citar que uma tesoura cortou a orelha, e a próxima cena ser uma tesoura cortando uma fita.
As músicas, as ações inusitadas. O que era uma simples história, David a intensifica, principalmente por causa do protagonista. Um filme maravilhoso, com momentos estranhos, mas como o Guilherme Gaspersen disse à baixo "pode-se considerá-lo normal", perto dos outros filmes de Lynch!
Vi a introdução do filme como a parte mais crítica à sociedade americana e bela possível. Entendi ao fim do filme, quando se repetem algumas das cenas, o que Lynch quis nos passar.
O filme começa com pessoas felizes, um caminhão de bombeiro e um oficial acenando para as pessoas do bairro, um homem (pai de Jeffrey), rosas no quintal.... E enfim, a câmera mostra a grama, e nela, insetos asquerosos entrando na terra.
Questionei-me muito sobre a insistência de Jeffrey na
orelha, na cantora, e no mistério que ali estava, finalmente entendi que, em meio aquela cidade calma e quieta, Jeffrey tinha que fazer algo, precisava de emoção. E nada melhor do que Lynch para demonstrar tal emoções, adrenalinas que o rapaz procurava no filme, e ainda mais, as encontrava... Até pensei que ele era um cafajeste por dizer que gosta da filha do detetive, mas transa 'sadomasoquisticamente' com a cantora.
Este sim estava vivendo a vida adoidado! OPS, mas esse é título de outro filme! HSAUHSUAHUSHUSHU'
Psicopatas não são o que imaginamos que seja, ou igual ao do SAW, acredito que sejam mais parecidos com o de “O Caçador” ou o de “I saw the Devil”, que é ainda mais monstruoso. Há teorias que os Seriais Killers sejam frutos de sociedades desorganizadas, com muita diversidade cultural e racial, porém não é o caso da Coréia do Sul, e ainda sim, lá existem tais criaturas, em contrapartida, no Brasil, “o país de vários povos”, não são relatados tantos casos.
Nesse filme, o psicopata é interpretado por Jung-woo Ha, que não é um homem repugnante quanto imaginamos que assassinos sejam, e sim um tipo que poderia conviver conosco no trabalho, quieto, introvertido, calmo e frio; alguém que nós nem notaríamos a existência. De nada tem esse personagem de genial, e é sádico o fato de que desde o começo do filme ele é pego e confessa os crimes. Porém essa é a partida para a trama começar. Outros filmes coreanos, como “O Hospedeiro”, também tem o gênero ambíguo, e não peca. Fora que, na maioria das vezes, o tema é vingança, já neste, o tema é totalmente diferente e abrangente, o que dá uma originalidade. Todos os gêneros do filme são muito bem trabalhados, e os cumpre muito bem. Suspense, terror, ação e comédia se sucedem com naturalidade. A genialidade do filme veio de todos os lados, a fotografia, a trilha sonora, o roteiro – feito por seis mãos, os atores, e principalmente a direção, feita por Hong-jin Na, que o fez ainda cursando a faculdade! As perseguições nas ruazinhas íngremes e sinuosas e à pé, por todos os lados, dão uma veracidade muito grande à história e ansiedade aos observadores. Além do que a distância entre o Serial Killer e Joong-ho é de poucos metros, deixando o público ainda mais preso à trama. Personalidades muito bem construídas e fortemente marcadas. Joong-ho, atuado esplendidamente por Kim Yun-seok, é o protagonista, um ex-detetive cafetão que está em busca de duas de suas garotas que estão desaparecidas, descobre que ambas atendiam o cliente que Mi-jin, outra das suas, está atendendo nesse momento. Não mede limites para conseguir o que quer. Corre, luta e mente quem é, com uma força incontrolável, impressionante e filmada de tal forma que parece muito real. Acredito que a filha de Mi-jin desperta um sentimento paternal em Joong-ho que era inexistente, visto que, anteriormente, ele só ‘caçava’ o serial killer por interesses próprios. Mi-jin é minha heroína, se solta das cordas por ser obstinada à viver pela sua filha de 7 anos. É muito trágico que ela morra apesar de todo o sacrifício que fez, e morre por culpa da ineficácia dos policiais, visto que o psicopata fala que ela ainda pode estar viva, mas ninguém, fora Joong-ho vai em busca dela. Os policiais estão só em busca de provas, perdem o objetivo principal: salvar uma vida, à fim de comprovar que acha. Muito mais violento que os filmes americanos, mais criativo e bem desenvolvido. As cenas de morte são artísticas, como na morte de Mi-jin, onde são mostradas uma sequência em stop motion, a mão do assassino segurando o martelo, e a cada soco vemos gotículas de sangue, e indícios de cabelo na arma. Essa cena é forte e acompanhada com uma música incrível. Logo depois, rompe um silêncio e não vemos mais golpes, só a cabeça que recebeu o impacto. Essa cena demonstra como “O Caçador” é incrível, e como Hong-jin Na consegue nos mostrar uma morte poeticamente. A cabeça de Mi-jin no aquário e a luta entre ‘caça’ e ‘caçador’ e ainda Mi-jin, mesmo após todo seu sacrifício, morrer, me soou um sadismo sádico do Tarantino. Único defeito do filme: Uma detetive segue o psicopata, que é solto após não haver provas de que ele é culpado pelos assassinatos. Este entra numa mercearia, e ela fica a observar. Neste momento o psicopata mata a dona do estabelecimento e Mi-jin que está ali. Além de ser uma grande coincidência. Depois das mortes, só há mais uma cena onde Joong-ho chega ao local e vê o que acontece. Onde está o psicopata? Em sua casa enterrando mais dois cadáveres. E a detetive não continuou a perseguir o psicopata, sendo que era esta a sua função? Única parte em que o filme peca, ao meu ver, mas isso talvez não seja muito notável para a maioria, e ainda, não faz com que o filme deixe de ser genial.
Aprendi que Hayao Miyazaki, em seus roteiros, não explica muitas coisas, e além disso, mesmo que crie uma expectativa de que os protagonistas vão ficar juntos, tal não ocorre no fim do filme. Ao invés disso, seus finais são sempre inesperados e às vezes um pouco decepcionantes. Mas esse filme eu simplesmente adorei, não acredito que Sho poderia ter feito algo além. Mas tenho certeza que os livros de Mary Norton são diferentes. Miyazaki deixa bem sua marca neste filme adorável e que nos faz refletir sobre a situação de Arrietty e de Sho. Será que teríamos a reação de Sho? Ou de sua empregada?
O filme tem uma história com um humor levemente ridículo pelo fato de serem improváveis tais atos, com um início que lembra um pouco história em quadrinhos e com partes que lembram filmes americanos, como na cena onde os (...)
A trilogia da vingança é muito boa, Lady Vingança não deixa a desejar em nenhum momento, porém não posso dizer que é melhor ou pior filme e sim diferente, genial e único. Nesse a protagonista, Geum-ja construída por Chan-Wook Park, busca render-se e não apenas vingar-se (...) A história parece muito verídica por conta dos atores, todos, interpretarem tão bem.
As crianças chorando nos vídeos mostrados durante o “Planejamento de tortura coletiva”, que foi perfeita para demonstrar um realismo e que diante daquilo, entender que a decisão de vingar-se das famílias é natural, os tornando de vítimas à agressores
Onde vivem os monstros é uma história não apenas para crianças, todos podem ver e tentar aguçar sua parte de analista. Todos os monstros que Max cria em sua mente são partes fragmentadas do seu 'EU', são partes de sua personalidade, que passam por momentos iguais no mundo real e no da fantasia. Como KM, que num momento de tristeza após a 'guerra' de bolas de terra, diz que ninguém o ouve; é na verdade a parte de Max que tenta falar com a mãe e a irmã e não é ouvido. Ou Carol que é a parte descontrolada dele, a parte 'monstro' dele, que explodiu... Acredito que como 'Alice no país das maravilhas' e 'O mágico de oz', 'Onde vivem os monstros' também tem um personagem, Max, que não tem problemas psicológicos, mas sim enfrenta pessoas ou fatos ao seu redor que são loucos. Só que ao contrário de Alice que encontra doidos e supera, Max encontra partes extremas de sua personalidade, partes que não são tão marcantes nele, mas sim, nos monstros. É claro que o filme e a história são geniais, digno de Spike Jonze. Grande tristeza que as pessoas vejam esse filme como uma simples história boba de crianças, visto que está muito além disso. Solidão, tristeza e falta de atenção e de amor, Max vivia isso, e no mundo imaginário criou-se como um Rei, onde julgou ser impossível que essas tragédias o alcançassem, julgou que não precisaria mais voltar para casa, disse que seria Rei dali para sempre, no reino onde a ‘bagunça foi liberada’. Mas foi assim que as situações mostraram e fizeram Max, um menino de 9 anos, entender que mesmo sendo Rei não é possível controlar tais tragédias, e como disse ele mesmo durante uma conversa com um dos monstros: ‘Você precisa de uma mãe’. Ele precisa de uma mãe. Não importa se aquele era seu reino, se ali ele poderia mandar, ele só queria que todos fossem iguais e que fossem felizes, que todos dormissem amontoados. Mas não somos capazes de deixar as coisas bem sempre, pois os outros são diferentes de nós, precisam e acreditam em coisas diferente de nós. É muito difícil ter um relacionamento com alguém, é preciso muita dedicação. Max está aprendendo isso. Mas ele precisa de carinho e atenção, ele precisa de amor, pois é uma criança. Muito inteligente por sinal, por saber enfrentar o medo dos monstros no início, por sair de casa, por ser forte e dizer: eu não sou Rei de vocês. Onde vivem os monstros? Dentro de Max.
Muitas discussões surgem sobre o Bullying, como por exemplo: Como surge? A culpa é dos pais? Qual a solução? Como está a mente de quem sofre com isso? O filme consegue aprofundar em todas essas perguntas, em partes (...) Baseado na peça “Bang bang, você morreu”(que por sinal é excepcional), mostra os pontos de vista da sociedade que apresenta um preconceito quanto a esse nome em uma instituição de ensino, como uma apologia à violência, sem antes procurarem saber as intenções da peça. O filme enfatiza muitas vezes nesse aspecto e depois dá um tapa na cara dessas pessoas com sua peça espetacular (...)
“Inverno de Sangue em Veneza” é um suspense excêntrico. O clima de tensão é constante, já no início, o filme nos engana muitas vezes, dá uma falsa impressão que está calma e de repente nos espanta, não por medo, mas por essa quebra de climas como a cena (...) A cor vermelha está presente em quase todas as cenas (isso me lembrou de “O sexto sentido” que o vermelho tinha um sentido todo próprio) e associamos com sangue/perigo, pois desde o começo, a tensão parece dominar. As trocas de cena dão um toque especial ao filme, as similaridades de movimentos ou cores da cena anterior para a posterior embelezam incrivelmente, pelo menos comigo me fez reparar muito, parece que nos chama a atenção para os detalhes. As câmeras com foco, à primeira vista, desnecessários nos avisa (...)
Já é consenso sabermos da estrutura familiar e social dos japoneses. Os pais que trabalham e os filhos que estudam praticamente o tempo inteiro; são solitários e muito frágeis. Digo que são frágeis por que o mundo que os rodeia é uma rotina incessante, e algo que fuja disso já os abala imensuravelmente. E os asiáticos conseguem demonstrar muito das características humanas, tanto físicas quanto sentimentais, principalmente os japoneses nos animes, e esse filme lembra muito esse estilo, as expressões bem marcadas características estão no filme, sempre me admiram e invejo, as roupas dos jovens, os cabelos, os celulares, as salas de aula, tudo muito bem característico do país. Os personagens são frágeis.
Moriguchi e seu noivo decidem não se casar diante do fato dele estar com AIDS, e ela grávida, prefere ficar sozinha à enfrentar a situação de preconceitos, e o sofrimento de vê-lo morrer, pois isso acontece, continua vivendo, aceitando essa situação de mão-solteira, lutando com sua pacífica personalidade, continuando a ser professora. Com a morte da filha única causada por seus alunos, incialmente parasse transformar-se, por durante sua confissão dizer que irá se vingar. Mas aborda o significado da vida aos alunos, como querendo ensiná-los, e ao dizer algumas coisas cruéis, como no final do filme, onde conta que colocou a bomba construída por Shuya Watanabe no prédio onde sua mãe trabalha, o que o é para apavorá-lo e para este perceber como é saber que perdeu alguém amado, visto que ao final diz: ‘Foi só uma brincadeira’. E realmente funciona, Watanabe imagina o prédio em chamas, o corpo da mãe desintegrando, e tudo isso seguindo o relógio anti-horário dele. A fotografia do filme é excelente e impressionante. A cena onde ele conta que sua mãe lhe ensinara a quebrar os brinquedos para que assim, depois lhe ensinasse como este funcionara, foi impressionante, usando slow motion. Não sei ao certo, mas acredito que a trilha sonora nesse momento era alguma música do Radiohead invertida, já que aparecera em outras partes do filme, e foi bem característica para este filme, pois são depressivas e bem apropriadas desses momentos. É um filme extremamente filosófico, contruido através de confissões. Não se trata de uma vingança física, e Moriguchi, para não ‘prejudicar’ toda a turma durante sua vingança, decide parar de dar aula, iniciando o filme com a confissão, por que irá parar de lecionar, de forma fria e muito didática, chamando os assassinos de estudantes A e B. E isso torna o clima muito mais tenso, com seus alunos inquietos mandando mensagens a fim de descobrir quem são os dois, conforme ela conta algumas coisas de suas personalidades. Essa foi a pior vingança, que é feita na forma psicológica, e não para uma satisfação própria que ocorre em ‘I Saw the Devil’, é para educar os assassinos, que não são psicopatas e sim humanos e tem que agir como tal já que não o aprenderam. Já ouvimos que o homem se adapta à tudo, se vive igual àqueles dois jovens, é muito provável que eles não deem valor à vida; com pais que o abandonam, sofrendo bullying, solitários, máquinas que produzem e consomem, não são humanos, não aprenderam o ser. Visto que no sistema penal japonês, igual ao brasileiro, os menores de idade não são condenados, Moriguchi julga que estes dois precisam aprender, e conta o caso de Lunacy, que também é uma das alunas da sala, que não foi presa, mesmo após ter confessado via seu blog como iria mata-los, está torna-se ícone pop de muitos jovens e de uma banda de rock, isso mostra como estão invertidos vários valores. O que choca é que esses jovens que cometeram esse crime, não foram acompanhados por algum assistente social ou psicólogo, não sei se isso de fato ocorre no Japão, achei um absurdo, ainda por que continuaram a frequentar o ambiente escolar. Um deles, Naoki, até certo tempo vai para escola, e depois fica em casa. Impressiona muito sua atuação, um personagem de 13 anos de idade, com alguns dilemas e agora o peso de um crime. Era sozinho e ao ver que no momento de loucura, onde não toma banho nem escova os dentes para sentir o fedor e assim saber que ainda está vivo. E contradiz sua situação esfregando tudo até brilhar, por não querer que sua mãe morra, por acreditar estar com AIDS, e por acreditar que pode passar pra mãe e assim mata-la. Adorei a cena onde ele É uma sinceridade, originalidade sobre o questionamento do valor da vida, que é lindo, e explorado muito bem.
O filme inicialmente nos dá uma visão diferente dos personagens, mas ao fim de suas confissões percebemos muitas verdades, Shuya Watanabe, durante a confissão da professora Moriguchi, corre com a mão na boca ao ouvir a história, parece enojado, mas ao fim, vemos que ele estava rindo, gargalhando com a ideia de que está contaminado com o virús HIV, o que trará sua mãe para perto de si. A visão dele é totalmente deturpada, só vive e pensa em função de sua mãe, não se importa com sua vida, se for comprometida, a vê como para encontrar sua mãe de novo. Desconhece o valor da própria vida, por isso não o dá para as demais, por isso põe em risco a vida de muitos.
Foi bem produzido, dirigido e seu roteiro é muito bom. As atuações são ótimas. Simplesmente adorei. Além disso, o filme mostra exatamente como depois de muitos anos um casamento pode se desgastar e as pessoas envelhecem e esquecem que ainda podem se divertir... :/
A bebida mostrou a verdadeira face de seu amigo, tão importante empresário, cheio de formalidades. Richard quer divórcio, pois sua esposa, Maria, reclama sempre por ele estar frio e ausente. Vendo-se perdida e odiando sua vida (...)
Eu não sei por que, mas sempre gostei de História. Acho importante para nossa vida para entender o mundo e assim as pessoas. Gosto das histórias humanas, inventadas ou não, me encanto completamente e vejo todos meus sentimentos explodindo dentro de mim. Não sei, acho que sou muito sentimental. Principalmente ao ver filmes. Eu pulo de susto, choro, grito, fico indignada, enfim: é engraçado ver filme comigo, segundo as pessoas à minha volta. Meia-noite em Paris não é apenas um filme de Woody Allen. De alguma forma, acredito que colocou no filme boa parte das coisas que ele admira. Em outros filmes ele colocou coisas que acredita, como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, acho que aqueles diálogos não são só uma interpretação, acredito que seja o que ele crê. E Meia-noite em Paris, acredito que realmente veja Paris da mesma forma que o personagem principal deste filme. É diferente de todos os outros filmes que vi. O vi como uma homenagem pelas coisas que Woody Allen ama. E eu o admiro muito mais depois desse filme. Por que, simplesmente também amo muito do que é ali inserido. O protagonista é interpretado pelo Owen Wilson, e essa atuação foi a melhor que já vi de Owen, e que me lembrou muito Woody Allen em Manhattan. Não sei se ele estudou os filmes que Allen atuou, mas tinha muito dele em sua atuação. A forma de falar e andar, calmo e crítico desse personagem. Culto e pouco revoltado, não aceita muitas coisas. E além disso tudo, um romântico, incurável sonhador e detalhista. Identifiquei-me muito com essas três características dele, por que as possuo em excesso e as pessoas à minha volta vivem me lembrando da realidade da qual eu não reconheço pertencer. Por ter me identificado tanto como o personagem, tanto pelos gostos, adorei muito o filme e essa crítica passa a ser pessoal demais, uma crônica argumentativa. Toda a volta que Gil, interpretado por Owen, faz pelo tempo, é muito desejada por mim. Sempre me imaginei vivendo em épocas antigas, visto que a atual não me é muito agradável. Ele retorna à época que considera ‘Idade de ouro’ e a admira muito, aproveita tudo em favor à própria felicidade contra sua realidade. Por encantar-se por Paris, a investiga de dia e de noite, vaga sobre ela, procura todos os seus vãos cafés e tempos, e assim está investigando à si mesmo, pelo meu ver. Esses passeios não são à toa. Gil vê na noiva Inez, interpretada pela linda Raquel MacAdams, uma oposição e rejeição dela à tudo que ele faz. Um detalhe, pelos filmes que vi Raquel atuando são sempre filmes de romance, personagens sempre lindas e fúteis de alguma forma, ricas e envolvidas com o cara ‘errado’ segundo sua classe social. Retomando, por ver-se desprezado por Inez, Gil, durante seu turno por Paris reflete sobre sua noiva, e duvida de suas escolhas, amorosa e profissional. Alega que Hollywood não o deixa escrever realmente, que nunca dedicara-se à construir sua literatura, e Paris despertara isso nele. Mas Inez, não liga para isso. Quer dar passeios superficiais. Vai à Versalhes, mas não quer andar sobre a chuva de Paris, não vê a cidade da mesma forma que Gil, não ouve as belas coisas que ele tem a lhe dizer. Realmente não o quer. Ao verem a ponte que Monet pintou, não se vê muito encantada, ao contrário de Gil, que faz declarações amorosas lindas sobre Paris, sobre ela, sobre a ponte. E diz que vai morar ali com ela. Acontece que Inez é superficial, assim como os passeios que dá, não quer ficar ali. Parece que os faz apenas para seguir Paul, ‘um pedante’, segundo Gil. Um exibidor, amante de si mesmo, segundo eu. A viagem no tempo de Gil, como disse anteriormente é para buscar à si mesmo. Mas não é explicada porque ocorre nem como no filme. E isso é muito bom, pois foi para dar valor às grandes personagens históricas que aparecem durante o filme. E as reflexões que elas causam a Gil, e a nós, público. Adorei a interpretação de Corey Stoll, como Hemingway. Nunca li nada desse consagrado escritor, mas sem dúvida lerei. Disse coisas que me chamaram atenção. Fora este, as outras personagens que apareceram, eu conhecia. E simplesmente adorei. Foi muito engraçado Gil sugerir uma ideia para um filme de Buñuel, suponho que seja Anjo Exterminador. Salvador Dalí também aparece, caracterizando toda sua obra surreal como: ‘eu só pinto rinocerontes’. Absurdamente engraçado. Gil conhece Adriana, que na vida real é Gabrielle, talvez tenha sido Gabrielle o tempo todo, não sei ao certo. E ao conhecê-la, e estar nos ‘anos de ouro’ segundo ele, vê se apaixonado e encantado. Por outro lado, os ‘anos de ouro’ para Adriana são os da Belle Epoque, e quando viajam para ela, vêem que para Degas e Gauguin, os ‘anos de ouro’ são a Renascimento. Provavelmente Michelangelo e Da Vince tinham como anos de ouro a Grécia Antiga, se continuarmos o raciocínio do filme. Isso por que ninguém quer o presente, a realidade. Busca o passado, vê nele mais beleza. Acredita que perderam-se muitas coisas que antes tinham. Mas enganam-se por que os mesmos sentimentos humanos perduram todas as épocas, só que por motivos diferentes. Hoje eu me indigno com a indiferença das pessoas pelo que acontece, mesmo sabendo do que acontece, e da indiferença perante ao outro. E também da falta de conhecimento e identidade própria. Coisa que julguei haver em outras épocas. Mas nessas épocas, a indiferença existia por outra causa, antes era pela ignorância, hoje é pela exposição que sofremos da mídia, que mostra tantas vezes mortes, crianças e adultos em más condições e guerras nas favelas brasileiras e em outras parte dos países, que por ser comum, muitos julgam tudo isso como normal. Tornaram-se banal. Toda época tem defeitos, e banaliza algo, e desconhece muito. Retrocede ao avançar. Logo admirar o passado é bom, e imaginar-se nele também. Mas segundo Meia-noite em Paris, e concordo, não devemos nos iludir e acharmos que há ‘anos de ouro’. Apenas há a história, que podemos admirar e conhece-la, e se pudéssemos visita-la entenderíamos melhor que nunca o homem gostou da realidade. Sempre foge dela, procurando algo. Resta-me finalizar esse texto redizendo a frase de Faulkner, apresentada no filme: “O passado nunca morreu”.
(...) Diferentemente de seus outros filmes que vi, retirando Um Cão Andaluz, Buñuel quebra totalmente a narrativa, não são apenas digressões, e sim rompimentos de narrativas, por que Buñuel deseja apenas desmascarar alguns fatos, logo narra várias histórias, que nos parecem paralelas e surreais. O que dá uma estrutura para o filme e sua crítica a muitos aspectos da sociedade (...)
Cidade dos Sonhos é um filme muito subjetivo, pois a visão dele inteiro é de uma personagem, que na vida real aparece poucas vezes. Assisti ao filme, mas não se cessou minha perturbação sobre uma cena final, que havia me intrigado: (...)
Um indício de que tudo isso faz parte de um sonho, é que dois detetives que investigavam o acidente que ‘Rita’ sofreu, vão à um café, e um deles diz que sonhou que tem um monstro atrás do café, então quando vão lá, há esse monstro, logo estão sonhando(...)
“All men fear death. It’s a natural fear that consumes us all. We fear death because we feel that we haven’t loved well enough or loved at all, which ultimately are one and the same. However, when you make love with a truly great woman, one that deserves the utmost respect in this world and one that makes you feel truly powerful, that fear of death completely disappears. Because when you are sharing your body and heart with a great woman the world fades away. You two are the only ones in the entire universe. You conquer what most lesser men have never conquered before, you have conquered a great woman’s heart, the most vulnerable thing she can offer to another. Death no longer lingers in the mind. Fear no longer clouds your heart. Only passion for living, and for loving, become your sole reality. This is no easy task for it takes insurmountable courage. But remember this, for that moment when you are making love with a woman of true greatness you will feel immortal.” *----------------* Apaixonei
Ainda não sei avaliar o filme... Senti coisas muito boas, e que ele é extremamente brilhante, mas não sei muito do por que... Coisas que não se encaixam.. por enquanto.. terei que ver novamente.. estou perturbada... mas eu adorei o filme, e não saber por que, talvez tenha feito eu adorar mais... estranho
‘Mulheres à beira de um ataque de nervos’ é mais um filme de Almodóvar onde o cenário feminino é o principal, e as personagens femininas são únicas e intensas. Mas no início desse filme não vemos ligação entre as personagens. A narrativa de Almodóvar é muito bem criada.
A protagonista, Pepa, está irritada, cansada, inconformada com sua situação: Ivan, o amor de sua vida, larga dela. Ela deseja vê-lo para conversar e saí às ruas de Madri à sua procura, a partir disso ela descobre coisas da vida do ex que não sabia. É uma mulher charmosa, vaidosa e apaixonada – as cores vermelhas intensas presentes em quase tudo que é seu. Isso é muito focado pela câmera de Almodóvar. Os seus sapatos, batom, cabelo e roupas são muito marcantes no filme, é um universo inteiramente (...)
Um Maluco no Golfe
3.0 183 Assista AgoraSessão da tarde!
Veludo Azul
3.9 776 Assista AgoraMesmo em seus filmes mais narrativos, como é o caso de Veludo Azul, David Lynch cria um universo de sensações. Como
citar que uma tesoura cortou a orelha, e a próxima cena ser uma tesoura cortando uma fita.
Vi a introdução do filme como a parte mais crítica à sociedade americana e bela possível. Entendi ao fim do filme, quando se repetem algumas das cenas, o que Lynch quis nos passar.
O filme começa com pessoas felizes, um caminhão de bombeiro e um oficial acenando para as pessoas do bairro, um homem (pai de Jeffrey), rosas no quintal.... E enfim, a câmera mostra a grama, e nela, insetos asquerosos entrando na terra.
orelha, na cantora, e no mistério que ali estava, finalmente entendi que, em meio aquela cidade calma e quieta, Jeffrey tinha que fazer algo, precisava de emoção. E nada melhor do que Lynch para demonstrar tal emoções, adrenalinas que o rapaz procurava no filme, e ainda mais, as encontrava... Até pensei que ele era um cafajeste por dizer que gosta da filha do detetive, mas transa 'sadomasoquisticamente' com a cantora.
O Caçador
4.1 313Psicopatas não são o que imaginamos que seja, ou igual ao do SAW, acredito que sejam mais parecidos com o de “O Caçador” ou o de “I saw the Devil”, que é ainda mais monstruoso. Há teorias que os Seriais Killers sejam frutos de sociedades desorganizadas, com muita diversidade cultural e racial, porém não é o caso da Coréia do Sul, e ainda sim, lá existem tais criaturas, em contrapartida, no Brasil, “o país de vários povos”, não são relatados tantos casos.
Nesse filme, o psicopata é interpretado por Jung-woo Ha, que não é um homem repugnante quanto imaginamos que assassinos sejam, e sim um tipo que poderia conviver conosco no trabalho, quieto, introvertido, calmo e frio; alguém que nós nem notaríamos a existência. De nada tem esse personagem de genial, e é sádico o fato de que desde o começo do filme ele é pego e confessa os crimes. Porém essa é a partida para a trama começar.
Outros filmes coreanos, como “O Hospedeiro”, também tem o gênero ambíguo, e não peca. Fora que, na maioria das vezes, o tema é vingança, já neste, o tema é totalmente diferente e abrangente, o que dá uma originalidade. Todos os gêneros do filme são muito bem trabalhados, e os cumpre muito bem. Suspense, terror, ação e comédia se sucedem com naturalidade.
A genialidade do filme veio de todos os lados, a fotografia, a trilha sonora, o roteiro – feito por seis mãos, os atores, e principalmente a direção, feita por Hong-jin Na, que o fez ainda cursando a faculdade!
As perseguições nas ruazinhas íngremes e sinuosas e à pé, por todos os lados, dão uma veracidade muito grande à história e ansiedade aos observadores. Além do que a distância entre o Serial Killer e Joong-ho é de poucos metros, deixando o público ainda mais preso à trama. Personalidades muito bem construídas e fortemente marcadas. Joong-ho, atuado esplendidamente por Kim Yun-seok, é o protagonista, um ex-detetive cafetão que está em busca de duas de suas garotas que estão desaparecidas, descobre que ambas atendiam o cliente que Mi-jin, outra das suas, está atendendo nesse momento. Não mede limites para conseguir o que quer. Corre, luta e mente quem é, com uma força incontrolável, impressionante e filmada de tal forma que parece muito real. Acredito que a filha de Mi-jin desperta um sentimento paternal em Joong-ho que era inexistente, visto que, anteriormente, ele só ‘caçava’ o serial killer por interesses próprios.
Mi-jin é minha heroína, se solta das cordas por ser obstinada à viver pela sua filha de 7 anos. É muito trágico que ela morra apesar de todo o sacrifício que fez, e morre por culpa da ineficácia dos policiais, visto que o psicopata fala que ela ainda pode estar viva, mas ninguém, fora Joong-ho vai em busca dela. Os policiais estão só em busca de provas,
perdem o objetivo principal: salvar uma vida, à fim de comprovar que acha.
Muito mais violento que os filmes americanos, mais criativo e bem desenvolvido. As cenas de morte são artísticas, como na morte de Mi-jin, onde são mostradas uma sequência em stop motion, a mão do assassino segurando o martelo, e a cada soco vemos gotículas de sangue, e indícios de cabelo na arma. Essa cena é forte e acompanhada com uma música incrível. Logo depois, rompe um silêncio e não vemos mais golpes, só a cabeça que recebeu o impacto. Essa cena demonstra como “O Caçador” é incrível, e como Hong-jin Na consegue nos mostrar uma morte poeticamente.
A cabeça de Mi-jin no aquário e a luta entre ‘caça’ e ‘caçador’ e ainda Mi-jin, mesmo após todo seu sacrifício, morrer, me soou um sadismo sádico do Tarantino.
Único defeito do filme: Uma detetive segue o psicopata, que é solto após não haver provas de que ele é culpado pelos assassinatos. Este entra numa mercearia, e ela fica a observar. Neste momento o psicopata mata a dona do estabelecimento e Mi-jin que está ali. Além de ser uma grande coincidência. Depois das mortes, só há mais uma cena onde Joong-ho chega ao local e vê o que acontece. Onde está o psicopata? Em sua casa enterrando mais dois cadáveres. E a detetive não continuou a perseguir o psicopata, sendo que era esta a sua função? Única parte em que o filme peca, ao meu ver, mas isso talvez não seja muito notável para a maioria, e ainda, não faz com que o filme deixe de ser genial.
O Mundo dos Pequeninos
4.2 652 Assista AgoraAprendi que Hayao Miyazaki, em seus roteiros, não explica muitas coisas, e além disso, mesmo que crie uma expectativa de que os protagonistas vão ficar juntos, tal não ocorre no fim do filme. Ao invés disso, seus finais são sempre inesperados e às vezes um pouco decepcionantes. Mas esse filme eu simplesmente adorei, não acredito que Sho poderia ter feito algo além. Mas tenho certeza que os livros de Mary Norton são diferentes. Miyazaki deixa bem sua marca neste filme adorável e que nos faz refletir sobre a situação de Arrietty e de Sho. Será que teríamos a reação de Sho? Ou de sua empregada?
O Sol É Para Todos
4.3 414 Assista AgoraCrítica no blog:
Obrigada (:
O Hospedeiro
3.6 549 Assista AgoraO filme tem uma história com um humor levemente ridículo pelo fato de serem improváveis tais atos, com um início que lembra um pouco história em quadrinhos e com partes que lembram filmes americanos, como na cena onde os (...)
Continue lendo no blog:
Obrigada :)
O Cortiço
2.6 77 Assista AgoraProfessor de Literatura passou
Lady Vingança
4.0 455A trilogia da vingança é muito boa, Lady Vingança não deixa a desejar em nenhum momento, porém não posso dizer que é melhor ou pior filme e sim diferente, genial e único. Nesse a protagonista, Geum-ja construída por Chan-Wook Park, busca render-se e não apenas vingar-se (...) A história parece muito verídica por conta dos atores, todos, interpretarem tão bem.
As crianças chorando nos vídeos mostrados durante o “Planejamento de tortura coletiva”, que foi perfeita para demonstrar um realismo e que diante daquilo, entender que a decisão de vingar-se das famílias é natural, os tornando de vítimas à agressores
Continue lendo no blog:
Obrigada (:
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista AgoraOnde vivem os monstros é uma história não apenas para crianças, todos podem ver e tentar aguçar sua parte de analista. Todos os monstros que Max cria em sua mente são partes fragmentadas do seu 'EU', são partes de sua personalidade, que passam por momentos iguais no mundo real e no da fantasia. Como KM, que num momento de tristeza após a 'guerra' de bolas de terra, diz que ninguém o ouve; é na verdade a parte de Max que tenta falar com a mãe e a irmã e não é ouvido. Ou Carol que é a parte descontrolada dele, a parte 'monstro' dele, que explodiu... Acredito que como 'Alice no país das maravilhas' e 'O mágico de oz', 'Onde vivem os monstros' também tem um personagem, Max, que não tem problemas psicológicos, mas sim enfrenta pessoas ou fatos ao seu redor que são loucos. Só que ao contrário de Alice que encontra doidos e supera, Max encontra partes extremas de sua personalidade, partes que não são tão marcantes nele, mas sim, nos monstros. É claro que o filme e a história são geniais, digno de Spike Jonze. Grande tristeza que as pessoas vejam esse filme como uma simples história boba de crianças, visto que está muito além disso.
Solidão, tristeza e falta de atenção e de amor, Max vivia isso, e no mundo imaginário criou-se como um Rei, onde julgou ser impossível que essas tragédias o alcançassem, julgou que não precisaria mais voltar para casa, disse que seria Rei dali para sempre, no reino onde a ‘bagunça foi liberada’. Mas foi assim que as situações mostraram e fizeram Max, um menino de 9 anos, entender que mesmo sendo Rei não é possível controlar tais tragédias, e como disse ele mesmo durante uma conversa com um dos monstros: ‘Você precisa de uma mãe’. Ele precisa de uma mãe. Não importa se aquele era seu reino, se ali ele poderia mandar, ele só queria que todos fossem iguais e que fossem felizes, que todos dormissem amontoados. Mas não somos capazes de deixar as coisas bem sempre, pois os outros são diferentes de nós, precisam e acreditam em coisas diferente de nós. É muito difícil ter um relacionamento com alguém, é preciso muita dedicação. Max está aprendendo isso. Mas ele precisa de carinho e atenção, ele precisa de amor, pois é uma criança. Muito inteligente por sinal, por saber enfrentar o medo dos monstros no início, por sair de casa, por ser forte e dizer: eu não sou Rei de vocês.
Onde vivem os monstros? Dentro de Max.
Bang, Bang! Você Morreu!
4.0 171Muitas discussões surgem sobre o Bullying, como por exemplo: Como surge? A culpa é dos pais? Qual a solução? Como está a mente de quem sofre com isso? O filme consegue aprofundar em todas essas perguntas, em partes (...) Baseado na peça “Bang bang, você morreu”(que por sinal é excepcional), mostra os pontos de vista da sociedade que apresenta um preconceito quanto a esse nome em uma instituição de ensino, como uma apologia à violência, sem antes procurarem saber as intenções da peça. O filme enfatiza muitas vezes nesse aspecto e depois dá um tapa na cara dessas pessoas com sua peça espetacular (...)
Leia a crítica inteira no blog:
Obrigado :)
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista Agorahttp://www.youtube.com/watch?v=kGYcDSO8Dn0
Inverno de Sangue em Veneza
3.7 208“Inverno de Sangue em Veneza” é um suspense excêntrico. O clima de tensão é constante, já no início, o filme nos engana muitas vezes, dá uma falsa impressão que está calma e de repente nos espanta, não por medo, mas por essa quebra de climas como a cena (...) A cor vermelha está presente em quase todas as cenas (isso me lembrou de “O sexto sentido” que o vermelho tinha um sentido todo próprio) e associamos com sangue/perigo, pois desde o começo, a tensão parece dominar. As trocas de cena dão um toque especial ao filme, as similaridades de movimentos ou cores da cena anterior para a posterior embelezam incrivelmente, pelo menos comigo me fez reparar muito, parece que nos chama a atenção para os detalhes. As câmeras com foco, à primeira vista, desnecessários nos avisa (...)
Continue lendo no blog:
obrigada :)
O Homem do Ano
3.5 254 Assista AgoraLembro que eu tinha adorado esse filme, preciso rever! ^^
Confissões
4.2 854Já é consenso sabermos da estrutura familiar e social dos japoneses. Os pais que trabalham e os filhos que estudam praticamente o tempo inteiro; são solitários e muito frágeis. Digo que são frágeis por que o mundo que os rodeia é uma rotina incessante, e algo que fuja disso já os abala imensuravelmente. E os asiáticos conseguem demonstrar muito das características humanas, tanto físicas quanto sentimentais, principalmente os japoneses nos animes, e esse filme lembra muito esse estilo, as expressões bem marcadas características estão no filme, sempre me admiram e invejo, as roupas dos jovens, os cabelos, os celulares, as salas de aula, tudo muito bem característico do país. Os personagens são frágeis.
Moriguchi e seu noivo decidem não se casar diante do fato dele estar com AIDS, e ela grávida, prefere ficar sozinha à enfrentar a situação de preconceitos, e o sofrimento de vê-lo morrer, pois isso acontece, continua vivendo, aceitando essa situação de mão-solteira, lutando com sua pacífica personalidade, continuando a ser professora. Com a morte da filha única causada por seus alunos, incialmente parasse transformar-se, por durante sua confissão dizer que irá se vingar. Mas aborda o significado da vida aos alunos, como querendo ensiná-los, e ao dizer algumas coisas cruéis, como no final do filme, onde conta que colocou a bomba construída por Shuya Watanabe no prédio onde sua mãe trabalha, o que o é para apavorá-lo e para este perceber como é saber que perdeu alguém amado, visto que ao final diz: ‘Foi só uma brincadeira’. E realmente funciona, Watanabe imagina o prédio em chamas, o corpo da mãe desintegrando, e tudo isso seguindo o relógio anti-horário dele. A fotografia do filme é excelente e impressionante. A cena onde ele conta que sua mãe lhe ensinara a quebrar os brinquedos para que assim, depois lhe ensinasse como este funcionara, foi impressionante, usando slow motion. Não sei ao certo, mas acredito que a trilha sonora nesse momento era alguma música do Radiohead invertida, já que aparecera em outras partes do filme, e foi bem característica para este filme, pois são depressivas e bem apropriadas desses momentos.
É um filme extremamente filosófico, contruido através de confissões. Não se trata de uma vingança física, e Moriguchi, para não ‘prejudicar’ toda a turma durante sua vingança, decide parar de dar aula, iniciando o filme com a confissão, por que irá parar de lecionar, de forma fria e muito didática, chamando os assassinos de estudantes A e B. E isso torna o clima muito mais tenso, com seus alunos inquietos mandando mensagens a fim de descobrir quem são os dois, conforme ela conta algumas coisas de suas personalidades.
Essa foi a pior vingança, que é feita na forma psicológica, e não para uma satisfação própria que ocorre em ‘I Saw the Devil’, é para educar os assassinos, que não são psicopatas e sim humanos e tem que agir como tal já que não o aprenderam. Já ouvimos que o homem se adapta à tudo, se vive igual àqueles dois jovens, é muito provável que eles não deem valor à vida; com pais que o abandonam, sofrendo bullying, solitários, máquinas que produzem e consomem, não são humanos, não aprenderam o ser. Visto que no sistema penal japonês, igual ao brasileiro, os menores de idade não são condenados, Moriguchi julga que estes dois precisam aprender, e conta o caso de Lunacy, que também é uma das alunas da sala, que não foi presa, mesmo após ter confessado via seu blog como iria mata-los, está torna-se ícone pop de muitos jovens e de uma banda de rock, isso mostra como estão invertidos vários valores.
O que choca é que esses jovens que cometeram esse crime, não foram acompanhados por algum assistente social ou psicólogo, não sei se isso de fato ocorre no Japão, achei um absurdo, ainda por que continuaram a frequentar o ambiente escolar. Um deles, Naoki, até certo tempo vai para escola, e depois fica em casa. Impressiona muito sua atuação, um personagem de 13 anos de idade, com alguns dilemas e agora o peso de um crime. Era sozinho e ao ver que no momento de loucura, onde não toma banho nem escova os dentes para sentir o fedor e assim saber que ainda está vivo. E contradiz sua situação esfregando tudo até brilhar, por não querer que sua mãe morra, por acreditar estar com AIDS, e por acreditar que pode passar pra mãe e assim mata-la. Adorei a cena onde ele É uma sinceridade, originalidade sobre o questionamento do valor da vida, que é lindo, e explorado muito bem.
O filme inicialmente nos dá uma visão diferente dos personagens, mas ao fim de suas confissões percebemos muitas verdades, Shuya Watanabe, durante a confissão da professora Moriguchi, corre com a mão na boca ao ouvir a história, parece enojado, mas ao fim, vemos que ele estava rindo, gargalhando com a ideia de que está contaminado com o virús HIV, o que trará sua mãe para perto de si. A visão dele é totalmente deturpada, só vive e pensa em função de sua mãe, não se importa com sua vida, se for comprometida, a vê como para encontrar sua mãe de novo. Desconhece o valor da própria vida, por isso não o dá para as demais, por isso põe em risco a vida de muitos.
^^
Faces
4.1 62Foi bem produzido, dirigido e seu roteiro é muito bom. As atuações são ótimas. Simplesmente adorei. Além disso, o filme mostra exatamente como depois de muitos anos um casamento pode se desgastar e as pessoas envelhecem e esquecem que ainda podem se divertir... :/
A bebida mostrou a verdadeira face de seu amigo, tão importante empresário, cheio de formalidades. Richard quer divórcio, pois sua esposa, Maria, reclama sempre por ele estar frio e ausente. Vendo-se perdida e odiando sua vida (...)
continue lendo em:
obrigada :)
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraPensamentos que me vieram ao assistir ‘Meia-noite em Paris’.
Eu não sei por que, mas sempre gostei de História. Acho importante para nossa vida para entender o mundo e assim as pessoas. Gosto das histórias humanas, inventadas ou não, me encanto completamente e vejo todos meus sentimentos explodindo dentro de mim. Não sei, acho que sou muito sentimental. Principalmente ao ver filmes. Eu pulo de susto, choro, grito, fico indignada, enfim: é engraçado ver filme comigo, segundo as pessoas à minha volta.
Meia-noite em Paris não é apenas um filme de Woody Allen. De alguma forma, acredito que colocou no filme boa parte das coisas que ele admira. Em outros filmes ele colocou coisas que acredita, como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, acho que aqueles diálogos não são só uma interpretação, acredito que seja o que ele crê. E Meia-noite em Paris, acredito que realmente veja Paris da mesma forma que o personagem principal deste filme.
É diferente de todos os outros filmes que vi. O vi como uma homenagem pelas coisas que Woody Allen ama. E eu o admiro muito mais depois desse filme. Por que, simplesmente também amo muito do que é ali inserido. O protagonista é interpretado pelo Owen Wilson, e essa atuação foi a melhor que já vi de Owen, e que me lembrou muito Woody Allen em Manhattan. Não sei se ele estudou os filmes que Allen atuou, mas tinha muito dele em sua atuação. A forma de falar e andar, calmo e crítico desse personagem. Culto e pouco revoltado, não aceita muitas coisas. E além disso tudo, um romântico, incurável sonhador e detalhista. Identifiquei-me muito com essas três características dele, por que as possuo em excesso e as pessoas à minha volta vivem me lembrando da realidade da qual eu não reconheço pertencer.
Por ter me identificado tanto como o personagem, tanto pelos gostos, adorei muito o filme e essa crítica passa a ser pessoal demais, uma crônica argumentativa. Toda a volta que Gil, interpretado por Owen, faz pelo tempo, é muito desejada por mim. Sempre me imaginei vivendo em épocas antigas, visto que a atual não me é muito agradável. Ele retorna à época que considera ‘Idade de ouro’ e a admira muito, aproveita tudo em favor à própria felicidade contra sua realidade.
Por encantar-se por Paris, a investiga de dia e de noite, vaga sobre ela, procura todos os seus vãos cafés e tempos, e assim está investigando à si mesmo, pelo meu ver. Esses passeios não são à toa. Gil vê na noiva Inez, interpretada pela linda Raquel MacAdams, uma oposição e rejeição dela à tudo que ele faz.
Um detalhe, pelos filmes que vi Raquel atuando são sempre filmes de romance, personagens sempre lindas e fúteis de alguma forma, ricas e envolvidas com o cara ‘errado’ segundo sua classe social.
Retomando, por ver-se desprezado por Inez, Gil, durante seu turno por Paris reflete sobre sua noiva, e duvida de suas escolhas, amorosa e profissional. Alega que Hollywood não o deixa escrever realmente, que nunca dedicara-se à construir sua literatura, e Paris despertara isso nele. Mas Inez, não liga para isso. Quer dar passeios superficiais. Vai à Versalhes, mas não quer andar sobre a chuva de Paris, não vê a cidade da mesma forma que Gil, não ouve as belas coisas que ele tem a lhe dizer. Realmente não o quer.
Ao verem a ponte que Monet pintou, não se vê muito encantada, ao contrário de Gil, que faz declarações amorosas lindas sobre Paris, sobre ela, sobre a ponte. E diz que vai morar ali com ela. Acontece que Inez é superficial, assim como os passeios que dá, não quer ficar ali. Parece que os faz apenas para seguir Paul, ‘um pedante’, segundo Gil. Um exibidor, amante de si mesmo, segundo eu.
A viagem no tempo de Gil, como disse anteriormente é para buscar à si mesmo. Mas não é explicada porque ocorre nem como no filme. E isso é muito bom, pois foi para dar valor às grandes personagens históricas que aparecem durante o filme. E as reflexões que elas causam a Gil, e a nós, público.
Adorei a interpretação de Corey Stoll, como Hemingway. Nunca li nada desse consagrado escritor, mas sem dúvida lerei. Disse coisas que me chamaram atenção. Fora este, as outras personagens que apareceram, eu conhecia. E simplesmente adorei. Foi muito engraçado Gil sugerir uma ideia para um filme de Buñuel, suponho que seja Anjo Exterminador.
Salvador Dalí também aparece, caracterizando toda sua obra surreal como: ‘eu só pinto rinocerontes’. Absurdamente engraçado. Gil conhece Adriana, que na vida real é Gabrielle, talvez tenha sido Gabrielle o tempo todo, não sei ao certo. E ao conhecê-la, e estar nos ‘anos de ouro’ segundo ele, vê se apaixonado e encantado. Por outro lado, os ‘anos de ouro’ para Adriana são os da Belle Epoque, e quando viajam para ela, vêem que para Degas e Gauguin, os ‘anos de ouro’ são a Renascimento. Provavelmente Michelangelo e Da Vince tinham como anos de ouro a Grécia Antiga, se continuarmos o raciocínio do filme. Isso por que ninguém quer o presente, a realidade. Busca o passado, vê nele mais beleza. Acredita que perderam-se muitas coisas que antes tinham. Mas enganam-se por que os mesmos sentimentos humanos perduram todas as épocas, só que por motivos diferentes. Hoje eu me indigno com a indiferença das pessoas pelo que acontece, mesmo sabendo do que acontece, e da indiferença perante ao outro. E também da falta de conhecimento e identidade própria. Coisa que julguei haver em outras épocas. Mas nessas épocas, a indiferença existia por outra causa, antes era pela ignorância, hoje é pela exposição que sofremos da mídia, que mostra tantas vezes mortes, crianças e adultos em más condições e guerras nas favelas brasileiras e em outras parte dos países, que por ser comum, muitos julgam tudo isso como normal. Tornaram-se banal.
Toda época tem defeitos, e banaliza algo, e desconhece muito. Retrocede ao avançar.
Logo admirar o passado é bom, e imaginar-se nele também. Mas segundo Meia-noite em Paris, e concordo, não devemos nos iludir e acharmos que há ‘anos de ouro’. Apenas há a história, que podemos admirar e conhece-la, e se pudéssemos visita-la entenderíamos melhor que nunca o homem gostou da realidade. Sempre foge dela, procurando algo.
Resta-me finalizar esse texto redizendo a frase de Faulkner, apresentada no filme: “O passado nunca morreu”.
A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1
2.8 2,8K Assista Agorahttp://www.youtube.com/watch?v=WWtQUeAKgxk
O Fantasma da Liberdade
4.2 105(...) Diferentemente de seus outros filmes que vi, retirando Um Cão Andaluz, Buñuel quebra totalmente a narrativa, não são apenas digressões, e sim rompimentos de narrativas, por que Buñuel deseja apenas desmascarar alguns fatos, logo narra várias histórias, que nos parecem paralelas e surreais. O que dá uma estrutura para o filme e sua crítica a muitos aspectos da sociedade (...)
Burgueses marcam um jantar com mais burgueses, vão para a mesa, onde sentam em privadas em vez e cadeiras – estão falando/fazendo merda(...)
Continue lendo no blog:
obrigada :)
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista AgoraCidade dos Sonhos é um filme muito subjetivo, pois a visão dele inteiro é de uma personagem, que na vida real aparece poucas vezes. Assisti ao filme, mas não se cessou minha perturbação sobre uma cena final, que havia me intrigado: (...)
Um indício de que tudo isso faz parte de um sonho, é que dois detetives que investigavam o acidente que ‘Rita’ sofreu, vão à um café, e um deles diz que sonhou que tem um monstro atrás do café, então quando vão lá, há esse monstro, logo estão sonhando(...)
continue lendo em:
:)
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista Agora“All men fear death. It’s a natural fear that consumes us all. We fear death because we feel that we haven’t loved well enough or loved at all, which ultimately are one and the same. However, when you make love with a truly great woman, one that deserves the utmost respect in this world and one that makes you feel truly powerful, that fear of death completely disappears. Because when you are sharing your body and heart with a great woman the world fades away. You two are the only ones in the entire universe. You conquer what most lesser men have never conquered before, you have conquered a great woman’s heart, the most vulnerable thing she can offer to another. Death no longer lingers in the mind. Fear no longer clouds your heart. Only passion for living, and for loving, become your sole reality. This is no easy task for it takes insurmountable courage. But remember this, for that moment when you are making love with a woman of true greatness you will feel immortal.” *----------------* Apaixonei
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista AgoraAinda não sei avaliar o filme... Senti coisas muito boas, e que ele é extremamente brilhante, mas não sei muito do por que... Coisas que não se encaixam.. por enquanto.. terei que ver novamente.. estou perturbada... mas eu adorei o filme, e não saber por que, talvez tenha feito eu adorar mais... estranho
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraEu amei esse filme! É muito intenso! Outra hora tento descrever e analisá-lo melhor :)
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
4.0 550 Assista Agora‘Mulheres à beira de um ataque de nervos’ é mais um filme de Almodóvar onde o cenário feminino é o principal, e as personagens femininas são únicas e intensas. Mas no início desse filme não vemos ligação entre as personagens. A narrativa de Almodóvar é muito bem criada.
A protagonista, Pepa, está irritada, cansada, inconformada com sua situação: Ivan, o amor de sua vida, larga dela. Ela deseja vê-lo para conversar e saí às ruas de Madri à sua procura, a partir disso ela descobre coisas da vida do ex que não sabia. É uma mulher charmosa, vaidosa e apaixonada – as cores vermelhas intensas presentes em quase tudo que é seu. Isso é muito focado pela câmera de Almodóvar. Os seus sapatos, batom, cabelo e roupas são muito marcantes no filme, é um universo inteiramente (...)
Continue lendo a crítica no blog:
:)
Bad Guy
3.3 47 Assista Agoraeu to com muita raiva...acabei de ver o filme...