Em Moonlight, acompanhamos o crescimento de um homem que vive em constante repressão pelo que ele é, ainda que, inicialmente, ele mesmo ainda não saiba muito bem do por que é perseguido. Os dois primeiros atos nos apresentam bem esse Chiron, um garoto assustado que vive em um ao redor violento e opressivo. Entre fugas e buscas por abrigo, os traços de sua personalidade são revelados e nos sensibilizamos com a jornada do crescimento; as descobertas e os problemas.
O filme é um belo e sensível trabalho sobre a jornada de autoconhecimento de alguém que não pôde ser quem era desde a infância, e que consegue abranger todo o caos social das periferias americanas. Um estudo sobre identidade e do "ser diferente" em um círculo altamente masculinizado.
Se o terceiro ato começa com força mostrando uma triste realidade cíclica, me pareceu acabar de maneira preguiçosa, sem explorar muito bem a nova persona de Chiron e como essa interage com a antiga. Outro problema foi a retomada à locais comuns do roteiro, como no reencontro com a mãe e seu antigo “affair”, que acabam limitando as possibilidades dessa histórica rica e caindo em uma solução mais rápida.
No mais, todo o elenco está excelente e a direção de fotografia merece todos os elogios que vem recebendo.
Todo Oscar tem sua cota de biopic, algumas delas parecem concorrer unicamente por isso, não é o caso de Jackie. Esse é um drama melancólico e muito intimista sobre uma mulher que acaba de perder seu marido que, por ventura, é o presidente dos Estados Unidos, algo que àquela altura parece ser uma maldição para a personagem.
Com uma montagem interessante acompanhamos Jackie reviver seus primeiros momentos na casa branca, seus ultimos dias com Kennedy, a dor de perder o marido e a luta para enterra-lo da maneira que a convém. Natalie Portman, que talvez esteja em sua melhor atuação, vive uma primeira dama multifacetada. Da timidez ao lidar inicialmente com os encargos de primeira dama, a tristeza pelo ocorrido, a força para encarar os olhos do mundo todo voltados para ela, os arrependimentos, a fé abalada e o pessimismo provindo do luto.
Jackie é a microhistória de um dos marcos do século XX, que nos aproxima do drama daquelas personalidades na medida que Portman e Larraín conseguem humaniza-los, deixando de ser a história de uma primeira dama para ser a história de uma mulher, agora viúva. É interessante ressaltar que os momentos mais emocionantes do filme são quando Portman contracena com o recem falecido, John Hurt (que obviamente está ótimo aqui). É com o padre, interpretado por Hurt, que Jackie revela suas frustrações e arrependimentos. O último sopro de vida do ator também foi brilhante.
La la Land é o filme resgate das tradições românticas de Hollywood e dos musicais. Uma maravilhosa homenagem ao cinema, que com sutileza consegue não ser indulgente à indústria. Um filme sobre sonhadores e seus anseios, mas que é acima de tudo, um lembrete que cinema é também imaginação e escapismo.
Não é só um filme de terror, mas também uma discussão sobre o gênero e a idiotização do público dele, uma aula de metalinguagem. Craven se apropria dos clichês de gênero e até brinca com a existência deles, um trabalho de mestre.
Com uma atmosfera de horror constante, creepy conta com cenas em que o perigo é palpável, nos fazendo temer até detalhes no segundo plano da imagem. O filme ainda passeia por mais gêneros e temas, ora sendo um drama familiar sobre distanciamento, solidão e falta de comunicação, e outra um thriller de investigação policial. E é com excelência que observamos o filme transitar através do casal protagonista, cada um envolvido em tramas muito particulares e bem orquestradas durante a primeira hora de filme. Ainda entre personagens, o filme conta com um vilão dúbio; assustador e covarde, muito bem interpretado por Kagawa.
Apesar das qualidades apontadas, algumas ações dos personagens me pareceram um tanto sem sentido e o caminho óbvio, ainda que bizarro, que a narrativa toma a partir do final me incomodou. Entretanto, vejo meu primeiro contato com o cinema de Kurosawa como positivo. Ainda mais sabendo da reputação de outros trabalhos do diretor.
A história da jornalista Christine, que ficou mundialmente conhecida após suicidar-se ao vivo durante um tele jornal nos anos 70, sempre me despertou interesse. Fico satisfeito de ver uma representação digna para um caso famoso, mas que ao mesmo tempo não conhecíamos direito. Christine é um excelente e empático estudo de personagem. Gosto da naturalidade com que o drama é conduzido. Sem exagerar os acontecimentos, sem vilanizar personagens, sem tentar dar respostas para algo que ninguém poderia dar. Um desavisado que assistisse a primeira meia hora poderia pensar que está acompanhando um típico filme de bastidores do jornalismo. E é alterando entre momentos mais rotineiros para outros mais intensos que o filme se sustenta bem até o seu angustiante clímax. É triste observar Christine adoecer durante o filme e é preciso elogiar muito o trabalho de Rebeca Hall que incorpora muito bem todas as mudanças de humor da protagonista, seu sonhos, suas frustrações, seu nervosismo e ansiedade. Uma das melhores performances da temporada, merecia mais atenção.
Fences não parece uma adaptação de uma peça de teatro, parece mais uma transcrição. Diálogos mais longos do que deveriam ser e uma exagerada verborragia que domina os dois primeiros atos. Um filme irregular que quando esquenta com uma cena poderosa, logo esfria. Trata de diversos temas interessantes e tem duas atuações incríveis, mas não deixou de ser um tanto decepcionante pra mim. Muito arrastado. PS: as analogias com baseball são insuportáveis.
Filmes em que os personagens se encontram confinados é a especialidade de Carpenter, o diretor consegue construir o clima angustiante de cenas do tipo como ninguém. E aqui funciona muito bem como sempre, a trama é meticulosamente desenvolvida para a eclosão de terror do final, que aliada a esse ambiente claustrofóbico acaba por se tornar uma das experiências cinematográficas mais tensas e aterrorizantes dos anos 80. Adorei a participação especial do Alice Cooper, haha. Minhas únicas ressalvas ficam pelas piadas fora de hora do Walter e alguns excessos nas explicações filosóficas/científicas. O final é o mais diabólico que vi na filmografia do diretor.
Não, não merece toda hype que tem. O filme consegue construir muito bem cenas de ação e tensão, o desenvolvimento da trama é bem conduzido (apesar de perder força depois do clímax), reconheço essas qualidades, mas o filme erra FEIO na dosagem de drama. Forçam a carga dramática tentando sensibilizar o telespectador a cada vinte minutos a partir da segunda metade. Para isso abusam de todos os clichês do gênero e de uma trilha sonora dramática muito ruim. Além disso, o que mais me incomodou foi o moralismo/maniqueísmo barato do filme. Forçaram um vilão empresário/ malvado/sem coração até o final do filme, e canonizaram uma grávida, duas velhinhas, uma criança (QUE É MEGA IRRITANTE) e um morador de rua. Nada poderia ser mais óbvio e fácil, não? Enfim, apesar disso me serviu como um entretenimento com cenas de ação de alta qualidade, mas train to busan não se difere dá grande maioria dos blockbusters de Hollywood. Erra igual em quase tudo.
Kate Beckinsale encantadora e diabólica. Domina a tela em cada momento que aparece, uma personagem magnífica, já é a que mais me agradou dentro do universo de Jane Austen. Whit Stillman entregou uma adaptação muito elegante, imersiva e com uma dosagem certa de humor. Gosto do fator principal dessa narrativa ser o jogo de poder e controle nas relações sociais da época, o mesmo universo de Jane Austen que conhecemos mostrando as amarras do homem a seu tempo, mas dessa vez menos romântico e mais político.
Acho interessante e bem executada a reflexão que o filme traz sobre a criação padrão que os pais dão para seus filhos e a problematização de alicerces da sociedade como, as escolas, a igreja, a família e o sistema capitalista de modo geral. Porém, quando filme ensaia mostrar as consequências de fugir disso tudo ele acaba falhando.
Capitão Fantástico até tenta problematizar a criação dada ao pai (interpretado por Viggo Mortensen) para seus filhos, mas acaba caindo em auto indulgência e se prendendo no amor do autor por essa utopia. Quando o ideal deles é confrontado em alguma cena, na próxima o filme já tenta nos convencer novamente que aquilo tudo que a família vive, é sim maravilhoso. E tudo se encerra com eles felizes da vida cantando e dançando Sweet child o' mine.
Em alguns momentos fiquei muito incomodado, me parecia que o filme tinha tido os seus diálogos escritos por algum administrador da quebrando tabu ou algum autor de fanfics de esquerda no Facebook. Os choques culturais divertidos e um Viggo Mortensen inspirado são o ponto alto do filme.
Não consegui comprar a ideia do filme. A maior parte do tempo só me pareceu incrivelmente forçado, o que não teria problema, se a partir do final ele não tentasse se levar a sério. O roteiro que faz questão de se explicar pro público à cada segundo fica quase insuportável no final, foi quase como se eu tivesse assistindo tudo novamente desde o primeiro segundo, apesar disso filme tem seus momentos que o salvam de um desastre.
Fede Alvarez nos traz um suspense extremamente tenso e claustrofóbico. O diretor, trabalha aqui com o pouco espaço de uma casa para ampliar o nervosismo do telespectador, o que funciona muito bem. O ritmo envolvente é outro ponto positivo da direção. Além disso, a moral duvidosa dos "heróis" do filme, em especial a ambição de Rocky, são pontos interessantes da trama. Infelizmente, é impossível ignorar a usual pouca inteligência dos protagonistas, típica em filmes desse gênero, além da força sobrehumana e habilidades quase mutantes do "vilão" e do seu cachorro. Esses e outros clichês pouco inteligentes acabam diminuindo o filme, que ainda assim, é uma das experiências mais interessantes do ano para os fãs de terror e suspense.
Um verdadeiro filme de Hollywood dos anos 50 com tudo sobre uma família do subúrbio que não poderia ser mostrado em seu tempo. Poucas vezes vi um filme contemporâneo emulou tão bem uma década passada, não estou falando aqui somente de ambientação e figurino, mas do todo cinematográfico. Tudo aqui grita anos 50, desde a estrutura e a formalidade dos diálogos, a entonação das falas dos personagens, expressões corporais, a fotografia, a trilha sonora, a transição das cenas e gravações que poderiam facilmente ser gravadas em campo aberto sendo realizadas em estúdio, como nas cenas que acontecem dentro de carros. Filme brilhante em técnica e discurso.
Uma boa zombada em cultura fitness e na busca pelo sonho americano. Alguns momentos são hilários, mas outros tem piadas nível ensino fundamental. Funciona dentro da sua proposta e tem algumas boas cenas, enfim, vale a pena dar uma chance.
Poderia ser o filme definitivo sobre hooliganismo, mas não conseguiu. Explora satisfatoriamente o que realmente leva multidões mundo a fora a adotar esse estilo de vida, porém acaba devendo em outras coisas. Não consigo entender como um filme sobre o tema simplesmente não mostra um cântico de torcida, uma camiseta de time, um estádio ou qualquer outra coisa que remetesse a futebol. Às vezes parece que os grupos ali mostrados são simples gangues sem nenhum envolvimento com o esporte. A subtrama do avô de Tommy ficou meio jogada na trama, destoando do tema, mas mostra um cenário interessante em Londres, de pré-conceito à imigrantes cada vez mais crescente e sua perpetuação na classe trabalhadora.
Filme muito bem humorado, com personagens divertidos e cheio de boas referências. Representa bem um estilo de vida comum em Los Angeles, a busca por sucesso no show business e a vida em meio à festas.
Não dá pra terminar o filme sem ficar com a impressão de que o filme não explorou bem todas as possibilidades da trama. Muylaert parece evitar o tempo todo os conflitos que a história te permitiria mostrar, os preterindo para mostrar inexplicáveis cenas do irmão biológico de Pierre na escola, ou no judô. A questão de gênero e sexualidade de Pierre apesar de interessante, também é mal desenvolvida, acho que 82 minutos é extremamente pouco para uma história tão rica. Os pontos positivos ficam por parte das atuações de todo elenco, o clima cotidiano que nos aproxima dos personagens e algumas boas cenas no inicio e no final do filme.
A dualidade dos protagonistas de Ferrara é sempre um interessante objeto de estudo. Metidos até os pés no submundo do crime e dos vícios, procuram sua redenção e carregam uma culpa religiosa devido a esse estilo de vida. Nesse filme não é diferente, embora a religiosidade apareça só com símbolos em poucas cenas, Frank também busca deixar um bom legado, ainda que seja da sua maneira torta. Tecnicamente o filme é impecável, desde fotografia, ambientação e trilha sonora. E Walken teve uma das suas melhores atuações na carreira.
Eu costumo gostar dos filmes de Seth Rogen e Franco, mas aqui o humor não funciona muito bem. Além de muitas piadas ruins, o personagem do Franco é exageradamente caricato, sendo a maior parte do tempo sem graça, essa é facilmente a pior atuação da carreira dele. Já Rogen, fica apagado na maior parte do tempo sobrando pro Kim Jong Un ser o maior destaque cômico.
Jarmusch nos leva para observar grandes metrópoles mundo a fora durante suas horas mais desertas dentro de táxis. Particularmente sou muito fã de filmes que trabalham com poucos cenários e se sustentam através de diálogos, a ideia de trabalhar com diferentes idiomas me agradou muito também. Único segmento que não gostei muito foi em Paris. No mais, gosto da sutileza e do bom humor com que as histórias são conduzidas.
Aquele tipo de filme em que os heróis e vilões se parecem muito. Friedkin explora muito bem as possibilidades de uma trama simples e extrai o melhor de seus atores. E é claro, sempre com sua direção brilhante com impressionantes travellings e enquadramentos. A violência também é um show a parte, repleta de sangue para combinar com cenas de ação tensas.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraEm Moonlight, acompanhamos o crescimento de um homem que vive em constante repressão pelo que ele é, ainda que, inicialmente, ele mesmo ainda não saiba muito bem do por que é perseguido. Os dois primeiros atos nos apresentam bem esse Chiron, um garoto assustado que vive em um ao redor violento e opressivo. Entre fugas e buscas por abrigo, os traços de sua personalidade são revelados e nos sensibilizamos com a jornada do crescimento; as descobertas e os problemas.
O filme é um belo e sensível trabalho sobre a jornada de autoconhecimento de alguém que não pôde ser quem era desde a infância, e que consegue abranger todo o caos social das periferias americanas. Um estudo sobre identidade e do "ser diferente" em um círculo altamente masculinizado.
Se o terceiro ato começa com força mostrando uma triste realidade cíclica, me pareceu acabar de maneira preguiçosa, sem explorar muito bem a nova persona de Chiron e como essa interage com a antiga. Outro problema foi a retomada à locais comuns do roteiro, como no reencontro com a mãe e seu antigo “affair”, que acabam limitando as possibilidades dessa histórica rica e caindo em uma solução mais rápida.
No mais, todo o elenco está excelente e a direção de fotografia merece todos os elogios que vem recebendo.
Jackie
3.4 740 Assista AgoraTodo Oscar tem sua cota de biopic, algumas delas parecem concorrer unicamente por isso, não é o caso de Jackie. Esse é um drama melancólico e muito intimista sobre uma mulher que acaba de perder seu marido que, por ventura, é o presidente dos Estados Unidos, algo que àquela altura parece ser uma maldição para a personagem.
Com uma montagem interessante acompanhamos Jackie reviver seus primeiros momentos na casa branca, seus ultimos dias com Kennedy, a dor de perder o marido e a luta para enterra-lo da maneira que a convém. Natalie Portman, que talvez esteja em sua melhor atuação, vive uma primeira dama multifacetada. Da timidez ao lidar inicialmente com os encargos de primeira dama, a tristeza pelo ocorrido, a força para encarar os olhos do mundo todo voltados para ela, os arrependimentos, a fé abalada e o pessimismo provindo do luto.
Jackie é a microhistória de um dos marcos do século XX, que nos aproxima do drama daquelas personalidades na medida que Portman e Larraín conseguem humaniza-los, deixando de ser a história de uma primeira dama para ser a história de uma mulher, agora viúva.
É interessante ressaltar que os momentos mais emocionantes do filme são quando Portman contracena com o recem falecido, John Hurt (que obviamente está ótimo aqui). É com o padre, interpretado por Hurt, que Jackie revela suas frustrações e arrependimentos. O último sopro de vida do ator também foi brilhante.
Descanse em paz, John Hurt.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraLa la Land é o filme resgate das tradições românticas de Hollywood e dos musicais. Uma maravilhosa homenagem ao cinema, que com sutileza consegue não ser indulgente à indústria. Um filme sobre sonhadores e seus anseios, mas que é acima de tudo, um lembrete que cinema é também imaginação e escapismo.
Pânico 2
3.2 819 Assista Agora"Sequencias nunca prestam."
Não é só um filme de terror, mas também uma discussão sobre o gênero e a idiotização do público dele, uma aula de metalinguagem. Craven se apropria dos clichês de gênero e até brinca com a existência deles, um trabalho de mestre.
Meu Passado Me Condena: O Filme
2.9 708Não tenho certeza se isso é um filme, ou o comercial de um cruzeiro.
Creepy
3.1 70 Assista AgoraCom uma atmosfera de horror constante, creepy conta com cenas em que o perigo é palpável, nos fazendo temer até detalhes no segundo plano da imagem. O filme ainda passeia por mais gêneros e temas, ora sendo um drama familiar sobre distanciamento, solidão e falta de comunicação, e outra um thriller de investigação policial.
E é com excelência que observamos o filme transitar através do casal protagonista, cada um envolvido em tramas muito particulares e bem orquestradas durante a primeira hora de filme. Ainda entre personagens, o filme conta com um vilão dúbio; assustador e covarde, muito bem interpretado por Kagawa.
Apesar das qualidades apontadas, algumas ações dos personagens me pareceram um tanto sem sentido e o caminho óbvio, ainda que bizarro, que a narrativa toma a partir do final me incomodou. Entretanto, vejo meu primeiro contato com o cinema de Kurosawa como positivo. Ainda mais sabendo da reputação de outros trabalhos do diretor.
Christine
3.7 212 Assista AgoraA história da jornalista Christine, que ficou mundialmente conhecida após suicidar-se ao vivo durante um tele jornal nos anos 70, sempre me despertou interesse. Fico satisfeito de ver uma representação digna para um caso famoso, mas que ao mesmo tempo não conhecíamos direito.
Christine é um excelente e empático estudo de personagem. Gosto da naturalidade com que o drama é conduzido. Sem exagerar os acontecimentos, sem vilanizar personagens, sem tentar dar respostas para algo que ninguém poderia dar.
Um desavisado que assistisse a primeira meia hora poderia pensar que está acompanhando um típico filme de bastidores do jornalismo.
E é alterando entre momentos mais rotineiros para outros mais intensos que o filme se sustenta bem até o seu angustiante clímax.
É triste observar Christine adoecer durante o filme e é preciso elogiar muito o trabalho de Rebeca Hall que incorpora muito bem todas as mudanças de humor da protagonista, seu sonhos, suas frustrações, seu nervosismo e ansiedade. Uma das melhores performances da temporada, merecia mais atenção.
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista AgoraFences não parece uma adaptação de uma peça de teatro, parece mais uma transcrição. Diálogos mais longos do que deveriam ser e uma exagerada verborragia que domina os dois primeiros atos. Um filme irregular que quando esquenta com uma cena poderosa, logo esfria. Trata de diversos temas interessantes e tem duas atuações incríveis, mas não deixou de ser um tanto decepcionante pra mim. Muito arrastado.
PS: as analogias com baseball são insuportáveis.
Príncipe das Sombras
3.5 151Filmes em que os personagens se encontram confinados é a especialidade de Carpenter, o diretor consegue construir o clima angustiante de cenas do tipo como ninguém. E aqui funciona muito bem como sempre, a trama é meticulosamente desenvolvida para a eclosão de terror do final, que aliada a esse ambiente claustrofóbico acaba por se tornar uma das experiências cinematográficas mais tensas e aterrorizantes dos anos 80.
Adorei a participação especial do Alice Cooper, haha. Minhas únicas ressalvas ficam pelas piadas fora de hora do Walter e alguns excessos nas explicações filosóficas/científicas.
O final é o mais diabólico que vi na filmografia do diretor.
Invasão Zumbi
4.0 2,1K Assista AgoraNão, não merece toda hype que tem. O filme consegue construir muito bem cenas de ação e tensão, o desenvolvimento da trama é bem conduzido (apesar de perder força depois do clímax), reconheço essas qualidades, mas o filme erra FEIO na dosagem de drama.
Forçam a carga dramática tentando sensibilizar o telespectador a cada vinte minutos a partir da segunda metade. Para isso abusam de todos os clichês do gênero e de uma trilha sonora dramática muito ruim.
Além disso, o que mais me incomodou foi o moralismo/maniqueísmo barato do filme. Forçaram um vilão empresário/ malvado/sem coração até o final do filme, e canonizaram uma grávida, duas velhinhas, uma criança (QUE É MEGA IRRITANTE) e um morador de rua. Nada poderia ser mais óbvio e fácil, não?
Enfim, apesar disso me serviu como um entretenimento com cenas de ação de alta qualidade, mas train to busan não se difere dá grande maioria dos blockbusters de Hollywood. Erra igual em quase tudo.
Amor & Amizade
3.2 90 Assista AgoraKate Beckinsale encantadora e diabólica. Domina a tela em cada momento que aparece, uma personagem magnífica, já é a que mais me agradou dentro do universo de Jane Austen. Whit Stillman entregou uma adaptação muito elegante, imersiva e com uma dosagem certa de humor.
Gosto do fator principal dessa narrativa ser o jogo de poder e controle nas relações sociais da época, o mesmo universo de Jane Austen que conhecemos mostrando as amarras do homem a seu tempo, mas dessa vez menos romântico e mais político.
Sully: O Herói do Rio Hudson
3.6 578 Assista AgoraUm Eastwood mais objetivo e contido num filme bem interessante. A montagem usada deu força à narrativa conduzida muito bem por Tom Hanks
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraAcho interessante e bem executada a reflexão que o filme traz sobre a criação padrão que os pais dão para seus filhos e a problematização de alicerces da sociedade como, as escolas, a igreja, a família e o sistema capitalista de modo geral. Porém, quando filme ensaia mostrar as consequências de fugir disso tudo ele acaba falhando.
Capitão Fantástico até tenta problematizar a criação dada ao pai (interpretado por Viggo Mortensen) para seus filhos, mas acaba caindo em auto indulgência e se prendendo no amor do autor por essa utopia. Quando o ideal deles é confrontado em alguma cena, na próxima o filme já tenta nos convencer novamente que aquilo tudo que a família vive, é sim maravilhoso. E tudo se encerra com eles felizes da vida cantando e dançando Sweet child o' mine.
Em alguns momentos fiquei muito incomodado, me parecia que o filme tinha tido os seus diálogos escritos por algum administrador da quebrando tabu ou algum autor de fanfics de esquerda no Facebook.
Os choques culturais divertidos e um Viggo Mortensen inspirado são o ponto alto do filme.
Xeque-Mate
3.9 510 Assista AgoraNão consegui comprar a ideia do filme. A maior parte do tempo só me pareceu incrivelmente forçado, o que não teria problema, se a partir do final ele não tentasse se levar a sério. O roteiro que faz questão de se explicar pro público à cada segundo fica quase insuportável no final, foi quase como se eu tivesse assistindo tudo novamente desde o primeiro segundo, apesar disso filme tem seus momentos que o salvam de um desastre.
O Homem nas Trevas
3.7 1,9K Assista AgoraFede Alvarez nos traz um suspense extremamente tenso e claustrofóbico. O diretor, trabalha aqui com o pouco espaço de uma casa para ampliar o nervosismo do telespectador, o que funciona muito bem. O ritmo envolvente é outro ponto positivo da direção. Além disso, a moral duvidosa dos "heróis" do filme, em especial a ambição de Rocky, são pontos interessantes da trama. Infelizmente, é impossível ignorar a usual pouca inteligência dos protagonistas, típica em filmes desse gênero, além da força sobrehumana e habilidades quase mutantes do "vilão" e do seu cachorro. Esses e outros clichês pouco inteligentes acabam diminuindo o filme, que ainda assim, é uma das experiências mais interessantes do ano para os fãs de terror e suspense.
Longe do Paraíso
3.8 170 Assista AgoraUm verdadeiro filme de Hollywood dos anos 50 com tudo sobre uma família do subúrbio que não poderia ser mostrado em seu tempo. Poucas vezes vi um filme contemporâneo emulou tão bem uma década passada, não estou falando aqui somente de ambientação e figurino, mas do todo cinematográfico. Tudo aqui grita anos 50, desde a estrutura e a formalidade dos diálogos, a entonação das falas dos personagens, expressões corporais, a fotografia, a trilha sonora, a transição das cenas e gravações que poderiam facilmente ser gravadas em campo aberto sendo realizadas em estúdio, como nas cenas que acontecem dentro de carros.
Filme brilhante em técnica e discurso.
Sem Dor, Sem Ganho
3.0 835 Assista AgoraUma boa zombada em cultura fitness e na busca pelo sonho americano. Alguns momentos são hilários, mas outros tem piadas nível ensino fundamental. Funciona dentro da sua proposta e tem algumas boas cenas, enfim, vale a pena dar uma chance.
Violência Máxima
3.4 28Poderia ser o filme definitivo sobre hooliganismo, mas não conseguiu. Explora satisfatoriamente o que realmente leva multidões mundo a fora a adotar esse estilo de vida, porém acaba devendo em outras coisas. Não consigo entender como um filme sobre o tema simplesmente não mostra um cântico de torcida, uma camiseta de time, um estádio ou qualquer outra coisa que remetesse a futebol. Às vezes parece que os grupos ali mostrados são simples gangues sem nenhum envolvimento com o esporte.
A subtrama do avô de Tommy ficou meio jogada na trama, destoando do tema, mas mostra um cenário interessante em Londres, de pré-conceito à imigrantes cada vez mais crescente e sua perpetuação na classe trabalhadora.
Swingers - Curtindo a Noite
3.2 22 Assista AgoraFilme muito bem humorado, com personagens divertidos e cheio de boas referências. Representa bem um estilo de vida comum em Los Angeles, a busca por sucesso no show business e a vida em meio à festas.
Mãe Só Há Uma
3.5 408 Assista AgoraNão dá pra terminar o filme sem ficar com a impressão de que o filme não explorou bem todas as possibilidades da trama. Muylaert parece evitar o tempo todo os conflitos que a história te permitiria mostrar, os preterindo para mostrar inexplicáveis cenas do irmão biológico de Pierre na escola, ou no judô. A questão de gênero e sexualidade de Pierre apesar de interessante, também é mal desenvolvida, acho que 82 minutos é extremamente pouco para uma história tão rica.
Os pontos positivos ficam por parte das atuações de todo elenco, o clima cotidiano que nos aproxima dos personagens e algumas boas cenas no inicio e no final do filme.
O Rei de Nova York
3.7 87A dualidade dos protagonistas de Ferrara é sempre um interessante objeto de estudo. Metidos até os pés no submundo do crime e dos vícios, procuram sua redenção e carregam uma culpa religiosa devido a esse estilo de vida. Nesse filme não é diferente, embora a religiosidade apareça só com símbolos em poucas cenas, Frank também busca deixar um bom legado, ainda que seja da sua maneira torta.
Tecnicamente o filme é impecável, desde fotografia, ambientação e trilha sonora. E Walken teve uma das suas melhores atuações na carreira.
A Entrevista
3.1 1,0K Assista AgoraEu costumo gostar dos filmes de Seth Rogen e Franco, mas aqui o humor não funciona muito bem. Além de muitas piadas ruins, o personagem do Franco é exageradamente caricato, sendo a maior parte do tempo sem graça, essa é facilmente a pior atuação da carreira dele. Já Rogen, fica apagado na maior parte do tempo sobrando pro Kim Jong Un ser o maior destaque cômico.
Uma Noite Sobre a Terra
3.8 88 Assista AgoraJarmusch nos leva para observar grandes metrópoles mundo a fora durante suas horas mais desertas dentro de táxis. Particularmente sou muito fã de filmes que trabalham com poucos cenários e se sustentam através de diálogos, a ideia de trabalhar com diferentes idiomas me agradou muito também. Único segmento que não gostei muito foi em Paris. No mais, gosto da sutileza e do bom humor com que as histórias são conduzidas.
Viver e Morrer em Los Angeles
3.8 91 Assista AgoraAquele tipo de filme em que os heróis e vilões se parecem muito. Friedkin explora muito bem as possibilidades de uma trama simples e extrai o melhor de seus atores. E é claro, sempre com sua direção brilhante com impressionantes travellings e enquadramentos. A violência também é um show a parte, repleta de sangue para combinar com cenas de ação tensas.