Um roteiro confuso e cheio de furos atrapalha um pouco este filme - apesar de contar com nomes como Alistair Maclean e James Clavell - que tem uma produção interessante e direção competente. George Maharis interpreta um ex-militar que é chamado a uma base em que se desenvolvem armas químicas para investigar o desaparecimento de uma substância recém desenvolvida e que poderia levar à destruição da humanidade. Depois de uma pandemia e de uma mundo que continua assombrado pela destruição nuclear, o filme não deixa de ser atual. Mas nunca chega a empolgar.
Um filme bastante particular, que fala sobre o próprio cinema, sobre a ilusão, sobre o fazer do ator. Um senhor sai de sua casa pela manhã e embarca em uma limosine conduzida por uma mulher - sua secretaria? - que vai lhe passando os casos do dia. Em cada um deles, uma transformação, uma história, um crime, em uma Paris etérea e fria. Acompanhamos esse seu dia fascinados pelo poder das micro históricas, por saber que tudo é encenação, máscara, simulacro, e por isso mesmo fascinante. Exige do espectador atenção e paixão, a mesma que emana da interpretação de Denis Lavant e do diretor Leos Carax. Fimaço.
Tem duas cenas interessantes, a primeira um carro desgovernado que atravessa uma cidade até cair de uma ponte em um rio e uma perseguição entre um pequeno avião e dois helicópteros. Entre essas cenas, um roteiro mal costurado, que não respeita a coerência temporal e tampouco a inteligência do espectador. Tem um bom elenco e boa produção e, se não chega a empolgar, tampouco é entediante. Mas é melhor não ter grandes expectativas.
Gosto dos filmes do Cronemberg, dos seus pesadelos em que o corpo é afetado pelo uso da tecnologia com transformações bizarras que nos fazem pensar sobre seus efeitos. Videodrome tratava disso, bem como A Mosca, seu maior sucesso e mais recentemente Existenz. É um tema que fascina e que o diretor trata com exacerbação e escatologia. Neste seu trabalho este tema aparece uma vez mais este temam que nos leva a um futuro em que os corpos se transformam já naturalmente e o medo é a consequente perda da humanidade. Mas esta história é contado por meio de um roteiro que demora para fazer sentido, o que pode incomodar um pouco. Mas vai fascinando pouco a pouco. Ajuda muito a direção, a música, o elenco, a direção de arte e a fotografia, todos muito adequados à história. Não é o melhor de Cronemberg, mas é uma mostra de um cineasta maduro que não tem a intenção de agradar a ninguém e sim ser fiel a suas ideias.
Ralph Fiennes está excelente nesse filme um tanto estranho, mas que acaba não funcionando muito bem, não se decidindo pela sátira ou pelo gore. Excelente produção, tudo é de muito bom gosto. Mas algo no molho desandou.
Um filme construídos em silêncios e imagens de extrema beleza, carregada de simbolismos religiosos e sociais de uma forma muito particular. Hipnótico, a direção explora o enfrentamento do homem com sua natureza e com a natureza de forma sutil e profunda. A interpretação magnética de Paul Hamy contribui muito com a aura de mistério que o filme cria. Não se consegue desgrudar os olhos até o final.
Um melodrama cantado absolutamente encantador. A cena inicial, do ponto de vista da chuva e os guarda-chuvas que passam de uma lado a outro é apenas um dos momentos da poesia que vai permear toda a obra. Todos os diálogos são cantados, o que pode desagradar a alguns, mas o fato é que a música de Michel Legrand é excelente e o tema principal ressoa por muito tempo em nossa mente. Catherine Deneuve está encantadora - além de boa atriz. Nino Castelnuovo tem o charme exato para o papel bem como Marc Michel. Pena que não se façam mais filmes como esse.
Para quem ama cinema, o filme é absolutamente delicioso, com suas tomadas e algumas sequências em que o diretor mostra sua poesia - a cena dos carrinhos de supermercado em meio ao tufão é um deslumbre. Mas a história em alguns momentos se perde, talvez uma menor metragem desse mais corpo ao conjunto. As interpretações são ótimas, a fotografia requintada, a música memorável. E, claro, temos David Lynch que, em poucos minutos - cinco, talvez apenas um -, é puro deslumbramento. Não é o melhor filme do diretor, mas tem um quê encanto que lembra seus primeiros filmes.
Havia tentando assistir este filme há alguns anos mas desisti na metade, entediado com uma trama que parecia não dar liga. Resolvi insistir e acabei gostando muito mais do que esperava. O problema é que demora um pouco a encaixar a trama, a deixar claro que na verdade é um era uma vez, um faz de conta, uma idealização - amarga na maior parte das vezes - mas ainda assim uma bela homenagem ao cinema. O elenco é irretocável, a direção, a fotografia, a escolha da trilha sonora. Não penso que seja uma obra-prima; Tarantino já fez coisas bem mais interessantes. Mas mesmo assim há talento e muito amor ao cinema. e um que de amargor e redenção que fascina.
Filmado com os maneirismos do cinema dos anos 80, com protagonistas atraentes e tema que foi bastante explorado naquele momento, este filme acaba sofrendo com um roteiro que se perde criando situações e não as desenvolvendo, o mesmo que acontece com os personagens, que são abandonados no meio do caminho - o de Denise Richards é um exemplo. Mas como mérito há que se destacar a criatividade na utilização dos recursos disponíveis, que claramente são poucos. Tornou-se cult - não entendo muito bem o motivo - mas decepciona.
Dirk Bogarde é um advogado famoso e bem casado que descobre que um rapaz, com o qual havia tido um flerte, se suicida em uma cela de prisão em virtude de estar sendo chantageado. Rodado nos anos 60, é um retrato angustiante da Inglaterra baixo a lei que criminalizava a homossexualidade. Polêmico em seu lançamento - e durante bastante tempo - é um filme que vale mais pelo tema que trata - e da forma como o faz - do que de seu roteiro, às vezes um pouco forçados, com diálogos e soluções que soam forçadas. Tecnicamente é bastante interessante, com uma linda fotografia em branco e preto e elenco bem afiado. É um convite, enfim, à reflexão, importante e pertinente nos dias de hoje.
Lembro-me de quando O Dia Seguinte estreou nos cinemas - ao menos no Brasil - e todo o impacto que causou, ao mostrar as consequências de uma guerra nuclear. Este filme britânico, feito para a televisão, consegue ser ainda mais aterrador, com seu caráter técnico, com suas legendas marcando o tempo e as consequências da exposição da população à radiação. Como a possibilidade de uma guerra envolvendo bombas atômicas voltou a assombrar a humanidade, o filme ganha atualidade em seu retrato documental de um mundo devastado e uma humanidade lutando por sua sobrevivência.
Com imagens belíssimas, Antonioni realiza uma análise da contracultura norte-americana no final dos anos 60. Algumas cenas ficam marcadas em sua memória, com a do sexo no deserto e o explosivo final. Havia assistido o filme no cinema, no anos 80, e ainda me lembrava claramente destas cenas. Mas a construção dos personagens centrais deixa um pouco a desejar. Ainda assim um filme importante de um diretor que sempre teve muito o que falar com seus silêncios.
Eva Green está linda e perfeita para o papel da mãe e esposa infeliz que um dia desaparece. Gregg Araki conta essa historia com sua habitual aptidão para as imagens, sempre deslumbrantes, e um olhar para o lado sombrio do ser humano. A trilha sonora é fantástica, todo o elenco funciona e o roteiro consegue se amarrar bem. Pena que o diretor não tenha voltado aos longas desde então.
Tecnicamente primoroso, o filme é um doloroso encontro dos personagens com eus medos e suas fraquezas, perante forças que não controla. Ruben Ostlund é um grande observador da natureza humana, mas aqui falta algo que vai encontrar nos seus próximo filmes, que é o cinismo e o humor. Mesmo assim é um grande filme, que ressoa bastante tempo ainda depois que o assistimos.
Bom roteiro, bom atores e uma direção esperta tornam este filme de gangster ingleses altamente divertido. Claro que o diretor já fez a mesma coisa antes, mas ainda assim consegue divertir com algumas boas sacadas como os capangas russos e a noite de amor dos personagens de Tom Hardy e Gerard Butler. Thandie Newton está especialmente bonita e perigosa.
Um filme absolutamente deslumbrante, com cenas de uma beleza tão estonteante que ficam marcadas em nossas mentes. A história não tem a transcendência de Ran ou Dersu Uzala, o primeiro posterior e o outro anterior a este. Mas mesmo assim consegue manter a atenção apesar da longa duração do filme. Uma pintura, feita por alguém que sabia usar a cor como os grandes mestres. cada pincelada e cada textura perfeitamente pensada para causar emoção.
A história é interessante, a interpretação também. Mas o filme não chega muito longe. E sem duvida a cena de violência sexual incomoda bastante. A edição típica dos anos sessenta e setenta, com o uso de quadros e divisão de telas é cansativa e acrescenta pouco à história.
Do mesmo diretor de The Square, o filme é uma comédia sarcástica sobre o mundo das aparências e desigualdades, contado em três atos. Há momentos inspiradíssimos, como a troca de frases lapidares entre o magnata russo e o capitão do iate, vivido por Woody Harrelson. Gostei bastante também o início, da entrevista com os modelos, com as caras e bocas e o desfile, com as frases de efeito explodindo na tela de fundo. Algumas ideias se repetem do filme anterior mas não dá para negar que o diretor é sempre crítico e observador. A fotografia mais uma vez é fantástica e o elenco muito bem escolhido. Dolly de Leon é um achado.
Delirante adaptação de Ken Russel de uma peça e da obra de Aldous Huxley sobre Loudun, uma cidade que desafia os poderes constituídos - a Igreja e o Rei - e acaba sofrendo as consequências disso. Essa trama é contada a partir dos personagens de Reed e Redgrave, ambos em interpretações primorosas. Dá para imaginar o tamanho do escândalo que o filme causou na época, com sua cenas ainda hoje e fortes e ousadas que, com a cenografia de Derek Jarman, em sua intemporalidade, aumentam a sensação de pesadelo. Russel é over, mas é genial também. Que falta faz criadores como ele nos dias de hoje.
Um belo filme de Demy que retrata a compulsão pelo jogo, o desespero, a ânsia. A cena inicial, um longo travelling, que parte do rosto de Jeanne Moureau, é de uma beleza ímpar. E a música ajuda a criar a dramaticidade que se estabelece entre os dois personagens principais. O final talvez seja um pouco decepcionante para o que se constrói. Mas ainda assim é um belo filme que se vê com prazer.
Um filme interessante, com bons atores mas um direção e roteiro que não exploram de forma mais contundente os conflitos que o livro do Michael Houllebecq apresenta. Talvez seja melhor desgustado por aqueles que não leram o livro. Mas ainda assim vale muito a pena conhecer.
Vincent Price canastrão dá um show nesse terrir com diálogos espertos e mortes criativas. Tudo é engenhosamente absurdo mas muito bem dirigido e com uma fotografia muito legal. Filme para curtir.
Um bom filme do grande Roger Corman, especializado em filmes de baixo orçamento. Aqui ele conta com uma boa história, de Edgar Allan Poe, Vincent Price, sempre canastrão e e eficiente, além de cenografia e figurinos que ajudam a criar o clima lúgubre que a história exige. Claro que como terror está muito distante do gore que vemos hoje em dia, mas talvez nisso é que resista seu charme. Esse tipo de filme era o que víamos nos anos 1970, no Cine Mistério da Bandeirantes, e ajudou a formar uma legião de cinéfilos e apaixonados por cinema.
O Mundo Marcha para o Fim
3.0 4Um roteiro confuso e cheio de furos atrapalha um pouco este filme - apesar de contar com nomes como Alistair Maclean e James Clavell - que tem uma produção interessante e direção competente. George Maharis interpreta um ex-militar que é chamado a uma base em que se desenvolvem armas químicas para investigar o desaparecimento de uma substância recém desenvolvida e que poderia levar à destruição da humanidade. Depois de uma pandemia e de uma mundo que continua assombrado pela destruição nuclear, o filme não deixa de ser atual. Mas nunca chega a empolgar.
Holy Motors
3.9 651Um filme bastante particular, que fala sobre o próprio cinema, sobre a ilusão, sobre o fazer do ator. Um senhor sai de sua casa pela manhã e embarca em uma limosine conduzida por uma mulher - sua secretaria? - que vai lhe passando os casos do dia. Em cada um deles, uma transformação, uma história, um crime, em uma Paris etérea e fria. Acompanhamos esse seu dia fascinados pelo poder das micro históricas, por saber que tudo é encenação, máscara, simulacro, e por isso mesmo fascinante. Exige do espectador atenção e paixão, a mesma que emana da interpretação de Denis Lavant e do diretor Leos Carax. Fimaço.
Capricórnio Um
3.5 31Tem duas cenas interessantes, a primeira um carro desgovernado que atravessa uma cidade até cair de uma ponte em um rio e uma perseguição entre um pequeno avião e dois helicópteros. Entre essas cenas, um roteiro mal costurado, que não respeita a coerência temporal e tampouco a inteligência do espectador. Tem um bom elenco e boa produção e, se não chega a empolgar, tampouco é entediante. Mas é melhor não ter grandes expectativas.
Crimes do Futuro
3.2 265 Assista AgoraGosto dos filmes do Cronemberg, dos seus pesadelos em que o corpo é afetado pelo uso da tecnologia com transformações bizarras que nos fazem pensar sobre seus efeitos. Videodrome tratava disso, bem como A Mosca, seu maior sucesso e mais recentemente Existenz. É um tema que fascina e que o diretor trata com exacerbação e escatologia. Neste seu trabalho este tema aparece uma vez mais este temam que nos leva a um futuro em que os corpos se transformam já naturalmente e o medo é a consequente perda da humanidade. Mas esta história é contado por meio de um roteiro que demora para fazer sentido, o que pode incomodar um pouco. Mas vai fascinando pouco a pouco. Ajuda muito a direção, a música, o elenco, a direção de arte e a fotografia, todos muito adequados à história. Não é o melhor de Cronemberg, mas é uma mostra de um cineasta maduro que não tem a intenção de agradar a ninguém e sim ser fiel a suas ideias.
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraRalph Fiennes está excelente nesse filme um tanto estranho, mas que acaba não funcionando muito bem, não se decidindo pela sátira ou pelo gore. Excelente produção, tudo é de muito bom gosto. Mas algo no molho desandou.
O Ornitólogo
3.5 84Um filme construídos em silêncios e imagens de extrema beleza, carregada de simbolismos religiosos e sociais de uma forma muito particular. Hipnótico, a direção explora o enfrentamento do homem com sua natureza e com a natureza de forma sutil e profunda. A interpretação magnética de Paul Hamy contribui muito com a aura de mistério que o filme cria. Não se consegue desgrudar os olhos até o final.
Os Guarda-Chuvas do Amor
3.9 159 Assista AgoraUm melodrama cantado absolutamente encantador. A cena inicial, do ponto de vista da chuva e os guarda-chuvas que passam de uma lado a outro é apenas um dos momentos da poesia que vai permear toda a obra. Todos os diálogos são cantados, o que pode desagradar a alguns, mas o fato é que a música de Michel Legrand é excelente e o tema principal ressoa por muito tempo em nossa mente. Catherine Deneuve está encantadora - além de boa atriz. Nino Castelnuovo tem o charme exato para o papel bem como Marc Michel. Pena que não se façam mais filmes como esse.
Os Fabelmans
4.0 389Para quem ama cinema, o filme é absolutamente delicioso, com suas tomadas e algumas sequências em que o diretor mostra sua poesia - a cena dos carrinhos de supermercado em meio ao tufão é um deslumbre. Mas a história em alguns momentos se perde, talvez uma menor metragem desse mais corpo ao conjunto. As interpretações são ótimas, a fotografia requintada, a música memorável. E, claro, temos David Lynch que, em poucos minutos - cinco, talvez apenas um -, é puro deslumbramento. Não é o melhor filme do diretor, mas tem um quê encanto que lembra seus primeiros filmes.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraHavia tentando assistir este filme há alguns anos mas desisti na metade, entediado com uma trama que parecia não dar liga. Resolvi insistir e acabei gostando muito mais do que esperava. O problema é que demora um pouco a encaixar a trama, a deixar claro que na verdade é um era uma vez, um faz de conta, uma idealização - amarga na maior parte das vezes - mas ainda assim uma bela homenagem ao cinema. O elenco é irretocável, a direção, a fotografia, a escolha da trilha sonora. Não penso que seja uma obra-prima; Tarantino já fez coisas bem mais interessantes. Mas mesmo assim há talento e muito amor ao cinema. e um que de amargor e redenção que fascina.
Miracle Mile
3.9 40Filmado com os maneirismos do cinema dos anos 80, com protagonistas atraentes e tema que foi bastante explorado naquele momento, este filme acaba sofrendo com um roteiro que se perde criando situações e não as desenvolvendo, o mesmo que acontece com os personagens, que são abandonados no meio do caminho - o de Denise Richards é um exemplo. Mas como mérito há que se destacar a criatividade na utilização dos recursos disponíveis, que claramente são poucos. Tornou-se cult - não entendo muito bem o motivo - mas decepciona.
Meu Passado me Condena
4.1 37Dirk Bogarde é um advogado famoso e bem casado que descobre que um rapaz, com o qual havia tido um flerte, se suicida em uma cela de prisão em virtude de estar sendo chantageado. Rodado nos anos 60, é um retrato angustiante da Inglaterra baixo a lei que criminalizava a homossexualidade. Polêmico em seu lançamento - e durante bastante tempo - é um filme que vale mais pelo tema que trata - e da forma como o faz - do que de seu roteiro, às vezes um pouco forçados, com diálogos e soluções que soam forçadas. Tecnicamente é bastante interessante, com uma linda fotografia em branco e preto e elenco bem afiado. É um convite, enfim, à reflexão, importante e pertinente nos dias de hoje.
Catástrofe Nuclear
3.8 41Lembro-me de quando O Dia Seguinte estreou nos cinemas - ao menos no Brasil - e todo o impacto que causou, ao mostrar as consequências de uma guerra nuclear. Este filme britânico, feito para a televisão, consegue ser ainda mais aterrador, com seu caráter técnico, com suas legendas marcando o tempo e as consequências da exposição da população à radiação. Como a possibilidade de uma guerra envolvendo bombas atômicas voltou a assombrar a humanidade, o filme ganha atualidade em seu retrato documental de um mundo devastado e uma humanidade lutando por sua sobrevivência.
Zabriskie Point
3.9 109Com imagens belíssimas, Antonioni realiza uma análise da contracultura norte-americana no final dos anos 60. Algumas cenas ficam marcadas em sua memória, com a do sexo no deserto e o explosivo final. Havia assistido o filme no cinema, no anos 80, e ainda me lembrava claramente destas cenas. Mas a construção dos personagens centrais deixa um pouco a desejar. Ainda assim um filme importante de um diretor que sempre teve muito o que falar com seus silêncios.
Pássaro Branco na Nevasca
3.6 442Eva Green está linda e perfeita para o papel da mãe e esposa infeliz que um dia desaparece. Gregg Araki conta essa historia com sua habitual aptidão para as imagens, sempre deslumbrantes, e um olhar para o lado sombrio do ser humano. A trilha sonora é fantástica, todo o elenco funciona e o roteiro consegue se amarrar bem. Pena que o diretor não tenha voltado aos longas desde então.
Força Maior
3.6 241Tecnicamente primoroso, o filme é um doloroso encontro dos personagens com eus medos e suas fraquezas, perante forças que não controla. Ruben Ostlund é um grande observador da natureza humana, mas aqui falta algo que vai encontrar nos seus próximo filmes, que é o cinismo e o humor. Mesmo assim é um grande filme, que ressoa bastante tempo ainda depois que o assistimos.
RocknRolla: A Grande Roubada
3.5 368 Assista AgoraBom roteiro, bom atores e uma direção esperta tornam este filme de gangster ingleses altamente divertido. Claro que o diretor já fez a mesma coisa antes, mas ainda assim consegue divertir com algumas boas sacadas como os capangas russos e a noite de amor dos personagens de Tom Hardy e Gerard Butler. Thandie Newton está especialmente bonita e perigosa.
Kagemusha, a Sombra do Samurai
4.2 100 Assista AgoraUm filme absolutamente deslumbrante, com cenas de uma beleza tão estonteante que ficam marcadas em nossas mentes. A história não tem a transcendência de Ran ou Dersu Uzala, o primeiro posterior e o outro anterior a este. Mas mesmo assim consegue manter a atenção apesar da longa duração do filme. Uma pintura, feita por alguém que sabia usar a cor como os grandes mestres. cada pincelada e cada textura perfeitamente pensada para causar emoção.
Os Dois Mundos de Charly
3.3 26A história é interessante, a interpretação também. Mas o filme não chega muito longe. E sem duvida a cena de violência sexual incomoda bastante. A edição típica dos anos sessenta e setenta, com o uso de quadros e divisão de telas é cansativa e acrescenta pouco à história.
Triângulo da Tristeza
3.6 731 Assista AgoraDo mesmo diretor de The Square, o filme é uma comédia sarcástica sobre o mundo das aparências e desigualdades, contado em três atos. Há momentos inspiradíssimos, como a troca de frases lapidares entre o magnata russo e o capitão do iate, vivido por Woody Harrelson. Gostei bastante também o início, da entrevista com os modelos, com as caras e bocas e o desfile, com as frases de efeito explodindo na tela de fundo. Algumas ideias se repetem do filme anterior mas não dá para negar que o diretor é sempre crítico e observador. A fotografia mais uma vez é fantástica e o elenco muito bem escolhido. Dolly de Leon é um achado.
Os Demônios
3.9 153Delirante adaptação de Ken Russel de uma peça e da obra de Aldous Huxley sobre Loudun, uma cidade que desafia os poderes constituídos - a Igreja e o Rei - e acaba sofrendo as consequências disso. Essa trama é contada a partir dos personagens de Reed e Redgrave, ambos em interpretações primorosas. Dá para imaginar o tamanho do escândalo que o filme causou na época, com sua cenas ainda hoje e fortes e ousadas que, com a cenografia de Derek Jarman, em sua intemporalidade, aumentam a sensação de pesadelo. Russel é over, mas é genial também. Que falta faz criadores como ele nos dias de hoje.
A Baía dos Anjos
3.8 30Um belo filme de Demy que retrata a compulsão pelo jogo, o desespero, a ânsia. A cena inicial, um longo travelling, que parte do rosto de Jeanne Moureau, é de uma beleza ímpar. E a música ajuda a criar a dramaticidade que se estabelece entre os dois personagens principais. O final talvez seja um pouco decepcionante para o que se constrói. Mas ainda assim é um belo filme que se vê com prazer.
Partículas Elementares
3.5 38Um filme interessante, com bons atores mas um direção e roteiro que não exploram de forma mais contundente os conflitos que o livro do Michael Houllebecq apresenta. Talvez seja melhor desgustado por aqueles que não leram o livro. Mas ainda assim vale muito a pena conhecer.
O Abominável Dr. Phibes
4.0 126Vincent Price canastrão dá um show nesse terrir com diálogos espertos e mortes criativas. Tudo é engenhosamente absurdo mas muito bem dirigido e com uma fotografia muito legal. Filme para curtir.
O Solar Maldito
3.6 66Um bom filme do grande Roger Corman, especializado em filmes de baixo orçamento. Aqui ele conta com uma boa história, de Edgar Allan Poe, Vincent Price, sempre canastrão e e eficiente, além de cenografia e figurinos que ajudam a criar o clima lúgubre que a história exige. Claro que como terror está muito distante do gore que vemos hoje em dia, mas talvez nisso é que resista seu charme. Esse tipo de filme era o que víamos nos anos 1970, no Cine Mistério da Bandeirantes, e ajudou a formar uma legião de cinéfilos e apaixonados por cinema.