O maior acerto de Obrigado por Fumar é deixar o público tomar suas próprias conclusões a respeito do trabalho de Nick (Aaron Eckhart). Apesar do filme escancarar os podres da indústria do cigarro, ele permite julgarmos por nós mesmo a maneira que nick exerce sua função e demonstra que o lado que o combate também tem seus problemas. Algumas vezes o telespectador pode se pegar concordando com posições do personagem na defesa das corporações do fumo. Tratar assuntos sérios com tom de humor é uma das características do cinema de Reitman, mas me parece que alguns momentos o filme acaba exagerando um pouco nisso, tornando algumas situações pouco realistas, porém quase sempre acerta na acidez nas críticas disfarçadas de piadas, que são disparadas contra os mais diversos setores da sociedade. A montagem acelerada das cenas e o uso de colagens também agregam valor ao humor do filme.
Uma metáfora em forma de filme de terror sobre a repressão da raiva interna. Todos personagens carregam intensos conflitos internos e Cronenberg discute o impacto psicológico de situações como a rejeição paterna, ou de um casamento mal sucedido. As cenas das sessões de terapia são muito bem escritas e carregam um impressionante peso dramático. O lado terror do filme também não fica abaixo. A ótima trilha sonora de Howard Shore casa mais uma vez perfeitamente no filme de Cronenberg para criar a atmosfera certa. Destaque para os últimos momentos de terror do filme que foram engrandecidos por uma atuação aterrorizante de Samantha Eggar.
Muita forma e pouco conteúdo. Me pareceu um apanhado de estereótipos rasos sobre a indústria da moda (que já vimos antes), que acaba se salvando por ter uma direção de arte nada menos que perfeita. Consigo ver muitos méritos no trabalho do Refn aqui, mas acho que ele pode muito mais.
Jean Marc Vallé trabalha mais uma vez com a reação diante da perda de alguém e a busca por um novo caminho. Davis Mitchell vivia sua vida no piloto automático em um casamento sem diálogo, já em estado de deterioração e em um emprego que não lhe trazia satisfação. A reação dele diante da morte de sua esposa pode parecer estranha, ou apática, mas é interessante notar por exemplo, sua obsessão por demolir que surge após um último pedido de sua esposa para consertar a geladeira. Não gosto muito do estilo de edição e montagem com que o diretor trabalha. Acho também que Naomi Watss poderia ter tido seu personagem melhor explorado, mas Vallé consegue entregar um bom estudo de personagem e Gylenhaal uma ótima atuação.
É impressionante o cuidado de Carpenter na condução da trama para que ela chegue ao momento que os personagens estão sitiados por gangues locais. Tudo é milimetricamente desenvolvido e fruto de um acaso crível. O realismo das situações é uma preocupação notória do roteiro, os personagens ficam sem balas, erram seus tiros, apontam que alguém deve ter ouvido o tiroteio, são baleados e morrem de maneira não romantizada. É espantoso de se imaginar o que Carpenter ainda poderia ter conseguido com mais orçamento para realizar esse filme.
Thief apresenta uma trama comum que já vimos em outros filmes antes de seu lançamento e vimos várias vezes depois, porém, raramente a história de um criminoso em seu ultimo golpe foi retratada com tamanha grandeza. A começar por destacar o realismo e a qualidade da cena de abertura do filme, ou a tensão do tiroteio no final. Um filme brilhante do inicio ao fim. James Caan entrega uma ótima performance no papel de um ladrão extremamente competente, profissional, obcecado por estar no controle e impulsivo. O desenvolvimento de seu personagem é gradual e muito bem realizado. Uma das melhores cenas do filme certamente é em que Frank convence Jessie de abraçar seu projeto de vida e casar-se com ele. Naquela conversa podemos entender todos os traços da personalidade de frank e os caminhos que ele tomará ao decorrer do filme. Percebemos que depois de seu tempo na prisão Frank passou a não se importar se vive, ou se morre, e aprendeu a não ter medo. É um homem que está quase morto por dentro e acredita que encontrará alguma realização com dinheiro e formando uma família. A direção de Mann é brilhante, seja pelo realismo que atinge nas cenas de roubo; pelos enquadramentos espetaculares das cenas de ação, pela ambientação sombria da cidade de Chicago utilizando uma paleta de cor azul que domina cada frame, pela ótima trilha sonora eletrônica, pelo crescimento gradual de tensão para o clímax, ou revelando o sistema de corrupção policial da metrópole.
Todas as facetas da classe operária e dos movimentos grevistas retratadas com drama e um humor que me remeteu a "Tempos Modernos" de Chaplin. É belo ver a solidariedade entre os trabalhadores no filme, e triste o modo que os capitalistas os jogavam um contra os outros, como na cena dos 200 trabalhadores chegando de outra cidade para ficar com o emprego dos grevistas. Destaque para as belas cenas na fábrica, a do discurso final do Professor Sinigaglia e o protesto frente à industria.
Nunca o submundo do crime americano foi exposto de maneira tão crua em um noir. Se na maior parte dos filmes do gênero a violência é apenas sugerida, em Underworld USA ela é explícita. É chocante também como o filme explora a marginalidade infantil e sugere prostituição e consumo de droga entre menores. O protagonista imoral também é uma característica do gênero, mas poucas vezes tivemos um tão doentio, vingativo e obsessivo como Tolly Devlin, e que atuação de Cliff Robertson! Filmaço.
Todos os melhores elementos da comédia alleniana presentes em perfeito funcionamento aqui. Não consigo entender a fraca recepção vinda de quem gosta do cinema dele. Anything Else é muito bem montado e dirigido, usando de flashbacks Allen contrasta bem o auge e o declínio de um relacionamento com Jerry Falk (Jason Biggs) tentando narrar de maneira otimista a má fase que vive com Amanda (Christina Ricci) no presente.
Christina Ricci está ótima em seu papel, Amanda é uma das personagens mais irritantes da filmografia de Allen, e é impressionante que mesmo dentro dos exageros humorísticos do filme ela consiga parecer tão real. Já Jason Biggs me surpreendeu positivamente não comprometendo no papel do típico nova-iorquino cheio de neuroses, nervosismo e medo que se envolve em relações que o sufocam e machucam porque: não consegue sair delas, por medo de ficar sozinho e assim se contenta com o medíocre.
É impressionante como em alguns momentos do filme esse sufoco que ele sente é palpável pra quem assiste, no meio ao caos da vida de Jerry suplicamos para que ele ponha fim em todas essas relações de uma vez. Nessa dinâmica surge o personagem de Woody Allen que parece uma personificação do subconsciente de Jerry que tenta o estimular a se livrar de todo o abuso que ele sofre.
De longe os 40 minutos iniciais do filme são os que mais me agradam. Não gosto muito do contorno de fantasia que o filme passa a adotar, mas acho que não posso culpar o Speilberg por emular suas características e não atender meus anseios. No mais, o filme traz muitas reflexões interessantes e tem uma das melhores atuações de um ator mirim que já vi.
Apatia, angústia, insegurança e o vazio da vida adolescente na primeira instância de um drama criminal. Gus Van Sant está entre os cineastas que conseguem retratar a juventude com maestria.
Clima seco e frio refletido até na suja cidade e nos arredores em que os personagens habitam. O filme continua bem impactante e funciona mais como uma análise social e psicológica dos personagens do que como um filme de terror.
Conteúdo e trama a frente de seu tempo, mas que não consegue segurar bem seu ótimo clima de mistério por muito tempo, acabando por ser apressado demais.
Um drama muito mais complexo do que eu esperava, "The Believer" não é uma simples história de ódio racial, é um filme com um personagem bem mais denso. Não há respostas rápidas para entender o personagem de Ryan Gosling (talvez em sua melhor atuação na carreira) que vive em confusão mental e intensa contradição procurando um propósito, um lugar em que se encaixe.
Uma comédia pesada e caricata de Alexander Payne que não se contenta em ser uma crítica à hipocrisia da família tradicional do subúrbio americano e aos movimentos cristãos pró-vida, mas também expõe o oportunismo dos movimentos sociais que combatem o conservadorismo. O filme demonstra isso sempre com exageros para humor e sem perdoar ninguém, nem mesmo Ruth. No fim ninguém se preocupa com o indivíduo que dizem proteger, Ruth é invisível, um mero acessório ideológico para ambos os lados.
Sobre lidar com a tristeza, os problemas e o passado, mas também sobre o poder do futebol para unir as pessoas e nos fazer esquecer do mundo por 90 minutos
Minha expectativa era bem alta, soy cuba (do mesmo diretor), é um dos meus filmes favoritos. Por isso acabei esperando algo de uma maior magnitude. Quando voam as cegonhas parece uma tentativa soviética de mirar o cinema Hollywoodiano dos anos 40's de diretores como Frank Capra. Tanto em estilo quanto nos elementos, tais como: A protagonista(o) que é essencialmente uma boa pessoa e passa por grandes adversidades, a mensagem de esperança, o patriotismo e sentimentalismo. Acontece que o filme não tem a mesma força de clássicos como "It's a wonderful life", mas tem pontos muito acertados. Aqui percebemos movimentos de câmeras ousados e uma bela fotografia que são características do diretor, além da boa atuação da bela protagonista. Vale a pena conferir com uma menor expectativa.
Absurdista, espontâneo, bizarro e muito engraçado. Uma sátira de tudo e todos com uma narrativa quase irreconhecível, difícil digerir schizopolis em uma só assistida, mas certamente me divertiu.
Filme minimalista com uma atmosfera típica do cinema independente dos anos 90 (parecido com os filmes de Gus Van Sant e harmony korine). Bubble é seco e frio em tratar sobre pessoas já quase sem expectativas em relação à vida que vivem numa pobre e pequena cidade dos EUA. Os personagens não demonstram nenhuma afetividade por outros ou grande interesse sobre qualquer coisa. Por isso os diálogos podem ser angustiantes, ninguém parece ter algo a dizer e nem desejar estar conversando.
Uma honesta revisão dos filmes policiais feita por Soderbergh. The Limey é totalmente sobre Wilson (Terrence Stramp) e isso fica evidente até na montagem do diálogos, que faz o telespectador se sentir dentro da mente embaralhada desse velho criminoso em busca de vingança. Uma trama comum, mas que no filme vai além, explorando toda fragilidade do seu protagonista, seus arrependimentos e sua solidão.
Inicialmente o filme condiciona o público a acreditar que está assistindo um filme preocupado em problematizar a indústria farmacêutica, o uso descontrolado de remédios e nos fazer questionar o porquê de tantas pessoas se sentirem estado depressivo. Nesse quadro, acompanhamos a personagem de Rooney mara que aparentemente sofre desses problemas. Durante a primeira meia hora especulamos sobre sua condição e tentamos entender o que é estar passando por isso. Até que tudo muda.
E essa pra mim é a grande virtude do filme. Side effects consegue mostrar toda essa podridão da indústria farmacêutica aliada de propagandas que prometem vender a felicidade, e ainda fugir da obviedade para qual o filme caminhava, se tornando um mistério impressionante onde as nuances- nada positivas- de cada personagem são muito bem trabalhadas.
Obrigado por Fumar
3.9 797 Assista AgoraO maior acerto de Obrigado por Fumar é deixar o público tomar suas próprias conclusões a respeito do trabalho de Nick (Aaron Eckhart). Apesar do filme escancarar os podres da indústria do cigarro, ele permite julgarmos por nós mesmo a maneira que nick exerce sua função e demonstra que o lado que o combate também tem seus problemas. Algumas vezes o telespectador pode se pegar concordando com posições do personagem na defesa das corporações do fumo.
Tratar assuntos sérios com tom de humor é uma das características do cinema de Reitman, mas me parece que alguns momentos o filme acaba exagerando um pouco nisso, tornando algumas situações pouco realistas, porém quase sempre acerta na acidez nas críticas disfarçadas de piadas, que são disparadas contra os mais diversos setores da sociedade. A montagem acelerada das cenas e o uso de colagens também agregam valor ao humor do filme.
Os Filhos do Medo
3.7 151Uma metáfora em forma de filme de terror sobre a repressão da raiva interna. Todos personagens carregam intensos conflitos internos e Cronenberg discute o impacto psicológico de situações como a rejeição paterna, ou de um casamento mal sucedido. As cenas das sessões de terapia são muito bem escritas e carregam um impressionante peso dramático. O lado terror do filme também não fica abaixo. A ótima trilha sonora de Howard Shore casa mais uma vez perfeitamente no filme de Cronenberg para criar a atmosfera certa. Destaque para os últimos momentos de terror do filme que foram engrandecidos por uma atuação aterrorizante de Samantha Eggar.
Demônio de Neon
3.2 1,2KMuita forma e pouco conteúdo. Me pareceu um apanhado de estereótipos rasos sobre a indústria da moda (que já vimos antes), que acaba se salvando por ter uma direção de arte nada menos que perfeita. Consigo ver muitos méritos no trabalho do Refn aqui, mas acho que ele pode muito mais.
Demolição
3.8 448Jean Marc Vallé trabalha mais uma vez com a reação diante da perda de alguém e a busca por um novo caminho. Davis Mitchell vivia sua vida no piloto automático em um casamento sem diálogo, já em estado de deterioração e em um emprego que não lhe trazia satisfação. A reação dele diante da morte de sua esposa pode parecer estranha, ou apática, mas é interessante notar por exemplo, sua obsessão por demolir que surge após um último pedido de sua esposa para consertar a geladeira. Não gosto muito do estilo de edição e montagem com que o diretor trabalha. Acho também que Naomi Watss poderia ter tido seu personagem melhor explorado, mas Vallé consegue entregar um bom estudo de personagem e Gylenhaal uma ótima atuação.
Assalto à 13ª DP
3.7 83É impressionante o cuidado de Carpenter na condução da trama para que ela chegue ao momento que os personagens estão sitiados por gangues locais. Tudo é milimetricamente desenvolvido e fruto de um acaso crível. O realismo das situações é uma preocupação notória do roteiro, os personagens ficam sem balas, erram seus tiros, apontam que alguém deve ter ouvido o tiroteio, são baleados e morrem de maneira não romantizada. É espantoso de se imaginar o que Carpenter ainda poderia ter conseguido com mais orçamento para realizar esse filme.
Profissão, Ladrão
3.9 74Thief apresenta uma trama comum que já vimos em outros filmes antes de seu lançamento e vimos várias vezes depois, porém, raramente a história de um criminoso em seu ultimo golpe foi retratada com tamanha grandeza.
A começar por destacar o realismo e a qualidade da cena de abertura do filme, ou a tensão do tiroteio no final. Um filme brilhante do inicio ao fim.
James Caan entrega uma ótima performance no papel de um ladrão extremamente competente, profissional, obcecado por estar no controle e impulsivo.
O desenvolvimento de seu personagem é gradual e muito bem realizado. Uma das melhores cenas do filme certamente é em que Frank convence Jessie de abraçar seu projeto de vida e casar-se com ele. Naquela conversa podemos entender todos os traços da personalidade de frank e os caminhos que ele tomará ao decorrer do filme. Percebemos que depois de seu tempo na prisão Frank passou a não se importar se vive, ou se morre, e aprendeu a não ter medo. É um homem que está quase morto por dentro e acredita que encontrará alguma realização com dinheiro e formando uma família.
A direção de Mann é brilhante, seja pelo realismo que atinge nas cenas de roubo; pelos enquadramentos espetaculares das cenas de ação, pela ambientação sombria da cidade de Chicago utilizando uma paleta de cor azul que domina cada frame, pela ótima trilha sonora eletrônica, pelo crescimento gradual de tensão para o clímax, ou revelando o sistema de corrupção policial da metrópole.
Os Companheiros
4.3 27Todas as facetas da classe operária e dos movimentos grevistas retratadas com drama e um humor que me remeteu a "Tempos Modernos" de Chaplin.
É belo ver a solidariedade entre os trabalhadores no filme, e triste o modo que os capitalistas os jogavam um contra os outros, como na cena dos 200 trabalhadores chegando de outra cidade para ficar com o emprego dos grevistas.
Destaque para as belas cenas na fábrica, a do discurso final do Professor Sinigaglia e o protesto frente à industria.
A Lei dos Marginais
4.1 17Nunca o submundo do crime americano foi exposto de maneira tão crua em um noir.
Se na maior parte dos filmes do gênero a violência é apenas sugerida, em Underworld USA ela é explícita. É chocante também como o filme explora a marginalidade infantil e sugere prostituição e consumo de droga entre menores.
O protagonista imoral também é uma característica do gênero, mas poucas vezes tivemos um tão doentio, vingativo e obsessivo como Tolly Devlin, e que atuação de Cliff Robertson!
Filmaço.
Igual a Tudo na Vida
3.3 213Todos os melhores elementos da comédia alleniana presentes em perfeito funcionamento aqui. Não consigo entender a fraca recepção vinda de quem gosta do cinema dele. Anything Else é muito bem montado e dirigido, usando de flashbacks Allen contrasta bem o auge e o declínio de um relacionamento com Jerry Falk (Jason Biggs) tentando narrar de maneira otimista a má fase que vive com Amanda (Christina Ricci) no presente.
Christina Ricci está ótima em seu papel, Amanda é uma das personagens mais irritantes da filmografia de Allen, e é impressionante que mesmo dentro dos exageros humorísticos do filme ela consiga parecer tão real. Já Jason Biggs me surpreendeu positivamente não comprometendo no papel do típico nova-iorquino cheio de neuroses, nervosismo e medo que se envolve em relações que o sufocam e machucam porque: não consegue sair delas, por medo de ficar sozinho e assim se contenta com o medíocre.
É impressionante como em alguns momentos do filme esse sufoco que ele sente é palpável pra quem assiste, no meio ao caos da vida de Jerry suplicamos para que ele ponha fim em todas essas relações de uma vez. Nessa dinâmica surge o personagem de Woody Allen que parece uma personificação do subconsciente de Jerry que tenta o estimular a se livrar de todo o abuso que ele sofre.
Tóquio Violenta
3.7 29Um roteiro estranho e confuso que dá espaço para a direção de arte se sobressair muito bem.
A.I. Inteligência Artificial
3.9 2,0KDe longe os 40 minutos iniciais do filme são os que mais me agradam. Não gosto muito do contorno de fantasia que o filme passa a adotar, mas acho que não posso culpar o Speilberg por emular suas características e não atender meus anseios. No mais, o filme traz muitas reflexões interessantes e tem uma das melhores atuações de um ator mirim que já vi.
Paranoid Park
3.6 325Apatia, angústia, insegurança e o vazio da vida adolescente na primeira instância de um drama criminal. Gus Van Sant está entre os cineastas que conseguem retratar a juventude com maestria.
Retrato de um Assassino
3.5 186Clima seco e frio refletido até na suja cidade e nos arredores em que os personagens habitam. O filme continua bem impactante e funciona mais como uma análise social e psicológica dos personagens do que como um filme de terror.
A Aldeia dos Amaldiçoados
3.8 121Conteúdo e trama a frente de seu tempo, mas que não consegue segurar bem seu ótimo clima de mistério por muito tempo, acabando por ser apressado demais.
Tolerância Zero
3.7 110Um drama muito mais complexo do que eu esperava, "The Believer" não é uma simples história de ódio racial, é um filme com um personagem bem mais denso.
Não há respostas rápidas para entender o personagem de Ryan Gosling (talvez em sua melhor atuação na carreira) que vive em confusão mental e intensa contradição procurando um propósito, um lugar em que se encaixe.
Ruth em Questão
3.7 17Uma comédia pesada e caricata de Alexander Payne que não se contenta em ser uma crítica à hipocrisia da família tradicional do subúrbio americano e aos movimentos cristãos pró-vida, mas também expõe o oportunismo dos movimentos sociais que combatem o conservadorismo.
O filme demonstra isso sempre com exageros para humor e sem perdoar ninguém, nem mesmo Ruth. No fim ninguém se preocupa com o indivíduo que dizem proteger, Ruth é invisível, um mero acessório ideológico para ambos os lados.
À Procura de Eric
3.8 87Sobre lidar com a tristeza, os problemas e o passado, mas também sobre o poder do futebol para unir as pessoas e nos fazer esquecer do mundo por 90 minutos
Quando Voam as Cegonhas
4.3 72Minha expectativa era bem alta, soy cuba (do mesmo diretor), é um dos meus filmes favoritos. Por isso acabei esperando algo de uma maior magnitude. Quando voam as cegonhas parece uma tentativa soviética de mirar o cinema Hollywoodiano dos anos 40's de diretores como Frank Capra. Tanto em estilo quanto nos elementos, tais como: A protagonista(o) que é essencialmente uma boa pessoa e passa por grandes adversidades, a mensagem de esperança, o patriotismo e sentimentalismo.
Acontece que o filme não tem a mesma força de clássicos como "It's a wonderful life", mas tem pontos muito acertados. Aqui percebemos movimentos de câmeras ousados e uma bela fotografia que são características do diretor, além da boa atuação da bela protagonista.
Vale a pena conferir com uma menor expectativa.
Schizopolis
3.5 5Absurdista, espontâneo, bizarro e muito engraçado. Uma sátira de tudo e todos com uma narrativa quase irreconhecível, difícil digerir schizopolis em uma só assistida, mas certamente me divertiu.
Livre
3.8 1,2KA busca por auto aceitação e um novo caminho numa atuação gigante de Reese Witherspoon.
Bubble - Uma Nova Experiência
3.2 18Filme minimalista com uma atmosfera típica do cinema independente dos anos 90 (parecido com os filmes de Gus Van Sant e harmony korine). Bubble é seco e frio em tratar sobre pessoas já quase sem expectativas em relação à vida que vivem numa pobre e pequena cidade dos EUA.
Os personagens não demonstram nenhuma afetividade por outros ou grande interesse sobre qualquer coisa. Por isso os diálogos podem ser angustiantes, ninguém parece ter algo a dizer e nem desejar estar conversando.
O Estranho
3.3 15Uma honesta revisão dos filmes policiais feita por Soderbergh. The Limey é totalmente sobre Wilson (Terrence Stramp) e isso fica evidente até na montagem do diálogos, que faz o telespectador se sentir dentro da mente embaralhada desse velho criminoso em busca de vingança. Uma trama comum, mas que no filme vai além, explorando toda fragilidade do seu protagonista, seus arrependimentos e sua solidão.
Terapia de Risco
3.6 1,0KInicialmente o filme condiciona o público a acreditar que está assistindo um filme preocupado em problematizar a indústria farmacêutica, o uso descontrolado de remédios e nos fazer questionar o porquê de tantas pessoas se sentirem estado depressivo. Nesse quadro, acompanhamos a personagem de Rooney mara que aparentemente sofre desses problemas. Durante a primeira meia hora especulamos sobre sua condição e tentamos entender o que é estar passando por isso. Até que tudo muda.
E essa pra mim é a grande virtude do filme. Side effects consegue mostrar toda essa podridão da indústria farmacêutica aliada de propagandas que prometem vender a felicidade, e ainda fugir da obviedade para qual o filme caminhava, se tornando um mistério impressionante onde as nuances- nada positivas- de cada personagem são muito bem trabalhadas.
A Rocha
3.5 284Um daqueles filmes que definem um gênero.