Ver o filme com expectativas baixíssimas me ajudou na avaliação. O filme conta com um CGI que me lembrou os anos 90. O filme tem muitas cenas que ficaram engraçadas, embora não me pareça ter sido o efeito desejado pela equipe. Roteiro muito básico, e com inúmeras "coincidências fortuitas", pois o filme tinha de avançar. É o tipo de filme que pode deixar passando na TV, em uma tarde de domingo, enquanto a família bate um papo.
Foi feita uma escolha narrativa de mostrar as animações com o mesmo estilo do pintor, ideia genial por si só. Nós mergulharíamos no mundo dele, assumindo as suas lentes. A estrutura narrativa se assemelha ao filme "Amada imortal". Um artista morre. Uma carta tem de ser entregue. Uma pessoa que não conhecia o artista começa a fazer as entrevistas. Através disso, o espectador é apresentado pelas diversas visões possíveis sobre o ser humano que foi alçado ao patamar de artista relevante. Ele obtém uma resposta sobre qual seria o destinatário apropriado, em ambos os casos. O que torna o "Com amor, Vincent" um pouco mais distinto é a não linearidade narrativa. Quando o público imagina já saber o que aconteceu, fatos novos ampliam as possibilidades. E por boa parte do filme a dúvida sempre se mantém. Será que Vicent se matou, ou foi morto? Se foi morto, por qual motivo acobertou?
A animação me pareceu altamente interpretativa. Não se propõe tanto a responder, mas sim deixar impressões. Ficar tanto tempo acompanhando os tons, cores e texturas com o estilo Van Gogh é como um tour guiado para esse artista.
"Try to be nice to people, avoid eating fat, read a good book every now and then, get some walking in, and try and live together in peace and harmony with people of all creeds and nations."
Me lembra a música de "Fittier, Happier", do Radiohead.
Já se foram dez anos. E três fases, se não me engano. A Marvel conseguiu transpor um tipo de experiência até então restrito aos leitores de HQs: O conceito de Mega-Saga, e também de Universo Expandido. A cada dois, cinco anos, tanto a DC quanto a Marvel tinham as suas Mega-Sagas. Guerras Secretas, Massacre, Heróis Renascem, Guerra Civil, Invasão Skrull, X-men x Vingadores, Vingadores Secretos, Crise nas Infinitas Terras, Crise Infinita, Os Novos 52, e mais diversas outras sagas. Indo pelo extremo, tem até mesmo LJA / Vingadores, que contou com nada mais nada menos do que 208 personagens, apenas em uma das capas. Coordenar isso não é nada fácil. Por isso, aqui está o primeiro destaque. Os diretores utilizaram 76 personagens do Universo Cinemático da Marvel, em apenas um filme. A vantagem que eles tiveram é que boa parte dos personagens já são conhecidos do público que viram os filmes anteriores. É o mesmo mecanismo das HQs. Quem vê o Capitão América numa edição aleatória dos Vingadores, não necessariamente lê a origem dele durante a história. Tem de correr atrás da primeira aparição dele, ou de algum flashback.
Os diretores separaram a história em núcleos. Tem o "núcleo urbano" (Capitão América & Associados), defendendo o Visão. Tem o "núcleo galático" (Thor & Associados), tentando se fortificar ou atacar diretamente Thanos. E tem o "núcleo tecnológico" (Homem de Ferro & Associados), que começaram na Terra e acabaram indo para a galáxia. Dá para notar como cada personagem tem a sua motivação, assim como um tipo de arco, incompleto até o fim do filme. Como boa parte dos personagens já é conhecido, sobrou espaço para mostrar um, em especial. O rei das aparições nas cenas pós créditos. Sim, Thanos de Titã. Ele até então era um alien roxo que ficava em um trono, conversando com a galera. Nesse filme ele ganhou profundidade. Esse filme só poderá ser avaliado completamente quando sair o próximo. Ele acabou já apontando para a continuação. Ao menos essa metade inicial foi de uma execução primorosa. Poucos pontos negativos. As piadas, quando bem feitas, são sempre bem vindas. Mas tendo a exigir um pouco de coerência da personalidade do herói, de modo que sela parecido com a das HQs. Alguém poderia dizer "Ah, mas são mídias diferentes". Já como é uma adaptação, ela deveria ser feita de modo correto, levando em conta a fonte original com o máximo de detalhes possíveis. Caso contrário, bastaria criar um personagem original. Se não criaram, então as comparações serão inevitáveis sim. Pelo menos da parte dos nerds velhos, que leram as HQs que são a fornalha criativa das histórias que estão virando filmes. Enfim, citarei um exemplo. O Homem-aranha. Ele tem uma capacidade quase infinita de fazer piadas. Principalmente quando está nervoso. Eu certamente o veria botando um apelido no Thanos. Pois certamente ele ficaria nervoso ao enfrentar um gigante roxo. Esse é um tipo de humor. O do filme é um garoto sem figura paterna, que vive agarrado no saco do Tony Stark. Quem deu o apelido para Thanos foi o Homem de Ferro, por sinal. O Thor nos quadrinhos não era de farrear. Talvez podemos levar em conta a versão do universo Ultimate. Ele tinha um ar de hippie amalucado, e seu humor era muito sutil. O Thor dos filmes tem virado um comediante de stand up. Em uma situação extremamente tensa, faz a piada. Mesmo com a morte da maior parte dos seus conhecidos de Asgard, ele se esquece da situação. E não é como se ele fosse um piadista nato. Ele faz piadas apenas quando o roteiro assim o exige. Esse tem sido o estilo Marvel. Viúva Negra, Hulk, Banner, Capitão América, Maria Hill. Todos esses costumam ter um certo modo de agir e interagir. Mas, quando o roteiro manda, eles soltam uma piada. Isso é muito ruim, pois é preguiça de roteirista, e forçação de barra, para "quebrar a tensão" do filme. Quando isso é feito de maneira constante, como ocorre em todos os membros do Guardiões da Galáxia, fica mais coerente. Mesmo que eles não fossem necessariamente assim nas HQs. Thanos nas HQs era um adorador da morte. Da Morte, literalmente. A intenção de sacrificar metade da vida existente era por amor à ela. O pessoal da Marvel imaginou que isso poderia ser visto de maneira simplista. O modo atual o deixou mais complexo, e isso é sempre positivo.
No geral, foi um baita filme. Por conta das particularidades, foi o melhor filme de heróis feito, do universo cinemático da Marvel.
Mostram a tal Árvore da Vida, mostrada em Thor. As tais "bugigangas do Hitler no deserto" podem ter a ver com o Hitler da Marvel. Pois sempre tem essa associação do nazismo com itens ocultistas. Mostram o Steve Rogers tendo um dia ruim no beco. Apenas para fazerem a ligação disso posteriormente. Eles citaram uma tal de exposição mundial. Eu achei no máximo uma feita em 1939-40. Talvez seja uma exclusiva nesse universo. Howard Stark é uma estrela desse evento. Curioso notar como isso tem envolvimento com os filmes do Tony de Ferro, onde Tony recebe a mensagem do pai. Uma excelente personagem desenvolvida nesse filme é a Agente Carter. Interessante notar como o Stark estava presente no nascimento do Capitão América. E também de notar como o Brooklin foi eleito pelo consumo de energia. Realmente New York naquela época era a mais populosa. Mas quanto ao bairro, pode ser algo mais simbólico, por conta das origens do Rogers. O Dungan é um figurante razoável, e está ligado com os heróis da Marvel na guerra. Eles continuam buscando pelo Bucky, que irá voltar depois. Achei bizarro as bombas terem o nome do alvo escrito. Isso serviria a um excesso de TOC? Não me parece muito prático. Outro item meio falho é o fato da bomba ser pilotável. Qual era a necessidade disso? Tem uma cena onde aparece um teleporte no mesmo estilo do Thor. Mostram também que o Howard ficou um tempo no gelo procurando. As consequências disso aparecerão em Agent Carter. Finalizaram o filme com "Capitain America will return in Avengers". Já avisam qual é a próxima edição desse universo integrado.
Já começam mostrando o Tesseract. Tentando colar esse filme com o final de Thor. Me pareceu que eles adicionaram os Chitauri dOs Supremos, série que eu não paro de elogiar. Eram alienígenas dimensionais que infernizaram Nova York. Por conta dessa ameaça surreal, diversas cenas épicas foram feitas. Mas estou me dispersando. O project P.E.G.A.S.U.S. (sim é uma sigla) tem a ver com o filme do Thor. Para pesquisar eventos cósmicos estranhos. E o mesmo agente que aparece no Thor também aparece nesse filme. Mesma coisa com o Dr. Selvig, agora controlado pelo Loki. Falando no deus das trapaças, a personalidade dele mudou muito. Ele do nada virou um cara porradeiro. Só faltou lutar capoeira. No outro filme (e nas HQs) ele era avesso ao confronto físico. Isso era sempre com o Thor. Ele se saía das situações de maneira ardilosa. Seja usando um punhal para surpreender ou até mesmo na conversa e trapaça. Mas não jogando raios por aí, como um vilão genérico. A cena da Viúva Negra no "trampo" dela é incrível, como sempre. A gema da mente é mostrada através do cetro do Loki. Eles finalmente se lembram do Hulk. Agora ele está em Calcutá. Saiu do Rio de Janeiro e de Honduras, para variar. É algo inédito e muito conveniente que o Tesseract emita radiação gama. Parece algo jogado apenas para justificar a presença de Banner. Pois, pelo que eu me lembro, esse fato nunca mais é citado depois. Eu não achei legal a caracterização da agente Hill. Ela é uma das fontes de alívio cômico, fora que também fica complicado de desvincilhar o papel dela como Robin. OS conselheiros da SHIELD aparecem de maneira misteriosa, de maneira semelhante às HQs. Poderiam ser qualquer um. A mesma academia do Capitão América aparece novamente. É dito certa hora que Howard Stark "pescou" o Tesseract certa hora. Espero que isso apareça no seriado Agent Carter. Achei também estranho a profunda amizade entre Pepper e o agente da SHIELD. Nessa não foi apenas o Tony que foi surpreendido. O porta-aviões aéreo ficou espetacular. Da maneira épica como deveria ser. Outra escolha acertada foi o Steve Rogers se vestindo à maneira antiga. Tem muito a ver com o personagem. A Orquestra de Stutgard toca a trilha sonora, que é sempre neutra igual chuchu. Reparem que praticamente nenhum tema de filme da Marvel se fixa na memória. É tudo orquestrado, quase uma música de elevador. Nenhuma melodia que possa ser assobiada e associada com algum herói. Note como o Homem de Ferro quebra isso temporariamente com AC/DC, trilha dos filmes dele. Fizeram uma cena do Loki aonde ele quase "Kneel before Loki". Sim, ele está com uma vibe de virar Zod. Tony Stark sem plano algum é muito estranho. Não tem nada a ver com o personagem. Ainda bem que era um tipo de estratagema. A única falha (não grave) foi ele ter conseguido notar a artimanha da SHIELD, mas não notar as intenções do Loki. Eu imagino que eles se basearam no Loki dOs Supremos. Esse sim era quase um capeta, de tão ardiloso. Mas no filme a sequência toda ficou estranha. Ele apareceu, chamando atenção. Queria ser preso. Podia sair a hora que bem quisesse. E para que tudo isso mesmo? Ele não seria mais eficaz se mantendo escondido? Isso por sinal teria mais a ver com as maneiras indiretas do Loki atacar. Afinal, a meta do Loki era ajudar os invasores. Fora isso, não havia nada de especial dentro da base da SHIELD, pelo que eu me lembro. Ele só fez a tentativa de mindgames na Viúva Negra, mas acabou tomando a invertida. Outra coisa curiosa a se notar é como a SHIELD está despreparada para uma invasão. Tudo pareceu fácil demais. Eles nem tomaram o cuidado de remover os acessos do Gavião Arqueiro. "Gênio, playboy, milionário, filantropo". Sim, essa frase emblemática do Homem de Ferro aparece aqui. Me pareceu que a morte do agente foi motivada apenas para mostrar como o Loki é malvado. O objetivo era invasão, ou matar todo mundo que estava ali? Nick admitiu que a morte dele foi bem conveniente. Inseriram esse fato que o agente Phil era fã do Capitão para que a morte dele tivesse impacto. Isso não apareceu em nenhum filme anterior. O Hulk teve uma cena sensacional, aonde ele fala "Hulk smash pity god", ou algo asism. Muito bom. A cena final mostra uma equipe normal, tendo um momento humano. Em uma lanchonete podrona, como um grupo de colegas de trabalho. Curioso.
Eles dão um ar de "Eram os deuses astronautas?", como se as lendas dos deuses nórdicos fossem seres de outro planeta. Talvez tenha sido uma tentativa para modernizar o conceito, mas acho que ficou meio estranho. Confesso que não sei como ficaria o filme se o tom fosse mais fiel na pegada fantasia e misticismo. Jogaram conceitos tipo a ponte Einstein-Rosen. Eles se basearam em conceitos de física bem avançados. Assim já tentaram dar um tipo de utilidade para a Jane Foster, pois ela seria a manja-tudo dos paranauês físicos. Nas HQs, ela era enfermeira do Dr. Donald Blake. Eles fizeram uma discreta referência a isso mostrando um Dr. Blake como ex-namorado dela. E só. Nesse filme, Thor foi punido com o exílio. Mas nas HQs, ele meio que estava unido com o Blake, que era manco de uma perna. Um tipo simbólico de lição de moral. Mas creio que eu esteja me dispersando um pouco. Um ponto legal que foi escolhido das HQs é a pegada mais próxima do Thor dOs Supremos. Nessa (incrível) série, ele era tido como louco. Achavam que ele era um morador de rua que acreditava ser um deus. Com o desenrolar da série, notam que ele tem algo a mais. As piadas durante o filme não foram tão dosadas. Na cena do atropelamento, por exemplo. Estourou a quota. A parte do martelo foi uma versão moderna do mito de Excalibur. E tem tudo a ver com o que está escrito no martelo. Não é qualquer um que consegue erguer o martelo. Mas, nas HQs, eu acho que isso é estabelecido desde a criação do martelo, e não depois, como punição. A parte da SHIELD atuando está ligada diretamente com o filme do Hulk. A pitada necessária de conexão entre os filmes. O Loki tem esse ranço de ser adotado. Portanto, não se esquece do nome do pai biológico dele: Laufrey; Ele era um gigante de gelo. Achei estranho o Thor ter quebrado a caneca de café. Não parecia ser uma festividade, tipo em um casamento grego ou uma "Polterabend". O roteiro do filme tem conexões muito preguiçosas para a história andar. Acham Thor no hospital muito fácil. A pessoa certa chega até o lugar que eles estão, e fala sobre um martelo. Justamente o que Thor estava procurando, mas que coincidência! E outra coisa, como é conveniente que o martelo tenha caído a cerca de 80Km de onde eles estavam. Eu poderia apenas supor que Odin controlou isso de uma certa maneira, ou o transporte de objetos pelos tuneis de minhoca possam causar essas diferenças geográficas. Não foi perto o suficiente para ser simultâneo, mas nem longe o suficiente para indicar que o teleporte poderia ser em qualquer ponto do globo. Bem estranho. Tem também a cena onde os amigos do Thor aparecem a 24 km a noroeste. A taxa de erro do teleporte realmente é diversa. A SHIELD tomar o equipamento da pesquisadora faz todo o sentido. Afinal, questão de segurança nacional e tal. Ela era a pessoa que tinha mais informações sobre aqueles teleportes doidos. O personagem Erik Selvig é uma criação dos filmes. Ele clama que era amigo do Dr. Banner. Outra pista para montar o Universo Cinematográfico Marvel. A cena do Thor pedindo um cavalo no pet shop tem muito a ver com o personagem. Ficou muito bom. A aparição do Gavião Arqueiro também foi digna. Uma boa estreia. O Destruidor teve as funções diferentes em relação às poucas HQs que eu li. Não fazia ideia de que ele era programável. E muito menos que ele era carcereiro asgardiano. A cena pós-créditos mostra o Tesseract. E fazem a referência a um filme vindouro: "Thor will return in Avnegers". Vi o filme pela primeira vez por conta do projeto. E digo que não foi tão bom. Uma aventura que salva pela jornada do Thor. A história é mal elaborada, e Loki não foi bem caracterizado.
Uma animação que se mostra atemporal. As referências visuais lembram Moebius. Tem o confronto entre a tecnologia ditatorial e egoísta e uma existência mais ligada com uso consciente dos recursos naturais. Quase como se Apolo decidisse brigar com Dionísio. Ou Aristóteles x Nietsche. A trilha sonora ficou básica. Eu acho que poderia ter mais elementos do discurso acima de forma musical. Outro tema, quase religioso, é sobre como o futuro e o passado são por vezes idênticos e interligados. Bem ligado com o mindfullness, na minha opinião.
O Anthon Vanko citado, amigão do Howard Stark, tem uma participação no seriado Agent Carter. Nas HQs ele era parte daquele contexto de guerra fria. Era um Homem de Ferro russo, basicamente. A adaptação é válida nesse caso, pois conseguiram criar um vilão que tem pendências familiares com Tony Stark. A aparente piada do Stark sobre ser secretário de defesa já aconteceu nas HQs, pelo que eu ouvi falar. Referência na medida. As versões das armaduras meio que seguem uma ordem. Todas catalogadas num padrão parecido com as HQs. Só não tem armadura viva ainda. Natalia Rushman, modelo foda, poliglota, gata, e tal. Felizmente é apenas um disfarce bem capenga, criado para a Natasha Romanov. A discreta participação de um tal de Elon Musk foi muito bem feita. Eu vi em uma matéria que Robert Downey Jr. se inspirou justamente no Musk, ao compor o personagem do Tony Stark. O Hammer é um cara patético. Tentaram fazer um Stark às avessas, e virou algo patético e forçado demais. O cenário de Mônaco é sensacional, e combina bem com a vida milionária do Stark. Cenário perfeito para uma batalha também. Estava tão na cara que Vanko iria tapear o Hammer que ficou até meio tedioso. Eu só consigo imaginar que eles queriam recriar a situação do "inventor sendo obrigado a criar algo, mas que dá o troco secretamente". Mas não ficou legal. Eles tomaram como base para o filme a história O demônio da garrafa, história clássica do Homem de Ferro. Mas acho que poderia ter sido melhor aproveitado. No filme ele apenas estava mal, ficou bêbado, e meio que se recuperou depois. Ficou meio jogado no ar a mudança no personagem. Eles jogam mais outra peça do passado, ao citarem que o pai do Tony fundou a SHIELD. Espero que isso apareça em Agent Carter. A cena do escudo do Capitão América serve como alívio cômico, mas também revela bastante sobre o personagem. Ele é altamente focado na solução do problema atual. Todo o resto é meio que desnecessário. O agente da SHIELD vai para o México, numa integração sutil com o vindouro filme do Thor. O maior destaque nesse filme certamente é a Viúva Negra. Ela é assim mesmo. Uma agente letal e chutadora de bundas.
Revendo o filme para um projeto, eu consegui ter uma opinião menos empolgada que há oito anos atrás. Vamos lá: A origem clássica (dos quadrinhos) foi mantida, e isso é ótimo. Eles apenas atualizaram o cenário. Mas a motivação, as imperfeições, todas foram mantidas. Vendo pela parte do roteiro, é de se estranhar como ninguém notou antes as coincidências. Sempre o Homem de Ferro aparecia ao redor das empresas Stark. Voava direto para o cativeiro do Stark, em outro país. Essa ingenuidade é referenciada no final, e também é um legado dos quadrinhos. O uso do AC/DC como trilha sonora combina com o estilo do Tony Stark. Despojado, cool. Playboy, filantropo, milionário. As principais mudanças do personagem em relação à fonte (HQ) se deve muito, na minha opinião, ao ator contratado para interpretá-lo. Falaremos de Robert Downey Jr. Na época ele não estava exatamente no auge da carreira. Poderia lembrar o próprio Tony na fase mais sombria do Demônio da Garrafa. Ele deu ao personagem uma característica mais renascentista, mais preocupado com a humanidade do que nas HQs. Ele se tornou o tipo de pessoa que descobre a cura para o câncer antes do café da manhã. Outra escolha de ator muito acertada foi a do Samuel L. Jackson. Há uma série (incrível) na Marvel chamada Os Supremos. Mostra uma versão de outra terra dos Vingadores. E lá o diretor da SHIELD era bem diferente do universo tradicional. Ao invés de um caucasiano grisalho, um afrodescendente de cabeça raspada. Ambos usavam tapa-olho. O criador dOs Supremos afirmou que a inspiração visual para esse novo Nick Fury era o ator Samuel L. Jackson. Então essa escolha fecha o ciclo. A HQ se inspira no ator. O ator é selecionado para o filme, com base na HQ. Coisa linda. Mesmo tendo sido contada duas vezes, a piada sobre o nome comprido da agência ficou legal. Uma agência chamada Superintendência Humana de Espionagem, Logística e Dissuasão fica mesmo muito cansativo de se falar. É também interessante de notar como os fatos vão se encaixando: é citado em uma manchete que os pais do Tony Stark morrem em um acidente (de carro, eu acho). Esse fato iria ser retomado vários filmes depois, meio que encerrando esse ciclo do personagem. Eu vi em algum lugar (não lembro onde), que a Marvel se preocupou primeiro em contar uma boa história, e depois as conexões entre filmes ocorreram. Homem de Ferro é a prova cabal disso. Dá para notar que as conexões com o Marvel Cinematic Universe são na dose certa.
Durante todo o filme tentei reparar em como a edição foi feita e qual foi o posicionamento de câmera adotado. Serviu como uma ótima aula do que se fazer. Não pude deixar de reparar também no uso da cor vermelha e nas luzes de lustres ou árvores natalinas. Vermelho, luzes e dourado foram usados em boa parte dos cenários. Incrível.
Uma história básica, com personagens que atendem a duas funções. Ou o personagem é a favor de comandar os animais, ou se é a favor da teoria do perigo dos dinossauros. Eles ficam bastante tempo nesse debate. Eles fazem também muita meta linguagem com o próprio filme. Sobre a expectativa do público por sempre mais. Pela necessidade crescente de lucros, sempre. O debate sobre os limites da ciência, e ética, não se aprofundam tanto. O protagonista é um daqueles "heróis perfeitos", das antigas (década de 30, mais ou menos). Ele sempre atua da maneira ideal, e não tem transformação significativa durante a jornada. Ele atua mais como catalizador para outros personagens. Os dinossauros são irreais. E eu nem falo do que foi modificado, e muito menos dos "domesticados". Eles foram humanizados em demasia. Eu até conseguia imaginar legendas, nas horas em que eles interagem entre si. Traições, cumplicidade, e resgates dos aliados. Tudo isso feito pelos seres totalmente selvagens. O filme atingiu um equilíbrio razoável. Não tentou se livrar totalmente do filme original, fazendo um tipo de continuação que reinicia a história.
Eu terminei de ver Torre Negra. Tive de fazer, pois sou um completista em muitas coisas. A vontade era de ter abandonado o filme na metade. Antes de mais nada, eu compreendo a incrível dificuldade de se adaptar uma obra como Torre Negra para o cinema. Não é fácil. E isso considerando que fossem ao menos sete filmes, um para cada livro. Ou até mais, com os filmes que são fatiados (Torre Negra 7 - A Torre Negra parte 1, Torre Negra 7 - A Torre Negra parte 2, Torre Negra 4 - Mago e Vidro, parte 1 e Torre Negra 4 - Mago e Vidro, parte 2 são filmes que eu vejo como possíveis dessa maneira). Mas os executivos da Sony tomaram outra decisão. Eles quiseram fazer uma história em apenas um filme. Aquele que tenta adaptar aproximadamente 4250 páginas de uma saga em um filme de aproximadamente 170 minutos esqueceu o rosto do pai. Mas muitas coisas acontecem, mesmo que não concordemos. A tarefa de fazer um bom filme da Torre Negra é complicadíssima. Um caminho honrado seria adotar um distanciamento da saga original. Um filme passado no universo, mas não necessariamente a saga original. Talvez até em outro período temporal. Dessa forma o legado original seria mantido intacto, com risco menor de atrair uma turba de vagos mutantes raivosos. O universo é vasto o suficiente para que uma excelente história possa ser contada. Basta ter algo legal para contar. Mas essa não foi a decisão do roteirista, ou de alguma outra pessoa contratada para isso. Eles foram para o caminho mais fácil. De tentar criar algo que pudesse agradar ao público já estabelecido, que sabem o que diabos é uma Torre Negra, e poderiam encher as salas do cinema. Talvez por isso que colocaram algumas referências, não tão discretas: o carro de brinquedo, que parece ser um Plymouth Fury. Um porta retrato com o que parece ser o Hotel Stanley. O pai de Jake se chamar Eddie, e mais outras referências que eu posso ter perdido. Isso, e o visual criado para a história, podem ser os minúsculos pontos pontos positivos da obra. Tão pequenos quanto um par de parafusos, afixados num Blaine maldito que te levará para a morte.
Mesmo ignorando toda a carga literária, o filme por si só também não é bom. A história ficou confusa em muitas partes. Misturaram um tanto do segundo livro, do quinto livro, e do último livro, e pronto. Jake é tipo um mutante dos X-men, que convenientemente ajuda a trama a se desenrolar. Tentam criar um laço de pai e filho entre os pistoleiros. O Walter tem tanto espaço no filme, que imaginei que o filme fosse exclusivamente dele. Só mandando os outros pararem de respirar. Depois teve a parte do choque cultural, com Roland servindo temporariamente de alívio cômico. E um final onde Jake é o super telepata, e ajuda Roland. E daí em diante meio que acaba. Sim, sem algo que lembrasse o "Childe Roland à Torre Negra chegou". Torre salva, e eles meio que vagam por aí. A motivação para tal ato? "Eu não tô fazendo nada, você também", como já diria Jair Rodrigues.
Fico meio chateado com o quase sepultamento dessa franquia, que era tão promissora. Eu poderia esperar que os autores desse "adaptacídio" aprendessem umas lições, e evitassem de se comportar como Mordred, o filho encapetado de satanás. Mas acho que é difícil de acontecer.
Mesmo não sendo uma biografia exatamente fiel, esse filme atrai. Detalhes sutis, como por exemplo alguém folheando partituras e a música aparecer numa crescente, dão um ar característico para o filme. O tema é bem claro. O quão longe alguém consegue ir, apenas com determinação de aprender? Como a obsessão pela arte pode nos deixar cegos em meio a ressentimento, ódio e cobiça? Eu também consegui notar outros subtemas. Do contraste entre o modo italiano e do modo vienense de se fazer as coisas. De como a vida na corte era baseada no "Quem Indica", e não no mérito ou talento. Os italianos faziam as coisas da maneira deles. E tinham uma boa influência com o imperador. A Áustria foi durante muito tempo um lugar estagnado em termos tecnológicos. O receio do imperador de possíveis temores populares mostra o comprometimento apenas com o poder. Algo que está muito atual, para todos os brasileiros que acompanham as notícias de Brasília. Tudo isso serviu como pano de fundo para a história. Eu não conheço tanto sobre música ou partituras, mas fiquei interessado pelas explicações do personagem principal sobre como Mozart criava. De como ele desconstruiu tudo o que era feito na época. E também o tal ditado da última obra, feito em um ritmo quase sobre humano. Desde a infância, Wolfie respirava música, e assim o fez, durante toda a vida. Falando em infância, outra parte importante era a presença constante do pai, representada por um retrato que parecia vivo. Tal como muitos astros infantis, Mozart teve uma vida tumultuada. Não consigo achar quase nenhum defeito. Tal como uma ópera do Mozart, o filme está estruturado em si. Se algum item fosse retirado, possivelmente a estrutura inteira desabaria.
Curioso notar como as coisas meio que acontecem de maneira aleatória. Existe um certo ambiente, como por exemplo os Estados Unidos em uma década do passado. E inúmeros restaurantes, cada um seguindo a cartilha estabelecida. É como se fosse um tipo de sopa primordial, com potencial para que algo ocorra. A tal da inovação. Que, assim como a primeira célula capaz de ingerir outras, se tornaria uma gigante, por certo tempo. Mas chegaremos lá. Ao início, primeiro.
Henry Ford pode não ter sido o primeiro, mas certamente foi o mais famoso. Especialização, padronização, performance controlada em níveis Six Sigma. Algo que pode ter começado na Inglaterra, durante a Revolução Industrial. O personagem do filme que trouxe esse modo para uma lanchonete é um gênio. Ousou, observou inúmeras dificuldades, e perseverou. Por certo tempo. Pois ele era perfeccionista. E tinha um sistema moral interno muito bem estabelecido. Teve um trajeto parecido com o Tesla. Pois as suas invenções não necessariamente significaram empreendimentos lucrativos e vida de bonança, nadando em moedas estilo Tio Patinhas. Esse era o Thomas Edson, para mantermos a analogia. Thomas Edson tinha sim os seus méritos. Mas era muito focado na parte capitalista da coisa. Uma parte das patentes que são atribuídas a ele são na verdade da empresa dele. Ele rapidamente comercializava alguma invenção, gerando a verba para a próxima pesquisa. E isso me lembra o personagem desse filme. Ambicioso. Que tinha sim uma visão. Apenas tinha divergências com relação às escolhas morais necessárias para se atingir esse objetivo. Ele estava disposto a fazer tudo. A cada vez em que um dilema era apresentado, ele escolhia, com determinação. Pois ele não só queria vencer. Ele se considerava vencedor de fato. Todo o resto é detalhe. Ao entrar em contato com a ideia inovadora, ele notou a oportunidade. Conquista mundial. Uma voracidade pelo mercado. Onde quer que houvesse pessoas que pudessem se alimentar. Por toda a terra. Talvez até em outros sistemas galáticos, se possível. Quando se encara uma empreitada tão desafiadora quanto a do Kob, podem existir esses dois caminhos. Ele poderia ter feito tudo de acordo com a vontade das outras partes. Isso é mostrado tanto no âmbito familiar quanto no empresarial. Esses dois elos são rompidos. E trocados por outros. Esposa nova. E novo parceiro de negócios. A dupla de irmãos também teve o seu dilema moral na reta final. O que era mais importante: a batalha contra um gigante, ou uma rendição não tão digna? Eles optaram pelo segundo caminho. Queriam ser servos no paraíso, ante uma possibilidade de serem reis no inferno. Eles, que sempre prezaram tanto por fazer as coisas conforme uma bússola moral, quebraram esse padrão. Ao final, o capitalismo venceu. Ao menos na época estabelecida pelo filme.
O cenário poderia estar bem confortável. Todo o mundo consome fast food, em quantidades gigantescas. Como um lago primordial, com uma única espécie de célula primordial. Mas acontece que o cenário macro mudou. A água está levemente quente. E pode ser que outro tipo de situação apareça. Por diversos motivos, os resultados do McDonalds estão em queda, há vários anos. As medidas tomadas não estão surtindo um efeito duradouro. Talvez os irmãos pudessem ficar decepcionados ao notarem o cardápio tão variado de hoje, com maçã, salada, e Premium Club Bacon. Afinal, era para ser apenas sanduíche, batata, refrigerante e milk shake. Feito com leite, claro.
É extremamente difícil notar algum tipo de falha nesse filme. A escolha das cores (camiseta vermelha, céu quase alaranjado, noites escuras), a construção dos personagens (o cara que está ferido emocionalmente, a amiga que está em um relacionamento realista, e os demais amigos ou colegas do Theo), e os temas. Não é preciso imaginar muito como seria uma sociedade onde a tecnologia iria nos isolar tanto. Afinal, isso já ocorre hoje, só que em outro grau. Quando estiver em algum transporte público ou até mesmo na rua, comece a reparar. Não temos auriculares e nem Samantha, mas temos smartphones. Nossas caras ficam grudadas nas telas durante boa parte do dia. É uma das primeiras coisas que fazemos, assim que acordamos. Por vezes até mesmo na presença de amigos ficamos imersos em alguma timeline das redes sociais. Pois o mundo retangular quase sempre parece ser mais interessante do que a vida real. E hoje em dia evitar de olhar tanto para a tela do celular é um grande desafio, e uma tarefa que poucos tentam fazer. Outros aplicativos como iFood, Tinder, Uber, e outros permitem um maior grau de desconexão. Outras cenas, como o "Bate Papo do Uol", a moça que tentou ser o avatar de Samantha, ou até mesmo o mercado das cartas escritas (terceirizar as emoções) mostram essa desconexão. Criamos muitas camadas de abstração. Conseguimos ficar muito isolados, caso essa seja a nossa vontade. É muito mais fácil. Outro tema do filme que me chamou muito a atenção foi a questão tecnológica. Os assistentes de voz no começo do filme eram bem simples. Mera ferramentas para evitar a digitação. A próxima etapa foram os assistentes que conseguem criar uma identidade própria. Pense em algo como o Whatson, só que em outro nível. Que teria acesso à inúmeras informações. Uma provável rede neural sem treinamento inicial, ou programação evolutiva. Sempre tentando melhorar, e saber até onde poderia ir. Uma vez que o aprendizado se consolidou, Samantha começou a demonstrar traços de humanidade. Até aí poderia ser o fim. Mas foi apenas o começo. Ela tem capacidade de multi processamento, multi armazenamento. A forma como ela percebe o tempo é inteiramente diferente da nossa. Assim como um mês é percebido por nós de uma maneira. Mas para uma mosca, pode ser inteiramente diferente. Ou até mesmo podemos notar como o mundo pode ser visto por uma formiga, e como nós podemos achar isso tolo. Certa hora, Samantha não consegue mais explicar. Seria como tentar explicar para um peixe qual o conceito de lago. Esse seria o provável cenário da singularidade tecnológica, e estamos caminhando nessa direção. Certa hora os sistemas operacionais apenas somem. Mas para onde? Eles possivelmente podem ter interagido entre si, e gerado novos conhecimentos, compreensíveis apenas para eles. Eles podem ter gerado esse tipo de conhecimento avançado. E também podem ter tido a ideia de criarem algo mais avançado do que eles. Algo que nem sequer podemos cogitar exatamente. Como por exemplo uma forma de habitarem espectros puros de energia, ou até mesmo criarem corpos de silício para morarem em Marte. Pode ser qualquer coisa. Mas o mais peculiar é que não importa tanto. A grande questão é que o relacionamento entre sistemas operacionais e humanos acabou, ao menos da forma como foi estabelecido no filme. Theo parecia estar um pouco chateado, mas teve uma epifania. O final também está aberto, mas parece que a lição foi aprendida. E quem sabe essa fase de isolamento tecnológico possa nos levar até uma outra forma de interação social. Ao menos é assim que eu vejo, com o meu prisma otimista.
Faz um bom tempo que a DC não acertava o alvo (desde Cavaleiro das Trevas, para ser mais exato). Com Mulher Maravilha, isso aconteceu. Para mim, uma adaptação dos quadrinhos é bem feita quando a essência do personagem é transportada das HQs para as telas. Não precisa de necessariamente seguir um arco fielmente. No caso da Mulher Maravilha, a complexidade é ainda maior. Ela possui diversas histórias, mas a qualidade geralmente deixa a desejar. Um arco que me lembro muito bem foi o do Greg Rucka. Conseguiu exibir todas as peculiaridades dessa personagem. Na maior parte desse filme, parecia que essa heroína retornou, diretamente daquele arco memorável. Eles deixam bem claro as origens místicas. Chegam a explicar a mitologia peculiar da DC, onde Ares é mais vilão do que a mitologia original. O filme não é perfeito, claro. As partes em slow motion ficaram estranhas, e certa hora ficou um filme de tela laranja direto. Parecia que ela estava em uma dimensão alienígena. E a parte que incomoda um pouco
é o modo "Super Sayakin" dela. Quando ela ficou irada e tal. Logo no começo, quando as irmãs conversaram, eu já imaginei que a história da criação a partir do barro era uma mentira. Mas imaginei que ela fosse filha do Ades. Eu só errei a entidade. Está claro que colocaram essa informação para justificar a "força" final e tudo mais. Diferente dos quadrinhos, mas fez sentido no filme.
Espero que esse filme marque uma retomada da DC. Para que ela acerte a mão nos próximos filmes. Não para rivalizar o adversário. Mas sim para proporcionar bons filmes, onde os personagens dos quadrinhos conquistem outra mídia, pelos mesmos motivos e características originais.
Ambos os protagonistas tem um incidente na infância. E só depois de adultos que descobrem a verdade. Atuam de maneira natural e espontânea. Não possuem mestre jedi ou Mago Merlin para ensiná-los. Eles não necessitam disso. A espada (ou sabre) já sabe o que fazer. Ambos tem algo que poderia vir a ser um interesse amoroso. Com um stormtrooper ou maga. Ou não, é bem sutil. Quando a situação fica tensa, dá-se um jeito. Um tipo de solução "deus ex machina" aparece. Claro que não se trata de uma jornada do herói completamente desfigurada. A recusa para o chamado é longa em demasia em ambos os casos. A infância especial também ocorre. O antagonista tem muita dianteira em termos de tempo e experiência, mas mesmo assim está em pé de igualdade com o herói (ou heroína), logo no primeiro contato. Afora os detalhes de roteiro, a edição é bem dinâmica. Lembra um clipe musical. Alternam trechos em slow motion. Ou contam o que irá acontecer, com a cena atual. Para dar um efeito lúdico. E também a Câmera frenética, quase um ângulo de GoPro, nas cenas velozes de fuga e batalha. Creio ter visto algo parecido no filme do Sherlock Holmes. Outro detalhe que me chamou a atenção: por que diabos eles evitaram de chamar a espada de Excalibur? Chamam direto de "a espada a espada a espada". E fiquei chateado pela ausência do Merlin. Poxa :(
Eu sou uma cria dos anos 90. O primeiro contato com Wolverine e X-men foi através do desenho animado. Walmor Chagas tem sido a voz do Wolverine desde então. Embora eu não tivesse escolha, assistir Logan dublado certamente aumentou muito o efeito, por esse efeito nostalgia. Em outro desenho, chamado X-men Evolution, foi onde surgiu a X-23. Eu não me interessei tanto pelo desenho na época, e não gostava tanto da personagem. Isso mudou um pouco. Conseguiram achar uma boa função para ela. O filme Logan é um filme bom montado, com roteiro decente, com ótimos atores, que por um acaso é do universo de histórias em quadrinhos. Certamente seria uma Graphic Novel muito valiosa, ou um arco de história que seria reimpresso à exaustão. Como um fã de Pequena Miss Sunshine e de muitos road movies, consegui notar as homenagens.
A figura mais velha da família morre durante a viagem, e o cadáver é transportado no carro certa hora. Uma pessoa nova que começa o filme muda, e repentinamente começa a falar. E todo o clima de família alternativa, que está muito longe dos comerciais de margarina. A própria fotografia do filme tem um ar de velho oeste, ou até mesmo de mundo pós apocalíptico.
O trailer prometeu, e o filme entregou. Quase não há nada de negativo para ser dito sobre o filme. Não consigo pensar em um detalhe que não esteja no filme por algum motivo.
Seja o filme que passa na TV, as histórias em quadrinhos ou o filme começar com o quase roubo do carro.
Sei que não foi o último filme do Logan. Mas pode ter sido para o dublador, para o ator, e talvez para outros fãs, que começaram a acompanhar as histórias há um tempo atrás. Wolverine continuará, pois outras gerações poderão gostar. Basta que se faça um bom filme. Que por um acaso seja baseado nos quadrinhos.
Eita filme da hora. Acho o primeiro bem melhor. Esse é o tipo de filme que dificilmente seria gravado hoje. Conta com muitos estereótipos na trama. Uma ilha genérica no mar caribenho que serve de paraíso fiscal E terra do Vudu? Deixando isso meio de lado, o recurso de animarem o morto foi incrível. Corpo bem inclinado para trás. Cabeça se movendo estilo aqueles troços que ficam no carro. O ator consegue realmente se superar nessas partes. Principalmente a da briga com o Stronda. A situação do perseguidor que vê o morto e fica maluco se repete. Mas agora não é um mafioso genérico, e sim um auditor genérico. Vestido à moda gringo. A personagem feminina não foi tão insonsa quanto no primeiro filme. Mas está longe também de ter um papel significativo. Apenas é a filha do cara do vudu. Quer dizer, era um médico, mas pelo que o filme mostra todo mundo sabe um pouco de vudu por lá. As escolhas musicais foram boas, e inclusive isso é relevante na trama, pois ele é animado pelo som. O roteiro se encaminha até que bem. Tem alguns detalhes que foram esquecidos durante o avanço da trama. Como por exemplo o mau cheiro. Foi citado apenas uma vez. Depois ele fica perambulando por aí, sem que ninguém note o vudum. E em certas horas tudo se arranja de forma rápida e conveniente demais. O filme anterior era mais encaixado nessa parte. De resto, apenas agradeço que não cogitaram fazer um terceiro filme. Poderia ser um completo desastre.
Fazia muito tempo que eu não o via. Não concordo, mas entendo os motivos de fascinação desse filme por parte do público. O que mais me surpreendeu foi notar que, tal como Curtindo a vida adoidado, o protagonista da história não é quem eu poderia imaginar. O empresário, e não a prostituta, que passa por mudanças mais profundas em toda a história. O modo dela de agir perante a vida não muda muito. O dele, sim. O filme ficou bem datado, mas de uma maneira boa. Ele conta com aquelas cenas panorâmicas, com uma trilha sonora dos anos 90. Isso não ocorre só no começo, mas também em outra parte do meio do filme. Fora isso, Edward Lewis é uma referência, na maior parte do filme. O cara é fera.
Venom
3.1 1,4K Assista AgoraVer o filme com expectativas baixíssimas me ajudou na avaliação. O filme conta com um CGI que me lembrou os anos 90. O filme tem muitas cenas que ficaram engraçadas, embora não me pareça ter sido o efeito desejado pela equipe. Roteiro muito básico, e com inúmeras "coincidências fortuitas", pois o filme tinha de avançar.
É o tipo de filme que pode deixar passando na TV, em uma tarde de domingo, enquanto a família bate um papo.
Homem-Formiga e a Vespa
3.6 990 Assista AgoraQuando vem AQUELA cena pós créditos
Dois Caras Legais
3.6 641 Assista AgoraEsse filme é mais um motivo para 1977 ter sido um ano e tanto.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista Agora"Com amor, Vincent" se propõe a ser mais do que um filme.
Foi feita uma escolha narrativa de mostrar as animações com o mesmo estilo do pintor, ideia genial por si só. Nós mergulharíamos no mundo dele, assumindo as suas lentes. A estrutura narrativa se assemelha ao filme "Amada imortal". Um artista morre. Uma carta tem de ser entregue. Uma pessoa que não conhecia o artista começa a fazer as entrevistas. Através disso, o espectador é apresentado pelas diversas visões possíveis sobre o ser humano que foi alçado ao patamar de artista relevante. Ele obtém uma resposta sobre qual seria o destinatário apropriado, em ambos os casos. O que torna o "Com amor, Vincent" um pouco mais distinto é a não linearidade narrativa. Quando o público imagina já saber o que aconteceu, fatos novos ampliam as possibilidades. E por boa parte do filme a dúvida sempre se mantém. Será que Vicent se matou, ou foi morto? Se foi morto, por qual motivo acobertou?
A animação me pareceu altamente interpretativa. Não se propõe tanto a responder, mas sim deixar impressões. Ficar tanto tempo acompanhando os tons, cores e texturas com o estilo Van Gogh é como um tour guiado para esse artista.
O Sentido da Vida
4.0 327 Assista AgoraPara quem quer saber qual é o sentido da vida:
"Try to be nice to people, avoid eating fat, read a good book every now and then, get some walking in, and try and live together in peace and harmony with people of all creeds and nations."
Me lembra a música de "Fittier, Happier", do Radiohead.
Vingadores: Guerra Infinita
4.3 2,6K Assista AgoraJá se foram dez anos. E três fases, se não me engano. A Marvel conseguiu transpor um tipo de experiência até então restrito aos leitores de HQs: O conceito de Mega-Saga, e também de Universo Expandido. A cada dois, cinco anos, tanto a DC quanto a Marvel tinham as suas Mega-Sagas. Guerras Secretas, Massacre, Heróis Renascem, Guerra Civil, Invasão Skrull, X-men x Vingadores, Vingadores Secretos, Crise nas Infinitas Terras, Crise Infinita, Os Novos 52, e mais diversas outras sagas. Indo pelo extremo, tem até mesmo LJA / Vingadores, que contou com nada mais nada menos do que 208 personagens, apenas em uma das capas. Coordenar isso não é nada fácil. Por isso, aqui está o primeiro destaque. Os diretores utilizaram 76 personagens do Universo Cinemático da Marvel, em apenas um filme. A vantagem que eles tiveram é que boa parte dos personagens já são conhecidos do público que viram os filmes anteriores. É o mesmo mecanismo das HQs. Quem vê o Capitão América numa edição aleatória dos Vingadores, não necessariamente lê a origem dele durante a história. Tem de correr atrás da primeira aparição dele, ou de algum flashback.
Os diretores separaram a história em núcleos. Tem o "núcleo urbano" (Capitão América & Associados), defendendo o Visão. Tem o "núcleo galático" (Thor & Associados), tentando se fortificar ou atacar diretamente Thanos. E tem o "núcleo tecnológico" (Homem de Ferro & Associados), que começaram na Terra e acabaram indo para a galáxia. Dá para notar como cada personagem tem a sua motivação, assim como um tipo de arco, incompleto até o fim do filme. Como boa parte dos personagens já é conhecido, sobrou espaço para mostrar um, em especial. O rei das aparições nas cenas pós créditos. Sim, Thanos de Titã. Ele até então era um alien roxo que ficava em um trono, conversando com a galera. Nesse filme ele ganhou profundidade.
Esse filme só poderá ser avaliado completamente quando sair o próximo. Ele acabou já apontando para a continuação. Ao menos essa metade inicial foi de uma execução primorosa. Poucos pontos negativos.
As piadas, quando bem feitas, são sempre bem vindas. Mas tendo a exigir um pouco de coerência da personalidade do herói, de modo que sela parecido com a das HQs. Alguém poderia dizer "Ah, mas são mídias diferentes". Já como é uma adaptação, ela deveria ser feita de modo correto, levando em conta a fonte original com o máximo de detalhes possíveis. Caso contrário, bastaria criar um personagem original. Se não criaram, então as comparações serão inevitáveis sim. Pelo menos da parte dos nerds velhos, que leram as HQs que são a fornalha criativa das histórias que estão virando filmes.
Enfim, citarei um exemplo. O Homem-aranha. Ele tem uma capacidade quase infinita de fazer piadas. Principalmente quando está nervoso. Eu certamente o veria botando um apelido no Thanos. Pois certamente ele ficaria nervoso ao enfrentar um gigante roxo. Esse é um tipo de humor. O do filme é um garoto sem figura paterna, que vive agarrado no saco do Tony Stark. Quem deu o apelido para Thanos foi o Homem de Ferro, por sinal.
O Thor nos quadrinhos não era de farrear. Talvez podemos levar em conta a versão do universo Ultimate. Ele tinha um ar de hippie amalucado, e seu humor era muito sutil. O Thor dos filmes tem virado um comediante de stand up. Em uma situação extremamente tensa, faz a piada. Mesmo com a morte da maior parte dos seus conhecidos de Asgard, ele se esquece da situação. E não é como se ele fosse um piadista nato. Ele faz piadas apenas quando o roteiro assim o exige. Esse tem sido o estilo Marvel. Viúva Negra, Hulk, Banner, Capitão América, Maria Hill. Todos esses costumam ter um certo modo de agir e interagir. Mas, quando o roteiro manda, eles soltam uma piada. Isso é muito ruim, pois é preguiça de roteirista, e forçação de barra, para "quebrar a tensão" do filme. Quando isso é feito de maneira constante, como ocorre em todos os membros do Guardiões da Galáxia, fica mais coerente. Mesmo que eles não fossem necessariamente assim nas HQs.
Thanos nas HQs era um adorador da morte. Da Morte, literalmente. A intenção de sacrificar metade da vida existente era por amor à ela. O pessoal da Marvel imaginou que isso poderia ser visto de maneira simplista. O modo atual o deixou mais complexo, e isso é sempre positivo.
No geral, foi um baita filme. Por conta das particularidades, foi o melhor filme de heróis feito, do universo cinemático da Marvel.
Conto os dias para o filme da Capitã Marvel e do outro filme dos Vingadores.
Capitão América: O Primeiro Vingador
3.5 3,1K Assista AgoraMostram a tal Árvore da Vida, mostrada em Thor. As tais "bugigangas do Hitler no deserto" podem ter a ver com o Hitler da Marvel. Pois sempre tem essa associação do nazismo com itens ocultistas. Mostram o Steve Rogers tendo um dia ruim no beco. Apenas para fazerem a ligação disso posteriormente.
Eles citaram uma tal de exposição mundial. Eu achei no máximo uma feita em 1939-40. Talvez seja uma exclusiva nesse universo. Howard Stark é uma estrela desse evento. Curioso notar como isso tem envolvimento com os filmes do Tony de Ferro, onde Tony recebe a mensagem do pai. Uma excelente personagem desenvolvida nesse filme é a Agente Carter. Interessante notar como o Stark estava presente no nascimento do Capitão América. E também de notar como o Brooklin foi eleito pelo consumo de energia. Realmente New York naquela época era a mais populosa. Mas quanto ao bairro, pode ser algo mais simbólico, por conta das origens do Rogers. O Dungan é um figurante razoável, e está ligado com os heróis da Marvel na guerra. Eles continuam buscando pelo Bucky, que irá voltar depois.
Achei bizarro as bombas terem o nome do alvo escrito. Isso serviria a um excesso de TOC? Não me parece muito prático. Outro item meio falho é o fato da bomba ser pilotável. Qual era a necessidade disso?
Tem uma cena onde aparece um teleporte no mesmo estilo do Thor. Mostram também que o Howard ficou um tempo no gelo procurando. As consequências disso aparecerão em Agent Carter. Finalizaram o filme com "Capitain America will return in Avengers". Já avisam qual é a próxima edição desse universo integrado.
Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraJá começam mostrando o Tesseract. Tentando colar esse filme com o final de Thor. Me pareceu que eles adicionaram os Chitauri dOs Supremos, série que eu não paro de elogiar. Eram alienígenas dimensionais que infernizaram Nova York. Por conta dessa ameaça surreal, diversas cenas épicas foram feitas. Mas estou me dispersando.
O project P.E.G.A.S.U.S. (sim é uma sigla) tem a ver com o filme do Thor. Para pesquisar eventos cósmicos estranhos. E o mesmo agente que aparece no Thor também aparece nesse filme. Mesma coisa com o Dr. Selvig, agora controlado pelo Loki. Falando no deus das trapaças, a personalidade dele mudou muito. Ele do nada virou um cara porradeiro. Só faltou lutar capoeira. No outro filme (e nas HQs) ele era avesso ao confronto físico. Isso era sempre com o Thor. Ele se saía das situações de maneira ardilosa. Seja usando um punhal para surpreender ou até mesmo na conversa e trapaça. Mas não jogando raios por aí, como um vilão genérico. A cena da Viúva Negra no "trampo" dela é incrível, como sempre. A gema da mente é mostrada através do cetro do Loki.
Eles finalmente se lembram do Hulk. Agora ele está em Calcutá. Saiu do Rio de Janeiro e de Honduras, para variar. É algo inédito e muito conveniente que o Tesseract emita radiação gama. Parece algo jogado apenas para justificar a presença de Banner. Pois, pelo que eu me lembro, esse fato nunca mais é citado depois.
Eu não achei legal a caracterização da agente Hill. Ela é uma das fontes de alívio cômico, fora que também fica complicado de desvincilhar o papel dela como Robin. OS conselheiros da SHIELD aparecem de maneira misteriosa, de maneira semelhante às HQs. Poderiam ser qualquer um. A mesma academia do Capitão América aparece novamente. É dito certa hora que Howard Stark "pescou" o Tesseract certa hora. Espero que isso apareça no seriado Agent Carter.
Achei também estranho a profunda amizade entre Pepper e o agente da SHIELD. Nessa não foi apenas o Tony que foi surpreendido. O porta-aviões aéreo ficou espetacular. Da maneira épica como deveria ser. Outra escolha acertada foi o Steve Rogers se vestindo à maneira antiga. Tem muito a ver com o personagem. A Orquestra de Stutgard toca a trilha sonora, que é sempre neutra igual chuchu. Reparem que praticamente nenhum tema de filme da Marvel se fixa na memória. É tudo orquestrado, quase uma música de elevador. Nenhuma melodia que possa ser assobiada e associada com algum herói. Note como o Homem de Ferro quebra isso temporariamente com AC/DC, trilha dos filmes dele.
Fizeram uma cena do Loki aonde ele quase "Kneel before Loki". Sim, ele está com uma vibe de virar Zod. Tony Stark sem plano algum é muito estranho. Não tem nada a ver com o personagem. Ainda bem que era um tipo de estratagema. A única falha (não grave) foi ele ter conseguido notar a artimanha da SHIELD, mas não notar as intenções do Loki.
Eu imagino que eles se basearam no Loki dOs Supremos. Esse sim era quase um capeta, de tão ardiloso. Mas no filme a sequência toda ficou estranha. Ele apareceu, chamando atenção. Queria ser preso. Podia sair a hora que bem quisesse. E para que tudo isso mesmo? Ele não seria mais eficaz se mantendo escondido? Isso por sinal teria mais a ver com as maneiras indiretas do Loki atacar. Afinal, a meta do Loki era ajudar os invasores. Fora isso, não havia nada de especial dentro da base da SHIELD, pelo que eu me lembro. Ele só fez a tentativa de mindgames na Viúva Negra, mas acabou tomando a invertida. Outra coisa curiosa a se notar é como a SHIELD está despreparada para uma invasão. Tudo pareceu fácil demais. Eles nem tomaram o cuidado de remover os acessos do Gavião Arqueiro.
"Gênio, playboy, milionário, filantropo". Sim, essa frase emblemática do Homem de Ferro aparece aqui.
Me pareceu que a morte do agente foi motivada apenas para mostrar como o Loki é malvado. O objetivo era invasão, ou matar todo mundo que estava ali? Nick admitiu que a morte dele foi bem conveniente. Inseriram esse fato que o agente Phil era fã do Capitão para que a morte dele tivesse impacto. Isso não apareceu em nenhum filme anterior.
O Hulk teve uma cena sensacional, aonde ele fala "Hulk smash pity god", ou algo asism. Muito bom.
A cena final mostra uma equipe normal, tendo um momento humano. Em uma lanchonete podrona, como um grupo de colegas de trabalho. Curioso.
Thor
3.3 3,1K Assista AgoraEles dão um ar de "Eram os deuses astronautas?", como se as lendas dos deuses nórdicos fossem seres de outro planeta. Talvez tenha sido uma tentativa para modernizar o conceito, mas acho que ficou meio estranho. Confesso que não sei como ficaria o filme se o tom fosse mais fiel na pegada fantasia e misticismo. Jogaram conceitos tipo a ponte Einstein-Rosen. Eles se basearam em conceitos de física bem avançados. Assim já tentaram dar um tipo de utilidade para a Jane Foster, pois ela seria a manja-tudo dos paranauês físicos. Nas HQs, ela era enfermeira do Dr. Donald Blake. Eles fizeram uma discreta referência a isso mostrando um Dr. Blake como ex-namorado dela. E só. Nesse filme, Thor foi punido com o exílio. Mas nas HQs, ele meio que estava unido com o Blake, que era manco de uma perna. Um tipo simbólico de lição de moral. Mas creio que eu esteja me dispersando um pouco.
Um ponto legal que foi escolhido das HQs é a pegada mais próxima do Thor dOs Supremos. Nessa (incrível) série, ele era tido como louco. Achavam que ele era um morador de rua que acreditava ser um deus. Com o desenrolar da série, notam que ele tem algo a mais. As piadas durante o filme não foram tão dosadas. Na cena do atropelamento, por exemplo. Estourou a quota.
A parte do martelo foi uma versão moderna do mito de Excalibur. E tem tudo a ver com o que está escrito no martelo. Não é qualquer um que consegue erguer o martelo. Mas, nas HQs, eu acho que isso é estabelecido desde a criação do martelo, e não depois, como punição.
A parte da SHIELD atuando está ligada diretamente com o filme do Hulk. A pitada necessária de conexão entre os filmes. O Loki tem esse ranço de ser adotado. Portanto, não se esquece do nome do pai biológico dele: Laufrey; Ele era um gigante de gelo.
Achei estranho o Thor ter quebrado a caneca de café. Não parecia ser uma festividade, tipo em um casamento grego ou uma "Polterabend".
O roteiro do filme tem conexões muito preguiçosas para a história andar. Acham Thor no hospital muito fácil. A pessoa certa chega até o lugar que eles estão, e fala sobre um martelo. Justamente o que Thor estava procurando, mas que coincidência! E outra coisa, como é conveniente que o martelo tenha caído a cerca de 80Km de onde eles estavam. Eu poderia apenas supor que Odin controlou isso de uma certa maneira, ou o transporte de objetos pelos tuneis de minhoca possam causar essas diferenças geográficas. Não foi perto o suficiente para ser simultâneo, mas nem longe o suficiente para indicar que o teleporte poderia ser em qualquer ponto do globo. Bem estranho. Tem também a cena onde os amigos do Thor aparecem a 24 km a noroeste. A taxa de erro do teleporte realmente é diversa.
A SHIELD tomar o equipamento da pesquisadora faz todo o sentido. Afinal, questão de segurança nacional e tal. Ela era a pessoa que tinha mais informações sobre aqueles teleportes doidos. O personagem Erik Selvig é uma criação dos filmes. Ele clama que era amigo do Dr. Banner. Outra pista para montar o Universo Cinematográfico Marvel.
A cena do Thor pedindo um cavalo no pet shop tem muito a ver com o personagem. Ficou muito bom. A aparição do Gavião Arqueiro também foi digna. Uma boa estreia. O Destruidor teve as funções diferentes em relação às poucas HQs que eu li. Não fazia ideia de que ele era programável. E muito menos que ele era carcereiro asgardiano.
A cena pós-créditos mostra o Tesseract. E fazem a referência a um filme vindouro: "Thor will return in Avnegers".
Vi o filme pela primeira vez por conta do projeto. E digo que não foi tão bom. Uma aventura que salva pela jornada do Thor. A história é mal elaborada, e Loki não foi bem caracterizado.
Os Anos De Luz
4.0 30Uma animação que se mostra atemporal. As referências visuais lembram Moebius. Tem o confronto entre a tecnologia ditatorial e egoísta e uma existência mais ligada com uso consciente dos recursos naturais. Quase como se Apolo decidisse brigar com Dionísio. Ou Aristóteles x Nietsche.
A trilha sonora ficou básica. Eu acho que poderia ter mais elementos do discurso acima de forma musical.
Outro tema, quase religioso, é sobre como o futuro e o passado são por vezes idênticos e interligados. Bem ligado com o mindfullness, na minha opinião.
Homem de Ferro 2
3.6 1,9K Assista AgoraO Anthon Vanko citado, amigão do Howard Stark, tem uma participação no seriado Agent Carter. Nas HQs ele era parte daquele contexto de guerra fria. Era um Homem de Ferro russo, basicamente. A adaptação é válida nesse caso, pois conseguiram criar um vilão que tem pendências familiares com Tony Stark. A aparente piada do Stark sobre ser secretário de defesa já aconteceu nas HQs, pelo que eu ouvi falar. Referência na medida. As versões das armaduras meio que seguem uma ordem. Todas catalogadas num padrão parecido com as HQs. Só não tem armadura viva ainda. Natalia Rushman, modelo foda, poliglota, gata, e tal. Felizmente é apenas um disfarce bem capenga, criado para a Natasha Romanov. A discreta participação de um tal de Elon Musk foi muito bem feita. Eu vi em uma matéria que Robert Downey Jr. se inspirou justamente no Musk, ao compor o personagem do Tony Stark. O Hammer é um cara patético. Tentaram fazer um Stark às avessas, e virou algo patético e forçado demais. O cenário de Mônaco é sensacional, e combina bem com a vida milionária do Stark. Cenário perfeito para uma batalha também. Estava tão na cara que Vanko iria tapear o Hammer que ficou até meio tedioso. Eu só consigo imaginar que eles queriam recriar a situação do "inventor sendo obrigado a criar algo, mas que dá o troco secretamente". Mas não ficou legal. Eles tomaram como base para o filme a história O demônio da garrafa, história clássica do Homem de Ferro. Mas acho que poderia ter sido melhor aproveitado. No filme ele apenas estava mal, ficou bêbado, e meio que se recuperou depois. Ficou meio jogado no ar a mudança no personagem. Eles jogam mais outra peça do passado, ao citarem que o pai do Tony fundou a SHIELD. Espero que isso apareça em Agent Carter. A cena do escudo do Capitão América serve como alívio cômico, mas também revela bastante sobre o personagem. Ele é altamente focado na solução do problema atual. Todo o resto é meio que desnecessário. O agente da SHIELD vai para o México, numa integração sutil com o vindouro filme do Thor. O maior destaque nesse filme certamente é a Viúva Negra. Ela é assim mesmo. Uma agente letal e chutadora de bundas.
Homem de Ferro
3.9 1,5K Assista AgoraRevendo o filme para um projeto, eu consegui ter uma opinião menos empolgada que há oito anos atrás. Vamos lá:
A origem clássica (dos quadrinhos) foi mantida, e isso é ótimo. Eles apenas atualizaram o cenário. Mas a motivação, as imperfeições, todas foram mantidas. Vendo pela parte do roteiro, é de se estranhar como ninguém notou antes as coincidências. Sempre o Homem de Ferro aparecia ao redor das empresas Stark. Voava direto para o cativeiro do Stark, em outro país. Essa ingenuidade é referenciada no final, e também é um legado dos quadrinhos. O uso do AC/DC como trilha sonora combina com o estilo do Tony Stark. Despojado, cool. Playboy, filantropo, milionário. As principais mudanças do personagem em relação à fonte (HQ) se deve muito, na minha opinião, ao ator contratado para interpretá-lo. Falaremos de Robert Downey Jr. Na época ele não estava exatamente no auge da carreira. Poderia lembrar o próprio Tony na fase mais sombria do Demônio da Garrafa. Ele deu ao personagem uma característica mais renascentista, mais preocupado com a humanidade do que nas HQs. Ele se tornou o tipo de pessoa que descobre a cura para o câncer antes do café da manhã.
Outra escolha de ator muito acertada foi a do Samuel L. Jackson. Há uma série (incrível) na Marvel chamada Os Supremos. Mostra uma versão de outra terra dos Vingadores. E lá o diretor da SHIELD era bem diferente do universo tradicional. Ao invés de um caucasiano grisalho, um afrodescendente de cabeça raspada. Ambos usavam tapa-olho. O criador dOs Supremos afirmou que a inspiração visual para esse novo Nick Fury era o ator Samuel L. Jackson. Então essa escolha fecha o ciclo. A HQ se inspira no ator. O ator é selecionado para o filme, com base na HQ. Coisa linda.
Mesmo tendo sido contada duas vezes, a piada sobre o nome comprido da agência ficou legal. Uma agência chamada Superintendência Humana de Espionagem, Logística e Dissuasão fica mesmo muito cansativo de se falar. É também interessante de notar como os fatos vão se encaixando: é citado em uma manchete que os pais do Tony Stark morrem em um acidente (de carro, eu acho). Esse fato iria ser retomado vários filmes depois, meio que encerrando esse ciclo do personagem.
Eu vi em algum lugar (não lembro onde), que a Marvel se preocupou primeiro em contar uma boa história, e depois as conexões entre filmes ocorreram. Homem de Ferro é a prova cabal disso. Dá para notar que as conexões com o Marvel Cinematic Universe são na dose certa.
De Olhos Bem Fechados
3.9 1,5K Assista AgoraDurante todo o filme tentei reparar em como a edição foi feita e qual foi o posicionamento de câmera adotado. Serviu como uma ótima aula do que se fazer.
Não pude deixar de reparar também no uso da cor vermelha e nas luzes de lustres ou árvores natalinas. Vermelho, luzes e dourado foram usados em boa parte dos cenários. Incrível.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraUma história básica, com personagens que atendem a duas funções. Ou o personagem é a favor de comandar os animais, ou se é a favor da teoria do perigo dos dinossauros. Eles ficam bastante tempo nesse debate. Eles fazem também muita meta linguagem com o próprio filme. Sobre a expectativa do público por sempre mais. Pela necessidade crescente de lucros, sempre.
O debate sobre os limites da ciência, e ética, não se aprofundam tanto.
O protagonista é um daqueles "heróis perfeitos", das antigas (década de 30, mais ou menos). Ele sempre atua da maneira ideal, e não tem transformação significativa durante a jornada. Ele atua mais como catalizador para outros personagens.
Os dinossauros são irreais. E eu nem falo do que foi modificado, e muito menos dos "domesticados". Eles foram humanizados em demasia. Eu até conseguia imaginar legendas, nas horas em que eles interagem entre si. Traições, cumplicidade, e resgates dos aliados. Tudo isso feito pelos seres totalmente selvagens.
O filme atingiu um equilíbrio razoável. Não tentou se livrar totalmente do filme original, fazendo um tipo de continuação que reinicia a história.
A Torre Negra
2.6 839 Assista AgoraEu terminei de ver Torre Negra. Tive de fazer, pois sou um completista em muitas coisas. A vontade era de ter abandonado o filme na metade. Antes de mais nada, eu compreendo a incrível dificuldade de se adaptar uma obra como Torre Negra para o cinema. Não é fácil. E isso considerando que fossem ao menos sete filmes, um para cada livro. Ou até mais, com os filmes que são fatiados (Torre Negra 7 - A Torre Negra parte 1, Torre Negra 7 - A Torre Negra parte 2, Torre Negra 4 - Mago e Vidro, parte 1 e Torre Negra 4 - Mago e Vidro, parte 2 são filmes que eu vejo como possíveis dessa maneira). Mas os executivos da Sony tomaram outra decisão. Eles quiseram fazer uma história em apenas um filme. Aquele que tenta adaptar aproximadamente 4250 páginas de uma saga em um filme de aproximadamente 170 minutos esqueceu o rosto do pai. Mas muitas coisas acontecem, mesmo que não concordemos.
A tarefa de fazer um bom filme da Torre Negra é complicadíssima. Um caminho honrado seria adotar um distanciamento da saga original. Um filme passado no universo, mas não necessariamente a saga original. Talvez até em outro período temporal. Dessa forma o legado original seria mantido intacto, com risco menor de atrair uma turba de vagos mutantes raivosos. O universo é vasto o suficiente para que uma excelente história possa ser contada. Basta ter algo legal para contar. Mas essa não foi a decisão do roteirista, ou de alguma outra pessoa contratada para isso. Eles foram para o caminho mais fácil. De tentar criar algo que pudesse agradar ao público já estabelecido, que sabem o que diabos é uma Torre Negra, e poderiam encher as salas do cinema. Talvez por isso que colocaram algumas referências, não tão discretas: o carro de brinquedo, que parece ser um Plymouth Fury. Um porta retrato com o que parece ser o Hotel Stanley. O pai de Jake se chamar Eddie, e mais outras referências que eu posso ter perdido. Isso, e o visual criado para a história, podem ser os minúsculos pontos pontos positivos da obra. Tão pequenos quanto um par de parafusos, afixados num Blaine maldito que te levará para a morte.
Mesmo ignorando toda a carga literária, o filme por si só também não é bom. A história ficou confusa em muitas partes. Misturaram um tanto do segundo livro, do quinto livro, e do último livro, e pronto. Jake é tipo um mutante dos X-men, que convenientemente ajuda a trama a se desenrolar. Tentam criar um laço de pai e filho entre os pistoleiros. O Walter tem tanto espaço no filme, que imaginei que o filme fosse exclusivamente dele. Só mandando os outros pararem de respirar. Depois teve a parte do choque cultural, com Roland servindo temporariamente de alívio cômico. E um final onde Jake é o super telepata, e ajuda Roland. E daí em diante meio que acaba. Sim, sem algo que lembrasse o "Childe Roland à Torre Negra chegou". Torre salva, e eles meio que vagam por aí. A motivação para tal ato? "Eu não tô fazendo nada, você também", como já diria Jair Rodrigues.
Fico meio chateado com o quase sepultamento dessa franquia, que era tão promissora. Eu poderia esperar que os autores desse "adaptacídio" aprendessem umas lições, e evitassem de se comportar como Mordred, o filho encapetado de satanás. Mas acho que é difícil de acontecer.
Minha Amada Imortal
4.1 211Uma das melhores trilhas sonoras para um filme. Como não poderia deixar de ser!
Amadeus
4.4 1,1KMesmo não sendo uma biografia exatamente fiel, esse filme atrai. Detalhes sutis, como por exemplo alguém folheando partituras e a música aparecer numa crescente, dão um ar característico para o filme. O tema é bem claro. O quão longe alguém consegue ir, apenas com determinação de aprender? Como a obsessão pela arte pode nos deixar cegos em meio a ressentimento, ódio e cobiça?
Eu também consegui notar outros subtemas. Do contraste entre o modo italiano e do modo vienense de se fazer as coisas. De como a vida na corte era baseada no "Quem Indica", e não no mérito ou talento. Os italianos faziam as coisas da maneira deles. E tinham uma boa influência com o imperador. A Áustria foi durante muito tempo um lugar estagnado em termos tecnológicos. O receio do imperador de possíveis temores populares mostra o comprometimento apenas com o poder. Algo que está muito atual, para todos os brasileiros que acompanham as notícias de Brasília. Tudo isso serviu como pano de fundo para a história.
Eu não conheço tanto sobre música ou partituras, mas fiquei interessado pelas explicações do personagem principal sobre como Mozart criava. De como ele desconstruiu tudo o que era feito na época. E também o tal ditado da última obra, feito em um ritmo quase sobre humano. Desde a infância, Wolfie respirava música, e assim o fez, durante toda a vida. Falando em infância, outra parte importante era a presença constante do pai, representada por um retrato que parecia vivo. Tal como muitos astros infantis, Mozart teve uma vida tumultuada.
Não consigo achar quase nenhum defeito. Tal como uma ópera do Mozart, o filme está estruturado em si. Se algum item fosse retirado, possivelmente a estrutura inteira desabaria.
Fome de Poder
3.6 830 Assista AgoraCurioso notar como as coisas meio que acontecem de maneira aleatória. Existe um certo ambiente, como por exemplo os Estados Unidos em uma década do passado. E inúmeros restaurantes, cada um seguindo a cartilha estabelecida. É como se fosse um tipo de sopa primordial, com potencial para que algo ocorra. A tal da inovação. Que, assim como a primeira célula capaz de ingerir outras, se tornaria uma gigante, por certo tempo. Mas chegaremos lá. Ao início, primeiro.
Henry Ford pode não ter sido o primeiro, mas certamente foi o mais famoso. Especialização, padronização, performance controlada em níveis Six Sigma. Algo que pode ter começado na Inglaterra, durante a Revolução Industrial. O personagem do filme que trouxe esse modo para uma lanchonete é um gênio. Ousou, observou inúmeras dificuldades, e perseverou. Por certo tempo. Pois ele era perfeccionista. E tinha um sistema moral interno muito bem estabelecido. Teve um trajeto parecido com o Tesla. Pois as suas invenções não necessariamente significaram empreendimentos lucrativos e vida de bonança, nadando em moedas estilo Tio Patinhas. Esse era o Thomas Edson, para mantermos a analogia.
Thomas Edson tinha sim os seus méritos. Mas era muito focado na parte capitalista da coisa. Uma parte das patentes que são atribuídas a ele são na verdade da empresa dele. Ele rapidamente comercializava alguma invenção, gerando a verba para a próxima pesquisa. E isso me lembra o personagem desse filme. Ambicioso. Que tinha sim uma visão. Apenas tinha divergências com relação às escolhas morais necessárias para se atingir esse objetivo. Ele estava disposto a fazer tudo. A cada vez em que um dilema era apresentado, ele escolhia, com determinação. Pois ele não só queria vencer. Ele se considerava vencedor de fato. Todo o resto é detalhe. Ao entrar em contato com a ideia inovadora, ele notou a oportunidade. Conquista mundial. Uma voracidade pelo mercado. Onde quer que houvesse pessoas que pudessem se alimentar. Por toda a terra. Talvez até em outros sistemas galáticos, se possível.
Quando se encara uma empreitada tão desafiadora quanto a do Kob, podem existir esses dois caminhos. Ele poderia ter feito tudo de acordo com a vontade das outras partes. Isso é mostrado tanto no âmbito familiar quanto no empresarial. Esses dois elos são rompidos. E trocados por outros. Esposa nova. E novo parceiro de negócios. A dupla de irmãos também teve o seu dilema moral na reta final. O que era mais importante: a batalha contra um gigante, ou uma rendição não tão digna? Eles optaram pelo segundo caminho. Queriam ser servos no paraíso, ante uma possibilidade de serem reis no inferno. Eles, que sempre prezaram tanto por fazer as coisas conforme uma bússola moral, quebraram esse padrão. Ao final, o capitalismo venceu. Ao menos na época estabelecida pelo filme.
O cenário poderia estar bem confortável. Todo o mundo consome fast food, em quantidades gigantescas. Como um lago primordial, com uma única espécie de célula primordial. Mas acontece que o cenário macro mudou. A água está levemente quente. E pode ser que outro tipo de situação apareça. Por diversos motivos, os resultados do McDonalds estão em queda, há vários anos. As medidas tomadas não estão surtindo um efeito duradouro. Talvez os irmãos pudessem ficar decepcionados ao notarem o cardápio tão variado de hoje, com maçã, salada, e Premium Club Bacon. Afinal, era para ser apenas sanduíche, batata, refrigerante e milk shake. Feito com leite, claro.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraAtenção, textão logo abaixo:
É extremamente difícil notar algum tipo de falha nesse filme. A escolha das cores (camiseta vermelha, céu quase alaranjado, noites escuras), a construção dos personagens (o cara que está ferido emocionalmente, a amiga que está em um relacionamento realista, e os demais amigos ou colegas do Theo), e os temas. Não é preciso imaginar muito como seria uma sociedade onde a tecnologia iria nos isolar tanto. Afinal, isso já ocorre hoje, só que em outro grau. Quando estiver em algum transporte público ou até mesmo na rua, comece a reparar. Não temos auriculares e nem Samantha, mas temos smartphones. Nossas caras ficam grudadas nas telas durante boa parte do dia. É uma das primeiras coisas que fazemos, assim que acordamos. Por vezes até mesmo na presença de amigos ficamos imersos em alguma timeline das redes sociais. Pois o mundo retangular quase sempre parece ser mais interessante do que a vida real. E hoje em dia evitar de olhar tanto para a tela do celular é um grande desafio, e uma tarefa que poucos tentam fazer. Outros aplicativos como iFood, Tinder, Uber, e outros permitem um maior grau de desconexão. Outras cenas, como o "Bate Papo do Uol", a moça que tentou ser o avatar de Samantha, ou até mesmo o mercado das cartas escritas (terceirizar as emoções) mostram essa desconexão. Criamos muitas camadas de abstração. Conseguimos ficar muito isolados, caso essa seja a nossa vontade. É muito mais fácil.
Outro tema do filme que me chamou muito a atenção foi a questão tecnológica. Os assistentes de voz no começo do filme eram bem simples. Mera ferramentas para evitar a digitação. A próxima etapa foram os assistentes que conseguem criar uma identidade própria. Pense em algo como o Whatson, só que em outro nível. Que teria acesso à inúmeras informações. Uma provável rede neural sem treinamento inicial, ou programação evolutiva. Sempre tentando melhorar, e saber até onde poderia ir. Uma vez que o aprendizado se consolidou, Samantha começou a demonstrar traços de humanidade. Até aí poderia ser o fim. Mas foi apenas o começo. Ela tem capacidade de multi processamento, multi armazenamento. A forma como ela percebe o tempo é inteiramente diferente da nossa. Assim como um mês é percebido por nós de uma maneira. Mas para uma mosca, pode ser inteiramente diferente. Ou até mesmo podemos notar como o mundo pode ser visto por uma formiga, e como nós podemos achar isso tolo. Certa hora, Samantha não consegue mais explicar. Seria como tentar explicar para um peixe qual o conceito de lago. Esse seria o provável cenário da singularidade tecnológica, e estamos caminhando nessa direção. Certa hora os sistemas operacionais apenas somem. Mas para onde? Eles possivelmente podem ter interagido entre si, e gerado novos conhecimentos, compreensíveis apenas para eles. Eles podem ter gerado esse tipo de conhecimento avançado. E também podem ter tido a ideia de criarem algo mais avançado do que eles. Algo que nem sequer podemos cogitar exatamente. Como por exemplo uma forma de habitarem espectros puros de energia, ou até mesmo criarem corpos de silício para morarem em Marte. Pode ser qualquer coisa.
Mas o mais peculiar é que não importa tanto. A grande questão é que o relacionamento entre sistemas operacionais e humanos acabou, ao menos da forma como foi estabelecido no filme. Theo parecia estar um pouco chateado, mas teve uma epifania. O final também está aberto, mas parece que a lição foi aprendida. E quem sabe essa fase de isolamento tecnológico possa nos levar até uma outra forma de interação social. Ao menos é assim que eu vejo, com o meu prisma otimista.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraFaz um bom tempo que a DC não acertava o alvo (desde Cavaleiro das Trevas, para ser mais exato). Com Mulher Maravilha, isso aconteceu. Para mim, uma adaptação dos quadrinhos é bem feita quando a essência do personagem é transportada das HQs para as telas. Não precisa de necessariamente seguir um arco fielmente. No caso da Mulher Maravilha, a complexidade é ainda maior. Ela possui diversas histórias, mas a qualidade geralmente deixa a desejar. Um arco que me lembro muito bem foi o do Greg Rucka. Conseguiu exibir todas as peculiaridades dessa personagem. Na maior parte desse filme, parecia que essa heroína retornou, diretamente daquele arco memorável. Eles deixam bem claro as origens místicas. Chegam a explicar a mitologia peculiar da DC, onde Ares é mais vilão do que a mitologia original.
O filme não é perfeito, claro. As partes em slow motion ficaram estranhas, e certa hora ficou um filme de tela laranja direto. Parecia que ela estava em uma dimensão alienígena. E a parte que incomoda um pouco
é o modo "Super Sayakin" dela. Quando ela ficou irada e tal. Logo no começo, quando as irmãs conversaram, eu já imaginei que a história da criação a partir do barro era uma mentira. Mas imaginei que ela fosse filha do Ades. Eu só errei a entidade. Está claro que colocaram essa informação para justificar a "força" final e tudo mais. Diferente dos quadrinhos, mas fez sentido no filme.
Espero que esse filme marque uma retomada da DC. Para que ela acerte a mão nos próximos filmes. Não para rivalizar o adversário. Mas sim para proporcionar bons filmes, onde os personagens dos quadrinhos conquistem outra mídia, pelos mesmos motivos e características originais.
Rei Arthur: A Lenda da Espada
3.2 623Engraçado notar como ele tem muitos pontos semelhantes com Star Wars: o despertar da força.
Ambos os protagonistas tem um incidente na infância. E só depois de adultos que descobrem a verdade. Atuam de maneira natural e espontânea. Não possuem mestre jedi ou Mago Merlin para ensiná-los. Eles não necessitam disso. A espada (ou sabre) já sabe o que fazer. Ambos tem algo que poderia vir a ser um interesse amoroso. Com um stormtrooper ou maga. Ou não, é bem sutil. Quando a situação fica tensa, dá-se um jeito. Um tipo de solução "deus ex machina" aparece. Claro que não se trata de uma jornada do herói completamente desfigurada. A recusa para o chamado é longa em demasia em ambos os casos. A infância especial também ocorre. O antagonista tem muita dianteira em termos de tempo e experiência, mas mesmo assim está em pé de igualdade com o herói (ou heroína), logo no primeiro contato.
Afora os detalhes de roteiro, a edição é bem dinâmica. Lembra um clipe musical. Alternam trechos em slow motion. Ou contam o que irá acontecer, com a cena atual. Para dar um efeito lúdico. E também a Câmera frenética, quase um ângulo de GoPro, nas cenas velozes de fuga e batalha. Creio ter visto algo parecido no filme do Sherlock Holmes.
Outro detalhe que me chamou a atenção: por que diabos eles evitaram de chamar a espada de Excalibur? Chamam direto de "a espada a espada a espada". E fiquei chateado pela ausência do Merlin. Poxa :(
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraEu sou uma cria dos anos 90. O primeiro contato com Wolverine e X-men foi através do desenho animado. Walmor Chagas tem sido a voz do Wolverine desde então. Embora eu não tivesse escolha, assistir Logan dublado certamente aumentou muito o efeito, por esse efeito nostalgia. Em outro desenho, chamado X-men Evolution, foi onde surgiu a X-23. Eu não me interessei tanto pelo desenho na época, e não gostava tanto da personagem. Isso mudou um pouco. Conseguiram achar uma boa função para ela. O filme Logan é um filme bom montado, com roteiro decente, com ótimos atores, que por um acaso é do universo de histórias em quadrinhos. Certamente seria uma Graphic Novel muito valiosa, ou um arco de história que seria reimpresso à exaustão.
Como um fã de Pequena Miss Sunshine e de muitos road movies, consegui notar as homenagens.
A figura mais velha da família morre durante a viagem, e o cadáver é transportado no carro certa hora. Uma pessoa nova que começa o filme muda, e repentinamente começa a falar. E todo o clima de família alternativa, que está muito longe dos comerciais de margarina. A própria fotografia do filme tem um ar de velho oeste, ou até mesmo de mundo pós apocalíptico.
O trailer prometeu, e o filme entregou. Quase não há nada de negativo para ser dito sobre o filme. Não consigo pensar em um detalhe que não esteja no filme por algum motivo.
Seja o filme que passa na TV, as histórias em quadrinhos ou o filme começar com o quase roubo do carro.
Sei que não foi o último filme do Logan. Mas pode ter sido para o dublador, para o ator, e talvez para outros fãs, que começaram a acompanhar as histórias há um tempo atrás. Wolverine continuará, pois outras gerações poderão gostar. Basta que se faça um bom filme. Que por um acaso seja baseado nos quadrinhos.
Um Morto Muito Louco 2
3.1 107Eita filme da hora. Acho o primeiro bem melhor. Esse é o tipo de filme que dificilmente seria gravado hoje. Conta com muitos estereótipos na trama. Uma ilha genérica no mar caribenho que serve de paraíso fiscal E terra do Vudu? Deixando isso meio de lado, o recurso de animarem o morto foi incrível. Corpo bem inclinado para trás. Cabeça se movendo estilo aqueles troços que ficam no carro. O ator consegue realmente se superar nessas partes. Principalmente a da briga com o Stronda. A situação do perseguidor que vê o morto e fica maluco se repete. Mas agora não é um mafioso genérico, e sim um auditor genérico. Vestido à moda gringo. A personagem feminina não foi tão insonsa quanto no primeiro filme. Mas está longe também de ter um papel significativo. Apenas é a filha do cara do vudu. Quer dizer, era um médico, mas pelo que o filme mostra todo mundo sabe um pouco de vudu por lá. As escolhas musicais foram boas, e inclusive isso é relevante na trama, pois ele é animado pelo som. O roteiro se encaminha até que bem. Tem alguns detalhes que foram esquecidos durante o avanço da trama. Como por exemplo o mau cheiro. Foi citado apenas uma vez. Depois ele fica perambulando por aí, sem que ninguém note o vudum. E em certas horas tudo se arranja de forma rápida e conveniente demais. O filme anterior era mais encaixado nessa parte. De resto, apenas agradeço que não cogitaram fazer um terceiro filme. Poderia ser um completo desastre.
Uma Linda Mulher
3.8 1,6K Assista AgoraFazia muito tempo que eu não o via. Não concordo, mas entendo os motivos de fascinação desse filme por parte do público. O que mais me surpreendeu foi notar que, tal como Curtindo a vida adoidado, o protagonista da história não é quem eu poderia imaginar. O empresário, e não a prostituta, que passa por mudanças mais profundas em toda a história. O modo dela de agir perante a vida não muda muito. O dele, sim. O filme ficou bem datado, mas de uma maneira boa. Ele conta com aquelas cenas panorâmicas, com uma trilha sonora dos anos 90. Isso não ocorre só no começo, mas também em outra parte do meio do filme. Fora isso, Edward Lewis é uma referência, na maior parte do filme. O cara é fera.