Interessante rever esse filme depois de 30 anos e ver que ele conserva o mesmo frescor, o mesmo interesse. A história de Ada e de sua filha Flora enfrentando as selvas de um mundo novo e encontrando expressão na música de um piano, complexo e universal ao mesmo tempo, conta um pouco da experiência de adaptação de todos nós ao mundo, da descoberta, da perda da ingenuidade e da descoberta da paixão. A música de Nyman é de uma beleza ímpar. Atores e direção estupendos. A filme a se rever sempre.
Um belo suspense, embalado pela música do grande Bernard Herrmann e com Florença fotografada por Vilmos Zsigmond, Uma homenagem de De Palma a Hitchcock, com clima de Vertigo mas que tem personalidade própria. A trama mantém o interesse até o final e perdoamos certos furos no roteiro com facilidade. Genevieve Bujold está linda e traz um encanto especial ao filme enquanto Clift Robertson não traz para o personagem a empatia que seria necessária a uma história como essa. Mas não chega a atrapalhar o prazer de ver um suspense à moda antiga.
Uma excelente diversão dirigida por Sidney Lumet e com um elenco em grande forma, com Michael Caine, Christopher Reeve e Dyan Cannon. Na verdade, um bom teatro filmado, com movimentos inteligentes de câmera e muitas reviravoltas que mantem o interesse até o fim. Talvez por ter já esperarmos que aconteçam, não são totalmente surpreendentes, mas de qualquer forma, conseguem fazer com que nossa atenção seja total. Tente assistir com o mínimo de informações sobre a trama!!
Clayde Laubry tem uma interpretação assombrosa como um pároco de uma pequena cidade do norte da França, que enfrenta a rejeição da população e o peso da solidão. As imagens são poderosas, alguns fotogramas são puro deslumbramento. Não é um filme fácil, é árido e cruel em alguns momentos, mas discute questões bastante importante, principalmente quanto à fé católica. Mas creio que não faz falta partilhar dessa mesma religião para se interessar pelo filme.
Interessante adaptação do romance de Margaret Atwood. Li o livro, mas da série somente alguns episódios e achei essa adaptação bastante boa, condensando em pouco mais de uma hora e meia todo seu argumento. Tem um bom elenco, roteiro de Harold Pinter e música de Ryuchi Sakamoto, além da direção do alemão Volker Schlondorff, que tinha feito alguns bons filmes nos anos 80 e 90 mas que nunca mais se destacou. Merecia ser mais lembrado e visto do que é.
Um filme interessante, com belo texto e um ritmo contemplativo. A bela fotografia e a música ajudam a criar o clima, planejado à perfeição pelo diretor e com a ajuda de atores que dão conta do recado. Não chega a deslumbrar, mas está muito acima da média da produção cinematográfica atual.
A música é um deslumbre, Veneza sempre é maravilhosa. Florinda Bolkan não chega a ser maravilhosa, mas dá conta bastante bem do recado. Mas é um filme datado, parado, sonolento. Além do que incomoda bastante a violência contra a personagem feminina. Não era correto quando foi feito, nem hoje, nem jamais.
Um filme interessante, com bom elenco e boas ideias, mas que apesar de tudo é pouco conhecido. Não tinha informações nenhuma sobre ele mas me surpreendeu bastante. Trata a questão do racismo de uma forma questionável, mas de qualquer forma a discute. As imagens de uma Nova Iorque completamente vazia e abandonada ajudam a criar o clima. Melhor do que se espera, mas não é uma obra prima
Uma viagem alucinatória por mundo e estados de espírito em que o ato de escrever se torna um uma necessidade ao mesmo tempo que a ruína e desespero de quem o faz. Não lí o livro em que se baseia o filme, mas fiquei interessado pela experiência. O filme traz um elenco excelente, principalmente Judy Davis, que embarca nesse delírio que parece que não vai a lugar nenhum. E não vai mesmo. Bizarro, como costumam ser os filmes de Cronemberg, mas nunca desinteressantes.
Um belo filme, uma fábula quase, sobre dois irmãos italianos que vão fazer a vida na América e que participam da elaboração dos cenários de "Intolerância", de D.W.Griffiths, filme que desenha a linguagem cinematográfica do cinema americano. Os irmãos Taviani contam tudo isso com profunda poesia e imagens poderosas, em um filme que encanta e nunca cansa. Melodramática às vezes, exagerado também em outras, mas são coisas que não fogem àquilo que se propõe. É filme que merecia uma versão melhor em DVD ou Bluray, restaurado e com mais extras, para que possamos apreciar melhor suas lindas imagens.
Uma boa ideia mas que carece de uma direção mais inteligente e um roteiro que faça algum sentido. Visualmente precário, destoa muito do que foi feito nos anos 70. Mas tem um bom elenco. E só,
Uma experiência de estranhamento, que dá a quem o vê a sensação de estar perdido em um labirinto. Cheio de figuras grotescas - o personagem de Orson Wells, por exemplo - leva um pouco de tempo para engrenar mas quem se aventurar vai, não diria divertir-se, mas intrigar-se. Susan Hampshire é de uma beleza impar, não sei porque não teve uma carreira de mais sucesso. Enfim, não é um filme que vai agradar a todos mas merece ser conhecido.
Depois de A noite americana, que falava sobre a magia do cinema, Truffaut fala do encanto do teatro em uma obra passada durante a ocupação de Paris na segunda guerra. O vermelho é a cor que domina o filme, da paixão, do medo, do sangue da perseguição aos judeus. Deneuve e Depardieu estão fantásticos, belos e intensos. A música também é destaque. A arte resiste aos tempos mais sombrios e sempre consegue expressar-se.
Dario Argento é um cineasta interessante, cheio de boas ideias, mas às vezes as coisas não funcionam tão a contento. Como neste filme, que tem como pano de fundo a Síndrome de Stendhal, que o próprio diretor diz ter experimentado em uma viagem à Grécia em sua juventude. O problema é que o roteiro deixa um pouco a desejar, principalmente na primeira metade do filme, ainda que as cenas filmadas na Galeria Uffizzi sejam muito interessantes, também pelas obras - magníficas todas - que mostram. A música de Ennio Morricone é ótima, bastante climática, e o elenco é quase todo ok. Exceção se faça a Marco Leonardi, que não convence em nenhum momento. Linda a cena na Vespa em que se falam os nomes dos grandes artistas do Renascimento Italiano. Um pouco longo, talvez alguns cortes ajudassem no ritmo.
Um filme pesado mas poético, sobre a morte e a fé. Tem um ritmo bastante lento, mas vai nos envolvendo pouco a pouco. Para isso ajuda muito o quarteto de atores principais, que está maravilhoso, principalmente Sabine Azèma e Fanny Ardant. A música também é um fator que constrói a narrativa, juntamente com a montagem, com suas transições feita com de maneira, parece, a aprofundar a experiência de vazio. Um Resnais linear mas que não perde a poesia.
Paul Verhoeven é um diretor muito particular, nem sempre bem sucedido mas sempre interessante. Benedetta conta a história de uma freira na Toscana do século XVII que afeta o convento em que está com seus transes e visões com Jesus. O filme tem um clima de incerteza, de dúvida que nunca nos abandona, não dá uma resposta em nenhum momento. E é exatamente isso que o torna interessante. Charlotte Rampling sempre tem atuações marcantes e aqui não é diferente. Virginie Efira tem o tem o perfil exato para o papel com um mulher que sempre nos deixa inquieto. Não é de todo satisfatório, mas é um bom filme de um diretor sempre interessante.
Cronenberg discute nesse filme um tema que lhe é caro, que é as consequências da tecnologia no corpo e na mente das pessoas. Não dá para esquecer Videodrome ou mesmo A Mosca quando vemos esse filme bizarro em muitos momentos, perturbador em tantos outros. Jude Law e Jennifer Jason Leigh tem interpretações interessantes, transparecendo a fluidez da realidade que vivem seus personagens. Não chega a ser perfeito, mas é uma experiência sensorial interessante.
Um filme excepcional que só melhora com o tempo. Assiste várias vezes, no cinema, na tv, em VHS, em dvd e agora em bluray. E é sempre um prazer. As músicas e coreografias são excelentes. Liza Minelli deslumbrante. A produção é de primeira, a fotografia primorosa. É baseado em um conto de Adeus a Berlin, livro do escritor americano Christopher Isherwood, que se localiza em um momento muito peculiar, que é a ascensão do Nazismo e todo o horror que vem depois. É exemplar o uso do mestre de cerimônias, um personagem sombrio e sedutor ao mesmo tempo. Um clássico que não perdeu o frescor e dialogo perfeitamente com o que vivemos hoje.
Uma produção requintada, com figurinos e direção de arte excelentes, além de um elenco de peso. É um pouco difícil em alguns momentos, com elipses que podem deixar o espectador um pouco confusos com relação aos fatos e as tramas políticas que se desenrolam nos bastidores, uma vez que há muito o que se contar em pouco tempo. Mas é uma bela história de amor essa entre Victoria e Albert e a beleza dos dois intérpretes ajuda a torná-la mais interessante.
Gosto dos filmes do Ozon por sua beleza imagética e temas às vezes um pouco mais árduos. Neste, um fotográfico de moda recebe um diagnóstico de um câncer que o matará em pouco tempo. Não é um personagem simpático, ele afasta todos que estão a seu redor, menos sua avó - a grande Jeanne Moureau. Isso também deixa o filme bem menos piegas do que estamos acostumados a ver em filmes desse tipo. A fotografia é linda e a música funciona muito bem.
A cena final, na praia, é tocante. Lembrou-me muito o final de A Morte em Veneza, não somente pelo local, mas pela experiência da contemplação da beleza, neste último ideal, representada pelo Tadzio, e aqui cotidiana, através das fotos das família comuns em férias
. Se não é uma obra-prima, ainda assim está muito acima da média de filmes que todos dia estão nos streamings.
Interessante, prende a atenção, mas não empolga em nenhum momento. Falta alguma coisa ao roteiro, um protagonista mais interessante talvez. Mas tem muitos méritos. A cena de dança no começo do filme, quando somos apresentados à personagem de Anya Taylor-Joy é fantástica, um primor, Dá vontade de assistir várias vezes. E ela tem uma beleza especial. Foi o último papel de Diana Rigg, morta em 2020 e eu gosto muito dela, olhos muito expressivos. Terence Stamp é outro destaque. E pensar que nos anos 60 , época em que parte do filme se desenrola, ele estava tem Teorema... As fotos dos créditos finais, de um Soho esvaziado pela pandemia, contrasta dramaticamente com o que vemos todo o tempo no filme.
Uma boa história e uma boa realização garantem a diversão nesse filme do começo dos anos setenta que apresenta um parque de diversões em que você pode extravasar seus desejos de violência e sexo (pena que a parte de Roma é mostrada bastante pouco). Mas a punição virá na forma de mal funcionamento das máquinas, que exterminam todos que estão no lugar. Os atores são bons e Yul Brynner tem um desempenho marcante e obsessivo, com certeza inspirador para o Exterminador de James Cameron.
Resnais filma teatro com o talento do cinema, nos alertando a todo momento que essa é a origem do texto, com cortinas vermelhas marcando claramente cada ato, as cenas quase todas em interiores e o mínimo de atores em cena. Mas que atores!!! Todos excelentes em seus personagens atormentados pelo amor e pelo desejo. Um filme profundo e com uma direção de arte impecável, marcando bem a diferença entre os personagens, servindo como elemento narrativo antes de mais nada. Um melo drama imperdível.
Assisto a todos os filmes de James Bond. São aventuras misóginas e totalmente xenófobas mas que divertem exatamente por desvelar essa faceta dos filmes de ação. É uma pena que seja a última aventura de Daniel Craig - que me perdoe Sean Connhery - o melhor de todos os tempos. But, the show must go on e estava aventura traz opções interessante. Lashana Lynch é maravilhosa, de uma beleza estonteante e vigor físico para o papel, poderia ter sido melhor aproveitada neste filme mas que tenha uma longa carreira, acompanhada de Ana de Armas. Linda, charmosa e latina. Os caminhos está aí para renovar a franquia e mantê-la viva por mais algumas décadas. Ah, Rami Malek como vilão é uma decepção. Os cinco minutos de Christoph Walts em cena valem muito mais. E já está na hora de mais destaque para o Q, Ben Winshaw é fantástico.
O Piano
4.0 443Interessante rever esse filme depois de 30 anos e ver que ele conserva o mesmo frescor, o mesmo interesse. A história de Ada e de sua filha Flora enfrentando as selvas de um mundo novo e encontrando expressão na música de um piano, complexo e universal ao mesmo tempo, conta um pouco da experiência de adaptação de todos nós ao mundo, da descoberta, da perda da ingenuidade e da descoberta da paixão. A música de Nyman é de uma beleza ímpar. Atores e direção estupendos. A filme a se rever sempre.
Trágica Obsessão
3.8 60Um belo suspense, embalado pela música do grande Bernard Herrmann e com Florença fotografada por Vilmos Zsigmond, Uma homenagem de De Palma a Hitchcock, com clima de Vertigo mas que tem personalidade própria. A trama mantém o interesse até o final e perdoamos certos furos no roteiro com facilidade. Genevieve Bujold está linda e traz um encanto especial ao filme enquanto Clift Robertson não traz para o personagem a empatia que seria necessária a uma história como essa. Mas não chega a atrapalhar o prazer de ver um suspense à moda antiga.
Armadilha Mortal
3.8 40Uma excelente diversão dirigida por Sidney Lumet e com um elenco em grande forma, com Michael Caine, Christopher Reeve e Dyan Cannon. Na verdade, um bom teatro filmado, com movimentos inteligentes de câmera e muitas reviravoltas que mantem o interesse até o fim. Talvez por ter já esperarmos que aconteçam, não são totalmente surpreendentes, mas de qualquer forma, conseguem fazer com que nossa atenção seja total. Tente assistir com o mínimo de informações sobre a trama!!
Diário de um Pároco de Aldeia
4.1 48Clayde Laubry tem uma interpretação assombrosa como um pároco de uma pequena cidade do norte da França, que enfrenta a rejeição da população e o peso da solidão. As imagens são poderosas, alguns fotogramas são puro deslumbramento. Não é um filme fácil, é árido e cruel em alguns momentos, mas discute questões bastante importante, principalmente quanto à fé católica. Mas creio que não faz falta partilhar dessa mesma religião para se interessar pelo filme.
A Decadência de uma Espécie
2.9 55 Assista AgoraInteressante adaptação do romance de Margaret Atwood. Li o livro, mas da série somente alguns episódios e achei essa adaptação bastante boa, condensando em pouco mais de uma hora e meia todo seu argumento. Tem um bom elenco, roteiro de Harold Pinter e música de Ryuchi Sakamoto, além da direção do alemão Volker Schlondorff, que tinha feito alguns bons filmes nos anos 80 e 90 mas que nunca mais se destacou. Merecia ser mais lembrado e visto do que é.
Drive My Car
3.8 386 Assista AgoraUm filme interessante, com belo texto e um ritmo contemplativo. A bela fotografia e a música ajudam a criar o clima, planejado à perfeição pelo diretor e com a ajuda de atores que dão conta do recado. Não chega a deslumbrar, mas está muito acima da média da produção cinematográfica atual.
Anônimo Veneziano
3.7 11A música é um deslumbre, Veneza sempre é maravilhosa. Florinda Bolkan não chega a ser maravilhosa, mas dá conta bastante bem do recado. Mas é um filme datado, parado, sonolento. Além do que incomoda bastante a violência contra a personagem feminina. Não era correto quando foi feito, nem hoje, nem jamais.
O Diabo, a Carne e o Mundo
3.6 10Um filme interessante, com bom elenco e boas ideias, mas que apesar de tudo é pouco conhecido. Não tinha informações nenhuma sobre ele mas me surpreendeu bastante. Trata a questão do racismo de uma forma questionável, mas de qualquer forma a discute. As imagens de uma Nova Iorque completamente vazia e abandonada ajudam a criar o clima. Melhor do que se espera, mas não é uma obra prima
Mistérios e Paixões
3.8 312Uma viagem alucinatória por mundo e estados de espírito em que o ato de escrever se torna um uma necessidade ao mesmo tempo que a ruína e desespero de quem o faz. Não lí o livro em que se baseia o filme, mas fiquei interessado pela experiência. O filme traz um elenco excelente, principalmente Judy Davis, que embarca nesse delírio que parece que não vai a lugar nenhum. E não vai mesmo. Bizarro, como costumam ser os filmes de Cronemberg, mas nunca desinteressantes.
Bom dia, Babilônia
3.6 11Um belo filme, uma fábula quase, sobre dois irmãos italianos que vão fazer a vida na América e que participam da elaboração dos cenários de "Intolerância", de D.W.Griffiths, filme que desenha a linguagem cinematográfica do cinema americano. Os irmãos Taviani contam tudo isso com profunda poesia e imagens poderosas, em um filme que encanta e nunca cansa. Melodramática às vezes, exagerado também em outras, mas são coisas que não fogem àquilo que se propõe. É filme que merecia uma versão melhor em DVD ou Bluray, restaurado e com mais extras, para que possamos apreciar melhor suas lindas imagens.
É Proibido Procriar
3.2 7Uma boa ideia mas que carece de uma direção mais inteligente e um roteiro que faça algum sentido. Visualmente precário, destoa muito do que foi feito nos anos 70. Mas tem um bom elenco. E só,
Malpertuis
4.0 15Uma experiência de estranhamento, que dá a quem o vê a sensação de estar perdido em um labirinto. Cheio de figuras grotescas - o personagem de Orson Wells, por exemplo - leva um pouco de tempo para engrenar mas quem se aventurar vai, não diria divertir-se, mas intrigar-se. Susan Hampshire é de uma beleza impar, não sei porque não teve uma carreira de mais sucesso. Enfim, não é um filme que vai agradar a todos mas merece ser conhecido.
O Último Metrô
3.8 68 Assista AgoraDepois de A noite americana, que falava sobre a magia do cinema, Truffaut fala do encanto do teatro em uma obra passada durante a ocupação de Paris na segunda guerra. O vermelho é a cor que domina o filme, da paixão, do medo, do sangue da perseguição aos judeus. Deneuve e Depardieu estão fantásticos, belos e intensos. A música também é destaque. A arte resiste aos tempos mais sombrios e sempre consegue expressar-se.
Síndrome Mortal
3.4 42Dario Argento é um cineasta interessante, cheio de boas ideias, mas às vezes as coisas não funcionam tão a contento. Como neste filme, que tem como pano de fundo a Síndrome de Stendhal, que o próprio diretor diz ter experimentado em uma viagem à Grécia em sua juventude. O problema é que o roteiro deixa um pouco a desejar, principalmente na primeira metade do filme, ainda que as cenas filmadas na Galeria Uffizzi sejam muito interessantes, também pelas obras - magníficas todas - que mostram. A música de Ennio Morricone é ótima, bastante climática, e o elenco é quase todo ok. Exceção se faça a Marco Leonardi, que não convence em nenhum momento. Linda a cena na Vespa em que se falam os nomes dos grandes artistas do Renascimento Italiano. Um pouco longo, talvez alguns cortes ajudassem no ritmo.
Amor à Morte
3.7 11Um filme pesado mas poético, sobre a morte e a fé. Tem um ritmo bastante lento, mas vai nos envolvendo pouco a pouco. Para isso ajuda muito o quarteto de atores principais, que está maravilhoso, principalmente Sabine Azèma e Fanny Ardant. A música também é um fator que constrói a narrativa, juntamente com a montagem, com suas transições feita com de maneira, parece, a aprofundar a experiência de vazio. Um Resnais linear mas que não perde a poesia.
Benedetta
3.5 198 Assista AgoraPaul Verhoeven é um diretor muito particular, nem sempre bem sucedido mas sempre interessante. Benedetta conta a história de uma freira na Toscana do século XVII que afeta o convento em que está com seus transes e visões com Jesus. O filme tem um clima de incerteza, de dúvida que nunca nos abandona, não dá uma resposta em nenhum momento. E é exatamente isso que o torna interessante. Charlotte Rampling sempre tem atuações marcantes e aqui não é diferente. Virginie Efira tem o tem o perfil exato para o papel com um mulher que sempre nos deixa inquieto. Não é de todo satisfatório, mas é um bom filme de um diretor sempre interessante.
eXistenZ
3.6 317Cronenberg discute nesse filme um tema que lhe é caro, que é as consequências da tecnologia no corpo e na mente das pessoas. Não dá para esquecer Videodrome ou mesmo A Mosca quando vemos esse filme bizarro em muitos momentos, perturbador em tantos outros. Jude Law e Jennifer Jason Leigh tem interpretações interessantes, transparecendo a fluidez da realidade que vivem seus personagens. Não chega a ser perfeito, mas é uma experiência sensorial interessante.
Cabaret
4.2 253Um filme excepcional que só melhora com o tempo. Assiste várias vezes, no cinema, na tv, em VHS, em dvd e agora em bluray. E é sempre um prazer. As músicas e coreografias são excelentes. Liza Minelli deslumbrante. A produção é de primeira, a fotografia primorosa. É baseado em um conto de Adeus a Berlin, livro do escritor americano Christopher Isherwood, que se localiza em um momento muito peculiar, que é a ascensão do Nazismo e todo o horror que vem depois. É exemplar o uso do mestre de cerimônias, um personagem sombrio e sedutor ao mesmo tempo. Um clássico que não perdeu o frescor e dialogo perfeitamente com o que vivemos hoje.
A Jovem Rainha Vitória
3.9 613 Assista AgoraUma produção requintada, com figurinos e direção de arte excelentes, além de um elenco de peso. É um pouco difícil em alguns momentos, com elipses que podem deixar o espectador um pouco confusos com relação aos fatos e as tramas políticas que se desenrolam nos bastidores, uma vez que há muito o que se contar em pouco tempo. Mas é uma bela história de amor essa entre Victoria e Albert e a beleza dos dois intérpretes ajuda a torná-la mais interessante.
O Tempo que Resta
3.6 108Gosto dos filmes do Ozon por sua beleza imagética e temas às vezes um pouco mais árduos. Neste, um fotográfico de moda recebe um diagnóstico de um câncer que o matará em pouco tempo. Não é um personagem simpático, ele afasta todos que estão a seu redor, menos sua avó - a grande Jeanne Moureau. Isso também deixa o filme bem menos piegas do que estamos acostumados a ver em filmes desse tipo. A fotografia é linda e a música funciona muito bem.
A cena final, na praia, é tocante. Lembrou-me muito o final de A Morte em Veneza, não somente pelo local, mas pela experiência da contemplação da beleza, neste último ideal, representada pelo Tadzio, e aqui cotidiana, através das fotos das família comuns em férias
[spoiler][/spoiler]
Noite Passada em Soho
3.5 746 Assista AgoraInteressante, prende a atenção, mas não empolga em nenhum momento. Falta alguma coisa ao roteiro, um protagonista mais interessante talvez. Mas tem muitos méritos. A cena de dança no começo do filme, quando somos apresentados à personagem de Anya Taylor-Joy é fantástica, um primor, Dá vontade de assistir várias vezes. E ela tem uma beleza especial. Foi o último papel de Diana Rigg, morta em 2020 e eu gosto muito dela, olhos muito expressivos. Terence Stamp é outro destaque. E pensar que nos anos 60 , época em que parte do filme se desenrola, ele estava tem Teorema... As fotos dos créditos finais, de um Soho esvaziado pela pandemia, contrasta dramaticamente com o que vemos todo o tempo no filme.
Westworld - Onde Ninguém Tem Alma
3.3 197Uma boa história e uma boa realização garantem a diversão nesse filme do começo dos anos setenta que apresenta um parque de diversões em que você pode extravasar seus desejos de violência e sexo (pena que a parte de Roma é mostrada bastante pouco). Mas a punição virá na forma de mal funcionamento das máquinas, que exterminam todos que estão no lugar. Os atores são bons e Yul Brynner tem um desempenho marcante e obsessivo, com certeza inspirador para o Exterminador de James Cameron.
Melodia Infiel
3.9 12Resnais filma teatro com o talento do cinema, nos alertando a todo momento que essa é a origem do texto, com cortinas vermelhas marcando claramente cada ato, as cenas quase todas em interiores e o mínimo de atores em cena. Mas que atores!!! Todos excelentes em seus personagens atormentados pelo amor e pelo desejo. Um filme profundo e com uma direção de arte impecável, marcando bem a diferença entre os personagens, servindo como elemento narrativo antes de mais nada. Um melo drama imperdível.
007: Sem Tempo para Morrer
3.6 566 Assista AgoraAssisto a todos os filmes de James Bond. São aventuras misóginas e totalmente xenófobas mas que divertem exatamente por desvelar essa faceta dos filmes de ação. É uma pena que seja a última aventura de Daniel Craig - que me perdoe Sean Connhery - o melhor de todos os tempos. But, the show must go on e estava aventura traz opções interessante. Lashana Lynch é maravilhosa, de uma beleza estonteante e vigor físico para o papel, poderia ter sido melhor aproveitada neste filme mas que tenha uma longa carreira, acompanhada de Ana de Armas. Linda, charmosa e latina. Os caminhos está aí para renovar a franquia e mantê-la viva por mais algumas décadas. Ah, Rami Malek como vilão é uma decepção. Os cinco minutos de Christoph Walts em cena valem muito mais. E já está na hora de mais destaque para o Q, Ben Winshaw é fantástico.