O final não me agradou muito, pois achei ele um pouco over. Dadas as circunstâncias da personagem e o contexto em que ela se encontra, pode-se até entender a escolha do diretor. Mesmo assim para um filme de estreia ele é bem interessante em nos colocar no lugar da protagonista e de todo o seu desconforto e deslocamento. Pesado.
Confesso que comecei a ver o filme já esperando algo mais comum, como uma investigação elaborada, pistas, muito mistério, para só no fim descobrir quem é o sequestrador além de saber o grande motivo que o levou a fazer tudo isso.
O filme vai pelo caminho oposto e isso é muito bacana e raro de se ver. É a maldade na sua forma mais pura e natural, às vezes até mais chocante do que algo mais violento ou coisas do tipo.
A forma como a narrativa te faz achar graça (embora de uma maneira mais sutil e incômoda) e ao mesmo tempo sentir pena pela protagonista, é algo muito bem arquitetado no filme.
O maior diferencial está na forma em que o filme foi filmado. Saul está em um nível em que já não se choca mais com o que vê. Seu psicológico já está comprometido e a câmera faz questão justamente de focar nele (frisando seu ponto de vista e principalmente seu objetivo) deixando constantemente desfocado o segundo plano. Ele já "não enxerga" mais os horrores à sua volta, deixando tudo constantemente desfocado. Só achei um pouco cansativo em alguns momentos.
Boa premissa, mas foi mal executada. Esticaram muito no mistério, para só depois revelar o que ele realmente quis dizer com tudo isso. Talvez funcionasse melhor como um curta metragem.
Filmes como "O Babadook" e esse, que tratam de um horror real (aquele patológico que está dentro dos personagens corroendo suas almas) são os tipos de filme que para mim elevam o horror, dando mais seriedade e maturidade ao gênero.
Gostei muito do suspense que por vezes me deixou em dúvida sobre o que se passava com o protagonista ser real ou não. Além disso é um drama muito interessante, além do horror, claro. Final bem emocionante.
Quem disse que filmes precisam de uma narrativa que conte uma história com pontos de virada e tudo mais? "Boi Neon" é um exercício de observação em que retalhes do cotidiano dos personagens e principalmente seus sonhos (às vezes mais íntimos) estão em conflito. A realidade mais dura está constantemente presente em qualquer possibilidade desses personagens realizarem seus sonhos e mudarem de vida. Tudo de forma sutil e natural.
De uma naturalidade que dispensa explicações. Apenas uma fase na vida de Laure mostrada como se fosse um documentário observativo que não visa julgamentos, ou didatismo. Até os momentos mais difíceis de assistir são conduzidos de forma mais natural possível, sem cair em melodrama. Momentos que cortam o coração e incomodam
O filme foca mais nesse pedaço de vida da protagonista do que em uma narrativa focada em acontecimentos mais "relevantes", o que não tem problema nenhum. É o tipo de filme que entretém bem e tem um design de produção e uma fotografia muito bacanas. Por mais que eu entenda a proposta, achei as situações um pouco over, embora tenha gostado de como o tema tratado não cai em nada melodramático. É como se a personagem conseguisse sempre manter um fio de alegria e esperança em tudo o que acontece à sua volta, e essa esperança invadisse o filme através das cores e das situações em que Aria ainda encontra tempo de ser criança.
Cada plano desse filme já é uma obra de arte por si só, independente de narrativa. Mas ele vai além ao mostrar as pessoas nessa cidade presa no tempo e cheia de conservadorismo que têm (mesmo que de forma singela, porém eficaz) suas vidas modificadas com a chegada de Rita. Interessante a relação entre Rita e Madalena e como a fotografia como símbolo das lembranças têm um forte papel na história. Rita reconhece a beleza do velho e do que já passou, como elementos fundamentais da história de todos daquele lugar, enquanto Madalena entende o passado como algo mais nostálgico e melancólico.
A foto de Madalena no final, mostra uma mulher que reconhece seu corpo, seu passado e sua história. Uma vez que ela faz isso, está pronta para partir daquela espécie de limbo onde vivem seus habitantes mais amargurados (Antônio) e com ideias mais retrógradas.
Boa premissa, e ótimo suspense. Alguns acontecimentos (mais especificamente no terceiro ato e no final) e algumas atitudes dos personagens não me convenceram. Ele começa muito bem, mas parece que vai perdendo a plausibilidade em nome de mais reviravoltas para prender o público.
Um dos melhores finais de filme na minha opinião, junto com "45 Anos" e outros filmes. O filme é todo sobre a recuperação de Nelly, que vai além do que ela passou no campo de concentração. É mais uma questão de identidade. A guerra mudou o mundo, o rosto de Nelly e toda sua vida e personalidade, porém, ela ainda não entendeu isso e a própria fotografia nos lembra que essa mulher ainda não se reconhece (seja aparecendo apenas sua silhueta no escuro, ou
Uma forma tão bonita e interessante de mostrar a infância e como essa personagem lida com a morte. Um mundo próprio de uma criança que parece viver em uma "terra encantada" que parece estar extremamente longe do mundo real com ruas, carros e trânsito. Essa "terra encantada", porém, traz uma dura realidade que envolve lutos, perda da ideia de uma família feliz, e lembranças que de tão fortes ainda se misturam com a realidade.
Personagem fascinante pela sua complexidade e nuances. Um exemplo de como personagens podem nos conquistar sem serem simpáticos, pois há uma diferença entre simpatia e empatia. A complexidade de Erika e sua repressão fazem dela uma personagem difícil de decifrar no início do filme. A forma como ela costuma aparecer de costas para a câmera, nos dá a impressão de como a personagem parece não querer se abrir nem com o espectador. I
nteressante como sua forma de amar que parecer ser tão estranha (por não fazer parte de um padrão) não impede que ela sofra e se frustre como qualquer pessoal que manifeste seus desejo e amor de uma maneira "normal". Ainda assim ela é uma personagem com desejos (embora alguns deles realmente revelem alguns problemas emocionais da personagem), mas que encontrou a pessoa errada que não soube compreendê-la. O final não poderia ser mais angustiante. Só a expressão de Isabelle Huppert já nos diz tudo e um pouco mais: uma mulher amargurada, frustrada e destruída.
O filme deve ser visto e compreendido de acordo com o contexto da época. Uma vez ciente disso, podemos notar como ele está a frente do tempo em que foi produzido ao tratar uma mulher adultera como alguém que descobre uma motivação na vida monótoma que vivia. Independente do futuro (incerto como para todo mundo). a personagem está ciente de suas incertezas mas prefere arriscar. Super válido.
Maravilhoso. Poesia e sensibilidade sobre a descoberta de um sentido na vida, por mais simples que possa parecer. Independente se nesse sentido esteja incluso a amizade verdadeira (ou o amor) entre os dois personagens principais. Tudo fica mais nas entrelinhas. Cinema nacional mostrando que tem qualidade sim.
Singela forma de mostrar uma personagem descobrindo melhor a vida depois de se dedicar tantos anos de sua vida cuidando da mãe doente. O filme não tem receio em arriscar algumas situações que poderiam ter caído facilmente no mal gosto e na cafonice, e a boa direção de Michael Showalterazem deixa tudo divertido mas sem deixar que a personagem caia na ridicularização de quem assiste.
Nós torcemos por ela e ao mesmo tempo ficamos de coração partido por saber que as chances da personagem com John são praticamente nulas. Porém a personagem ganha algo mais valioso do que um namorado: maturidade emocional.
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraBeleza plástica que se sobressai diante do conteúdo.
Krisha
3.7 83O final não me agradou muito, pois achei ele um pouco over. Dadas as circunstâncias da personagem e o contexto em que ela se encontra, pode-se até entender a escolha do diretor. Mesmo assim para um filme de estreia ele é bem interessante em nos colocar no lugar da protagonista e de todo o seu desconforto e deslocamento. Pesado.
Os Encontros de Anna
4.0 30 Assista AgoraSó o cinema para transformar a solidão e a desconexão em coisas tão lindas de se ver e de apreciar.
Lixo Extraordinário
4.3 655Sim, existe emoção, humanização e beleza embaixo de um monte de lixo.
O Silêncio do Lago
3.7 175Confesso que comecei a ver o filme já esperando algo mais comum, como uma investigação elaborada, pistas, muito mistério, para só no fim descobrir quem é o sequestrador além de saber o grande motivo que o levou a fazer tudo isso.
O filme vai pelo caminho oposto e isso é muito bacana e raro de se ver. É a maldade na sua forma mais pura e natural, às vezes até mais chocante do que algo mais violento ou coisas do tipo.
Marguerite
3.7 68 Assista AgoraA forma como a narrativa te faz achar graça (embora de uma maneira mais sutil e incômoda) e ao mesmo tempo sentir pena pela protagonista, é algo muito bem arquitetado no filme.
O Filho de Saul
3.7 254 Assista AgoraO maior diferencial está na forma em que o filme foi filmado. Saul está em um nível em que já não se choca mais com o que vê. Seu psicológico já está comprometido e a câmera faz questão justamente de focar nele (frisando seu ponto de vista e principalmente seu objetivo) deixando constantemente desfocado o segundo plano. Ele já "não enxerga" mais os horrores à sua volta, deixando tudo constantemente desfocado. Só achei um pouco cansativo em alguns momentos.
O Segredo da Borboleta
2.5 82 Assista AgoraBoa premissa, mas muito forçado e pouco convincente em muitas cenas.
Rebirth
2.2 149 Assista AgoraBoa premissa, mas foi mal executada. Esticaram muito no mistério, para só depois revelar o que ele realmente quis dizer com tudo isso. Talvez funcionasse melhor como um curta metragem.
They Look Like People
3.1 59Filmes como "O Babadook" e esse, que tratam de um horror real (aquele patológico que está dentro dos personagens corroendo suas almas) são os tipos de filme que para mim elevam o horror, dando mais seriedade e maturidade ao gênero.
Boi Neon
3.6 461Quem disse que filmes precisam de uma narrativa que conte uma história com pontos de virada e tudo mais? "Boi Neon" é um exercício de observação em que retalhes do cotidiano dos personagens e principalmente seus sonhos (às vezes mais íntimos) estão em conflito. A realidade mais dura está constantemente presente em qualquer possibilidade desses personagens realizarem seus sonhos e mudarem de vida. Tudo de forma sutil e natural.
Tomboy
4.2 1,6K Assista AgoraDe uma naturalidade que dispensa explicações. Apenas uma fase na vida de Laure mostrada como se fosse um documentário observativo que não visa julgamentos, ou didatismo. Até os momentos mais difíceis de assistir são conduzidos de forma mais natural possível, sem cair em melodrama. Momentos que cortam o coração e incomodam
(Laure de vestido azul acompanhando a mãe até a casa dos vizinhos)
Bárbara
3.5 88 Assista AgoraTensão e romance de uma forma tão contida, mas ao mesmo tempo expressiva. Nina Hoss interpreta suas personagens com uma naturalidade impressionante.
Incompreendida
3.8 35 Assista AgoraO filme foca mais nesse pedaço de vida da protagonista do que em uma narrativa focada em acontecimentos mais "relevantes", o que não tem problema nenhum. É o tipo de filme que entretém bem e tem um design de produção e uma fotografia muito bacanas. Por mais que eu entenda a proposta, achei as situações um pouco over, embora tenha gostado de como o tema tratado não cai em nada melodramático. É como se a personagem conseguisse sempre manter um fio de alegria e esperança em tudo o que acontece à sua volta, e essa esperança invadisse o filme através das cores e das situações em que Aria ainda encontra tempo de ser criança.
Histórias Que Só Existem Quando Lembradas
4.1 283 Assista AgoraCada plano desse filme já é uma obra de arte por si só, independente de narrativa. Mas ele vai além ao mostrar as pessoas nessa cidade presa no tempo e cheia de conservadorismo que têm (mesmo que de forma singela, porém eficaz) suas vidas modificadas com a chegada de Rita. Interessante a relação entre Rita e Madalena e como a fotografia como símbolo das lembranças têm um forte papel na história. Rita reconhece a beleza do velho e do que já passou, como elementos fundamentais da história de todos daquele lugar, enquanto Madalena entende o passado como algo mais nostálgico e melancólico.
A foto de Madalena no final, mostra uma mulher que reconhece seu corpo, seu passado e sua história. Uma vez que ela faz isso, está pronta para partir daquela espécie de limbo onde vivem seus habitantes mais amargurados (Antônio) e com ideias mais retrógradas.
Águas Rasas
3.4 1,3K Assista AgoraBoa premissa, e ótimo suspense. Alguns acontecimentos (mais especificamente no terceiro ato e no final) e algumas atitudes dos personagens não me convenceram. Ele começa muito bem, mas parece que vai perdendo a plausibilidade em nome de mais reviravoltas para prender o público.
Eu tinha certeza que no final do filme que eu iria saber o nome da ilha, mas...
Phoenix
3.8 104 Assista AgoraUm dos melhores finais de filme na minha opinião, junto com "45 Anos" e outros filmes.
O filme é todo sobre a recuperação de Nelly, que vai além do que ela passou no campo de concentração. É mais uma questão de identidade. A guerra mudou o mundo, o rosto de Nelly e toda sua vida e personalidade, porém, ela ainda não entendeu isso e a própria fotografia nos lembra que essa mulher ainda não se reconhece (seja aparecendo apenas sua silhueta no escuro, ou
na última cena em que sua saída é mostrada fora de foco)
Sala Verde
3.3 546 Assista AgoraBoa tensão, mas não vi nada de extraordinário como boa parte da crítica e do público está dizendo.
Cria Corvos
4.3 199 Assista AgoraUma forma tão bonita e interessante de mostrar a infância e como essa personagem lida com a morte. Um mundo próprio de uma criança que parece viver em uma "terra encantada" que parece estar extremamente longe do mundo real com ruas, carros e trânsito. Essa "terra encantada", porém, traz uma dura realidade que envolve lutos, perda da ideia de uma família feliz, e lembranças que de tão fortes ainda se misturam com a realidade.
A Seita
2.6 43Até que ia bem, mas o final anticlimático coloca tudo a perder. A explicação para o final me pareceu muito superficial e irrelevante.
A Professora de Piano
4.0 685 Assista AgoraPersonagem fascinante pela sua complexidade e nuances. Um exemplo de como personagens podem nos conquistar sem serem simpáticos, pois há uma diferença entre simpatia e empatia. A complexidade de Erika e sua repressão fazem dela uma personagem difícil de decifrar no início do filme. A forma como ela costuma aparecer de costas para a câmera, nos dá a impressão de como a personagem parece não querer se abrir nem com o espectador.
I
nteressante como sua forma de amar que parecer ser tão estranha (por não fazer parte de um padrão) não impede que ela sofra e se frustre como qualquer pessoal que manifeste seus desejo e amor de uma maneira "normal". Ainda assim ela é uma personagem com desejos (embora alguns deles realmente revelem alguns problemas emocionais da personagem), mas que encontrou a pessoa errada que não soube compreendê-la. O final não poderia ser mais angustiante. Só a expressão de Isabelle Huppert já nos diz tudo e um pouco mais: uma mulher amargurada, frustrada e destruída.
Os Amantes
3.9 60O filme deve ser visto e compreendido de acordo com o contexto da época. Uma vez ciente disso, podemos notar como ele está a frente do tempo em que foi produzido ao tratar uma mulher adultera como alguém que descobre uma motivação na vida monótoma que vivia. Independente do futuro (incerto como para todo mundo). a personagem está ciente de suas incertezas mas prefere arriscar. Super válido.
O Menino e o Vento
4.3 62Maravilhoso. Poesia e sensibilidade sobre a descoberta de um sentido na vida, por mais simples que possa parecer. Independente se nesse sentido esteja incluso a amizade verdadeira (ou o amor) entre os dois personagens principais. Tudo fica mais nas entrelinhas. Cinema nacional mostrando que tem qualidade sim.
Doris, Redescobrindo o Amor
3.5 140 Assista AgoraSingela forma de mostrar uma personagem descobrindo melhor a vida depois de se dedicar tantos anos de sua vida cuidando da mãe doente. O filme não tem receio em arriscar algumas situações que poderiam ter caído facilmente no mal gosto e na cafonice, e a boa direção de Michael Showalterazem deixa tudo divertido mas sem deixar que a personagem caia na ridicularização de quem assiste.
Nós torcemos por ela e ao mesmo tempo ficamos de coração partido por saber que as chances da personagem com John são praticamente nulas. Porém a personagem ganha algo mais valioso do que um namorado: maturidade emocional.