo Sem Regras
3.3 1,2K Assista Agora8.3 - Um filme, realizado por Henry Joost e Ariel Schulman, com uma temática interessante e actual, sobre os perigos das redes sociais, e mais concretamente, dos "desafios digitais" nas mesmas, um pouco a apontar a mira a "apps" como o TikTok. Na película, seguimos uma colegial (Vee/Emma Roberts), normalmente de carácter pouco aventureiro, algo introvertida e pouco amiga da "ribalta" social, embora inteligente, mas que se deixa enredar por uma rede social massiva, que dá nome ao filme, e cujos desafios a levam a arriscar a própria vida.
Enfim, uma película que se vê bem, cheio de acção e com um bom ritmo, onde o único "ponto fraco" será, provavelmente a falta de carisma dos principais protagonistas (a já referida Emma Roberts e Dave Franco - Ian, o par de Vee). De salientar também, a boa escolha musical de Rob Simonsen na banda sonora, que vai de Roy Orbinson, até temas mais actuais de M0, Wu-Tang Clan, Halsey, Icona Pop e Alex Winston.
Noites
2.5 15.0 - Um retrato do dia-a-dia de um casal viciado e "dominado" pela droga, onde vemos todos (ou quase todos) os "esquemas" para arranjarem dinheiro, de forma a satisfazerem o seu vício, quer através da violência sobre familiares, quer através de roubos ou até da própria prostituição. Um drama sem grande brilhantismo cinematográfico, protagonizado pela própria realizadora, Cláudia Tomaz.
A Criada
4.4 1,3K Assista Agora8.4 - Uma multipremiada película (ínclusive com um BAFTA), do sempre subversivo, intenso e surpreendente realizador sul-coreano Park Chan-Wook, com uma história cativante, algo excêntrica até (assim como alguns dos seus personagens), que a meio se torna algo incompreensível, mudando o ângulo da história já visualizada até aí, para depois se tornar totalmente reveladora, numa espécie de êxtase narrativo (N.R. - a escolha de palavras neste texto é claramente intencional - se visualizarem o filme vão compreender melhor de certeza)
A acompanhar, uma banda sonora de qualidade elevada, seleccionada por Jo Yeong-Wook, que vai de composições próprias, a Mozart, e até a música coreana actual, passando por, também, interpretações convincentes das actrizes principais. Além da música, temos uma excelente cinematografia, com uma óptima escolha dos cenários naturais. A história, em si, gira à volta de uma criada (Sook-Hee), que afinal não o é, contratada para convencer uma herdeira japonesa (Lady Hideko) a casar com um suposto conde japonês (Count Fujiwara), um vigarista coreano (ou seja, nem japonês é), que quer dar o "golpe do baú". Muito recomendável visualização!
Frágil Como o Mundo
4.1 94.9 - Um filme que recorre, de forma excessiva, ao onirismo, lirismo e poesia, esquecendo (ou deixando de lado), completamente, o lado atractivo da arte cinematográfica, tornando-se um filme arrastado, lento e pouco interessante, sobre uma simples história de um amor jovem e proibido.
O Crime do Padre Amaro
2.5 258.5 - Uma película recheada de vários actores e actrizes de renome da nossa praça: Jorge Corrula, Soraia Chaves, Nicolau Breyner, Ana Bustorff, Cláudia Semedo, Nuno Melo, João Lagarto, José Wallenstein, Ruy de Carvalho, Rogério Samora e Lourdes Norberto, entre outros; realizada por Carlos Coelho da Silva, e baseada, muito livremente, na obra homónima de Eça de Queirós. Trata-se, assim, de um retrato tórrido e quente (a que não são alheias as cenas de sexo), sobre a hipocrisia existente na Igreja Católica (portuguesa, e não só) e na sociedade em geral, em que as ditas "entidades idóneas" apregam algo que depois não seguem ou que não praticam, ao estilo "faz o que te digo, não faças o que eu faço"! Um filme escorreito, bem desenvolvido, com um argumento que junta comunidades desfavorecidas, a traficantes, amor e paixão, traições e violências, ambições desmedidas e vinganças.
Mortdecai – A Arte da Trapaça
2.8 319 Assista Agora8.8 - Um verdadeiro "flop" cinematográfico, sobretudo nos EUA e um filme subvalorizado pela crítica (e também pelo público), mas trata-se afinal de uma divertidíssima comédia de acção, realizada por David Koepp (conhecido argumentista de Hollywood) e protagonizada por Johnny Depp (com mais uma das suas camaleónicas personagens/interpretações), Gwyneth Paltrow (sensual como sempre...), Ewan McGregor e Paul Bettany, com um humor entre o sofisticado (dir-se-ia "à inglesa") e o brejeiro (talvez se possa dizer "à americana"). A história segue um negociante de arte, Charlie Mortdecai, falido e trapalhão, entre o negócio de Arte legal e o seu "submundo" ilegal, que acaba perseguido por Russos, uma organização de terroristas e até pelas autoridades britânicas, nomeadamente, pelo MI5, enquanto tenta a sua recuperação financeira, e até, matrimonial. Uma película que, apesar da aparência "silly", é uma película de argumento "inteligente", talvez não ao alcance de muitos, daí a razão do seu insucesso nas bilheteiras por esse mundo fora... (N.R. - não se esqueçam que a comédia e o "fazer rir" são das artes mais difíceis de concretizar, o que a torna alvo de possíveis não-compreensões por parte de alguns ou muitos espectadores, mas a mim fez-me rir... e bem!!!).
Insolação
2.5 76.5 - Uma história de relações homossexuais, bissexuais e heterossexuais, contadas em vários "flashbacks" e de pontos de vista diferentes, nomeadamente de 4 amigos, durante um retiro sabático dos mesmos, enquanto aguardam a vinda de um 5º elemento, ausente da vida "física" destes, durante muito tempo (10 anos). A simples notícia ou conhecimento dessa, em breve, chegada, vem perturbar e avivar à memória dos 4 amigos, e trazer à tona um "passado", ainda não totalmente resolvido e directamente ligado às vivências de cada um deles a esse 5º elemento. Relativamente interessante, com uma ambiência quase a resvalar para o thriller (que afinal não se concretiza), mas algo arrastado. O melhor ainda é a música, que se ouve nalgumas cenas da película (e no trailer), de tom tropical (assim ao jeito de "fazer pandã" com o título do filme), na voz brasileira de Johnny Hooker. Já agora a realização ficou a cargo de Vicente Alves do Ó, e a interpretação por parte de Oceana Basílio, Ricardo Pereira, Nuno Pardal e Ricardo Barbosa (nos papéis dos 4 amigos referidos).
Anna e o Apocalipse
2.7 65 Assista Agora8.4 - Um original filme musical, com temática cómica e de terror. Embora agradável de visualizar e com alguma comicidade, relativamente comedida, com muito "gore" à mistura, a película falha na tentativa de dar alguma intensidade psicológica à história e às relações familiares ou colegiais. Contudo a parte puramente musical é boa, sem deslumbrar, no seu todo, e a ambiência de terror (trata-se de um apocalipse Zombie) é bem realizada (por parte de John McPhail), eficaz, mas não (e sem) se levar a sério. Aconselhável visualização!
Camões: Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente
3.4 26.8 - Uma película dos anos 40, realizada por José Leitão de Barros, sobre a figura maior da poesia e da literatura Portuguesa: Camões, em jeito de biografia clássica, quase teatral, e em tom de enaltecimento patriótico (a fazer jus a um dos pilares da sociedade e da política da altura: a Pátria). Interessante meramente pela crónica histórica e biográfica e, igualmente, pela presença de actores e actrizes sobejamente conhecidos da nossa praça: Vasco Santana, António Silva, Eunice Munõz e Carmen Dolores (na altura, ainda muito jovens).