Não pude deixar de lembrar do Sinforoso. Tentar fazer uma montagem, uma fusão entre os dois. Ficaria louco. Algo a se pensar para depois. O filme é mediano. Algumas decisões delas até que fazem sentido, de certo modo. O que é estranho é o cara lá não morrer, e ele aparecer magicamente, já mais velho. Fora isso, é um suspense básico. As partes onde tentam dar o "jumpscare" estão previsíveis. Por conta da minha profunda afeição pela saga do Boneco Assassino, me interessei por esse. Mas esse boneco de voz fina perderia, e feio, para o Good Guy Doll mais perigoso do cinema.
Acho que nenhum review faria jus a um filme dessa magnitude. É uma amostra do que é mais importante, em qualquer época temporal. Mostra a importância de se defender uma posição, mesmo que o custo de tal ação seja demasiado alto. O coronel Slade sabe bem o preço disso. Ele é uma pessoa que sempre ignorou esses momentos-chave. É alguém muito ligado à sensações. Nos mostra como existem outros universos além da visão. Notem os argumentos dele, mostrando lucidez e foco no presente. Ele ignora facilmente o que não importa, como o nome da empresa do parente dele. Mas dá muito valor ao modo como o quase filho dele é chamado. Oscila entre uma raiva e rancor constantes, e raros momentos de apatia extrema. Antes, eu imaginava que o personagem principal era o jovem estudante. Mas acho que o Slade poderia ser mais protagonista do que ele. Pois ele mudou muito com o passar do filme, e as boas histórias costumam trazer mudança. Ele teve a chance de redimir as escolhas do seu passado ao ajudar o jovem com espinhas. Ele foi salvo de um fim planejado, pois notou que ainda tem pelo que viver. O arrependimento só surge se você assim o permitir. Logo após o (incrível) papel dele, no discurso que salvou a carreira do garoto, o coronel já recebe a sua recompensa. Uma possibilidade de amor, com uma integrante do conselho. Ele retorna ao seu lar totalmente mudado. Apenas dois dias se passaram, mas ele é outra pessoa. A cena final dele, tentando se reconciliar com seu legado, os filhos de sua sobrinha, é extremamente significativo. Ele agora se reconciliou com seu passado, e a história se encerra.
Estou lendo o livro "A jornada do escritor", cujo autor fez uma cartilha para a Disney. Notei como eles seguiram a cartilha dele, numa execução digna. Eu tentava identificar as etapas, e boa parte dela estava nítida. É baseado em um conto de fadas, então as etapas estão bem estabelecidas. As adaptações e modificações em relação ao conto original foram bem boladas. Ela tem o tal camaleão, que nada mais é que a intuição dela, e sempre a acompanha. O mundo comum dela é a reclusão, e o mundo especial é a corte. Começa com um sequestro da Criança especial, como boa parte dos contos de fadas. Tem um bar, que é um ponto de convergência, um limiar da jornada. Quando ela é testada, ela, sendo mulher, não tem como objetivo principal derrotar os inimigos. Ela prefere criar um Aliado, ao invés de Inimigo. Isso a ajuda muito, durante sua jornada. Os aparentes brutamontes da taverna, o cavalo que parece um cão de caça. Ela é gentil, e isso é recompensado pelos outros. Foi bacana notar também a pequena jornada do gatuno. Ele aprendeu uma pequena lição, e teve o seu conflito interior e exterior. Tal como Han Solo, começou com motivos egoístas, mas se modificou durante o caminho. Tal como reza o livro, mensagem principal do filme pode ser feita na forma de pergunta, a "mãe" dela é do tipo superprotetora, uma sombra devoradora. A figura paterna é quase que completamente ausente, com exceção do final. A figura clássica do Mentor não aparece, exceto na forma da "mãe". Todos esses padrões, mais uma trilha sonora bem feita, e mais cenários bem criados, cheio de cores e movimentos, explicam a fascinação desse filme em algumas pessoas. É apenas a Disney contando uma boa história. PS: Eu vi a versão dublada, e o Luciano Huck não dá, viu...
Um dos temas preferidos da Ucronia (especulação sobre histórias alternativas) é tentar imaginar um mundo sem Adolf Hitler. A segunda guerra teria acontecido? A guerra fria? Ataques em Hiroshima? E por aí vai. Esse filme segue um pouco dessa linha, ao fazer um exercício mental. O que aconteceria se Hitler aparecesse nos dias de hoje? Em análises superficiais, tendemos a enxergar tudo de maneira simples. E poderíamos ter a tendência de atribuir uma responsabilidade excessiva aos líderes históricos. O contexto econômico e social da época não é considerado tão seriamente. O capitalismo tem os seus momentos de crise, e, desde 2008, estamos em uma delas. Assim como em 1930. Nessas horas, aquele ditado famoso "Farinha pouca, meu pirão primeiro" costuma percorrer a mente de parte da população. Desemprego, recessão econômica. A isso, se soma o fluxo migratório da Síria, em uma escala vista em poucos momentos na história. Eu vi algumas reportagens sobre como os partidos de direita estão ganhando mais espaço político nas assembléias e câmaras nos países do bloco europeu, desde a França até a Hungria e Grécia. Eles estão se virando para a direita, pois querem que tudo melhore. Tudo isso, eu imagino, foi levado em conta para fazer esse filme. Ao contrário do que eu imaginaria, o tal Hitler é muito astuto nesse filme. Ele busca identificação com o público. Quer que sua mensagem seja ouvida, mesmo que pela comédia. Capta os elementos que lhe são favoráveis. Na parte final, a mensagem aparente é a de sociedade agindo em uma direção. Uma guinada no passado, de volta para 1934. Mesmo com toda a sombra da II Guerra Mundial, os alemães do filme não seguiram bem outro ditado famoso: "Aqueles que não podem lembrar o passado, estão condenados a repeti-lo". Apesar de não parecer, é sim um filme de comédia. E, como toda boa comédia, mostra as contradições da nossa sociedade atual, e nos faz rir disso. Os nossos tempos atuais são perigosos, pois, afinal de contas, somos apenas humanos.
A Marvel tem avançado nos filmes. Estão muito parecidos com a linguagem dos quadrinhos. Onde as sagas se prolongam, continuam, evoluem. Esse filme em teoria poderia ser um Vingadores 3, tranquilamente. Tem vários personagens, cada um com sua história. O ponto central
da disputa foi modificado em relação ao original. Nas HQs, os heróis teriam de revelar as suas identidades secretas para o governo. Esse é um ponto mais grave, ao meu ver, do que se submeter à uma agência. E faria muito mais sentido para o Homem de ferro escolher um lado, pois ele já havia revelado a sua identidade secreta. E também daria uma importância para qual lado o Homem-aranha escolheria. No filme, a questão era outra. As consequências, contudo, parecem divergir. Tudo parece estar encaminhado para Os Vingadores Secretos. Achei a motivação da Feiticeira Escarlate bem superficial. Ela não sabe bem se fica ou se não fica. Meio que vai com a maré. O tal Barão Zemo é um personagem muito estranho. A inclusão dele foi realmente necessária? Deveria ter outro nome, pois não lembrou quase nada o dos quadrinhos. Não curti tanto a dose de comédia, na parte onde tem o Fusca, e inúmeras esquetes de humor. Eles tentaram dar uma suavizada no meio do filme, para tentar quebrar a tensão, eu acho. Me lembrou parte da forçação de barra de Vingadores 2, onde todo mundo era humorista. O Homem-aranha foi realmente um adolescente empolgado e ansioso. Condizente com os quadrinhos, onde fazia piadas sempre que estava nervoso. Com base na conversa dele, ele está pronto para seguir o caminho dos quadrinhos, e mudar de lado, virando aliado do Steve Rogers. A incrível surpresa do Homem-formiga virando o Gigante tem tudo a ver com o personagem, embora isso era mais frequente com o Pym, e não o Lang. A inclusão da Sharon Carter foi bem oportuna, pois ela é um personagem recorrente das histórias do Capitão América. A ausência do Hulk é algo que também faz parte, e poderia ser um ótimo motivo para a saga Planeta Hulk. Quem sabe mais pra frente?
No geral, foi um bom filme. É tipo um Vingadores 2,5. Dá para notar um planejamento longo da parte dos estúdios da Marvel, vide as inúmeras cenas com o Thanos. Eu imagino que os futuros filmes do Homem-aranha e Pantera Negra irão continuar essa saga. E também estou convicto que irão surgir os Vingadores Secretos, e, daqui a vários filmes, a Saga do Infinito, e talvez a invasão Skrull, isso se os direitos da Marvel dessa raça pertecerem a eles.
Eu cheguei a ver uma matéria falando como a Disney se reinventou, e está com animações de alta qualidade, e tudo o mais. Fazia um bom tempo que eu não via algo deles (não conto as da Pixar). Zootopia tem uma premissa interessante, de criar uma cidade zoomorfizada, com vários distritos. Notei que uma inspiração básica para tal lugar foi Nova iorque. As escolhas musicais, os efeitos visuais, tudo foi bem escolhido. O que não me agradou muito foi o roteiro. O chefe búfalo disse certa hora que, na vida real, as coisas não se resolvem com uma canção do tipo "Let it go". Mas, em Zootopia, o roteiro anda como que por mágica. Sempre que é necessário alguma nova pista, ela magicamente surge. O filme tem um ritmo frenético, com duas linhas principais na história. Se fosse feita outra escolha de mecanismos narrativos, ela certamente teria outra velocidade, pois progredir de uma parte até outra exige um mínimo de esforço. Isso me pareceu uma saída muito fácil, e um tanto quanto preguiçosa. Ou talvez eu esteja mal acostumado com a narração da Pixar, ou até mesmo as mais antigas da Disney (Rei Leão!). Os personagens foram muito bem construídos. Tem profundidade e certa complexidade. A protagonista começou levantando a mensagem otimista e utópica, que o futuro está aberto, e cabe a nós determiná-lo. Por outro lado, o antagonista inicial afirmava o contrário. Possuímos um destino, e nunca escaparemos dele. A primeira parte da história foi para tentar resolver isso.
Quando acham os animais desaparecidos, a história se encaminha para um tipo de clímax. Como por mágica, aparecem as novas pistas, para a segunda história. Onde tentam mostrar uma dualidade entre presas e predadores, e tentam determinar se seria possível evitar essa programação. Perseguição e corrida contra o tempo dão o tom veloz de quase todo o filme. O tal antagonista revela ter a mesma frustração da protagonista, pois tentou lutar contra os tais preconceitos. Após ela ter rapidamente desistido, e voltado para as origens, a solução uma vez mais cai no colo dela. A segunda história trata-se então de uma mensagem sobre o preconceito e discriminação.
Não me agradou tanto, pelos motivos de roteiro. Não acho que, daqui a vários anos, esse filme será lembrado de forma tão marcante, por conta disso. Parece mais com um pacote padronizado, pronto para agradar o suficiente para ter arrecadação. Até que surja outro filme. E mais outro, e mais outro. Algo que pode garantir uma sobrevida financeira, mas não necessariamente um lugar na galeria de animações infantis.
Fazia um tempo que eu vi Gladiador pela última vez. Eu não sabia que tinham alguns fatos tão reais. O Marco Aurélio realmente morreu na Germânia. O filho dele maluco realmente assumiu, e tinha uma mania de gladiadores. A irmã dele realmente atuava muito nos bastidores. Mas Comodus não morreu no coliseu, e sim traído, tal como ele sempre imaginou. A saga de Maximus é clássica, no melhor sentido da palavra. Ele foi realmente criado para ser uma versão mais nova do Marco Aurélio. Honrado, batalhador, e preocupado com moral. O fato de Comodus ter sido tão doido é algo que me deixa intrigado. Eu tive a ideia de rever esse filme pela parte do estoicismo, que estou estudando superficialmente. A hora em que o velhinho escrevia, era provavelmente um novo trecho dessa publicação, que ficou conhecido como "Meditações". Ele é por vezes chamado de imperador filósofo, e tido como o último dos reis bons. Algumas gerações depois, vem Nero, que teve como tutor outro estoicista, o Sêneca. Voltando ao Maximus, ele tem uma vida de batalhas, Sempre nas fronteiras do reino, preocupado com os seus. Isso praticamente não mudou, exceto alguns detalhes. Ele antes lutava com "bárbaros", agora luta com gladiadores. Antes era nos pântanos dos confins da Europa, agora era na areia do Coliseu. Antes ele era idolatrado entre os soldados, agora tornou-se conhecido por todo o povo. A mudança significativa que ocorre no filme é o encontro com a família dele. Tudo o que ele faz, é pensando neles. E, em segundo lugar, cumprir a promessa do Marco Aurélio, de alterar o sistema político, de um império para um governo apenas do senado. Fora isso, outras partes do filme lembram sobre o legado histórico. Coisas que faremos, que as pessoas irão se lembrar para sempre. E isso esse filme conseguiu. Com visual incrível, trilha sonora matadora, saga básica e razoavelmente ancorada na realidade, o filme Gladiador conseguiu entrar para a história dos filmes do gênero.
As adaptações dos quadrinhos para os filmes estão cada vez mais frequentes, e isso é ótimo. Principalmente para quem leu várias histórias em quadrinhos, como é o meu caso. A receita para esse filme é simples. Fizeram uma batida no liquidificador entre muitas cenas de duas boas HQs, tentando unificar em um único filme.
Na prática, a trama serviu como um prólogo, algo que tenta justificar o vindouro filme da Liga. HQ 1: Batman: O Cavaleiro das trevas. Batman velho e longe dos holofortes. Flashcabk (sim, pela enésima vez) da morte dos pais. Coice da arma, colar de pérolas rompido. Combo de armadura + kriptonita utilizadas pelo homem morcego. Cena do Superman quase morto, quase vivo, flutuando perto do planeta. Uso de inúmeras armas de fogo da parte do Batman, algo raro de se ver nas encarnações mais "jovens". Um busto para um Robin, que teve um destino trágico. Esses foram os elementos que me chamaram mais a atenção, pois foram resgatados da genial HQ do maluco Frank Miller. Ele deu uma visão bem peculiar para o homem-morcego, e notei que algumas pessoas criticaram isso. "O Batman está matando, está insensato, muito irracional, etc..". Isso é o puro creme do Frank Miller. Os protagonistas dele seguem muito essa linha, vide Leônidas em 300. HQ 2: A morte do Superman. Criatura que aparece do nada, sai de Metrópolis, tem uma briga épica entre essa criatura e Superman. Porradaria franca, com muita destruição dessa cidade. Ao fim, ambos caem. Superman lutou até o fim, e tomba ao colo de uma Lois Lane em prantos. Funeral com grande pompa. Essas foram as cenas retiradas dessa saga dos anos 90, cuja finalidade foi mais causar impacto mercadológico do que realmente contar uma história épica. Eu devia ter suspeitado, quando o Apocalypse apareceu no trailer. Mas eu imaginava que iriam queimar o cartucho dele, igual fizeram com o Bane. HQ 3: Crise nas infinitas terras. Sim, eu citei duas. Mas essa terceira aparece em apenas uma cena. Para mim, foi uma das mais significativas, pelo potencial que ela carrega. O Flash aparecendo para o Batman. Isso é exatamante o que ocorre, logo no começo dessa saga formidável. Claro que foi um sonho, mas ao menos mostra um verniz de planejamento longo da DC Comics, para tentar competir com a Marvel nos filmes. Se o homem mais veloz do mundo tiver o mesmo destino, eu já fico sentido por ele. Os fatores acima, junto com a Mulher Maravilha, foram as partes do filme que eu mais gostei. Assim como Harvey Dent, porém, esse filme tem uma outra faceta, com coisas que não me agradaram. Tentarei colocar em ordem decrescente de incômodo. -Lex Luthor pirado. Sim, o Luthor é esperto, muito esperto. Tenham como base a versão dele do Red Son, ou até mesmo o do Morrison. Eu o vejo como alguém frio, calculista, que sempre está um passo na frente. Ele fala o que é necessário ser falado. O do filme parece estar entuchado de cocaína, não para de falar e gesticular. Parece que tentaram deixar ele com um ar de Coringa. Ao menos o plano dele dessa vez não envolve especulação imobiliária. -Superman bocó. Eu não sei onde foi a inspiração do homem de aço para esse filme. Eu suspeito que não teve nenhuma. A minha visão do Superman está bem parecida com a do Morrison, na qual mostra que ele é sim, muito inteligente. Afinal, além da superforça, ele tem também o super-raciocínio, e até a super-memória! Nesse filme, ele apenas ficou vagando. Escutava as pessoas, e seguia a vida dele. O filme não explica como ele foi EXTREMAMENTE INCOPETENTE para não notar um homem bomba a poucos metros dele. Por um acaso colocaram chumbo na cadeira de rodas? Acho que o Superman iria estranhar um dispositivo assim, não? Pensando bem, agora lembrei uma fraca motivação para o personagem. O Superman de o cavaleiro das trevas é um pau mandado, que apenas seguia o que falavam para ele. Esse do filme, contudo, nem ao menos é capacho de alguém, ao menos não na maior parte do filme. -Painel da Liga. O Lex então manja de tipografia? Ele olhou para o circuito de câmera do cara ligeirinho, e falou "Vou vetorizar uma imagem de raio em um círculo". Sei que era para manter a referência, mas isso não fez sentido algum na história. -Batman bocó. Isso incomodou muita gente, mas é uma péssima contrapartida do Batman do Miller. Ele era menos detetive, e muito mais porradeiro. No geral, eu considero o saldo positivo. Não é o melhor filme de super-heróis que eu já vi na minha vida. Está acima, por exemplo, do filme Vingadores 2 (Ultron Bocó, PQP). Eu atribuo essa polarização entre quem viu o filme às características das adaptações citadas acima. Esse realmente não foi um filme com os heróis na sua forma padrão, isso é um fato. Eu também não faço ideia de como uma liga será fundada nesse tipo de Batman, e em um Superman ausente.
Está claro para mim que essa super equipe bebeu na fonte da incrível série chamada Os Supremos. Eles são ligeiramente diferentes dos Vingadores dos quadrinhos, e pertenciam oficialmente ao universo Ultimate. A invasão dos Chi'tauri, o Loki enquanto ser imprevisível, o Hulk como "arma surpresa", o Nicky Fury como alguém muito, muito parecido com o Samuuel L Jackson, e que coordenou a criação de uma equipe de super-heróis. Tudo isso está nos quadrinhos e no filme. Vendo os outros filmes, noto que eles estão seguindo um novo rumo, um mega plano estruturado. E até que ficou bom. O foco desse filme foi criar a equipe, mas não sem antes ter o obrigatório confronto entre os heróis. Vencem a ameaça comum, e pronto. Tentaram dar um equilíbrio de papéis para os diferentes personagens, e usaram muitas cenas de ação. Pontos legais. O que eu não vi sentido ALGUM foi na decisão maluca dos diretores da Superintendência Humana de Inteligência, Espionagem Logística e Dissuasão: Mandar uma bomba no lugar não iria resolver o problema. Talvez até iria piorá-lo. Afinal, eles continuariam vindo, pois o portal maluco estava ativado. Foi um artifício mal explicado, para dar mais urgência, e tentar aumentar a carga dramática. Mas acabou aumentando a burrice dessas figuras, que adora usar um Skype. Como eu os conheço pelos quadrinhos, espero que a equipe não fique totalmente diferente do universo Ultimate. Considerando tudo, esse foi um exemplo de como um filme de equipe de super-heróis deve ser feito.
Baseado em fatos reais, pelo menos é o que diz a descrição final do filme. Não é um terror daqueles que quebram o silêncio com sustos. E muito menos o estilo gore, bem mais explícito, com lesões expostas dignas de IML. A ambientação é sombria, o sol nunca dá as caras. Ele cria um ambiente opressor, tal como se a família estivesse acuada e isolada. Como se tentassem plantar milho no sétimo círculo do inferno de Dante. O clima altamente religioso é uma constante.
Simbolicamente, eu vi o filme como uma amostra do feminino reprimido. Quando mais se tenta ocultar algo, mais forte ele fica. A menina é o exemplo disso. Parece que, quanto mais ela queria se manter fiel à sua família, mais as coisas davam errado. Todas as ações e intervenções dela colaboraram para isso, mesmo que ela não tivesse a intenção. Tal como uma tragédia grega, de uma profecia emitida, que irá se cumprir. Os elementos de ocultismo que aparecem de maneira superficial no filme mostram o que foi oculto, por todos os familiares. A lebre/coelho, por exemplo, hoje é um símbolo da nossa páscoa. Isso mais antigamente tinha elementos pagãos, e o animal se relacionava com a fecundidade e fertilidade. Assim como o ovo. O bode também entra nessa parada. Era o consorte da mãe terra, em uma religião antiga. Os cifres, ao contrário do sentido que atribuímos no Brasil e outros povos, estão ligados com a parte sexual e de virilidade masculina. Esse é o sentido da palavra inglesa "Horny". Com o processo de assimilação das igrejas cristãs, o bode Baphomet virou um demônio. O coelho virou o coelhinho da páscoa. E as bruxas foram incendiadas e afogadas. É curioso notar que nenhum adulto viu bruxa alguma. Apenas as crianças, que viviam todo aquele clima. Principalmente os mais velhos, que estavam começando a deixar de ser crianças. O menino teve um encontro com o feminino sombrio. Teve um beijo fatal, símbolo de contato. Votou muito diferente. A pequena maçã que ele cuspiu se conecta com a mentira que ele inventou. A mentira é um grave pecado. E junto com o medo da morte em idade tenra, igual o seu irmão. Não apenas da morte, mas da danação eterna, tal como ele sempre ouviu. Teve um transe intenso, onde chegou a citar alguns animais. E terminou em um êxtase religioso, algo muito intenso. Ele estava transtornado entre a culpa e seus impulsos novos? Nunca saberemos ao certo. Para os presentes, era o caso de invasão demoníaca. Para fechar um tipo de trindade dos animais, tem o tal corvo. Que costuma ser associado com mau agouro. Depois da vinda dele que as coisas mudam, e muito rápido. Assim como o menino, a menina teve o seu momento de renascimento. Como todo recém-nascido, as vestes, tudo aquilo que lhe protege, inexiste. Se está totalmente renovado, e vulnerável. Ela, que certamente é o eixo dessa história, continuou nas sombras. Pois o vilarejo reprime uma série de fatores, e assim tem sido. Os monstros continuam trancados no armário.
Notei como o diretor tentou resgatar o clima do primeiro filme. Onde um boneco era inocente, aparecia pouco, e ninguém acreditava na criança. A parte mais debochada do Good Guy Doll, que apareceu gradualmente nas duas continuações, ficou mais contida. As aberrações, cujos nomes não podem ser ditos (Noiva de Chucky e Filho de Chucky - até que pode dizer sim) foram felizmente esquecidas. A maior prova disso
é a aparição da Tiffany, totalmente humana lunática.
O recurso tecnológico mais avançado em nossos tempos permitiram que ele aparecesse mais do que no primeiro. Menos vultos, e mais pequenas silhuetas ao fundo. Até mesmo a aparência do boneco mudou. Agora, ele fica sempre com a boca aberta, tal como uma criança que chupou chupeta por tempo em demasia. Confesso que fiquei na expectativa de
uma aparição heróica do Andy, um provável quase quarentão no filme. Mas apenas o citaram. Eles expandiram para outras famílias, mostrando que tem mais história depois do terceiro filme.
Estranho constatar que ele continua fatiado, que foi a forma como ele morreu no terceiro filme. Isso mostra que ele não teve outros tipos de morte drástica, e nem foi reconstruído, como foi de praxe nos primeiros filmes. Isso também é uma contradição com A Noiva de Chucky. Pelo que me lembro (e eu não quero lembrar!!), foi ela quem o costurou, o que quebraria a lógica do envio para outras famílias pelo correio. O filme também tenta
dar mais repertório, para as cenas de morte. Os primeiros filmes tinham muita variedade nisso. A cena da sopa de início tentou ser grandiosa. Imagino o diretor gritando "Vejam só! Isso vai ser foda! Eu sou o rei do terror! Roleta russa de sopa!". Mas, vendo depois, nem adiantou muito, pois ninguém se esgoelou na mesa de jantar. O padre, que deve ter sido a provável vítima, saiu, sem nem ao menos dar uma desculpa do tipo "deixei a panela do feijão ligada no fogão", ou "tenho de ir no banheiro, e só uso o da minha casa". O que eu imagino é que ele lembrou da história do boneco possuído, e saiu correndo, sem nem menos tentar alertar a galera. Fora isso, a cena do balde molhado foi criativa. As falas do Chucky foram bem usadas, e ele continua o rei do stealth.
Quem montou o roteiro não abandonou alguns clichés dos filmes de terror.
Acho que o celular da moça tem um chip de operadora brasileira, pois ele ficou sem sinal na casa dela. Moça, muda de operadora. Ficar sem sinal de celular em casa? Que diabos! Parece os filmes antigos do Jason, onde o carro nunca ligava, o telefone sempre ficava mudo. Quando a moça viu a imagem na internet do assassino, a luz acaba. É cliché, mas ao menos deram o pretexto do balde derrubado, que iria realmente acabar com a luz. O que achei inexplicável é que ela estava usando um Notebook. Esse tipo de equipamento tem bateria, então ao menos ela conseguiria, sei lá, jogar paciência, pois a internet teria acabado, pois o roteador não ficou com energia. Pensando bem, acho que o próprio equipamento pode ter queimado, o que seria plausível.
O final fechou várias portas, para qualquer continuação possível.
Tentaram dar um ar de quase seriado, onde ele ficaria em uma vida cigana.
Foi um filme lançado em DVD, não teve aclamação do público. Infelizmente, ao meu ver. Foi apenas um leve suspiro, numa franquia que começou, teve um sucesso acima do esperado inicialmente, mudou de rumo nas duas continuações, e aí se perdeu na galhofa, ao rir demais de si mesmo. Da minha parte, sou um entusiasta dessa série. Eu vi a estreia na TV aberta de Boneco Assassino 3, na Sessão das Dez. Quando o SBT estreiou o logo de cor vermelha, para indicar filme para maiores de 18 anos. Não era exatamente medo, mas um tipo estranho de fascínio. O concento de um brinquedo que tinha intenções malignas. Sei que tudo tem a sua época, e, ao menos por enquanto, o Chucky ficará guardado em algum sótão, esperando a próxima pessoa que irá encontrá-lo. "Do you whanna play?"
Fazem vários anos que eu vi esse filme. Na época, gostava de viajar, então me agradou por essa parte. Hoje, o significado para mim está inteiramente diferente. As pessoas tendem a projetar seus anseios e convicções sobre as situações. De um lado, tem o pessoal que o julga como egoísta. Saiu, não avisou ninguém, agiu como uma criança impulsiva, e morreu sozinho, como se a natureza o punisse. Ele poderia ser considerado um menino mimado, que não aguentaria a barra, e por aí vai. A família, o trabalho, tudo isso são coisas essenciais, na visão dessas pessoas. Simplesmente encare a barra, e vá adiante. Engole o choro, e segue a vida. Tem a outra face da moeda. Ele é um mensageiro sagrado da liberdade. Aquele que questionou todas as convicções da sociedade. Vamos até o ônibus dele, acender uma vela! Ele fez o que a pessoa tem vontade de fazer, mas nunca o faz. Simplesmente fez o que o Cartola disse em uma música. "Digam que eu só vou voltar / Depois que eu me encontrar". Ele seria alguém com convicção, claro propósito. Estava disposto a algo, e foi atrás. Essa foi uma dica, por sinal, que ele próprio deu no filme. "If you whant something in your life, just grab it". Vivemos em uma gaiola. Sociedade maligna e opressora. Bem que eu gostaria. Ser livre de tudo. Se eu pudesse. Os dois lados estão longe de estarem corretos, ou incorretos. Refletem apenas a vivência de cada um. Para mim, o Alexander Supertramp é mais complexo do que isso. Ele teve uma infância de confortos materiais. Pais em conflito. A irmã dele fala sobre isso tudo. Notem isso. Reparem na quantidade de amigos que ele fez, nos 22 anos de vida dele, antes de se formar: 0. Ele não tinha (aparentemente) namorada, nem amigos próximos. Apenas a irmã dele. Desde pequeno, ele se refugiou nos livros. Em pensadores que ressoavam ideias sobre se encontrar em meio à natureza. Era algo muito idealista, que Cris tomou muito a sério. Se tornou uma meta de vida dele. Ele se sentia angustiado, e esse foi o caminho que ele vislumbrou. Talvez ele não soubesse como os próprios escritores viveram a vida. Já que eles não praticavam à risca o que escreviam. Ele se ateve à parte ideológica da coisa. Poderíamos talvez dizer que a vida para ele começou depois da formatura. Ele conheceu lugares, e, mais importante, ganhou o seu círculo de amizades. Um casal de hippies, que contrastam e ressoam muito com os pais dele. A mãe é oposta na parte material, mas idêntica no sentimento de mãe. Ela implorou para ele falar com a família. Ele se manteve com a mente no Alaska. Operou uma máquina de colheita, com um amigo insano. Quase como um irmão mais velho, que o aconselhou a ficar longe disso. De não levar as teorias tão fixamente, como se fosse uma religião. Ele se manteve com a mente no Alaska. Ele encontrou um senhor, com idade para ser avô dele. Que queria adotá-lo. Se unir na solidão, pois julgava que ele não tinha família. Ele era um oposto do Cris, pois não viajava. E ambos se acusavam de se esconderem. Muito irônico. Sobre o pedido, ele não disse nem que sim, nem que não. Só falou que tinha algo antes. Que era o Alaska. Tiveram também breves encontros. Com a adolescente, muito interessada nele. E o casal de estrangeiros, que compartilharam uma refeição breve com ele, durante a travessia do rio. Todas essas pessoas poderiam formar uma família do Alexander. Mãe, pai, namorada, avô, amigos e irmão mais velho. Uma família que ele julgou nunca ter. Ele por sinal se preparou, da melhor maneira que ele encontrou. Apostou as suas fichas na técnica da defumação. Deu errado. Não tentou por exemplo, comprar sal, para fazer charque. Tinha o livro de plantas, e cometeu um erro. As plantas eram bem parecidas. De qualquer forma, foi uma fatalidade. Ele não iria ficar ali a vida toda. Aliás, o que ele menos fez durante todo o filme foi planejar. Ouviu alguém falar sobre o rio, e decidiu ir até o rio. Ouviu sobre o Alaska na primavera, e decidiu aguardar um tempo. Quase ligou para casa, mas decidiu ajudar o velhinho. Longe de idolatrar ou não gostar do Supetramp, compreendo qual foi o grande insight que ele teve. O preço da conclusão foi a própria vida dele. Mais do que vivência da natureza, ele notou que o mais importante são as conexões que fazemos com as pessoas. E, felizmente, não precisamos de ir para o Alaska para praticar isso.
É bem bacana. Como é comédia, tem muito de superficial em alguns personagens e no roteiro. Um cara que morre durante uma sugestão hipnótica? ok. Mostra de maneira bem didática o que é "How not to give a fuck". Em uma adaptação, seria talvez "Não dar bola", ou "pouco se f@$#%&*". Tudo aquilo que seria prioritário para você, merece um "fuck". Se não, guarde. Mas tenha noção de que tem uma quantidade finita, e não tão abundante, de quantos "fucks" podemos dar. O protagonista passou a não se importar se o chefe mala dele o respeitava, se a (futura ex) namorada estava puta ou não com ele. Ele obteve uma clareza de pensamento incrível. Não pense, contudo, que ele se tornou alguém apático, que não liga para nada no mundo. Ele dá muita importância para a pescaria, por exemplo. E para ter uma boa visão, a partir de seu local de trabalho. Por isso, que ele desparafusou uma de suas "paredes". A relação dele com o trabalho foi alterada. Antes, ele agia muitas vezes contra a vontade dele. E nem ligava para isso. Antes ele tinha medo de perder o emprego dele. Agora, justamente por não se importar em estar empregado ou não, ele foi até promovido. É uma noção passada em alguns contos gregos. De que, de tão apegados à algo externo a nós, caminhamos justamente na direção para perder isso. Uma profecia que se cumpre. Como teria de ter algum tipo de conflito, eles colocaram o lance dos centavos. Aí, o personagem já estava em um tipo de equilíbrio. Ele dava "fucks" para a namorada nova dele. E acabou se mostrando apegado em demasia. Do meio para o final, ele já não é aquele cara que vivia na inércia, mas também não é aquele radical, que impunha sempre a sua vontade, não ligando para nada. No fim, ele achou um tipo de equilíbrio.
Neil Gaiman sabe construir uma história incrível. Dá aquele tom de fantasia, mas baseado sempre em elementos factíveis. A história é bem construída. Elementos como
não são coisas gratuitas. A casa dela tem dois vizinhos próximos. Um na parte de cima, outras na parte de baixo. O de cima vive com pretensões futuras. Alguém que gostaria de ter uma carreira no circo. Que viveria de suas exibições. Alguém, enfim, que vive sonhando com possibilidades futuras. As de baixo são senhoras de certa idade. Mantém sofisticação extrema, catalogam potes por ano. Mantém lembranças bizarras de seus animais mortos. Sempre discordam, e parecem ser antigas atrizes de palcos. Estão muito ligadas com coisas antigas. Se apegam a todos os animais mortos. Tem os olhos voltados para o passado. Se a casa tem futuro, presente e passado, o que restaria? Os elementos externos, tanto os gatilhos para a mudança, quanto a chave (hã? sacaram?) para a salvação. O gato preto, o menino esquisito, a boneca, o poço fundo, e a tal avó. Tudo isso de início para ela é um aborrecimento, assim como muitas coisas ao redor dela. Ela aprende uma simples lição.
Que nem sempre é bom ter tudo o que se quer. A trajetória dela lembra um misto de Alice no país das maravilhas com O mágico de Oz. O "habbit hole", a megera adversária, o "totó" dela (que seria o gato). Ao invés de um espantalho, um leão e um homem de máquina, são três fantasminhas camaradas que a auxiliam. Quem revela parte da trama, de maneira própria, é o gato, que não é o de Cheshire.
Logo que a trama acabou, eu já imaginava um tipo de celebração daqueles. Todas as partes do "mundo" de Coraline agora estão integrados. As três partes da casa, o menino estranho, o gato, e a avó.
Nos meus tempos de leitor de quadrinhos, eu lembro bem da série do Deadpool escrito pelo Joe Kelly. O personagem era, e sempre continuou, muito doido. Algo que muitas vezes os críticos de cinema não notam (*cof* Omelete *cof), é que alguns personagens tem origem em outras mídias. Avaliar um filme apenas pelo filme nem sempre é o mais apropriado. O que foi feito aqui, no filme do Deadpool, foi pegar a essência doida desse personagem, uma cria legítima da década de 90, e jogá-la em um filme. O filme brinca com as próprias contradições, consegue rir de si mesmo. Faz piadas com
a Fox (Deadpool antigo, Wolverine, apenas dois mutantes na mansão), com o ator (Lanterna Verde e Deadpool do Wolverine)
. É bom ver como eles pensaram nos pequenos detalhes. A Al e o fuinha ficaram bem próximos dos quadrinhos, pelo pouco que eu lembro deles originalmente. Ou também o detalhe do
Rob Liefeld ter aparecido numa cena rápida, juntamente com o outro criador dele, o Fabian Nicieza. Eu notei por conta do sobrenome, altamente polêmico nos fóruns. Isso foi ir um nível além da já clássica aparição do Stan Lee.
mantém o embalo do filme. Algumas pessoas na sala de cinema não entenderam quem é o Cable. Mas também é uma das crias do Liefeld, e entendo essa promessa ser tão solene quanto a aparição do Leonardo Dicaprio em Machete 3.
O filme mostra um pouco do que foi os anos 90 nos quadrinhos. Na verdade, é uma paródia bem feita daquela época. Me deu vontade de reler a série de 1998. Pena que eu não estou mais com as edições. Eu lembro, por exemplo, que o Deadpool trocava os potes de sal e açúcar, só para confundir a Al. Bons tempos.
Filme prólogo. Onde mostra o tal Frankstein. Gastam metade do filme para dar uma ambientação para o personagem principal. Um filme onde as explosões ocorrem muito facilmente. Onde a mulher apresentadora é uma megera. Onde as garotas copiloto, e a mulher do bandido são apenas figurativas. Nem tem nome. Roteiro muito básico, superficial. Não tinha necessidade de ser feito.
Um menino que gostava de super-heróis. Acabou encontrando a trindade hindu. Poucos devem ter notado Brahma, Vishnu e Shiva, batalhando. A homenagem do cara ao pai foi bacana.
Quanto ao filme em si... Fiquei decepcionado. Poxa Pixar. Assim não. Eu quero coisas do nível "Divertida Mente", "Up", e, vá lá, "Ratatouile". Mas "O bom dinossauro" foi apenas um filme padrão. Fala sobre medo, sobre coragem, sobre reconhecer que até mesmo algo que parece ser assustador tem o seu potencial para brilhar. Cenas de humor básicas. O filme foi direcionado para crianças, realmente. Não vou nem questionar
a possibilidade dos humanos que apareceram andarem feito lobos. Não é isso que a antropologia diz.
Mas isso não importa. O que é relevante é a história. Que foi básica. A trilha sonora foi bacana, e algumas cenas, tal como as dos vaga lumes, foram bacanas. Cenários incríveis, de paisagens brutas. Mas não ficou marcado para mim. Creio ter sido vítima de minhas expectativas altas em demasia, coisa comum quando a Pixar está envolvida. Ps: Tenho de acrescentar outro fator que achei muito bem bolado:
O filme tem o número 5 como tema, e o 3 também é muito frequente.. Podem reparar. A família dinossauro? 5 integrantes. A nova família de humanos? 5 integrantes, contando com o Spot. A família original de Spot? 3 integrantes. Quantos picos tinham perto da fazenda? Isso mesmo, 3. Dinossauros vaqueiros? Eram um trio. Pássaros com dentes? Isso aí, era um trio. Quem ficou na fazenda, durante a jornada? A mãe, e os dois irmãos. 3 integrantes. O curta metragem era sobre... uma trindade de deuses! Os bichos que tentaram roubar o gado? Eram também 3, pelo que eu vi. Simbolicamente, o 3 poderia ser considerado incompleto, ou finito. Já o 5, indica uma estabilidade. Não tão forte quanto o 4. Seriam os quatro cantos (integrantes da família), com um elemento no centro. O Spot faz essa jornada. A família dele eram 3. Aí, virou 1. E se estabilizou com 5. A única coisa que não se encaixa nisso é no fim, quando a família dos dinossauros continuou com 4. Embora finalizem com 5 manchas, que é praticamente a cena final. Ou seja, o pai continua presente, dando a estabilidade.
Fazia um tempo que eu queria ver esse filme. Lembro de ter visto ele ser indicado, só não lembro onde. As cenas externas mostrando o continente africano são incríveis. Eu achei até curioso que tenha sido baseado em fatos reais. Dei uma pesquisada, e o museu em chicago onde eles estão expostos está na minha lista de lugares a serem visitados, algum dia. O filme mostra a visão do inglês que veio para o continente com o qual ele sempre sonhou. Para ele (conforme os relatos históricos), as feras eram realmente assassinas. As conclusões do pessoal que analisou a história, indicam coisas na linha ambiental (falta de comida), e que foram atraídos por sangue do hospital (como o maluco caçador chega a citar). Fora que podem ter desenvolvido gosto por carne humana, pois o lugar era parte duma rota de tráfego de escravos. Mas de qualquer forma, vamos ao filme. O cara é valente. O filme cria mecanismos para evitar que o filme acabe rápido, igual na morte do primeiro leão, com apenas um tipo. Armas trocadas, o cara que arrega na hora, e outras surpresas do tipo. O filme tem um bom ritmo. O engenheiro, o caçador, o faz-tudo, todos reunidos tomando uma breja, é bem legal de se ver. Se tornam amigos, ao menos temporariamente. O filme foi bacana, no geral. Destaco a trilha sonora, onde tentaram deixar tudo com ar mais local.
- Bonecos que se movem em câmera lenta, e que fazem umas caras engraçadas - uma garota que é a cara do Elijah Wood - roteirista bem clichê, até mesmo para a época Bem tosco, mas da para assistir, ao menos
Em Rocky IV, a saga começa a perder um pouco da força. Mas ainda assim, ocorrem algumas coisas relevantes. Sim, é muita palhaçada aquela coisa de guerra fria, e lero lero. Tentaram usar isso como motivação, mas ficou meio fraco. E decidiram mostrar o Apolo como sendo um insatisfeito, e querer voltar a lutar, após vários anos. Um pouco forçado, ao meu ver. O que parece é que decidiram matá-lo apenas para motivar Balboa. Se o Mr. T já era caricato, agora com Drago tentaram ampliar isso. O representante russo era um provável poço de esteróides? Sim, pode ser. Mas notem as cenas dele treinando. Aquilo deveria ser amedrontador, mas fica até engraçado, vendo hoje. Rocky fazia um treinamento na natureza, correndo na neve, enquanto Drago usava computadores, laboratórios. Natureza x Tecnologia. Quando ele dirige o carro, e começa a ter um baita flashback, ficou meio zoado. Pois está se baseando no passado, para tentar se manter relevante. Imagino que, assim como o Mr. T, Drago não será lembrado novamente. Uma pena, pois acharia interessante mostrar em Creed II uma academia na Rússia aonde ele seria homenageado. Afinal, ele teve papel importante em dois acontecimentos: 1) matou Apolo Creed e 2) causou a aposentadoria de Rocky, conforme visto no próximo filme. Notem também a cena do robô. Aquilo é muito alienígena. Qual a real função daquilo? Na época, deveria ser um componente tecnológico. Coisas dos anos 80, muito provavelmente.
Rocky III mostra um cenário já estabelecido para o boxeador. Ele é campeão, e mantém o cinturão. Nesse filme que nós nos despedimos do Micky. E, por conta disso, algo improvável ocorre. Apolo e Rocky atuam juntos. Talvez possa parecer algo anti natural, mas existem alguns artifícios que podem explicar isso. Basta se lembrarem quem foi Creed, e o que o motivava.
Eles vão até California, lugar muito importante no filme atual do Creed. Foi onde Apolo começou. Vimos também uma rara derrota do Rocky, justamente quando ele perde o seu mentor. Fica perdido por um momento, mas Apolo o auxilia. Dois ex-campeões, que lutaram juntos para recuperar o cinturão.
Até agora, falei apenas das partes positivas. Mr. T foi um dos piores adversários do Rocky, de todos. Só perde para o Tommy (meu deus!!!).
Tem a agressividade, e tudo, mas não convence. É bem raso. Não se pode saber o que o motiva. Foi criado apenas para esse papel. As cenas de treinamento hoje são engraçadas, e muito. Os dois correndo na praia, com aqueles shortinhos. Que coisa estranha.
Falando em profundidade de personagens, Apolo revela depois qual foi uma das motivações dele para ter ajudado.
Ele é competitivo, e queria um tira-teima. Qual dos dois, final, que ganharia uma luta? A primeira foi por pontos, mas não unâneme. A segunda, foi por um segundo, um quase nocaute duplo. Ele não se importava com cinturão, nem nada. Queria apenas descobrir isso. E, já como Rocky devia uma para ele, eles fizeram a tal terceira luta oculta.
Acaba com um frame, e durante um bom tempo ficamos sem a resposta do que aconteceu. No filme atual, isso é explicado de maneira oficial.
Rocky II usou uma técnica de repetir o final do primeiro filme. Para mostrar o que acontece em seguida. Tal como se fossem dois filmes em um. Esse efeito aparece muito nesse caso. Apolo tem um susto durante a luta. E se torna um personagem ainda maior nesse filme. Ele fica totalmente determinado. Leva muito a sério a revanche. Pois o ego dele foi afetado. Ele não suporta não ser campeão. Algumas pessoas acham que ele ganhou por pura sorte. E Balboa tenta seguir em outra vida. A reação dele com a grana me lembra o caso de vários jogadores aqui do Brasil. Compram carros, relógios, casas. Tem isso como prioridade. Mas aí ele nota que não restam muitas alternativas, que não lutar. As cenas de luta costumam ser épicas. Essa não foi exceção. Não sei como eram na época, mas hoje em dia quase ninguém luta de guarda aberta. Notem a porradaria franca entre os dois. Os dois lutam e lutam, mesmo se o corpo não quer obedecer. O desespero no último round é notável. A melhor estratégia para Creed seria se defender, e ganhar por pontos. Mas ele não queria isso. Ele queria um nocaute. Uma vitória incontestável. Rocky tinha uma noção dessa motivação, e também lutava agressivamente. Quase que ocorre um nocaute duplo. Cada filme dessa série traz uma coisa nova. Nesse, ao meu ver, foi um desenvolvimento do Apolo Ceed. Um baita filme, mesmo.
O Rocky I é um filme incrível. Toda a base, todo um universo, que garantiria continuações incríveis, estava ali. A riqueza do personagem Rocky Balboa. A trajetória dele. Um cara que estava à margem desse mundo. Era um italiano encrenqueiro, que morava em um lugar zoado. Uma vida muito humilde. Tal como um conto de fadas, ele é posto no meio de um duelo com o campeão mundial. É um dos pontos menos realistas desse filme. Que conta com muitos personagens incríveis. O Micky. Um sujeito de outra época. Rabujento, áspero como um soco, mas de bom coração. A transformação da Adrian, sendo possível apenas pela determinação do Rocky. Ele viu um potencial nela oculto. O Apolo, que era um marqueteiro, fanfarrão, festeiro, galhofeiro. Ele era bom no boxe, e ele sabia disso. Paulie, que é um italiano rabugento, amargo, e sem saber aticular as suas emoções. Todos personagens com características positivas e negativas. Pois esse não é um filme sobre boxe. É sobre a determinação. De como lutar ao máximo, dar o melhor de si para o que pode aparecer em sua vida. É um relato autobiográfico do Stallone, que batalhou para que o filme fosse estrelado por ele, e com o roteiro dele. Ele sabia o que tinha de material. E acabou acertando na mosca. Tal como o boxeador, ele conseguiu.
Esse filme não me agradou. Pouca coisa se salvam nele. Eu fiz uma teoria sobre o flashback em sagas. Os melhores filmes do Rocky Balboa usam quase zero de momentos anteriores. São fodas por si só, e criam momentos memoráveis. Esse último filme tem um monte de cenas anteriores. O Stallone, que não foi o diretor dessa vez, parecia um idoso. Só nas memórias. O filme anterior também tem a cena dele no carro, lembrando uma porrada de cenas. Bem anos 80 aquilo. Achei engraçado. Assim como as cenas do Apolo correndo na praia. Para que aquilo, jovem? Pegaram a morte do Micky (ocorrida no filme 3), e usaram como gancho para o Rocky se comportar como um babaca. Ficou artificial. Tentaram dar destaque para Robert Balboa. Fizeram ele treinando, ficando com ciuminho, e arranjando uma garota que olha para a bunda dele. Tentaram fazer tudo de volta para as origens, mas não ficou bom. Usaram os excelentes filmes anteriores como muleta, para uma história que não se sustenta sozinha. O moleque de Mullets, o Tommy Gun, ou coisa assim, não foi um bom adversário. Não era uma força implacável. Era apenas um moleque, que era fantoche de um empresário, que me lembrou aquele maluco que empresariava o Mike Tyson. Não pela aparência, mas pelos trejeitos. Foi o com menor nota, de toda a série. Apenas duas estrelas. Nos filmes anteriores, Rocky sempre usava uma cruz, mostrando seu lado religioso. Nesse, colocaram um colar, e colocaram o Micky sendo um velho piegas. Abotoadura? De repente ele usa agora? Cadê a cruz? Vai se F#@$%. O estrago foi tanto, que nos dois filmes seguintes, nem chegaram a citar nada dessa série. Imagino que tenha sido melhor assim.
Boneco do Mal
2.7 1,2K Assista AgoraNão pude deixar de lembrar do Sinforoso. Tentar fazer uma montagem, uma fusão entre os dois. Ficaria louco. Algo a se pensar para depois. O filme é mediano. Algumas decisões delas até que fazem sentido, de certo modo. O que é estranho é o cara lá não morrer, e ele aparecer magicamente, já mais velho. Fora isso, é um suspense básico. As partes onde tentam dar o "jumpscare" estão previsíveis. Por conta da minha profunda afeição pela saga do Boneco Assassino, me interessei por esse. Mas esse boneco de voz fina perderia, e feio, para o Good Guy Doll mais perigoso do cinema.
Perfume de Mulher
4.3 1,3K Assista AgoraAcho que nenhum review faria jus a um filme dessa magnitude. É uma amostra do que é mais importante, em qualquer época temporal. Mostra a importância de se defender uma posição, mesmo que o custo de tal ação seja demasiado alto. O coronel Slade sabe bem o preço disso. Ele é uma pessoa que sempre ignorou esses momentos-chave. É alguém muito ligado à sensações. Nos mostra como existem outros universos além da visão. Notem os argumentos dele, mostrando lucidez e foco no presente. Ele ignora facilmente o que não importa, como o nome da empresa do parente dele. Mas dá muito valor ao modo como o quase filho dele é chamado. Oscila entre uma raiva e rancor constantes, e raros momentos de apatia extrema. Antes, eu imaginava que o personagem principal era o jovem estudante. Mas acho que o Slade poderia ser mais protagonista do que ele. Pois ele mudou muito com o passar do filme, e as boas histórias costumam trazer mudança. Ele teve a chance de redimir as escolhas do seu passado ao ajudar o jovem com espinhas. Ele foi salvo de um fim planejado, pois notou que ainda tem pelo que viver. O arrependimento só surge se você assim o permitir. Logo após o (incrível) papel dele, no discurso que salvou a carreira do garoto, o coronel já recebe a sua recompensa. Uma possibilidade de amor, com uma integrante do conselho. Ele retorna ao seu lar totalmente mudado. Apenas dois dias se passaram, mas ele é outra pessoa. A cena final dele, tentando se reconciliar com seu legado, os filhos de sua sobrinha, é extremamente significativo. Ele agora se reconciliou com seu passado, e a história se encerra.
Enrolados
3.8 2,8K Assista AgoraEstou lendo o livro "A jornada do escritor", cujo autor fez uma cartilha para a Disney. Notei como eles seguiram a cartilha dele, numa execução digna. Eu tentava identificar as etapas, e boa parte dela estava nítida. É baseado em um conto de fadas, então as etapas estão bem estabelecidas. As adaptações e modificações em relação ao conto original foram bem boladas. Ela tem o tal camaleão, que nada mais é que a intuição dela, e sempre a acompanha. O mundo comum dela é a reclusão, e o mundo especial é a corte. Começa com um sequestro da Criança especial, como boa parte dos contos de fadas. Tem um bar, que é um ponto de convergência, um limiar da jornada. Quando ela é testada, ela, sendo mulher, não tem como objetivo principal derrotar os inimigos. Ela prefere criar um Aliado, ao invés de Inimigo. Isso a ajuda muito, durante sua jornada. Os aparentes brutamontes da taverna, o cavalo que parece um cão de caça. Ela é gentil, e isso é recompensado pelos outros. Foi bacana notar também a pequena jornada do gatuno. Ele aprendeu uma pequena lição, e teve o seu conflito interior e exterior. Tal como Han Solo, começou com motivos egoístas, mas se modificou durante o caminho. Tal como reza o livro, mensagem principal do filme pode ser feita na forma de pergunta, a "mãe" dela é do tipo superprotetora, uma sombra devoradora. A figura paterna é quase que completamente ausente, com exceção do final. A figura clássica do Mentor não aparece, exceto na forma da "mãe". Todos esses padrões, mais uma trilha sonora bem feita, e mais cenários bem criados, cheio de cores e movimentos, explicam a fascinação desse filme em algumas pessoas. É apenas a Disney contando uma boa história.
PS: Eu vi a versão dublada, e o Luciano Huck não dá, viu...
Ele Está de Volta
3.8 681Um dos temas preferidos da Ucronia (especulação sobre histórias alternativas) é tentar imaginar um mundo sem Adolf Hitler. A segunda guerra teria acontecido? A guerra fria? Ataques em Hiroshima? E por aí vai. Esse filme segue um pouco dessa linha, ao fazer um exercício mental. O que aconteceria se Hitler aparecesse nos dias de hoje?
Em análises superficiais, tendemos a enxergar tudo de maneira simples. E poderíamos ter a tendência de atribuir uma responsabilidade excessiva aos líderes históricos. O contexto econômico e social da época não é considerado tão seriamente.
O capitalismo tem os seus momentos de crise, e, desde 2008, estamos em uma delas. Assim como em 1930. Nessas horas, aquele ditado famoso "Farinha pouca, meu pirão primeiro" costuma percorrer a mente de parte da população. Desemprego, recessão econômica. A isso, se soma o fluxo migratório da Síria, em uma escala vista em poucos momentos na história. Eu vi algumas reportagens sobre como os partidos de direita estão ganhando mais espaço político nas assembléias e câmaras nos países do bloco europeu, desde a França até a Hungria e Grécia. Eles estão se virando para a direita, pois querem que tudo melhore. Tudo isso, eu imagino, foi levado em conta para fazer esse filme.
Ao contrário do que eu imaginaria, o tal Hitler é muito astuto nesse filme. Ele busca identificação com o público. Quer que sua mensagem seja ouvida, mesmo que pela comédia. Capta os elementos que lhe são favoráveis.
Na parte final, a mensagem aparente é a de sociedade agindo em uma direção. Uma guinada no passado, de volta para 1934. Mesmo com toda a sombra da II Guerra Mundial, os alemães do filme não seguiram bem outro ditado famoso: "Aqueles que não podem lembrar o passado, estão condenados a repeti-lo".
Apesar de não parecer, é sim um filme de comédia. E, como toda boa comédia, mostra as contradições da nossa sociedade atual, e nos faz rir disso. Os nossos tempos atuais são perigosos, pois, afinal de contas, somos apenas humanos.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraA Marvel tem avançado nos filmes. Estão muito parecidos com a linguagem dos quadrinhos. Onde as sagas se prolongam, continuam, evoluem. Esse filme em teoria poderia ser um Vingadores 3, tranquilamente. Tem vários personagens, cada um com sua história. O ponto central
da disputa foi modificado em relação ao original. Nas HQs, os heróis teriam de revelar as suas identidades secretas para o governo. Esse é um ponto mais grave, ao meu ver, do que se submeter à uma agência. E faria muito mais sentido para o Homem de ferro escolher um lado, pois ele já havia revelado a sua identidade secreta. E também daria uma importância para qual lado o Homem-aranha escolheria. No filme, a questão era outra. As consequências, contudo, parecem divergir. Tudo parece estar encaminhado para Os Vingadores Secretos.
Achei a motivação da Feiticeira Escarlate bem superficial. Ela não sabe bem se fica ou se não fica. Meio que vai com a maré. O tal Barão Zemo é um personagem muito estranho. A inclusão dele foi realmente necessária? Deveria ter outro nome, pois não lembrou quase nada o dos quadrinhos. Não curti tanto a dose de comédia, na parte onde tem o Fusca, e inúmeras esquetes de humor. Eles tentaram dar uma suavizada no meio do filme, para tentar quebrar a tensão, eu acho. Me lembrou parte da forçação de barra de Vingadores 2, onde todo mundo era humorista.
O Homem-aranha foi realmente um adolescente empolgado e ansioso. Condizente com os quadrinhos, onde fazia piadas sempre que estava nervoso. Com base na conversa dele, ele está pronto para seguir o caminho dos quadrinhos, e mudar de lado, virando aliado do Steve Rogers. A incrível surpresa do Homem-formiga virando o Gigante tem tudo a ver com o personagem, embora isso era mais frequente com o Pym, e não o Lang. A inclusão da Sharon Carter foi bem oportuna, pois ela é um personagem recorrente das histórias do Capitão América. A ausência do Hulk é algo que também faz parte, e poderia ser um ótimo motivo para a saga Planeta Hulk. Quem sabe mais pra frente?
No geral, foi um bom filme. É tipo um Vingadores 2,5. Dá para notar um planejamento longo da parte dos estúdios da Marvel, vide as inúmeras cenas com o Thanos. Eu imagino que os futuros filmes do Homem-aranha e Pantera Negra irão continuar essa saga. E também estou convicto que irão surgir os Vingadores Secretos, e, daqui a vários filmes, a Saga do Infinito, e talvez a invasão Skrull, isso se os direitos da Marvel dessa raça pertecerem a eles.
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
4.2 1,5K Assista AgoraEu cheguei a ver uma matéria falando como a Disney se reinventou, e está com animações de alta qualidade, e tudo o mais. Fazia um bom tempo que eu não via algo deles (não conto as da Pixar).
Zootopia tem uma premissa interessante, de criar uma cidade zoomorfizada, com vários distritos. Notei que uma inspiração básica para tal lugar foi Nova iorque. As escolhas musicais, os efeitos visuais, tudo foi bem escolhido. O que não me agradou muito foi o roteiro. O chefe búfalo disse certa hora que, na vida real, as coisas não se resolvem com uma canção do tipo "Let it go". Mas, em Zootopia, o roteiro anda como que por mágica. Sempre que é necessário alguma nova pista, ela magicamente surge. O filme tem um ritmo frenético, com duas linhas principais na história. Se fosse feita outra escolha de mecanismos narrativos, ela certamente teria outra velocidade, pois progredir de uma parte até outra exige um mínimo de esforço. Isso me pareceu uma saída muito fácil, e um tanto quanto preguiçosa. Ou talvez eu esteja mal acostumado com a narração da Pixar, ou até mesmo as mais antigas da Disney (Rei Leão!).
Os personagens foram muito bem construídos. Tem profundidade e certa complexidade. A protagonista começou levantando a mensagem otimista e utópica, que o futuro está aberto, e cabe a nós determiná-lo. Por outro lado, o antagonista inicial afirmava o contrário. Possuímos um destino, e nunca escaparemos dele. A primeira parte da história foi para tentar resolver isso.
Quando acham os animais desaparecidos, a história se encaminha para um tipo de clímax. Como por mágica, aparecem as novas pistas, para a segunda história. Onde tentam mostrar uma dualidade entre presas e predadores, e tentam determinar se seria possível evitar essa programação. Perseguição e corrida contra o tempo dão o tom veloz de quase todo o filme. O tal antagonista revela ter a mesma frustração da protagonista, pois tentou lutar contra os tais preconceitos. Após ela ter rapidamente desistido, e voltado para as origens, a solução uma vez mais cai no colo dela. A segunda história trata-se então de uma mensagem sobre o preconceito e discriminação.
Não me agradou tanto, pelos motivos de roteiro. Não acho que, daqui a vários anos, esse filme será lembrado de forma tão marcante, por conta disso. Parece mais com um pacote padronizado, pronto para agradar o suficiente para ter arrecadação. Até que surja outro filme. E mais outro, e mais outro. Algo que pode garantir uma sobrevida financeira, mas não necessariamente um lugar na galeria de animações infantis.
Gladiador
4.2 1,7K Assista AgoraFazia um tempo que eu vi Gladiador pela última vez. Eu não sabia que tinham alguns fatos tão reais. O Marco Aurélio realmente morreu na Germânia. O filho dele maluco realmente assumiu, e tinha uma mania de gladiadores. A irmã dele realmente atuava muito nos bastidores. Mas Comodus não morreu no coliseu, e sim traído, tal como ele sempre imaginou.
A saga de Maximus é clássica, no melhor sentido da palavra. Ele foi realmente criado para ser uma versão mais nova do Marco Aurélio. Honrado, batalhador, e preocupado com moral. O fato de Comodus ter sido tão doido é algo que me deixa intrigado.
Eu tive a ideia de rever esse filme pela parte do estoicismo, que estou estudando superficialmente. A hora em que o velhinho escrevia, era provavelmente um novo trecho dessa publicação, que ficou conhecido como "Meditações". Ele é por vezes chamado de imperador filósofo, e tido como o último dos reis bons. Algumas gerações depois, vem Nero, que teve como tutor outro estoicista, o Sêneca.
Voltando ao Maximus, ele tem uma vida de batalhas, Sempre nas fronteiras do reino, preocupado com os seus. Isso praticamente não mudou, exceto alguns detalhes. Ele antes lutava com "bárbaros", agora luta com gladiadores. Antes era nos pântanos dos confins da Europa, agora era na areia do Coliseu. Antes ele era idolatrado entre os soldados, agora tornou-se conhecido por todo o povo. A mudança significativa que ocorre no filme é o encontro com a família dele. Tudo o que ele faz, é pensando neles. E, em segundo lugar, cumprir a promessa do Marco Aurélio, de alterar o sistema político, de um império para um governo apenas do senado.
Fora isso, outras partes do filme lembram sobre o legado histórico. Coisas que faremos, que as pessoas irão se lembrar para sempre. E isso esse filme conseguiu. Com visual incrível, trilha sonora matadora, saga básica e razoavelmente ancorada na realidade, o filme Gladiador conseguiu entrar para a história dos filmes do gênero.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 4,9K Assista AgoraAs adaptações dos quadrinhos para os filmes estão cada vez mais frequentes, e isso é ótimo. Principalmente para quem leu várias histórias em quadrinhos, como é o meu caso.
A receita para esse filme é simples. Fizeram uma batida no liquidificador entre muitas cenas de duas boas HQs, tentando unificar em um único filme.
Na prática, a trama serviu como um prólogo, algo que tenta justificar o vindouro filme da Liga.
HQ 1: Batman: O Cavaleiro das trevas. Batman velho e longe dos holofortes. Flashcabk (sim, pela enésima vez) da morte dos pais. Coice da arma, colar de pérolas rompido. Combo de armadura + kriptonita utilizadas pelo homem morcego. Cena do Superman quase morto, quase vivo, flutuando perto do planeta. Uso de inúmeras armas de fogo da parte do Batman, algo raro de se ver nas encarnações mais "jovens". Um busto para um Robin, que teve um destino trágico. Esses foram os elementos que me chamaram mais a atenção, pois foram resgatados da genial HQ do maluco Frank Miller. Ele deu uma visão bem peculiar para o homem-morcego, e notei que algumas pessoas criticaram isso. "O Batman está matando, está insensato, muito irracional, etc..". Isso é o puro creme do Frank Miller. Os protagonistas dele seguem muito essa linha, vide Leônidas em 300.
HQ 2: A morte do Superman. Criatura que aparece do nada, sai de Metrópolis, tem uma briga épica entre essa criatura e Superman. Porradaria franca, com muita destruição dessa cidade. Ao fim, ambos caem. Superman lutou até o fim, e tomba ao colo de uma Lois Lane em prantos. Funeral com grande pompa. Essas foram as cenas retiradas dessa saga dos anos 90, cuja finalidade foi mais causar impacto mercadológico do que realmente contar uma história épica. Eu devia ter suspeitado, quando o Apocalypse apareceu no trailer. Mas eu imaginava que iriam queimar o cartucho dele, igual fizeram com o Bane.
HQ 3: Crise nas infinitas terras. Sim, eu citei duas. Mas essa terceira aparece em apenas uma cena. Para mim, foi uma das mais significativas, pelo potencial que ela carrega. O Flash aparecendo para o Batman. Isso é exatamante o que ocorre, logo no começo dessa saga formidável. Claro que foi um sonho, mas ao menos mostra um verniz de planejamento longo da DC Comics, para tentar competir com a Marvel nos filmes. Se o homem mais veloz do mundo tiver o mesmo destino, eu já fico sentido por ele.
Os fatores acima, junto com a Mulher Maravilha, foram as partes do filme que eu mais gostei. Assim como Harvey Dent, porém, esse filme tem uma outra faceta, com coisas que não me agradaram. Tentarei colocar em ordem decrescente de incômodo.
-Lex Luthor pirado. Sim, o Luthor é esperto, muito esperto. Tenham como base a versão dele do Red Son, ou até mesmo o do Morrison. Eu o vejo como alguém frio, calculista, que sempre está um passo na frente. Ele fala o que é necessário ser falado. O do filme parece estar entuchado de cocaína, não para de falar e gesticular. Parece que tentaram deixar ele com um ar de Coringa. Ao menos o plano dele dessa vez não envolve especulação imobiliária.
-Superman bocó. Eu não sei onde foi a inspiração do homem de aço para esse filme. Eu suspeito que não teve nenhuma. A minha visão do Superman está bem parecida com a do Morrison, na qual mostra que ele é sim, muito inteligente. Afinal, além da superforça, ele tem também o super-raciocínio, e até a super-memória! Nesse filme, ele apenas ficou vagando. Escutava as pessoas, e seguia a vida dele. O filme não explica como ele foi EXTREMAMENTE INCOPETENTE para não notar um homem bomba a poucos metros dele. Por um acaso colocaram chumbo na cadeira de rodas? Acho que o Superman iria estranhar um dispositivo assim, não? Pensando bem, agora lembrei uma fraca motivação para o personagem. O Superman de o cavaleiro das trevas é um pau mandado, que apenas seguia o que falavam para ele. Esse do filme, contudo, nem ao menos é capacho de alguém, ao menos não na maior parte do filme.
-Painel da Liga. O Lex então manja de tipografia? Ele olhou para o circuito de câmera do cara ligeirinho, e falou "Vou vetorizar uma imagem de raio em um círculo". Sei que era para manter a referência, mas isso não fez sentido algum na história.
-Batman bocó. Isso incomodou muita gente, mas é uma péssima contrapartida do Batman do Miller. Ele era menos detetive, e muito mais porradeiro.
No geral, eu considero o saldo positivo. Não é o melhor filme de super-heróis que eu já vi na minha vida. Está acima, por exemplo, do filme Vingadores 2 (Ultron Bocó, PQP). Eu atribuo essa polarização entre quem viu o filme às características das adaptações citadas acima. Esse realmente não foi um filme com os heróis na sua forma padrão, isso é um fato. Eu também não faço ideia de como uma liga será fundada nesse tipo de Batman, e em um Superman ausente.
Os Vingadores
4.0 6,9K Assista AgoraEstá claro para mim que essa super equipe bebeu na fonte da incrível série chamada Os Supremos. Eles são ligeiramente diferentes dos Vingadores dos quadrinhos, e pertenciam oficialmente ao universo Ultimate. A invasão dos Chi'tauri, o Loki enquanto ser imprevisível, o Hulk como "arma surpresa", o Nicky Fury como alguém muito, muito parecido com o Samuuel L Jackson, e que coordenou a criação de uma equipe de super-heróis. Tudo isso está nos quadrinhos e no filme. Vendo os outros filmes, noto que eles estão seguindo um novo rumo, um mega plano estruturado. E até que ficou bom. O foco desse filme foi criar a equipe, mas não sem antes ter o obrigatório confronto entre os heróis. Vencem a ameaça comum, e pronto. Tentaram dar um equilíbrio de papéis para os diferentes personagens, e usaram muitas cenas de ação. Pontos legais. O que eu não vi sentido ALGUM foi na decisão maluca dos diretores da Superintendência Humana de Inteligência, Espionagem Logística e Dissuasão: Mandar uma bomba no lugar não iria resolver o problema. Talvez até iria piorá-lo. Afinal, eles continuariam vindo, pois o portal maluco estava ativado. Foi um artifício mal explicado, para dar mais urgência, e tentar aumentar a carga dramática. Mas acabou aumentando a burrice dessas figuras, que adora usar um Skype. Como eu os conheço pelos quadrinhos, espero que a equipe não fique totalmente diferente do universo Ultimate. Considerando tudo, esse foi um exemplo de como um filme de equipe de super-heróis deve ser feito.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraBaseado em fatos reais, pelo menos é o que diz a descrição final do filme. Não é um terror daqueles que quebram o silêncio com sustos. E muito menos o estilo gore, bem mais explícito, com lesões expostas dignas de IML. A ambientação é sombria, o sol nunca dá as caras. Ele cria um ambiente opressor, tal como se a família estivesse acuada e isolada. Como se tentassem plantar milho no sétimo círculo do inferno de Dante. O clima altamente religioso é uma constante.
Simbolicamente, eu vi o filme como uma amostra do feminino reprimido. Quando mais se tenta ocultar algo, mais forte ele fica. A menina é o exemplo disso. Parece que, quanto mais ela queria se manter fiel à sua família, mais as coisas davam errado. Todas as ações e intervenções dela colaboraram para isso, mesmo que ela não tivesse a intenção. Tal como uma tragédia grega, de uma profecia emitida, que irá se cumprir. Os elementos de ocultismo que aparecem de maneira superficial no filme mostram o que foi oculto, por todos os familiares. A lebre/coelho, por exemplo, hoje é um símbolo da nossa páscoa. Isso mais antigamente tinha elementos pagãos, e o animal se relacionava com a fecundidade e fertilidade. Assim como o ovo. O bode também entra nessa parada. Era o consorte da mãe terra, em uma religião antiga. Os cifres, ao contrário do sentido que atribuímos no Brasil e outros povos, estão ligados com a parte sexual e de virilidade masculina. Esse é o sentido da palavra inglesa "Horny". Com o processo de assimilação das igrejas cristãs, o bode Baphomet virou um demônio. O coelho virou o coelhinho da páscoa. E as bruxas foram incendiadas e afogadas.
É curioso notar que nenhum adulto viu bruxa alguma. Apenas as crianças, que viviam todo aquele clima. Principalmente os mais velhos, que estavam começando a deixar de ser crianças. O menino teve um encontro com o feminino sombrio. Teve um beijo fatal, símbolo de contato. Votou muito diferente. A pequena maçã que ele cuspiu se conecta com a mentira que ele inventou. A mentira é um grave pecado. E junto com o medo da morte em idade tenra, igual o seu irmão. Não apenas da morte, mas da danação eterna, tal como ele sempre ouviu. Teve um transe intenso, onde chegou a citar alguns animais. E terminou em um êxtase religioso, algo muito intenso. Ele estava transtornado entre a culpa e seus impulsos novos? Nunca saberemos ao certo. Para os presentes, era o caso de invasão demoníaca.
Para fechar um tipo de trindade dos animais, tem o tal corvo. Que costuma ser associado com mau agouro. Depois da vinda dele que as coisas mudam, e muito rápido.
Assim como o menino, a menina teve o seu momento de renascimento. Como todo recém-nascido, as vestes, tudo aquilo que lhe protege, inexiste. Se está totalmente renovado, e vulnerável. Ela, que certamente é o eixo dessa história, continuou nas sombras. Pois o vilarejo reprime uma série de fatores, e assim tem sido. Os monstros continuam trancados no armário.
A Maldição de Chucky
2.6 1,3KNotei como o diretor tentou resgatar o clima do primeiro filme. Onde um boneco era inocente, aparecia pouco, e ninguém acreditava na criança. A parte mais debochada do Good Guy Doll, que apareceu gradualmente nas duas continuações, ficou mais contida. As aberrações, cujos nomes não podem ser ditos (Noiva de Chucky e Filho de Chucky - até que pode dizer sim) foram felizmente esquecidas.
A maior prova disso
é a aparição da Tiffany, totalmente humana lunática.
uma aparição heróica do Andy, um provável quase quarentão no filme. Mas apenas o citaram. Eles expandiram para outras famílias, mostrando que tem mais história depois do terceiro filme.
O filme também tenta
dar mais repertório, para as cenas de morte. Os primeiros filmes tinham muita variedade nisso. A cena da sopa de início tentou ser grandiosa. Imagino o diretor gritando "Vejam só! Isso vai ser foda! Eu sou o rei do terror! Roleta russa de sopa!". Mas, vendo depois, nem adiantou muito, pois ninguém se esgoelou na mesa de jantar. O padre, que deve ter sido a provável vítima, saiu, sem nem ao menos dar uma desculpa do tipo "deixei a panela do feijão ligada no fogão", ou "tenho de ir no banheiro, e só uso o da minha casa". O que eu imagino é que ele lembrou da história do boneco possuído, e saiu correndo, sem nem menos tentar alertar a galera. Fora isso, a cena do balde molhado foi criativa. As falas do Chucky foram bem usadas, e ele continua o rei do stealth.
Quem montou o roteiro não abandonou alguns clichés dos filmes de terror.
Acho que o celular da moça tem um chip de operadora brasileira, pois ele ficou sem sinal na casa dela. Moça, muda de operadora. Ficar sem sinal de celular em casa? Que diabos! Parece os filmes antigos do Jason, onde o carro nunca ligava, o telefone sempre ficava mudo. Quando a moça viu a imagem na internet do assassino, a luz acaba. É cliché, mas ao menos deram o pretexto do balde derrubado, que iria realmente acabar com a luz. O que achei inexplicável é que ela estava usando um Notebook. Esse tipo de equipamento tem bateria, então ao menos ela conseguiria, sei lá, jogar paciência, pois a internet teria acabado, pois o roteador não ficou com energia. Pensando bem, acho que o próprio equipamento pode ter queimado, o que seria plausível.
O final fechou várias portas, para qualquer continuação possível.
Tentaram dar um ar de quase seriado, onde ele ficaria em uma vida cigana.
Da minha parte, sou um entusiasta dessa série. Eu vi a estreia na TV aberta de Boneco Assassino 3, na Sessão das Dez. Quando o SBT estreiou o logo de cor vermelha, para indicar filme para maiores de 18 anos. Não era exatamente medo, mas um tipo estranho de fascínio. O concento de um brinquedo que tinha intenções malignas. Sei que tudo tem a sua época, e, ao menos por enquanto, o Chucky ficará guardado em algum sótão, esperando a próxima pessoa que irá encontrá-lo. "Do you whanna play?"
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraFazem vários anos que eu vi esse filme. Na época, gostava de viajar, então me agradou por essa parte. Hoje, o significado para mim está inteiramente diferente. As pessoas tendem a projetar seus anseios e convicções sobre as situações. De um lado, tem o pessoal que o julga como egoísta. Saiu, não avisou ninguém, agiu como uma criança impulsiva, e morreu sozinho, como se a natureza o punisse. Ele poderia ser considerado um menino mimado, que não aguentaria a barra, e por aí vai. A família, o trabalho, tudo isso são coisas essenciais, na visão dessas pessoas. Simplesmente encare a barra, e vá adiante. Engole o choro, e segue a vida.
Tem a outra face da moeda. Ele é um mensageiro sagrado da liberdade. Aquele que questionou todas as convicções da sociedade. Vamos até o ônibus dele, acender uma vela! Ele fez o que a pessoa tem vontade de fazer, mas nunca o faz. Simplesmente fez o que o Cartola disse em uma música. "Digam que eu só vou voltar / Depois que eu me encontrar". Ele seria alguém com convicção, claro propósito. Estava disposto a algo, e foi atrás. Essa foi uma dica, por sinal, que ele próprio deu no filme. "If you whant something in your life, just grab it". Vivemos em uma gaiola. Sociedade maligna e opressora. Bem que eu gostaria. Ser livre de tudo. Se eu pudesse.
Os dois lados estão longe de estarem corretos, ou incorretos. Refletem apenas a vivência de cada um. Para mim, o Alexander Supertramp é mais complexo do que isso. Ele teve uma infância de confortos materiais. Pais em conflito. A irmã dele fala sobre isso tudo. Notem isso. Reparem na quantidade de amigos que ele fez, nos 22 anos de vida dele, antes de se formar: 0. Ele não tinha (aparentemente) namorada, nem amigos próximos. Apenas a irmã dele. Desde pequeno, ele se refugiou nos livros. Em pensadores que ressoavam ideias sobre se encontrar em meio à natureza. Era algo muito idealista, que Cris tomou muito a sério. Se tornou uma meta de vida dele. Ele se sentia angustiado, e esse foi o caminho que ele vislumbrou. Talvez ele não soubesse como os próprios escritores viveram a vida. Já que eles não praticavam à risca o que escreviam. Ele se ateve à parte ideológica da coisa.
Poderíamos talvez dizer que a vida para ele começou depois da formatura. Ele conheceu lugares, e, mais importante, ganhou o seu círculo de amizades. Um casal de hippies, que contrastam e ressoam muito com os pais dele. A mãe é oposta na parte material, mas idêntica no sentimento de mãe. Ela implorou para ele falar com a família. Ele se manteve com a mente no Alaska. Operou uma máquina de colheita, com um amigo insano. Quase como um irmão mais velho, que o aconselhou a ficar longe disso. De não levar as teorias tão fixamente, como se fosse uma religião. Ele se manteve com a mente no Alaska. Ele encontrou um senhor, com idade para ser avô dele. Que queria adotá-lo. Se unir na solidão, pois julgava que ele não tinha família. Ele era um oposto do Cris, pois não viajava. E ambos se acusavam de se esconderem. Muito irônico. Sobre o pedido, ele não disse nem que sim, nem que não. Só falou que tinha algo antes. Que era o Alaska.
Tiveram também breves encontros. Com a adolescente, muito interessada nele. E o casal de estrangeiros, que compartilharam uma refeição breve com ele, durante a travessia do rio.
Todas essas pessoas poderiam formar uma família do Alexander. Mãe, pai, namorada, avô, amigos e irmão mais velho. Uma família que ele julgou nunca ter. Ele por sinal se preparou, da melhor maneira que ele encontrou. Apostou as suas fichas na técnica da defumação. Deu errado. Não tentou por exemplo, comprar sal, para fazer charque. Tinha o livro de plantas, e cometeu um erro. As plantas eram bem parecidas. De qualquer forma, foi uma fatalidade. Ele não iria ficar ali a vida toda. Aliás, o que ele menos fez durante todo o filme foi planejar. Ouviu alguém falar sobre o rio, e decidiu ir até o rio. Ouviu sobre o Alaska na primavera, e decidiu aguardar um tempo. Quase ligou para casa, mas decidiu ajudar o velhinho.
Longe de idolatrar ou não gostar do Supetramp, compreendo qual foi o grande insight que ele teve. O preço da conclusão foi a própria vida dele. Mais do que vivência da natureza, ele notou que o mais importante são as conexões que fazemos com as pessoas. E, felizmente, não precisamos de ir para o Alaska para praticar isso.
Como Enlouquecer seu Chefe
3.3 236 Assista AgoraÉ bem bacana. Como é comédia, tem muito de superficial em alguns personagens e no roteiro. Um cara que morre durante uma sugestão hipnótica? ok.
Mostra de maneira bem didática o que é "How not to give a fuck". Em uma adaptação, seria talvez "Não dar bola", ou "pouco se f@$#%&*". Tudo aquilo que seria prioritário para você, merece um "fuck". Se não, guarde. Mas tenha noção de que tem uma quantidade finita, e não tão abundante, de quantos "fucks" podemos dar. O protagonista passou a não se importar se o chefe mala dele o respeitava, se a (futura ex) namorada estava puta ou não com ele. Ele obteve uma clareza de pensamento incrível. Não pense, contudo, que ele se tornou alguém apático, que não liga para nada no mundo. Ele dá muita importância para a pescaria, por exemplo. E para ter uma boa visão, a partir de seu local de trabalho. Por isso, que ele desparafusou uma de suas "paredes". A relação dele com o trabalho foi alterada. Antes, ele agia muitas vezes contra a vontade dele. E nem ligava para isso. Antes ele tinha medo de perder o emprego dele. Agora, justamente por não se importar em estar empregado ou não, ele foi até promovido. É uma noção passada em alguns contos gregos. De que, de tão apegados à algo externo a nós, caminhamos justamente na direção para perder isso. Uma profecia que se cumpre.
Como teria de ter algum tipo de conflito, eles colocaram o lance dos centavos. Aí, o personagem já estava em um tipo de equilíbrio. Ele dava "fucks" para a namorada nova dele. E acabou se mostrando apegado em demasia. Do meio para o final, ele já não é aquele cara que vivia na inércia, mas também não é aquele radical, que impunha sempre a sua vontade, não ligando para nada. No fim, ele achou um tipo de equilíbrio.
Coraline e o Mundo Secreto
4.1 1,9K Assista AgoraNeil Gaiman sabe construir uma história incrível. Dá aquele tom de fantasia, mas baseado sempre em elementos factíveis.
A história é bem construída. Elementos como
o poço, o gato, a boneca, a avó do esquisito lá
A casa dela tem dois vizinhos próximos. Um na parte de cima, outras na parte de baixo.
O de cima vive com pretensões futuras. Alguém que gostaria de ter uma carreira no circo. Que viveria de suas exibições. Alguém, enfim, que vive sonhando com possibilidades futuras.
As de baixo são senhoras de certa idade. Mantém sofisticação extrema, catalogam potes por ano. Mantém lembranças bizarras de seus animais mortos. Sempre discordam, e parecem ser antigas atrizes de palcos. Estão muito ligadas com coisas antigas. Se apegam a todos os animais mortos. Tem os olhos voltados para o passado.
Se a casa tem futuro, presente e passado, o que restaria? Os elementos externos, tanto os gatilhos para a mudança, quanto a chave (hã? sacaram?) para a salvação. O gato preto, o menino esquisito, a boneca, o poço fundo, e a tal avó. Tudo isso de início para ela é um aborrecimento, assim como muitas coisas ao redor dela.
Ela aprende uma simples lição.
Que nem sempre é bom ter tudo o que se quer. A trajetória dela lembra um misto de Alice no país das maravilhas com O mágico de Oz. O "habbit hole", a megera adversária, o "totó" dela (que seria o gato). Ao invés de um espantalho, um leão e um homem de máquina, são três fantasminhas camaradas que a auxiliam. Quem revela parte da trama, de maneira própria, é o gato, que não é o de Cheshire.
Logo que a trama acabou, eu já imaginava um tipo de celebração daqueles. Todas as partes do "mundo" de Coraline agora estão integrados. As três partes da casa, o menino estranho, o gato, e a avó.
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraNos meus tempos de leitor de quadrinhos, eu lembro bem da série do Deadpool escrito pelo Joe Kelly. O personagem era, e sempre continuou, muito doido. Algo que muitas vezes os críticos de cinema não notam (*cof* Omelete *cof), é que alguns personagens tem origem em outras mídias. Avaliar um filme apenas pelo filme nem sempre é o mais apropriado. O que foi feito aqui, no filme do Deadpool, foi pegar a essência doida desse personagem, uma cria legítima da década de 90, e jogá-la em um filme.
O filme brinca com as próprias contradições, consegue rir de si mesmo. Faz piadas com
a Fox (Deadpool antigo, Wolverine, apenas dois mutantes na mansão), com o ator (Lanterna Verde e Deadpool do Wolverine)
É bom ver como eles pensaram nos pequenos detalhes. A Al e o fuinha ficaram bem próximos dos quadrinhos, pelo pouco que eu lembro deles originalmente.
Ou também o detalhe do
Rob Liefeld ter aparecido numa cena rápida, juntamente com o outro criador dele, o Fabian Nicieza. Eu notei por conta do sobrenome, altamente polêmico nos fóruns. Isso foi ir um nível além da já clássica aparição do Stan Lee.
A cena pós-crédito
mantém o embalo do filme. Algumas pessoas na sala de cinema não entenderam quem é o Cable. Mas também é uma das crias do Liefeld, e entendo essa promessa ser tão solene quanto a aparição do Leonardo Dicaprio em Machete 3.
O filme mostra um pouco do que foi os anos 90 nos quadrinhos. Na verdade, é uma paródia bem feita daquela época. Me deu vontade de reler a série de 1998. Pena que eu não estou mais com as edições. Eu lembro, por exemplo, que o Deadpool trocava os potes de sal e açúcar, só para confundir a Al. Bons tempos.
Corrida Mortal 2
3.0 221 Assista AgoraFilme prólogo. Onde mostra o tal Frankstein.
Gastam metade do filme para dar uma ambientação para o personagem principal.
Um filme onde as explosões ocorrem muito facilmente. Onde a mulher apresentadora é uma megera. Onde as garotas copiloto, e a mulher do bandido são apenas figurativas. Nem tem nome.
Roteiro muito básico, superficial. Não tinha necessidade de ser feito.
O Bom Dinossauro
3.7 1,0K Assista AgoraO curta foi apenas ok.
Um menino que gostava de super-heróis. Acabou encontrando a trindade hindu. Poucos devem ter notado Brahma, Vishnu e Shiva, batalhando. A homenagem do cara ao pai foi bacana.
Quanto ao filme em si... Fiquei decepcionado. Poxa Pixar. Assim não. Eu quero coisas do nível "Divertida Mente", "Up", e, vá lá, "Ratatouile". Mas "O bom dinossauro" foi apenas um filme padrão. Fala sobre medo, sobre coragem, sobre reconhecer que até mesmo algo que parece ser assustador tem o seu potencial para brilhar. Cenas de humor básicas. O filme foi direcionado para crianças, realmente. Não vou nem questionar
a possibilidade dos humanos que apareceram andarem feito lobos. Não é isso que a antropologia diz.
Ps: Tenho de acrescentar outro fator que achei muito bem bolado:
O filme tem o número 5 como tema, e o 3 também é muito frequente.. Podem reparar. A família dinossauro? 5 integrantes. A nova família de humanos? 5 integrantes, contando com o Spot. A família original de Spot? 3 integrantes. Quantos picos tinham perto da fazenda? Isso mesmo, 3. Dinossauros vaqueiros? Eram um trio. Pássaros com dentes? Isso aí, era um trio. Quem ficou na fazenda, durante a jornada? A mãe, e os dois irmãos. 3 integrantes. O curta metragem era sobre... uma trindade de deuses! Os bichos que tentaram roubar o gado? Eram também 3, pelo que eu vi.
Simbolicamente, o 3 poderia ser considerado incompleto, ou finito. Já o 5, indica uma estabilidade. Não tão forte quanto o 4. Seriam os quatro cantos (integrantes da família), com um elemento no centro. O Spot faz essa jornada. A família dele eram 3. Aí, virou 1. E se estabilizou com 5. A única coisa que não se encaixa nisso é no fim, quando a família dos dinossauros continuou com 4. Embora finalizem com 5 manchas, que é praticamente a cena final. Ou seja, o pai continua presente, dando a estabilidade.
A Sombra e a Escuridão
3.7 369 Assista AgoraFazia um tempo que eu queria ver esse filme. Lembro de ter visto ele ser indicado, só não lembro onde. As cenas externas mostrando o continente africano são incríveis. Eu achei até curioso que tenha sido baseado em fatos reais. Dei uma pesquisada, e o museu em chicago onde eles estão expostos está na minha lista de lugares a serem visitados, algum dia.
O filme mostra a visão do inglês que veio para o continente com o qual ele sempre sonhou. Para ele (conforme os relatos históricos), as feras eram realmente assassinas. As conclusões do pessoal que analisou a história, indicam coisas na linha ambiental (falta de comida), e que foram atraídos por sangue do hospital (como o maluco caçador chega a citar). Fora que podem ter desenvolvido gosto por carne humana, pois o lugar era parte duma rota de tráfego de escravos.
Mas de qualquer forma, vamos ao filme. O cara é valente. O filme cria mecanismos para evitar que o filme acabe rápido, igual na morte do primeiro leão, com apenas um tipo. Armas trocadas, o cara que arrega na hora, e outras surpresas do tipo. O filme tem um bom ritmo. O engenheiro, o caçador, o faz-tudo, todos reunidos tomando uma breja, é bem legal de se ver. Se tornam amigos, ao menos temporariamente.
O filme foi bacana, no geral. Destaco a trilha sonora, onde tentaram deixar tudo com ar mais local.
Bonecas Macabras
3.2 117- Bonecos que se movem em câmera lenta, e que fazem umas caras engraçadas
- uma garota que é a cara do Elijah Wood
- roteirista bem clichê, até mesmo para a época
Bem tosco, mas da para assistir, ao menos
Rocky IV
3.6 444 Assista AgoraEm Rocky IV, a saga começa a perder um pouco da força. Mas ainda assim, ocorrem algumas coisas relevantes. Sim, é muita palhaçada aquela coisa de guerra fria, e lero lero. Tentaram usar isso como motivação, mas ficou meio fraco. E decidiram mostrar o Apolo como sendo um insatisfeito, e querer voltar a lutar, após vários anos. Um pouco forçado, ao meu ver. O que parece é que decidiram matá-lo apenas para motivar Balboa. Se o Mr. T já era caricato, agora com Drago tentaram ampliar isso. O representante russo era um provável poço de esteróides? Sim, pode ser. Mas notem as cenas dele treinando. Aquilo deveria ser amedrontador, mas fica até engraçado, vendo hoje. Rocky fazia um treinamento na natureza, correndo na neve, enquanto Drago usava computadores, laboratórios. Natureza x Tecnologia. Quando ele dirige o carro, e começa a ter um baita flashback, ficou meio zoado. Pois está se baseando no passado, para tentar se manter relevante.
Imagino que, assim como o Mr. T, Drago não será lembrado novamente. Uma pena, pois acharia interessante mostrar em Creed II uma academia na Rússia aonde ele seria homenageado. Afinal, ele teve papel importante em dois acontecimentos: 1) matou Apolo Creed e 2) causou a aposentadoria de Rocky, conforme visto no próximo filme. Notem também a cena do robô. Aquilo é muito alienígena. Qual a real função daquilo? Na época, deveria ser um componente tecnológico. Coisas dos anos 80, muito provavelmente.
Rocky III: O Desafio Supremo
3.6 349 Assista AgoraRocky III mostra um cenário já estabelecido para o boxeador. Ele é campeão, e mantém o cinturão. Nesse filme que nós nos despedimos do Micky. E, por conta disso, algo improvável ocorre. Apolo e Rocky atuam juntos. Talvez possa parecer algo anti natural, mas existem alguns artifícios que podem explicar isso. Basta se lembrarem quem foi Creed, e o que o motivava.
Eles vão até California, lugar muito importante no filme atual do Creed. Foi onde Apolo começou. Vimos também uma rara derrota do Rocky, justamente quando ele perde o seu mentor. Fica perdido por um momento, mas Apolo o auxilia. Dois ex-campeões, que lutaram juntos para recuperar o cinturão.
Mr. T foi um dos piores adversários do Rocky, de todos. Só perde para o Tommy (meu deus!!!).
Tem a agressividade, e tudo, mas não convence. É bem raso. Não se pode saber o que o motiva. Foi criado apenas para esse papel. As cenas de treinamento hoje são engraçadas, e muito. Os dois correndo na praia, com aqueles shortinhos. Que coisa estranha.
Falando em profundidade de personagens, Apolo revela depois qual foi uma das motivações dele para ter ajudado.
Ele é competitivo, e queria um tira-teima. Qual dos dois, final, que ganharia uma luta? A primeira foi por pontos, mas não unâneme. A segunda, foi por um segundo, um quase nocaute duplo. Ele não se importava com cinturão, nem nada. Queria apenas descobrir isso. E, já como Rocky devia uma para ele, eles fizeram a tal terceira luta oculta.
Mesmo já aposentado, Creed ganhou aquela luta.
Rocky II: A Revanche
3.8 360 Assista AgoraRocky II usou uma técnica de repetir o final do primeiro filme. Para mostrar o que acontece em seguida. Tal como se fossem dois filmes em um. Esse efeito aparece muito nesse caso. Apolo tem um susto durante a luta. E se torna um personagem ainda maior nesse filme. Ele fica totalmente determinado. Leva muito a sério a revanche. Pois o ego dele foi afetado. Ele não suporta não ser campeão. Algumas pessoas acham que ele ganhou por pura sorte. E Balboa tenta seguir em outra vida. A reação dele com a grana me lembra o caso de vários jogadores aqui do Brasil. Compram carros, relógios, casas. Tem isso como prioridade. Mas aí ele nota que não restam muitas alternativas, que não lutar. As cenas de luta costumam ser épicas. Essa não foi exceção. Não sei como eram na época, mas hoje em dia quase ninguém luta de guarda aberta. Notem a porradaria franca entre os dois. Os dois lutam e lutam, mesmo se o corpo não quer obedecer. O desespero no último round é notável. A melhor estratégia para Creed seria se defender, e ganhar por pontos. Mas ele não queria isso. Ele queria um nocaute. Uma vitória incontestável. Rocky tinha uma noção dessa motivação, e também lutava agressivamente. Quase que ocorre um nocaute duplo.
Cada filme dessa série traz uma coisa nova. Nesse, ao meu ver, foi um desenvolvimento do Apolo Ceed. Um baita filme, mesmo.
Rocky: Um Lutador
4.1 848 Assista AgoraO Rocky I é um filme incrível. Toda a base, todo um universo, que garantiria continuações incríveis, estava ali. A riqueza do personagem Rocky Balboa. A trajetória dele. Um cara que estava à margem desse mundo. Era um italiano encrenqueiro, que morava em um lugar zoado. Uma vida muito humilde. Tal como um conto de fadas, ele é posto no meio de um duelo com o campeão mundial. É um dos pontos menos realistas desse filme. Que conta com muitos personagens incríveis. O Micky. Um sujeito de outra época. Rabujento, áspero como um soco, mas de bom coração. A transformação da Adrian, sendo possível apenas pela determinação do Rocky. Ele viu um potencial nela oculto. O Apolo, que era um marqueteiro, fanfarrão, festeiro, galhofeiro. Ele era bom no boxe, e ele sabia disso. Paulie, que é um italiano rabugento, amargo, e sem saber aticular as suas emoções. Todos personagens com características positivas e negativas. Pois esse não é um filme sobre boxe. É sobre a determinação. De como lutar ao máximo, dar o melhor de si para o que pode aparecer em sua vida. É um relato autobiográfico do Stallone, que batalhou para que o filme fosse estrelado por ele, e com o roteiro dele. Ele sabia o que tinha de material. E acabou acertando na mosca. Tal como o boxeador, ele conseguiu.
Rocky V
3.1 323 Assista AgoraEsse filme não me agradou. Pouca coisa se salvam nele. Eu fiz uma teoria sobre o flashback em sagas. Os melhores filmes do Rocky Balboa usam quase zero de momentos anteriores. São fodas por si só, e criam momentos memoráveis. Esse último filme tem um monte de cenas anteriores. O Stallone, que não foi o diretor dessa vez, parecia um idoso. Só nas memórias. O filme anterior também tem a cena dele no carro, lembrando uma porrada de cenas. Bem anos 80 aquilo. Achei engraçado. Assim como as cenas do Apolo correndo na praia. Para que aquilo, jovem? Pegaram a morte do Micky (ocorrida no filme 3), e usaram como gancho para o Rocky se comportar como um babaca. Ficou artificial. Tentaram dar destaque para Robert Balboa. Fizeram ele treinando, ficando com ciuminho, e arranjando uma garota que olha para a bunda dele. Tentaram fazer tudo de volta para as origens, mas não ficou bom. Usaram os excelentes filmes anteriores como muleta, para uma história que não se sustenta sozinha. O moleque de Mullets, o Tommy Gun, ou coisa assim, não foi um bom adversário. Não era uma força implacável. Era apenas um moleque, que era fantoche de um empresário, que me lembrou aquele maluco que empresariava o Mike Tyson. Não pela aparência, mas pelos trejeitos. Foi o com menor nota, de toda a série. Apenas duas estrelas.
Nos filmes anteriores, Rocky sempre usava uma cruz, mostrando seu lado religioso. Nesse, colocaram um colar, e colocaram o Micky sendo um velho piegas. Abotoadura? De repente ele usa agora? Cadê a cruz? Vai se F#@$%. O estrago foi tanto, que nos dois filmes seguintes, nem chegaram a citar nada dessa série. Imagino que tenha sido melhor assim.