séries que conseguem superar suas temporadas anteriores, definivamente, não são a regra. the bear tem uma atmosfera completamente caótica, ao mesmo passo que possui uma imensa sutileza quando explorada a vida e o cotidiano dos personagens para além da cozinha. gostei muito dos desenvolvimentos de vários personagens, sobretudo o amadurecimento e o despertar do
Richie. foi importante o reconhecimento que ele teve sobre a falta de perspectiva sobre si próprio e ausência de percepção pelos desastres que isso ocasioava às pessoas e ao resto ao seu redor.
família como a dos Berzatto's, não é difícil desmistificar as particularidades e fragilidades de alguns personagens.
o episódio 6 foi caoticamente delicioso e apavorante. dá vontade de gritar e sair correndo. no mais, os globos de ouro foram simplesmente merecidíssimos. enquanto melhor série de comédia - com um toque bem ácido de drama - e enquanto melhor ator e atriz nessa categoria. Jeremy e Ayo formam uma dupla implacável!
vida de quem amamos em razão dos nossos traumas, medos e inseguranças sem que desejemos isso ou tenhamos consciência do que estamos fazendo.
a atuação do Stephan Kampwirth foi a cereja do bolo. só conhecia seu trabalho em Dark, onde ele também interpreta um terapeuta, mas com uma atuação completamente diferente, principalmente por não ter tanto protagonismo, acredito. de fato, como mencionaram abaixo, a série tem muitos plots. no entanto, nenhum desses foi mais inesperado pra mim do que descobrir a
verdadeira intencionalidade do Roth. a princípio, a narrativa é de um psiquiatra extremamente arrogante e ousado pelos seus experimentos, chegando a colocar a vida dos pacientes em risco. mas, a medida que os episódios vão se estreitando, você se dá conta do caminho que ele escolheu percorrer - e que bom!
foi um achado muito valioso para um dia entendiante e, dessa forma, a nota não poderia ser outra
aftersun é, definitivamente, um filme para sentir e não necessariamente entender. talvez boa parte da frustração daqueles que não gostaram se finca na construção de um
final aberto, ainda que não tão aberto assim, sobretudo se agruparmos os sinais apresentados pelo Callum ao longo de determinados momentos e falas, que nos indicam um possível suícidio
eu poderia discorrer um comentário enorme em razão da imensidão que esse filme me abriu, mas acho que poderia resumir no gatilho que ele também me acionou com a perda do meu pai. o longa me fez retonar ao passado e relembrar alguns dos momentos em que vivenciamos juntos na infância, me fazendo refletir em tantos outros que poderíamos ter vivenciado se não fosse pela partida precoce. nesse caso, queria, assim como Sophie e Callum,
ter registrado muitos dos momentos, das celebrações e da vida de maneira geral com meu pai porque, embora tenhamos e guardemos as memórias, o nosso cérebro é incapaz de armazenar tudo. muito do que vivemos é esquecido com o passar do tempo e as fotografias e os vídeos nos ajudam a revisitar aquilo que a vida não permite mais
lindo, sensível e devastador: tudo na mesma medida
issa rae nunca nos decepcionou. é uma série que te cativa e prende com o passar dos episódios. fotografia, elenco e trilha sonora são elementos elevadíssimos e a química entre os atores te envolve de um jeito inexplicável no mais, no meu spotify agora só toca i'ma spend his cream, seduce and scheme
Rufallo na melhor atuação que eu já vi, dentre tudo que assisti. sempre o achei muito carismático em seus papéis, mas como Dominick e Thomas, ele consegue atravessar o muro do carisma e adentrar a hiper sensibilidade entregando absolutamente tudo para os personagens e para o público. nitidamente dá para diferenciar um irmão do outro apenas a partir da interpretação dele. fazer isso sem trajes extramemente característicos e quilos de maquiagem na cara, não é para qualquer um sobre a série, me senti completamente envolvida pela trama, fotografia e trilha sonora. assim como alguns aqui, pensei que a história se desenvolveria em torno da possibilidade
do avô ser o pai deles. levantei essa possibilidade logo no primeiro episódio, e pensei: uau, seria/será chocante se for isso mesmo. mas, quando a série tenta dar a entender esse desfecho, imaginei que não seria, pelo simples fato de ter ficado muito, subjetivamente, explícito. e a partir disso, pensei que talvez fosse vir um super plot twist mais surpreendente, para enganar/brincar com as nossas primeiras impressões, mas, no fim, não era algo tão chocante assim, exceto para uma família racista
no mais, apesar de não ter encerrado da forma como idealizei, sinto que a série cumpriu com absolutamente tudo que propôs. e, novamente enfatizando, a atuação do Rufallo faz tudo ser muito grandioso e também faz valer conferir essa obra prima
embora ainda esteja em andamento, a série elevou bastante a qualidade do roteiro, ao menos para mim que venho acompanhando há anos estou gostando muito da narrativa levantada na 'comunidade' a respeito da
desigualdade social e a luta de classes. mesmo que de maneira não muito aprofundada, achei interessante trazer isso à tona enquanto um problema real que é inerente ao sistema ao qual estamos todos submetidos, incluindo eles, agora, que voltaram a experenciar um contexto/cenário próximo daquele que viviam. se pararmos para analisar, tudo isso teve início com o processo de triagem para entrar na 'comunidade', pois os pré requisitos se baseavam justamente na função ou exercício profissional que cada um exercia antes do apocalipse. a princípio, pensei que pudesse ser uma tentativa de reaproveitar os conhecimentos que cada um já detinha, para que assim todos pudessem contribuir e se ajudar. mas a retomada do dinheiro enquanto moeda de troca e de acesso a bens e serviços, torna tudo alienante e complexo
se a intenção de encerrar a série for realmente pautada nessa
problemática real e não mais fictícia, eu diria que a série vai se encerrar de uma maneira legal e surpreendente, pois realmente não esperava que fossem levantar esses pontos
insecure é a série que me traz paz, conforto, risos e também choro. tem crítica social, tem sensibilidade e humor. as histórias e os personagens são muito reais e cativantes. eu tô guardando a quarta temporada como quem guarda água no saara, deixando pra assistir nos dias mais pesados e "necessários" porque, ultimamente, é a única coisa que tem me ajudado. muito triste por saber que a quinta temporada será a última. embora cada produção seja única, vai ser difícil encontrar algo a altura
"quantos alunos negros você já teve nessa faculdade? e quanto corpos negros você já viu seus alunos estudarem?"
pela perspectiva do Maurício, acho que o trecho da música Falcão: "olho corpos negros no chão, me sinto olhando o espelho. que corpos negros nunca mais se manchem de vermelho", se encaixa bem
eu ia comentar a respeito dessa temporada logo após tê-la assistido mas, por desânimo, desisti. atualmente estou acompanhando a quarta edição do programa e uma situação me chamou muito a atenção devido a semelhança de um episódio que ocorreu com a Gleice. episódio esse marcado por muitas críticas, sobretudo aqui no filmow. bom, eu não vou especificar que episódio foi esse e nem com qual participante ocorreu na quarta temporada porque seria injusto com aqueles que ainda não assistiram mas
eu vi muitas pessoas alegando uma permanência forçada e premeditada da Gleice nessa temporada. seja pela falta de experiências, quando comparada aos outros participantes, seja pela forma como os jurados avaliavam e falavam com ela, dando a entender, portanto, que ela foi uma participante querida e protegida pelo júri. nessa mesma linha, muita gente a acusou de ter sido a responsável pela eliminação da Gabriela, uma vez que, quando comparadas, a Gabriela havia demonstrado mais técnica e experiência na cozinha.
em toda temporada, o discurso é sempre o mesmo: não importa o quão bom cozinheiro você seja ou tenha se tornado durante a sua trajetória no programa. se você, por ventura, não obter o êxito esperado em uma prova e cometer uma falha trágica, por descuido ou qualquer coisa do gênero, você tá fora. isso aconteceu com DIVERSOS participantes ao longo das edições. participantes que tinham grandes potenciais e que, por coisas mínimas, foram eliminados. o ponto que eu quero chegar é o de que
a Gleice não eliminou a Gabriela. a Gleice não tirou essa oportunidade dela no programa. a ESCOLHA da Gabi em não entregar EXATAMENTE o que foi solicitado, que a eliminou. independente se a Gleice pecou na execução ou se ela não possuía a mesma bagagem de conhecimentos e técnicas da eliminada. o programa possui regras e essas devem ser respeitadas. o seu prato pode ser incrível, assim como você, mas se te solicitam algo que você não consegue ou simplesmente decide não entregar, isso com certeza vai te custar a permanência na competição.
e ainda dentro desse contexto, eu me sinto extremamente incomodada em como reduzem a essência do programa em discursos meritocráticos. sim, o amor pela profissão e pela cozinha não são suficientes. sim, é necessário estudo contínuo, aprimoramento e dedicação. mas eu acho que a desigualdade social e cultural afetam muito as possibilidades de crescimento de alguns. a área gastronômica é muito elitista e tem um público de profissionais bem próximos ao público de estudantes de cursos como a medicina e o direito. quantos pretos, pobres e favelados você visualiza com frequência dentro dessas áreas? não é necessário dados científicos para que cheguemos a uma conclusão. a realidade tem se alterado aos poucos mas os passos são dados de forma bem lenta. os mecanismos de acesso são extremamente desiguais e isso foi uma pauta levantada a todo momento pelo queridíssimo Lee. como que tu compara um participante que teve o privilégio de estudar fora do país, conhecer novas culturas, experimentar e cozinhar pratos diferentes daqueles que consumimos durante o dia a dia com outro participante que não teve essa mesma oportunidade de acesso? eu concordo que a
Gleice se mostrou um pouco desmotivada, desacreditando no próprio trabalho. contudo eu acho que quando nos chocamos com algo completamente diferente da nossa realidade, o retraimento é comum, é esperado. você se sente fora da caixinha, se sente pequeno porque se insere em um espaço que a vida nunca te permitiu se aproximar.
e é isso que é bacana também no masterchef. ok, é uma competição. mas não se resume a somente mérito e rivalidade. é um espaço com pessoas diversas dividindo o mesmo sonho, o mesmo prazer e objetivo. é importante que tenhamos esse olhar e não resumamos em algo extremamente radical. afinal de contas, é uma edição de amadores e não profissionais. cada um possui a sua particularidade, a sua história, sua bagagem e suas raízes. e essa edição trouxe muito à tona tudo isso. o tanto que eu chorei, só eu e o meu travesseiro sabemos. Gleice, Lee, Aluísio, Paula e Fernando: POR DEUS. com certeza os meus favoritos. acho que a mais injustiçada da edição foi a
Hellen, que saiu logo no primeiro episódio e não conseguiu retornar na repescagem. acho que ela tinha um grande potencial mas, infelizmente, não muita sorte. torci bastante para que retornasse.
no mais, é muito importante que se promova uma igualdade, onde todos sejam avaliados ou tratados da mesma maneira. mas penso que para haver igualdade é necessário, em primeiro lugar, que se construa uma equidade. e independente dessa linha, os jurados foram justos porque seguiram as regras do programa, assim como os participantes também devem fazer.
particularmante, achei o roteiro sensacional e original. está sendo bem gratificante prestigiar filmes que exploram e exibem bem as facetas reais do capitalismo. e, apesar do longa ser um pouco confuso em determinados momentos, o que mais me fascinou foi a utilização da métafora adotada: assim como na nossa sociedade capitalista, aqueles que se encontram no topo da pirâmide e, nesse caso, no topo do poço
são incapazes de socializar o que possuem. isso desecandeia toda uma lógica que vai sendo reproduzida por aqueles que estão no meio termo: os que não possuem muito mas, ao mesmo tempo, possuem muito mais que aqueles que não possuem nada. é uma lógica que se permeia entre os grupos sociais e aflinge quem se encontra nos últimos níveis. como consequência, temos o desespero, a dor, a selvageria em nome da sua própria sobrevivência. como raciocionar e, sobretudo, racionar o que se tem quando você nunca teve absolutamente nada? como se manter são estando no ápice da fome? fome essa, que dentro do nosso contexto real, não se resume somente à comida. o capital fetiche tá aí para explicar. como diria o grande djonga, dinheiro sujo compra roupa limpa. se é que me entendem.
a gente assiste e se apavora com a distopia social proposta pelo filme, com medo de que um dia cheguemos a esse ponto mas o mais assustador, é que, na verdade, isso já acontece aqui no Brasil: o genocídio da população negra, periférica e pobre pelas mãos desse E$tado sujo e porco. vivemos em um país onde a pobreza é criminalizada e a desigualdade social é solucionada não através de uma reestruturação do sistema com políticas públicas eficientes e igualitárias mas, sim, com balas "perdidas" que possuem alvos específicos e certeiros.
simplesmente angustiante. estamos vivendo tempos sombrios e o filme retrata muito bem a perversidade de uma das facetas contemporâneas do capital: a flexibilização, que é mascarada o tempo inteiro por uma ideia utópica de autonomia para aquele que vende a sua força de trabalho. contudo, a realidade é inalienável e expõe todos os aprisionamentos que esses indivíduos se inserem, ainda que de forma inconsciente. e é exatamente isso que torna tudo mais perverso, a falta de consciência sobre o seu próprio tempo, sobre o seu trabalho e sobre a sua vida. ainda que o capitalismo precise sempre se reinventar para continuar em pleno exercício enquanto sistema econômico, os traços análogos ao sistema escravista são sempre resgatados, mascarados e, sobretudo, romantizados, visto a aceitação e a honrabilidade que se destinam às jornadas extensivas de trabalho. afinal, o ser humano, dentro de uma sociedade burguesa, só tem valor a partir do trabalho que exerce e produz. nosso caráter social é todo moldado a partir da venda da nossa força produtiva. mas, apesar de todas as angústias e ansiedades desencadeadas, o filme é muito bonito e também expõe a essência dessas pessoas. não somente enquanto uma classe mas enquanto sujeitos sociais dotados de experiências, individualidades e desejos. me encantei e me emocionei muito com o moço que conseguiu viajar com a família e ficou todo entusiasmado ao filmar a sua viagem. é de uma simplicidade que acalenta o coração! no mais, é isso. é real, triste e assustadora a conjuntura política, social e econômica que vem sendo instalada no país. uma conjuntura de desmontes de direitos e de reprodução de incertezas, inseguranças, precarização e muita pobreza.
a série me lembrou um pouco please like me, por envolver e abordar assuntos relacionados a família, desde de divergências de convivência e pensamentos à própria união que os personagens constroem uns com os outros. e, por outro lado, ainda nessa linha comparativa, a série também me remeteu um pouco love, com o
relacionamento entre o Dev e Rachel. entendo que as duas obras levantam conflitos diferentes mas a questão é essa. os conflitos existem, são dialogados, trabalhados e, principalmente, eles podem, como são, reais aqui fora. como a questão da reprodução do machismo pelo Dev, mesmo que "inconscientemente", a diferença cultural (embora eles tenham lidado bem com isso), o sexo caindo na famigerada rotina, o lance da bagunça que um sempre faz ou deixa e isso acaba incomodando o outro e a impaciência que todas essas pequenas situações acabam provocando na vida de um casal. achei importante, apesar de gostar muito de ambos juntos, o momento em que eles percebem que por mais que gostemos muito de uma pessoa, não podemos, ou não deveríamos, abrir mão de determinadas coisas e oportunidades em nome de um sentimento que não se sabe até quando continuará sólido. acho que estamos começando a amadurecer nesse processo de acreditar que só há um único caminho viável, seguro e ideal depois dos 30. como se nossas vidas fossem resumidas a casamentos, um emprego que come todo o seu tempo e filhos. porque é o que a própria série mostra no final, quando o Dev ler o livro que o pai menciona sobre as figueiras: quando você escolhe um caminho, você está abrindo mão de inúmeros outros. fiquei feliz com a reviravolta no final, de cada um experimentando rotas diferentes antes de escolher qual caminho, finalmente, seguir.
outro ponto que me fez remeter love foram os personagens secundários. Denise e Arnold são maravilhosos. gosto do jeito doce, peculiar e bobalhão dele e amo o humor ácido e os diálogos necessários que ela levanta, principalmente ao que tange ao feminismo e ao racismo. contudo, eu não poderia deixar de mencionar que a coisa mais preciosa dessa série, na verdade, é o pai do Dev. meu deus, ele pediu pra ser a coisa mais fofa do mundo e deu eco. dá vontade de abraçar e não soltar mais!
a parte mais assustadora e sufocante dessa série é saber, a partir da própria vivência e experiência diária, que esse contexto não está muito distante de nós mulheres. somos violadas, e culpabilizadas pelas violações, todos os dias pelos homens, pela sociedade no geral e pelo Estado, que é conivente e negligente com os casos e mais casos que ocorrem a todo momento. estamos vivendo um período muito delicado com o fundamentalismo religioso e extremamente conservador instalado no país e eu só consigo associar a imagem da tia Lydia à Damares. que não percamos a sororidade umas com as outras porque estamos precisando e vamos precisar cada vez mais. paz entre nós
o feminismo é um movimento extremamente necessário para nós mulheres. até mesmo para aquelas que se dizem ser antifeministas e possuem uma espécie de repulsa pelas ações que promovemos. a nossa luta é muito árdua e eu acredito que nós precisamos trabalhar cada vez mais a questão da sororidade que o movimento propõe. há uma enorme diversidade, assim como em qualquer outro grupo, e é exatamente isso que dá sentido às vertentes que temos hoje. cada qual com as suas pautas e as suas demandas. contudo, me dói ver vertentes atacando vertentes e, sobretudo, vertente SILENCIANDO outra vertente. embora essa diferenciação seja importante porque, como mencionei, cada qual trata de suas particularidades, é preciso trabalhar o exercício da empatia, de se colocar no lugar da outra. todas nós sofremos diariamente com a opressão desse sistema patriarcal fodido mas é necessário compreendermos que até entre os oprimidos, há aqueles que vivenciam uma opressão ainda maior. e nesse cenário, abarcam-se as mulheres lgbt+, as periféricas e as mulheres negras. precisamos fazer com que a pauta central aqui não se restrinja somente aos interesses das nossas realidades que, quando comparadas às das outras mulheres, as quais mencionei acima, se tornam “privilegiadas”. façamos do movimento, além de luta contínua e diária, um espaço para acolher e ouvir a outra. lute por ti mas e lute pela mana que tá do seu lado também. ajude a dar voz as falas que são constantemente silenciadas pelas mídias e pela sociedade. é bem mais interessante carregarmos uma bandeira inteira JUNTAS a ter que despedaçá-la para cada uma, nos separando aos poucos e de forma sutil. a gente segue existindo e resistindo. a revolução será feminina! paz entre nós
De fato, como já fora mencionado aqui, é um filme instigante e que desperta curiosidade do início ao fim. Contudo, no >meu< ponto de vista, faltou desenvolvimento no enredo para sanar as dúvidas e os mistérios gerados e propostos pelo longa, tal como a questão do
experimento que o policial comenta, de forma bem rasa, com Anna. O filme poderia ter desenvolvido melhor essa parte, entrando no âmago sobre o que de fato aconteceu, como se dava esse experimento e, sobretudo, como era a relação do falso David com o Caleb. Essas lacunas foram abertas ao decorrer da história e não receberam um desfecho coerente.
Achei digna de maratona. O dinamismo fez com que a temporada não se tornasse monótona ou cansativa, do tipo de assistir só por obrigação em saber o desfecho. Confesso que, como na primeira temporada, achei um pouco previsível a identidade do assassino, contudo
não dá pra ignorar o fato de que foi uma forma de justiça, sim. Não a correta, óbvio, mas todos eles tiveram/têm uma parcela de culpa. Todos eu me refiro a Dawn, Andi, Peter, Noah e Susan.
falso Glenn estupra o Noah. Embora no fundo eu soubesse que, muito provavelmente, tivesse feito a mesma coisa com a Talvinder ou algo similar, uma vez que ele só não a estuprou porque Peter impediu.
É isto, galeris. Sinto que muita gente deposita uma baita expectativa na série e por isso acabam se decepcionando. O segredo é assistir sem esperar que seja algo que vá tirar o seu fôlego do início ao fim. No geral, foi surpreendentemente melhor que a temporada anterior.
Ela tem um peso muito relevante na série, vai fazer falta. Não entendi/entendo a necessidade da Shonda sempre tirar um bom ator e, consecutivamente, um bom personagem. Exceto se o posicionamento e decisão da saída tenha partido da Jerrika, o que duvido muito.
Não sou muito fã da Maggie. Acho uma personagem ok e só. Ela é um tanto infantil e metódica. Sem falar das suas chatices constantes. Estou me sentindo muito desconfortável com o suposto e futuro(?) relacionamento entre ela e o Jackson. Sei que é errado mas já me afeicoei a Japril. E se fosse pra ele terminar com alguém, minha torcida era para a rainha vulgo Stephanie, mesmo reconhecendo que ele foi muito estúpido em largá-la, quando namoravam, no casamento da April. Ambas atrizes conseguiram construir uma química com o Jesse mas não consigo ver a Kelly e ele juntos. Sério, não dá. Também não curti Meredith com o Riggs, acho ele um pouco forçado, sem muita empatia e carisma.
no diálogo que teve com Owen, explicando o real significado de família. Adoro o Owen mas em algumas temporadas passadas, quando estava com a Cristina, ele era muito machista e tinha uma visão muito pequena. Só porque nós mulheres temos úteros, não significa que precisamos ou queremos ser mães e entrar pra maternidade. Ele é bem chato com isso. Se o sonho dele é ser pai, deveria conhecer afundo as pessoas com quem se relaciona e parar de tentar inteferir no estilo de vida alheia.
O Urso (2ª Temporada)
4.5 236séries que conseguem superar suas temporadas anteriores, definivamente, não são a regra. the bear tem uma atmosfera completamente caótica, ao mesmo passo que possui uma imensa sutileza quando explorada a vida e o cotidiano dos personagens para além da cozinha.
gostei muito dos desenvolvimentos de vários personagens, sobretudo o amadurecimento e o despertar do
Richie. foi importante o reconhecimento que ele teve sobre a falta de perspectiva sobre si próprio e ausência de percepção pelos desastres que isso ocasioava às pessoas e ao resto ao seu redor.
para além disso, foi muito legal ver todos
envolvidos e se empenhando muito para fazer dar certo. e eu realmente espero que dê, na terceira e, quem sabe, nas futuras temporadas.
o que ficou evidente e se tornou gratificamente pra mim, foi conseguir compreender a origem de todo o caos. com uma
família como a dos Berzatto's, não é difícil desmistificar as particularidades e fragilidades de alguns personagens.
no mais, os globos de ouro foram simplesmente merecidíssimos. enquanto melhor série de comédia - com um toque bem ácido de drama - e enquanto melhor ator e atriz nessa categoria. Jeremy e Ayo formam uma dupla implacável!
A Terapia
4.1 25 Assista Agorasérie que me fez refletir sobre o quanto podemos afetar e/ou destruir a
vida de quem amamos em razão dos nossos traumas, medos e inseguranças sem que desejemos isso ou tenhamos consciência do que estamos fazendo.
a atuação do Stephan Kampwirth foi a cereja do bolo. só conhecia seu trabalho em Dark, onde ele também interpreta um terapeuta, mas com uma atuação completamente diferente, principalmente por não ter tanto protagonismo, acredito.
de fato, como mencionaram abaixo, a série tem muitos plots. no entanto, nenhum desses foi mais inesperado pra mim do que descobrir a
verdadeira intencionalidade do Roth. a princípio, a narrativa é de um psiquiatra extremamente arrogante e ousado pelos seus experimentos, chegando a colocar a vida dos pacientes em risco. mas, a medida que os episódios vão se estreitando, você se dá conta do caminho que ele escolheu percorrer - e que bom!
foi um achado muito valioso para um dia entendiante e, dessa forma, a nota não poderia ser outra
Aftersun
4.1 703aftersun é, definitivamente, um filme para sentir e não necessariamente entender. talvez boa parte da frustração daqueles que não gostaram se finca na construção de um
final aberto, ainda que não tão aberto assim, sobretudo se agruparmos os sinais apresentados pelo Callum ao longo de determinados momentos e falas, que nos indicam um possível suícidio
eu poderia discorrer um comentário enorme em razão da imensidão que esse filme me abriu, mas acho que poderia resumir no gatilho que ele também me acionou com a perda do meu pai. o longa me fez retonar ao passado e relembrar alguns dos momentos em que vivenciamos juntos na infância, me fazendo refletir em tantos outros que poderíamos ter vivenciado se não fosse pela partida precoce. nesse caso, queria, assim como Sophie e Callum,
ter registrado muitos dos momentos, das celebrações e da vida de maneira geral com meu pai porque, embora tenhamos e guardemos as memórias, o nosso cérebro é incapaz de armazenar tudo. muito do que vivemos é esquecido com o passar do tempo e as fotografias e os vídeos nos ajudam a revisitar aquilo que a vida não permite mais
lindo, sensível e devastador: tudo na mesma medida
Mald!to Rap (1ª Temporada)
4.0 6 Assista Agoraissa rae nunca nos decepcionou. é uma série que te cativa e prende com o passar dos episódios. fotografia, elenco e trilha sonora são elementos elevadíssimos e a química entre os atores te envolve de um jeito inexplicável
no mais, no meu spotify agora só toca i'ma spend his cream, seduce and scheme
O Urso (1ª Temporada)
4.3 411 Assista Agorayes, chef
Black Art: In the Absence of Light
4.5 2 Assista Agorame lembrou o trabalho do artista brasileiro Maxwell Alexandre
I Know This Much Is True
4.3 105 Assista AgoraRufallo na melhor atuação que eu já vi, dentre tudo que assisti. sempre o achei muito carismático em seus papéis, mas como Dominick e Thomas, ele consegue atravessar o muro do carisma e adentrar a hiper sensibilidade entregando absolutamente tudo para os personagens e para o público. nitidamente dá para diferenciar um irmão do outro apenas a partir da interpretação dele. fazer isso sem trajes extramemente característicos e quilos de maquiagem na cara, não é para qualquer um
sobre a série, me senti completamente envolvida pela trama, fotografia e trilha sonora. assim como alguns aqui, pensei que a história se desenvolveria em torno da possibilidade
do avô ser o pai deles. levantei essa possibilidade logo no primeiro episódio, e pensei: uau, seria/será chocante se for isso mesmo. mas, quando a série tenta dar a entender esse desfecho, imaginei que não seria, pelo simples fato de ter ficado muito, subjetivamente, explícito. e a partir disso, pensei que talvez fosse vir um super plot twist mais surpreendente, para enganar/brincar com as nossas primeiras impressões, mas, no fim, não era algo tão chocante assim, exceto para uma família racista
no mais, apesar de não ter encerrado da forma como idealizei, sinto que a série cumpriu com absolutamente tudo que propôs. e, novamente enfatizando, a atuação do Rufallo faz tudo ser muito grandioso e também faz valer conferir essa obra prima
The Walking Dead (11ª Temporada)
3.5 235 Assista Agoraembora ainda esteja em andamento, a série elevou bastante a qualidade do roteiro, ao menos para mim que venho acompanhando há anos
estou gostando muito da narrativa levantada na 'comunidade' a respeito da
desigualdade social e a luta de classes. mesmo que de maneira não muito aprofundada, achei interessante trazer isso à tona enquanto um problema real que é inerente ao sistema ao qual estamos todos submetidos, incluindo eles, agora, que voltaram a experenciar um contexto/cenário próximo daquele que viviam. se pararmos para analisar, tudo isso teve início com o processo de triagem para entrar na 'comunidade', pois os pré requisitos se baseavam justamente na função ou exercício profissional que cada um exercia antes do apocalipse. a princípio, pensei que pudesse ser uma tentativa de reaproveitar os conhecimentos que cada um já detinha, para que assim todos pudessem contribuir e se ajudar. mas a retomada do dinheiro enquanto moeda de troca e de acesso a bens e serviços, torna tudo alienante e complexo
se a intenção de encerrar a série for realmente pautada nessa
problemática real e não mais fictícia, eu diria que a série vai se encerrar de uma maneira legal e surpreendente, pois realmente não esperava que fossem levantar esses pontos
espero que o enredo continue nesse caminho
Insecure (3ª Temporada)
4.4 48 Assista Agorainsecure é a série que me traz paz, conforto, risos e também choro. tem crítica social, tem sensibilidade e humor. as histórias e os personagens são muito reais e cativantes. eu tô guardando a quarta temporada como quem guarda água no saara, deixando pra assistir nos dias mais pesados e "necessários" porque, ultimamente, é a única coisa que tem me ajudado. muito triste por saber que a quinta temporada será a última. embora cada produção seja única, vai ser difícil encontrar algo a altura
M8 – Quando a Morte Socorre a Vida
3.6 219achei as atuações de alguns atores um tanto superficiais, mas amei a narrativa do filme. o racismo estrutural em vida e em morte.
"quantos alunos negros você já teve nessa faculdade? e quanto corpos negros você já viu seus alunos estudarem?"
pela perspectiva do Maurício, acho que o trecho da música Falcão: "olho corpos negros no chão, me sinto olhando o espelho. que corpos negros nunca mais se manchem de vermelho", se encaixa bem
MasterChef Brasil (3ª Temporada)
4.1 57eu ia comentar a respeito dessa temporada logo após tê-la assistido mas, por desânimo, desisti. atualmente estou acompanhando a quarta edição do programa e uma situação me chamou muito a atenção devido a semelhança de um episódio que ocorreu com a Gleice. episódio esse marcado por muitas críticas, sobretudo aqui no filmow.
bom, eu não vou especificar que episódio foi esse e nem com qual participante ocorreu na quarta temporada porque seria injusto com aqueles que ainda não assistiram mas
eu vi muitas pessoas alegando uma permanência forçada e premeditada da Gleice nessa temporada. seja pela falta de experiências, quando comparada aos outros participantes, seja pela forma como os jurados avaliavam e falavam com ela, dando a entender, portanto, que ela foi uma participante querida e protegida pelo júri. nessa mesma linha, muita gente a acusou de ter sido a responsável pela eliminação da Gabriela, uma vez que, quando comparadas, a Gabriela havia demonstrado mais técnica e experiência na cozinha.
em toda temporada, o discurso é sempre o mesmo: não importa o quão bom cozinheiro você seja ou tenha se tornado durante a sua trajetória no programa. se você, por ventura, não obter o êxito esperado em uma prova e cometer uma falha trágica, por descuido ou qualquer coisa do gênero, você tá fora. isso aconteceu com DIVERSOS participantes ao longo das edições. participantes que tinham grandes potenciais e que, por coisas mínimas, foram eliminados.
o ponto que eu quero chegar é o de que
a Gleice não eliminou a Gabriela. a Gleice não tirou essa oportunidade dela no programa. a ESCOLHA da Gabi em não entregar EXATAMENTE o que foi solicitado, que a eliminou. independente se a Gleice pecou na execução ou se ela não possuía a mesma bagagem de conhecimentos e técnicas da eliminada. o programa possui regras e essas devem ser respeitadas. o seu prato pode ser incrível, assim como você, mas se te solicitam algo que você não consegue ou simplesmente decide não entregar, isso com certeza vai te custar a permanência na competição.
e ainda dentro desse contexto, eu me sinto extremamente incomodada em como reduzem a essência do programa em discursos meritocráticos. sim, o amor pela profissão e pela cozinha não são suficientes. sim, é necessário estudo contínuo, aprimoramento e dedicação. mas eu acho que a desigualdade social e cultural afetam muito as possibilidades de crescimento de alguns. a área gastronômica é muito elitista e tem um público de profissionais bem próximos ao público de estudantes de cursos como a medicina e o direito. quantos pretos, pobres e favelados você visualiza com frequência dentro dessas áreas? não é necessário dados científicos para que cheguemos a uma conclusão. a realidade tem se alterado aos poucos mas os passos são dados de forma bem lenta. os mecanismos de acesso são extremamente desiguais e isso foi uma pauta levantada a todo momento pelo queridíssimo Lee. como que tu compara um participante que teve o privilégio de estudar fora do país, conhecer novas culturas, experimentar e cozinhar pratos diferentes daqueles que consumimos durante o dia a dia com outro participante que não teve essa mesma oportunidade de acesso? eu concordo que a
Gleice se mostrou um pouco desmotivada, desacreditando no próprio trabalho. contudo eu acho que quando nos chocamos com algo completamente diferente da nossa realidade, o retraimento é comum, é esperado. você se sente fora da caixinha, se sente pequeno porque se insere em um espaço que a vida nunca te permitiu se aproximar.
e é isso que é bacana também no masterchef. ok, é uma competição. mas não se resume a somente mérito e rivalidade. é um espaço com pessoas diversas dividindo o mesmo sonho, o mesmo prazer e objetivo. é importante que tenhamos esse olhar e não resumamos em algo extremamente radical. afinal de contas, é uma edição de amadores e não profissionais. cada um possui a sua particularidade, a sua história, sua bagagem e suas raízes. e essa edição trouxe muito à tona tudo isso. o tanto que eu chorei, só eu e o meu travesseiro sabemos. Gleice, Lee, Aluísio, Paula e Fernando: POR DEUS. com certeza os meus favoritos. acho que a mais injustiçada da edição foi a
Hellen, que saiu logo no primeiro episódio e não conseguiu retornar na repescagem. acho que ela tinha um grande potencial mas, infelizmente, não muita sorte. torci bastante para que retornasse.
no mais, é muito importante que se promova uma igualdade, onde todos sejam avaliados ou tratados da mesma maneira. mas penso que para haver igualdade é necessário, em primeiro lugar, que se construa uma equidade. e independente dessa linha, os jurados foram justos porque seguiram as regras do programa, assim como os participantes também devem fazer.
O Poço
3.7 2,1K Assista Agoraparticularmante, achei o roteiro sensacional e original. está sendo bem gratificante prestigiar filmes que exploram e exibem bem as facetas reais do capitalismo. e, apesar do longa ser um pouco confuso em determinados momentos, o que mais me fascinou foi a utilização da métafora adotada: assim como na nossa sociedade capitalista, aqueles que se encontram no topo da pirâmide e, nesse caso, no topo do poço
são incapazes de socializar o que possuem. isso desecandeia toda uma lógica que vai sendo reproduzida por aqueles que estão no meio termo: os que não possuem muito mas, ao mesmo tempo, possuem muito mais que aqueles que não possuem nada. é uma lógica que se permeia entre os grupos sociais e aflinge quem se encontra nos últimos níveis. como consequência, temos o desespero, a dor, a selvageria em nome da sua própria sobrevivência. como raciocionar e, sobretudo, racionar o que se tem quando você nunca teve absolutamente nada? como se manter são estando no ápice da fome? fome essa, que dentro do nosso contexto real, não se resume somente à comida. o capital fetiche tá aí para explicar. como diria o grande djonga, dinheiro sujo compra roupa limpa. se é que me entendem.
vale muito a pena conferir, sério!
12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição
3.3 802 Assista Agoraa gente assiste e se apavora com a distopia social proposta pelo filme, com medo de que um dia cheguemos a esse ponto mas o mais assustador, é que, na verdade, isso já acontece aqui no Brasil: o genocídio da população negra, periférica e pobre pelas mãos desse E$tado sujo e porco.
vivemos em um país onde a pobreza é criminalizada e a desigualdade social é solucionada não através de uma reestruturação do sistema com políticas públicas eficientes e igualitárias mas, sim, com balas "perdidas" que possuem alvos específicos e certeiros.
Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar
4.3 209simplesmente angustiante. estamos vivendo tempos sombrios e o filme retrata muito bem a perversidade de uma das facetas contemporâneas do capital: a flexibilização, que é mascarada o tempo inteiro por uma ideia utópica de autonomia para aquele que vende a sua força de trabalho. contudo, a realidade é inalienável e expõe todos os aprisionamentos que esses indivíduos se inserem, ainda que de forma inconsciente. e é exatamente isso que torna tudo mais perverso, a falta de consciência sobre o seu próprio tempo, sobre o seu trabalho e sobre a sua vida. ainda que o capitalismo precise sempre se reinventar para continuar em pleno exercício enquanto sistema econômico, os traços análogos ao sistema escravista são sempre resgatados, mascarados e, sobretudo, romantizados, visto a aceitação e a honrabilidade que se destinam às jornadas extensivas de trabalho. afinal, o ser humano, dentro de uma sociedade burguesa, só tem valor a partir do trabalho que exerce e produz. nosso caráter social é todo moldado a partir da venda da nossa força produtiva.
mas, apesar de todas as angústias e ansiedades desencadeadas, o filme é muito bonito e também expõe a essência dessas pessoas. não somente enquanto uma classe mas enquanto sujeitos sociais dotados de experiências, individualidades e desejos. me encantei e me emocionei muito com o moço que conseguiu viajar com a família e ficou todo entusiasmado ao filmar a sua viagem. é de uma simplicidade que acalenta o coração!
no mais, é isso. é real, triste e assustadora a conjuntura política, social e econômica que vem sendo instalada no país. uma conjuntura de desmontes de direitos e de reprodução de incertezas, inseguranças, precarização e muita pobreza.
Seu Filho
2.9 152 Assista Agoraé aquela história, mores:
odiar homens não é feminismo, é inevitável.
Master of None (1ª Temporada)
4.2 247 Assista Agoraa série me lembrou um pouco please like me, por envolver e abordar assuntos relacionados a família, desde de divergências de convivência e pensamentos à própria união que os personagens constroem uns com os outros.
e, por outro lado, ainda nessa linha comparativa, a série também me remeteu um pouco love, com o
relacionamento entre o Dev e Rachel. entendo que as duas obras levantam conflitos diferentes mas a questão é essa. os conflitos existem, são dialogados, trabalhados e, principalmente, eles podem, como são, reais aqui fora. como a questão da reprodução do machismo pelo Dev, mesmo que "inconscientemente", a diferença cultural (embora eles tenham lidado bem com isso), o sexo caindo na famigerada rotina, o lance da bagunça que um sempre faz ou deixa e isso acaba incomodando o outro e a impaciência que todas essas pequenas situações acabam provocando na vida de um casal.
achei importante, apesar de gostar muito de ambos juntos, o momento em que eles percebem que por mais que gostemos muito de uma pessoa, não podemos, ou não deveríamos, abrir mão de determinadas coisas e oportunidades em nome de um sentimento que não se sabe até quando continuará sólido. acho que estamos começando a amadurecer nesse processo de acreditar que só há um único caminho viável, seguro e ideal depois dos 30. como se nossas vidas fossem resumidas a casamentos, um emprego que come todo o seu tempo e filhos. porque é o que a própria série mostra no final, quando o Dev ler o livro que o pai menciona sobre as figueiras: quando você escolhe um caminho, você está abrindo mão de inúmeros outros. fiquei feliz com a reviravolta no final, de cada um experimentando rotas diferentes antes de escolher qual caminho, finalmente, seguir.
outro ponto que me fez remeter love foram os personagens secundários. Denise e Arnold são maravilhosos. gosto do jeito doce, peculiar e bobalhão dele e amo o humor ácido e os diálogos necessários que ela levanta, principalmente ao que tange ao feminismo e ao racismo. contudo, eu não poderia deixar de mencionar que a coisa mais preciosa dessa série, na verdade, é o pai do Dev. meu deus, ele pediu pra ser a coisa mais fofa do mundo e deu eco. dá vontade de abraçar e não soltar mais!
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista Agoraa parte mais assustadora e sufocante dessa série é saber, a partir da própria vivência e experiência diária, que esse contexto não está muito distante de nós mulheres. somos violadas, e culpabilizadas pelas violações, todos os dias pelos homens, pela sociedade no geral e pelo Estado, que é conivente e negligente com os casos e mais casos que ocorrem a todo momento. estamos vivendo um período muito delicado com o fundamentalismo religioso e extremamente conservador instalado no país e eu só consigo associar a imagem da tia Lydia à Damares.
que não percamos a sororidade umas com as outras porque estamos precisando e vamos precisar cada vez mais. paz entre nós
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4Knunca pensei que fosse conseguir
destruir a vida de uma pessoa, de diferentes formas, em tão pouco tempo.
Bluesman
4.8 12tudo que quando era preto, era do demônio e depois virou branco e foi aceito, eu vou chamar de blues.
Feministas: O Que Elas Estavam Pensando?
4.3 79 Assista Agorao feminismo é um movimento extremamente necessário para nós mulheres. até mesmo para aquelas que se dizem ser antifeministas e possuem uma espécie de repulsa pelas ações que promovemos. a nossa luta é muito árdua e eu acredito que nós precisamos trabalhar cada vez mais a questão da sororidade que o movimento propõe. há uma enorme diversidade, assim como em qualquer outro grupo, e é exatamente isso que dá sentido às vertentes que temos hoje. cada qual com as suas pautas e as suas demandas. contudo, me dói ver vertentes atacando vertentes e, sobretudo, vertente SILENCIANDO outra vertente. embora essa diferenciação seja importante porque, como mencionei, cada qual trata de suas particularidades, é preciso trabalhar o exercício da empatia, de se colocar no lugar da outra. todas nós sofremos diariamente com a opressão desse sistema patriarcal fodido mas é necessário compreendermos que até entre os oprimidos, há aqueles que vivenciam uma opressão ainda maior. e nesse cenário, abarcam-se as mulheres lgbt+, as periféricas e as mulheres negras. precisamos fazer com que a pauta central aqui não se restrinja somente aos interesses das nossas realidades que, quando comparadas às das outras mulheres, as quais mencionei acima, se tornam “privilegiadas”. façamos do movimento, além de luta contínua e diária, um espaço para acolher e ouvir a outra. lute por ti mas e lute pela mana que tá do seu lado também. ajude a dar voz as falas que são constantemente silenciadas pelas mídias e pela sociedade. é bem mais interessante carregarmos uma bandeira inteira JUNTAS a ter que despedaçá-la para cada uma, nos separando aos poucos e de forma sutil. a gente segue existindo e resistindo. a revolução será feminina! paz entre nós
O Hóspede
3.1 485De fato, como já fora mencionado aqui, é um filme instigante e que desperta curiosidade do início ao fim. Contudo, no >meu< ponto de vista, faltou desenvolvimento no enredo para sanar as dúvidas e os mistérios gerados e propostos pelo longa, tal como a questão do
experimento que o policial comenta, de forma bem rasa, com Anna. O filme poderia ter desenvolvido melhor essa parte, entrando no âmago sobre o que de fato aconteceu, como se dava esse experimento e, sobretudo, como era a relação do falso David com o Caleb. Essas lacunas foram abertas ao decorrer da história e não receberam um desfecho coerente.
Misfits (1ª Temporada)
4.4 316 Assista AgoraFaz um bom tempo que não assisto uma série com personagens tão carismáticos. Misfits é uma espécie de Skins versão Todo mundo em pânico. Se eu amei?
Slasher: Guilty Party (2ª Temporada)
3.4 154 Assista AgoraAchei digna de maratona. O dinamismo fez com que a temporada não se tornasse monótona ou cansativa, do tipo de assistir só por obrigação em saber o desfecho.
Confesso que, como na primeira temporada, achei um pouco previsível a identidade do assassino, contudo
não cogitei a possibilidade do Wren ser, de certa forma, a Judith. Achei esse plot twist bem perspicaz pra uma série como Slasher.
E, como já fora mencionado aqui, por mais que criemos uma empatia, mesmo que mínima, pelos personagens
não dá pra ignorar o fato de que foi uma forma de justiça, sim. Não a correta, óbvio, mas todos eles tiveram/têm uma parcela de culpa. Todos eu me refiro a Dawn, Andi, Peter, Noah e Susan.
Fiquei muito devastada com a cena em que o
falso Glenn estupra o Noah. Embora no fundo eu soubesse que, muito provavelmente, tivesse feito a mesma coisa com a Talvinder ou algo similar, uma vez que ele só não a estuprou porque Peter impediu.
É isto, galeris. Sinto que muita gente deposita uma baita expectativa na série e por isso acabam se decepcionando. O segredo é assistir sem esperar que seja algo que vá tirar o seu fôlego do início ao fim. No geral, foi surpreendentemente melhor que a temporada anterior.
A Anatomia de Grey (13ª Temporada)
4.1 275 Assista AgoraPisa menos, Edwards! Eu te imploro!
Ela tem um peso muito relevante na série, vai fazer falta. Não entendi/entendo a necessidade da Shonda sempre tirar um bom ator e, consecutivamente, um bom personagem.
Exceto se o posicionamento e decisão da saída tenha partido da Jerrika, o que duvido muito.
Não sou muito fã da Maggie. Acho uma personagem ok e só. Ela é um tanto infantil e metódica. Sem falar das suas chatices constantes. Estou me sentindo muito desconfortável com o suposto e futuro(?) relacionamento entre ela e o Jackson. Sei que é errado mas já me afeicoei a Japril. E se fosse pra ele terminar com alguém, minha torcida era para a rainha vulgo Stephanie, mesmo reconhecendo que ele foi muito estúpido em largá-la, quando namoravam, no casamento da April. Ambas atrizes conseguiram construir uma química com o Jesse mas não consigo ver a Kelly e ele juntos. Sério, não dá. Também não curti Meredith com o Riggs, acho ele um pouco forçado, sem muita empatia e carisma.
Amélia arrasou
no diálogo que teve com Owen, explicando o real significado de família.
Adoro o Owen mas em algumas temporadas passadas, quando estava com a Cristina, ele era muito machista e tinha uma visão muito pequena. Só porque nós mulheres temos úteros, não significa que precisamos ou queremos ser mães e entrar pra maternidade. Ele é bem chato com isso. Se o sonho dele é ser pai, deveria conhecer afundo as pessoas com quem se relaciona e parar de tentar inteferir no estilo de vida alheia.
Se eu quase chorei de felicidade quando a
Miranda finalmente tomou consciência da postura insensível da Eliza e a demitiu?
Sim. Muito obrigada, @nazista.
No mais, Richard e Stephanie, pra mim, deram entusiasmo a essa temporada. Como eu amo esses dois! <3