Filmão!!! [spoiler alert] Baseado no livro Z, publicado em 1967, de Vassilis Vassilikos, esse é um filme forte que mostra os bastidores de um crime político ocorrido na Grécia, em 1963: o assassinato de um político grego, Grigoris Lambrakis, que sacrificou sua vida em nome da paz e da dignidade humana.
Detalhe: a grande mídia da época fomentou a versão dos policiais e militares, mantendo assim o status quo. Foi o jovem jornalista que, pensando diferente, foi atrás de fatos e provas que foram fundamentais para o desmembramento dos crimes.
Baseado em fatos reais, Costa-Gavras assina embaixo um roteiro muito bem feito; uma direção excelente e com um tempo de filmagem na medida; atuações comprometidas; o conteúdo cinematográfico é riquíssimo. O filme ganhou, na sua época, o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor filme estrangeiro. Super recomendo!
O livro "Os Crimes de Charlotte Brontë", publicado em 1999, traz novos questionamentos sobre possíveis assassinatos na família, explicando que em uma década após o sucesso das irmãs, todos estavam mortos. Algo de podre no lar das irmãs Brontë! Link para essa explicação: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq10079906.htm
Minhas percepções do filme [spoiler alert]:
O Morro dos Ventos Uivantes, Jane Eyre, A senhora de Wildfell Hall, são as principais obras escritas pelas irmãs Brontë, sob o pseudônimo de Currer Bell, Ellis Bell e Acton Bell. Nomes ditos unissex que elas escolheram para encobrir suas identidades originais, dada a situação da época em que viviam [era vitoriana], onde as mulheres eram tratadas como inferiores. Mas as irmãs, especialmente Charlotte, nunca se enxergaram menores. Andando na invisibilidade, elas trouxeram grandes obras que revolucionaram a literatura. O filme, embora simples, traz um conteúdo gigantesco. A relação das irmãs com o irmão doente e o pai idoso, e a preocupação delas com o futuro da família, é um retrato muito curioso de suas personalidades. Merecia um seriado!
É um filme sobre personagens e drama familiar. Denzel está teatral demais, demais! O personagem dele ficou extremamente irritante. Ele não para de falar durante toda a primeira parte do filme. Ai quando a gente pensa que os demais personagens terão uma oportunidade de salvar o filme, o drama que estávamos esperando realmente começa, mas o ranço com Troy Maxson [personagem interpretado pelo Denzel] aumenta ainda mais. Viola Davis é, sem dúvidas, a estrela desse filme e interpreta uma personagem linda, amável e moralmente superior. Esperava mais do roteiro.
A relação dialética entre o celestial e o mundano permeou o filme por toda sua duração. Tive a sensação de não conseguir absorver toda a poesia que o filme trouxe, pelos longos momentos de contemplação proporcionados, que pra mim, foram convertidos em instantes de tédio, infelizmente, pois gostei bastante da direção e as jogadas de câmera. Gostei bastante da estética visual do filme e de pequenas cenas em particulares. Mesmo não curtindo muito, fiquei curioso com a continuação. To be continued...
Apesar de eu, particularmente, não gostar da maioria dos atores escalados, gostei bastante do filme. Ta pensando que as bombas de guerra avisam antes de cair? O filme traz algumas boas surpresas no roteiro, mas não traz diálogos intensos, nem reflexões sobre a guerra, apenas um filme americano bem feito.
Sinto que não consegui absorver o filme em toda sua essência. Mas gostei de muitas coisas abordadas, como as alegorias para o autoritarismo que, ao que sugere, viria também a emergir na Alemanha por princípios de tirania abordados na infância daquelas crianças alemãs. Os ritos e os símbolos permearam o filme, que em suma, era sem cor, sem brilho, sem trilha, sem esperança, sem nada de bom na vida de uma pessoa.
Quando abrem as inscrições para a escola de charme de Bonnie e Clyde?
Bom, particularmente, achei a série produzida pelo The History Channel [Bonnie & Clyde: Dead and Alive] muito melhor do que esse filme. O filme tem um roteiro beeem simples. Diálogos beeem simples. Nada demais.
Esse filme é colossal! Achei que seria mais do mesmo, mas me enganei [positivamente], pois o roteiro é incrível. É um material muito linear no começo, mas as consequências de algumas ações tomadas ao longo da trama desencadeiam no pior que possa existir da humanidade. É uma peça muito realista e triste.
O roteiro é incrível por nos guiar por um determinado caminho e fazer a gente pensar que já entendemos a história toda [engano nosso]. A fórmula se mantém a mesma dos filmes de mesmo gênero, mas surpreende pelo impacto da realidade vivida pelos negros sob as leis de Jim Crow, que recontextualizam a escravidão nos estados do Sul daquele país.
Alguns pequenos erros de execução, como do ator Jason Mitchell [que interpretou Ronsel Jackson], que fez muitas caras e bocas em situações que, ao meu ver, se exigia um certo nível de estoicismo por parte do personagem.
O filme se passa após a segunda Guerra Mundial... detalhe, as leis de Jim Crow, que mantiveram os negros como uma categoria abaixo da humana [pra dizer o mínimo] foram encerradas [no papel] em 1964, no ato pelos Direitos Civis. Gente, fiquei imaginando quanto sofrimento nessa época, por tanto tempo.
[escrevi esse comentário ouvindo ao soundtrack do filme na linda voz da Mary J. Blige]
Gostei do filme. Prende a atenção [mesmo sendo calmo em alguns momentos]. As atuações estão boas e a fotografia se destaca.
O condado Livre de Jones possuiu um líder que não distinguia cor de pele [o que é quase inédito]. O filme traz nuances muito interessantes sobre a tensão racial, a luta por direitos e a liberdade de trabalhadores do Sul... aí surge o contraste com uma realidade em paralelo que também é demonstrada em algumas tomadas, no filme. Recomendo!
Uma direção de alta qualidade me fez imergir no ambiente inóspito dos Estados Unidos de 1967 de uma forma angustiante. O objeto de narrativa dessa obra é rico em forma, cor, diálogos, retórica e horror. Eu saí do filme devastado. Triste, seja pela...
...sentença em favor das forças policiais [no fim do filme]; seja pela barbárie feita contra a comunidade negra da época; seja pela ruptura da dignidade humana que tudo o que foi narrado causou na vida das pessoas. O Larry [personagem interpretado pelo Algee Smith] é demonstrado no filme como alguém que permaneceu com sequelas por toda a sua vida... e isso é de cortar o coração, pois faz a gente perceber que todo aquele ataque contra sua dignidade permaneceu dentro de sua mente por toda sua vida. A lembrança da morte de seu melhor amigo deve ter sido devastadora para que ele conseguisse seguir sua carreira artística.
"Minhas primeiras memórias visuais são de um quadro que ficava em cima do meu berço. Eu olhava para ele todas as noites antes de dormir - O Jardim das Delícias Terrenas - de Hieronymus Bosch. Foi pintado por volta de 1500. E se olharmos para os painéis durante um tempo, veremos que eles contam uma história. No primeiro painel, vemos Adão e Eva no Jardim do Éden. Pássaros voando ao longe, elefantes, girafas e muita iconografia religiosa. É no segundo painel que começa a ficar interessante. Os pecados mortais começam a ser introduzidos na pintura. Há superpopulação, libertinagem e excessos. E no último painel, que é o mais atemorizante, especialmente do ponto de vista de uma criança pequena, a paisagem se torna retorcida, apodrecida e queimada.Um paraíso que foi degradado e destruído." - Essa é a fala de introdução ao documentário, narrada pelo Leonardo DiCaprio. Isso narra, em suma, por uma visão religiosa, a criação da humanidade, seu desenvolvimento e seu fim trágico. A obra tríptica de Bosch apresenta, no quadro central, o prelúdio para o desastre. Isso significa que ainda há tempo para debates e soluções para evitar aquela catástrofe tão desastrosa que é desenhada por Bosch em sua terceira tela.
Momento torta de climão no documentário ocorre quando Leonardo DiCaprio conversa com uma especialista no assunto sobre mudanças climáticas, em Nova Deli:
Ela: - Chega de Hipocrisia.
Ele: - Temos que praticar o que falamos. Com certeza.
Ela: - Desculpe-me por dizer isso, sei que você é americano, e por favor não me leve a mal, mas o consumo de vocês vai criar um buraco no planeta! E eu acho que precisamos ter essa conversa. Vou mostrar meu ponto de vista com gráficos: a eletricidade consumida por um americano, em casa, equivale a 1.5 do consumo de um francês, 2.2 de um japonês, 10 vezes de um chinês e 34 vezes o consumo de um indiano. A questão é que precisamos colocar o estilo de vida e de consumo no centro das negociações climáticas.
[** que tiro foi esse, minha gente??** haushau os argumentos dessa mulher é uma chicotada de moralismo no lombo dos americanos.]
Antes de conversar com ela, Leo estava mostrando dados de consumo da China: "A China depende muito de Combustíveis fósseis, mas parece que eles começaram a transição para fontes renováveis muito mais cedo que o esperado". [uma estrelinha para os chineses, nesse quesito... ok entendemos isso]. Mas ai ele continua, e diz: "A questão é se os países menos desenvolvidos, com populações que crescem rapidamente, farão a mesma transação" [ou seja, sair de queima de combustíveis fósseis para energias renováveis]. Pra mim, é nesse ponto que o documentário falha em sua abordagem, e muito, pois o cerne da questão não são os países pobres com grandes populações, como a Índia, por exemplo. Ai, essa mesma especialista diz, em números, exatamente o que eu penso: "A índia é o maior emissor do mundo. E ainda assim, está lutando contra a escassez de energia e apagões constantes. Nós nos importamos com mudanças climáticas, mas o acesso à energia nesse país é um desafio tão grande quanto o próprio assunto de mudanças climáticas. Precisamos garantir que cada indiano tenha acesso à energia...
Ele: - Existem 300 milhões de habitantes sem energia elétrica aqui na Índia. Isso é o equivalente a toda a população dos Estados Unidos.
- Ela: - Atualmente, em alguns vilarejos da Índia, alguns moradores pegam esterco, amassam e tacam fogo. E essa é a única maneira que eles tem para cozinhar. [ou seja, eles acabam usando esterco para usar como lenha ou carvão]. Hoje em dia a biomassa é usada para cozinhar. Imagine se esses 300 milhões de habitantes começam a usar carvão? Haverá aumento do uso de combustíveis fósseis... e o mundo inteiro já era!"
Gente, vamos debater seriamente sobre o assunto. Aquecimento global está longe de ser um assunto desgastante. Por onde começar a solução do problema? Leonardo DiCaprio propôs um enfoque nos países mais pobres [o que é razoável de se pensar], mas seu enfoque é na transição de fósseis para energia limpa desses países, mas aí a especialista apresenta informações de que nem no patamar de queima de combustíveis fósseis os indianos estão, imagina se estivessem, como planeta não estaria hoje?
A solução começa aqui: precisamos colocar o estilo de vida e de consumo no centro das negociações climáticas.
O filme Operação Anthropoid possui informações complementares a esse filme aqui. Em muitos pontos, ambos os filmes convergem suas informações, em outros, me pareceu criatividade dos roteiros em construir uma história baseada em fatos reais [o que não há nenhum problema nisso].
Em The Man With the Iron Heart os personagens são bons, intensos e mergulham na atmosfera densa e nebulosa que é necessário para o momento histórico retratado. Achei também que a personagem da Rosamund Pike poderia ter sido melhor explorada, assim como o do próprio Reinhard Heydrich [interpretado muito bem pelo Jason Clarke]. Também concordo com o comentário anterior, de que a dualidade na personalidade de Heydrich poderia ter tido mais enfoque, o que complementa com a falta de investimento na evolução dos personagens. Gostei bastante, porém, da paleta de cores vivas [como o vermelho amplamente distribuído], mesmo esse tendo sido um período obscuro e de grandes eventos com nuvens nebulosas de medo, humilhação e decadência. Mas não para Heydrich, que ascendia no domínio nazista.
Consigo entender o motivo do adjetivo "Coração de Ferro" atribuído ao Heydrich, já que ele foi o terceiro nazista mais importante dentro do Terceiro Reich, em termos de hierarquia [ficando, apenas, atrás do Himmler e do próprio medonho lá, o Hitler], por ter sido o chefe da Gestapo [o que não fica claro no filme] e pela sua astúcia em colocar em prática a "Solução Final" [que era o plano de dizimar todos os judeus em território de domínio nazista].
Himmler e Heydrich são apresentados no filme como se fossem unha e carne, mas o partido nazista como um todo realizava reuniões importantes com diversos membros do alto escalão, e foi aí que eu achei que o filme pecou um pouco, pois o próprio Führer da Alemanha Nazista não apareceu em nenhuma tomada, nem Goebbels [ministro da propaganda], nem Albert Speer [o arquiteto da Alemanha Nazista], o que seria interessante nessa narrativa meio biográfica, ao meu ver.
Achei que o filme faltou um pouco em aspectos que pudessem nos ilustrar ainda mais a brutalidade desse "Coração de Ferro", no que se refere aos campos de concentração e aos assaltos sistemáticos promovidos pelo departamento de segurança [que era chefiado pelo próprio Heydrich]. Entendo que o filme ilustrou, e muito bem, toda a humilhação e horror sofridos pelo povo checo, assim como pelos ajudantes dos soldados paraquedistas que tinham o objetivo de matar o Heydrich. Sua falta de humanidade consiste em muito mais que a eliminação de dezenas de pessoas, mas sim de milhares de judeus e quem estivesse na frente dos seus planos.
No final do filme é dito que os nazistas tinham planos de tomar Paris e estabelecer Heydrich por lá, da mesma forma que eles fizeram em Praga, na Checoslováquia [e com sucesso]. Heydrich não se estabeleceu na França, pois morreu após a operação Anthropoid ter sido concluída, mas a França foi tomada pelas forças obscuras e doentias do nazismo [com a ajuda do próprio chefe de estado francês, Marechal Pétain].
Se a gente extrapolar essa ideia de supremacia da raça ariana e ideologia naziata, eu só vejo uma via que combina com essa narrativa: O Homem do Castelo Alto. Essa é uma série [fictícia] baseada no livro do escritor Philip K. Dick (1962). A questão inicial do livro é bastante clara: Alemanha nazista aliada ao Japão imperial venceram a Segunda Guerra Mundial. O que supostamente teria acontecido ao restante das nações, especialmente aos Estados Unidos, se os nazistas tivessem vencido a guerra? Fica aqui a semente para nossa imaginação.
Que filme estranho. O Filmow disponibiliza na sinopse 70% de spoiler do filme. Os restantes 30% são divididos em torta de climão e um final reflexivo. Atitudes questionáveis, desapontamentos e uma trilha sonora lírica que nos guia para uma imersão de um sentimentalismo quase único.
Isabel foi a verdadeira culpada de todo esse drama. Atitude irresponsável de manter uma mentira a todo custo pelo fato de não suportar a dor do aborto de dois filhos. O Tom desde o início foi justo e honesto, buscando encontrar equilíbrio entre o que é certo e o amor pela sua esposa que estava meio depressiva. Lá pelas tantas eu já queria que ele tivesse ficado com a viúva Hannah do que com a própria esposa, que o abandonou quando ele mais precisava. Aí quando ela [Isabel] percebe que teria sua filha [Lucy] de volta, ela corre atrás do marido preso. Ah, nos poupe!
É um primor de documentário. Emocionante, tenso e melancólico. Eu acho incrível como os relatos da Segunda Guerra Mundial ainda possuem um significado impactante em mim; seja pela garra e heroísmo que muitos tiveram em ajudar os excluídos [judeus, deficientes, pobres...], seja pelo declínio humano que imperava nesse período histórico.
Eu estava esperando esse filme ser lançado há muitos meses. Quando saiu o trailer, eu fui correndo ver. Minha reação foi tipo: whaat? Não tinha entendido nada. Quando o poster foi lançado, eu comecei a juntar léu com créu e na minha cabeça nada rimava ou tomava forma. O poster era a Jennifer Lawrence em uma espécie de representação vitoriana na Renascença, com o próprio coração na mão, meio a um jardim. No trailer, uma casa parecia ser tomada por uma força maligna... Os gritos, o tom da música perturbadora, os sons de arranhões na madeira, tudo trabalhou para um mistério que eu certamente estaria na estréia do filme para desvendar.
Eu fui para o cinema com a seguinte ilustração do filme: ele era uma alegoria para a mãe natureza e demonstrava o declínio humano por uma perspectiva bíblica. (Era isso, o poster e o trailer que me abasteceram antes de ver o filme).
Convidei dois amigos para assistirem comigo. Compramos pipoca, refrigerante e amendoim. Sentamos para ver. Confesso que a primeira parte do filme eu fiquei meio entediado, já que nada parecia se desenrolar (já que nada havia se enrolado mesmo). Captei um mistério aqui, outro ali. Mas nada que me fosse de grande relevância. Comecei a entender uma das camadas do filme lá pelos 10 min finais. E achei que estivesse entendendo tudo. Quando o filme terminou e fui debater com meus amigos, percebi que eu não tinha entendido nada! Um dos meus amigos disse: - tu viu que cena foi aquela do menino Jesus? E do Caim e Abel? E do Dilúvio? Eu fiquei pensando que talvez eu tivesse visto o filme errado... Hahah mas não.
Após o filme, ficamos conversando por umas duas horas. Depois disso, passamos a semana toda tentando entender uma cena aqui, uma mensagem ali, o que era aquele pó amarelo, o que era aquele último olhar da Michelle Pfeiffer para a Jen. Enfim, foram semanas de pesquisas, de imersão no universo Aronofsky. Depois de muitos vídeos assistidos, reviews, críticas, entrevistas do próprio diretor, dos atores... percebi que toda a experiência de tentar desvendar os mistérios, os símbolos, os significados, tudo foi um movimento que o cinema proporcionou para mim naquele momento. E eu aproveitei!
As atuações foram de primeira. Achei minha amiga Jen em uma de suas melhores atuações (a melhor, na minha opinião, até então). Eu percebi que a mãe natureza que ela interpretou não possuía ego. Todo o movimento que ela produzia era pura lei natural: ação e reação. Ela representou tudo aquilo que nós da área científica percebemos na natureza: a mais pura a e bela forma de expressão da verdade. a mãe natureza não ficava furiosa porque ela se sentia magoada; ela estava sendo atacada. Suas víceras estavam sendo expostas. Seu elixir da vida pulsante estava se desmantelando pelas rachaduras das mazelas humanas, pelo pudor, pela falta do sentimento mais elementar: a unidade.
Mamãe ficou brava! Com razão. Ela era questionadora: quem são eles? Porque eles estão aqui? Porque eles estão fazendo isso? Porquê?
Os questionamentos podem ser elevados à esfera ambiental, religiosa, humanitária, política... Na esfera que for.
Eu poderia ficar horas escrevendo e resenhando sobre a poética desse filme. As camadas vão se abrindo como pétalas de rosa. As nuances são pinceladas de curiosidade que nos fazem questionar, duvidar, pôr nossas crenças e posicionamentos à prova, mesmo.
" Que maravilhoso e surpreendente esquema temos aqui na magnífica imensidão do universo. Tantos Sóis, tantas Terras...!" - Christian Huygens, Novas Conjecturas Sobre os Mundos Planetários, Seus Habitantes e Produções (1670)
O legal disso, é que cada um enxerga as coisas com detalhes diferentes. Uns vêem de uma certa cor, outros sem cores. Isso me faz lembrar de quando eu era criança. Eu sonhava apenas em preto e branco. Quando eu conheci uma amiga na escola e compartilhamos detalhes dos nossos sonhos, não imaginaria que as pessoas sonhavam colorido também. Me senti único! Até o dia em que eu sonhei colorido. Tive que me reinventar.
Que simples essa lembrança. Mas isso me faz lembrar de uma época em que o planeta estava desabitado de seres humanos. Apenas plantas e animais. Quanto ar puro! Um sonho né? ... Tão distante, que pra mim hoje, esse seria um quadro em preto e branco.
tivesse voltado para ver o Tony e quisesse reatar o relacionamento deles de 15 anos atrás. Ele, como já não estava muito afim de ir para a Califórnia com a atual namorada, poderia desenvolver essa inquietude entre o relacionamento estável ou se entregar para a moça desconhecida. Mas infelizmente ela só veio e foi sem motivo. Já foi tarde.
[Rachel Weisz em sotaque novaiorquino foi impecável!!!]
Procurando por um filme que traz uma reinterpretação de um líder espiritual sem virtudes? Achou, é esse filme mesmo.
Last Days in the Desert é o próprio retrato do declínio humano. Um líder que não sabe para onde vai [nota-se que ele não caminha na frente, está sempre atrás dos demais personagens].
Last Days in the Desert configura a trajetória final de um homem que estava em busca de clareza nas ideias [por isso o propósito da oração, dito por ele mesmo] e penitência [por isso o jejum, concluo eu], embora seja retratado no Livro dos Atos que o jejum sirva para clarear as ideias e se aproximar de Deus [o que também combina com o propósito]. Ele conseguiu alcançar seus objetivos nessa empreitada pelo deserto?
Bom, Ewan McGregor [que interpreta Jesus e o trevoso], o que em momentos não consegui distinguir quem era quem, por serem iguais, por falarem da mesma forma, por ambos estarem em busca de algo. O próprio trevoso parecia saber de tudo, do início ao fim. Uma espécie de probabilidade e estatística da vida. Mas veja bem, em João [na Bíblia], é dito que Jesus é o próprio Deus. Por uma linha de pensamento lógico, ele sendo o próprio Deus, criador de tudo, onisciente, não saberia das coisas? E porque ele precisaria ser tentado pelo trevoso? [sendo ele Deus, jamais cederia ou entraria em apostas], nem mesmo se daria a perca de tempo de ir para o deserto jejuar. Uma dica, esse questionamento filosófico também é trazido nos livros de Fiódor Dostoiévski [em especial no capítulo O grande Inquisidor, dos Irmãos Karamázov].
Gostaria de ter visto mais calor nos gestos de Ewan McGregor; determinação; negar com fervor o que não quer; aceitar com grande gratidão o que lhe é agraciado; gostaria de ver olhares penetrantes, mesmo que não soubesse o que falar [e ele não sabia mesmo, em uma ocasião chegou a dizer "fale algo importante" para si mesmo... e "qualquer coisa que não seja superficial"]. Pois bem, esse foi o significado dessa história retratada: muitas cenas superficiais com poucos significados e nenhuma questão levantada ao longo do filme, exceto na cena final...
O sotaque britânico de Rooney Mara não ficou bom [ficou bem fake, na verdade]. Ela também ainda precisa se desfazer dessa expressão de escultura do Louvre [não chega a ser uma Kristen Stewart da vida, ainda!].
Una saiu abusada dessa história por diversas formas. Ela obviamente ainda tinha sentimentos pelo seu "abusador". Ela foi atrás dele para... nem ela sabia direito. Seus gestos aleatórios, olhares vazios e por vezes, de apaixonada, tornaram-na vítima de uma situação que começou a perder o controle. Una se despiu e foi em busca daquele sexo gostoso que ela sempre teve com um cara super mais velho que ela. Ela gostava. Ele mais ainda.
A romantização em torno do tema de abuso de menores não ficou legal. O telespectador também sai dessa trama se sentindo sujo [eu sim, pelo menos]. Em momentos, acreditamos que ela o amava [e tudo indica que sim], em outros momentos, observamos que aquele abuso que ela sofreu quando tinha 13 anos teve efeitos permanentes em sua vida adulta. Ela não tinha namorados [nada de mal nisso, mas sua postura melancólica indicava que ela tinha dificuldades de se relacionar com outros homens, de forma sentimental], tinha um emprego que não gostava e nem sabia direito o que queria da vida. Enquanto que o Peter/Ray era um cara com um cargo de liderança, com uma casa bonita e uma esposa zelosa... e uma enteada menor de idade.
O psicológico de Una, que já estava abalado, se deturpa de vez quando ela percebe que não tem controle da verdade: ele não a amava? Ela percebe isso no final do filme, e sai... sai perdida pela rua, pela vida.
Abe Lucas, o professor de filosofia, é o espelho prático de Raskólnikov [personagem em Crime e Castigo, de Dostoiévski]. Seu papel no filme é exercer sua postura de ateu e niilista para o mundo, em especial aos alunos da universidade em que leciona e nem se importa (talvez por já ter tido muitos privilégios na vida) e para a moça Annie Hall [interpretada por Emma Stone, a princesinha de Woody Allen em seu outro filme, A Magia do Luar]. A relação arquétipa entre o casal consiste: ele, um pessimista, homem de impulsos suicídicos, com a perda do sentido de viver... e ela, otimista, que vislumbra o belo e se sente atraída pelo desconhecido.
A narrativa é envolvente, peculiar, mas com os mesmos ares dos mesmos filmes de Woody Allen [e isso não significa ser a "pegada" dele como diretor]. Essa crítica direta ao seu estilo de filme é importante, pois nos remete àquela tal representatividade (que é tão requerida nos dias de hoje em Hollywood). Os jardins floridos, os personagens brancos, ricos e emponderados pelos mil e um privilégios [afinal, onde estão os atores negros nos filmes do Woody Allen? ... quando alguém achar, por favor, me avisem].
Por fim, Abe Lucas parece ter tido uma experiência onírica quando resgata aquele sentido de viver, que parece ter perdido há muito tempo. E esse resgate do "eu" não se deu pela influência da moça bela e inteligente, mas pelo acaso. Somado ao impulso delirante de sua própria existência, isso, pra mim, resume o significado do personagem irracional!
Terra de Minas é um filme bastante realista e relevante! [e indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2017].
A narrativa é muito eficiente... a gente começa a se importar com cada um dos personagens e tentar entender a complexidade de mais um episódio pós Segunda Guerra Mundial [e perceber mais um degrau do nível de crueldade nazista].
A questão reflexiva que o filme me remete é quando os jovens soldados alemães sonham em voltar para casa e trabalhar, constituir uma família, ser alguém na vida... assim como os judeus também sonhavam. E quando a gente pensa nisso, a gente se depara com a fragilidade humana frente às questões morais. Super recomendo!
O filme não tem emoção, não tem propósito, não tem clímax.
A sinopse nos informa: "os soldados devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial". Primeiro, eu fiquei super ansioso pra acompanhar um dos episódios da história (onde no Canal da Macha, ao norte da França, em Dunkirk, soldados aliados foram encurralados). Porém...
esse resgate "durante" a batalha não existiu (não no filme). Não acho que o que foi mostrado no filme foi uma batalha de verdade. E os resgates que eles mostraram aconteciam de forma aleatória, quase sem conexão com os fatos.
Muitos justificam dizendo que o filme não é de guerra. Me desculpa, é sim (pelo menos pelo trailer, pela sinopse e pela proposta deveria ser de guerra). Mas realmente não é. Mas ok. Acontece que o filme não narra uma história baseada em um evento histórico. Nolan tenta contar uma história que não foi assim que aconteceu. Tem outros filmes que narram Dunkirk de uma forma mais realística e menos ensaiada.
As bombas eram jogadas e elas caiam de forma sincronizadas. As caixas e filas de soldados que apareciam no filme pareciam simétricas entre si. Não havia sujeira, nem derramamento de sangue... tudo muito clean e robótico. Os soldados não tinham emoção nem apresentavam desgaste emocional, nem motivação, nem nada.
Particularmente, a trilha sonora de Hans Zimmer também não me agradou (seus trabalhos em Inception e Interstellar foram extremamente grandiosos, em comparação).
Eu aposto o Oscar de melhor efeitos visuais em Blade Runner 2049, já que em Dunkirk a paleta de cores sombrias, pálidas e opacas de azul-verde, cinza e preto não constroem grandes camadas para os efeitos apresentados. Que pena.
Dunkirk é bom? Segue a melhor crítica feita, do canal Super Oito, no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=KqpZRkLBYBQ&t=411s
Esse é o melhor documentário que eu já assisti sobre a Segunda Guerra Mundial. O requinte de detalhes em cada instante; as nuances trágico-poéticas que narram essa peça de horrores vivida por nós, humanidade; há a sensação de uma crescente força que se espalha entre o concreto, as cidades, as pessoas... em suma: é colossal!
Z
4.4 122Filmão!!! [spoiler alert]
Baseado no livro Z, publicado em 1967, de Vassilis Vassilikos, esse é um filme forte que mostra os bastidores de um crime político ocorrido na Grécia, em 1963: o assassinato de um político grego, Grigoris Lambrakis, que sacrificou sua vida em nome da paz e da dignidade humana.
Detalhe: a grande mídia da época fomentou a versão dos policiais e militares, mantendo assim o status quo. Foi o jovem jornalista que, pensando diferente, foi atrás de fatos e provas que foram fundamentais para o desmembramento dos crimes.
Baseado em fatos reais, Costa-Gavras assina embaixo um roteiro muito bem feito; uma direção excelente e com um tempo de filmagem na medida; atuações comprometidas; o conteúdo cinematográfico é riquíssimo. O filme ganhou, na sua época, o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor filme estrangeiro. Super recomendo!
Z - Ele ainda está vivo
As Irmãs Brontë
3.8 34 Assista AgoraO que não foi narrado no filme:
O livro "Os Crimes de Charlotte Brontë", publicado em 1999, traz novos questionamentos sobre possíveis assassinatos na família, explicando que em uma década após o sucesso das irmãs, todos estavam mortos. Algo de podre no lar das irmãs Brontë!
Link para essa explicação: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq10079906.htm
Minhas percepções do filme [spoiler alert]:
O Morro dos Ventos Uivantes, Jane Eyre, A senhora de Wildfell Hall, são as principais obras escritas pelas irmãs Brontë, sob o pseudônimo de Currer Bell, Ellis Bell e Acton Bell. Nomes ditos unissex que elas escolheram para encobrir suas identidades originais, dada a situação da época em que viviam [era vitoriana], onde as mulheres eram tratadas como inferiores. Mas as irmãs, especialmente Charlotte, nunca se enxergaram menores. Andando na invisibilidade, elas trouxeram grandes obras que revolucionaram a literatura.
O filme, embora simples, traz um conteúdo gigantesco. A relação das irmãs com o irmão doente e o pai idoso, e a preocupação delas com o futuro da família, é um retrato muito curioso de suas personalidades. Merecia um seriado!
As irmãs invisíveis
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista AgoraÉ um filme sobre personagens e drama familiar.
Denzel está teatral demais, demais! O personagem dele ficou extremamente irritante. Ele não para de falar durante toda a primeira parte do filme. Ai quando a gente pensa que os demais personagens terão uma oportunidade de salvar o filme, o drama que estávamos esperando realmente começa, mas o ranço com Troy Maxson [personagem interpretado pelo Denzel] aumenta ainda mais. Viola Davis é, sem dúvidas, a estrela desse filme e interpreta uma personagem linda, amável e moralmente superior. Esperava mais do roteiro.
Uma Revolta Entre Nós
Era Uma Vez na Anatólia
3.8 60É uma pena, mas não consigo extrair nada de bom desse filme. Não recomendo.
Era Uma Vez na Autópsia
Asas do Desejo
4.3 493 Assista AgoraA relação dialética entre o celestial e o mundano permeou o filme por toda sua duração. Tive a sensação de não conseguir absorver toda a poesia que o filme trouxe, pelos longos momentos de contemplação proporcionados, que pra mim, foram convertidos em instantes de tédio, infelizmente, pois gostei bastante da direção e as jogadas de câmera. Gostei bastante da estética visual do filme e de pequenas cenas em particulares. Mesmo não curtindo muito, fiquei curioso com a continuação. To be continued...
Asas do Anjo Caído
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraApesar de eu, particularmente, não gostar da maioria dos atores escalados, gostei bastante do filme. Ta pensando que as bombas de guerra avisam antes de cair? O filme traz algumas boas surpresas no roteiro, mas não traz diálogos intensos, nem reflexões sobre a guerra, apenas um filme americano bem feito.
Tanques de Ferro
A Fita Branca
4.0 756 Assista AgoraSinto que não consegui absorver o filme em toda sua essência. Mas gostei de muitas coisas abordadas, como as alegorias para o autoritarismo que, ao que sugere, viria também a emergir na Alemanha por princípios de tirania abordados na infância daquelas crianças alemãs. Os ritos e os símbolos permearam o filme, que em suma, era sem cor, sem brilho, sem trilha, sem esperança, sem nada de bom na vida de uma pessoa.
A fita da inocência
Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas
4.0 399 Assista AgoraQuando abrem as inscrições para a escola de charme de Bonnie e Clyde?
Bom, particularmente, achei a série produzida pelo The History Channel [Bonnie & Clyde: Dead and Alive] muito melhor do que esse filme. O filme tem um roteiro beeem simples. Diálogos beeem simples. Nada demais.
Bonnie e Clyde - Uma rajada de sono
Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi
4.1 323 Assista AgoraEsse filme é colossal! Achei que seria mais do mesmo, mas me enganei [positivamente], pois o roteiro é incrível. É um material muito linear no começo, mas as consequências de algumas ações tomadas ao longo da trama desencadeiam no pior que possa existir da humanidade. É uma peça muito realista e triste.
O roteiro é incrível por nos guiar por um determinado caminho e fazer a gente pensar que já entendemos a história toda [engano nosso]. A fórmula se mantém a mesma dos filmes de mesmo gênero, mas surpreende pelo impacto da realidade vivida pelos negros sob as leis de Jim Crow, que recontextualizam a escravidão nos estados do Sul daquele país.
Alguns pequenos erros de execução, como do ator Jason Mitchell [que interpretou Ronsel Jackson], que fez muitas caras e bocas em situações que, ao meu ver, se exigia um certo nível de estoicismo por parte do personagem.
O filme se passa após a segunda Guerra Mundial... detalhe, as leis de Jim Crow, que mantiveram os negros como uma categoria abaixo da humana [pra dizer o mínimo] foram encerradas [no papel] em 1964, no ato pelos Direitos Civis. Gente, fiquei imaginando quanto sofrimento nessa época, por tanto tempo.
[escrevi esse comentário ouvindo ao soundtrack do filme na linda voz da Mary J. Blige]
Um Estado de Liberdade
3.7 215 Assista AgoraGostei do filme. Prende a atenção [mesmo sendo calmo em alguns momentos]. As atuações estão boas e a fotografia se destaca.
O condado Livre de Jones possuiu um líder que não distinguia cor de pele [o que é quase inédito]. O filme traz nuances muito interessantes sobre a tensão racial, a luta por direitos e a liberdade de trabalhadores do Sul... aí surge o contraste com uma realidade em paralelo que também é demonstrada em algumas tomadas, no filme. Recomendo!
Detroit em Rebelião
4.0 193 Assista AgoraUma direção de alta qualidade me fez imergir no ambiente inóspito dos Estados Unidos de 1967 de uma forma angustiante. O objeto de narrativa dessa obra é rico em forma, cor, diálogos, retórica e horror. Eu saí do filme devastado. Triste, seja pela...
...sentença em favor das forças policiais [no fim do filme]; seja pela barbárie feita contra a comunidade negra da época; seja pela ruptura da dignidade humana que tudo o que foi narrado causou na vida das pessoas. O Larry [personagem interpretado pelo Algee Smith] é demonstrado no filme como alguém que permaneceu com sequelas por toda a sua vida... e isso é de cortar o coração, pois faz a gente perceber que todo aquele ataque contra sua dignidade permaneceu dentro de sua mente por toda sua vida. A lembrança da morte de seu melhor amigo deve ter sido devastadora para que ele conseguisse seguir sua carreira artística.
FILMÃO! Recomendo.
Seremos História?
4.3 59 Assista AgoraVamos debater sobre mudanças climáticas?
Minhas perspectivas sobre o documentário [com spoiler]:
"Minhas primeiras memórias visuais são de um quadro que ficava em cima do meu berço. Eu olhava para ele todas as noites antes de dormir - O Jardim das Delícias Terrenas - de Hieronymus Bosch. Foi pintado por volta de 1500. E se olharmos para os painéis durante um tempo, veremos que eles contam uma história. No primeiro painel, vemos Adão e Eva no Jardim do Éden. Pássaros voando ao longe, elefantes, girafas e muita iconografia religiosa. É no segundo painel que começa a ficar interessante. Os pecados mortais começam a ser introduzidos na pintura. Há superpopulação, libertinagem e excessos. E no último painel, que é o mais atemorizante, especialmente do ponto de vista de uma criança pequena, a paisagem se torna retorcida, apodrecida e queimada.Um paraíso que foi degradado e destruído." - Essa é a fala de introdução ao documentário, narrada pelo Leonardo DiCaprio. Isso narra, em suma, por uma visão religiosa, a criação da humanidade, seu desenvolvimento e seu fim trágico. A obra tríptica de Bosch apresenta, no quadro central, o prelúdio para o desastre. Isso significa que ainda há tempo para debates e soluções para evitar aquela catástrofe tão desastrosa que é desenhada por Bosch em sua terceira tela.
Momento torta de climão no documentário ocorre quando Leonardo DiCaprio conversa com uma especialista no assunto sobre mudanças climáticas, em Nova Deli:
Ela: - Chega de Hipocrisia.
Ele: - Temos que praticar o que falamos. Com certeza.
Ela: - Desculpe-me por dizer isso, sei que você é americano, e por favor não me leve a mal, mas o consumo de vocês vai criar um buraco no planeta! E eu acho que precisamos ter essa conversa. Vou mostrar meu ponto de vista com gráficos: a eletricidade consumida por um americano, em casa, equivale a 1.5 do consumo de um francês, 2.2 de um japonês, 10 vezes de um chinês e 34 vezes o consumo de um indiano. A questão é que precisamos colocar o estilo de vida e de consumo no centro das negociações climáticas.
[** que tiro foi esse, minha gente??** haushau os argumentos dessa mulher é uma chicotada de moralismo no lombo dos americanos.]
Antes de conversar com ela, Leo estava mostrando dados de consumo da China: "A China depende muito de Combustíveis fósseis, mas parece que eles começaram a transição para fontes renováveis muito mais cedo que o esperado". [uma estrelinha para os chineses, nesse quesito... ok entendemos isso]. Mas ai ele continua, e diz: "A questão é se os países menos desenvolvidos, com populações que crescem rapidamente, farão a mesma transação" [ou seja, sair de queima de combustíveis fósseis para energias renováveis]. Pra mim, é nesse ponto que o documentário falha em sua abordagem, e muito, pois o cerne da questão não são os países pobres com grandes populações, como a Índia, por exemplo. Ai, essa mesma especialista diz, em números, exatamente o que eu penso: "A índia é o maior emissor do mundo. E ainda assim, está lutando contra a escassez de energia e apagões constantes. Nós nos importamos com mudanças climáticas, mas o acesso à energia nesse país é um desafio tão grande quanto o próprio assunto de mudanças climáticas. Precisamos garantir que cada indiano tenha acesso à energia...
Ele: - Existem 300 milhões de habitantes sem energia elétrica aqui na Índia. Isso é o equivalente a toda a população dos Estados Unidos.
- Ela: - Atualmente, em alguns vilarejos da Índia, alguns moradores pegam esterco, amassam e tacam fogo. E essa é a única maneira que eles tem para cozinhar. [ou seja, eles acabam usando esterco para usar como lenha ou carvão]. Hoje em dia a biomassa é usada para cozinhar. Imagine se esses 300 milhões de habitantes começam a usar carvão? Haverá aumento do uso de combustíveis fósseis... e o mundo inteiro já era!"
Gente, vamos debater seriamente sobre o assunto. Aquecimento global está longe de ser um assunto desgastante. Por onde começar a solução do problema? Leonardo DiCaprio propôs um enfoque nos países mais pobres [o que é razoável de se pensar], mas seu enfoque é na transição de fósseis para energia limpa desses países, mas aí a especialista apresenta informações de que nem no patamar de queima de combustíveis fósseis os indianos estão, imagina se estivessem, como planeta não estaria hoje?
A solução começa aqui: precisamos colocar o estilo de vida e de consumo no centro das negociações climáticas.
The Man With the Iron Heart
3.4 37O filme Operação Anthropoid possui informações complementares a esse filme aqui. Em muitos pontos, ambos os filmes convergem suas informações, em outros, me pareceu criatividade dos roteiros em construir uma história baseada em fatos reais [o que não há nenhum problema nisso].
Em The Man With the Iron Heart os personagens são bons, intensos e mergulham na atmosfera densa e nebulosa que é necessário para o momento histórico retratado. Achei também que a personagem da Rosamund Pike poderia ter sido melhor explorada, assim como o do próprio Reinhard Heydrich [interpretado muito bem pelo Jason Clarke]. Também concordo com o comentário anterior, de que a dualidade na personalidade de Heydrich poderia ter tido mais enfoque, o que complementa com a falta de investimento na evolução dos personagens. Gostei bastante, porém, da paleta de cores vivas [como o vermelho amplamente distribuído], mesmo esse tendo sido um período obscuro e de grandes eventos com nuvens nebulosas de medo, humilhação e decadência. Mas não para Heydrich, que ascendia no domínio nazista.
Consigo entender o motivo do adjetivo "Coração de Ferro" atribuído ao Heydrich, já que ele foi o terceiro nazista mais importante dentro do Terceiro Reich, em termos de hierarquia [ficando, apenas, atrás do Himmler e do próprio medonho lá, o Hitler], por ter sido o chefe da Gestapo [o que não fica claro no filme] e pela sua astúcia em colocar em prática a "Solução Final" [que era o plano de dizimar todos os judeus em território de domínio nazista].
Himmler e Heydrich são apresentados no filme como se fossem unha e carne, mas o partido nazista como um todo realizava reuniões importantes com diversos membros do alto escalão, e foi aí que eu achei que o filme pecou um pouco, pois o próprio Führer da Alemanha Nazista não apareceu em nenhuma tomada, nem Goebbels [ministro da propaganda], nem Albert Speer [o arquiteto da Alemanha Nazista], o que seria interessante nessa narrativa meio biográfica, ao meu ver.
Achei que o filme faltou um pouco em aspectos que pudessem nos ilustrar ainda mais a brutalidade desse "Coração de Ferro", no que se refere aos campos de concentração e aos assaltos sistemáticos promovidos pelo departamento de segurança [que era chefiado pelo próprio Heydrich]. Entendo que o filme ilustrou, e muito bem, toda a humilhação e horror sofridos pelo povo checo, assim como pelos ajudantes dos soldados paraquedistas que tinham o objetivo de matar o Heydrich. Sua falta de humanidade consiste em muito mais que a eliminação de dezenas de pessoas, mas sim de milhares de judeus e quem estivesse na frente dos seus planos.
No final do filme é dito que os nazistas tinham planos de tomar Paris e estabelecer Heydrich por lá, da mesma forma que eles fizeram em Praga, na Checoslováquia [e com sucesso]. Heydrich não se estabeleceu na França, pois morreu após a operação Anthropoid ter sido concluída, mas a França foi tomada pelas forças obscuras e doentias do nazismo [com a ajuda do próprio chefe de estado francês, Marechal Pétain].
Se a gente extrapolar essa ideia de supremacia da raça ariana e ideologia naziata, eu só vejo uma via que combina com essa narrativa: O Homem do Castelo Alto. Essa é uma série [fictícia] baseada no livro do escritor Philip K. Dick (1962). A questão inicial do livro é bastante clara: Alemanha nazista aliada ao Japão imperial venceram a Segunda Guerra Mundial. O que supostamente teria acontecido ao restante das nações, especialmente aos Estados Unidos, se os nazistas tivessem vencido a guerra? Fica aqui a semente para nossa imaginação.
A Luz Entre Oceanos
3.8 357 Assista AgoraQue filme estranho.
O Filmow disponibiliza na sinopse 70% de spoiler do filme. Os restantes 30% são divididos em torta de climão e um final reflexivo. Atitudes questionáveis, desapontamentos e uma trilha sonora lírica que nos guia para uma imersão de um sentimentalismo quase único.
A culpa de tudo foi de quem?
Isabel foi a verdadeira culpada de todo esse drama. Atitude irresponsável de manter uma mentira a todo custo pelo fato de não suportar a dor do aborto de dois filhos. O Tom desde o início foi justo e honesto, buscando encontrar equilíbrio entre o que é certo e o amor pela sua esposa que estava meio depressiva. Lá pelas tantas eu já queria que ele tivesse ficado com a viúva Hannah do que com a própria esposa, que o abandonou quando ele mais precisava. Aí quando ela [Isabel] percebe que teria sua filha [Lucy] de volta, ela corre atrás do marido preso. Ah, nos poupe!
Defying the Nazis: The Sharps' War
4.2 4É um primor de documentário. Emocionante, tenso e melancólico. Eu acho incrível como os relatos da Segunda Guerra Mundial ainda possuem um significado impactante em mim; seja pela garra e heroísmo que muitos tiveram em ajudar os excluídos [judeus, deficientes, pobres...], seja pelo declínio humano que imperava nesse período histórico.
Merecia uma série!
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraEu estava esperando esse filme ser lançado há muitos meses. Quando saiu o trailer, eu fui correndo ver. Minha reação foi tipo: whaat? Não tinha entendido nada. Quando o poster foi lançado, eu comecei a juntar léu com créu e na minha cabeça nada rimava ou tomava forma. O poster era a Jennifer Lawrence em uma espécie de representação vitoriana na Renascença, com o próprio coração na mão, meio a um jardim. No trailer, uma casa parecia ser tomada por uma força maligna... Os gritos, o tom da música perturbadora, os sons de arranhões na madeira, tudo trabalhou para um mistério que eu certamente estaria na estréia do filme para desvendar.
Eu fui para o cinema com a seguinte ilustração do filme: ele era uma alegoria para a mãe natureza e demonstrava o declínio humano por uma perspectiva bíblica. (Era isso, o poster e o trailer que me abasteceram antes de ver o filme).
Convidei dois amigos para assistirem comigo. Compramos pipoca, refrigerante e amendoim. Sentamos para ver. Confesso que a primeira parte do filme eu fiquei meio entediado, já que nada parecia se desenrolar (já que nada havia se enrolado mesmo). Captei um mistério aqui, outro ali. Mas nada que me fosse de grande relevância. Comecei a entender uma das camadas do filme lá pelos 10 min finais. E achei que estivesse entendendo tudo. Quando o filme terminou e fui debater com meus amigos, percebi que eu não tinha entendido nada!
Um dos meus amigos disse: - tu viu que cena foi aquela do menino Jesus? E do Caim e Abel? E do Dilúvio?
Eu fiquei pensando que talvez eu tivesse visto o filme errado... Hahah mas não.
Após o filme, ficamos conversando por umas duas horas. Depois disso, passamos a semana toda tentando entender uma cena aqui, uma mensagem ali, o que era aquele pó amarelo, o que era aquele último olhar da Michelle Pfeiffer para a Jen. Enfim, foram semanas de pesquisas, de imersão no universo Aronofsky. Depois de muitos vídeos assistidos, reviews, críticas, entrevistas do próprio diretor, dos atores... percebi que toda a experiência de tentar desvendar os mistérios, os símbolos, os significados, tudo foi um movimento que o cinema proporcionou para mim naquele momento. E eu aproveitei!
As atuações foram de primeira. Achei minha amiga Jen em uma de suas melhores atuações (a melhor, na minha opinião, até então). Eu percebi que a mãe natureza que ela interpretou não possuía ego. Todo o movimento que ela produzia era pura lei natural: ação e reação. Ela representou tudo aquilo que nós da área científica percebemos na natureza: a mais pura a e bela forma de expressão da verdade. a mãe natureza não ficava furiosa porque ela se sentia magoada; ela estava sendo atacada. Suas víceras estavam sendo expostas. Seu elixir da vida pulsante estava se desmantelando pelas rachaduras das mazelas humanas, pelo pudor, pela falta do sentimento mais elementar: a unidade.
Mamãe ficou brava! Com razão. Ela era questionadora: quem são eles? Porque eles estão aqui? Porque eles estão fazendo isso? Porquê?
Os questionamentos podem ser elevados à esfera ambiental, religiosa, humanitária, política... Na esfera que for.
Eu poderia ficar horas escrevendo e resenhando sobre a poética desse filme. As camadas vão se abrindo como pétalas de rosa. As nuances são pinceladas de curiosidade que nos fazem questionar, duvidar, pôr nossas crenças e posicionamentos à prova, mesmo.
" Que maravilhoso e surpreendente esquema temos aqui na magnífica imensidão do universo. Tantos Sóis, tantas Terras...!" - Christian Huygens, Novas Conjecturas Sobre os Mundos Planetários, Seus Habitantes e Produções (1670)
O legal disso, é que cada um enxerga as coisas com detalhes diferentes. Uns vêem de uma certa cor, outros sem cores. Isso me faz lembrar de quando eu era criança. Eu sonhava apenas em preto e branco. Quando eu conheci uma amiga na escola e compartilhamos detalhes dos nossos sonhos, não imaginaria que as pessoas sonhavam colorido também. Me senti único! Até o dia em que eu sonhei colorido. Tive que me reinventar.
Que simples essa lembrança. Mas isso me faz lembrar de uma época em que o planeta estava desabitado de seres humanos. Apenas plantas e animais. Quanto ar puro! Um sonho né? ... Tão distante, que pra mim hoje, esse seria um quadro em preto e branco.
Desconhecida
2.7 56 Assista AgoraSeria um drama mais convincente e mais atrativo se ela...
tivesse voltado para ver o Tony e quisesse reatar o relacionamento deles de 15 anos atrás. Ele, como já não estava muito afim de ir para a Califórnia com a atual namorada, poderia desenvolver essa inquietude entre o relacionamento estável ou se entregar para a moça desconhecida. Mas infelizmente ela só veio e foi sem motivo. Já foi tarde.
[Rachel Weisz em sotaque novaiorquino foi impecável!!!]
Últimos Dias no Deserto
3.0 77 Assista AgoraProcurando por um filme que traz uma reinterpretação de um líder espiritual sem virtudes? Achou, é esse filme mesmo.
Last Days in the Desert é o próprio retrato do declínio humano. Um líder que não sabe para onde vai [nota-se que ele não caminha na frente, está sempre atrás dos demais personagens].
Last Days in the Desert configura a trajetória final de um homem que estava em busca de clareza nas ideias [por isso o propósito da oração, dito por ele mesmo] e penitência [por isso o jejum, concluo eu], embora seja retratado no Livro dos Atos que o jejum sirva para clarear as ideias e se aproximar de Deus [o que também combina com o propósito]. Ele conseguiu alcançar seus objetivos nessa empreitada pelo deserto?
Bom, Ewan McGregor [que interpreta Jesus e o trevoso], o que em momentos não consegui distinguir quem era quem, por serem iguais, por falarem da mesma forma, por ambos estarem em busca de algo. O próprio trevoso parecia saber de tudo, do início ao fim. Uma espécie de probabilidade e estatística da vida. Mas veja bem, em João [na Bíblia], é dito que Jesus é o próprio Deus. Por uma linha de pensamento lógico, ele sendo o próprio Deus, criador de tudo, onisciente, não saberia das coisas? E porque ele precisaria ser tentado pelo trevoso? [sendo ele Deus, jamais cederia ou entraria em apostas], nem mesmo se daria a perca de tempo de ir para o deserto jejuar. Uma dica, esse questionamento filosófico também é trazido nos livros de Fiódor Dostoiévski [em especial no capítulo O grande Inquisidor, dos Irmãos Karamázov].
Gostaria de ter visto mais calor nos gestos de Ewan McGregor; determinação; negar com fervor o que não quer; aceitar com grande gratidão o que lhe é agraciado; gostaria de ver olhares penetrantes, mesmo que não soubesse o que falar [e ele não sabia mesmo, em uma ocasião chegou a dizer "fale algo importante" para si mesmo... e "qualquer coisa que não seja superficial"]. Pois bem, esse foi o significado dessa história retratada: muitas cenas superficiais com poucos significados e nenhuma questão levantada ao longo do filme, exceto na cena final...
...seria a cena final, algo como a Sociedade do Espetáculo?
Una
3.0 139 Assista AgoraO sotaque britânico de Rooney Mara não ficou bom [ficou bem fake, na verdade].
Ela também ainda precisa se desfazer dessa expressão de escultura do Louvre [não chega a ser uma Kristen Stewart da vida, ainda!].
Sobre o filme...
Una saiu abusada dessa história por diversas formas. Ela obviamente ainda tinha sentimentos pelo seu "abusador". Ela foi atrás dele para... nem ela sabia direito. Seus gestos aleatórios, olhares vazios e por vezes, de apaixonada, tornaram-na vítima de uma situação que começou a perder o controle. Una se despiu e foi em busca daquele sexo gostoso que ela sempre teve com um cara super mais velho que ela. Ela gostava. Ele mais ainda.
A romantização em torno do tema de abuso de menores não ficou legal. O telespectador também sai dessa trama se sentindo sujo [eu sim, pelo menos]. Em momentos, acreditamos que ela o amava [e tudo indica que sim], em outros momentos, observamos que aquele abuso que ela sofreu quando tinha 13 anos teve efeitos permanentes em sua vida adulta. Ela não tinha namorados [nada de mal nisso, mas sua postura melancólica indicava que ela tinha dificuldades de se relacionar com outros homens, de forma sentimental], tinha um emprego que não gostava e nem sabia direito o que queria da vida. Enquanto que o Peter/Ray era um cara com um cargo de liderança, com uma casa bonita e uma esposa zelosa... e uma enteada menor de idade.
O psicológico de Una, que já estava abalado, se deturpa de vez quando ela percebe que não tem controle da verdade: ele não a amava? Ela percebe isso no final do filme, e sai... sai perdida pela rua, pela vida.
O Homem Irracional
3.5 551 Assista AgoraAbe Lucas, o professor de filosofia, é o espelho prático de Raskólnikov [personagem em Crime e Castigo, de Dostoiévski]. Seu papel no filme é exercer sua postura de ateu e niilista para o mundo, em especial aos alunos da universidade em que leciona e nem se importa (talvez por já ter tido muitos privilégios na vida) e para a moça Annie Hall [interpretada por Emma Stone, a princesinha de Woody Allen em seu outro filme, A Magia do Luar]. A relação arquétipa entre o casal consiste: ele, um pessimista, homem de impulsos suicídicos, com a perda do sentido de viver... e ela, otimista, que vislumbra o belo e se sente atraída pelo desconhecido.
A narrativa é envolvente, peculiar, mas com os mesmos ares dos mesmos filmes de Woody Allen [e isso não significa ser a "pegada" dele como diretor]. Essa crítica direta ao seu estilo de filme é importante, pois nos remete àquela tal representatividade (que é tão requerida nos dias de hoje em Hollywood). Os jardins floridos, os personagens brancos, ricos e emponderados pelos mil e um privilégios [afinal, onde estão os atores negros nos filmes do Woody Allen? ... quando alguém achar, por favor, me avisem].
Por fim, Abe Lucas parece ter tido uma experiência onírica quando resgata aquele sentido de viver, que parece ter perdido há muito tempo. E esse resgate do "eu" não se deu pela influência da moça bela e inteligente, mas pelo acaso. Somado ao impulso delirante de sua própria existência, isso, pra mim, resume o significado do personagem irracional!
Terra de Minas
4.2 260 Assista AgoraTerra de Minas é um filme bastante realista e relevante! [e indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2017].
A narrativa é muito eficiente... a gente começa a se importar com cada um dos personagens e tentar entender a complexidade de mais um episódio pós Segunda Guerra Mundial [e perceber mais um degrau do nível de crueldade nazista].
A questão reflexiva que o filme me remete é quando os jovens soldados alemães sonham em voltar para casa e trabalhar, constituir uma família, ser alguém na vida... assim como os judeus também sonhavam. E quando a gente pensa nisso, a gente se depara com a fragilidade humana frente às questões morais. Super recomendo!
Artista do Desastre
3.8 554 Assista AgoraHuman behavior explica praticamente tudo desse filme.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraO filme não tem emoção, não tem propósito, não tem clímax.
A sinopse nos informa: "os soldados devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial". Primeiro, eu fiquei super ansioso pra acompanhar um dos episódios da história (onde no Canal da Macha, ao norte da França, em Dunkirk, soldados aliados foram encurralados). Porém...
esse resgate "durante" a batalha não existiu (não no filme). Não acho que o que foi mostrado no filme foi uma batalha de verdade. E os resgates que eles mostraram aconteciam de forma aleatória, quase sem conexão com os fatos.
Muitos justificam dizendo que o filme não é de guerra. Me desculpa, é sim (pelo menos pelo trailer, pela sinopse e pela proposta deveria ser de guerra). Mas realmente não é. Mas ok. Acontece que o filme não narra uma história baseada em um evento histórico. Nolan tenta contar uma história que não foi assim que aconteceu. Tem outros filmes que narram Dunkirk de uma forma mais realística e menos ensaiada.
As bombas eram jogadas e elas caiam de forma sincronizadas. As caixas e filas de soldados que apareciam no filme pareciam simétricas entre si. Não havia sujeira, nem derramamento de sangue... tudo muito clean e robótico. Os soldados não tinham emoção nem apresentavam desgaste emocional, nem motivação, nem nada.
Particularmente, a trilha sonora de Hans Zimmer também não me agradou (seus trabalhos em Inception e Interstellar foram extremamente grandiosos, em comparação).
Eu aposto o Oscar de melhor efeitos visuais em Blade Runner 2049, já que em Dunkirk a paleta de cores sombrias, pálidas e opacas de azul-verde, cinza e preto não constroem grandes camadas para os efeitos apresentados. Que pena.
Dunkirk é bom? Segue a melhor crítica feita, do canal Super Oito, no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=KqpZRkLBYBQ&t=411s
Arquitetura da Destruição
4.2 136 Assista AgoraEsse é o melhor documentário que eu já assisti sobre a Segunda Guerra Mundial. O requinte de detalhes em cada instante; as nuances trágico-poéticas que narram essa peça de horrores vivida por nós, humanidade; há a sensação de uma crescente força que se espalha entre o concreto, as cidades, as pessoas... em suma: é colossal!