Excelente construção de uma tensão que revitaliza os filmes no estilo "found footage", que em muitos casos já se encontram batidos. Acho que usar esse tipo de estética já não funciona mais em filmes que abordam o sobrenatural. Aqui isso é usado de uma forma que soube aproveitar e muito o próprio roteiro.
Legal vermos Coutinho compartilhar no filme suas inseguranças e incertezas com relação ao próprio documentário. A obra parece já ter um tom de despedida, pelas cores , a questão da porta que é fechada pelos personagens, ou que às vezes fica aberta. E o final ainda deixa um gostinho de como seria ver um documentário do cineasta feito totalmente com crianças.
A fotografia (usada de forma inteligente) está em total sintonia com o roteiro, o que justifica o final. Basta captar o ponto de vista do filme (presente na própria fotografia) para compreender melhor tudo e não se sentir enganado.
Gostei da verdade que ele passa com os seus personagens. Ele realmente dá voz a pessoas que sabemos que existem, mas que não é todo dia que as encontramos dentro de um filme.
Esse filme é de uma manobra tão sutil, que mesmo dando voz aos filhos dos patrões, o que faz pensar que o documentário será contado do poto de vista deles, você claramente ainda percebe as diferenças ali. Pode não ter explorado muito a história de vida de cada uma das mulheres, como muita gente comentou, mas o grande barato não está aí. Está na lente de aumento nas diferenças (que não deveriam existir) da relação entre patroa e empregada doméstica que quase não variam, independente da classe social dos patrões. É tudo muito inconsciente, mas que pode ser captado em cada momento e em semblante das mulheres que trabalham nas casas.
Grandes metáforas por trás dessas doenças. Intolerância, consumismo, o não saber ouvir as pessoas, sentimento de vazio. Está tudo entre nós. Não dessa forma frenética como vemos no filme, mas cabe muito uma reflexão. O bacana foi transformar o ritmo de tudo isso, numa forma poética com que Susan narrando os estágios da doença e com o filme fazendo uso de fotos e bonitas imagens para retratar tudo isso. Tudo tratado de forma sensível.
Só por não ir para o lado do sobrenatural para explicar as coisas, já achei meio "inovador". Eu cheguei a imaginar uma explicação até mais mirabolante para o final, mas tudo acaba sendo bem simples. Acho que ele desconstrói até que muito bem duas expectativas do espectador: a primeira (e mais óbvia) é que o espírito do menino realmente esteja no boneco. A outra (que foi a minha) era de que Malcolm seria um irmão renegado de Brahms, que teria uma dupla personalidade,e que teria sido responsável pela morte do menino e agora atraiu Greta para seduzi-la. Ok, pensei isso bem no comecinho do filme.
Quanto a atmosfera criada, ele cumpre seu papel mas sem grandes novidades. Os clichês infelizmente dominam muito, mas a história salva um pouco isso.
O longa consegue ser sensível e pueril, mesmo em momentos mais adultos. A personagem é tão simples e tão cheia de inocência, que suas ações para conseguir seu objetivo são construídos sempre em momentos ligados à infância e às aventuras que se tem nessa época.
Seria legal manter a linha de pensamento de uma família muito religiosa que acredita tanto em bruxaria, que tudo o que aconteceu de ruim na vida deles, tivesse sido apenas coincidência, e mal entendido (quando a filha diz brincando para os irmãos que é uma bruxa). Ele parecia que não iria seguir a linha do sobrenatural, o que teria sido melhor.
Gosto de filmes que usam algum elemento do sobrenatural, mais como uma metáfora para algo real que aflige os personagens. Se bem que a questão do fanatismo está bem claro, lá.
Mas quando se confirma o elemento sobrenatural, meio que isso cai por terra.
Mesmo assim é um dos melhores filmes de terror desses último anos. A atmosfera que ele cria com a música e com um clima de estranheza, é muito bem construído. Tá tudo muito convincente e parece mesmo que você está vendo uma família daquela época, pois a imersão é muito forte.
Notei as ótimas referências a Roy Andersson, logo no início. Além de nos tirar da zona de conforto possibilitando diversas explicações para o que acontece, ainda traz uma crítica a sociedade de uma maneira absurda, porém sem deixar de ser verdadeira. Ainda tem um humor negro muito bom.
Constrói bem o mistério em que você fica só esperando algo acontecer, porque sabe que tem algo estranho acontecendo. O bacana é que toda essa construção é bem leta até chegar na grande revelação, mas isso não prejudica o filme de forma alguma. Além disso o filme toca em questões bem interessantes, e trás uma visão bem pessimista do mundo. Mas tudo vale como uma reflexão sobre como às vezes as pessoas não lidam com seus problemas para mostrar que tudo está bem.
O filme revigora o estilo "found footage" que anda tão batido ultimamente, e ainda nos coloca no lugar do personagem da última cena. Por mais que a gente saiba que é uma ficção, optamos por assistir ao filme mesmo assim. Ele consegue brinca muito bem com diversas formas de gravação, que não se limita a uma câmera na mão. Criativo.
Relações e seus problemas. Pessoas que se anulam para agradar o outro a ponto das relações ficarem homogêneas, pelo fato das pessoas não buscarem entender as diferenças de cada indivíduo. E mesmo quando a atração acontece de forma natural, ainda estamos presos pelos ideias que são criados por nós mesmos. O filme trata de tudo isso de uma metáfora surreal num estilo que me lembrou o diretor Roy Andersson. É o absurdo no ser humano, mas que consegue ser engraçado em momentos tão estranhos, que você se pergunta às vezes, o motivo de estar rindo.
Tá rolando uma teoria interessante sobre o filme. Caso seja isso, mesmo assim ela foi mal executada. Sustos fáceis, mas a premissa e o mistério são bons.
A teoria basicamente é de que não existem irmãs gêmeas, e de que a floresta só serviu para Jess enfrentar a morte dos pais, deixando de lado sua dupla personalidade. Isso se confirmaria quando ela diz no final, que não houve mais nada.
Boas reviravoltas, apesar de eu ter adivinhado a maioria. Acho que ele consegue surpreender bem o espectador, mas o que ele parece propor desde o início
Personagens que fazem coisas que não são certas, mas que ao mesmo tempo são humanas e também têm seus próprios conflitos internos. Personagens riquíssimos. E sobre as atuações, no mínimo magníficas.
O que tem de pior e melhor no mundo através de imagens marcantes, que trazem uma reflexão sobre a vida e a conscientização da relação do homem com a natureza.
A Conspiração
3.2 66Excelente construção de uma tensão que revitaliza os filmes no estilo "found footage", que em muitos casos já se encontram batidos. Acho que usar esse tipo de estética já não funciona mais em filmes que abordam o sobrenatural. Aqui isso é usado de uma forma que soube aproveitar e muito o próprio roteiro.
O final pode ser um pouco óbvio, mas ainda assim cabe diversas possibilidades e nos faz refletir sobre tudo o que o filme abordou.
Últimas Conversas
4.2 108Legal vermos Coutinho compartilhar no filme suas inseguranças e incertezas com relação ao próprio documentário. A obra parece já ter um tom de despedida, pelas cores , a questão da porta que é fechada pelos personagens, ou que às vezes fica aberta. E o final ainda deixa um gostinho de como seria ver um documentário do cineasta feito totalmente com crianças.
A Casa
2.6 496A fotografia (usada de forma inteligente) está em total sintonia com o roteiro, o que justifica o final. Basta captar o ponto de vista do filme (presente na própria fotografia) para compreender melhor tudo e não se sentir enganado.
Amarelo Manga
3.8 542 Assista AgoraGostei da verdade que ele passa com os seus personagens. Ele realmente dá voz a pessoas que sabemos que existem, mas que não é todo dia que as encontramos dentro de um filme.
Doméstica
3.8 124Esse filme é de uma manobra tão sutil, que mesmo dando voz aos filhos dos patrões, o que faz pensar que o documentário será contado do poto de vista deles, você claramente ainda percebe as diferenças ali. Pode não ter explorado muito a história de vida de cada uma das mulheres, como muita gente comentou, mas o grande barato não está aí. Está na lente de aumento nas diferenças (que não deveriam existir) da relação entre patroa e empregada doméstica que quase não variam, independente da classe social dos patrões. É tudo muito inconsciente, mas que pode ser captado em cada momento e em semblante das mulheres que trabalham nas casas.
Sentidos do Amor
4.1 1,2KGrandes metáforas por trás dessas doenças. Intolerância, consumismo, o não saber ouvir as pessoas, sentimento de vazio. Está tudo entre nós. Não dessa forma frenética como vemos no filme, mas cabe muito uma reflexão. O bacana foi transformar o ritmo de tudo isso, numa forma poética com que Susan narrando os estágios da doença e com o filme fazendo uso de fotos e bonitas imagens para retratar tudo isso. Tudo tratado de forma sensível.
Boneco do Mal
2.7 1,2K Assista AgoraPara um filme de terror comercial, "Boneco do Mal" até que está acima da média.
Só por não ir para o lado do sobrenatural para explicar as coisas, já achei meio "inovador". Eu cheguei a imaginar uma explicação até mais mirabolante para o final, mas tudo acaba sendo bem simples. Acho que ele desconstrói até que muito bem duas expectativas do espectador: a primeira (e mais óbvia) é que o espírito do menino realmente esteja no boneco. A outra (que foi a minha) era de que Malcolm seria um irmão renegado de Brahms, que teria uma dupla personalidade,e que teria sido responsável pela morte do menino e agora atraiu Greta para seduzi-la. Ok, pensei isso bem no comecinho do filme.
Quanto a atmosfera criada, ele cumpre seu papel mas sem grandes novidades. Os clichês infelizmente dominam muito, mas a história salva um pouco isso.
Sofía y el Terco
3.4 2 Assista AgoraO longa consegue ser sensível e pueril, mesmo em momentos mais adultos. A personagem é tão simples e tão cheia de inocência, que suas ações para conseguir seu objetivo são construídos sempre em momentos ligados à infância e às aventuras que se tem nessa época.
A Pele de Vênus
4.0 218 Assista AgoraMuito bom e feliz com a evolução de Emmanuelle Seigner.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraEle ia bem até a parte final.
Seria legal manter a linha de pensamento de uma família muito religiosa que acredita tanto em bruxaria, que tudo o que aconteceu de ruim na vida deles, tivesse sido apenas coincidência, e mal entendido (quando a filha diz brincando para os irmãos que é uma bruxa). Ele parecia que não iria seguir a linha do sobrenatural, o que teria sido melhor.
Mas quando se confirma o elemento sobrenatural, meio que isso cai por terra.
O Círculo
4.1 42 Assista AgoraPerfeita a combinação de depoimentos e cenas dramatizadas. Tudo muito bem amarrado, e fluído.
O Homem Que Incomoda
3.8 100Notei as ótimas referências a Roy Andersson, logo no início. Além de nos tirar da zona de conforto possibilitando diversas explicações para o que acontece, ainda traz uma crítica a sociedade de uma maneira absurda, porém sem deixar de ser verdadeira. Ainda tem um humor negro muito bom.
O Último Verão de La Boyita
3.9 25Muito sensível, e tudo é tratado pelo ponto de vista e Jorgelina
(que prefere não saber a condição de Mário, assim como não fica 100% claro para o espectador, que também não consegue ouvir a explicação de seu pai)
O Convite
3.3 1,1KConstrói bem o mistério em que você fica só esperando algo acontecer, porque sabe que tem algo estranho acontecendo. O bacana é que toda essa construção é bem leta até chegar na grande revelação, mas isso não prejudica o filme de forma alguma. Além disso o filme toca em questões bem interessantes, e trás uma visão bem pessimista do mundo. Mas tudo vale como uma reflexão sobre como às vezes as pessoas não lidam com seus problemas para mostrar que tudo está bem.
Clausura
3.4 317O filme revigora o estilo "found footage" que anda tão batido ultimamente, e ainda nos coloca no lugar do personagem da última cena.
Por mais que a gente saiba que é uma ficção, optamos por assistir ao filme mesmo assim. Ele consegue brinca muito bem com diversas formas de gravação, que não se limita a uma câmera na mão. Criativo.
Estamira
4.3 375 Assista AgoraTalvez ela não fizesse tantas observações pertinentes se fosse sã.
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraRelações e seus problemas. Pessoas que se anulam para agradar o outro a ponto das relações ficarem homogêneas, pelo fato das pessoas não buscarem entender as diferenças de cada indivíduo. E mesmo quando a atração acontece de forma natural, ainda estamos presos pelos ideias que são criados por nós mesmos. O filme trata de tudo isso de uma metáfora surreal num estilo que me lembrou o diretor Roy Andersson. É o absurdo no ser humano, mas que consegue ser engraçado em momentos tão estranhos, que você se pergunta às vezes, o motivo de estar rindo.
Amar Foi Minha Ruína
4.1 122 Assista AgoraNoir com gostinho de melodrama e interessantes aspectos psicológicos.
Floresta Maldita
2.4 489 Assista AgoraTá rolando uma teoria interessante sobre o filme. Caso seja isso, mesmo assim ela foi mal executada. Sustos fáceis, mas a premissa e o mistério são bons.
A teoria basicamente é de que não existem irmãs gêmeas, e de que a floresta só serviu para Jess enfrentar a morte dos pais, deixando de lado sua dupla personalidade. Isso se confirmaria quando ela diz no final, que não houve mais nada.
A Mão do Diabo
3.5 289Boas reviravoltas, apesar de eu ter adivinhado a maioria. Acho que ele consegue surpreender bem o espectador, mas o que ele parece propor desde o início
(uma crítica ao fanatismo religioso)
Notas Sobre um Escândalo
4.0 539 Assista AgoraPersonagens que fazem coisas que não são certas, mas que ao mesmo tempo são humanas e também têm seus próprios conflitos internos. Personagens riquíssimos. E sobre as atuações, no mínimo magníficas.
O Sal da Terra
4.6 450 Assista AgoraO que tem de pior e melhor no mundo através de imagens marcantes, que trazem uma reflexão sobre a vida e a conscientização da relação do homem com a natureza.
Anomalisa
3.8 497 Assista AgoraO tema do filme não poderia ser mais atual. Inteligente.
The Terence Davies Trilogy
4.0 2Que coragem desse direto ao expor seus medos, emoções e emoções boas e ruins. Difícil de assistir, e tão sensível e bonito ao mesmo tempo.