"Ler e escrever são atos feitos em silêncio. Mas você deve saber que outros também estão lendo o mesmo livro que você"
Existe uma magia na escrita e na leitura que consiste em dar voz ao silêncio. Ler livros emprestados, ler as notas que a pessoa tomou, as páginas que ela dobrou a orelha e, se forem de biblioteca, ler os nomes dos antigos emprestadores...
Gostei do documentário, justamente por deixar claro que o ato da escrita é feita desses personagens da elite. Uma elite intelectual e, alguns são da elite financeira também. O ato de ler e escrever também é um privilégio. Sentar para escrever com a mente focada em um assunto significa não estar preocupado com o almoço para fazer, com o trabalho braçal, com família.. Significa não estar preocupado com questões financeiras.. Um artista, em seu meio criativo, necessita desse silêncio para poder dar voz.. Acho que isso foi a coisa que mais me marcou nesse documentário.. As discussões que existem no NY Review em relação à alguns dos fatos marcantes do século passado deixam claro a distância do trabalho intelectual com a realidade.. O documentário parece mostrar um mundo paralelo, mostrando quanto é importante a "resistência silenciosa" dos escritos que muitos fizeram sentados em suas carteiras... Ficamos com a impressão de que, nos EUA, isso por si só já é resistência.. Entretanto, a Yasmine El Rashidi, foi mostrada como alguém que foi até o oriente médio para poder escrever seus artigos. Apesar de todos os personagens apresentados sejam doutores e etc, eles reproduzem fortemente questões ocidentais hegemônicas em seus discursos: falam da democracia, sem problematizar a democracia; falam em direitos humanos, mas julgam as culturas diferentes da ocidental, como na cena que Yasmine fala com horror como o povo na Líbia assassinou e desfilou com seu corpo... Essa interpretação é um simples julgamento ocidental extremamente deslocado de seu contexto sóciohistórico..
Primeiramente é de super relevância um filme dessa temática: a maioria dos filmes famosos não retratam a classe trabalhadora, mas na Itália temos o legado de Pasolini. O cinema é muitas vezes igual a história: em prol de uma história dos vencedores deixa as experiências dos personagens subterrâneos da nossa sociedade. Não acredito ser nada exagerado a visão marxista - como alguns companheiros apontaram em outros comentários. Apenas é sensível o modo como o diretor mostra a vida da classe operária... Entendendo suas contradições e os porquês de um homem ser tão brutamontes: o sistema capitalista o faz assim. "Sou uma máquina". E a mudança da personalidade do personagem de Lulu, só mostram como Gian Maria Volonté fez uma atuação excepcional <3 e ainda... filiado ao PC da Itália <3
Um delicioso filme do Truffault <3 Nitidamente podemos perceber o quanto que o método de filmagem da Nouvelle Vague - câmeras portáteis e equipe pequena - não auxilia no filmar da intimidade de Antoine Doinel: parece capturar o sentimento da juventude dos anos 1960. O fato dele estar nas "nuvens" como li em alguns comentários abaixo, me parece ser mais uma crítica do diretor à essa juventude.
Qualquer semelhança com 'Crepúsculo dos Deuses' é mera coincidência: Keaton viveu Batman, Gloria Swanson viveu Norma Desmond <3 Aliás, Birdman é uma bela obra formada por metalinguagens. Séries de referências, um bom jogo pra quem adora achá-las :) Ritmo narrativo totalmente coerente com o ritmo temporal, acompanha os lugares e eventos da trama, repleta de inúmeros acontecimentos. Porque precisamos reviver essas questões levantadas no clássico de Wilder? O contexto em que encontramos o cinema hoje é essencial que tais questões sejam levantadas, primeiramente pelo avanço da tecnologia, que muitas vezes pode estar desprovido de representatividade humana e intelectual, mas Emmanuel Lubezki traz a relevância (novamente) para o seu trabalho fotográfico para além da tecnologia das paredes verdes. Muito mais que efeitos, Birdman tem recursos audiovisuais tão quanto outros filmes de super-heróis, mas está "submetido" ao conteúdo e a estética ou vice e versa? Não preciso dizer mais nada... A velha história de nojinho esvaziado dos cults à hollywood:
Riggan conhece Barthes e outros teóricos da arte, porém é visto pela crítica apenas como o ex-ator de Blockbusters, é julgado pela "aparência". Não tem como "excluir" o que fazemos, mas não somos os mesmos e, nem sempre o que fazemos nos representa. Hollywood tem coisa boa, senão não seria conhecida,
entretanto a exposição excessiva à mídia promove a banalização e esvaziamento. A principal questão no filme é psicológica, referente à autoconfiança
de Riggan: acredita ser especial, mas ninguém dá o real apoio que ele necessita, então, o filme inteiro é uma sucessão da destruição através da frustração de Riggan, apesar de ainda haver muita potência de vida nesse personagem incansável e que, quando se cansa, "perde os poderes especiais", ou seja, a cena em que sai para fumar e não consegue tirar o roupão que prende na porta. Principal cena que delimita o que é "real" e o que é falso. Vemos que realmente não tem porra de poder nenhum. Finalmente o próprio ator entende que não tem poder nenhum, que é apenas mais um no mundo e que todos podem vê-lo e entendê-lo - desnudo e correndo, desprotegido do mundo. A destruição de sua potência, de sua arte, da possibilidade de ser realmente um fracasso em seu trabalho, gera sua morte, pois confunde os seres dentro de si. Onde é o lado pessoal e impessoal? Até que ponto o Riggan artista se confunde com o Riggan trabalhador e com seu corpo que respira?
No fundo, o sistema faz com que baguncemos tudo e confundimos os nossos EUs, pois assim você pode vender você mesmo sem acreditar que está fazendo isso por dizer que está vendendo a sua mão-de-obra, como se o trabalho e tudo da vida fosse desvinculado de você. Talvez por isso a cena de Sam (sua filha) falando o que realmente pensa sobre ele seja tão chocante, pois ela diz dele como "ser humano" e não como ator, diretor ou filósofo, porque, antes de sermos tudo isso, somos humanos, com sentimentos, direitos, deveres e lutas cotidianas. E, apesar dessas lutas parecerem únicas, não passamos de mais uma formiga no universo... Precisaria ver mais alguma vez para falar com propriedade, mas essa primeira "assistida" já deu boas reflexões.
Achei que é o completo inverso do que realmente vivemos!! É pregado que "temos que ser felizes e quem é triste é banido", esta animação nos faz pensar o contrário. Extremos..
Típico filme dos anos 80 com várias coisas que são consideradas "clichês" hoje, mas mesmo assim, na época deve ter causado muuita polêmica. Esse filme fez com que eu descobrisse que essa música originalmente é em alemão!! Danke, film :) https://www.youtube.com/watch?v=lNYcviXK4rg
Tão fofo, delicado e humano!!! <3 Filmes não deveriam ser separados em "animações - para crianças" e "filmes de adulto".. O que precisa é haver comunicação.. Muitas vezes um filme em forma de fábula retrata muito mais da sociedade do que um filme "de adulto" - que muitas vezes é permeado de sexo, futilidades e violência gratuita. É claro que eu gosto de muitos filmes que tem sexo e violência, assim como quase todo mundo, mas se esses filmes não te levam a nenhuma reflexão - NENHUMA - pra mim é inútil passá-lo pra uma criança, porque não possibilita diálogo e crescimento. Acho que restrição de filmes por idade só ajudam pros pais que não querem conversar com a criança, que se veem superiores. Um filme como esse, leva muitos questionamentos à criança e ao adulto.
Muito mais à favor de crianças assistirem filmes belos como esse, sendo orientados, se necessário, pelos pais, em vez de Frozen. Muitas vezes ouvi o nome de Wes Anderson associado à filmes que se parecem, entretanto achei cada um dos que vi peculiar. É claro que tem a "assinatura" do diretor, seu próprio modo de posicionar a câmera e o olhar da sua lente, mas isso não diminui, desclassifica ou perde identidade em seus trabalhos. Suas críticas são sempre explícitas, "Os Excêntricos Tenenbaums" possui em certos momentos um humor pesado e cruel, como na cena em que Sam ri de Suzy. Mesmo assim, vejo uma delicadeza ao pontuar as críticas e a crueldade do mundo, o que dá aos seus filmes essa atmosfera (também criada pela câmera) de irrealidade ou ainda, super realidade. Adorei.
A cena que Arendt responde a pergunta do aluno do “que acha dos EUA” dizendo que é um paraíso. Com certeza, depois de chegar lá com seu marido Heinrich (Axel Milberg) como refugiados de um campo de concentração nazista na França, os EUA dão à ela a oportunidade de uma nova vida, de lecionar numa boa universidade, e escrever as suas ideias. Quando é convidada para cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann para a The New Yorker, ela escreve sua avaliação sobre o caso e outros fatos desconhecidos para a maioria da população. A revista separa tudo em 5 artigos e, apesar de querer os artigos rapidamente, Arendt não se deixa vender e escreve com diversos dados e argumentos textos surpreendentes, que, porém, começam a perturbar sua vida e dos seus amigos e marido. A sociedade se volta contra ela e a New Yorker, e as críticas são tão fortes e várias sem fundamento, como na cena em que Lotte lê para ela uma crítica que descreve a aparência de Arendt como fria, monstruosa e dura, o que realmente a fere muito e não fora escrita com outra intenção à não ser difamá-la. Até mesmo seus amigos mais próximos se assustam, discordam, e assim, Arendt sente um mal estar. Mesmo assim continua por saber que o que disse precisava vir à tona, mesmo que as pessoas não consigam lidar com as verdades que ela escreveu.
No fim da primeira vez que vi o filme, fui ler o livro de Hannah e assim o Julgamento de Eichmann deixou claro pra mim que não poderia fazer justiça. Pois não tem como culpar um homem pela morte de todos os 6 milhões de judeus como se ele pudesse realmente receber uma pena que satisfizesse. Mesmo assim o julgamento ocorreu e a pergunta do porque ele ocorreu, se torna agora muito importante: acredito que o Ocidente se viu no poder de fazer justiça, demonstrando seu poder em julgá-lo. Assim há uma manutenção dos valores e, a população sente-se segura e confortada com a ideia de que, depois de Eichmann ser morto, não resta nada mais a fazer e nunca mais o que ocorreu nos campos de concentração na Europa se repetiria. Uma grande ilusão. Apenas para legitimar poder. Uma encenação para aliviar o peso da humanidade. Por isso que Hannah Arendt se torna tão revolucionária, por que além dela questionar a função deste julgamento, ela revela – o que muitos já sabiam, mas não pronunciavam – que houve muitos judeus que ajudaram o nazismo e o fascismo. Passaram nomes, dados, endereços, tudo isso por acreditarem que ao cooperar com o Estado, eles estariam livres. E, realmente muitos escaparam dessa forma. Entretanto houve outros, como vemos na Lista de S. No filme de Margarethe von Trotta, ela nos mostra que o totalitarismo, objeto de estudo de Arendt, pode assumir um caráter normativo que se esconde por trás de uma democracia esvaziada, como a Alemã, e da Guerra. A teoria de Heidegger e a influência dele em Hannah Arendt, a obra e a evolução do pensamento de Arendt até o conceito de banalidade do mal são ferramentas que podem ajudar-nos a compreender melhor o filme. O conceito de banalidade do mal pode ser entendido como a falta de pensar que gera o obediência e coisificação do homem, causada pelo esvaziamento dessa democracia e a ideologia que acaba permitindo banalizar as coisas horríveis da vida, como a morte nos campos de concentração. Toda a ideologia nazista que sustenta e alimenta a coerção social fica tão enraizada nos sujeitos que estes não conseguem se questionar, tornam-se verdades dogmáticas.
Como o Leo não ganhou oscar depois desse filme?? .. ah, lembrei.. pq oscar não significa nada. E esse filme está muito longe do que costumamos denominar como drama romântico por causa dos padrões hollywoodianos. Bom filme e boas reflexões.
Não sei nem que nota dar, porque eu entendo a contextualização da época do filme, tanto fictício, quanto a época em que foi feito, e o estilo do gênero western. Mas mesmo assim me revoltei com a situação do papel da atriz Marianna Hill. E acho que esse filme é mais uma exemplificação de machismo, poder e opressão. Entretanto, partindo da ideia de que é arte, podemos usá-lo para questionar todos os atos no filme que ainda perduram e porque esses atos aconteciam/acontecem... Sinceramente fiquei muito mal com esse filme. Mas recomendo mesmo assim. Principalmente para quem não gosta de filme hollywoodiano por argumentar que não faz pensar. Obrigada :)
Simplesmente não sei que nota dar à esse filme... Ele me perturbou muito. Muito obscuro. Trata a violência de uma forma muito próxima e comum. Mas o interessante é que vemos a mente e a vida de quem "está do outro lado".
As imagens às vezes eram da mãe, do amigo nova-iorquino, eles falavam, olhavam.. mas a voz era da Petra, ou da Elena - com menos frequência, a voz gravada para o tempo posterior. Mesmo que as pessoas não fossem as mesmas, ou mesmo que saísse a voz enquanto a boca permanecia fechada, tais momentos eram os mais lindos, pois tudo o que se falava condizia com as expressões... Chorei tanto nesse filme, achei tão sensível e revelador. Acho que, as crianças captam muito o que se acontece, são muito abertas à tudo, por isso é um período tão delicado da vida. Demorar pra perceber o que é morte, o que é amor, o que é o mundo, demanda um processo prolongado, sem entrar no discurso de infância como impotência. Acho que falou diálogo entre a mãe e a filha, mas sempre faltarão diálogos. Então acredito só que, tudo pode ser conversado e praticado com as crianças, desde que seja conversado com a criança e que ela queira fazer, ver, ouvir sobre tal assunto ou sobre tal processo.
Acho que nunca nenhum filme me fez tão bem quanto este... Nem sei descrever o que sinto, mas as palavras estão fluindo muito facilmente.. Mandei alguns recados legais pra algumas pessoas que eu lembrei depois desse filme.. Me identifiquei muito com o Theo..
Antes do Anoitecer
3.9 144filme anti comunista
O Argumento de 50 Anos
3.8 6"Ler e escrever são atos feitos em silêncio. Mas você deve saber que outros também estão lendo o mesmo livro que você"
Existe uma magia na escrita e na leitura que consiste em dar voz ao silêncio. Ler livros emprestados, ler as notas que a pessoa tomou, as páginas que ela dobrou a orelha e, se forem de biblioteca, ler os nomes dos antigos emprestadores...
Gostei do documentário, justamente por deixar claro que o ato da escrita é feita desses personagens da elite. Uma elite intelectual e, alguns são da elite financeira também. O ato de ler e escrever também é um privilégio. Sentar para escrever com a mente focada em um assunto significa não estar preocupado com o almoço para fazer, com o trabalho braçal, com família.. Significa não estar preocupado com questões financeiras.. Um artista, em seu meio criativo, necessita desse silêncio para poder dar voz.. Acho que isso foi a coisa que mais me marcou nesse documentário.. As discussões que existem no NY Review em relação à alguns dos fatos marcantes do século passado deixam claro a distância do trabalho intelectual com a realidade.. O documentário parece mostrar um mundo paralelo, mostrando quanto é importante a "resistência silenciosa" dos escritos que muitos fizeram sentados em suas carteiras... Ficamos com a impressão de que, nos EUA, isso por si só já é resistência.. Entretanto, a Yasmine El Rashidi, foi mostrada como alguém que foi até o oriente médio para poder escrever seus artigos. Apesar de todos os personagens apresentados sejam doutores e etc, eles reproduzem fortemente questões ocidentais hegemônicas em seus discursos: falam da democracia, sem problematizar a democracia; falam em direitos humanos, mas julgam as culturas diferentes da ocidental, como na cena que Yasmine fala com horror como o povo na Líbia assassinou e desfilou com seu corpo... Essa interpretação é um simples julgamento ocidental extremamente deslocado de seu contexto sóciohistórico..
A Classe Operária Vai ao Paraíso
4.1 60Primeiramente é de super relevância um filme dessa temática: a maioria dos filmes famosos não retratam a classe trabalhadora, mas na Itália temos o legado de Pasolini. O cinema é muitas vezes igual a história: em prol de uma história dos vencedores deixa as experiências dos personagens subterrâneos da nossa sociedade. Não acredito ser nada exagerado a visão marxista - como alguns companheiros apontaram em outros comentários. Apenas é sensível o modo como o diretor mostra a vida da classe operária... Entendendo suas contradições e os porquês de um homem ser tão brutamontes: o sistema capitalista o faz assim. "Sou uma máquina". E a mudança da personalidade do personagem de Lulu, só mostram como Gian Maria Volonté fez uma atuação excepcional <3 e ainda... filiado ao PC da Itália <3
Alice nas Cidades
4.3 96 Assista AgoraLindo <3
Beijos Proibidos
4.1 138 Assista AgoraUm delicioso filme do Truffault <3 Nitidamente podemos perceber o quanto que o método de filmagem da Nouvelle Vague - câmeras portáteis e equipe pequena - não auxilia no filmar da intimidade de Antoine Doinel: parece capturar o sentimento da juventude dos anos 1960. O fato dele estar nas "nuvens" como li em alguns comentários abaixo, me parece ser mais uma crítica do diretor à essa juventude.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraQualquer semelhança com 'Crepúsculo dos Deuses' é mera coincidência: Keaton viveu Batman, Gloria Swanson viveu Norma Desmond <3 Aliás, Birdman é uma bela obra formada por metalinguagens. Séries de referências, um bom jogo pra quem adora achá-las :) Ritmo narrativo totalmente coerente com o ritmo temporal, acompanha os lugares e eventos da trama, repleta de inúmeros acontecimentos. Porque precisamos reviver essas questões levantadas no clássico de Wilder? O contexto em que encontramos o cinema hoje é essencial que tais questões sejam levantadas, primeiramente pelo avanço da tecnologia, que muitas vezes pode estar desprovido de representatividade humana e intelectual, mas Emmanuel Lubezki traz a relevância (novamente) para o seu trabalho fotográfico para além da tecnologia das paredes verdes. Muito mais que efeitos, Birdman tem recursos audiovisuais tão quanto outros filmes de super-heróis, mas está "submetido" ao conteúdo e a estética ou vice e versa? Não preciso dizer mais nada... A velha história de nojinho esvaziado dos cults à hollywood:
Riggan conhece Barthes e outros teóricos da arte, porém é visto pela crítica apenas como o ex-ator de Blockbusters, é julgado pela "aparência". Não tem como "excluir" o que fazemos, mas não somos os mesmos e, nem sempre o que fazemos nos representa. Hollywood tem coisa boa, senão não seria conhecida,
de Riggan: acredita ser especial, mas ninguém dá o real apoio que ele necessita, então, o filme inteiro é uma sucessão da destruição através da frustração de Riggan, apesar de ainda haver muita potência de vida nesse personagem incansável e que, quando se cansa, "perde os poderes especiais", ou seja, a cena em que sai para fumar e não consegue tirar o roupão que prende na porta. Principal cena que delimita o que é "real" e o que é falso. Vemos que realmente não tem porra de poder nenhum. Finalmente o próprio ator entende que não tem poder nenhum, que é apenas mais um no mundo e que todos podem vê-lo e entendê-lo - desnudo e correndo, desprotegido do mundo. A destruição de sua potência, de sua arte, da possibilidade de ser realmente um fracasso em seu trabalho, gera sua morte, pois confunde os seres dentro de si. Onde é o lado pessoal e impessoal? Até que ponto o Riggan artista se confunde com o Riggan trabalhador e com seu corpo que respira?
As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant
4.2 103Sobre treinar alemão e ouvir diálogos maravilhosos feministas que me fazem lembrar Persona <3
Footloose: Ritmo Louco
3.6 510 Assista Agora80's <3
A Pequena Loja de Suicídios
3.7 774Achei que é o completo inverso do que realmente vivemos!! É pregado que "temos que ser felizes e quem é triste é banido", esta animação nos faz pensar o contrário. Extremos..
Uma Escola Muito Especial, Para Garotas
2.8 30Típico filme dos anos 80 com várias coisas que são consideradas "clichês" hoje, mas mesmo assim, na época deve ter causado muuita polêmica. Esse filme fez com que eu descobrisse que essa música originalmente é em alemão!! Danke, film :) https://www.youtube.com/watch?v=lNYcviXK4rg
Ernest e Célestine
4.4 319Tão fofo, delicado e humano!!! <3 Filmes não deveriam ser separados em "animações - para crianças" e "filmes de adulto".. O que precisa é haver comunicação.. Muitas vezes um filme em forma de fábula retrata muito mais da sociedade do que um filme "de adulto" - que muitas vezes é permeado de sexo, futilidades e violência gratuita. É claro que eu gosto de muitos filmes que tem sexo e violência, assim como quase todo mundo, mas se esses filmes não te levam a nenhuma reflexão - NENHUMA - pra mim é inútil passá-lo pra uma criança, porque não possibilita diálogo e crescimento. Acho que restrição de filmes por idade só ajudam pros pais que não querem conversar com a criança, que se veem superiores. Um filme como esse, leva muitos questionamentos à criança e ao adulto.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraMuito mais à favor de crianças assistirem filmes belos como esse, sendo orientados, se necessário, pelos pais, em vez de Frozen. Muitas vezes ouvi o nome de Wes Anderson associado à filmes que se parecem, entretanto achei cada um dos que vi peculiar. É claro que tem a "assinatura" do diretor, seu próprio modo de posicionar a câmera e o olhar da sua lente, mas isso não diminui, desclassifica ou perde identidade em seus trabalhos. Suas críticas são sempre explícitas, "Os Excêntricos Tenenbaums" possui em certos momentos um humor pesado e cruel, como na cena em que Sam ri de Suzy. Mesmo assim, vejo uma delicadeza ao pontuar as críticas e a crueldade do mundo, o que dá aos seus filmes essa atmosfera (também criada pela câmera) de irrealidade ou ainda, super realidade. Adorei.
Hannah Arendt - Ideias Que Chocaram o Mundo
4.0 196O filme Hannah Arendt é interpretado belamente por Barbara Sukowa. O filme se passa nos Estados Unidos dos nos 50.
A cena que Arendt responde a pergunta do aluno do “que acha dos EUA” dizendo que é um paraíso. Com certeza, depois de chegar lá com seu marido Heinrich (Axel Milberg) como refugiados de um campo de concentração nazista na França, os EUA dão à ela a oportunidade de uma nova vida, de lecionar numa boa universidade, e escrever as suas ideias. Quando é convidada para cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann para a The New Yorker, ela escreve sua avaliação sobre o caso e outros fatos desconhecidos para a maioria da população. A revista separa tudo em 5 artigos e, apesar de querer os artigos rapidamente, Arendt não se deixa vender e escreve com diversos dados e argumentos textos surpreendentes, que, porém, começam a perturbar sua vida e dos seus amigos e marido. A sociedade se volta contra ela e a New Yorker, e as críticas são tão fortes e várias sem fundamento, como na cena em que Lotte lê para ela uma crítica que descreve a aparência de Arendt como fria, monstruosa e dura, o que realmente a fere muito e não fora escrita com outra intenção à não ser difamá-la. Até mesmo seus amigos mais próximos se assustam, discordam, e assim, Arendt sente um mal estar. Mesmo assim continua por saber que o que disse precisava vir à tona, mesmo que as pessoas não consigam lidar com as verdades que ela escreveu.
No fim da primeira vez que vi o filme, fui ler o livro de Hannah e assim o Julgamento de Eichmann deixou claro pra mim que não poderia fazer justiça. Pois não tem como culpar um homem pela morte de todos os 6 milhões de judeus como se ele pudesse realmente receber uma pena que satisfizesse. Mesmo assim o julgamento ocorreu e a pergunta do porque ele ocorreu, se torna agora muito importante: acredito que o Ocidente se viu no poder de fazer justiça, demonstrando seu poder em julgá-lo. Assim há uma manutenção dos valores e, a população sente-se segura e confortada com a ideia de que, depois de Eichmann ser morto, não resta nada mais a fazer e nunca mais o que ocorreu nos campos de concentração na Europa se repetiria. Uma grande ilusão. Apenas para legitimar poder. Uma encenação para aliviar o peso da humanidade. Por isso que Hannah Arendt se torna tão revolucionária, por que além dela questionar a função deste julgamento, ela revela – o que muitos já sabiam, mas não pronunciavam – que houve muitos judeus que ajudaram o nazismo e o fascismo. Passaram nomes, dados, endereços, tudo isso por acreditarem que ao cooperar com o Estado, eles estariam livres. E, realmente muitos escaparam dessa forma. Entretanto houve outros, como vemos na Lista de S. No filme de Margarethe von Trotta, ela nos mostra que o totalitarismo, objeto de estudo de Arendt, pode assumir um caráter normativo que se esconde por trás de uma democracia esvaziada, como a Alemã, e da Guerra.
A teoria de Heidegger e a influência dele em Hannah Arendt, a obra e a evolução do pensamento de Arendt até o conceito de banalidade do mal são ferramentas que podem ajudar-nos a compreender melhor o filme. O conceito de banalidade do mal pode ser entendido como a falta de pensar que gera o obediência e coisificação do homem, causada pelo esvaziamento dessa democracia e a ideologia que acaba permitindo banalizar as coisas horríveis da vida, como a morte nos campos de concentração. Toda a ideologia nazista que sustenta e alimenta a coerção social fica tão enraizada nos sujeitos que estes não conseguem se questionar, tornam-se verdades dogmáticas.
Campo dos Sonhos
3.5 188 Assista AgoraUm clássico muito tocante.
Foi Apenas um Sonho
3.6 1,3K Assista AgoraComo o Leo não ganhou oscar depois desse filme?? .. ah, lembrei.. pq oscar não significa nada. E esse filme está muito longe do que costumamos denominar como drama romântico por causa dos padrões hollywoodianos. Bom filme e boas reflexões.
O Estranho Sem Nome
3.8 254 Assista AgoraNão sei nem que nota dar, porque eu entendo a contextualização da época do filme, tanto fictício, quanto a época em que foi feito, e o estilo do gênero western. Mas mesmo assim me revoltei com a situação do papel da atriz Marianna Hill. E acho que esse filme é mais uma exemplificação de machismo, poder e opressão. Entretanto, partindo da ideia de que é arte, podemos usá-lo para questionar todos os atos no filme que ainda perduram e porque esses atos aconteciam/acontecem... Sinceramente fiquei muito mal com esse filme. Mas recomendo mesmo assim. Principalmente para quem não gosta de filme hollywoodiano por argumentar que não faz pensar. Obrigada :)
Virgínia
2.3 256 Assista AgoraExperimental
Amor Impossível
3.2 352 Assista AgoraMe identifiquei muuuito com a protagonista! Adorei o filme. Recomendo.
Prisão de Cristal
3.4 40Simplesmente não sei que nota dar à esse filme... Ele me perturbou muito. Muito obscuro. Trata a violência de uma forma muito próxima e comum. Mas o interessante é que vemos a mente e a vida de quem "está do outro lado".
Elena
4.2 1,3K Assista AgoraAs imagens às vezes eram da mãe, do amigo nova-iorquino, eles falavam, olhavam.. mas a voz era da Petra, ou da Elena - com menos frequência, a voz gravada para o tempo posterior. Mesmo que as pessoas não fossem as mesmas, ou mesmo que saísse a voz enquanto a boca permanecia fechada, tais momentos eram os mais lindos, pois tudo o que se falava condizia com as expressões... Chorei tanto nesse filme, achei tão sensível e revelador. Acho que, as crianças captam muito o que se acontece, são muito abertas à tudo, por isso é um período tão delicado da vida. Demorar pra perceber o que é morte, o que é amor, o que é o mundo, demanda um processo prolongado, sem entrar no discurso de infância como impotência. Acho que falou diálogo entre a mãe e a filha, mas sempre faltarão diálogos. Então acredito só que, tudo pode ser conversado e praticado com as crianças, desde que seja conversado com a criança e que ela queira fazer, ver, ouvir sobre tal assunto ou sobre tal processo.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraAcho que nunca nenhum filme me fez tão bem quanto este... Nem sei descrever o que sinto, mas as palavras estão fluindo muito facilmente.. Mandei alguns recados legais pra algumas pessoas que eu lembrei depois desse filme.. Me identifiquei muito com o Theo..
Eu e Você
3.5 190Um retrato da geração atual
Era uma Vez na América
4.4 529 Assista AgoraPerfeito... O melhor filme de todos...
Momento de Decisão
3.5 29Achei um filme bonito, mas tem muitos valores que eu, particularmente, tenho a criticar...