Desde quando vi a enxurrada de reviews negativos a este filme por supostamente este ser "parado demais" ou "pretensioso demais" eu fiquei curiosíssimo por assistí-lo. Acredito que o que mais tenha aniquilado parte da obra foi a intervenção dos produtores quando perceberam que a história que Josh Trank tentava contar não era por toda comercial e o que era para ser uma adaptação de uma renomada HQ estava com ares de um pretensioso filme de ficção científica. Isto e os supostos ataques de genialidade do supracitado diretor os tiraram do filme e a própria Fox finalizou o projeto. E aí reside minha crítica. O que eu vou falar não leva nenhum prévio conhecimento do universo dos quadrinhos, e são apenas impressões que a obra me passou. Até a segunda metade, antes deles ganharem seus poderes tão conhecidos pelo público, o filme é muito interessante! Ele vai bem, instiga, prepara terreno para que aconteçam as relações dos personagens e mesmo com um plot tão inverossímel, a gente compra a ideia. Isso até o acidente, depois (e acredito que resida aí a intervenção dos produtores) o filme se torna apressado demais, é visivelmente como se outra pessoa, produtor ou mesmo diretor tomasse o filme para si e apenas o terminasse. Os cortes se tornam ruins, os personagens - tão apressados e nenhum pouco harmoniosos - perdem o pouco do encanto que tinham, a outra dimensão é pífia (poderia ser tão rica), os alicerces todos se desmancham e o filme afunda em si mesmo. A obra precisaria se estender por mais dezenas de minutos para que fizesse mais sentido e se o fizesse, se os elementos da narrativa outrora tão lapidados não se tornassem tão obsoletos, teríamos sim um dos melhores filmes de heróis que uma produtora já produziu. Dr. Destino é um ótimo vilão, coeso e cruel, mas com um screentime tão pequeno que chega a ser patética sua aparição, bem como suas motivações. Isso sem falar nas demonstrações dos poderes dos heróis e a sequencia final. Depois da segunda metade o filme quer apenas acabar e acaba. Uma pena, porque mesmo e contudo, pelo ótimo trabalho na primeira hora eu ainda sim o elejo superior aos seus antecessores cinematográficos, muito por tentar ser um bom filme de ficcção científica o que na minha opinião, todo bom filme de super herói é um pouco. Uma boa ficção científica. Olha, é uma pena mesmo...
"L'uomo Che Verrà" (ou o homem que virá pela tradução livre) erra em alguns pontos, mas acerta sobretudo ao colocar o expectador tão mudo e inocente em meio a uma guerra, quanto a pequena Martina de oito anos está, desde os cinco em circunstância da morte de seu pequeno irmão em seus braços. E é através do olhar cativante e mudo desta protagonista que vemos o filme, e isso não é apenas uma escolha narrativa de personalidade ou fotografia (os takes pelos olhos dela são primorosos de tão poéticos), é sim o foco de toda a projeção, uma vez que o roteiro é construído por fragmentos narrativos, as vezes fazendo pouco sentido, em outros sendo desumanamente coerentes, mas tudo sob a perspectiva da pequena, que como nós pouco ou nada entende o que se passa. É fato que esta abordagem narrativa distancia um pouco o expectador acostumado a filmes de guerra pensados no formato tradicional onde sabemos exatamente o que são e o que esperar de cada um dos personagens, a tragédia aqui não visa transmitir nenhuma moral, é horrível e grotesca porque a guerra o foi, e pelos instantes finais, na sequencia e término geniais que tanto humanizam o título, é que percebemos que grandes heróis o instinto de sobrevivência é capaz de produzir.
"Deixe que me prendam e depois me matem, mas chega! Não podem me matar duas vezes!"
Quando comecei a assistir a este documentário achei que ele seria sobre o processo de criação, a rotina e a vida desta encantadora garotinha que a imprensa e o mundo da arte pintaram como um gênio prodígio. Mas os rumos que a narrativa toma e os fundamentos filosóficos que moldam as quase uma hora e meia de projeção escondem a menina nas entrelinhas da questão suprema - o que é arte? - e expõem aspectos muito mais interessantes e relevantes deste mundo, bem como qual é o papel do artista e dos consumidores ao se pensar arte. Neste "My kid could paint that" (em tradução livre "Minha criança também pode pintar isso" - me recuso a sequer pronunciar o título em português) a reviravolta emocional que o filme carrega já coroam a garotinha como única ao fazer com que realizemos que toda proposta artística, de um documentário, passando pela literatura e culminando em uma pintura, tudo é uma mentira que aceitamos como legítima porque nos faz sentir bem. Mas não para por aí, da exposição desenfreada da pequena, da crise que o outrora imparcial documentarista experimenta, do choque ao retratar as facetas e minúcias do que pode vir a ser o processo criativo da garotinha, os momentos de pavoroso silêncio pelas entrelinhas do que parece que foi dito, a imprensa sempre massacrante e desleal, o marketing e o mundo moderno que faz de tudo para manter uma história viva na mente do consumidor para vender, vender e vender e sobretudo o quanto o conceito de família tende a se desmoronar quando e se exposto a uma rede de mentiras fazem o documentário um dos mais excepcionais, se não o mais excepcional que já tive o prazer de assistir. É impressionante como o filme deixa de ser sobre a criança e passa a ser sobre os adultos que a rodeiam. Recomendado sobretudo a todos que, como eu, estão sempre as voltas com questões fundamentais de vida e de arte.
Bille August... Sempre bom visitá-lo! Um de meus diretores favoritos continua atemporal nesse espetacular drama que faria, com toda a certeza, Ingmar Bergman sorrir orgulhoso. A obra se desenha repleta de ótimas atuações, com um roteiro que flerta com questões de vida e de morte como poucos e reserva, aos espectadores e protagonistas, um dos dramas mais interessantes e melancólicos desta geração. É quase como uma peça em atos que traz a simplicidade de ótimos alívios cômicos, a sagacidade de personagens memoráveis, falas e situações filosoficamente pertinentes e relevantes combinados com uma trilha sonora maravilhosamente composta para nos lembrar que laços de família, conceitos de amizade e a vida em si são muito maiores do que a morte. Em muitos aspectos me lembrou "Invasões Bárbaras", mas com uma pitada de "O Pântano". Naquela espera angustiante por uma tragédia que sabemos que vem, embora não saibamos bem por onde.
Sim, "Mad Max a Estrada da Furia" é tudo isso que dizem... Impressionante como George Miller reinventou o gênero que ele próprio ajudou a criar e difundir. Em um mundo pós apocalíptico, com personagens que de tão bizarros beiram o cartunesco, tudo aqui é absurda e inesperadamente crível e o épico de guerra que se desenlaça propõe um amontoado de personagens e situações tão interessantes e originais que é simplesmente impossível não torcer e se importar com os heróis além de simpatizar com os vilões. Se o filme peca em algum aspecto é exatamente por ser original demais e você fica decepcionado com o fato de que alguns aspectos da narrativa tem tão pouco screentime. Tudo aqui pede um spin off de tão interessante. O tempo todo eu fiquei com a impressão de que o que Geroge Miller almejou em seu épico pós apocalítico e tribal Tolkien definiu com sua mitologia e magia místicas na terra média. É inventar e difundir um gênero totalmente novo, e dado a licença poética que separa ambos, conseguir cativar o expectador/leitor pela originalidade de um mundo a mercer de uma terrível ameaça. Melhor longa road-movie-pós-apocalíptico-tribal-non-sense que já vi. Até porque este foi o único, só rivalizando com os clássicos homônimos da década de 80.
Que bela obra! Um filme tão singular, quanto profundo, que revive o bom cinema neo-realista italiano, mas o faz com uma pegada de Lucrecia Martel, para contar a história da crença religiosa e a renovação desta para uma menina que pela inocência nega os valores e os fundamentos religiosos a sua volta, mas o faz singela, vivendo quase como se fosse uma poetisa pela sua maneira de enxergar a vida, querendo desesperadamente aceitar um Deus que, pelos homens, é constantemente desacreditado. Nada aqui é bruto, os personagens são críveis, o alicerce em que a obra se faz e defende é firme, e por mais que possa parecer, não existe ode algum ao ateísmo, pelo contrário, Jesus é um personagem como qualquer outro, mas que pela vida e falta de amor do mundo moderno morre, e a cena que traduz isso não poderia ser melhor! Marta é uma personagem ideal, triste e caótica na mesma proporção que ávida e curiosa, e não poderia ter sido melhor interpretada. Yle Vianelo (a atriz que interpreta a protagonista) é simplesmente maravilhosa, como poucas vezes tive o prazer de ver. O cinema italiano está mesmo em alta, depois de "A Grande Beleza" não esperava nada tão profundo em significado quanto este "Corpo Celeste", ao menos não por um tempo. Daqueles filmes que nos suprem e nos deixam pensativos por semanas. Querendo mais pessoas no mundo iguais a pequena Marta. Que termina por negar tudo, mas que estranhamente nos remete a uma magia absurdamente divina, unicamente por existir.
Nachmittag, ou Entardecer, adaptação livre da peça de teatro A Gaivota, de Anton Tchekhov é um filme profundo, feito das entrelinhas e da lacuna de personagens que estão perdidos em si mesmos. A projeção nasce da certeza de que não serão noventa minutos que nos darão a bagagem e o embasamento moral para julgar ou mesmo entender cada uma das ações dos personagens naquela casa de campo, e sem as premissas necessárias para julga-los bons ou maus, sobra apenas o deleite dos colóquios, o cenário paradisíaco e o caos que se disfarça de paz e sossego para moldar aos poucos os poucos acontecimentos de uma trama inexistente, mas não por isso menos bela. Sem sombra de duvida, um filme para poucos, belo, autoral e tremendamente pessoal.
Um filme poderoso, denso, muito bem interpretado e executado, com uma constante dramática tao intensa que a sensação de tragedia acompanha toda a projeção obrigando o expectador a sair de sua zona de conforto e presenciar os raros momentos onde o cinema deixa de ser entretenimento e passa a se tornar proposta artística. Em uma palavra, inquietante...
"Blog" é um filme espanhol e de estréia de Elena Trape que se, não é revolucionário como quis ser pela linguagem e perspectiva de narrativa (não há protagonistas e o filme inteiro faz uso de câmeras, webcams e chats virtuais para contar a história sobre a ótica das várias personagens), não é por todo horrível, apenas raso demais. A alegoria da narrativa carrega consigo um plot muito interessante; o desabrochar de jovens garotas em uma era onde os meios virtuais predominam e se sobressaem a valores familiares. O problema aqui é que as garotas são por demais descartáveis, não porque a diretora as idealizou assim, mas porque o vínculo que o filme aceita como foco narrativo não faz nada para aprofundar suas patéticas vidas que não inserir, através de vlogagens e chats virtuais, algumas entradas que serviriam para aprofundar as personagens, mas que acabam por ser apenas pedantes. O que deveria ser o grande diferencial do longa é justamente o que o torna mesquinho. Contudo, e obrigado Elena, eu descobri nos créditos que nem tudo estava perdido me servindo da descoberta da semana: uma nova banda em uma excelente soundtrack!
Revistando este clássico revisitei também a genialidade de George Miller em criar uma história original com personagens estranhamente críveis dentro de um universo inusitadamente punk. Nada se assemelhava a isso em 1980 e até hoje o filme carrega consigo uma originalidade tão peculiar que ainda me pego vibrando pela carnificina nerd que os noventa minutos de projeção proporcionam. Um ótimo passatempo para aqueles que como eu ainda não assistiram ao novo Mad Max, mas anseiam aburdamente por fazê-lo. Vale a pena reassitir a este um, pois os elementos que consagraram o último, estão todos aqui, deliciosamente atemporais.
A relação terna de Mackenzie com o estranho é bonita... A cumplicidade que nasce dos dois as vezes se assemelha a de um filhote arisco que corre atrás do dono com medo, confuso, mas que só tem a ele, e por isso o aceita. Esta relação de dependência e entrega é interessante de se ver e explorar no cinema, e a linguagem do filme faz uso deste conceito cativando o expectador quase quê imediatamente, contudo o filme não se aprofunda no drama da garota, nem introduz o personagem de Renne com suas perdas e significados de uma forma proveitosa, relegando ambos os protagonistas a uma relação que não vemos aprofundada embora nos sentimos obrigados e impelidos a aceitar como verdadeira. Funciona pela temática, mas falha na execução.
O filme carrega consigo uma atmosfera densa pelo desejo suplicante dos meninos de importarem para o pai, ao mesmo tempo que a solidão e a paz da ilha e do farol fazem o filme ser um convite a introspecção. O mistério e a perversidade do patriarca permeia toda a projeção e mesmo profundamente tirano e sem conhecermos detalhes do seu passado, o personagem de Hasselbond é completamente verossímil e este é o maior triunfo da obra. Um bom drama, de longos espaçamentos e poucas falas...
Um filme delicioso, sem sombra de dúvida apaixonante e com personagens pensados para serem tocantes e ternos (especialmente as crianças). A sequencia da praia é maravilhosa e ela por si só já credita à projeção credibilidade, e o plot twist no enredo é realmente emocionante, contudo - e este fica sendo minha única crítica mais construtiva a obra - o filme parece nunca se levar a sério preferindo as vias da comédia quando poderia condensar um drama muito mais harmonioso com toda a tragédia. Teria sido barbaro! Mas eu adorei o filme mesmo assim, especialmente o relacionamento da pequena Lottie com o avô... Inspirador.
"It Follows" tem com certeza a melhor trilha sonora do gênero, mas só. A obra em si imprime alguns bons momentos e até aspira profundidade em alguns colóquios bem interessantes - muitos dos quais pelos lábios da adolescente nerd que parece não ter um significado maior em toda a trama que não esse. Contudo, enquanto arte cinematográfica, o filme é muito fraco, não satisfazendo o expectador em momento algum com nada que não na excelente soundtrack. Baixem no spotify que estarão mais bem servidos.
O filme carrega consigo uma atmosfera tão misteriosa e uma direção de arte e fotografias tão genuinamente fascinantes, que isto por si só já vale a investida, contudo a projeção se estende em um suspense emocional com ramificações tão peculiares, que por diversas vezes me senti tentado a parar com o filme e correr para o livro. Talvez ainda o faça...
O filme defende a tese de que a ordem e a desordem seguem um mesmo itinerário e o conto sobre o homem que se suicida do vigésimo andar de um prédio e que, para se tranquilizar, vai repetindo andar por andar: "Até agora tudo bem, até agora tudo bem", trazendo para si a máxima de que a trajetória de uma queda não importa, somente o impacto em si, é a metáfora que permeia esta inquietante projeção sobre três jovens alienados do subúrbio de Paris, armados e sempre a um instante de sucumbirem ao ódio que dá nome e identidade ao filme. Em dias onde nossa polícia carece de moral e ética, um filme assim é um estudo de causa bem antes de ser arte.
Que valores sobrevivem ao instinto de sobrevivência? Com esta temática, "Força maior", filme sueco vencedor do Un Certain Regard no festival de Cannes em 2014 se carrega de drama e filosofia ao contar a história da desmoralização familiar frente a inquietante enquete. A filosofia central e como a avalanche afeta a existência dos protagonistas e coadjuvantes é marcada por momentos de reflexões e alívios cômicos dos mais interessantes, o que mantém a atenção do público até os créditos, em um desfecho que se não foi por tudo imprevisível, tratou de fechar a narrativa e a tese com sabedoria. Um bom filme e uma ótima reflexão!
Que filme poderoso! Acho que nunca um filme prendeu tanto a minha atenção como este "Interestellar"; o que é um feito absurdamente relevante, posto que a obra carrega em si três horas de projeção, as quais eu sequer pisquei! É complexo, intrigante, profundo, impactante, maduro, só tenho adjetivos fascinantes para descrever (e sim, anote este fascinante em um pedaço de papel e guarde-o consigo, porque é basicamente o único adjetivo que sai de sua boca ao longo da projeção, todos os demais vem depois). Os diálogos são insuperáveis, conceitos de física quântica dialogam com conceitos de amor, família, morte, tempo e espaço... O filme merece ser revisitado, e eu vou procurar material adicional, quero saber mais sobre estas teorias todas, porque tudo aqui é genial demais e por soar verossímil dentro deste ambiente de ficção científica, fico intrigado em saber de onde a equipe de roteiristas e técnicos buscaram as referências. Não é um filme fácil, mas estes mistérios todos também não o são e eu adoro brincar de desvendá-los. Parabéns Christopher Nolan, mais uma vez você flertou com a genialidade!
O novo filme de Phillipe Falardeau, que em pouquíssimo tempo se tornou um diretor incrivelmente autoral e um de meus favoritos em atividade, é bonito, humano e singelo. Não carrega a mesma genialidade de seus outros trabalhos, mas não decepciona, sendo um longa tanto político quanto poético muito convincente. Quem não conhece a obra deste diretor recomendo começar com "C'est pas moi, je le jure!" ou "Monsieur Lazhar", contudo guardem uma tarde para este singelo conto. Ainda mais por usar atores refugiados bósnios em seu hall de elenco e estes segurarem o filme com atuações seguras em momentos críveis e muito maduros. São até mesmo melhores do que os já manjados Reese Witherspoon e Corey Stoll. Vocês não vão se arrepender.
Eu tinha me esquecido de como esse filme é apaixonantemente lírico. Quantos questionamentos atemporais, que personagens maravilhosos. Reencontrar a obra máxima de Neil Jordan foi uma viagem fascinante!
Um filme honesto e belo sobre pessoas que se conectam e aceitam a mudança em suas vidas. Embora quase três horas de projeção, nem senti o tempo passar tamanha paz a que fui remetido. Belíssimo longa!
"A Teoria de Tudo" funciona muito mais como uma homenagem a maior e mais brilhante mente de nosso tempo do que como uma cinebiografia propriamente dita. Claro que o filme é um deleite visual e Eddie Redmayne teve uma das interpretações mais seguras (se não a mais) de sua carreira; mas eu esperava mais definições sobre suas inspirações, mais sobre suas teorias, mais sobre sua rejeição a Deus... Um filme assim teria feito mais jus as suas descobertas e carreira. Além do que, muito do que lemos sobre suas mulheres, principalmente a suspeita dos maus tratos que ele sofreu de sua segunda esposa foram sequer citados. Contudo não me decepcionei porque como disse este filme teve mais o intuito de homenageá-lo em vida do que explicar sua mente e trabalhos fascinantes. E como tal fez um brilhante trabalho. Mas é mediano enquanto cinema relevante.
Quarteto Fantástico
2.2 1,7K Assista AgoraDesde quando vi a enxurrada de reviews negativos a este filme por supostamente este ser "parado demais" ou "pretensioso demais" eu fiquei curiosíssimo por assistí-lo.
Acredito que o que mais tenha aniquilado parte da obra foi a intervenção dos produtores quando perceberam que a história que Josh Trank tentava contar não era por toda comercial e o que era para ser uma adaptação de uma renomada HQ estava com ares de um pretensioso filme de ficção científica.
Isto e os supostos ataques de genialidade do supracitado diretor os tiraram do filme e a própria Fox finalizou o projeto.
E aí reside minha crítica.
O que eu vou falar não leva nenhum prévio conhecimento do universo dos quadrinhos, e são apenas impressões que a obra me passou. Até a segunda metade, antes deles ganharem seus poderes tão conhecidos pelo público, o filme é muito interessante!
Ele vai bem, instiga, prepara terreno para que aconteçam as relações dos personagens e mesmo com um plot tão inverossímel, a gente compra a ideia. Isso até o acidente, depois (e acredito que resida aí a intervenção dos produtores) o filme se torna apressado demais, é visivelmente como se outra pessoa, produtor ou mesmo diretor tomasse o filme para si e apenas o terminasse.
Os cortes se tornam ruins, os personagens - tão apressados e nenhum pouco harmoniosos - perdem o pouco do encanto que tinham, a outra dimensão é pífia (poderia ser tão rica), os alicerces todos se desmancham e o filme afunda em si mesmo.
A obra precisaria se estender por mais dezenas de minutos para que fizesse mais sentido e se o fizesse, se os elementos da narrativa outrora tão lapidados não se tornassem tão obsoletos, teríamos sim um dos melhores filmes de heróis que uma produtora já produziu.
Dr. Destino é um ótimo vilão, coeso e cruel, mas com um screentime tão pequeno que chega a ser patética sua aparição, bem como suas motivações. Isso sem falar nas demonstrações dos poderes dos heróis e a sequencia final. Depois da segunda metade o filme quer apenas acabar e acaba.
Uma pena, porque mesmo e contudo, pelo ótimo trabalho na primeira hora eu ainda sim o elejo superior aos seus antecessores cinematográficos, muito por tentar ser um bom filme de ficcção científica o que na minha opinião, todo bom filme de super herói é um pouco. Uma boa ficção científica.
Olha, é uma pena mesmo...
O Homem que Virá
4.0 12"L'uomo Che Verrà" (ou o homem que virá pela tradução livre) erra em alguns pontos, mas acerta sobretudo ao colocar o expectador tão mudo e inocente em meio a uma guerra, quanto a pequena Martina de oito anos está, desde os cinco em circunstância da morte de seu pequeno irmão em seus braços. E é através do olhar cativante e mudo desta protagonista que vemos o filme, e isso não é apenas uma escolha narrativa de personalidade ou fotografia (os takes pelos olhos dela são primorosos de tão poéticos), é sim o foco de toda a projeção, uma vez que o roteiro é construído por fragmentos narrativos, as vezes fazendo pouco sentido, em outros sendo desumanamente coerentes, mas tudo sob a perspectiva da pequena, que como nós pouco ou nada entende o que se passa.
É fato que esta abordagem narrativa distancia um pouco o expectador acostumado a filmes de guerra pensados no formato tradicional onde sabemos exatamente o que são e o que esperar de cada um dos personagens, a tragédia aqui não visa transmitir nenhuma moral, é horrível e grotesca porque a guerra o foi, e pelos instantes finais, na sequencia e término geniais que tanto humanizam o título, é que percebemos que grandes heróis o instinto de sobrevivência é capaz de produzir.
"Deixe que me prendam e depois me matem, mas chega! Não podem me matar duas vezes!"
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraFE-NO-ME-NAL!!!!!!!!!
Pintora aos 4 Anos
3.7 8 Assista AgoraQuando comecei a assistir a este documentário achei que ele seria sobre o processo de criação, a rotina e a vida desta encantadora garotinha que a imprensa e o mundo da arte pintaram como um gênio prodígio.
Mas os rumos que a narrativa toma e os fundamentos filosóficos que moldam as quase uma hora e meia de projeção escondem a menina nas entrelinhas da questão suprema - o que é arte? - e expõem aspectos muito mais interessantes e relevantes deste mundo, bem como qual é o papel do artista e dos consumidores ao se pensar arte.
Neste "My kid could paint that" (em tradução livre "Minha criança também pode pintar isso" - me recuso a sequer pronunciar o título em português) a reviravolta emocional que o filme carrega já coroam a garotinha como única ao fazer com que realizemos que toda proposta artística, de um documentário, passando pela literatura e culminando em uma pintura, tudo é uma mentira que aceitamos como legítima porque nos faz sentir bem.
Mas não para por aí, da exposição desenfreada da pequena, da crise que o outrora imparcial documentarista experimenta, do choque ao retratar as facetas e minúcias do que pode vir a ser o processo criativo da garotinha, os momentos de pavoroso silêncio pelas entrelinhas do que parece que foi dito, a imprensa sempre massacrante e desleal, o marketing e o mundo moderno que faz de tudo para manter uma história viva na mente do consumidor para vender, vender e vender e sobretudo o quanto o conceito de família tende a se desmoronar quando e se exposto a uma rede de mentiras fazem o documentário um dos mais excepcionais, se não o mais excepcional que já tive o prazer de assistir.
É impressionante como o filme deixa de ser sobre a criança e passa a ser sobre os adultos que a rodeiam.
Recomendado sobretudo a todos que, como eu, estão sempre as voltas com questões fundamentais de vida e de arte.
Coração Mudo
3.5 15 Assista AgoraBille August... Sempre bom visitá-lo! Um de meus diretores favoritos continua atemporal nesse espetacular drama que faria, com toda a certeza, Ingmar Bergman sorrir orgulhoso.
A obra se desenha repleta de ótimas atuações, com um roteiro que flerta com questões de vida e de morte como poucos e reserva, aos espectadores e protagonistas, um dos dramas mais interessantes e melancólicos desta geração.
É quase como uma peça em atos que traz a simplicidade de ótimos alívios cômicos, a sagacidade de personagens memoráveis, falas e situações filosoficamente pertinentes e relevantes combinados com uma trilha sonora maravilhosamente composta para nos lembrar que laços de família, conceitos de amizade e a vida em si são muito maiores do que a morte.
Em muitos aspectos me lembrou "Invasões Bárbaras", mas com uma pitada de "O Pântano".
Naquela espera angustiante por uma tragédia que sabemos que vem, embora não saibamos bem por onde.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraSim, "Mad Max a Estrada da Furia" é tudo isso que dizem... Impressionante como George Miller reinventou o gênero que ele próprio ajudou a criar e difundir.
Em um mundo pós apocalíptico, com personagens que de tão bizarros beiram o cartunesco, tudo aqui é absurda e inesperadamente crível e o épico de guerra que se desenlaça propõe um amontoado de personagens e situações tão interessantes e originais que é simplesmente impossível não torcer e se importar com os heróis além de simpatizar com os vilões.
Se o filme peca em algum aspecto é exatamente por ser original demais e você fica decepcionado com o fato de que alguns aspectos da narrativa tem tão pouco screentime. Tudo aqui pede um spin off de tão interessante.
O tempo todo eu fiquei com a impressão de que o que Geroge Miller almejou em seu épico pós apocalítico e tribal Tolkien definiu com sua mitologia e magia místicas na terra média. É inventar e difundir um gênero totalmente novo, e dado a licença poética que separa ambos, conseguir cativar o expectador/leitor pela originalidade de um mundo a mercer de uma terrível ameaça.
Melhor longa road-movie-pós-apocalíptico-tribal-non-sense que já vi. Até porque este foi o único, só rivalizando com os clássicos homônimos da década de 80.
Corpo Celeste
3.5 11 Assista AgoraQue bela obra!
Um filme tão singular, quanto profundo, que revive o bom cinema neo-realista italiano, mas o faz com uma pegada de Lucrecia Martel, para contar a história da crença religiosa e a renovação desta para uma menina que pela inocência nega os valores e os fundamentos religiosos a sua volta, mas o faz singela, vivendo quase como se fosse uma poetisa pela sua maneira de enxergar a vida, querendo desesperadamente aceitar um Deus que, pelos homens, é constantemente desacreditado.
Nada aqui é bruto, os personagens são críveis, o alicerce em que a obra se faz e defende é firme, e por mais que possa parecer, não existe ode algum ao ateísmo, pelo contrário, Jesus é um personagem como qualquer outro, mas que pela vida e falta de amor do mundo moderno morre, e a cena que traduz isso não poderia ser melhor!
Marta é uma personagem ideal, triste e caótica na mesma proporção que ávida e curiosa, e não poderia ter sido melhor interpretada. Yle Vianelo (a atriz que interpreta a protagonista) é simplesmente maravilhosa, como poucas vezes tive o prazer de ver.
O cinema italiano está mesmo em alta, depois de "A Grande Beleza" não esperava nada tão profundo em significado quanto este "Corpo Celeste", ao menos não por um tempo.
Daqueles filmes que nos suprem e nos deixam pensativos por semanas. Querendo mais pessoas no mundo iguais a pequena Marta. Que termina por negar tudo, mas que estranhamente nos remete a uma magia absurdamente divina, unicamente por existir.
Uma Tarde Qualquer
3.5 17 Assista AgoraNachmittag, ou Entardecer, adaptação livre da peça de teatro A Gaivota, de Anton Tchekhov é um filme profundo, feito das entrelinhas e da lacuna de personagens que estão perdidos em si mesmos.
A projeção nasce da certeza de que não serão noventa minutos que nos darão a bagagem e o embasamento moral para julgar ou mesmo entender cada uma das ações dos personagens naquela casa de campo, e sem as premissas necessárias para julga-los bons ou maus, sobra apenas o deleite dos colóquios, o cenário paradisíaco e o caos que se disfarça de paz e sossego para moldar aos poucos os poucos acontecimentos de uma trama inexistente, mas não por isso menos bela.
Sem sombra de duvida, um filme para poucos, belo, autoral e tremendamente pessoal.
Aplausos
3.0 7Um filme poderoso, denso, muito bem interpretado e executado, com uma constante dramática tao intensa que a sensação de tragedia acompanha toda a projeção obrigando o expectador a sair de sua zona de conforto e presenciar os raros momentos onde o cinema deixa de ser entretenimento e passa a se tornar proposta artística.
Em uma palavra, inquietante...
Blog
1.7 5"Blog" é um filme espanhol e de estréia de Elena Trape que se, não é revolucionário como quis ser pela linguagem e perspectiva de narrativa (não há protagonistas e o filme inteiro faz uso de câmeras, webcams e chats virtuais para contar a história sobre a ótica das várias personagens), não é por todo horrível, apenas raso demais.
A alegoria da narrativa carrega consigo um plot muito interessante; o desabrochar de jovens garotas em uma era onde os meios virtuais predominam e se sobressaem a valores familiares.
O problema aqui é que as garotas são por demais descartáveis, não porque a diretora as idealizou assim, mas porque o vínculo que o filme aceita como foco narrativo não faz nada para aprofundar suas patéticas vidas que não inserir, através de vlogagens e chats virtuais, algumas entradas que serviriam para aprofundar as personagens, mas que acabam por ser apenas pedantes.
O que deveria ser o grande diferencial do longa é justamente o que o torna mesquinho.
Contudo, e obrigado Elena, eu descobri nos créditos que nem tudo estava perdido me servindo da descoberta da semana: uma nova banda em uma excelente soundtrack!
Mad Max 2: A Caçada Continua
3.8 476 Assista AgoraRevistando este clássico revisitei também a genialidade de George Miller em criar uma história original com personagens estranhamente críveis dentro de um universo inusitadamente punk.
Nada se assemelhava a isso em 1980 e até hoje o filme carrega consigo uma originalidade tão peculiar que ainda me pego vibrando pela carnificina nerd que os noventa minutos de projeção proporcionam.
Um ótimo passatempo para aqueles que como eu ainda não assistiram ao novo Mad Max, mas anseiam aburdamente por fazê-lo.
Vale a pena reassitir a este um, pois os elementos que consagraram o último, estão todos aqui, deliciosamente atemporais.
Wildlike
3.1 43 Assista AgoraA relação terna de Mackenzie com o estranho é bonita...
A cumplicidade que nasce dos dois as vezes se assemelha a de um filhote arisco que corre atrás do dono com medo, confuso, mas que só tem a ele, e por isso o aceita. Esta relação de dependência e entrega é interessante de se ver e explorar no cinema, e a linguagem do filme faz uso deste conceito cativando o expectador quase quê imediatamente, contudo o filme não se aprofunda no drama da garota, nem introduz o personagem de Renne com suas perdas e significados de uma forma proveitosa, relegando ambos os protagonistas a uma relação que não vemos aprofundada embora nos sentimos obrigados e impelidos a aceitar como verdadeira.
Funciona pela temática, mas falha na execução.
The Disciple
3.5 6O filme carrega consigo uma atmosfera densa pelo desejo suplicante dos meninos de importarem para o pai, ao mesmo tempo que a solidão e a paz da ilha e do farol fazem o filme ser um convite a introspecção.
O mistério e a perversidade do patriarca permeia toda a projeção e mesmo profundamente tirano e sem conhecermos detalhes do seu passado, o personagem de Hasselbond é completamente verossímil e este é o maior triunfo da obra.
Um bom drama, de longos espaçamentos e poucas falas...
O Que Nós Fizemos no Nosso Feriado
3.7 270 Assista AgoraUm filme delicioso, sem sombra de dúvida apaixonante e com personagens pensados para serem tocantes e ternos (especialmente as crianças).
A sequencia da praia é maravilhosa e ela por si só já credita à projeção credibilidade, e o plot twist no enredo é realmente emocionante, contudo - e este fica sendo minha única crítica mais construtiva a obra - o filme parece nunca se levar a sério preferindo as vias da comédia quando poderia condensar um drama muito mais harmonioso com toda a tragédia.
Teria sido barbaro!
Mas eu adorei o filme mesmo assim, especialmente o relacionamento da pequena Lottie com o avô... Inspirador.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista Agora"It Follows" tem com certeza a melhor trilha sonora do gênero, mas só.
A obra em si imprime alguns bons momentos e até aspira profundidade em alguns colóquios bem interessantes - muitos dos quais pelos lábios da adolescente nerd que parece não ter um significado maior em toda a trama que não esse.
Contudo, enquanto arte cinematográfica, o filme é muito fraco, não satisfazendo o expectador em momento algum com nada que não na excelente soundtrack.
Baixem no spotify que estarão mais bem servidos.
The Thirteenth Tale
3.6 16O filme carrega consigo uma atmosfera tão misteriosa e uma direção de arte e fotografias tão genuinamente fascinantes, que isto por si só já vale a investida, contudo a projeção se estende em um suspense emocional com ramificações tão peculiares, que por diversas vezes me senti tentado a parar com o filme e correr para o livro.
Talvez ainda o faça...
O Ódio
4.2 316 Assista AgoraO filme defende a tese de que a ordem e a desordem seguem um mesmo itinerário e o conto sobre o homem que se suicida do vigésimo andar de um prédio e que, para se tranquilizar, vai repetindo andar por andar: "Até agora tudo bem, até agora tudo bem", trazendo para si a máxima de que a trajetória de uma queda não importa, somente o impacto em si, é a metáfora que permeia esta inquietante projeção sobre três jovens alienados do subúrbio de Paris, armados e sempre a um instante de sucumbirem ao ódio que dá nome e identidade ao filme.
Em dias onde nossa polícia carece de moral e ética, um filme assim é um estudo de causa bem antes de ser arte.
Força Maior
3.6 241Que valores sobrevivem ao instinto de sobrevivência?
Com esta temática, "Força maior", filme sueco vencedor do Un Certain Regard no festival de Cannes em 2014 se carrega de drama e filosofia ao contar a história da desmoralização familiar frente a inquietante enquete.
A filosofia central e como a avalanche afeta a existência dos protagonistas e coadjuvantes é marcada por momentos de reflexões e alívios cômicos dos mais interessantes, o que mantém a atenção do público até os créditos, em um desfecho que se não foi por tudo imprevisível, tratou de fechar a narrativa e a tese com sabedoria.
Um bom filme e uma ótima reflexão!
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraQue filme poderoso! Acho que nunca um filme prendeu tanto a minha atenção como este "Interestellar"; o que é um feito absurdamente relevante, posto que a obra carrega em si três horas de projeção, as quais eu sequer pisquei!
É complexo, intrigante, profundo, impactante, maduro, só tenho adjetivos fascinantes para descrever (e sim, anote este fascinante em um pedaço de papel e guarde-o consigo, porque é basicamente o único adjetivo que sai de sua boca ao longo da projeção, todos os demais vem depois).
Os diálogos são insuperáveis, conceitos de física quântica dialogam com conceitos de amor, família, morte, tempo e espaço...
O filme merece ser revisitado, e eu vou procurar material adicional, quero saber mais sobre estas teorias todas, porque tudo aqui é genial demais e por soar verossímil dentro deste ambiente de ficção científica, fico intrigado em saber de onde a equipe de roteiristas e técnicos buscaram as referências.
Não é um filme fácil, mas estes mistérios todos também não o são e eu adoro brincar de desvendá-los.
Parabéns Christopher Nolan, mais uma vez você flertou com a genialidade!
O Menino e o Mundo
4.3 735 Assista AgoraEu nunca vou assistir a uma animação mais perfeita que essa...
A Boa Mentira
4.2 360 Assista AgoraO novo filme de Phillipe Falardeau, que em pouquíssimo tempo se tornou um diretor incrivelmente autoral e um de meus favoritos em atividade, é bonito, humano e singelo.
Não carrega a mesma genialidade de seus outros trabalhos, mas não decepciona, sendo um longa tanto político quanto poético muito convincente.
Quem não conhece a obra deste diretor recomendo começar com "C'est pas moi, je le jure!" ou "Monsieur Lazhar", contudo guardem uma tarde para este singelo conto.
Ainda mais por usar atores refugiados bósnios em seu hall de elenco e estes segurarem o filme com atuações seguras em momentos críveis e muito maduros.
São até mesmo melhores do que os já manjados Reese Witherspoon e Corey Stoll.
Vocês não vão se arrepender.
Entrevista Com o Vampiro
4.1 2,2K Assista AgoraEu tinha me esquecido de como esse filme é apaixonantemente lírico. Quantos questionamentos atemporais, que personagens maravilhosos.
Reencontrar a obra máxima de Neil Jordan foi uma viagem fascinante!
O Encantador de Cavalos
3.6 92Um filme honesto e belo sobre pessoas que se conectam e aceitam a mudança em suas vidas.
Embora quase três horas de projeção, nem senti o tempo passar tamanha paz a que fui remetido.
Belíssimo longa!
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista Agora"A Teoria de Tudo" funciona muito mais como uma homenagem a maior e mais brilhante mente de nosso tempo do que como uma cinebiografia propriamente dita.
Claro que o filme é um deleite visual e Eddie Redmayne teve uma das interpretações mais seguras (se não a mais) de sua carreira; mas eu esperava mais definições sobre suas inspirações, mais sobre suas teorias, mais sobre sua rejeição a Deus... Um filme assim teria feito mais jus as suas descobertas e carreira.
Além do que, muito do que lemos sobre suas mulheres, principalmente a suspeita dos maus tratos que ele sofreu de sua segunda esposa foram sequer citados.
Contudo não me decepcionei porque como disse este filme teve mais o intuito de homenageá-lo em vida do que explicar sua mente e trabalhos fascinantes.
E como tal fez um brilhante trabalho.
Mas é mediano enquanto cinema relevante.