Atores australianos melhores nos negócios... Essa vai ser boa de ver!!
O que é TACP (JTAC)?
https:// taskandpurpose . com / culture/ jtac-vs-tacp-military-definition-covenant-movie/
Eubank, diretor e roteirista de Zona de Risco, aponta que o filme tem a amizade como um dos temas principais. Com um currículo de peso que inclui ‘Atividade Paranormal: Ente Próximo’ e ‘Ameaça Profunda’, o diretor explica que seu novo filme é marcado por um realismo profundo, embora não seja baseado numa história real. A obra acompanha a jornada emocional de Kinney (Liam Hemsworth), um novato que se depara com uma situação que mudará sua vida para sempre.
O elenco do filme é repleto de estrelas: a dupla de irmãos Hemsworth: Liam e Luke, Russell Crowe, Milo Ventimiglia e Ricky Whittle. O diretor conta que se inspirou em alguns filmes de ação e guerra clássicos e modernos para criar seu filme, como ‘Nascido para Matar’, ‘Apocalypse Now’, ‘Atrás das Linhas Inimigas’ e ‘Falcão Negro em Perigo’. O grande diferencial aqui é como o filme toma o ponto de vista dos homens que estão lutando na guerra, abordando as decisões que precisam tomar, e como lidam uns com os outros.
O ganhador do Oscar, Russell Crowe, conta que essa tensão foi fundamental para sua interpretação. “Na nossa história, existe uma intimidade criada entre o operador em terra e o piloto de drone por causa das coisas que estão acontecendo, e certamente quando algo dá errado na operação, o piloto do drone se sente um pouco responsável também. E então, ele tem que fazer tudo o que puder para manter os soldados em terra seguros e ajudá-los em sua missão.”
Zona de Risco foi filmado na Austrália e o ator australiano Liam Hemsworth acredita que as condições naturais que enfrentaram ajudaram a trazer realismo ao longa. “Esperamos que as pessoas possam embarcar nesta jornada com Kinney e sentir como é difícil e assustador ver o amadurecimento do personagem ao enfrentar uma situação sobre a qual ele não tem experiência.”
O diretor Eubank concorda com o astro e acrescenta: “espero que o público se divirta e se empolgue. Eu quero que eles desejem que os personagens saiam vitoriosos e que o filme possa surpreender.”
Sobre os inimigos, são o grupo muçulmano terrorista filipino conhecidos como Abu Sayyaf.
O Abu Sayyaf é um dos diversos grupos separatistas fundamentalistas islâmicas sediadas no sul das Filipinas, onde por quase 30 anos diversos grupos militantes islâmicos estiveram envolvidos em insurgências visando uma província independente no país. O grupo se denomina Al-Harakat Al-Islamiyya ("O Movimento Islâmico").
OBS: São tão ruins quanto o Estado Islâmico, Al Qaeda, Talibã, Hamas, Hezbollah e Boko Haram.
Dá pra se divertir sim, mas é muito vazio e sem nenhum traço de personalidade. As piadas são cansativas e repetitivas demais, não emplacam. O filme não consegue criar AQUELA tensão que é uma das marcar do primeiro filme. Não há senso de ameaça algum. O filme joga no seguro demais, infelizmente.
Até achei no começo que a "Fuga" seria da menina tentando fugir de casa pra explorar o mundo, colocando a Ginger e as outras na outra ponta, o que talvez seria algo muito mais interessante e mais ousado.
Enfim, muito triste que uma sequência de uma das melhores animações já feitas seja basicamente um filme "filler" que mais parece um curta estendido "extra" do que de fato uma continuação, e esteja mofando lá no catálogo da Netflix ao invés de estar nos cinemas pra fazer dinheiro (o original fez 220 mi na época).
O melhor é aceitar que a Aardman já era faz tempo, apesar de que os filmes recentes do Shaun Carneiro são muito bons. E nem é questão de qualidade, e sim de "zeitgeist". Assim como Studio Ghibli, creio que são filmes pra outra era, pra outro público, pra outro tempo, longe do cinismo atual. Expectativa zero pro próximo do Wallace & Gromit também.
Tem um começo bastante promissor, uma vez que a trama é repleta de qualidades e desperta atenção através de um enredo despretensioso e acolhedor.
Com uma narrativa moderna e contemporânea, o filme conta a história de amor de uma cantora de funk e um violinista clássico. Mileny (Clara Moneke), a diva pop do momento, se envolve com o romântico Dante (Isacque Lopes) e decide passar o Natal com ele longe dos holofotes, na região serrana do Rio de Janeiro. Sua família não faz ideia do relacionamento com o rapaz. Preocupada em preservar a relação, ela esconde o namoro dos pais e, consequentemente, dos jornais e portais de fofocas. Ansiosa pelo Natal a sós com o crush, ela tem todos os seus planos arruinados co o súbito aparecimento de sua família e de sua conservadora sobra, e universos e personalidades muito diferentes.
Mileny é filha de Soraya (Vilma Melo) e MC Barbatana (Paulo Tiefenthaler), um dos cassais mais populares a velha guarda do funk carioca, e Dante, de Inês (Taís Araújo), uma pianista consagrada.
O choque entre esses mundos culturais diferentes ---- o funk e a música clássica ---- é o ponto de partida para uma série de conflitos que impactam a relação do casal e que proporcionam um encontro de três gerações ---- a família da cantora também é composta pela avó Gorete (Teca Pereira) e o irmão mais novo Maikon (Guthierry Sotero).
O interior da casa da serra, onde se passa a maior parte da história, foi montado no mesmo cenário onde funcionou o Refúgio Paz de Lumiar de "Vai na Fé", coincidentemente a mesma novela em que brilharam Clara Moneke, Isacque Lopes e Guthierry Sotero. Os três repetem o ótimo desempenho agora no longa-metragem. Clara e Isacque estão à vontade em cena e transmitem a cumplicidade do casal sem esforço, enquanto Guthierry aproveita bem o lado levemente cômico de seu personagem, além de também ter sintonia com Nina Tomsic, outra talentosa atriz que participa da trama interpretando Patrícia, secretária de Inês. Aliás, Taís Araújo se destaca na pele de uma mulher milionária, elitista e arrogante. A perua está longe de ser uma vilã e no final suas atitudes são explicadas através de uma cena emocionante com Clara, mas a atriz explora todas as facetas da personagem que muitas vezes acaba tendo um humor involuntário por conta das caras e bocas diante de tudo o que observa nos costumes da família de sua nora.
O filme tem mistura de drama e comicidade, onde um não atrapalha o outro, como costuma acontecer em algumas produções do gênero. Há uma harmonia em toda a construção do roteiro que flui com tanta naturalidade que faz o tempo passar voando. Vale destacar também Vilma Melo, Paulo Tiefenthaler e Teca Pereira que divertem com personagens que parecem que foram escritos especialmente para eles. É preciso ainda ressaltar a importância a representatividade com o elenco majoritariamente negro em um filme natalino.
"Ritmo de Natal" é o primeiro longa-metragem dos roteiristas Juan Jullian e Leonardo Lanna, que colecionam projetos há muitos anos no audiovisual. A estreia foi com o pé direito. Não há nada para criticar no delicioso filme, dirigido pelo também ótimo Allan Fiterman. Uma deliciosa surpresa natalina.
O impactante ‘Guerra Civil’ é distopia muito próxima da realidade
'Guerra Civil', estrelado por Wagner Moura a Kirsten Dunst, discute os dilemas da imprensa, sobretudo do fotojornalismo, no registro de um conflito de secessão que esfacela os Estados Unidos.
Num futuro não muito distante, os Estados Unidos mergulham em uma guerra interna sangrenta e visceral. O presidente está encurralado na Casa Branca, envolto em um cerco tenso em Washington, D.C. Enquanto isso, nas ruas de uma Nova York desolada, a população aguarda ansiosamente por migalhas de água em meio ao desespero.
A paisagem é dominada por sombras mortais nos telhados, prontas para disparar a qualquer momento, por terroristas dispostos a sacrificar suas próprias vidas e por figuras estranhas e ameaçadoras que vagam pelas ruas. Nesse caos infernal, uma facção rebelde conhecida como Forças Ocidentais, representando o Texas e a Califórnia, emerge como a principal antagonista contra o frágil remanescente do governo federal.
O nítido batuque de um tambor, acompanhado por um ritmo marcial persistente, marca o início de Guerra Civil, filme do britânico Alex Garland que há duas semanas está no topo das bilheterias norte-americanas. O filme evoca lembranças dos grandes filmes de guerra, como o som perturbador da artilharia em O Resgate do Soldado Ryan e a jornada surreal de Apocalypse Now. Há também uma conexão marcante com Extermínio, filme de zumbis de 2002 escrito por Alex Garland, lançado nos cinemas durante os ataques de 11 de setembro de 2001, tornando-se uma produção profundamente atual.
O tema abordado em Guerra Civil será amplamente discutido. O filme retrata uma América intensificada a partir de seu atual estado quase insurrecional, criando uma sensação preocupante de proximidade. Um presidente autocrático, em seu terceiro mandato, ensaia discursos pomposos diante de um teleprompter. As Forças Ocidentais formam uma aliança improvável na tentativa de retomar a capital.
A paisagem suburbana está repleta de shoppings bombardeados, intolerância feroz e, mais inquietante ainda, ocasionalmente há uma cidade onde tudo parece normal, mesmo com os habitantes cientes de que o país está em colapso nos estados vizinhos, erguendo muros pessoais para se proteger. “Apenas tentamos nos manter à parte”, dizem.
Para Garland, a apatia é o verdadeiro adversário. Seus filmes, como Ex-Machina e Aniquilação, são ricos em temas profundos e refletem uma sociedade fragmentada. Guerra Civil retrata melancolicamente essa distopia, evidenciando a perda irreparável de algo maior.
Por isso, Garland escolhe como protagonistas um par de fotojornalistas: uma experiente e a outra aspirante. Interpretada por Kirsten Dunst, Lee é séria e introspectiva, enquanto Jessie, interpretada por Cailee Spaeny, busca apenas aventura, uma iniciação. Elas são acompanhados por Joel, interpretado por Wagner Moura, excelente, e Sammy, vivido por Stephen McKinley Henderson, um veterano jornalista que trabalha para um The New York Times reduzido e possivelmente envolvido em atividades criminosas.
‘Guerra Civil’: road movie
A jornada de Guerra Civil se transforma em um emocionante road movie, repleto de momentos de tensão explosiva e decisões que podem ser definitivas. Algumas imagens são demasiadamente familiares, como a fila de carros abandonados se estendendo até o horizonte. A sequência mais impactante dessa jornada se dá quando a equipe de jornalistas se depara com um dos defensores racistas e nacionalistas do presidente, vivido por um assustador Jesse Piemons, que veste roupas militares de camuflagem e óculos de armação e lentes vermelhas – uma alusão explícita ao Partido Republicano?
As cenas mais marcantes são aquelas que incitam a reflexão. Garland é mestre em transmitir sensações, como o canto dos pássaros sobre gramados ensanguentados ou o humor lacônico de soldados exaustos. Ele nos convida a observar e refletir sobre a condição política geral, questionando se os Estados Unidos realmente merecem uma democracia se mal conseguem se comunicar.
O filme culmina em um ato final avassalador, no qual a imensidão do aparato militar moderno invade a tela. A visão de tanques rolando pela Avenida Pensilvânia, onde está a Casa Branca, em Washington D.C., é perturbadora, e é esse desconforto que confere valor à obra de Garland.
PS: Wagner Moura + A24 = Perfeição
Na aposta ousada da produtora A24, dois foto jornalistas - interpretados por Kirsten Dunst e Wagner Moura - atravessam o território norte-americano, para cobrir um conflito generalizado, mesmo que eles próprios, ainda não o compreendam completamente.
Este longa-metragem dirigido por Alex Garland (Ex Machina), a guerra civil se instaura a partir de um movimento separatista, na qual 19 estados se separam dos EUA.
Os estados do Texas e Califórnia se tornam independentes e formam uma aliança militarizada, ostentando uma nova bandeira americana, com duas estrelas em vez de 50. A aliança é batizada de The Western Forces (As Forças Ocidentais). O resto do país também acaba se dividindo, como uma possível Aliança da Flórida, além de várias outras facções, que incluem Washington, Montana, Geórgia, Louisiana e Minnesota.
Por que os estados se separaram em Guerra Civil?
O enredo aponta para um conflito muito maior do que, simplesmente, uma polarização entre democratas e republicanos. Em Guerra Civil, os EUA vive sob o domínio corrupto e potencialmente fascista do presidente interpretado por Nick Offerman, que ignora a constituição.
Estariam as Forças Ocidentais lutando contra a ascensão de um governo totalitário? Por meios justos? E o mais importante: quem financia as Forças Ocidentais?
Passeando por todas essas interrogações, estão os protagonistas, Kirsten Dunst e Wagner Moura, foto jornalistas tentando capturar os acontecimentos da forma objetiva. Mas, não se ver diretamente envolvido nesse conflito, parece impossível. ... A perspectiva de jornalistas em meio a uma guerra civil em expansão promete um drama intenso. Estou ansioso para ver como essa trama se desenvolve!
"Guerra Civil", da A24, é a produção de maior orçamento do estúdio: US$ 50 milhões. Estrelado por Kirsten Dunst e Wagner Moura, a duração será de 1h49, diferente das 3h15 que estavam especulando.
Wagner Moura na A24, agora sim o mundo conhecer um dos nossos melhores atores do BR
Conteúdo temático Os temas do filme foram controversos. Em última análise, o filme é sobre o choque de culturas e visões de mundo. Dois indivíduos que acreditam que a sua visão do mundo é superior e, portanto, correta
(assim Carola condena a circuncisão feminina porque não se enquadra na sua perspectiva cultural, enquanto Lemalian não consegue compreender como ela poderia falar com os homens sem ser infiel a ele),
e é a sua incapacidade de compreender o outro que provoca sua miséria, separação e divórcio.
Que espetáculo visual! Mad Max: Estrada da Fúria é um dos maiores filmes de ação já realizados… Frenético, caótico e belo. Não via a hora de uma expansão da franquia. A trilogia com Mel Gibson dispensa comentários. HABEMUS FURIOSA, e que venham muitos outros com tal qualidade 👏🏻👏🏻👏🏻
Embora a Charlize Theron, tenha sido um ícone no papel, se destacando no filme 'Estrada da fúria'. Ela foi uma ótima atriz. E, parece que a Anya Taylor-Joy vai se sair muito bem interpretando a "Furiosa" mais jovem. Tomara que realmente esse filme seja um sucesso e mostre como se faz uma verdadeira protagonista feminina. Embora seja do mesmo criador da franquia 'Mad Max', já é meio caminho andado.
Sempre gostei dessa atmosfera que os filmes de Mad Max têm, é incrível. Isso é o que cinema precisa atualmente!!!! certeza que vai bombar, geral ta carente de filmes de qualidade!
No filme de 2015 tem uma música chamada "Coda" e "Many Mothers" e são tão singelas em relação as outras faixas pesadas que juntam guitarra, percussão e efeitos eletrônicos. Eu espero que aqui o compositor saiba encontrar esse equilíbrio de novo. Algo pesado, mas também algo emocional.
Eu acho que esse filme vai ser excelente. Lembrando que o de 2015 venceu 6 Oscars
𝐂𝐨𝐧𝐬𝐢𝐝𝐞𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐬𝐨𝐧𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐟𝐨𝐢 𝐥𝐞𝐯𝐚𝐝𝐨 à𝐬 𝐭𝐞𝐥𝐨𝐧𝐚𝐬, é 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐌𝐚𝐭𝐭 𝐑𝐞𝐞𝐯𝐞𝐬 𝐭𝐞𝐧𝐡𝐚 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨 𝐮𝐦𝐚 "𝐧𝐨𝐯𝐚" 𝐯𝐢𝐬ã𝐨 𝐝𝐨 𝐁𝐚𝐭𝐦𝐚𝐧. A visão de Reeves sobre o personagem é algo que não tinhamos visto em tela, “ o seu primeiro Batman”. É um Batman que não confia em sua habilidade, é atingido, baleado várias vezes e perde lutas (até para capangas) e comete erros claros de um herói sem experiência. É uma visão refrescante e interessante e se este for um Batman que veremos se desenvolver ao longo de uma série de filmes (o que tenho certeza que veremos), será gratificante ver o personagem se desenvolver. Essa versão do Batman também é muito mais detetivesca. Aspectos disso foram mostrados na versão de 𝐂𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐨𝐩𝐡𝐞𝐫 𝐍𝐨𝐥𝐚𝐧, mas aqui ele está á resolver um caso, em vez de sair todas as noites em busca de cabeças para quebrar. Como fã de quadrinhos, é revigorante ver essa versão do personagem finalmente na tela; como fã de cinema, é ótimo ver um filme de “super-herói” apresentado mais como um thriller policial. Este é um filme que tem mais em comum com Seven ou Saw do que com as versões anteriores de super-heróis do Batman. Há um caso a ser resolvido, pois 𝐎 𝐂𝐡𝐚𝐫𝐚𝐝𝐚, nesta versão é muito mais um serial killer no estilo Jigsaw, ele arma armadilhas, deixa pistas e monta um quebra-cabeça enigmático para Batman e o Tenente Gordon resolverem. Ele monta isso tudo, lenta e metodicamente, com as revelações criando um mistério convincente, em vez de apenas uma série de migalhas facilmente encontradas que nos levam a cada próximo cenário. Isso não significa que o 𝐁𝐚𝐭𝐦𝐚𝐧 não tenha a ação. Há uma série de sequências de ação, algumas bem feitas outras sem muita agilidade, algo que é proposital por se tratar de um Batman sem experiência em combates. A sequência de abertura onde vemos o medo que o Batman colocou nos criminosos de Gotham mostra que existem novas maneiras de apresentar isso e quando finalmente vemos o Batman, ele não decepciona. Suas sequências de luta são brutas e intensas não parecem excessivamente coreografadas, se assemelham muito mais a uma luta real. Segue-se uma grande e espetacular introdução do Batmóvel, com uma perseguição rápida mas eficaz. Outra questão que dificultou o trabalho de Reeves foi trazer para a tela personagens que já vimos antes, interpretados por alguns atores icônicos no passado e ter que renovar isso. O elenco de Reeves foi excelente e cada ator entrega uma ótima versão de seus personagens. Robert Pattinson interpreta um Batman que não gosta de espreitar nas sombras, mas de usar força bruta e intimidação direta e funciona muito bem. Seu Bruce Wayne é mais recluso e perdido, representando a versão inicial do personagem que você esperaria. É um personagem que pode crescer e há uma confiança que Pattinson será capaz de desenvolver seu Batman com perfeição nos próximos filmes. Um filme de super-heróis é tão bom quanto seus vilões. Paul Dano é um Charada perfeitamente demente. Ele segue uma linha tênue entre ameaçador e bobo, mas as sequências em que captura suas vítimas mostram um tipo diferente de horror que nunca vimos em um filme do Batman antes. Uma vez retirada a máscara, seus motivos ficam claros, mas poderiam ser melhor realizados, Dano apresenta uma atuação que você deseja ver novamente em filmes futuros. Reeves está criando um mundo com personagens aos quais podemos retornar, portanto, embora não seja o vilão principal, o Pinguim de Colin Farrell é um gangster crível que terá a oportunidade de se desenvolver mais tarde. Não posso dizer o mesmo de Zoe Kravitz Mulher-Gato, para mim um ponto fraco no filme, mas quem sabe ela possa nos surpreender em novas oportunidades. Jeffrey Wright como Gordon é excelente, interpretando um policial cansado do crime, assim como Gary Oldman fez, Serkis oferece uma nova versão de Alfred que não vimos antes, existem outros nomes que sempre trazem performances seguras nomes como John Turturro e Peter Sarsgaard. Este é um elenco e um mundo que podem ser desenvolvidos e espero que Reeves tenha a chance e não nos decepcione. Dizer que O Batman não é um filme de super-herói seria uma avaliação justa e, como Reeves decidiu se aproximar de um thriller policial, ele se esforça para entregar o final necessário para um filme do Batman. Esse final está alinhado com o que foi construído, mas não satisfaz o suficiente em termos de riscos ou ação, apesar de entender que esse Batman, ainda não alcançou seu potencial total, a ação deixa um pouco a desejar e a investigação em certos momentos torna-se tediosa. Reeves vai precisar melhorar o ritmo e as cenas de ação no próximo filme. 𝐍𝐨 𝐠𝐞𝐫𝐚𝐥, 𝐓𝐡𝐞 𝐁𝐚𝐭𝐦𝐚𝐧 é 𝐮𝐦𝐚 𝐚𝐛𝐨𝐫𝐝𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐨𝐫𝐢𝐠𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐞 𝐫𝐚𝐳𝐨𝐚𝐯𝐞𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐫𝐞𝐟𝐫𝐞𝐬𝐜𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐩𝐞𝐫𝐬𝐨𝐧𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐝𝐨𝐬. 𝐎 𝐭𝐨𝐦 𝐝𝐨 𝐟𝐢𝐥𝐦𝐞 é 𝐝𝐢𝐟𝐞𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨- 𝐬𝐞 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨 𝐭𝐡𝐫𝐢𝐥𝐥𝐞𝐫 𝐩𝐨𝐥𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫-𝐡𝐞𝐫ó𝐢. 𝐎 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐬 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 é 𝐩𝐫𝐞𝐣𝐮𝐝𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐦𝐚. 𝐑𝐞𝐞𝐯𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐭𝐫ó𝐢 𝐮𝐦 𝐦𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐩𝐞𝐫𝐬𝐨𝐧𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬 𝐛𝐞𝐦 𝐫𝐞𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐚𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐚𝐢𝐬 𝐯𝐨𝐜𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐣𝐚𝐫á 𝐫𝐞𝐭𝐨𝐫𝐧𝐚𝐫 𝐮𝐦 𝐝𝐢𝐚. 𝐓𝐚𝐦𝐛é𝐦 𝐚𝐣𝐮𝐝𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐚𝐭𝐨𝐫 𝐜𝐮𝐦𝐩𝐫𝐚 𝐬𝐮𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐫𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐞𝐟𝐢𝐜𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚, 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜𝐢𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐏𝐚𝐭𝐭𝐢𝐧𝐬𝐨𝐧 𝐞 𝐃𝐚𝐧𝐨. 𝐎𝐥𝐡𝐞 𝐚𝐥é𝐦 𝐝𝐨 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐮𝐦 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐧𝐢𝐦𝐚𝐝𝐨𝐫, 𝐞𝐬𝐭𝐚 é 𝐮𝐦𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐚𝐝𝐚 𝐝𝐢𝐠𝐧𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐮𝐦 𝐚 𝐬é𝐫𝐢𝐞 𝐝𝐞 𝐟𝐢𝐥𝐦𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐦 𝐬𝐞𝐫 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐨 𝐁𝐚𝐭𝐦𝐚𝐧 - 🦇
‘Napoleão’ fracassa como retrato psicológico do líder francês.
Com roteiro raso e fragmentado, 'Napoleão' oferece cenas de batalha épicas, mas o filme de Ridley Scott naufraga como estudo de personagem e narrativa histórica.
Uma das figuras mais biografadas da história, Napoleão Bonaparte (1769-1821) tem sido frequentemente revisitado em centenas de livros e inúmeras visões cinematográficas. Quando o cineasta Ridley Scott decidiu retratá-lo em uma superprodução de US$ 200 milhões, financiada pela Apple TV, o diretor de Gladiador e Blade Runner enfrentou o desafio de criar uma narrativa que cativasse e surpreendesse as novas gerações, dada a riqueza de informações já disponíveis sobre o líder francês.
O legado histórico de Napoleão é vasto, evidenciado por todas essas releituras de sua jornada, como a do clássico filme de Abel Gance em 1927, que já explorava sua grandiosidade por meio de técnicas inovadoras para a época. Scott, ao se interessar pelo fascinante capitão nascido na Córsega que se tornou imperador da França e conquistou grande parte da Europa, optou por destacar suas habilidades na condução de batalhas épicas. As cenas de confronto, especialmente em Toulon e Austerlitz, são magistralmente filmadas, proporcionando momentos memoráveis que não apenas destacam a estratégia militar de Napoleão, mas também sua singularidade como indivíduo.
O filme, contudo, não se limita apenas a aspectos históricos, militares, buscando explorar a vida íntima do personagem e seu perfil psicológico. Aí começam seus muitos problemas. O roteiro, assinado por David Scarpa, nesse sentido, parece ter sido escrito pelo ChatGPT, tamanha a sua superficialidade e ausência de fluidez narrativa.
‘Napoleão’: inexpressividade
Com uma duração de 2h30, o filme retrata Napoleão, interpretado por Joaquin Phoenix, como excêntrico e narcisista, o que não é novidade. Mas também sugere problemas significativos em seus relacionamentos, especialmente com mulheres, incluindo sua mãe e sua primeira esposa, Josephine, interpretada pela britânica Vanessa Kirby, indicada ao Oscar de melhor atriz por Pieces of a Woman (2020).
A interpretação de Phoenix busca humanizar o líder, destacando suas fraquezas e conflitos pessoais. O astro de Coringa opta por uma inexpressividade que, embora seja uma escolha interessante, carece de um roteiro mais consistente para justificá-la, resultando em uma representação rasa e, em certa medida, até unidimensional do personagem.
A relação de Napoleão com Josephine é retratada como um jogo de poder, sugerindo que ela teria desempenhado um papel crucial na formação do grande líder. O filme destaca suas habilidades sociais e emocionais superiores em relação às limitações do marido. Para um retrato ambivalente de Napoleão se consolidar, seria necessário um roteiro mais robusto que explorasse com mais complexidade as várias facetas do personagem, ao invés de apresentá-lo de forma episódica e fragmentada, deixando de lado relações significativas, como a com seu irmão e mãe, aspectos cruciais em sua vida.
Além deles, outros personagens, em Napoleão, são introduzidos e posteriormente negligenciados no filme, sem receberem explicações adequadas. Isso inclui os filhos de Josephine, a segunda esposa Maria Luísa, filha do imperador da Áustria, e diversos nomes proeminentes da história política francesa que parecem estar presentes apenas como elementos ilustrativos na narrativa.
Mesmo tendo desempenhado um papel secundário na Batalha da Grã-Bretanha em relação ao Hawker Hurricane, que suportou a maior carga da batalha, o SUPERMARINE SPITFIRE é provavelmente o mais famoso avião britânico, símbolo da resistência britânica, bem como o mais importante dos caças usados pelos Aliados no início da Segunda Guerra Mundial. Excetuando os modelos soviéticos, foi o avião Aliado produzido em maior número durante toda a guerra com um desenvolvimento mais amplo que o de qualquer outra aeronave na história da aviação.
O Spitfire foi uma aeronave muito versátil e serviu, através de muitas versões, do começo ao fim da Segunda Guerra Mundial. Foi usado como caça, interceptador de grande altitude, caça de escolta de bombardeiros, reconhecimento fotográfico, interceptador de bombas voadoras V-1, etc. Ao todo, foram construídas 20.351 unidades, em mais de quarenta versões, sendo o foi o avião produzido em maior número pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Operou em terra e a partir de porta-aviões, lutou na neve e nos trópicos, nos desertos e a partir de ilhas distantes. Britânicos, soviéticos, americanos, franceses, pilotos das nações do Commonwealth e italianos(depois da queda do regime fascista) pilotaram essa aeronave. Após a Segunda Guerra o Spitfire continuou em operação com os britânicos até meados da década de 1950, mas foi operado por muitas outras nações e participou de conflitos na Ásia e no Oriente Médio, onde inclusive foi usado pelos árabes e pelos israelenses, tendo inclusive acontecido combates aéreos de Spitfires x Spitfires.
‘O Assassino’ seduz como exercício formal, mas é raso e esquecível.
Novo filme do cineasta norte-americano David Fincher, 'O Assassino' é envolvente e visualmente bem narrado, porém não vai além disso.
Oator anglo-germânico Michael Fassbender (de Steve Jobs) personifica, em O Assassino, novo longa-metragem de David Fincher (de Zodíaco), um assassino incansável, meticuloso e profundamente profissional. Sua abordagem é cirúrgica, desprovida de improvisação, e até de humanidade, mantendo um controle rígido sobre seus batimentos cardíacos para permanecer sereno e focado. Tudo em seu universo está em perfeita ordem, até que a intervenção ocasional do acaso rompe essa meticulosidade. O filme está em cartaz na plataforma de streaming Netflix.
Em uma sequência que se passa em Paris, um contratempo interfere em sua preparação cuidadosa: um terceiro elemento inesperado, interpondo-se entre ele e seu alvo, acaba tomando o tiro destinado à vítima. A missão, portanto, é arruinada. Para alguém perfeccionista como ele, o erro é abissal em vários sentidos. O personagem, que tem muitas identidades e nomes, por mais organizado e metódico que seja, não está imune ao inesperado.
Mas não é apenas ele que se cobra pelo equívoco fatal. Alguém precisa pagar pelo erro, e a responsabilidade recai sobre ele. Quem o contratou tenta assassiná-lo, mas acaba quase por engano matando, na República Dominicana, a mulher que ele ama, vivida pela atriz brasileira Sophie Charlotte, que tem apenas duas cenas, e só uma com falas. Ainda assim, se sai bem.
A partir desse ponto, inicia-se uma perseguição implacável, uma luta pela sobrevivência – e por vingança. Ele precisa eliminar os responsáveis por sua contratação e aqueles que contrataram esses intermediários, para anular sua ameaça. São muitas pessoas em seu caminho. Sobreviver se torna uma situação de matar ou morrer.
O assassino meticuloso é impelido pela frieza e pelo planejamento, elementos essenciais para seu sucesso. Ele mata para continuar existindo e, portanto, não pode cessar até que todos os obstáculos sejam removidos. Porém, cada eliminação revela mais perigos em seu caminho, que se tornam crescentemente letais.
Quando o personagem se confronta com uma assassina conhecida como a Especialista, interpretada por uma espetacular Tilda Swinton, que tem as melhores falas do filme, o embate é intrigante, pois ela compartilha dos mesmos princípios. Eles conseguem dialogar em pé de igualdade, o que parece alterar a dinâmica da situação.
‘O Assassino’: superficialidade
David Fincher é um diretor muito habilidoso, de extremo rigor visual, o que compensa a fragilidade do roteiro, que, a despeito de uma certa originalidade formal, não se aprofunda em qualquer questão, moral, ética ou emocional. A série de graphic novels do francês Alexis Nolent, no qual O Assassino se baseia, é, para muitos, mais tridimensional e complexa do que sua adaptação.
O filme de Fincher funciona mais como um exercício formal do cineasta norte-americano, que parece também ter buscado inspiração em O Samurai (1967), de Jean-Pierre Melville, um dos clássicos da nouvelle vague. O personagem de Fassbender, muito bem em um papel difícil, se espelha um tanto no assassino solitário vivido por Alain Delon.
Fincher entrega um espetáculo intrigante e envolvente enquanto o assistimos, não há como negar, mas não reverbera, porque não vai muito além da própria ação, que se mostra um tanto vazia no fim das contas. Não há transcendência na jornada do protagonista.
A primeira parte lançou em um período pandêmico não favorável para o cinema, estreia simultânea com o HBO MAX e ainda assim arrecadou 400 milhões de bilheteria e 6 estatuetas do Oscar. Enquanto a primeira parte é uma introdução, a segunda é muito mais emocionante, política e trará mais ação. Cada um dos três planetas será esteticamente diferente. Além de que a equipe de figurinistas destacou o figuro da Bene Gesserit parecidos como de múmias egípcias. A segunda parte terá cenas de luta no melhor estilo Gladiador. O elenco de grandes estrelas como Timothée Chalamet, Zendaya, Austin Butler, Javier Bardem, Rebecca Ferguson e Léa Seydoux. O diretor é o Denis Villeneuve um dos melhores da atualidade, com uma filmografia recheada de filmes aclamados pela crítica e mestre da ficção científica, já dirigiu A Chegada e Blade Runner 2049. A primeira parte é tecnicamente perfeita e um espetáculo visual, aqui não seria diferente, com trabalho incrível do Greig Fraser que ganhou o Oscar de fotografia em 2022 pela primeira parte. Hans Zimmer está de volta na trilha sonora épica. A parte dois foi filmada 100% em IMAX enquanto a primeira em 40%. Duna é sobre ecologia, filosofia, política, religião e falsos profetas. Se você gosta de histórias de ficção científica reflexivas, Duna é para você, a segunda parte irá aprofundar ainda mais essas discussões do livro. Duna de Frank Herbert é um dos livros de ficção científica mais influentes de todos os tempos, sem essa obra não existiria a franquia Star Wars, por exemplo. Duna: Parte 2 foi filmado em alguns países, incluindo Budapeste, Abu Dhabi, Jordânia e Itália. __________________________________________________________________
O primeiro e o segundo filme de Duna adaptaram o primeiro livro de Frank Herbert, enquanto o terceiro filme ficaria responsável pelo livro dois, Messias de Duna. Mesmo ainda não anunciado oficialmente, Denis Villeneuve já revelou que o roteiro de Duna 3 "está quase pronto". Na trama, provavelmente veremos essa
desconstrução completa de Paul Atreides como uma figura heroica enquanto ele realmente parte para uma guerra santa dominando o planeta como um "salvador", tudo para alcançar seus objetivos.
Espere por um lado bem mais sombrio de Paul Atreides em Duna 3. Enquanto isso, Duna: Parte 2 está nos cinemas e Duna (2021) está disponível no Max e Prime Video.
É curioso como o franco-canadense Denis Villeneuve parece ter encontrado na ficção científica o terreno ideal para dar livre curso às suas preocupações formais, cujo eixo principal gira em torno dos enigmas da mente humana e da percepção do caos como uma presença ao nosso redor e dentro de nós mesmos, para o qual o gênero oferece uma oportunidade como poucas outras de ser mostrado a um público potencialmente mais amplo, sem estar em desacordo com os interesses de um Blockbuster de verão. Villeneuve também se mostrou um cineasta muito ambicioso. Depois da (bem sucedida) “ousadia” de fazer a continuação de um clássico moderno “intocável” como BLADE RUNNER, o diretor decidiu embarcar em uma nova tentativa de adaptação para o cinema DUNE, a volumosa fantasia político-ambiental escrita por Frank Herbert, em uma empresa com escopo muito semelhante aos projetos frustrados de Alexandro Jodorowski e David Lynch: uma trilogia de longa duração para os cinemas, acompanhada de uma minissérie/prequela para assistir no streaming, além de um bom número de tentativas de sequências em caso de função.
Há muito material literário para expandir esse universo peculiar. E de fato, a aposta está funcionando. Villeneuve aborda temas como a consciência ambiental, a traição, o capitalismo voraz das grandes corporações e a busca permanente por um propósito vital, num filme que, além de ter tido boa repercussão de bilheteria, mais uma vez confirmou o grande significado de espetáculo do diretor enquadrado em uma estética brutalista, substituindo a solenidade desenfreada da versão de Lynch por uma pintura mais natural e convincente dos personagens.
Mas também não é a adaptação perfeita. Se o defeito do DUNE dos anos oitenta foi ficar saturado de simbolismo e confundir buracos narrativos no desejo de condensar tudo em pouco mais de duas horas, o milenar DUNE, ao contrário, demora para narrar a anedota de forma clara, mas bastante superficial, desfrutando muito mais da beleza de suas atmosferas contemplativas ao invés de aproveitar aquele período generoso para se aprofundar um pouco mais na complexidade da história original. O resultado no final das contas não é nem remotamente uma daquelas obras-primas que vão mudar o nosso conceito de cinema como alguns exageradamente quiseram ver, mas não é uma tediosa perda de tempo porque outros o desqualificam, mas sim uma proposta sólida e interessante o suficiente para ser apreciada pelo menos uma vez, como não poderia deixar de ser: na tela grande.
Seus olhos vão agradecer muito; suas nádegas, quem sabe quanto. ★★★★
Adaptação cinematográfica da peça de Mauro Rasi, longa-metragem 'Pérola' tem direção de Murilo Benício e Drica Moraes no papel principal.
Os cinemas brasileiros acabaram de estrear a adaptação cinematográfica de Pérola, peça escrita pelo dramaturgo Mauro Rasi (1949-2003) que fala sobre sua mãe, e que fez muito sucesso nos anos 1990 com a interpretação de Vera Holtz. Na nova versão da história, dirigida por Murilo Benício, Pérola é vivida pela atriz Drica Moraes. Escotilha compartilha a seguir duas críticas, feitas pelos jornalistas Maura Martins e Paulo Camargo, que trazem visões diferentes sobre o filme.
Maura Martins: ‘Pérola’ é um enternecedor retrato de uma família interiorana
Em 1995, o dramaturgo Mauro Rasi marcou o teatro brasileiro ao estrear Pérola, peça cômica e dramática em que falava de sua mãe, interpretada de maneira magistral por Vera Holtz. Foi um sucesso absoluto. Agora, 28 anos depois, a história escrita por Rasi (falecido em 2003) está de volta ao grande público no filme Pérola, com direção de Murilo Benício.
É uma oportunidade e tanto para apresentar às novas gerações o trabalho desse escritor cuja obra foi marcada pelo retrato do cotidiano das famílias interioranas paulistas, com um olhar sempre terno e saudoso, ainda que engraçado. Nascido em Bauru, Mauro Rasi retratou em Pérola uma figura peculiar: uma mulher leve, divertida e algo conservadora cujo sonho da vida é ter um “palácio com piscina”. Alguém com a capacidade de entoar com a maior alegria as mais tristes das canções.
Por sorte, o filme de Murilo Benício faz jus à força dessa trama que rodou o país. Ao invés de Vera Holtz, Pérola agora é vivida por Drica Moraes – que, segundo contou em entrevista, pediu licença à colega para viver o papel. E o que se vê em cena é uma nova Pérola tão reluzente quanto a versão original de Vera. Seu sotaque interiorano puxado, seus trejeitos e jeito de falar, bem como os aspectos carismáticos de sua personalidade, conseguem transportar sua Pérola direto ao coração dos espectadores.
Embora explorado sob um contexto familiar mais amplo (que fala, por exemplo, dos conflitos entre a mãe e o filho gay, que ela se recusa a reconhecer como tal), Pérola é sobretudo uma grande celebração à personalidade festiva e peculiar da mãe de Mauro Rasi. Ela vive bem com o marido, Vado (Rodolfo Vaz, também excelente), e ambos se divertem bastante tomando caipirinhas no quintal com as irmãs de Pérola, enquanto a mãe delas teima em não morrer e vender suas casinhas (todas as cenas em que se remete à figura da progenitora são hilárias).
Felizes no seu mundinho, há uma certa dificuldade geracional em reconhecer a estranheza dos filhos. Elisa (Valentina Bandeira) está apaixonada pelo carola Danilo (papel do comediante Jefferson Schroeder), gerando certo descontentamento na mãe. Mas o conflito maior ocorre com o filho Mauro (Leonardo Fernandes), que se sente limitado pelo pouco que Bauru lhe oferece.
Seu escape se dá no cinema e sobretudo na poesia. Pérola é delicado ao explorar a complexidade dos sentimentos familiares, esclarecendo o quanto a afetividade efusiva de Pérola com o filho convive com suas emoções conflitantes. Ela é orgulhosíssima do filho, ao mesmo tempo que sempre o lembra que poesia não dá dinheiro. Quando Mauro muda para o Rio de Janeiro, Pérola e Vado visitam ele e seu namorado, são extremamente simpáticos, mas jamais legitimam a natureza do seu relacionamento.
O filme de Murilo Benício configura como uma obra que se equilibra perfeitamente entre a comédia e a emoção. É capaz de nos entregar uma narrativa sólida e comovente em que, além da performance espetacular dos atores (as irmãs de Pérola também estão impagáveis), nos envolve por meio de uma cenografia kitsch construída de forma competente, e que é capaz de nos transportar aos anos 60 e 70 em que a história é situada.
Murilo Benício – que foi grande amigo de Mauro Rasi – declarou em entrevista que o dramaturgo tinha o sonho de transformar sua peça em filme. Pode-se intuir que certamente Rasi se sentiria bastante comovido com o resultado desse trabalho, que faz jus ao seu texto marcante que até hoje faz falta no teatro e na televisão.
Paulo Camargo: ‘Pérola’ se perde entre o melodrama e a comédia
Um dos melhores atores em atividade no Brasil, Murilo Benício fez sua estreia como cineasta em 2018, com uma inventiva adaptação da peça O Beijo no Asfalto, clássico de Nelson Rodrigues. O filme é uma criativa leitura metalinguística que explora os limites entre a linguagem teatral e a do cinema, os borrando para discutir o caráter de espetáculo da realidade.
Em seu segundo longa-metragem, a comédia dramática Pérola, Benício volta a se aproximar do teatro, adaptando para a tela o texto homônimo do dramaturgo paulista Mauro Rasi, gigantesco sucesso nos anos 1990, com Vera Holz, inesquecível, como a personagem-título, inspirada na mãe do autor, que morreu em 2003. Quem vive o papel da protagonista na tela grande é Drica Moraes.
Em sua leitura de Pérola, Benício parece buscar inspiração no cinema do espanhol Pedro Almodóvar, ao tentar mesclar as cores do melodrama com as da comédia. A homenagem ao diretor de Tudo Sobre Minha Mãe e Fale com Ela também se faz presente na direção de arte, que recorre a cores fortes, pulsantes, na construção do set da casa da família, que flerta propositalmente com o kitsch.
Assim como a peça autobiográfica de Rasi, o filme explora a complexa relação entre mãe e filho, jovem aspirante a escritor, gay e preso às amarras de uma criação interiorana cercada de afeto, mas também de segredos familiares, e meias verdades. Pérola, por sua vez, é retratada como uma figura maior do que a vida, exagerada, amante de caipirinhas e que tem um grande sonho: construir uma piscina, símbolo de afluência e ascensão social, no quintal da casa, ainda que a obra se arraste por anos.
O desempenho de Drica Moraes, uma atriz muito talentosa, tem, em comum com o de Vera Holz na versão teatral, o trânsito entre o drama e a comédia. Algo, no entanto, incomoda na atuação de Drica, que se entrega de corpo e alma ao papel. Enquanto a composição de Vera no palco era orgânica, autêntica, do sotaque ao gestual, a Pérola do filme é calculada milimetricamente, resultando algo próximo da caricatura. Ainda assim, é uma atuação de fôlego, marcante.
Benício tenta extrair o melhor de seu elenco, bastante afinado, mas, talvez, por não conhecer tão de perto a realidade interiorana que retrata, o filme, em alguns momentos traz um olhar exótico, ainda que afetuoso, sobre a atmosfera paulista dos anos 1960 e 1970. Incomoda, também, a forma como o roteiro, assinado por Jô Abdu e Adriana Falcão, e a direção de Murilo Benício lidam com a homossexualidade reprimida de Mauro, alter ego de Rasi, vivido por Leonardo Fernandes, bastante correto.
Embora Pérola sugira que o personagem, ainda na infância, tinha inclinações gays, ao fazer um belo laço em torno do pescoço de um bicho de pelúcia da irmã, Elisa, o tema de sua orientação sexual, ao longo da narrativa, é abordado com o freio de mão puxado. Talvez porque, a despeito de ser respeitoso, carregue um olhar heteronormativo, inseguro, em relação ao assunto. Soa falso, pouco à vontade e pisando em ovos, ao contrário da peça.
Benício demonstra habilidade na condução dos atores, isso é inegável, e ousa ao não se render à tentação de simplesmente “filmar a peça”. Tem um olhar inquieto, que perscruta e busca explorar esse território entre o teatro e cinema. Mas, pesar de ter seus bons momentos, o filme não se resolve em sua dupla busca pelo melodrama e pela comédia. Perde-se entre um e outro.
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Nossa, que filme bonito e triste é Pérola... O apreço por uma casa antiga, as perdas pelo caminho, as relações familiares, as memórias, tudo ali é de fácil identificação. Que personagens bem escritos. Que elenco bom. E que atriz é Drica Moraes. Lindo trabalho do Murilo Benício.
Lançado dois anos antes de Glória Feita de Sangue, Morte Sem Glória contrasta de maneira contrária o filme de Kubrick. Apesar dos títulos inversos em relação aos seus respectivos conteúdos (o primeiro por ironia, o segundo por contradição), o longa mais recente tomava um suposto ato de covardia como ponto de partida para uma reflexão acerca da guerra como fenômeno geral, enquanto o filme de Robert Aldrich parte de seu oposto: a covardia é centralizada e totalmente antagonizada. Basicamente, o diretor se alimenta do outro lado da moeda, pautando-se na honra e na bravura. O roteiro quer criar um senso de união e de autodeterminação, mantendo-se preso às questões relativas ao exército e aos conflitos; ao passo que a história de Glória Feita de Sangue extrapola isso, indo para o questionamento das instituições sociais. Um é mais individual e romântico, já o outro acaba sendo mais político e pessimista. No entanto, a produção de Aldrich não deixa de questionar as instituições, assim como a de Kubrick não ignora a subjetividade de seus personagens.
O prólogo de Morte Sem Glória apresenta, de uma vez, a situação-chave para o desencadeamento da trama: a covarde inércia do capitão interpretado por Eddie Albert numa batalha que levou à morte três soldados. A sequência se encerra com uma bonita montagem que se alterna entre o capacete de um desses mortos rolando e a face comovente de um soldado vivido por Jack Palance – que vai de um plano médio a um close por meio de um zoom-in. O personagem de Palance representa a bravura e, mais do que isso, o repúdio diante de Albert, encarnação da covardia. O sentimento do soldado não se apoia em um fútil moralismo egocêntrico, mas no apreço que possui por seus companheiros. Por isso, com ele nos identificamos a cada instante, vemos humanismo quando este exterioriza todo o seu vigor em ódio. Conexão essa, entre personagem e público, que acontece mais no seu papel como simples ser humano do que como membro do exército.
Quanto a Albert, ele começa na forma de um covarde a ser desprezado, torna-se um coitado digno de empatia e termina como um canalha passivo de ainda mais aversão. É o personagem mais bidimensional da obra, o que percebemos principalmente quando nos deparamos com a impactante cena (uma das melhores) em que ele externaliza, de modo caloroso, seus demônios interiores ligados à sua conduta, chicoteando a si mesmo ao relembrar da repressão e agressões de seu rigoroso pai, que o rejeitava e queria “fazer dele um homem”. Nessa cena, Albert atinge o clímax de sua atuação, sendo histriônico e despertando a sensibilidade do espectador para ele. Mas esse outro lado não é a sua principal versão alternativa, e sim o sociopata que ele vira (ou revela ser) em seguida, levando a um outro clímax: a cena de suspense em que os soldados no porão o ameaçam e ele reverte a situação.
Sua presença no front não retrata apenas ele próprio, mas também a instituição do exército, denunciando o nepotismo daquele meio, pois Albert só está em tal cargo graças aos caprichos de um familiar de patente superior. Como dito, o filme consegue adentrar na crítica social, assim como Glória Feita de Sangue, porém tudo gira realmente em torno é de uma rede de valores e de individualidades que é cristalizada em alguns momentos sublimes. Há uma passagem para lá de impressionista quando um soldado vê outro à beira da morte em conflito. As nuvens no céu, a fotografia um pouco límpida e o tom solene em meio à situação agonizante dão uma completa poesia à cena em forma e conteúdo. Algo parecido, no entanto, de modo muito mais seco, é quando Palance vê outro soldado morto. “Eu não sabia que um homem podia sangrar tanto“, diz ele numa passagem cujo lirismo se dá, agora, de maneira verbalizada e mais brutal. Esses dois momentos expressam os afetos que existem naquele companheirismo tão viril, o qual é manifestado, mais uma vez, quando todos assumem a culpa do homicídio de Albert na cena em que atiram em seu corpo já morto – um outro ponto alto do filme.
Esteticamente, chamam sempre atenção os planos nos quais há destaque para um objeto em primeiro estado enquanto corre a ação mais ao fundo. É uma ligação em que uma coisa é ponto de partida e de visão para outra. Há esse objeto em um espaço inicial perto da câmera e mais um objeto em um espaço secundário. O primeiro abre a perspectiva para o segundo, que, no fundo, é o que realmente importa para a história, mas não para o filme em si. Isso porque temos aqui uma obra que coloca a direção em completo destaque a todo momento, com um trabalho de decupagem absolutamente deslumbrante e minucioso, sendo esse tipo de plano seu carro-chefe.
É como se muitas vezes tivéssemos nesses quadros um certo “observador” que vigia os personagens em ação. Um alguém no canto, além da história, que marca território pelo fato da câmera posicionar alguma coisa em destaque ao mesmo tempo que a narrativa corre à frente. Este primeiro objeto pode abarcar todo/quase todo o quadro, sendo algo que cede espaço para partes do outro lado ou qualquer outra coisa física que perpassa apenas um canto da tela. Quando não existe esse observador oculto, são os próprios personagens que exercem esse papel de observar; desta vez não capturando outros personagens, mas o mundo afora. O caso mais frequente disso são os planos dos soldados dentro de alguns escombros, os quais vigiam o que acontece no lado exterior por meio do buraco de uma parede parcialmente desmoronada.
A decupagem também executa um belo trabalho com seus planos zenitais e plongées distantes nos mais diversos ângulos, capturando o cenário com amplitude e reforçando a presença de um observador. São planos de cenários internos com foco geral e a câmera em posição superior que coexistem com outros belos planos, agora em locações externas com foco específico em posição inferior. Na primeira parte, vemos corpos inteiros de personagens em diálogo; na segunda, suas pernas geralmente com eles em ação. Seguindo essa mesma lógica de focalizar pedaços específicos, a decupagem reafirma a dramaticidade da narrativa em seu uso de zoom-in, closes e planos detalhes; e, como contraponto, também oferece destaque aos planos conjuntos, criando um contraste por intermédio dessa multiplicidade e totalidade.
'Snowden', de Oliver Stone e a subversão como tema central.
Dois longas-metragens atualmente em exibição nos cinemas brasileiros são obras baseadas em fatos reais que trazem como protagonistas figuras subversivas que, em diferentes épocas, desafiaram o estado de coisas nos Estados Unidos: Snowden, do controverso cineasta Oliver Stone (duas vezes vencedor do Oscar de melhor direção, por Platoon e Nascido em 4 de Julho), e Um Estado de Liberdade (de Gary Ross, de Seabiscuit – Alma de Herói).
Em cartaz desde a semana passada, Snowden reconstitui com esmero a trajetória de Edward Snowden (Joseph Gordon-Levitt, de 500 Dias com Ela), funcionário da NSA (Agência de Segurança Nacional), órgão ligado à CIA, que revelou ao mundo, por meio de uma série de reportagens publicadas pelo jornal britânico The Guardian, que o governo norte-americano, tanto na administração do presidente George W. Bush quanto na de Barack Obama, espionou ligações telefônicas, e-mails e atividades nas redes sociais de milhões de cidadãos norte-americanos, sem falar de funcionários e líderes governamentais ao redor do mundo, entre eles a ex-presidente Dilma Rousseff, do Brasil.
Stone, um diretor fortemente engajado em causas progressistas nos EUA, assumidamente de esquerda, transforma Snowden em um ícone da resistência democrática diante dos desmandos cometidos pelo governo de seu país em nome de uma suposta guerra contra o terrorismo.
O filme, um thriller político bastante envolvente, retrata Snowden como um jovem de perfil conservador que ingressa na CIA movido por sua paixão pelo mundo dos computadores (era um autodidata, sem formação universitária) e por um nacionalismo, que aos poucos se esfacela, à medida que percebe o uso arbitrário, senão perverso, do seu trabalho, e resolve tornar públicos esses abusos.
Atualmente refugiado na Rússia, Snowden, interpretado com detalhismo cirúrgico por Gordon-Levitt, que emula desde sua linguagem corporal até seu tom de voz, é apresentado pelo filme de Stone como um herói injustiçado, numa clara crítica do diretor aos rumos que seu país tomou desde os ataques de 11 de Setembro de 2001, retratados por ele no filme As Torres Gêmeas.
# Já dizia o excelente filme "Inimigo do Estado", a única forma de privacidade que vc realmente tem, são os pensamentos da sua cabeça. E essa afirmação está certíssima.
Pois sempre que vc usa o telefone, ou interage em uma rede social, vc acaba se expondo. E o que fala fica registrado, sempre terá o risco de alguém descobrir. Um hacker ele consegue facilmente entrar em contas e perfis de usuários. Por isso afirmo, não quer que ninguém saiba de certas coisas secretas de sua vida? De seus raciocínios e pensamentos? É fácil, é só não divulga-la a ninguém em redes sociais, mesmo em mensagens privadas. Mesmo gostando muito de biografias, não deu p/ gostar desse filme, que sim, tem um viés bem mais a esquerda, (mesmo pessoas de esquerda admitem isso) sendo tendencioso ao extremo. Para entender melhor do caso, aconselho a todos o documentário Citizenfour, que é bem mais coerente com o que de fato aconteceu.
# Uma invenção desse filme, foi o aumento que deram a importância da mulher do Snowden na historia.
Quem assistiu o documentário Citizenfour com o Glenn Greewald, vê a real das coisas que aconteceram. Sabe que a participação dela é totalmente pífio em todo o caso. Em resumo, ela e nada da no mesmo. Mas claro, eu sei pois a historia foi mudada para alavanca-la. Feminismo! Como sempre, (atualmente mais que nunca) interferindo na historia das coisas, mesmo que com mentiras, afinal, o que importa é que tenha o "Girl Power". A verdade não interessa.
Filme perfeito ! Jake Gyllenhaal conseguiu depositar o vazio e ao mesmo tempo a frieza dentro de um personagem em uma situação conflitante. O filme se destaca pela abordagem do protagonista e suas camadas, suas curiosidades são atiçadas pela destruição em busca de um significado para reconstruir o seu ser, por não saber o que era, quando era casado. Uma obra-prima com reflexões que fazem pessoas que confrontam o seu próprio vazio se identificarem com o filme, justamente por sua complexidade. Adoro esses filmes de estudo de personagens, tipo Her (2013), Táxi driver (1976) etc.
"Amor, de onde vem? Quem atiça sua chama? Nenhuma guerra pode apagá-la ou roubá-la. Eu era um prisioneiro e você me libertou." (John Gaff)
Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de homens de uma companhia do exército americano luta contra o exército japonês para conquistar uma colina estratégica. Baseado no romance de James Jones, se passa durante a Batalha de Guadalcanal.
O filme é conhecido por sua abordagem poética e filosófica da guerra e da humanidade. A história gira em torno de um grupo de soldados que enfrentam as adversidades da guerra e refletem sobre o seu propósito e a natureza da humanidade em meio à violência e à destruição. O tenente John Gaff, interpretado por Jim Caviezel, surge como um personagem central que questiona as razões da guerra e busca um significado mais profundo em meio ao conflito.
Amplamente elogiado pelo seu estilo visual e narrativo distinto, conhecido pela sua beleza cinematográfica, com imagens deslumbrantes da natureza e uma banda sonora evocativa. Focado nos pensamentos e reflexões dos personagens, o que o diferencia de outros filmes de guerra.
‘Meu Nome É Gal’ acerta ao desviar da cinebiografia tradicional.
Dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi, 'Meu Nome É Gal' foca nos primeiros anos de carreira de Gal Costa, entre 1966 e 1971, e evita tom de endeusamento necrófilo.
Olonga-metragem Meu Nome É Gal, em cartaz nos cinemas, tem um grande e inegável mérito: não cair na armadilha de tentar dar conta de uma personagem tão complexa e reticente, como Gal Gosta, em um filme apenas. Não é uma cinebiografia tradicional, “do berço ao túmulo”. A decisão de focar em um período específico da carreira da cantora baiana, compreendido entre 1966, quando ela chegou ao Rio de Janeiro da Bahia, e 1971, durante o espetáculo “Fa-Tal: Gal a Todo Vapor,” é muito certeira.
Como o longa-metragem das cineastas Dandara Ferreira e Lô Politi foi realizado, em grande parte, quando Gal ainda estava viva, a narrativa não ganha um tom de endeusamento necrófilo, idealizador – talvez isso ocorra apenas nos créditos finais, em que é feita uma espécie de homenagem póstuma, com imagens de toda a sua carreira.
Meu Nome É Gal retrata a artista quando jovem, em formação, durante os anos loucos e exuberantes do tropicalismo, mas também plúmbeos da ditadura. Esses anos são cruciais não apenas para a evolução de Gal como artista. São determinantes para o Brasil, que vivia sob a sombra de um regime militar desde 1964. Nesse contexto de repressão política, as artes no Brasil floresciam de forma paradoxal, gerando música, teatro, literatura e cinema de maneira intensa e inovadora.
O filme acerta também ao retratar esse ambiente, uma vez que é fundamental para compreender a jornada de Gal Costa. Seus amigos e mentores próximos, Caetano Veloso e Gilberto Gil, foram presos e exilados devido à perseguição do regime. Esse curto período da vida de Gal, portanto, não apenas representa sua afirmação como artista, mas, sobretudo, seu rápido amadurecimento forçado em meio à turbulência política no Brasil.
Meu Nome É Gal destaca as diferentes abordagens de resistência à ditadura, seja a esquerda mais tradicional, nacionalista e confrontadora, ou o movimento da contracultura, representado pelo Tropicalismo, ao qual Gal se uniu, com sua abordagem mais internacionalista e focada nos costumes.
E a escolha por esse recorte, ainda que pudesse ser aprofundado, mais bem explicado do ponto de vista histórico, funciona, especialmente junto ao público mais jovem, para o qual essa Gal pré-estrelato, tropicalista, é mais tangível, inspiradora, rebelde. Torna o filme acessível e um possível sucesso de público em um momento em que a produção nacional tem atraído poucos espectadores aos cinemas.
‘Meu Nome é Gal’: Sophie Charlotte
Sophie Charlotte oferece no filme uma interpretação intensa de Gal Costa, matizada e introspectiva – vale dizer aqui que seu sotaque baiano por vezes soa um pouco artificial, o que é amplamente compensada pelo seu magnetismo em cena. A escolha de atores pouco conhecidos, e não necessariamente parecidos fisicamente com Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil funciona, embora apenas Caetano, vivido por Rodrigo Lélis, e sua mulher, Dedé Gadelha (Camila Márdila) tenham mais tridimensionalidade dramática.
Luis Lobianco, como o empresário dos tropicalistas Guilherme Araújo, brilha, trazendo ao filme não apenas alívio cômico – ele é muito engraçado. Também representa, estrategicamente, o olhar da indústria da música naquele momento tão chave na cultura brasileira.
A parte musical do filme, por sinal, é eficaz ao utilizar o repertório e a voz de Gal Costa para recriar os sucessos da época, caracterizada pela diversidade e inovação na Música Popular Brasileira. Ouve-se a voz de Sophie Charlotte, afinada e bonita, em alguns momentos, também, mas não em interpretações históricas, consagradas. É muito impactante a sequência na qual Gal defende “Divino Maravilhoso”, composição de Caetano e Gil, no 4º Festival de MPB da Record, em 1968. Nesse momento, a cantora assumia o papel de porta-voz do tropicalismo, em nome dos autores da canção, alvos da polícia política. Após a apresentação, Gal caiu em profunda depressão. Esse período foi de grande criatividade, misturando elementos nativos e estrangeiros, bom gosto e mau gosto, alto e baixo, refletindo o contexto político e cultural do país.
O filme, é preciso dizer aqui, apresenta falhas de anacronismo em trechos do enredo e diálogos que, por vezes, soam artificiais, fora do tom. Isso contrasta, de certa forma, com a postura provocativa e espontânea dos tropicalistas, que frequentemente desafiavam a linguagem como forma de protesto. Apesar dos esforços em contextualizar a narrativa, e eles estão lá, o filme não consegue transmitir o clima efervescente daquela época, mas, ainda assim, ele ressoa, emociona.
‘Assassinos da Lua das Flores’ é obra-prima sobre crime organizado, ganância capitalista e racismo.
Em seu novo filme, 'Assassinos da Lua das Flores', Martin Scorsese segue fiel a temas recorrentes em toda a sua filmografia. Baseia-se em fatos reais, ocorridos no início do século passado em uma comunidade indígena.
Não se enganem, Martin Scorsese continua o mesmo! Ainda bem. Por mais que Assassinos da Lua das Flores, seu mais recente longa-metragem, se desenvolva em torno da nação indígena dos Osage, o cineasta nova-iorquino segue fiel a temas recorrentes em sua obra: crime organizado como consequência direta do capitalismo nos Estados Unidos, corrupção endêmica, culpa (ou a ausência dela) e família como um dos berços de todos esses males.
Logo no início do filme, Robert De Niro e Leonardo DiCaprio, os dois atores mais recorrentes e icônicos na filmografia de Scorsese, protagonizam um momento-chave na trama. De Niro, vestido com o imaculado traje branco de William Hale, rico negociante de gado, recebe o sobrinho, Ernest Buckhart, vivido por DiCaprio, um sujeito ambíguo, que oscila entre ser um idiota útil e um vigarista em busca de uma grande oportunidade.
Hale assume o papel de mentor nessa jornada do herói às avessas, perversa. Dá a Buckhart as lições fundamentais da exploração – seja ela da terra, da humanidade, ou, em última análise, do capitalismo selvagem. Esse modus operandi vale tanto para as terras de Oklahoma, no sudoeste dos Estados Unidos do início do século 20, quanto para as sagas mafiosas exploradas em outros filmes de Scorsese, como Bons Companheiros, Cassino e O Irlandês.
A cena em que Buckhart ouve atentamente seu tio descrevendo a arte de se aproveitar e lucrar com um sistema, infiltrando-o por dentro – ou seja, se aproximando dos índios Osage, enriquecidos no fim do século XIX, graças ao petróleo escondido sob a árida superfície de uma reserva – evoca outra, também protagonizada por DiCaprio em outro longa de Scorsese.
Em O Lobo de Wall Street, o personagem de Matthew McConaughey ensina ao protagonista, vivido por DiCaprio, como explorar o mundo e desfrutá-lo cada vez mais intensamente, assim como um leão rugindo, alimentando sua libido voraz, sem hesitar em “se masturbar quatro ou cinco vezes por dia”. O sexo, aqui, é usado como metáfora de poder e privilégio.
Em Assassinato da Lua das Flores, baseado no livro homônimo de David Grann, Hale também aborda a questão sexual: encoraja o sobrinho a se envolver com mulheres Osage e a casar com uma delas para recuperar mais facilmente seus direitos de homem branco sobre o tesouro natural do petróleo – mesmo que isso represente eliminar integrantes da comunidade indígena que possam atrapalhar seus planos. Afinal, Hale já vem fazendo isso há algum tempo. De Niro, é preciso dizer, está assustador como esse tio sacana.
“Oh, sim, eu gosto de mulheres! Brancas, vermelhas, azuis, gordas…”, confidencia o aprendiz ao feiticeiro, com um olhar maroto. Esse momento de confidência, esse jogo de cena e sedução entre homens que admitem até que ponto sua ganância libidinosa ocorre à custa das mulheres e da família. Esse bate-bola perverso põe em movimento o extraordinário Assassinos da Lua das Flores, uma obra-prima scorsesiana de primeira linha, ao longo de 3 horas e meia, dedicadas quase inteiramente a essa cumplicidade entre Hale, chamado de Rei na região, e seu súdito, aspirante a herdeiro.
‘Assassinos da Lua das Flores’: western e gângsteres
Buckhart, em um dos melhores desempenhos da carreira de DiCaprio, é um canalha em ascensão que talvez ame Mollie (a excelente Lily Gladstone, que domina suas cenas com seu silêncio e seu olhar de abismo), herdeira de uma fortuna. Mas essa ambiguidade não o impede de destruí-la, de sabotá-la. Não desprovido de culpa, ele queima tudo em seu caminho, inclusive os filhos, enquanto executa, mesmo assim, a missão recebida do tio.
Assassinato da Lua das Flores é, ao mesmo tempo, um western em sua superfície e um filme de gângster em suas entranhas. A violência latente em todo o filme surge apenas em lampejos fugazes, nunca em tiroteios épicos, como nos faroestes. Em certo sentido, de forma estratégica, os assassinatos se tornam eventos esperados, mantendo o público envolvido durante os longos períodos de drama até a próxima execução chocante – a fantástica edição de Thelma Schoonmaker é fundamental nessa envolvente costura narrativa de tensões e distensões.
A violência chega ao ápice em uma noite tumultuada pelo fogo, enquanto Ernest se dopa e tenta matar Mollie aos poucos. É quando os cowboys (homens brancos, cruéis, colonialistas) brutalmente recuperam seus direitos sobre o petróleo. Scorsese os reduz a silhuetas distantes, quase abstratas, ocupados em pilhar o solo – como se estivesse pintando uma cena rupestre. Seriam demônios?
Enquanto a maioria dos Osage é reduzida a papéis secundários, o grande cineasta apresenta o caso, uma história real, que tangencia a questão racial, predominantemente sob a perspectiva dos criminosos, similar ao que fez em Cassino, explorando as raízes de Las Vegas como um paraíso para gângsteres. Desencadearão um dos primeiros casos investigados pelo recém-criado FBI. Scorsese, afinal, sempre teve uma fascinação por corrupção, violência e negócios obscuros, e aqui não é diferente. Assassinos da Lua das Flores é, nesse sentido, exemplar, ao eviscerar uma história de ganância, racismo e crueldade. Mas é, também, bem mais do que isso.
Eu já conhecia esse filme há algum tempo, mas não sabia que fazia parte de uma série de sete filmes para TV até recentemente. Não é ruim e estou intrigado para conferir o resto.
Apresenta uma Emmanuelle sobrenatural, interpretada por Sylvia Kristel, sua versão mais jovem, interpretada por Marcela Walerstein, além de seu ex-amante Mario, interpretado por George Lazenby. Mario e Emmanuelle não parecem mais ter essa dinâmica erótica de mentor/protegido, como os personagens tinham no livro, mas são como velhos amigos relembrando episódios passados sobre si mesmos ou outras mulheres (cujas almas Emmanuelle havia entrado), enquanto em um longo viagem de avião. Embora tenham feito uma tentativa elegante, não fiquei muito satisfeito com a forma como Mario foi retratado no filme original Just Jaeckin Emmanuelle de 1974, e também não estou tão convencido com este Mario aqui. Para ser justo, é provavelmente impossível adaptar completamente um personagem literário como Mario ao cinema.
Nos livros de Emmanuelle, Mario é um filósofo excêntrico, antimonogâmico e hedonista, que combina esses elementos de maneira muito eloquente, produzindo esse tipo fascinante, embora nem sempre agradável, de filosofia erótica que também se aplica à vida e à existência. (Gosto de pensar na escritora Emmanuelle Arsan (Louis-Jacques Rollet-Andriane) como a contra-parte mais benevolente do totalmente malvado Marquês de Sade.) As passagens filosóficas de Mario foram a razão pela qual os livros de Emmanuelle ficaram comigo e principalmente por que eu li todos os outros livros disponíveis que foram traduzidos para o inglês do mesmo autor.
James Cameron é fã de carteirinha de ALIEN – O OITAVO PASSAGEIRO (1979), de Ridley Scott, e precisou colocar em prova sua capacidade e talento – que não eram tão claros naquele período, – para ter seu nome escrito na cadeira de diretor desta tão esperada continuação.
Ainda estamos em 1980, passado apenas um ano do lançamento de Alien, o 8° passageiro, os produtores já começavam a viabilizar a idéia de uma sequência. O problema maior é encontrar um script realmente bom, que justificasse mais um filme. Os produtores David Giler e Walter Hill chegaram ao pouco conhecido James Cameron através do projeto de O EXTERMINADOR DO FUTURO (que ainda não havia sido realizado) e resolveram marcar um encontro para trocar idéias.
Lá pelas tantas, depois de algumas doses de whisky, comentaram o desejo de realizar a continuação de ALIEN e Cameron se interessou subitamente. O tempo foi passando e, pós vários roteiros recusados, Cameron, que mal havia dirigido PIRANHA 2 e trabalhou apenas na parte técnica de algumas produções de ficção científica de baixo orçamento, conseguiu colocar na mesa dos executivos uma história que finalmente chamou-lhes a atenção. O roteiro ainda não estava pronto (e muita coisa foi mudada com outras pessoas metendo o bedelho), mas já era meio caminho andado; a base desse script eram idéias que o diretor estava desenvolvendo para um filme chamado MOTHER.
No entanto, era um risco colocar nas mãos de James Cameron a direção de um filme que exigia muito investimento, muita estrutura, muita coisa que aquele sujeitinho ainda não havia provado que sabia fazer.
Ninguém podia assegurar que ele era realmente capaz de administrar todo o aparato que seria colocado em suas mãos. A prova de fogo foi o filme que Cameron estava realizando, ainda em fase de pré-produção. Se conseguisse ser bem sucedido, teria o emprego na continuação de ALIEN. Bem, todos nós sabemos que O EXTERMINADOR DO FUTURO foi um grande sucesso, então já sabemos o final dessa história.
ALIENS recebeu este título (e não ALIEN 2) porque em 1980, um italiano chamado Ciro Ippolito produziu, escreveu e dirigiu uma “sequência picareta” de ALIEN chamado ALIEN 2, com a trama se passando na terra. Mas ALIENS é um nome que se encaixa perfeitamente ao filme de Cameron, pois uma das principais diferenças do original é que, desta vez, Ripley (Sigourney Weaver) encara um exército de monstros espaciais ao invés de um único Alien como no primeiro filme.
Sendo assim, o diretor DE TITANIC e AVATAR tomou um caminho diferente ao de Ridley Scott. O primeiro filme da série era um exercício de claustrofobia, atmosférico ao extremo e trabalha muito bem o suspense com doses de terror. Sem dúvidas é um dos filmes contemporâneos mais eficazes nesse sentido e até hoje impressiona pela qualidade. Já o filme de James Cameron segue uma proposta que impõe um ritmo mais frenético à narrativa, com bastante ação, longos tiroteios, explosões, correrias, muita carnificina e etc (Cameron estava trabalhando também no roteiro de RAMBO 2 antes de começar este aqui, talvez estivesse muito focado nesses elementos…). O mais impressionante disso é que o respeito de Cameron pelo original é fundamental para balancear o tom entre os dois filmes. ALIENS possui atmosfera de horror suficiente para permanecer ao lado do primeiro ALIEN como clássico do gênero espacial e possui ação de tirar o fôlego suficiente para demonstrar que a proposta de Cameron era mais que certeira.
A trama de ALIENS se passa 57 anos após os acontecimentos do primeiro filme. Ripley desperta do seu sono criogênico depois de ter sua nave encontrada pela companhia na qual trabalhava; toma conhecimento de que toda sua família morreu; mal se recupera e já é persuadida para retornar ao planeta alienígena do primeiro filme numa missão para averiguar a situação dos colonos que agora habitam o local, já que a comunicação com eles fora interrompida. Ela se faz de difícil, etc, mas acaba aceitando e desta vez terá ajuda de um grupo de fuzileiros carregando um grande poder de fogo.
O que se segue a partir daí é um suspense intenso da melhor qualidade com altas doses de ação em cenários de ficção científica e atmosfera dark inspirados nas artes de H. R. Giger e intensificados pela ótima trilha sonora de James Horner; a contagem de corpos é altíssima, muitos fuzileiros matando aliens, sendo mortos também pra dar uma balanceada, embora o número de aliens seja bem maior, até chegar a um ponto em que Sigourney Weaver questiona James Cameron sobre o filme estar muito violento, ter muitas mortes e armas cuspindo fogo, e essas baboseiras, mas a resposta do diretor já demonstrava um sujeito que não se deixa levar por frescuras de ator:
“Então vamos fazer uma cena que um Alien lhe ataca e você tenta bater um papinho com ele”.😅
Além de Weaver, que recebeu uma indicação ao Oscar pela sua atuação, o restante do elenco merece uma atenção à parte. Temos Michael Biehn voltando a trabalhar com o diretor, Lance Henriksen fazendo um andróide para o desespero de Ripley (quem não se lembra de Ian Holm no primeiro filme?), Bill Paxton como alívio cômico involuntário, Paul Reiser, William Hope, Jenette Goldstein e outras feras que compõem um excelente time. E é curioso como grande parte deles são subestimados atualmente, até mesmo estão meio que esquecidos na indústria.
A versão que revi e recomendo fortemente é a estendida, na qual James Cameron realiza um estudo humano muito interessante com a personagem de Sigourney Weaver e ajuda bastante na compreensão de seus atos, no instinto materno com o qual ela acolhe e protege a garotinha, única sobrevivente dos colonos, enxergando a oportunidade de ter uma família novamente, já que a verdadeira se perdeu ao longo dos 57 anos. O confronto final entre Ripley e a alien rainha toma proporções épicas visto dessa forma. A protagonista tentando proteger sua “filha” e a criatura também com um instinto de proteção pelos seus ovos.
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Sobre a rainha e seu aspecto visual é impressionante, vale destacar os incríveis efeitos especiais da equipe comandada pelo genial Stan Winston. É um troço realmente assustador! Não só ela, mas todos os aliens aparentam bem mais flexibilidade, agilidade e realismo em relação ao alien solitário do primeiro filme, embora o conceito de Giger ainda permaneça intacto. É a prova de que o talento manual de um verdadeiro gênio dos efeitos especiais sempre vai superar o resultado de um CGI.
Vale destacar mais uma vez, que essa batalha final continua sendo umas das melhores na história do cinema, sentimos o terror que todos os personagens estão passando ao se depararem com aquele ser monstruoso, eu realmente me "BORRAVA" de medo da Alien Rainha, James Cameron e Stam Winston são geniais.
Aliens é um filme realmente inovador nos quesitos técnicos, afirmativa que pode ser reaproveitada em qualquer texto sobre os filmes dirigido pelo Cameron.
Todas as suas obras seguintes revolucionaram o cinemão americano comercial de alguma maneira, seja nos efeitos especiais, sonoros ou até mesmo na forma como contar uma história, transformando seus trabalhos em experiências únicas para o público. Este aqui não foge à regra. É um espetáculo em todos os sentidos, que mesmo com quase 40 anos nas costas, continua sendo o melhor filme da franquia Alien e um dos melhores do gênero.
O casal nova-iorquino Emily (Phoebe Dynevor) e Luke (Alden Ehrenreich) acabaram de ficar noivos, mas estão mantendo isso em segredo em sua empresa financeira, onde isso seria contra a política da empresa. Quando surge uma promoção e tudo aponta para Luke, Emily consegue o emprego e o relacionamento deles e a dinâmica entre eles mudam drasticamente. Os dois têm de se perguntar qual é o preço do sucesso para eles como casal e também individualmente e quanta ambição a sua coesão atual pode suportar.
crítica
O Prémio Nobel será tradicionalmente entregue em Estocolmo, em 10 de dezembro de 2023, entre outras coisas. na categoria de economia a Claudia Goldin, pelo seu trabalho no tema “Descobrindo as causas mais importantes das diferenças específicas de género no mercado de trabalho”. Pelos insights que ela obteve lá, pode-se pensar que o novo filme da Netflix, “Fair Play”, foi escrito nesta base. O conteúdo é sobre um casal do setor financeiro que tem um relacionamento secreto, mas ainda muito feliz, mas quando a mulher tem preferência sobre o homem para a promoção, esse relacionamento de repente evolui do celestial para o infernal. Porque os modelos de comportamento de repente têm um enorme impacto na vida privada e profissional. O filme foi descrito diversas vezes como um thriller erótico. Sim, existem algumas cenas explícitas, mas na minha opinião são apenas outro nível de expressão, não AQUELE. Thriller é uma indicação melhor, embora eu o especificasse como um thriller psicológico, porque tão rapidamente quanto os dois personagens principais mudam, devido a circunstâncias externas e um do outro, você ainda obtém uma visão intensiva da psique humana, que é o que acontece. Isso é em grande parte moldado por modelos.
O filme começa quase como um conto de fadas para o relacionamento, pois dá para perceber que Emily e Luke se sentem confortáveis um com o outro e realmente se envolvem no relacionamento. O facto de o pedido de casamento ocorrer espontaneamente após relações sexuais mal sucedidas (Emily acaba de menstruar) sublinha esta impressão, uma vez que a eliminação de tabus sobre as mulheres e a sua menstruação não é um tema muito utilizado na sociedade. O facto de terem de manter a sua relação em segredo no trabalho não parece incomodá-los tanto, porque tive a sensação de que eles percebiam esta suposta distância como colegas como uma dramatização. Quando um colega de alto escalão tem um desabafo no altamente competitivo setor financeiro e é demitido, uma vaga de repente fica disponível e os rumores dizem que Luke é provavelmente o escolhido e Emily, como uma boa amante, fica feliz por ele e você pode sinto que é honesto e não falso. Mas naquela noite a diversão acontece: Emily é convidada para um encontro em um horário impossível por seu chefe (Eddie Marsan) e ela consegue o emprego, não Luke. A partir daí as coisas vão muito bem, porque mesmo que ele pareça invejar isso a princípio, a mera questão de saber se Campbell a forçou mostra essencialmente que ele não acredita que sua noiva tenha se qualificado com desempenho que isso torna o chefe respeitá-la, mas sim que ele insinua que Campell está apaixonado por Emily e a única questão é se ela deu seguimento a isso. Veja bem, Luke já tem essas alegações antes de entrar no escritório no dia seguinte e ter seus pensamentos refletidos por seus (surpresa!) colegas homens.
A indústria financeira é, obviamente, ideal para tal história, como a HBO já provou com “Indústria”. É um mundo dominado pelos homens onde as mulheres têm de lutar ainda mais pelo seu lugar. Mas é também um mundo onde faltam valores morais. Porque quando se trata de enganar as pessoas para enriquecer a si mesmo e à sua empresa sem consciência, esses modelos se encaixam perfeitamente e o sexo rapidamente se torna um símbolo do prazer obtido por ser capaz de superar os outros. Portanto, é uma lupa perfeita para uma condição social, que é então desenvolvida através deste casal. Mesmo que todos os passos individuais sejam esperados, porque quem já não viu uma situação como esta na vida real ou tratada de forma fictícia?, você não pode realmente desviar o olhar e muitas vezes é doloroso porque tais exemplos ocorrem todos os dias no mundo ocorreu. Mas também fala pela atuação dos dois atores principais, que é tão estressante para o público.
No entanto, gostaria também de sublinhar que, por ter sido escrito por uma mulher e dirigido por uma mulher, não se trata de forma alguma de um acerto de contas com o género masculino. Na verdade, trata-se de ambos os modelos e, portanto, muitas vezes o problema é que homens E mulheres gostam de se sentir confortáveis. Luke humilha Emily cada vez mais para se sentir melhor consigo mesmo e superior a ela, mas ela, por outro lado, inicialmente só tem um pensamento: que ela absolutamente tem que garantir que seu homenzinho seja promovido logo porque ele absolutamente merece isso. Ele simplesmente não quer. Não é apenas a avaliação de Campbell de que Luke não tem condições para uma promoção, mas nós mesmos, como espectadores, vemos isso.Quando Emily confia a ele análises e depois recomendações de negócios, ele sempre toma a decisão errada. Mas ela não vê isso, porque em casa a bênção da casa tem que ser acertada novamente e isso só é possível se ele estiver pelo menos em pé de igualdade com ela. Outra coisa é que em algum momento Emily acorda e defende e defende sua posição com mais confiança, mas ao mesmo tempo ela mesma quase se torna um colega homem. Porque aí se comemora uma formatura de sucesso, mas claro, onde mais? No clube de strip. E quem faz chover as contas? Emily. O sucesso como mulher é uma caixa difícil, porque está implícito aqui que o sucesso só é realmente um se for reconhecido pelos homens neste nível. No geral, o filme mostra claramente que as mulheres podem ter isso tanto quanto os homens, mas as mulheres também são treinadas para não aceitar isso simplesmente como natural. Claro, estes são resultados finais estereotipados que o filme mostra, porque há um número suficiente de homens e mulheres que não se enquadram em nenhum modelo, mas se os estereótipos não correspondessem frequentemente à maioria, então a Sra. para ser premiado, porque então seria a neve de ontem.
No último quarto o filme sai cada vez mais do nível mais geral e são realmente Luke e Emily como pessoas individuais que trazem à tona o que há de mais feio um no outro e literalmente se destroem. Também aqui a relação com o homem mau certamente não é unilateral, mas também há uma tendência de que a mulher tem maior probabilidade de acordar. Luke mostra um talento incomum para nunca admitir uma falha em si mesmo e assim retratar Emily como culpada por tudo. Mas no final ela não o deixa escapar impune. Apropriadamente para o filme, todas as inibições são liberadas mais uma vez, porque um bom final onde Emily simplesmente termina com Luke e fica acima das coisas, não teria sido isso. No final, é até duvidoso que Emily possa realmente sentir um triunfo duradouro apesar de sua vitória, porque foi duramente comprada e basicamente não movimentou nada. No geral, o filme é difícil, pelo menos se você realmente quiser entender as nuances individuais. Mas o conteúdo é importante.
Conclusão
“Fair Play” é dirigido por Chloe Domont de forma emocionante e convincente. Você certamente pode simplesmente assistir ao filme porque algo está acontecendo, mas o filme só fica realmente bom quando você realmente vira a cabeça e entende o que está acontecendo. Estamos todos presos a modelos de comportamento e nem todos podemos ser confrontados com uma consciência reflexiva com frequência suficiente para nos questionarmos. Com esta atitude, o “Fair Play” não se torna algo fácil, mas o que é fácil na vida?
5 razões pelas quais a rota irlandesa foi a estrada mais estressante no Iraque
Outrora apelidada de “a estrada mais perigosa do mundo”, o troço de 12 quilómetros da Zona Verde de Bagdad até ao aeroporto foi chamado de “Rota Irlandesa” durante a ocupação do Iraque liderada pelos EUA.
Foi uma introdução adequada ao país durante o auge da guerra. Durante anos, a Route Irish foi uma prova de fogo: se você sobrevivesse à viagem desde o aeroporto, estaria pronto para qualquer coisa.
Os americanos e britânicos tiveram dificuldade em controlar a estrada durante quase dois anos. A maioria dos motoristas de táxi recusou-se a chegar perto dele e aqueles que o fizeram por vezes foram apanhados na mistura entre a insurgência e as forças de ocupação. Não era perigoso apenas para as tropas; era perigoso para todos.
1. Foi um alvo fácil.
Irish era a estrada direta do aeroporto, conectando a Zona Internacional (também conhecida como “Zona Verde”) com o BIAP e o Complexo Victory Base. Insurgentes de todos os tipos, desde os leais aos terroristas da Al-Qaeda no Iraque, sabiam que as forças da coligação estavam baseadas ao longo da estrada e sabiam que teriam de usar a estrada e as áreas adjacentes. Irish tornou-se um ímã para balas, foguetes, morteiros, VBIEDs e IEDs ocultos.
Homens-bomba se escondiam nas rampas de saída e equipes de estrada que reparavam buracos de ataques anteriores enterraram IEDs. A situação ficou tão grave que, em dezembro de 2004, o pessoal do Departamento de Estado foi proibido de usar o irlandês e as tropas começaram a chamá-lo de “Beco do IED”.
2. A estrada foi acidentada.
Todos esses impactos explosivos criaram crateras no asfalto e encheram a estrada com restos de veículos destruídos. Além de fazer a viagem parecer que você estava andando em um cavalo selvagem por quilômetros a fio enquanto desviava de obstáculos, os buracos preenchidos às pressas criados pelas explosões tornaram a viagem muito mais longa do que deveria ser. As crateras e o lixo também tornaram mais fácil para os insurgentes esconderem IEDs.
Andar em um Bradley em um calor de 127 graus, com pouca luz e menos fluxo de ar faz com que a viagem de 8 minutos pareça levar horas. Bater a cabeça na lateral desta caixa quente algumas vezes fará com que qualquer um aprecie uma patrulha a pé ou uma varredura de IED.
3. Embarcar no “Rhino” foi intimidante.
“The Rhino” era um Rhino Runner, um ônibus de 22 lugares com blindagem pesada, projetado pela Labock Technologies, com sede na Flórida. Tropas, empreiteiros e VIPs viajando de e para a Base da Vitória, BIAP ou Zona Verde tiveram que subir na barriga deste gigante. Olhar para esta verdadeira montanha de veículo fez com que o fobbit pela primeira vez a caminho do centro nevrálgico do Iraqi Freedom pensasse duas vezes sobre se poderia ou não conduzir seus negócios por e-mail.
Em novembro de 2004, um comboio de três rinocerontes foi emboscado na Rota Irlandesa com um VBIED suicida de 250 libras que criou uma cratera de 1,80 metro de largura e 60 centímetros de profundidade. Uma nuvem de poeira com mais de 300 metros de comprimento pode ser vista a quilômetros da cidade. Não houve feridos nas 18 pessoas que estavam no veículo.
4. A estrada exigia patrulhas constantes.
Eventualmente, os irlandeses seriam protegidos por tropas americanas usando obstáculos concretos, unidades do exército iraquiano e assumindo o controle dos bairros adjacentes à estrada. Até então, as forças da Coligação tinham de manter a estrada o mais limpa possível e remover as carcaças dos carros explodidos.
A certa altura, o Boston Globe informou que o Exército dos EUA dedicou um batalhão inteiro da 10ª Divisão de Montanha para manter a estrada o mais limpa e segura possível. Isso expôs as tropas a ataques constantes de homens-bomba, uma tática que os militares pouco puderam fazer para evitar a destruição do carro antes que ele atingisse o alvo.
5. Se os ataques não fossem suficientemente perigosos, os motoristas iraquianos eram.
Devido à frequência e gravidade dos ataques contra o pessoal americano e de outros membros da Coligação (e por vezes da violência sectária), os condutores da cidade pisam fundo no acelerador enquanto conduzem na estrada. Eles diminuem a velocidade para os comboios de veículos dos EUA porque os artilheiros da torre não têm problemas em dar alguns tiros em um tailgater.
Os iraquianos dirigiam na rodovia em alta velocidade, desviando do canteiro central (uma fonte potencial de IEDs), exceto quando estavam desviando das saídas (uma fonte de VBIEDs suicidas), e ziguezagueando aleatoriamente enquanto dirigiam sob viadutos por medo de alguém deixar cair alguma coisa neles.
Os civis que desejassem uma carona do Sheraton até o aeroporto poderiam facilmente contratar seu próprio serviço de transporte blindado – pelo preço com grande desconto de US$ 2.390 por trecho.
“Anjos do Sol” retrata exploração sexual de crianças no Brasil
Produção nacional conta a história de Maria, que aos 12 anos se torna prostituta em um garimpo. “Anjos do Sol” expõe nas telas do cinema o mercado da exploração sexual que atinge 100 mil crianças e adolescentes no país
Em uma pequena cidade no interior nordestino, uma menina de 12 anos é vendida pelos pais e forçada a trabalhar como prostituta. Esse é o ponto de partida de "Anjos do Sol", primeiro longa-metragem do cineasta brasileiro Rudi Lagemman em circuito nacional em 2006. O filme leva para as telas do cinema um tema pouco discutido no Brasil: a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Notícias de jornal inspiraram o diretor a criar os personagens.
Mais de 100 mil meninas são vítimas de exploração sexual no país, apontam os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Já a Organização das Nações Unidas calcula que tráfico de seres humanos para exploração sexual movimenta cerca de 9 bilhões de dólares no mundo, e só perde em rentabilidade para o mercado ilegal de drogas e armas.
O diretor e roteirista Lagemman conta que optou por fazer um roteiro de ficção, e não um documentário, porque queria "dar uma cara" às vítimas desse crime. "Eu não queria fazer um filme cruel e duro porque a realidade é cruel, mas também para não afugentar as pessoas. Queria fazer uma história 'atraente' para as pessoas terem acesso às informações".
Maria, a personagem principal de "Anjos do Sol", é uma compilação das histórias de vida de muitas outras garotas já retratadas em reportagens de jornais e revistas. Lagemman pesquisou o tema por nove anos até chegar ao roteiro final. "Vi uma notícia no interior de Pernambuco de uma menina que tinha o apelido de R$ 0,50, que era o preço que ela cobrava por programa. Pensei: 'o que seria contar a história dessa menina?'". A investigação também ajudou o diretor a ampliar sua visão sobre o assunto: "Eu pensava, como a maioria dos brasileiros, que a exploração sexual se concentrava no litoral e estava ligada apenas ao turismo sexual".
Travessia
Depois de ser vendida pelos pais no Sertão da Bahia, Maria é levada para uma fazenda e, em seguida, para trabalhar como prostituta em um garimpo na Amazônia. Mais tarde, a menina foge para o Rio de Janeiro pegando carona com caminhoneiros. O caminho trilhado por Maria é um entre as 141 rotas nacionais e internacionais existentes, de acordo com a Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual Comercial no Brasil realizada em 2002.
Ao longo da trama, Lagemman expõe algumas das práticas que envolvem a exploração sexual infanto-juvenil, como o leilão de meninas virgens, e os personagens que lucram com esse mercado: aliciadores (que compram as meninas de suas famílias), donos de boates, cafetões, coronéis e políticos.
Também retrata a situação das prostitutas que vivem em regime de servidão: garotas que teoricamente recebem pelos programas, mas têm descontado o valor das roupas, comida, alojamento e remédios que consomem. Além disso, sofrem violências físicas e ameaças psicológicas para não deixarem o local.
Preconceito
Para enfrentar a questão, o diretor defende o fortalecimento das organizações que trabalham com as jovens exploradas e o aumento da repressão a esses crimes. Ele acredita, no entanto, que também são necessárias medidas educacionais e mudanças culturais que alterem o comportamento da população. "Tem o preconceito da sociedade brasileira, um machismo em relação às garotas, e o preconceito racial, já que elas são em sua maioria negras. Além disso, tem a questão educacional, de como o adulto deve tratar a criança".
Os caminhos apontados por Lagemman coincidem com o diagnóstico traçado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Exploração Sexual, encerrada em julho de 2004. Os parlamentares propuseram um conjunto de mudanças no Código Penal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Crimes Hediondos, com o objetivo de proteger as vítimas e aumentar a gravidade do crime. O Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, criado em 2000, também sugere ações para mobilizar a sociedade e garantir atendimento às vítimas e suas famílias.
Segundo o diretor de "Anjos do Sol", organizações não-governamentais (ONGs) brasileiras já estão utilizando o filme para ampliar a discussão sobre o tema. "O que é interessante é que o filme foi baseado na realidade, trazido para a ficção e agora volta a intervir na realidade", avalia.
Godzilla: Minus One
4.1 310Se for do nível de Shin Godzilla, provavelmente vai ser um dos melhores filmes da lagartixa trembolizada
Eu amo os filmes japoneses do Godzilla, porque sempre mostra o lado vilão dele!🤩
Zona de Risco
3.2 39 Assista AgoraTACP JTAC movie.
Atores australianos melhores nos negócios... Essa vai ser boa de ver!!
O que é TACP (JTAC)?
https:// taskandpurpose . com / culture/ jtac-vs-tacp-military-definition-covenant-movie/
Eubank, diretor e roteirista de Zona de Risco, aponta que o filme tem a amizade como um dos temas principais. Com um currículo de peso que inclui ‘Atividade Paranormal: Ente Próximo’ e ‘Ameaça Profunda’, o diretor explica que seu novo filme é marcado por um realismo profundo, embora não seja baseado numa história real. A obra acompanha a jornada emocional de Kinney (Liam Hemsworth), um novato que se depara com uma situação que mudará sua vida para sempre.
O elenco do filme é repleto de estrelas: a dupla de irmãos Hemsworth: Liam e Luke, Russell Crowe, Milo Ventimiglia e Ricky Whittle. O diretor conta que se inspirou em alguns filmes de ação e guerra clássicos e modernos para criar seu filme, como ‘Nascido para Matar’, ‘Apocalypse Now’, ‘Atrás das Linhas Inimigas’ e ‘Falcão Negro em Perigo’. O grande diferencial aqui é como o filme toma o ponto de vista dos homens que estão lutando na guerra, abordando as decisões que precisam tomar, e como lidam uns com os outros.
O ganhador do Oscar, Russell Crowe, conta que essa tensão foi fundamental para sua interpretação. “Na nossa história, existe uma intimidade criada entre o operador em terra e o piloto de drone por causa das coisas que estão acontecendo, e certamente quando algo dá errado na operação, o piloto do drone se sente um pouco responsável também. E então, ele tem que fazer tudo o que puder para manter os soldados em terra seguros e ajudá-los em sua missão.”
Zona de Risco foi filmado na Austrália e o ator australiano Liam Hemsworth acredita que as condições naturais que enfrentaram ajudaram a trazer realismo ao longa. “Esperamos que as pessoas possam embarcar nesta jornada com Kinney e sentir como é difícil e assustador ver o amadurecimento do personagem ao enfrentar uma situação sobre a qual ele não tem experiência.”
O diretor Eubank concorda com o astro e acrescenta: “espero que o público se divirta e se empolgue. Eu quero que eles desejem que os personagens saiam vitoriosos e que o filme possa surpreender.”
Sobre os inimigos, são o grupo muçulmano terrorista filipino conhecidos como Abu Sayyaf.
O Abu Sayyaf é um dos diversos grupos separatistas fundamentalistas islâmicas sediadas no sul das Filipinas, onde por quase 30 anos diversos grupos militantes islâmicos estiveram envolvidos em insurgências visando uma província independente no país. O grupo se denomina Al-Harakat Al-Islamiyya ("O Movimento Islâmico").
OBS: São tão ruins quanto o Estado Islâmico, Al Qaeda, Talibã, Hamas, Hezbollah e Boko Haram.
Nota: 5/10
A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets
3.4 233 Assista AgoraDá pra se divertir sim, mas é muito vazio e sem nenhum traço de personalidade. As piadas são cansativas e repetitivas demais, não emplacam.
O filme não consegue criar AQUELA tensão que é uma das marcar do primeiro filme. Não há senso de ameaça algum. O filme joga no seguro demais, infelizmente.
Até achei no começo que a "Fuga" seria da menina tentando fugir de casa pra explorar o mundo, colocando a Ginger e as outras na outra ponta, o que talvez seria algo muito mais interessante e mais ousado.
Enfim, muito triste que uma sequência de uma das melhores animações já feitas seja basicamente um filme "filler" que mais parece um curta estendido "extra" do que de fato uma continuação, e esteja mofando lá no catálogo da Netflix ao invés de estar nos cinemas pra fazer dinheiro (o original fez 220 mi na época).
O melhor é aceitar que a Aardman já era faz tempo, apesar de que os filmes recentes do Shaun Carneiro são muito bons. E nem é questão de qualidade, e sim de "zeitgeist". Assim como Studio Ghibli, creio que são filmes pra outra era, pra outro público, pra outro tempo, longe do cinismo atual. Expectativa zero pro próximo do Wallace & Gromit também.
Ritmo de Natal
3.0 21 Assista Agora"Ritmo de Natal" é uma deliciosa surpresa
Tem um começo bastante promissor, uma vez que a trama é repleta de qualidades e desperta atenção através de um enredo despretensioso e acolhedor.
Com uma narrativa moderna e contemporânea, o filme conta a história de amor de uma cantora de funk e um violinista clássico. Mileny (Clara Moneke), a diva pop do momento, se envolve com o romântico Dante (Isacque Lopes) e decide passar o Natal com ele longe dos holofotes, na região serrana do Rio de Janeiro. Sua família não faz ideia do relacionamento com o rapaz. Preocupada em preservar a relação, ela esconde o namoro dos pais e, consequentemente, dos jornais e portais de fofocas. Ansiosa pelo Natal a sós com o crush, ela tem todos os seus planos arruinados co o súbito aparecimento de sua família e de sua conservadora sobra, e universos e personalidades muito diferentes.
Mileny é filha de Soraya (Vilma Melo) e MC Barbatana (Paulo Tiefenthaler), um dos cassais mais populares a velha guarda do funk carioca, e Dante, de Inês (Taís Araújo), uma pianista consagrada.
O choque entre esses mundos culturais diferentes ---- o funk e a música clássica ---- é o ponto de partida para uma série de conflitos que impactam a relação do casal e que proporcionam um encontro de três gerações ---- a família da cantora também é composta pela avó Gorete (Teca Pereira) e o irmão mais novo Maikon (Guthierry Sotero).
O interior da casa da serra, onde se passa a maior parte da história, foi montado no mesmo cenário onde funcionou o Refúgio Paz de Lumiar de "Vai na Fé", coincidentemente a mesma novela em que brilharam Clara Moneke, Isacque Lopes e Guthierry Sotero. Os três repetem o ótimo desempenho agora no longa-metragem. Clara e Isacque estão à vontade em cena e transmitem a cumplicidade do casal sem esforço, enquanto Guthierry aproveita bem o lado levemente cômico de seu personagem, além de também ter sintonia com Nina Tomsic, outra talentosa atriz que participa da trama interpretando Patrícia, secretária de Inês. Aliás, Taís Araújo se destaca na pele de uma mulher milionária, elitista e arrogante. A perua está longe de ser uma vilã e no final suas atitudes são explicadas através de uma cena emocionante com Clara, mas a atriz explora todas as facetas da personagem que muitas vezes acaba tendo um humor involuntário por conta das caras e bocas diante de tudo o que observa nos costumes da família de sua nora.
O filme tem mistura de drama e comicidade, onde um não atrapalha o outro, como costuma acontecer em algumas produções do gênero. Há uma harmonia em toda a construção do roteiro que flui com tanta naturalidade que faz o tempo passar voando. Vale destacar também Vilma Melo, Paulo Tiefenthaler e Teca Pereira que divertem com personagens que parecem que foram escritos especialmente para eles. É preciso ainda ressaltar a importância a representatividade com o elenco majoritariamente negro em um filme natalino.
"Ritmo de Natal" é o primeiro longa-metragem dos roteiristas Juan Jullian e Leonardo Lanna, que colecionam projetos há muitos anos no audiovisual. A estreia foi com o pé direito. Não há nada para criticar no delicioso filme, dirigido pelo também ótimo Allan Fiterman. Uma deliciosa surpresa natalina.
Guerra Civil
3.8 255O impactante ‘Guerra Civil’ é distopia muito próxima da realidade
'Guerra Civil', estrelado por Wagner Moura a Kirsten Dunst, discute os dilemas da imprensa, sobretudo do fotojornalismo, no registro de um conflito de secessão que esfacela os Estados Unidos.
Num futuro não muito distante, os Estados Unidos mergulham em uma guerra interna sangrenta e visceral. O presidente está encurralado na Casa Branca, envolto em um cerco tenso em Washington, D.C. Enquanto isso, nas ruas de uma Nova York desolada, a população aguarda ansiosamente por migalhas de água em meio ao desespero.
A paisagem é dominada por sombras mortais nos telhados, prontas para disparar a qualquer momento, por terroristas dispostos a sacrificar suas próprias vidas e por figuras estranhas e ameaçadoras que vagam pelas ruas. Nesse caos infernal, uma facção rebelde conhecida como Forças Ocidentais, representando o Texas e a Califórnia, emerge como a principal antagonista contra o frágil remanescente do governo federal.
O nítido batuque de um tambor, acompanhado por um ritmo marcial persistente, marca o início de Guerra Civil, filme do britânico Alex Garland que há duas semanas está no topo das bilheterias norte-americanas. O filme evoca lembranças dos grandes filmes de guerra, como o som perturbador da artilharia em O Resgate do Soldado Ryan e a jornada surreal de Apocalypse Now. Há também uma conexão marcante com Extermínio, filme de zumbis de 2002 escrito por Alex Garland, lançado nos cinemas durante os ataques de 11 de setembro de 2001, tornando-se uma produção profundamente atual.
O tema abordado em Guerra Civil será amplamente discutido. O filme retrata uma América intensificada a partir de seu atual estado quase insurrecional, criando uma sensação preocupante de proximidade. Um presidente autocrático, em seu terceiro mandato, ensaia discursos pomposos diante de um teleprompter. As Forças Ocidentais formam uma aliança improvável na tentativa de retomar a capital.
A paisagem suburbana está repleta de shoppings bombardeados, intolerância feroz e, mais inquietante ainda, ocasionalmente há uma cidade onde tudo parece normal, mesmo com os habitantes cientes de que o país está em colapso nos estados vizinhos, erguendo muros pessoais para se proteger. “Apenas tentamos nos manter à parte”, dizem.
Para Garland, a apatia é o verdadeiro adversário. Seus filmes, como Ex-Machina e Aniquilação, são ricos em temas profundos e refletem uma sociedade fragmentada. Guerra Civil retrata melancolicamente essa distopia, evidenciando a perda irreparável de algo maior.
Por isso, Garland escolhe como protagonistas um par de fotojornalistas: uma experiente e a outra aspirante. Interpretada por Kirsten Dunst, Lee é séria e introspectiva, enquanto Jessie, interpretada por Cailee Spaeny, busca apenas aventura, uma iniciação. Elas são acompanhados por Joel, interpretado por Wagner Moura, excelente, e Sammy, vivido por Stephen McKinley Henderson, um veterano jornalista que trabalha para um The New York Times reduzido e possivelmente envolvido em atividades criminosas.
‘Guerra Civil’: road movie
A jornada de Guerra Civil se transforma em um emocionante road movie, repleto de momentos de tensão explosiva e decisões que podem ser definitivas. Algumas imagens são demasiadamente familiares, como a fila de carros abandonados se estendendo até o horizonte. A sequência mais impactante dessa jornada se dá quando a equipe de jornalistas se depara com um dos defensores racistas e nacionalistas do presidente, vivido por um assustador Jesse Piemons, que veste roupas militares de camuflagem e óculos de armação e lentes vermelhas – uma alusão explícita ao Partido Republicano?
As cenas mais marcantes são aquelas que incitam a reflexão. Garland é mestre em transmitir sensações, como o canto dos pássaros sobre gramados ensanguentados ou o humor lacônico de soldados exaustos. Ele nos convida a observar e refletir sobre a condição política geral, questionando se os Estados Unidos realmente merecem uma democracia se mal conseguem se comunicar.
O filme culmina em um ato final avassalador, no qual a imensidão do aparato militar moderno invade a tela. A visão de tanques rolando pela Avenida Pensilvânia, onde está a Casa Branca, em Washington D.C., é perturbadora, e é esse desconforto que confere valor à obra de Garland.
PS: Wagner Moura + A24 = Perfeição
Na aposta ousada da produtora A24, dois foto jornalistas - interpretados por Kirsten Dunst e Wagner Moura - atravessam o território norte-americano, para cobrir um conflito generalizado, mesmo que eles próprios, ainda não o compreendam completamente.
Este longa-metragem dirigido por Alex Garland (Ex Machina), a guerra civil se instaura a partir de um movimento separatista, na qual 19 estados se separam dos EUA.
Os estados do Texas e Califórnia se tornam independentes e formam uma aliança militarizada, ostentando uma nova bandeira americana, com duas estrelas em vez de 50. A aliança é batizada de The Western Forces (As Forças Ocidentais). O resto do país também acaba se dividindo, como uma possível Aliança da Flórida, além de várias outras facções, que incluem Washington, Montana, Geórgia, Louisiana e Minnesota.
Por que os estados se separaram em Guerra Civil?
O enredo aponta para um conflito muito maior do que, simplesmente, uma polarização entre democratas e republicanos. Em Guerra Civil, os EUA vive sob o domínio corrupto e potencialmente fascista do presidente interpretado por Nick Offerman, que ignora a constituição.
Estariam as Forças Ocidentais lutando contra a ascensão de um governo totalitário?
Por meios justos?
E o mais importante: quem financia as Forças Ocidentais?
Passeando por todas essas interrogações, estão os protagonistas, Kirsten Dunst e Wagner Moura, foto jornalistas tentando capturar os acontecimentos da forma objetiva. Mas, não se ver diretamente envolvido nesse conflito, parece impossível.
...
A perspectiva de jornalistas em meio a uma guerra civil em expansão promete um drama intenso. Estou ansioso para ver como essa trama se desenvolve!
"Guerra Civil", da A24, é a produção de maior orçamento do estúdio: US$ 50 milhões. Estrelado por Kirsten Dunst e Wagner Moura, a duração será de 1h49, diferente das 3h15 que estavam especulando.
Wagner Moura na A24, agora sim o mundo conhecer um dos nossos melhores atores do BR
A Massai Branca
3.5 65Conteúdo temático
Os temas do filme foram controversos. Em última análise, o filme é sobre o choque de culturas e visões de mundo. Dois indivíduos que acreditam que a sua visão do mundo é superior e, portanto, correta
(assim Carola condena a circuncisão feminina porque não se enquadra na sua perspectiva cultural, enquanto Lemalian não consegue compreender como ela poderia falar com os homens sem ser infiel a ele),
Furiosa: Uma Saga Mad Max
4.0 105Que espetáculo visual! Mad Max: Estrada da Fúria é um dos maiores filmes de ação já realizados… Frenético, caótico e belo. Não via a hora de uma expansão da franquia. A trilogia com Mel Gibson dispensa comentários. HABEMUS FURIOSA, e que venham muitos outros com tal qualidade 👏🏻👏🏻👏🏻
Embora a Charlize Theron, tenha sido um ícone no papel, se destacando no filme 'Estrada da fúria'. Ela foi uma ótima atriz. E, parece que a Anya Taylor-Joy vai se sair muito bem interpretando a "Furiosa" mais jovem. Tomara que realmente esse filme seja um sucesso e mostre como se faz uma verdadeira protagonista feminina. Embora seja do mesmo criador da franquia 'Mad Max', já é meio caminho andado.
Sempre gostei dessa atmosfera que os filmes de Mad Max têm, é incrível. Isso é o que cinema precisa atualmente!!!! certeza que vai bombar, geral ta carente de filmes de qualidade!
No filme de 2015 tem uma música chamada "Coda" e "Many Mothers" e são tão singelas em relação as outras faixas pesadas que juntam guitarra, percussão e efeitos eletrônicos.
Eu espero que aqui o compositor saiba encontrar esse equilíbrio de novo.
Algo pesado, mas também algo emocional.
Eu acho que esse filme vai ser excelente. Lembrando que o de 2015 venceu 6 Oscars
Batman
4.0 1,9K Assista Agora𝐂𝐨𝐧𝐬𝐢𝐝𝐞𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐬𝐨𝐧𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐟𝐨𝐢 𝐥𝐞𝐯𝐚𝐝𝐨 à𝐬 𝐭𝐞𝐥𝐨𝐧𝐚𝐬, é 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐌𝐚𝐭𝐭 𝐑𝐞𝐞𝐯𝐞𝐬 𝐭𝐞𝐧𝐡𝐚 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨 𝐮𝐦𝐚 "𝐧𝐨𝐯𝐚" 𝐯𝐢𝐬ã𝐨 𝐝𝐨 𝐁𝐚𝐭𝐦𝐚𝐧.
A visão de Reeves sobre o personagem é algo que não tinhamos visto em tela, “ o seu primeiro Batman”. É um Batman que não confia em sua habilidade, é atingido, baleado várias vezes e perde lutas (até para capangas) e comete erros claros de um herói sem experiência. É uma visão refrescante e interessante e se este for um Batman que veremos se desenvolver ao longo de uma série de filmes (o que tenho certeza que veremos), será gratificante ver o personagem se desenvolver.
Essa versão do Batman também é muito mais detetivesca. Aspectos disso foram mostrados na versão de 𝐂𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐨𝐩𝐡𝐞𝐫 𝐍𝐨𝐥𝐚𝐧, mas aqui ele está á resolver um caso, em vez de sair todas as noites em busca de cabeças para quebrar. Como fã de quadrinhos, é revigorante ver essa versão do personagem finalmente na tela; como fã de cinema, é ótimo ver um filme de “super-herói” apresentado mais como um thriller policial.
Este é um filme que tem mais em comum com Seven ou Saw do que com as versões anteriores de super-heróis do Batman. Há um caso a ser resolvido, pois 𝐎 𝐂𝐡𝐚𝐫𝐚𝐝𝐚, nesta versão é muito mais um serial killer no estilo Jigsaw, ele arma armadilhas, deixa pistas e monta um quebra-cabeça enigmático para Batman e o Tenente Gordon resolverem.
Ele monta isso tudo, lenta e metodicamente, com as revelações criando um mistério convincente, em vez de apenas uma série de migalhas facilmente encontradas que nos levam a cada próximo cenário.
Isso não significa que o 𝐁𝐚𝐭𝐦𝐚𝐧 não tenha a ação. Há uma série de sequências de ação, algumas bem feitas outras sem muita agilidade, algo que é proposital por se tratar de um Batman sem experiência em combates. A sequência de abertura onde vemos o medo que o Batman colocou nos criminosos de Gotham mostra que existem novas maneiras de apresentar isso e quando finalmente vemos o Batman, ele não decepciona. Suas sequências de luta são brutas e intensas não parecem excessivamente coreografadas, se assemelham muito mais a uma luta real. Segue-se uma grande e espetacular introdução do Batmóvel, com uma perseguição rápida mas eficaz.
Outra questão que dificultou o trabalho de Reeves foi trazer para a tela personagens que já vimos antes, interpretados por alguns atores icônicos no passado e ter que renovar isso. O elenco de Reeves foi excelente e cada ator entrega uma ótima versão de seus personagens. Robert Pattinson interpreta um Batman que não gosta de espreitar nas sombras, mas de usar força bruta e intimidação direta e funciona muito bem. Seu Bruce Wayne é mais recluso e perdido, representando a versão inicial do personagem que você esperaria. É um personagem que pode crescer e há uma confiança que Pattinson será capaz de desenvolver seu Batman com perfeição nos próximos filmes.
Um filme de super-heróis é tão bom quanto seus vilões. Paul Dano é um Charada perfeitamente demente. Ele segue uma linha tênue entre ameaçador e bobo, mas as sequências em que captura suas vítimas mostram um tipo diferente de horror que nunca vimos em um filme do Batman antes. Uma vez retirada a máscara, seus motivos ficam claros, mas poderiam ser melhor realizados, Dano apresenta uma atuação que você deseja ver novamente em filmes futuros.
Reeves está criando um mundo com personagens aos quais podemos retornar, portanto, embora não seja o vilão principal, o Pinguim de Colin Farrell é um gangster crível que terá a oportunidade de se desenvolver mais tarde. Não posso dizer o mesmo de Zoe Kravitz Mulher-Gato, para mim um ponto fraco no filme, mas quem sabe ela possa nos surpreender em novas oportunidades.
Jeffrey Wright como Gordon é excelente, interpretando um policial cansado do crime, assim como Gary Oldman fez, Serkis oferece uma nova versão de Alfred que não vimos antes, existem outros nomes que sempre trazem performances seguras nomes como John Turturro e Peter Sarsgaard. Este é um elenco e um mundo que podem ser desenvolvidos e espero que Reeves tenha a chance e não nos decepcione.
Dizer que O Batman não é um filme de super-herói seria uma avaliação justa e, como Reeves decidiu se aproximar de um thriller policial, ele se esforça para entregar o final necessário para um filme do Batman.
Esse final está alinhado com o que foi construído, mas não satisfaz o suficiente em termos de riscos ou ação, apesar de entender que esse Batman, ainda não alcançou seu potencial total, a ação deixa um pouco a desejar e a investigação em certos momentos torna-se tediosa. Reeves vai precisar melhorar o ritmo e as cenas de ação no próximo filme.
𝐍𝐨 𝐠𝐞𝐫𝐚𝐥, 𝐓𝐡𝐞 𝐁𝐚𝐭𝐦𝐚𝐧 é 𝐮𝐦𝐚 𝐚𝐛𝐨𝐫𝐝𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐨𝐫𝐢𝐠𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐞 𝐫𝐚𝐳𝐨𝐚𝐯𝐞𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐫𝐞𝐟𝐫𝐞𝐬𝐜𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐩𝐞𝐫𝐬𝐨𝐧𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐝𝐨𝐬. 𝐎 𝐭𝐨𝐦 𝐝𝐨 𝐟𝐢𝐥𝐦𝐞 é 𝐝𝐢𝐟𝐞𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨- 𝐬𝐞 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨 𝐭𝐡𝐫𝐢𝐥𝐥𝐞𝐫 𝐩𝐨𝐥𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫-𝐡𝐞𝐫ó𝐢. 𝐎 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐬 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 é 𝐩𝐫𝐞𝐣𝐮𝐝𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐦𝐚. 𝐑𝐞𝐞𝐯𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐭𝐫ó𝐢 𝐮𝐦 𝐦𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐩𝐞𝐫𝐬𝐨𝐧𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬 𝐛𝐞𝐦 𝐫𝐞𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐚𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐚𝐢𝐬 𝐯𝐨𝐜𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐣𝐚𝐫á 𝐫𝐞𝐭𝐨𝐫𝐧𝐚𝐫 𝐮𝐦 𝐝𝐢𝐚. 𝐓𝐚𝐦𝐛é𝐦 𝐚𝐣𝐮𝐝𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐚𝐭𝐨𝐫 𝐜𝐮𝐦𝐩𝐫𝐚 𝐬𝐮𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐫𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐞𝐟𝐢𝐜𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚, 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜𝐢𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐏𝐚𝐭𝐭𝐢𝐧𝐬𝐨𝐧 𝐞 𝐃𝐚𝐧𝐨. 𝐎𝐥𝐡𝐞 𝐚𝐥é𝐦 𝐝𝐨 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥 𝐮𝐦 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐧𝐢𝐦𝐚𝐝𝐨𝐫, 𝐞𝐬𝐭𝐚 é 𝐮𝐦𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐚𝐝𝐚 𝐝𝐢𝐠𝐧𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐮𝐦 𝐚 𝐬é𝐫𝐢𝐞 𝐝𝐞 𝐟𝐢𝐥𝐦𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐦 𝐬𝐞𝐫 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐨 𝐁𝐚𝐭𝐦𝐚𝐧 - 🦇
Napoleão
3.1 324 Assista Agora‘Napoleão’ fracassa como retrato psicológico do líder francês.
Com roteiro raso e fragmentado, 'Napoleão' oferece cenas de batalha épicas, mas o filme de Ridley Scott naufraga como estudo de personagem e narrativa histórica.
Uma das figuras mais biografadas da história, Napoleão Bonaparte (1769-1821) tem sido frequentemente revisitado em centenas de livros e inúmeras visões cinematográficas. Quando o cineasta Ridley Scott decidiu retratá-lo em uma superprodução de US$ 200 milhões, financiada pela Apple TV, o diretor de Gladiador e Blade Runner enfrentou o desafio de criar uma narrativa que cativasse e surpreendesse as novas gerações, dada a riqueza de informações já disponíveis sobre o líder francês.
O legado histórico de Napoleão é vasto, evidenciado por todas essas releituras de sua jornada, como a do clássico filme de Abel Gance em 1927, que já explorava sua grandiosidade por meio de técnicas inovadoras para a época. Scott, ao se interessar pelo fascinante capitão nascido na Córsega que se tornou imperador da França e conquistou grande parte da Europa, optou por destacar suas habilidades na condução de batalhas épicas. As cenas de confronto, especialmente em Toulon e Austerlitz, são magistralmente filmadas, proporcionando momentos memoráveis que não apenas destacam a estratégia militar de Napoleão, mas também sua singularidade como indivíduo.
O filme, contudo, não se limita apenas a aspectos históricos, militares, buscando explorar a vida íntima do personagem e seu perfil psicológico. Aí começam seus muitos problemas. O roteiro, assinado por David Scarpa, nesse sentido, parece ter sido escrito pelo ChatGPT, tamanha a sua superficialidade e ausência de fluidez narrativa.
‘Napoleão’: inexpressividade
Com uma duração de 2h30, o filme retrata Napoleão, interpretado por Joaquin Phoenix, como excêntrico e narcisista, o que não é novidade. Mas também sugere problemas significativos em seus relacionamentos, especialmente com mulheres, incluindo sua mãe e sua primeira esposa, Josephine, interpretada pela britânica Vanessa Kirby, indicada ao Oscar de melhor atriz por Pieces of a Woman (2020).
A interpretação de Phoenix busca humanizar o líder, destacando suas fraquezas e conflitos pessoais. O astro de Coringa opta por uma inexpressividade que, embora seja uma escolha interessante, carece de um roteiro mais consistente para justificá-la, resultando em uma representação rasa e, em certa medida, até unidimensional do personagem.
A relação de Napoleão com Josephine é retratada como um jogo de poder, sugerindo que ela teria desempenhado um papel crucial na formação do grande líder. O filme destaca suas habilidades sociais e emocionais superiores em relação às limitações do marido. Para um retrato ambivalente de Napoleão se consolidar, seria necessário um roteiro mais robusto que explorasse com mais complexidade as várias facetas do personagem, ao invés de apresentá-lo de forma episódica e fragmentada, deixando de lado relações significativas, como a com seu irmão e mãe, aspectos cruciais em sua vida.
Além deles, outros personagens, em Napoleão, são introduzidos e posteriormente negligenciados no filme, sem receberem explicações adequadas. Isso inclui os filhos de Josephine, a segunda esposa Maria Luísa, filha do imperador da Áustria, e diversos nomes proeminentes da história política francesa que parecem estar presentes apenas como elementos ilustrativos na narrativa.
Spitfire
4.3 4Mesmo tendo desempenhado um papel secundário na Batalha da Grã-Bretanha em relação ao Hawker Hurricane, que suportou a maior carga da batalha, o SUPERMARINE SPITFIRE é provavelmente o mais famoso avião britânico, símbolo da resistência britânica, bem como o mais importante dos caças usados pelos Aliados no início da Segunda Guerra Mundial. Excetuando os modelos soviéticos, foi o avião Aliado produzido em maior número durante toda a guerra com um desenvolvimento mais amplo que o de qualquer outra aeronave na história da aviação.
O Spitfire foi uma aeronave muito versátil e serviu, através de muitas versões, do começo ao fim da Segunda Guerra Mundial. Foi usado como caça, interceptador de grande altitude, caça de escolta de bombardeiros, reconhecimento fotográfico, interceptador de bombas voadoras V-1, etc. Ao todo, foram construídas 20.351 unidades, em mais de quarenta versões, sendo o foi o avião produzido em maior número pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Operou em terra e a partir de porta-aviões, lutou na neve e nos trópicos, nos desertos e a partir de ilhas distantes. Britânicos, soviéticos, americanos, franceses, pilotos das nações do Commonwealth e italianos(depois da queda do regime fascista) pilotaram essa aeronave. Após a Segunda Guerra o Spitfire continuou em operação com os britânicos até meados da década de 1950, mas foi operado por muitas outras nações e participou de conflitos na Ásia e no Oriente Médio, onde inclusive foi usado pelos árabes e pelos israelenses, tendo inclusive acontecido combates aéreos de Spitfires x Spitfires.
O Assassino
3.3 515‘O Assassino’ seduz como exercício formal, mas é raso e esquecível.
Novo filme do cineasta norte-americano David Fincher, 'O Assassino' é envolvente e visualmente bem narrado, porém não vai além disso.
Oator anglo-germânico Michael Fassbender (de Steve Jobs) personifica, em O Assassino, novo longa-metragem de David Fincher (de Zodíaco), um assassino incansável, meticuloso e profundamente profissional. Sua abordagem é cirúrgica, desprovida de improvisação, e até de humanidade, mantendo um controle rígido sobre seus batimentos cardíacos para permanecer sereno e focado. Tudo em seu universo está em perfeita ordem, até que a intervenção ocasional do acaso rompe essa meticulosidade. O filme está em cartaz na plataforma de streaming Netflix.
Em uma sequência que se passa em Paris, um contratempo interfere em sua preparação cuidadosa: um terceiro elemento inesperado, interpondo-se entre ele e seu alvo, acaba tomando o tiro destinado à vítima. A missão, portanto, é arruinada. Para alguém perfeccionista como ele, o erro é abissal em vários sentidos. O personagem, que tem muitas identidades e nomes, por mais organizado e metódico que seja, não está imune ao inesperado.
Mas não é apenas ele que se cobra pelo equívoco fatal. Alguém precisa pagar pelo erro, e a responsabilidade recai sobre ele. Quem o contratou tenta assassiná-lo, mas acaba quase por engano matando, na República Dominicana, a mulher que ele ama, vivida pela atriz brasileira Sophie Charlotte, que tem apenas duas cenas, e só uma com falas. Ainda assim, se sai bem.
A partir desse ponto, inicia-se uma perseguição implacável, uma luta pela sobrevivência – e por vingança. Ele precisa eliminar os responsáveis por sua contratação e aqueles que contrataram esses intermediários, para anular sua ameaça. São muitas pessoas em seu caminho. Sobreviver se torna uma situação de matar ou morrer.
O assassino meticuloso é impelido pela frieza e pelo planejamento, elementos essenciais para seu sucesso. Ele mata para continuar existindo e, portanto, não pode cessar até que todos os obstáculos sejam removidos. Porém, cada eliminação revela mais perigos em seu caminho, que se tornam crescentemente letais.
Quando o personagem se confronta com uma assassina conhecida como a Especialista, interpretada por uma espetacular Tilda Swinton, que tem as melhores falas do filme, o embate é intrigante, pois ela compartilha dos mesmos princípios. Eles conseguem dialogar em pé de igualdade, o que parece alterar a dinâmica da situação.
‘O Assassino’: superficialidade
David Fincher é um diretor muito habilidoso, de extremo rigor visual, o que compensa a fragilidade do roteiro, que, a despeito de uma certa originalidade formal, não se aprofunda em qualquer questão, moral, ética ou emocional. A série de graphic novels do francês Alexis Nolent, no qual O Assassino se baseia, é, para muitos, mais tridimensional e complexa do que sua adaptação.
O filme de Fincher funciona mais como um exercício formal do cineasta norte-americano, que parece também ter buscado inspiração em O Samurai (1967), de Jean-Pierre Melville, um dos clássicos da nouvelle vague. O personagem de Fassbender, muito bem em um papel difícil, se espelha um tanto no assassino solitário vivido por Alain Delon.
Fincher entrega um espetáculo intrigante e envolvente enquanto o assistimos, não há como negar, mas não reverbera, porque não vai muito além da própria ação, que se mostra um tanto vazia no fim das contas. Não há transcendência na jornada do protagonista.
Duna: Parte 2
4.3 637Motivos para ficar animado com Duna: Parte Dois.
A primeira parte lançou em um período pandêmico não favorável para o cinema, estreia simultânea com o HBO MAX e ainda assim arrecadou 400 milhões de bilheteria e 6 estatuetas do Oscar.
Enquanto a primeira parte é uma introdução, a segunda é muito mais emocionante, política e trará mais ação.
Cada um dos três planetas será esteticamente diferente. Além de que a equipe de figurinistas destacou o figuro da Bene Gesserit parecidos como de múmias egípcias.
A segunda parte terá cenas de luta no melhor estilo Gladiador.
O elenco de grandes estrelas como Timothée Chalamet, Zendaya, Austin Butler, Javier Bardem, Rebecca Ferguson e Léa Seydoux.
O diretor é o Denis Villeneuve um dos melhores da atualidade, com uma filmografia recheada de filmes aclamados pela crítica e mestre da ficção científica, já dirigiu A Chegada e Blade Runner 2049.
A primeira parte é tecnicamente perfeita e um espetáculo visual, aqui não seria diferente, com trabalho incrível do Greig Fraser que ganhou o Oscar de fotografia em 2022 pela primeira parte.
Hans Zimmer está de volta na trilha sonora épica.
A parte dois foi filmada 100% em IMAX enquanto a primeira em 40%.
Duna é sobre ecologia, filosofia, política, religião e falsos profetas. Se você gosta de histórias de ficção científica reflexivas, Duna é para você, a segunda parte irá aprofundar ainda mais essas discussões do livro.
Duna de Frank Herbert é um dos livros de ficção científica mais influentes de todos os tempos, sem essa obra não existiria a franquia Star Wars, por exemplo.
Duna: Parte 2 foi filmado em alguns países, incluindo Budapeste, Abu Dhabi, Jordânia e Itália.
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O primeiro e o segundo filme de Duna adaptaram o primeiro livro de Frank Herbert, enquanto o terceiro filme ficaria responsável pelo livro dois, Messias de Duna. Mesmo ainda não anunciado oficialmente, Denis Villeneuve já revelou que o roteiro de Duna 3 "está quase pronto". Na trama, provavelmente veremos essa
desconstrução completa de Paul Atreides como uma figura heroica enquanto ele realmente parte para uma guerra santa dominando o planeta como um "salvador", tudo para alcançar seus objetivos.
Espere por um lado bem mais sombrio de Paul Atreides em Duna 3. Enquanto isso, Duna: Parte 2 está nos cinemas e Duna (2021) está disponível no Max e Prime Video.
É curioso como o franco-canadense Denis Villeneuve parece ter encontrado na ficção científica o terreno ideal para dar livre curso às suas preocupações formais, cujo eixo principal gira em torno dos enigmas da mente humana e da percepção do caos como uma presença ao nosso redor e dentro de nós mesmos, para o qual o gênero oferece uma oportunidade como poucas outras de ser mostrado a um público potencialmente mais amplo, sem estar em desacordo com os interesses de um Blockbuster de verão. Villeneuve também se mostrou um cineasta muito ambicioso. Depois da (bem sucedida) “ousadia” de fazer a continuação de um clássico moderno “intocável” como BLADE RUNNER, o diretor decidiu embarcar em uma nova tentativa de adaptação para o cinema DUNE, a volumosa fantasia político-ambiental escrita por Frank Herbert, em uma empresa com escopo muito semelhante aos projetos frustrados de Alexandro Jodorowski e David Lynch: uma trilogia de longa duração para os cinemas, acompanhada de uma minissérie/prequela para assistir no streaming, além de um bom número de tentativas de sequências em caso de função.
Há muito material literário para expandir esse universo peculiar. E de fato, a aposta está funcionando. Villeneuve aborda temas como a consciência ambiental, a traição, o capitalismo voraz das grandes corporações e a busca permanente por um propósito vital, num filme que, além de ter tido boa repercussão de bilheteria, mais uma vez confirmou o grande significado de espetáculo do diretor enquadrado em uma estética brutalista, substituindo a solenidade desenfreada da versão de Lynch por uma pintura mais natural e convincente dos personagens.
Mas também não é a adaptação perfeita. Se o defeito do DUNE dos anos oitenta foi ficar saturado de simbolismo e confundir buracos narrativos no desejo de condensar tudo em pouco mais de duas horas, o milenar DUNE, ao contrário, demora para narrar a anedota de forma clara, mas bastante superficial, desfrutando muito mais da beleza de suas atmosferas contemplativas ao invés de aproveitar aquele período generoso para se aprofundar um pouco mais na complexidade da história original. O resultado no final das contas não é nem remotamente uma daquelas obras-primas que vão mudar o nosso conceito de cinema como alguns exageradamente quiseram ver, mas não é uma tediosa perda de tempo porque outros o desqualificam, mas sim uma proposta sólida e interessante o suficiente para ser apreciada pelo menos uma vez, como não poderia deixar de ser: na tela grande.
Seus olhos vão agradecer muito; suas nádegas, quem sabe quanto. ★★★★
Pérola
3.5 27Adaptação cinematográfica da peça de Mauro Rasi, longa-metragem 'Pérola' tem direção de Murilo Benício e Drica Moraes no papel principal.
Os cinemas brasileiros acabaram de estrear a adaptação cinematográfica de Pérola, peça escrita pelo dramaturgo Mauro Rasi (1949-2003) que fala sobre sua mãe, e que fez muito sucesso nos anos 1990 com a interpretação de Vera Holtz. Na nova versão da história, dirigida por Murilo Benício, Pérola é vivida pela atriz Drica Moraes. Escotilha compartilha a seguir duas críticas, feitas pelos jornalistas Maura Martins e Paulo Camargo, que trazem visões diferentes sobre o filme.
Maura Martins: ‘Pérola’ é um enternecedor retrato de uma família interiorana
Em 1995, o dramaturgo Mauro Rasi marcou o teatro brasileiro ao estrear Pérola, peça cômica e dramática em que falava de sua mãe, interpretada de maneira magistral por Vera Holtz. Foi um sucesso absoluto. Agora, 28 anos depois, a história escrita por Rasi (falecido em 2003) está de volta ao grande público no filme Pérola, com direção de Murilo Benício.
É uma oportunidade e tanto para apresentar às novas gerações o trabalho desse escritor cuja obra foi marcada pelo retrato do cotidiano das famílias interioranas paulistas, com um olhar sempre terno e saudoso, ainda que engraçado. Nascido em Bauru, Mauro Rasi retratou em Pérola uma figura peculiar: uma mulher leve, divertida e algo conservadora cujo sonho da vida é ter um “palácio com piscina”. Alguém com a capacidade de entoar com a maior alegria as mais tristes das canções.
Por sorte, o filme de Murilo Benício faz jus à força dessa trama que rodou o país. Ao invés de Vera Holtz, Pérola agora é vivida por Drica Moraes – que, segundo contou em entrevista, pediu licença à colega para viver o papel. E o que se vê em cena é uma nova Pérola tão reluzente quanto a versão original de Vera. Seu sotaque interiorano puxado, seus trejeitos e jeito de falar, bem como os aspectos carismáticos de sua personalidade, conseguem transportar sua Pérola direto ao coração dos espectadores.
Embora explorado sob um contexto familiar mais amplo (que fala, por exemplo, dos conflitos entre a mãe e o filho gay, que ela se recusa a reconhecer como tal), Pérola é sobretudo uma grande celebração à personalidade festiva e peculiar da mãe de Mauro Rasi. Ela vive bem com o marido, Vado (Rodolfo Vaz, também excelente), e ambos se divertem bastante tomando caipirinhas no quintal com as irmãs de Pérola, enquanto a mãe delas teima em não morrer e vender suas casinhas (todas as cenas em que se remete à figura da progenitora são hilárias).
Felizes no seu mundinho, há uma certa dificuldade geracional em reconhecer a estranheza dos filhos. Elisa (Valentina Bandeira) está apaixonada pelo carola Danilo (papel do comediante Jefferson Schroeder), gerando certo descontentamento na mãe. Mas o conflito maior ocorre com o filho Mauro (Leonardo Fernandes), que se sente limitado pelo pouco que Bauru lhe oferece.
Seu escape se dá no cinema e sobretudo na poesia. Pérola é delicado ao explorar a complexidade dos sentimentos familiares, esclarecendo o quanto a afetividade efusiva de Pérola com o filho convive com suas emoções conflitantes. Ela é orgulhosíssima do filho, ao mesmo tempo que sempre o lembra que poesia não dá dinheiro. Quando Mauro muda para o Rio de Janeiro, Pérola e Vado visitam ele e seu namorado, são extremamente simpáticos, mas jamais legitimam a natureza do seu relacionamento.
O filme de Murilo Benício configura como uma obra que se equilibra perfeitamente entre a comédia e a emoção. É capaz de nos entregar uma narrativa sólida e comovente em que, além da performance espetacular dos atores (as irmãs de Pérola também estão impagáveis), nos envolve por meio de uma cenografia kitsch construída de forma competente, e que é capaz de nos transportar aos anos 60 e 70 em que a história é situada.
Murilo Benício – que foi grande amigo de Mauro Rasi – declarou em entrevista que o dramaturgo tinha o sonho de transformar sua peça em filme. Pode-se intuir que certamente Rasi se sentiria bastante comovido com o resultado desse trabalho, que faz jus ao seu texto marcante que até hoje faz falta no teatro e na televisão.
Paulo Camargo: ‘Pérola’ se perde entre o melodrama e a comédia
Um dos melhores atores em atividade no Brasil, Murilo Benício fez sua estreia como cineasta em 2018, com uma inventiva adaptação da peça O Beijo no Asfalto, clássico de Nelson Rodrigues. O filme é uma criativa leitura metalinguística que explora os limites entre a linguagem teatral e a do cinema, os borrando para discutir o caráter de espetáculo da realidade.
Em seu segundo longa-metragem, a comédia dramática Pérola, Benício volta a se aproximar do teatro, adaptando para a tela o texto homônimo do dramaturgo paulista Mauro Rasi, gigantesco sucesso nos anos 1990, com Vera Holz, inesquecível, como a personagem-título, inspirada na mãe do autor, que morreu em 2003. Quem vive o papel da protagonista na tela grande é Drica Moraes.
Em sua leitura de Pérola, Benício parece buscar inspiração no cinema do espanhol Pedro Almodóvar, ao tentar mesclar as cores do melodrama com as da comédia. A homenagem ao diretor de Tudo Sobre Minha Mãe e Fale com Ela também se faz presente na direção de arte, que recorre a cores fortes, pulsantes, na construção do set da casa da família, que flerta propositalmente com o kitsch.
Assim como a peça autobiográfica de Rasi, o filme explora a complexa relação entre mãe e filho, jovem aspirante a escritor, gay e preso às amarras de uma criação interiorana cercada de afeto, mas também de segredos familiares, e meias verdades. Pérola, por sua vez, é retratada como uma figura maior do que a vida, exagerada, amante de caipirinhas e que tem um grande sonho: construir uma piscina, símbolo de afluência e ascensão social, no quintal da casa, ainda que a obra se arraste por anos.
O desempenho de Drica Moraes, uma atriz muito talentosa, tem, em comum com o de Vera Holz na versão teatral, o trânsito entre o drama e a comédia. Algo, no entanto, incomoda na atuação de Drica, que se entrega de corpo e alma ao papel. Enquanto a composição de Vera no palco era orgânica, autêntica, do sotaque ao gestual, a Pérola do filme é calculada milimetricamente, resultando algo próximo da caricatura. Ainda assim, é uma atuação de fôlego, marcante.
Benício tenta extrair o melhor de seu elenco, bastante afinado, mas, talvez, por não conhecer tão de perto a realidade interiorana que retrata, o filme, em alguns momentos traz um olhar exótico, ainda que afetuoso, sobre a atmosfera paulista dos anos 1960 e 1970. Incomoda, também, a forma como o roteiro, assinado por Jô Abdu e Adriana Falcão, e a direção de Murilo Benício lidam com a homossexualidade reprimida de Mauro, alter ego de Rasi, vivido por Leonardo Fernandes, bastante correto.
Embora Pérola sugira que o personagem, ainda na infância, tinha inclinações gays, ao fazer um belo laço em torno do pescoço de um bicho de pelúcia da irmã, Elisa, o tema de sua orientação sexual, ao longo da narrativa, é abordado com o freio de mão puxado. Talvez porque, a despeito de ser respeitoso, carregue um olhar heteronormativo, inseguro, em relação ao assunto. Soa falso, pouco à vontade e pisando em ovos, ao contrário da peça.
Benício demonstra habilidade na condução dos atores, isso é inegável, e ousa ao não se render à tentação de simplesmente “filmar a peça”. Tem um olhar inquieto, que perscruta e busca explorar esse território entre o teatro e cinema. Mas, pesar de ter seus bons momentos, o filme não se resolve em sua dupla busca pelo melodrama e pela comédia. Perde-se entre um e outro.
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Nossa, que filme bonito e triste é Pérola... O apreço por uma casa antiga, as perdas pelo caminho, as relações familiares, as memórias, tudo ali é de fácil identificação. Que personagens bem escritos. Que elenco bom. E que atriz é Drica Moraes. Lindo trabalho do Murilo Benício.
Morte sem Glória
4.0 11Um denso e moralista drama de guerra.
Lançado dois anos antes de Glória Feita de Sangue, Morte Sem Glória contrasta de maneira contrária o filme de Kubrick. Apesar dos títulos inversos em relação aos seus respectivos conteúdos (o primeiro por ironia, o segundo por contradição), o longa mais recente tomava um suposto ato de covardia como ponto de partida para uma reflexão acerca da guerra como fenômeno geral, enquanto o filme de Robert Aldrich parte de seu oposto: a covardia é centralizada e totalmente antagonizada. Basicamente, o diretor se alimenta do outro lado da moeda, pautando-se na honra e na bravura. O roteiro quer criar um senso de união e de autodeterminação, mantendo-se preso às questões relativas ao exército e aos conflitos; ao passo que a história de Glória Feita de Sangue extrapola isso, indo para o questionamento das instituições sociais. Um é mais individual e romântico, já o outro acaba sendo mais político e pessimista. No entanto, a produção de Aldrich não deixa de questionar as instituições, assim como a de Kubrick não ignora a subjetividade de seus personagens.
O prólogo de Morte Sem Glória apresenta, de uma vez, a situação-chave para o desencadeamento da trama: a covarde inércia do capitão interpretado por Eddie Albert numa batalha que levou à morte três soldados. A sequência se encerra com uma bonita montagem que se alterna entre o capacete de um desses mortos rolando e a face comovente de um soldado vivido por Jack Palance – que vai de um plano médio a um close por meio de um zoom-in. O personagem de Palance representa a bravura e, mais do que isso, o repúdio diante de Albert, encarnação da covardia. O sentimento do soldado não se apoia em um fútil moralismo egocêntrico, mas no apreço que possui por seus companheiros. Por isso, com ele nos identificamos a cada instante, vemos humanismo quando este exterioriza todo o seu vigor em ódio. Conexão essa, entre personagem e público, que acontece mais no seu papel como simples ser humano do que como membro do exército.
Quanto a Albert, ele começa na forma de um covarde a ser desprezado, torna-se um coitado digno de empatia e termina como um canalha passivo de ainda mais aversão. É o personagem mais bidimensional da obra, o que percebemos principalmente quando nos deparamos com a impactante cena (uma das melhores) em que ele externaliza, de modo caloroso, seus demônios interiores ligados à sua conduta, chicoteando a si mesmo ao relembrar da repressão e agressões de seu rigoroso pai, que o rejeitava e queria “fazer dele um homem”. Nessa cena, Albert atinge o clímax de sua atuação, sendo histriônico e despertando a sensibilidade do espectador para ele. Mas esse outro lado não é a sua principal versão alternativa, e sim o sociopata que ele vira (ou revela ser) em seguida, levando a um outro clímax: a cena de suspense em que os soldados no porão o ameaçam e ele reverte a situação.
Sua presença no front não retrata apenas ele próprio, mas também a instituição do exército, denunciando o nepotismo daquele meio, pois Albert só está em tal cargo graças aos caprichos de um familiar de patente superior. Como dito, o filme consegue adentrar na crítica social, assim como Glória Feita de Sangue, porém tudo gira realmente em torno é de uma rede de valores e de individualidades que é cristalizada em alguns momentos sublimes. Há uma passagem para lá de impressionista quando um soldado vê outro à beira da morte em conflito. As nuvens no céu, a fotografia um pouco límpida e o tom solene em meio à situação agonizante dão uma completa poesia à cena em forma e conteúdo. Algo parecido, no entanto, de modo muito mais seco, é quando Palance vê outro soldado morto. “Eu não sabia que um homem podia sangrar tanto“, diz ele numa passagem cujo lirismo se dá, agora, de maneira verbalizada e mais brutal. Esses dois momentos expressam os afetos que existem naquele companheirismo tão viril, o qual é manifestado, mais uma vez, quando todos assumem a culpa do homicídio de Albert na cena em que atiram em seu corpo já morto – um outro ponto alto do filme.
Esteticamente, chamam sempre atenção os planos nos quais há destaque para um objeto em primeiro estado enquanto corre a ação mais ao fundo. É uma ligação em que uma coisa é ponto de partida e de visão para outra. Há esse objeto em um espaço inicial perto da câmera e mais um objeto em um espaço secundário. O primeiro abre a perspectiva para o segundo, que, no fundo, é o que realmente importa para a história, mas não para o filme em si. Isso porque temos aqui uma obra que coloca a direção em completo destaque a todo momento, com um trabalho de decupagem absolutamente deslumbrante e minucioso, sendo esse tipo de plano seu carro-chefe.
É como se muitas vezes tivéssemos nesses quadros um certo “observador” que vigia os personagens em ação. Um alguém no canto, além da história, que marca território pelo fato da câmera posicionar alguma coisa em destaque ao mesmo tempo que a narrativa corre à frente. Este primeiro objeto pode abarcar todo/quase todo o quadro, sendo algo que cede espaço para partes do outro lado ou qualquer outra coisa física que perpassa apenas um canto da tela. Quando não existe esse observador oculto, são os próprios personagens que exercem esse papel de observar; desta vez não capturando outros personagens, mas o mundo afora. O caso mais frequente disso são os planos dos soldados dentro de alguns escombros, os quais vigiam o que acontece no lado exterior por meio do buraco de uma parede parcialmente desmoronada.
A decupagem também executa um belo trabalho com seus planos zenitais e plongées distantes nos mais diversos ângulos, capturando o cenário com amplitude e reforçando a presença de um observador. São planos de cenários internos com foco geral e a câmera em posição superior que coexistem com outros belos planos, agora em locações externas com foco específico em posição inferior. Na primeira parte, vemos corpos inteiros de personagens em diálogo; na segunda, suas pernas geralmente com eles em ação. Seguindo essa mesma lógica de focalizar pedaços específicos, a decupagem reafirma a dramaticidade da narrativa em seu uso de zoom-in, closes e planos detalhes; e, como contraponto, também oferece destaque aos planos conjuntos, criando um contraste por intermédio dessa multiplicidade e totalidade.
Snowden: Herói ou Traidor
3.8 412 Assista Agora'Snowden', de Oliver Stone e a subversão como tema central.
Dois longas-metragens atualmente em exibição nos cinemas brasileiros são obras baseadas em fatos reais que trazem como protagonistas figuras subversivas que, em diferentes épocas, desafiaram o estado de coisas nos Estados Unidos: Snowden, do controverso cineasta Oliver Stone (duas vezes vencedor do Oscar de melhor direção, por Platoon e Nascido em 4 de Julho), e Um Estado de Liberdade (de Gary Ross, de Seabiscuit – Alma de Herói).
Em cartaz desde a semana passada, Snowden reconstitui com esmero a trajetória de Edward Snowden (Joseph Gordon-Levitt, de 500 Dias com Ela), funcionário da NSA (Agência de Segurança Nacional), órgão ligado à CIA, que revelou ao mundo, por meio de uma série de reportagens publicadas pelo jornal britânico The Guardian, que o governo norte-americano, tanto na administração do presidente George W. Bush quanto na de Barack Obama, espionou ligações telefônicas, e-mails e atividades nas redes sociais de milhões de cidadãos norte-americanos, sem falar de funcionários e líderes governamentais ao redor do mundo, entre eles a ex-presidente Dilma Rousseff, do Brasil.
Stone, um diretor fortemente engajado em causas progressistas nos EUA, assumidamente de esquerda, transforma Snowden em um ícone da resistência democrática diante dos desmandos cometidos pelo governo de seu país em nome de uma suposta guerra contra o terrorismo.
O filme, um thriller político bastante envolvente, retrata Snowden como um jovem de perfil conservador que ingressa na CIA movido por sua paixão pelo mundo dos computadores (era um autodidata, sem formação universitária) e por um nacionalismo, que aos poucos se esfacela, à medida que percebe o uso arbitrário, senão perverso, do seu trabalho, e resolve tornar públicos esses abusos.
Atualmente refugiado na Rússia, Snowden, interpretado com detalhismo cirúrgico por Gordon-Levitt, que emula desde sua linguagem corporal até seu tom de voz, é apresentado pelo filme de Stone como um herói injustiçado, numa clara crítica do diretor aos rumos que seu país tomou desde os ataques de 11 de Setembro de 2001, retratados por ele no filme As Torres Gêmeas.
# Já dizia o excelente filme "Inimigo do Estado", a única forma de privacidade que vc realmente tem, são os pensamentos da sua cabeça. E essa afirmação está certíssima.
Pois sempre que vc usa o telefone, ou interage em uma rede social, vc acaba se expondo. E o que fala fica registrado, sempre terá o risco de alguém descobrir. Um hacker ele consegue facilmente entrar em contas e perfis de usuários. Por isso afirmo, não quer que ninguém saiba de certas coisas secretas de sua vida? De seus raciocínios e pensamentos? É fácil, é só não divulga-la a ninguém em redes sociais, mesmo em mensagens privadas. Mesmo gostando muito de biografias, não deu p/ gostar desse filme, que sim, tem um viés bem mais a esquerda, (mesmo pessoas de esquerda admitem isso) sendo tendencioso ao extremo. Para entender melhor do caso, aconselho a todos o documentário Citizenfour, que é bem mais coerente com o que de fato aconteceu.
# Uma invenção desse filme, foi o aumento que deram a importância da mulher do Snowden na historia.
Quem assistiu o documentário Citizenfour com o Glenn Greewald, vê a real das coisas que aconteceram. Sabe que a participação dela é totalmente pífio em todo o caso. Em resumo, ela e nada da no mesmo. Mas claro, eu sei pois a historia foi mudada para alavanca-la. Feminismo! Como sempre, (atualmente mais que nunca) interferindo na historia das coisas, mesmo que com mentiras, afinal, o que importa é que tenha o "Girl Power". A verdade não interessa.
Demolição
3.8 448 Assista AgoraFilme perfeito ! Jake Gyllenhaal conseguiu depositar o vazio e ao mesmo tempo a frieza dentro de um personagem em uma situação conflitante. O filme se destaca pela abordagem do protagonista e suas camadas, suas curiosidades são atiçadas pela destruição em busca de um significado para reconstruir o seu ser, por não saber o que era, quando era casado. Uma obra-prima com reflexões que fazem pessoas que confrontam o seu próprio vazio se identificarem com o filme, justamente por sua complexidade. Adoro esses filmes de estudo de personagens, tipo Her (2013), Táxi driver (1976) etc.
Além da Linha Vermelha
3.9 382 Assista Agora"Amor, de onde vem? Quem atiça sua chama? Nenhuma guerra pode apagá-la ou roubá-la. Eu era um prisioneiro e você me libertou." (John Gaff)
Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de homens de uma companhia do exército americano luta contra o exército japonês para conquistar uma colina estratégica. Baseado no romance de James Jones, se passa durante a Batalha de Guadalcanal.
O filme é conhecido por sua abordagem poética e filosófica da guerra e da humanidade.
A história gira em torno de um grupo de soldados que enfrentam as adversidades da guerra e refletem sobre o seu propósito e a natureza da humanidade em meio à violência e à destruição. O tenente John Gaff, interpretado por Jim Caviezel, surge como um personagem central que questiona as razões da guerra e busca um significado mais profundo em meio ao conflito.
Amplamente elogiado pelo seu estilo visual e narrativo distinto, conhecido pela sua beleza cinematográfica, com imagens deslumbrantes da natureza e uma banda sonora evocativa. Focado nos pensamentos e reflexões dos personagens, o que o diferencia de outros filmes de guerra.
Uma joia do gênero.
Meu Nome é Gal
3.1 121 Assista Agora‘Meu Nome É Gal’ acerta ao desviar da cinebiografia tradicional.
Dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi, 'Meu Nome É Gal' foca nos primeiros anos de carreira de Gal Costa, entre 1966 e 1971, e evita tom de endeusamento necrófilo.
Olonga-metragem Meu Nome É Gal, em cartaz nos cinemas, tem um grande e inegável mérito: não cair na armadilha de tentar dar conta de uma personagem tão complexa e reticente, como Gal Gosta, em um filme apenas. Não é uma cinebiografia tradicional, “do berço ao túmulo”. A decisão de focar em um período específico da carreira da cantora baiana, compreendido entre 1966, quando ela chegou ao Rio de Janeiro da Bahia, e 1971, durante o espetáculo “Fa-Tal: Gal a Todo Vapor,” é muito certeira.
Como o longa-metragem das cineastas Dandara Ferreira e Lô Politi foi realizado, em grande parte, quando Gal ainda estava viva, a narrativa não ganha um tom de endeusamento necrófilo, idealizador – talvez isso ocorra apenas nos créditos finais, em que é feita uma espécie de homenagem póstuma, com imagens de toda a sua carreira.
Meu Nome É Gal retrata a artista quando jovem, em formação, durante os anos loucos e exuberantes do tropicalismo, mas também plúmbeos da ditadura. Esses anos são cruciais não apenas para a evolução de Gal como artista. São determinantes para o Brasil, que vivia sob a sombra de um regime militar desde 1964. Nesse contexto de repressão política, as artes no Brasil floresciam de forma paradoxal, gerando música, teatro, literatura e cinema de maneira intensa e inovadora.
O filme acerta também ao retratar esse ambiente, uma vez que é fundamental para compreender a jornada de Gal Costa. Seus amigos e mentores próximos, Caetano Veloso e Gilberto Gil, foram presos e exilados devido à perseguição do regime. Esse curto período da vida de Gal, portanto, não apenas representa sua afirmação como artista, mas, sobretudo, seu rápido amadurecimento forçado em meio à turbulência política no Brasil.
Meu Nome É Gal destaca as diferentes abordagens de resistência à ditadura, seja a esquerda mais tradicional, nacionalista e confrontadora, ou o movimento da contracultura, representado pelo Tropicalismo, ao qual Gal se uniu, com sua abordagem mais internacionalista e focada nos costumes.
E a escolha por esse recorte, ainda que pudesse ser aprofundado, mais bem explicado do ponto de vista histórico, funciona, especialmente junto ao público mais jovem, para o qual essa Gal pré-estrelato, tropicalista, é mais tangível, inspiradora, rebelde. Torna o filme acessível e um possível sucesso de público em um momento em que a produção nacional tem atraído poucos espectadores aos cinemas.
‘Meu Nome é Gal’: Sophie Charlotte
Sophie Charlotte oferece no filme uma interpretação intensa de Gal Costa, matizada e introspectiva – vale dizer aqui que seu sotaque baiano por vezes soa um pouco artificial, o que é amplamente compensada pelo seu magnetismo em cena. A escolha de atores pouco conhecidos, e não necessariamente parecidos fisicamente com Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil funciona, embora apenas Caetano, vivido por Rodrigo Lélis, e sua mulher, Dedé Gadelha (Camila Márdila) tenham mais tridimensionalidade dramática.
Luis Lobianco, como o empresário dos tropicalistas Guilherme Araújo, brilha, trazendo ao filme não apenas alívio cômico – ele é muito engraçado. Também representa, estrategicamente, o olhar da indústria da música naquele momento tão chave na cultura brasileira.
A parte musical do filme, por sinal, é eficaz ao utilizar o repertório e a voz de Gal Costa para recriar os sucessos da época, caracterizada pela diversidade e inovação na Música Popular Brasileira. Ouve-se a voz de Sophie Charlotte, afinada e bonita, em alguns momentos, também, mas não em interpretações históricas, consagradas. É muito impactante a sequência na qual Gal defende “Divino Maravilhoso”, composição de Caetano e Gil, no 4º Festival de MPB da Record, em 1968. Nesse momento, a cantora assumia o papel de porta-voz do tropicalismo, em nome dos autores da canção, alvos da polícia política. Após a apresentação, Gal caiu em profunda depressão. Esse período foi de grande criatividade, misturando elementos nativos e estrangeiros, bom gosto e mau gosto, alto e baixo, refletindo o contexto político e cultural do país.
O filme, é preciso dizer aqui, apresenta falhas de anacronismo em trechos do enredo e diálogos que, por vezes, soam artificiais, fora do tom. Isso contrasta, de certa forma, com a postura provocativa e espontânea dos tropicalistas, que frequentemente desafiavam a linguagem como forma de protesto. Apesar dos esforços em contextualizar a narrativa, e eles estão lá, o filme não consegue transmitir o clima efervescente daquela época, mas, ainda assim, ele ressoa, emociona.
Assassinos da Lua das Flores
4.1 614 Assista Agora‘Assassinos da Lua das Flores’ é obra-prima sobre crime organizado, ganância capitalista e racismo.
Em seu novo filme, 'Assassinos da Lua das Flores', Martin Scorsese segue fiel a temas recorrentes em toda a sua filmografia. Baseia-se em fatos reais, ocorridos no início do século passado em uma comunidade indígena.
Não se enganem, Martin Scorsese continua o mesmo! Ainda bem. Por mais que Assassinos da Lua das Flores, seu mais recente longa-metragem, se desenvolva em torno da nação indígena dos Osage, o cineasta nova-iorquino segue fiel a temas recorrentes em sua obra: crime organizado como consequência direta do capitalismo nos Estados Unidos, corrupção endêmica, culpa (ou a ausência dela) e família como um dos berços de todos esses males.
Logo no início do filme, Robert De Niro e Leonardo DiCaprio, os dois atores mais recorrentes e icônicos na filmografia de Scorsese, protagonizam um momento-chave na trama. De Niro, vestido com o imaculado traje branco de William Hale, rico negociante de gado, recebe o sobrinho, Ernest Buckhart, vivido por DiCaprio, um sujeito ambíguo, que oscila entre ser um idiota útil e um vigarista em busca de uma grande oportunidade.
Hale assume o papel de mentor nessa jornada do herói às avessas, perversa. Dá a Buckhart as lições fundamentais da exploração – seja ela da terra, da humanidade, ou, em última análise, do capitalismo selvagem. Esse modus operandi vale tanto para as terras de Oklahoma, no sudoeste dos Estados Unidos do início do século 20, quanto para as sagas mafiosas exploradas em outros filmes de Scorsese, como Bons Companheiros, Cassino e O Irlandês.
A cena em que Buckhart ouve atentamente seu tio descrevendo a arte de se aproveitar e lucrar com um sistema, infiltrando-o por dentro – ou seja, se aproximando dos índios Osage, enriquecidos no fim do século XIX, graças ao petróleo escondido sob a árida superfície de uma reserva – evoca outra, também protagonizada por DiCaprio em outro longa de Scorsese.
Em O Lobo de Wall Street, o personagem de Matthew McConaughey ensina ao protagonista, vivido por DiCaprio, como explorar o mundo e desfrutá-lo cada vez mais intensamente, assim como um leão rugindo, alimentando sua libido voraz, sem hesitar em “se masturbar quatro ou cinco vezes por dia”. O sexo, aqui, é usado como metáfora de poder e privilégio.
Em Assassinato da Lua das Flores, baseado no livro homônimo de David Grann, Hale também aborda a questão sexual: encoraja o sobrinho a se envolver com mulheres Osage e a casar com uma delas para recuperar mais facilmente seus direitos de homem branco sobre o tesouro natural do petróleo – mesmo que isso represente eliminar integrantes da comunidade indígena que possam atrapalhar seus planos. Afinal, Hale já vem fazendo isso há algum tempo. De Niro, é preciso dizer, está assustador como esse tio sacana.
“Oh, sim, eu gosto de mulheres! Brancas, vermelhas, azuis, gordas…”, confidencia o aprendiz ao feiticeiro, com um olhar maroto. Esse momento de confidência, esse jogo de cena e sedução entre homens que admitem até que ponto sua ganância libidinosa ocorre à custa das mulheres e da família. Esse bate-bola perverso põe em movimento o extraordinário Assassinos da Lua das Flores, uma obra-prima scorsesiana de primeira linha, ao longo de 3 horas e meia, dedicadas quase inteiramente a essa cumplicidade entre Hale, chamado de Rei na região, e seu súdito, aspirante a herdeiro.
‘Assassinos da Lua das Flores’: western e gângsteres
Buckhart, em um dos melhores desempenhos da carreira de DiCaprio, é um canalha em ascensão que talvez ame Mollie (a excelente Lily Gladstone, que domina suas cenas com seu silêncio e seu olhar de abismo), herdeira de uma fortuna. Mas essa ambiguidade não o impede de destruí-la, de sabotá-la. Não desprovido de culpa, ele queima tudo em seu caminho, inclusive os filhos, enquanto executa, mesmo assim, a missão recebida do tio.
Assassinato da Lua das Flores é, ao mesmo tempo, um western em sua superfície e um filme de gângster em suas entranhas. A violência latente em todo o filme surge apenas em lampejos fugazes, nunca em tiroteios épicos, como nos faroestes. Em certo sentido, de forma estratégica, os assassinatos se tornam eventos esperados, mantendo o público envolvido durante os longos períodos de drama até a próxima execução chocante – a fantástica edição de Thelma Schoonmaker é fundamental nessa envolvente costura narrativa de tensões e distensões.
A violência chega ao ápice em uma noite tumultuada pelo fogo, enquanto Ernest se dopa e tenta matar Mollie aos poucos. É quando os cowboys (homens brancos, cruéis, colonialistas) brutalmente recuperam seus direitos sobre o petróleo. Scorsese os reduz a silhuetas distantes, quase abstratas, ocupados em pilhar o solo – como se estivesse pintando uma cena rupestre. Seriam demônios?
Enquanto a maioria dos Osage é reduzida a papéis secundários, o grande cineasta apresenta o caso, uma história real, que tangencia a questão racial, predominantemente sob a perspectiva dos criminosos, similar ao que fez em Cassino, explorando as raízes de Las Vegas como um paraíso para gângsteres. Desencadearão um dos primeiros casos investigados pelo recém-criado FBI. Scorsese, afinal, sempre teve uma fascinação por corrupção, violência e negócios obscuros, e aqui não é diferente. Assassinos da Lua das Flores é, nesse sentido, exemplar, ao eviscerar uma história de ganância, racismo e crueldade. Mas é, também, bem mais do que isso.
A Vingança de Emmanuelle
3.1 10Eu já conhecia esse filme há algum tempo, mas não sabia que fazia parte de uma série de sete filmes para TV até recentemente. Não é ruim e estou intrigado para conferir o resto.
Apresenta uma Emmanuelle sobrenatural, interpretada por Sylvia Kristel, sua versão mais jovem, interpretada por Marcela Walerstein, além de seu ex-amante Mario, interpretado por George Lazenby. Mario e Emmanuelle não parecem mais ter essa dinâmica erótica de mentor/protegido, como os personagens tinham no livro, mas são como velhos amigos relembrando episódios passados sobre si mesmos ou outras mulheres (cujas almas Emmanuelle havia entrado), enquanto em um longo viagem de avião. Embora tenham feito uma tentativa elegante, não fiquei muito satisfeito com a forma como Mario foi retratado no filme original Just Jaeckin Emmanuelle de 1974, e também não estou tão convencido com este Mario aqui. Para ser justo, é provavelmente impossível adaptar completamente um personagem literário como Mario ao cinema.
Nos livros de Emmanuelle, Mario é um filósofo excêntrico, antimonogâmico e hedonista, que combina esses elementos de maneira muito eloquente, produzindo esse tipo fascinante, embora nem sempre agradável, de filosofia erótica que também se aplica à vida e à existência. (Gosto de pensar na escritora Emmanuelle Arsan (Louis-Jacques Rollet-Andriane) como a contra-parte mais benevolente do totalmente malvado Marquês de Sade.) As passagens filosóficas de Mario foram a razão pela qual os livros de Emmanuelle ficaram comigo e principalmente por que eu li todos os outros livros disponíveis que foram traduzidos para o inglês do mesmo autor.
Aliens: O Resgate
4.0 810 Assista AgoraJames Cameron é fã de carteirinha de ALIEN – O OITAVO PASSAGEIRO (1979), de Ridley Scott, e precisou colocar em prova sua capacidade e talento – que não eram tão claros naquele período, – para ter seu nome escrito na cadeira de diretor desta tão esperada continuação.
Ainda estamos em 1980, passado apenas um ano do lançamento de Alien, o 8° passageiro, os produtores já começavam a viabilizar a idéia de uma sequência. O problema maior é encontrar um script realmente bom, que justificasse mais um filme.
Os produtores David Giler e Walter Hill chegaram ao pouco conhecido James Cameron através do projeto de O EXTERMINADOR DO FUTURO (que ainda não havia sido realizado) e resolveram marcar um encontro para trocar idéias.
Lá pelas tantas, depois de algumas doses de whisky, comentaram o desejo de realizar a continuação de ALIEN e Cameron se interessou subitamente. O tempo foi passando e, pós vários roteiros recusados, Cameron, que mal havia dirigido PIRANHA 2 e trabalhou apenas na parte técnica de algumas produções de ficção científica de baixo orçamento, conseguiu colocar na mesa dos executivos uma história que finalmente chamou-lhes a atenção. O roteiro ainda não estava pronto (e muita coisa foi mudada com outras pessoas metendo o bedelho), mas já era meio caminho andado; a base desse script eram idéias que o diretor estava desenvolvendo para um filme chamado MOTHER.
No entanto, era um risco colocar nas mãos de James Cameron a direção de um filme que exigia muito investimento, muita estrutura, muita coisa que aquele sujeitinho ainda não havia provado que sabia fazer.
Ninguém podia assegurar que ele era realmente capaz de administrar todo o aparato que seria colocado em suas mãos. A prova de fogo foi o filme que Cameron estava realizando, ainda em fase de pré-produção. Se conseguisse ser bem sucedido, teria o emprego na continuação de ALIEN. Bem, todos nós sabemos que O EXTERMINADOR DO FUTURO foi um grande sucesso, então já sabemos o final dessa história.
ALIENS recebeu este título (e não ALIEN 2) porque em 1980, um italiano chamado Ciro Ippolito produziu, escreveu e dirigiu uma “sequência picareta” de ALIEN chamado ALIEN 2, com a trama se passando na terra. Mas ALIENS é um nome que se encaixa perfeitamente ao filme de Cameron, pois uma das principais diferenças do original é que, desta vez, Ripley (Sigourney Weaver) encara um exército de monstros espaciais ao invés de um único Alien como no primeiro filme.
Sendo assim, o diretor DE TITANIC e AVATAR tomou um caminho diferente ao de Ridley Scott. O primeiro filme da série era um exercício de claustrofobia, atmosférico ao extremo e trabalha muito bem o suspense com doses de terror. Sem dúvidas é um dos filmes contemporâneos mais eficazes nesse sentido e até hoje impressiona pela qualidade.
Já o filme de James Cameron segue uma proposta que impõe um ritmo mais frenético à narrativa, com bastante ação, longos tiroteios, explosões, correrias, muita carnificina e etc (Cameron estava trabalhando também no roteiro de RAMBO 2 antes de começar este aqui, talvez estivesse muito focado nesses elementos…). O mais impressionante disso é que o respeito de Cameron pelo original é fundamental para balancear o tom entre os dois filmes. ALIENS possui atmosfera de horror suficiente para permanecer ao lado do primeiro ALIEN como clássico do gênero espacial e possui ação de tirar o fôlego suficiente para demonstrar que a proposta de Cameron era mais que certeira.
A trama de ALIENS se passa 57 anos após os acontecimentos do primeiro filme. Ripley desperta do seu sono criogênico depois de ter sua nave encontrada pela companhia na qual trabalhava; toma conhecimento de que toda sua família morreu; mal se recupera e já é persuadida para retornar ao planeta alienígena do primeiro filme numa missão para averiguar a situação dos colonos que agora habitam o local, já que a comunicação com eles fora interrompida. Ela se faz de difícil, etc, mas acaba aceitando e desta vez terá ajuda de um grupo de fuzileiros carregando um grande poder de fogo.
O que se segue a partir daí é um suspense intenso da melhor qualidade com altas doses de ação em cenários de ficção científica e atmosfera dark inspirados nas artes de H. R. Giger e intensificados pela ótima trilha sonora de James Horner; a contagem de corpos é altíssima, muitos fuzileiros matando aliens, sendo mortos também pra dar uma balanceada, embora o número de aliens seja bem maior, até chegar a um ponto em que Sigourney Weaver questiona James Cameron sobre o filme estar muito violento, ter muitas mortes e armas cuspindo fogo, e essas baboseiras, mas a resposta do diretor já demonstrava um sujeito que não se deixa levar por frescuras de ator:
“Então vamos fazer uma cena que um Alien lhe ataca e você tenta bater um papinho com ele”.😅
Além de Weaver, que recebeu uma indicação ao Oscar pela sua atuação, o restante do elenco merece uma atenção à parte. Temos Michael Biehn voltando a trabalhar com o diretor, Lance Henriksen fazendo um andróide para o desespero de Ripley (quem não se lembra de Ian Holm no primeiro filme?), Bill Paxton como alívio cômico involuntário, Paul Reiser, William Hope, Jenette Goldstein e outras feras que compõem um excelente time. E é curioso como grande parte deles são subestimados atualmente, até mesmo estão meio que esquecidos na indústria.
A versão que revi e recomendo fortemente é a estendida, na qual James Cameron realiza um estudo humano muito interessante com a personagem de Sigourney Weaver e ajuda bastante na compreensão de seus atos, no instinto materno com o qual ela acolhe e protege a garotinha, única sobrevivente dos colonos, enxergando a oportunidade de ter uma família novamente, já que a verdadeira se perdeu ao longo dos 57 anos. O confronto final entre Ripley e a alien rainha toma proporções épicas visto dessa forma. A protagonista tentando proteger sua “filha” e a criatura também com um instinto de proteção pelos seus ovos.
👽
Sobre a rainha e seu aspecto visual é impressionante, vale destacar os incríveis efeitos especiais da equipe comandada pelo genial Stan Winston. É um troço realmente assustador! Não só ela, mas todos os aliens aparentam bem mais flexibilidade, agilidade e realismo em relação ao alien solitário do primeiro filme, embora o conceito de Giger ainda permaneça intacto. É a prova de que o talento manual de um verdadeiro gênio dos efeitos especiais sempre vai superar o resultado de um CGI.
Vale destacar mais uma vez, que essa batalha final continua sendo umas das melhores na história do cinema, sentimos o terror que todos os personagens estão passando ao se depararem com aquele ser monstruoso, eu realmente me "BORRAVA" de medo da Alien Rainha, James Cameron e Stam Winston são geniais.
Aliens é um filme realmente inovador nos quesitos técnicos, afirmativa que pode ser reaproveitada em qualquer texto sobre os filmes dirigido pelo Cameron.
Todas as suas obras seguintes revolucionaram o cinemão americano comercial de alguma maneira, seja nos efeitos especiais, sonoros ou até mesmo na forma como contar uma história, transformando seus trabalhos em experiências únicas para o público. Este aqui não foge à regra. É um espetáculo em todos os sentidos, que mesmo com quase 40 anos nas costas, continua sendo o melhor filme da franquia Alien e um dos melhores do gênero.
Jogo Justo
3.4 153 Assista AgoraO casal nova-iorquino Emily (Phoebe Dynevor) e Luke (Alden Ehrenreich) acabaram de ficar noivos, mas estão mantendo isso em segredo em sua empresa financeira, onde isso seria contra a política da empresa. Quando surge uma promoção e tudo aponta para Luke, Emily consegue o emprego e o relacionamento deles e a dinâmica entre eles mudam drasticamente. Os dois têm de se perguntar qual é o preço do sucesso para eles como casal e também individualmente e quanta ambição a sua coesão atual pode suportar.
crítica
O Prémio Nobel será tradicionalmente entregue em Estocolmo, em 10 de dezembro de 2023, entre outras coisas. na categoria de economia a Claudia Goldin, pelo seu trabalho no tema “Descobrindo as causas mais importantes das diferenças específicas de género no mercado de trabalho”. Pelos insights que ela obteve lá, pode-se pensar que o novo filme da Netflix, “Fair Play”, foi escrito nesta base. O conteúdo é sobre um casal do setor financeiro que tem um relacionamento secreto, mas ainda muito feliz, mas quando a mulher tem preferência sobre o homem para a promoção, esse relacionamento de repente evolui do celestial para o infernal. Porque os modelos de comportamento de repente têm um enorme impacto na vida privada e profissional. O filme foi descrito diversas vezes como um thriller erótico. Sim, existem algumas cenas explícitas, mas na minha opinião são apenas outro nível de expressão, não AQUELE. Thriller é uma indicação melhor, embora eu o especificasse como um thriller psicológico, porque tão rapidamente quanto os dois personagens principais mudam, devido a circunstâncias externas e um do outro, você ainda obtém uma visão intensiva da psique humana, que é o que acontece. Isso é em grande parte moldado por modelos.
O filme começa quase como um conto de fadas para o relacionamento, pois dá para perceber que Emily e Luke se sentem confortáveis um com o outro e realmente se envolvem no relacionamento. O facto de o pedido de casamento ocorrer espontaneamente após relações sexuais mal sucedidas (Emily acaba de menstruar) sublinha esta impressão, uma vez que a eliminação de tabus sobre as mulheres e a sua menstruação não é um tema muito utilizado na sociedade. O facto de terem de manter a sua relação em segredo no trabalho não parece incomodá-los tanto, porque tive a sensação de que eles percebiam esta suposta distância como colegas como uma dramatização. Quando um colega de alto escalão tem um desabafo no altamente competitivo setor financeiro e é demitido, uma vaga de repente fica disponível e os rumores dizem que Luke é provavelmente o escolhido e Emily, como uma boa amante, fica feliz por ele e você pode sinto que é honesto e não falso. Mas naquela noite a diversão acontece: Emily é convidada para um encontro em um horário impossível por seu chefe (Eddie Marsan) e ela consegue o emprego, não Luke. A partir daí as coisas vão muito bem, porque mesmo que ele pareça invejar isso a princípio, a mera questão de saber se Campbell a forçou mostra essencialmente que ele não acredita que sua noiva tenha se qualificado com desempenho que isso torna o chefe respeitá-la, mas sim que ele insinua que Campell está apaixonado por Emily e a única questão é se ela deu seguimento a isso. Veja bem, Luke já tem essas alegações antes de entrar no escritório no dia seguinte e ter seus pensamentos refletidos por seus (surpresa!) colegas homens.
A indústria financeira é, obviamente, ideal para tal história, como a HBO já provou com “Indústria”. É um mundo dominado pelos homens onde as mulheres têm de lutar ainda mais pelo seu lugar. Mas é também um mundo onde faltam valores morais. Porque quando se trata de enganar as pessoas para enriquecer a si mesmo e à sua empresa sem consciência, esses modelos se encaixam perfeitamente e o sexo rapidamente se torna um símbolo do prazer obtido por ser capaz de superar os outros. Portanto, é uma lupa perfeita para uma condição social, que é então desenvolvida através deste casal. Mesmo que todos os passos individuais sejam esperados, porque quem já não viu uma situação como esta na vida real ou tratada de forma fictícia?, você não pode realmente desviar o olhar e muitas vezes é doloroso porque tais exemplos ocorrem todos os dias no mundo ocorreu. Mas também fala pela atuação dos dois atores principais, que é tão estressante para o público.
No entanto, gostaria também de sublinhar que, por ter sido escrito por uma mulher e dirigido por uma mulher, não se trata de forma alguma de um acerto de contas com o género masculino. Na verdade, trata-se de ambos os modelos e, portanto, muitas vezes o problema é que homens E mulheres gostam de se sentir confortáveis. Luke humilha Emily cada vez mais para se sentir melhor consigo mesmo e superior a ela, mas ela, por outro lado, inicialmente só tem um pensamento: que ela absolutamente tem que garantir que seu homenzinho seja promovido logo porque ele absolutamente merece isso. Ele simplesmente não quer. Não é apenas a avaliação de Campbell de que Luke não tem condições para uma promoção, mas nós mesmos, como espectadores, vemos isso.Quando Emily confia a ele análises e depois recomendações de negócios, ele sempre toma a decisão errada. Mas ela não vê isso, porque em casa a bênção da casa tem que ser acertada novamente e isso só é possível se ele estiver pelo menos em pé de igualdade com ela. Outra coisa é que em algum momento Emily acorda e defende e defende sua posição com mais confiança, mas ao mesmo tempo ela mesma quase se torna um colega homem. Porque aí se comemora uma formatura de sucesso, mas claro, onde mais? No clube de strip. E quem faz chover as contas? Emily. O sucesso como mulher é uma caixa difícil, porque está implícito aqui que o sucesso só é realmente um se for reconhecido pelos homens neste nível. No geral, o filme mostra claramente que as mulheres podem ter isso tanto quanto os homens, mas as mulheres também são treinadas para não aceitar isso simplesmente como natural. Claro, estes são resultados finais estereotipados que o filme mostra, porque há um número suficiente de homens e mulheres que não se enquadram em nenhum modelo, mas se os estereótipos não correspondessem frequentemente à maioria, então a Sra. para ser premiado, porque então seria a neve de ontem.
No último quarto o filme sai cada vez mais do nível mais geral e são realmente Luke e Emily como pessoas individuais que trazem à tona o que há de mais feio um no outro e literalmente se destroem. Também aqui a relação com o homem mau certamente não é unilateral, mas também há uma tendência de que a mulher tem maior probabilidade de acordar. Luke mostra um talento incomum para nunca admitir uma falha em si mesmo e assim retratar Emily como culpada por tudo. Mas no final ela não o deixa escapar impune. Apropriadamente para o filme, todas as inibições são liberadas mais uma vez, porque um bom final onde Emily simplesmente termina com Luke e fica acima das coisas, não teria sido isso. No final, é até duvidoso que Emily possa realmente sentir um triunfo duradouro apesar de sua vitória, porque foi duramente comprada e basicamente não movimentou nada. No geral, o filme é difícil, pelo menos se você realmente quiser entender as nuances individuais. Mas o conteúdo é importante.
Conclusão
“Fair Play” é dirigido por Chloe Domont de forma emocionante e convincente. Você certamente pode simplesmente assistir ao filme porque algo está acontecendo, mas o filme só fica realmente bom quando você realmente vira a cabeça e entende o que está acontecendo. Estamos todos presos a modelos de comportamento e nem todos podemos ser confrontados com uma consciência reflexiva com frequência suficiente para nos questionarmos. Com esta atitude, o “Fair Play” não se torna algo fácil, mas o que é fácil na vida?
Rota Irlandesa
3.2 235 razões pelas quais a rota irlandesa foi a estrada mais estressante no Iraque
Outrora apelidada de “a estrada mais perigosa do mundo”, o troço de 12 quilómetros da Zona Verde de Bagdad até ao aeroporto foi chamado de “Rota Irlandesa” durante a ocupação do Iraque liderada pelos EUA.
Foi uma introdução adequada ao país durante o auge da guerra. Durante anos, a Route Irish foi uma prova de fogo: se você sobrevivesse à viagem desde o aeroporto, estaria pronto para qualquer coisa.
Os americanos e britânicos tiveram dificuldade em controlar a estrada durante quase dois anos. A maioria dos motoristas de táxi recusou-se a chegar perto dele e aqueles que o fizeram por vezes foram apanhados na mistura entre a insurgência e as forças de ocupação. Não era perigoso apenas para as tropas; era perigoso para todos.
1. Foi um alvo fácil.
Irish era a estrada direta do aeroporto, conectando a Zona Internacional (também conhecida como “Zona Verde”) com o BIAP e o Complexo Victory Base. Insurgentes de todos os tipos, desde os leais aos terroristas da Al-Qaeda no Iraque, sabiam que as forças da coligação estavam baseadas ao longo da estrada e sabiam que teriam de usar a estrada e as áreas adjacentes. Irish tornou-se um ímã para balas, foguetes, morteiros, VBIEDs e IEDs ocultos.
Homens-bomba se escondiam nas rampas de saída e equipes de estrada que reparavam buracos de ataques anteriores enterraram IEDs. A situação ficou tão grave que, em dezembro de 2004, o pessoal do Departamento de Estado foi proibido de usar o irlandês e as tropas começaram a chamá-lo de “Beco do IED”.
2. A estrada foi acidentada.
Todos esses impactos explosivos criaram crateras no asfalto e encheram a estrada com restos de veículos destruídos. Além de fazer a viagem parecer que você estava andando em um cavalo selvagem por quilômetros a fio enquanto desviava de obstáculos, os buracos preenchidos às pressas criados pelas explosões tornaram a viagem muito mais longa do que deveria ser. As crateras e o lixo também tornaram mais fácil para os insurgentes esconderem IEDs.
Andar em um Bradley em um calor de 127 graus, com pouca luz e menos fluxo de ar faz com que a viagem de 8 minutos pareça levar horas. Bater a cabeça na lateral desta caixa quente algumas vezes fará com que qualquer um aprecie uma patrulha a pé ou uma varredura de IED.
3. Embarcar no “Rhino” foi intimidante.
“The Rhino” era um Rhino Runner, um ônibus de 22 lugares com blindagem pesada, projetado pela Labock Technologies, com sede na Flórida. Tropas, empreiteiros e VIPs viajando de e para a Base da Vitória, BIAP ou Zona Verde tiveram que subir na barriga deste gigante. Olhar para esta verdadeira montanha de veículo fez com que o fobbit pela primeira vez a caminho do centro nevrálgico do Iraqi Freedom pensasse duas vezes sobre se poderia ou não conduzir seus negócios por e-mail.
Em novembro de 2004, um comboio de três rinocerontes foi emboscado na Rota Irlandesa com um VBIED suicida de 250 libras que criou uma cratera de 1,80 metro de largura e 60 centímetros de profundidade. Uma nuvem de poeira com mais de 300 metros de comprimento pode ser vista a quilômetros da cidade. Não houve feridos nas 18 pessoas que estavam no veículo.
4. A estrada exigia patrulhas constantes.
Eventualmente, os irlandeses seriam protegidos por tropas americanas usando obstáculos concretos, unidades do exército iraquiano e assumindo o controle dos bairros adjacentes à estrada. Até então, as forças da Coligação tinham de manter a estrada o mais limpa possível e remover as carcaças dos carros explodidos.
A certa altura, o Boston Globe informou que o Exército dos EUA dedicou um batalhão inteiro da 10ª Divisão de Montanha para manter a estrada o mais limpa e segura possível. Isso expôs as tropas a ataques constantes de homens-bomba, uma tática que os militares pouco puderam fazer para evitar a destruição do carro antes que ele atingisse o alvo.
5. Se os ataques não fossem suficientemente perigosos, os motoristas iraquianos eram.
Devido à frequência e gravidade dos ataques contra o pessoal americano e de outros membros da Coligação (e por vezes da violência sectária), os condutores da cidade pisam fundo no acelerador enquanto conduzem na estrada. Eles diminuem a velocidade para os comboios de veículos dos EUA porque os artilheiros da torre não têm problemas em dar alguns tiros em um tailgater.
Os iraquianos dirigiam na rodovia em alta velocidade, desviando do canteiro central (uma fonte potencial de IEDs), exceto quando estavam desviando das saídas (uma fonte de VBIEDs suicidas), e ziguezagueando aleatoriamente enquanto dirigiam sob viadutos por medo de alguém deixar cair alguma coisa neles.
Os civis que desejassem uma carona do Sheraton até o aeroporto poderiam facilmente contratar seu próprio serviço de transporte blindado – pelo preço com grande desconto de US$ 2.390 por trecho.
Anjos do Sol
4.0 409“Anjos do Sol” retrata exploração sexual de crianças no Brasil
Produção nacional conta a história de Maria, que aos 12 anos se torna prostituta em um garimpo. “Anjos do Sol” expõe nas telas do cinema o mercado da exploração sexual que atinge 100 mil crianças e adolescentes no país
Em uma pequena cidade no interior nordestino, uma menina de 12 anos é vendida pelos pais e forçada a trabalhar como prostituta. Esse é o ponto de partida de "Anjos do Sol", primeiro longa-metragem do cineasta brasileiro Rudi Lagemman em circuito nacional em 2006. O filme leva para as telas do cinema um tema pouco discutido no Brasil: a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Notícias de jornal inspiraram o diretor a criar os personagens.
Mais de 100 mil meninas são vítimas de exploração sexual no país, apontam os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Já a Organização das Nações Unidas calcula que tráfico de seres humanos para exploração sexual movimenta cerca de 9 bilhões de dólares no mundo, e só perde em rentabilidade para o mercado ilegal de drogas e armas.
O diretor e roteirista Lagemman conta que optou por fazer um roteiro de ficção, e não um documentário, porque queria "dar uma cara" às vítimas desse crime. "Eu não queria fazer um filme cruel e duro porque a realidade é cruel, mas também para não afugentar as pessoas. Queria fazer uma história 'atraente' para as pessoas terem acesso às informações".
Maria, a personagem principal de "Anjos do Sol", é uma compilação das histórias de vida de muitas outras garotas já retratadas em reportagens de jornais e revistas. Lagemman pesquisou o tema por nove anos até chegar ao roteiro final. "Vi uma notícia no interior de Pernambuco de uma menina que tinha o apelido de R$ 0,50, que era o preço que ela cobrava por programa. Pensei: 'o que seria contar a história dessa menina?'". A investigação também ajudou o diretor a ampliar sua visão sobre o assunto: "Eu pensava, como a maioria dos brasileiros, que a exploração sexual se concentrava no litoral e estava ligada apenas ao turismo sexual".
Travessia
Depois de ser vendida pelos pais no Sertão da Bahia, Maria é levada para uma fazenda e, em seguida, para trabalhar como prostituta em um garimpo na Amazônia. Mais tarde, a menina foge para o Rio de Janeiro pegando carona com caminhoneiros. O caminho trilhado por Maria é um entre as 141 rotas nacionais e internacionais existentes, de acordo com a Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual Comercial no Brasil realizada em 2002.
Ao longo da trama, Lagemman expõe algumas das práticas que envolvem a exploração sexual infanto-juvenil, como o leilão de meninas virgens, e os personagens que lucram com esse mercado: aliciadores (que compram as meninas de suas famílias), donos de boates, cafetões, coronéis e políticos.
Também retrata a situação das prostitutas que vivem em regime de servidão: garotas que teoricamente recebem pelos programas, mas têm descontado o valor das roupas, comida, alojamento e remédios que consomem. Além disso, sofrem violências físicas e ameaças psicológicas para não deixarem o local.
Preconceito
Para enfrentar a questão, o diretor defende o fortalecimento das organizações que trabalham com as jovens exploradas e o aumento da repressão a esses crimes. Ele acredita, no entanto, que também são necessárias medidas educacionais e mudanças culturais que alterem o comportamento da população. "Tem o preconceito da sociedade brasileira, um machismo em relação às garotas, e o preconceito racial, já que elas são em sua maioria negras. Além disso, tem a questão educacional, de como o adulto deve tratar a criança".
Os caminhos apontados por Lagemman coincidem com o diagnóstico traçado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Exploração Sexual, encerrada em julho de 2004. Os parlamentares propuseram um conjunto de mudanças no Código Penal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Crimes Hediondos, com o objetivo de proteger as vítimas e aumentar a gravidade do crime. O Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, criado em 2000, também sugere ações para mobilizar a sociedade e garantir atendimento às vítimas e suas famílias.
Segundo o diretor de "Anjos do Sol", organizações não-governamentais (ONGs) brasileiras já estão utilizando o filme para ampliar a discussão sobre o tema. "O que é interessante é que o filme foi baseado na realidade, trazido para a ficção e agora volta a intervir na realidade", avalia.