"A segunda temporada de "Revenge" pode ser dividida em 3 partes. A primeira é muito fraca com muitos malabarismos para explicar as pontas soltas da temporada anterior e com foco na mãe de Amanda Clarke; a segunda e maior parte da temporada é muito boa e poderosa focando nos conflitos dramáticos de Emily Thorne, na ascenção de Daniel Grayson, nos planos misteriosos da Iniciativa e os dilemas entre Amanda e Jack Porter; já a terceira parte é irregular com altos e baixos, inclusive com a participação de um irmão de criação da Amanda assim como os desfechos dos planos da Iniciativa e de Conrad Grayson como candidato a governador de Nova Iorque. Os 2 episódios que fecham a temporada são marcantes, apesar do atropelo na série de eventos reservados para tão pouco tempo de desenvolvimento já que não consegue esconder certos furos. Ainda assim é uma temporada levemente superior a primeira."
“A 3ª temporada de “Walking Dead” poderia ser resumida em 9, 10 episódios talvez. A 1ª metade foi bem acima da média. A ambigüidade do Governador é muito bem estabelecida, pois ele se mostra um sujeito frio, calculista e imprevisível, mas que também seus dilemas morais e seu trauma emocional, porém gradativamente vai perdendo esta condição e se transformando num vilão genérico e caricato. Os 8 episódios iniciais são muito bem construídos e resolvidos, como os que envolvem a tortura de Glenn e Maggie, por exemplo, mas certamente o mais marcante é o que envolve o destino trágico de uma personagem feminina e que conta com uma performance intensa e delicada por parte do ator Andrew Lincoln. A parada, no entanto foi prejudicial e o que se viu depois foi uma sucessão de momentos mortos e arrastados que culminaram em um irregular episódio final. A série retomou o engodo visto na 1ª metade da 2ª temporada e ficou andando em círculos, sendo que alguns episódios funcionavam, no mínimo, isoladamente, mas não provocaram muita repercussão no universo da série, como o que marca o encontro de Rick com um personagem da 1ª temporada. O que marcou o encontro entre Rick e Governador não teve tensão alguma em função do roteiro e direção frouxos. O penúltimo episódio vale pelos 15 minutos finais com o destino trágico de outro personagem. O último foi bom, foi bom o bastante para que evitasse a minha desistência pela série, pelo menos por enquanto, pois tenho uma profunda admiração pela relação estabelecida por alguns personagens. Uma sequência deste último episódio que resume bem o que gosto na série é na sequência em que Rick questiona o filho se ele matou ou se defendeu de determinado personagem. Essa ambigüidade moral, às vezes distorcida, é o que torna a série atraente. O ponto mais fraco do episódio fica por conta da reação da equipe do Governador na fuga da prisão que é desproporcional ao que de fato acontece. Ainda assim é o final de temporada mais fraco da série (curiosamente bateu recordes de audiência nos EUA assim como as novelas globais aqui no Brasil) e as perspectivas da série, se for a de explorar mais uma vez os conflitos armados contra o Governador, não são das melhores. A série precisa de um novo fôlego, caso contrário será morte certa.”
"“Revenge” é uma série relativamente eficiente já que carrega desde a sua premissa muitos “furos” que se mostram inicialmente imperdoáveis, mas que somente ao longo dos seus 22 episódios é que vão sendo justificados. Ou não. A trama se inicia com a chegada da misteriosa Emily Thorne (Emily VanCamp) na elitista cidade de Hamptons para desenvolver seu plano de vingança contra a família Grayson. Logo, saberemos que ela, na verdade, é Amanda, filha de David Clarke (James Tupper), incriminado pelo financiamento a um ataque terrorista que culminou na morte de centenas de americanos quando ela ainda era criança. O 1º grande “furo” é que David decide montar um completíssimo e detalhadíssimo dossiê relacionado ao caso para comprovar sua inocência e a responsabilidade dos Grayson no caso como uma forma de limpar sua imagem com a filha para quando a pequena e doce Amanda atingir a maioridade e sair do reformatório onde está internada. O que é inadmissível, no entanto, é que ele o faz também para que ela pratique o dom do perdão. Oras, ele relata toda a injustiça que foi cometida contra ele, com uma riqueza de detalhes absurda e impressionante e acredita que a filha não ficará indignada, ainda mais considerando todos os problemas que ela enfrentou no reformatório, crescendo longe do pai que, senão bastasse tudo isso, foi morto dentro da cadeia. Mas, tratando-se de “Revenge”, nem tudo é o que parece, logo a premissa possui diversas pistas falsas. Logo, é necessário vista grossa a uma série de situações corriqueiras que não são muito plausíveis, mas que precisam funcionar moderadamente até que determinadas verdades venham à tona (alguns eventos com maior peso do que outros). Outro álibi extremamente conveniente para a série é representado por Nolan Ross (Gabriel Mann), um ricaço e gênio da informática que tem uma dívida de gratidão com o pai de Amanda e decide ajudá-la, porém ele funciona como uma espécie de “Deus x Machina” da série, pois sempre que existe uma situação aparentemente irreversível dentro da trama, Nolan tem alguma forma de invadir algum sistema e/ou plantar alguma informação que alivia o lado da amiga. E há de se levar em consideração que o plano de vingança está sendo arquitetado antes mesmo do início da série, ou seja, existem ações feitas por Amanda/Emily que serão descobertas somente à medida que a série avança, como construir um passado nobre e íntegro para que ninguém desconfie dela e até mesmo a troca de identidade com a verdadeira Emily Clarke. E quando determinado personagem pensa em um exame de DNA, por exemplo, descobrimos posteriormente a participação de poderosos aliados nesta jornada de vingança, inclusive um mestre do kung fu no melhor estilo “Kill Bill” (que, aliás, parece apenas mais um elemento misturado na “salada” de gêneros da série). Mas não apenas de deméritos e/ou conveniências vive “Revenge” e muito da força da série reside nos dilemas morais das 2 personagens femininas centrais: Emily (é claro) e Victoria (Madeleine Stowe), matriarca da família Grayson. Emily pode ser vista como a heroína romântica que reencontra Jack Porter (Nick Wechsler), seu amor de infância, mas que sufoca o sentimento que ainda nutre por ele para colocar em prática seu plano de vingança; ainda assim também se envolve emocionalmente com Daniel Grayson (Joshua Bowman) para se aproximar da sua família, porém estabelece uma relação estranhamente recíproca (é difícil entender até que ponto Emily está apenas usando-o ou supostamente criou um laço afetivo com o inseguro rapaz e a relação é intrigante até quando se mantém essa dúvida). Ao mesmo tempo é uma personagem feminina fria que não pensa duas vezes em manipular as pessoas ao seu redor para proteger a sua identidade, mesmo sendo pessoas que ela estima, inclusive a verdadeira Emily. Aliás, é justamente esse ponto que a coloca como uma figura muito parecida com a própria Victoria que também possui um histórico de ações morais discutíveis para manter as aparências e a integridade da sua família, inclusive abdicando da relação que teve com David Clarke e ajudando a prejudicá-lo, o que não deixa de colocá-la também como uma heroína romântica trágica. Ela carrega este pesado fardo emocional, algo que repercutiu em todas as ações de moral duvidosa que ela tomou daquele momento em diante sempre com a desculpa de manter o status e proteger a instituição familiar. É um duelo silencioso entre duas personagens complexas e bem defendidas pelas suas intérpretes. Emily VanCamp é uma jovem atriz bastante promissora que consegue conduzir a personagem com bastante leveza, trazendo sutilezas que realçam a sua meiguice, porém também consegue conferir força e personalidade marcante quando precisa se apresentar de maneira mais fria e racional. Apesar de carregar uma muleta de interpretação através de um sorriso irônico, Madeleine Stowe traz vigor a uma personagem que possui características repulsivas, mas é antes de mais nada uma mulher de natureza romântica e que se tornou amargurada e fria com o passar do tempo e a atriz conduz Victoria com estes traços de ambigüidade com extrema segurança e competência, algo que não havia sido visto até então em sua carreira. O elenco, de uma maneira geral, é bastante competente. As exceções ficam por conta de Margarita Levieva, que não consegue sustentar a falsa Amanda Clarke e o próprio roteiro, até para não rivalizar com Emily Thorne, parece muito mais interessado em explorar as fraquezas da personagem do que seus próprios conflitos emocionais, como a sua oportunidade de também ter uma 2ª chance; e Ashton Holmes, cujo personagem Tyler assume o posto de vilão coadjuvante da temporada, mas de forma extremamente canastra e a insistência dos responsáveis pela série em garantir a sua permanência (e retorno) por muitos capítulos impede que o núcleo principal avance. Inicialmente, a série fica refém da sua própria fórmula quando dá indícios que a cada episódio ficará encarregado de apresentar o plano de destruição de Emily a um determinado inimigo do pai e após a passagem de Tyler acaba finalmente se preocupando muito mais com as implicações das ações no núcleo dos Grayson (e ao menos o destino deste personagem acaba servindo como de ponto de virada para a temporada). A partir da prisão de um determinado personagem, “Revenge” reencena nos episódios finais da 1ª temporada um dilema muito parecido com o vivido pelo pai de Amanda e isso permite que ela descubra o que realmente aconteceu com ele. Existem alguns eventos que acabam não tendo muito mérito (com o surgimento de um novo amante de Victoria), mas novamente acabam sendo deixadas muitas pistas soltas para servir de gancho para a próxima temporada. É uma série que funciona, embora não esconda suas imperfeições, o que lhe confere quase que de maneira institiva o status de “guilty pleasure”."
"A 2ª temporada de “Homeland” inicia-se tratando aparentemente dos mesmos conflitos que remetem ao que foi visto na temporada anterior, mas com o mesmo clima de tensão e senso de urgência, sendo que em muitos momentos consegue ser melhor que a 1ª. Uma informante da CIA no Oriente Médio denuncia um novo possível ataque terrorista em solo americano, mas afirma que só abrirá a boca diante de Carrie que, por sinal, foi expulsa e internada em uma clínica para tratar da sua bipolaridade. Já o agora deputado Brody parece excitado com a possibilidade de concorrer à vice-presidência, mas é novamente recrutado por Abu Nazir para ajudá-lo em um novo ataque terrorista nos EUA. Não há como esconder a sensação de “déja vu” ou a impressão de “mais do mesmo”, afinal trabalha-se com motivações muito parecidas com as vistas na temporada anterior, mas os responsáveis pela série conseguem criar uma dinâmica entre os personagens que nunca soa desinteressante, especialmente pelos dilemas morais que sempre os colocam em situações-limites. A tacada de mestre dos roteiristas, no entanto, vem justamente através da impulsividade da sua personagem central já que quando Carrie é incentivada a se aproximar novamente de Brody, ela o encurrala e leva a série a outro patamar, subvertendo as motivações do antagonista. O duelo de interpretações de Claire Danes e Damian Lewis é sempre muito interessante, pois são 2 personagens riquíssimos em sua complexidade, melancolicamente românticos e inevitavelmente trágicos. Ela por se colocar entre a razão e a emoção, pois nunca duvidamos do seu interesse e obstinação em proteger o país, mas também percebemos o quanto ela sente falta de Brody e é refém do sentimento que nutre por ele; da mesma forma, ele se sente amargurado por ter traído a nação ao mesmo tempo em que se afunda cada vez mais em suas mentiras, especialmente com relação a sua família que o vê cada vez mais como um estranho no ninho. E é claro que tanto Danes como Lewis defendem seus personagens com muita competência. A série usa uma subtrama envolvendo o filho do vice-presidente e a filha de Brody para abordar os aspectos sujos do jogo político de maneira simples e eficiente, em contrapartida, é justamente um dos poucos furos da temporada. Se de um lado serve para mostrar o quanto Brody está sacrificando a sua vida pelos acordos feitos com os terroristas e com a CIA, acaba sendo um argumento que subestima a sua inteligência já que ele não se incomoda com a inevitável exposição ao dar razão para a filha (por mais prestativo que ele quisesse ser). No entanto, os dilemas principais do personagem, de maneira geral, são muito bem resolvidos. Visivelmente sob pressão, Brody acaba se tornando, ironicamente, uma bomba prestes a explodir. Gradativamente a série vai dando espaço também para um personagem inteligente e misterioso que faz parte da equipe de trabalho de Carrie e Saul, indicado pelo próprio chefão da CIA, que parece esconder suas reais motivações, o que permite um interessante jogo duplo. O que potencializa a ambigüidade do próprio Brody que nunca consegue se mostrar totalmente confiável, ainda mais quando os roteiristas decidem ilustrar a conversa entre ele e uma importante peça da célula terrorista através das suas declarações, deixando no ar aquela dúvida se aquilo realmente aconteceu da maneira como descreve. A aproximação de Abu Nazir acaba tendo uma repercussão pouco atrativa (seja com Brody, Carrie ou diante do vice-presidente) e ele acaba não sendo aquele grande personagem que se esperava, sendo apenas mais um terrorista genérico como tantos outros. O desfecho da 2ª temporada, no entanto, especialmente em seus 2 episódios finais, por se concentrar nas implicações emocionais dos eventos ajuda a humanizar ainda mais os personagens. Boa parte dos conflitos é finalizada e até sugere-se um final feliz, mas é claro que tudo serve apenas como preparação para uma reviravolta triste e apoteótica que promete levar Carrie, Brody e Saul (o sempre ótimo Mandy Patinkin) a uma nova série de implicações e dilemas morais que prometem alavancar ainda mais a série. Que venha logo a 3ª temporada!!!!"
"A 5ª e última temporada inicia-se de maneira extremamente burocrática, embora traga as conseqüências imediatas do impactante desfecho da temporada anterior e até refazendo o caminho da narrativa apresentando eventos anteriores sob uma perspectiva que não havia sido mostrada antes. A sensação que se dá, no entanto, é que resolveram usar material descartado na mesa de edição da temporada passada adicionando efeitos de edição que soam distrativos apenas para preencher um certo vazio narrativo e até ilustrando passagens que não agregam em nada ou não provocam mudança alguma (como ao mostrar Jesse encontrado o seu cigarro infectado). Se inicialmente Walter e Jesse seguem o velho propósito de procurar um novo local para fabricar as drogas (uma vez que estão falidos), o interesse inicial só se mantém intacto em função do código de ética imposto por Mike que lhe garante sobrevida assim como de seus principais comparsas do cartel. A atuação de Jonathan Banks é vigorosa o bastante para acreditarmos na sua frieza desmedida. Enquanto Jesse surge apagadíssimo, nem sendo sombra do personagem trágico e carismático das temporadas anteriores (só servindo como alívio cômico ao demonstrar idéias, a princípio, mirabolantes), Walter perdeu toda a sua ambigüidade em algum lugar entre a 4ª e a 5ª temporada. Aqui, ele assume o posto de “chefão” do tráfico de drogas tornando-se um sujeito frio e arrogante cuja postura é levada também para dentro de casa, o que enfraquece as suas poucas tentativas de evocar o homem de família que era anteriormente. Não é à toa que Skyler, mesmo sem ter a mesma postura ativa, acaba funcionando como uma espécie de presença moral dentro deste universo, funcionando como os olhos do público. Enquanto isso a série parece mais interessada em ilustrar os golpes que os dois passam a realizar para garantir vida longa aos negócios, como usar a interdição de casas para exterminar pragas. E se um episódio inteiro existe apenas para mostrar um assalto a trem, ao menos ele invoca o início da série através da figura de um garoto e sua bicicleta, servindo para ilustrar também que quando se envolve nesse tipo de negócio, impossível evitar que as mãos não fiquem sujas de sangue. E é justamente a partir deste ponto de virada que o 7º e o 8º episódios acabam sendo os mais importantes justamente por reforçar as conseqüências provocadas por uma tragédia, reforçando a natureza destrutiva de Walter que se isola e se afunda cada vez em sua ambição. Um dos melhores momentos de toda a série resulta em uma ótima sequência de 2 minutos que mostra uma série de assassinatos enquanto que Walter está em sua casa observando a passagem destes mesmos 2 minutos com uma canção leve de fundo. No final há um gancho envolvendo uma descoberta por parte de Hank que promete levar a série para um xeque-mate e a sensação que fica mesmo é que estes 8 episódios funcionaram, na verdade, como uma mini-temporada. Agora, resta aguardar os 8 derradeiros episódios que culminarão com o fim de “Breaking Bad”. Será que o Império de Walter White, vulgo Heisenberg, irá ruir?"
"A 7ª temporada de “Dexter” começou vacilante, enfraquecendo o apelo do personagem principal quando se encarrega de transformar Debra em uma espécie de babá do meio-irmão, uma atitude dos roteiristas a partir do gancho deixado pela temporada anterior que procurou se aproveitar muito mais do sentimentalismo dela. Mas a temporada ganha corpo mesmo a partir do momento que a trama envolvendo a máfia ucraniana e, especialmente, Hannah McKay (Yvonne Strahovski), a ex-namorada de um assassino condenado, passam a ter mais espaço. Isaak é um frio e brutal mafioso (ótima atuação de Ray Stevenson) e se torna uma ameaça física, real e efetiva para Dexter e ambos comportam-se como se estivessem “jogando” xadrez, um sempre tentando dar um passo na frente do outro até o inevitável momento do xeque-mate. Com relação à Hannah, os roteiristas conseguiram fazer tudo aquilo que a 5ª temporada foi incapaz ao criar um forte e autêntico interesse romântico entre ela e Dexter com muito mais profundidade e complexidade e os episódios “Chemistry” e “Argentina” são perfeitos para estabelecer esta relação entre 2 pessoas que lidam com assassinatos de forma tão casual e/ou rotineira. Além de belíssima atriz, Strahovski constrói Hannah como uma mulher altamente sedutora e em sua composição ela caminha muito bem pelas perspectivas oferecidas pela personagem, seja ao retratá-la como alguém frágil, vulnerável e traumatizada pelo passado como na pele de uma mulher fria e calculista que não hesita em eliminar quem atravessa seu caminho. Yvonne Strahovski é sem dúvida uma gratíssima revelação desta temporada (e que será muito bem-vinda nas próximas), estabelecendo a ambigüidade necessária à personagem e uma química importantíssima com Dexter para o desenvolvimento da temporada (vale registrar apenas pequenas falhas na direção que no início sempre se encarregavam de mostrar a personagem em câmera lenta que sempre se mostra um efeito altamente canastra. Outro aspecto positivo desta temporada é a maneira como os roteiristas conseguiram mesclar pequenos elementos de temporadas anteriores em meio à trama, seja tratando a respeito do BHB ou da Rita (embora a participação dos filhos desta tenha sido desnecessária), por exemplo, o que dá um senso de continuidade importante para a credibilidade e a mitologia da série. Enquanto Massuka continua sendo um ótimo alívio cômico dentro da série, Quinn e Batista seguem “perdidaços”. O primeiro é aproveitado em uma subtrama requentada que explora o seu potencial de policial corrupto enquanto se envolve com uma “stripper”; já o carisma de Batista é desperdiçado pelas mudanças de comportamento repentinas do personagem que ora fica frustrado pelo desinteresse de Debra em sua investigação, ora está mais interessado em se aposentar, ora repreende Quinn, ora prefere ser omisso às falhas de caráter do amigo, mas nunca sabemos no que realmente ele está interessado. Já a capitã LaGuerta está para esta temporada o que o sargento Doakes foi para a 2ª temporada, ou seja, a figura policial que passa a desconfiar de Dexter, porém a personagem é aproveitada esporadicamente em boa parte dos episódios apenas servindo para expor as mais variadas e exclusivas deduções que ao invés de indicar sinais de inteligência, apenas revelam que certamente ela é a personagem mais amiga dos roteiristas que se encarregaram de lhe oferecer pistas que somente ela é capaz de enxergar. A sua ação se torna mais efetiva e autêntica com o retorno do ex-capitão Mathews que a ajuda a procurar indícios mais concretos até culminar no desfecho da temporada. E por mais displicente que seja o final, afinal pontas soltas devem ser deixadas para a temporada seguinte, esta já é uma das 3 melhores de temporadas de “Dexter” por todas estas virtudes já apresentadas e por promover uma jornada emocional, complexa e trágica para Debra já que ela é que mais sofre por descobrir os segredos do seu irmão. E, gradativamente, vai se envolvendo já que se vê num complicado dilema moral em contrapartida aos sentimentos que tem por ele. E a triste contastação é que tudo indica que a série esteja cada vez mais se encaminhando para seu desfecho, afinal o cerco está fechando para Dexter, o que é uma tendência mais do que natural. Para o bem ou para o mal. E assim como o final desta temporada, o fim promete ser trágico."
"Depois da fraca temporada anterior, a 6ª temporada de “Dexter” conseguiu criar uma dinâmica extremamente atraente entre Dexter e o assassino da vez, no caso, da dupla de assassinos que utilizavam referências bíblicas sobre o Apocalipse. Apesar de uma atuação canastrona, Colin Hanks conseguiu realçar a fraqueza moral do seu personagem justamente por se deixar influenciar às vezes até de maneira estúpida. A postura de Dexter em se manter próximo por acreditar que poderia convertê-lo cria um interessante dilema, mesmo que esteja ligado diretamente ao tom adotado pelo personagem na última temporada (e tratando-se do que aconteceu na 3ª e, especialmente, na 4ª temporada, Dexter deveria ser mais frio e cauteloso para evitar que respingasse em alguém próximo). As subtramas envolvendo os personagens coadjuvantes, com exceção de Debra, continuam sendo o calcanhar de Aquiles da série, pois nunca conseguem criar o mesmo grau de interesse do núcleo principal com Dexter. Ainda assim, a temporada estava com episódios cada vez mais intrigantes até se deixar levar por um festival de bizarrices narrativas em seus 4 episódios finais que enfraqueceram boa parte do apelo até então criado. Nesse ponto inclui-se o interesse romântico de Debra pelo meio-irmão e o manjado distúrbio de personalidade do vilão principal, mostrando justamente que Hanks não tinha as qualidades necessárias para carregar um personagem daquele porte, além de algumas pequenas reviravoltas fracas. O término da temporada deixou um gancho pra lá de bacana, mas não tem como não se sentir decepcionado após essa escorregada final, mesmo que a temporada de uma maneira geral tenha sido boa."
6.5/10
TOP DEXTER 1ª TEMPORADA – 8/10 2ª TEMPORADA – 6/10 3ª TEMPORADA – 5.5/10 4ª TEMPORADA – 10/10 5ª TEMPORADA – 5/10 6ª TEMPORADA – 6.5/10
"Se existe um grande mérito na série é a maneira como ela consegue equilibrar e desenvolver as diversas linhas narrativas da trama. Não são poucas, são vários nomes envolvidos e a cadeia de eventos envolve uma complexidade envolvente, especialmente pois são povoadas por personagens em sua maioria de personalidade forte e destemida, o que torna as situações ainda mais imprevisíveis. Ela não acerta tudo, mas acerta a maior parte e muita vez com gol de placa. É inegável também que muitas subtramas são mais do que vistas nas novelas globais, mas como é uma série medieval da HBO muito bem produzida ninguém reclama. Adoro o anão, o Mindinho (não podemos chamá-lo assim...rs) e a Arya, mas aqueles tidos mais como vilões são muito bons. Vale a pena destacar uma cena em que a Rainha Regente discute poder com o Mindinho e o roteiro é maravilhoso para estabelecer a personalidade de cada um deles, a trilha sonora é discreta, mas pontua esse embate de maneira envolvente. Até o 7º episódio, sei que vou ser minoria, mas a temporada estava se saindo bem melhor que a 1ª temporada e só o fato de perderem aquele artifício barato de segurar um "twist end" já é um elogio. Mas com tantas subtramas, a série poderia facilmente se perder, mas pelo contrário, ela ilustra com competência as várias vertentes da batalha e os vários personagens, o que cada um quer e/ou tem a perder. Dinklage é o astro principal, suas cenas sempre são responsáveis pelos pontos altos da série, mas existem alguns outros duelos de diálogos que são maravilhosos, que mostra como a série é cuidadosa para construir o conflito entre os personagens, indo para outro patamar. Além do anão, gosto muito do Lorde Baelish (Mindinho) e da Cersey, justamente por serem 2 filhos da puta, e é curioso como os "vilões" fogem de qualquer estereótipo raso ou artificial, não tem um "vilão" que não seja complexo e/ou interessante. E é justamente a filhadaputagem dos "vilões" que torna ainda mais nobre a defesa dos tidos personagens "heróicos". Ao terminar de ver a 2ª temporada, fiquei um pouco desapontado. Ela estava se encaminhando muito bem, mas parece que os episódios finais não soaram como um final de temporada, é como se todas as boas idéias tivessem ficado pelo caminho. Não curto muito essa apelação sobrenatural que toma conta da série em alguns momentos e o jogo político acaba sendo muito mais interessante. Enfraqueceram a Cersey desnecessariamente lá pelo final e a sensação que fica é que todos os acontecimentos desta 2ª temporada poderiam ter sido reduzidos para meia temporada e não teria tido problema nenhum, soando muito mais como uma mera preparação para o que está por vir... soou bem anti-clímax. O gostinho que o final da 2ª temporada deixou foi amargo."
"A 4ª temporada de "Breaking Bad" foi de altíssimo nível e o que mais impressiona é a capacidade que os realizadores tiveram de trabalhar com situações-limites ao longo de toda a temporada de maneira criativa e marcante. "Alguém desta família precisa proteger a família do homem que protege esta família". Sensacional !!!! A temporada inicia-se lá em cima justamente por se encarregar de encerrar o arco dramático da temporada anterior deixando White cada vez mais enroscado com seus chefes e sua esposa enquanto que Jesse parece estabelece uma relação de pai e filho, aprendiz e tutor com o capanga de aluguel do Big Boss. Os pontos altos da temporada ficam a cargo do trio Jesse-Gus-Mike, mas ainda assim a dinâmica entre Jesse e Walter tornou-se ainda mais complexa mesmo sugerindo que estavam seguindo rumos diferentes ou até mesmo sendo colocados um contra o outro, o que não chega a ser uma novidade, mas que aqui assume contornos mais drásticos. Existem algumas passagens antológicas, como ao mostrar a morte do parceiro de Gus ou até mesmo a sua vingança. A temporada não oscilou tanto como nas 2 temporadas anteriores, mas fica evidente que os 2 últimos episódios, ironicamente, foram os mais fracos da temporada se comparados com toda a construção realizada nos episódios anteriores, valendo-se apenas pela morte de um personagem importante e o twist final. O "calcanhar de Aquiles" da temporada foram as investigações de Hank sustentadas por uma sucessão de deduções pedestres que ganhavam destaque sem que ao menos tivesse um mínimo de coerência ou lógica, valendo-se por mero achismo mesmo. Ainda assim trata-se de uma série espetacular com um elenco maravilhoso. Que dupla Walter-Jesse (Bryan-Aaron) !!!! Belíssima série !!!"
"A 3ª temporada de "Breaking Bad" começa bem abaixo do nível das temporadas anteriores, mas a partir da sua metade apresenta 3 ótimos episódios em sequência e constrói para o final um arco dramático bem tenso e amarrado, retomando a qualidade que lhe é tão característica. Depois de 2 ótimas temporadas (mais a primeira do que a segunda), o começo desta 3ª estava bem abaixo do nível visto até então e, ironicamente, foi justamente ao explorar algo pra lá de esperado que seria a descoberta do segredo de Walt pela sua esposa, mas as implicações foram muito fracas e tratadas de maneira corriqueira, colocando até mesmo a própria com um lance adultero apenas para ilustrar a idéia de que todo mundo tem segredos e/ou também faz coisas tida como erradas. E a seguir o envolvimento da esposa de Walter acaba assumindo uma conotação burocrática envolvendo lavagem de dinheiro que soa muito mais como uma idéia fraca para colocá-la dentro do negócio escuso do marido. O peso da carga dramática envolvendo a tragédia na vida do Pinkman foi reduzida a meros recados na caixa postal e posteriormente o personagem volta a agir como o velho Pinkman (sem evolução alguma), mesmo depois de um dos melhores momentos do personagem quando todo ferido confronta o ex-professor sem meias verdades. Ainda bem que os episódios 6 e 7 colocam a série novamente nos eixos e, curiosamente, colocando Hank como o centro das ações, sofrendo as consequências mais graves. De qualquer forma gosto da maneira com a série explora que as ações de Walt acabam gerando um efeito dominó e afetando diretamente a vida de outros, como o acidente de avião, a suspensão de Hank, a agressão em Pinkman e por aí vai... O arco dramático da 2ª metade da temporada é muito bem preparado, envolvendo até mesmo um garoto de 11 anos que teve uma rápida aparição logo no início da temporada, além de permitir um confronto digno dos "westerns" entre Walt e seu "patrão". Se em sua 3ª temporada "Breaking Bad" já não parece mais com um filme dos irmãos Coen, como na primeira, principalmente (não à o meu episódio preferido nesta temporada é "Fly", o da mosca justamente por ter uma estrutura simples partindo de um princípio bizarro e permitir que os personagens avaliem suas ações), ela assume um tom muito mais dramático e urgente, mas não perde em qualidade, o que acaba sendo fundamental."
"Terminei de ver a 2ª temporada de "Community". Ela demora para engrenar, alguns episódios iniciais não conseguem manter o mesmo ritmo visto na 1ª temporada, o personagem do Chang sendo deixado como aluno e as aulas de Antropologia não renderam boas piadas como o dele sendo professor de Espanhol, mas já pela metade a temporada volta aos eixos, rendendo ótimos episódios em sequência. Destaque para o do ataque zumbi, aquele que simula um jogo de RPG, o que é apresentado como um documentário, aquele que se encarrega de lembrar momentos do grupo que não fazem parte da temporada e, é claro, os dois episódios finais com mais um empolgante jogo de paintball. O elenco é imbatível, mas os meus destaques ainda ficam por conta de Annie e Abed."
"Terminei de ver a 2ª temporada de "Breaking Bad". Ela não tem a mesma pegada, ritmo e agilidade da 1ª temporada, mas ainda assim permite alguns conflitos morais interessantes, especialmente pelas atitudes/decisões do seu personagem central que são sempre as mais politicamente incorretas possíveis. Por ser uma temporada com mais episódios que a anterior, a série resolveu dar um pouco mais de destaque para personagens coadjuvantes, como a esposa Skyler (a ótima Anna Gunn), o cunhado Hank (Dean Norris) ou até mesmo a figura de um advogado canastrão e corruptível (uma inserção realizada muito mais para resolver problemas ocasionais dos personagens sem comprometê-los totalmente, uma espécie de coringa), mas as subtramas nunca mostram ao que vieram, tomando mais tempo que o necessário, logo a 2ª temporada poderia ser facilmente reduzida a menos episódios. Ainda assim, uma das especialidades de "Breaking Bad" é se utilizar de álibis frágeis que se sustentam apenas por um tempo necessário para que logo em seguida sejam descobertos e/ou revelados apenas para que se promova uma nova reviravolta e um novo ciclo se inicie. A cada episódio, Walter (o ótimo Bryan Cranston) vai se "enforcando" cada vez mais, tornando-se um sujeito mais egoísta, ganancioso, mas ainda assim capaz de preocupar-se com a família através de um código de ética e moral cada vez mais distorcido e reprovável. Ou não? Já Jesse (Aaron Paul) é a "menina dos olhos" da série, pois é o responsável por sofrer as consequências mais duras e diretas das atividades ilícitas promovidas por ele ao lado do seu sócio, ora por sua própria imaturidade, mas muito porque os responsáveis da série usam seu personagem como escudo, ou seja, eles sabem que podem bater à vontade em Jesse que ele aguenta. E o arco dramático enfrentado por ele nesta temporada pode fazer com que o personagem cresça e apareça ainda mais e melhor."
"A 1ª temporada de "American Horror Story" foi uma das melhores novidades que a televisão americana produziu em 2011. Produzida pelos responsáveis por "Nip Tuck" e "Glee", a série sabe explorar muito bem os clichês do gênero do suspense e terror, especialmente o da casa mal assombrada, transformando a vida de uma família que resolve se mudar para a "Casa Macabra". Seja através de flahsbacks que mostram o histórico de tragédias que ocorreu naquela casa ou mostrando a influência destes fantasmas do passado na vida presente da família, a série mesmo que irregular em alguns momentos, consegue extrair o melhor do potencial da proposta com um pitada exótica e bizarra, além de ser esteticamente atraente. Com um bom elenco, inclusive a revelação Taissa Farmiga, o destaque fica por conta da excelente atuação de Jessica Lange, um verdadeiro show."
"Inicialmente, o "plot" é estabelecido de maneira muito mastigada e expositiva, poucas coisas ficam sugeridas e a idéia de fazer a personagem da Claire Daines utilizar anti-psicóticos a enfraquecem um pouco, pois poderiam apostar nesta paranóia dela sem usar o recurso da medicação. Mas, ainda assim, o clima de paranóia funciona, além de servir de forma eficiente como uma trama envolta em espionagem em que pequenos detalhes fazem toda a diferença. A série é consistente, sabe o que quer, sabe explorar o potencial da premissa, tem bons personagens (meu preferido é o Saul), tem um bom elenco, não é apenas retrito a investigação em si, mas também funciona como um drama familiar, um drama de personagens, ou seja, tem muito mais atributos do que pode aparentar. Os conflitos na família de Brody em nenhum momento soam pedantes e sim extremamente pertinentes dentro da proposta, afinal existe o impacto familiar, seja o desconforto do filho diante do pai (ele ao invés de abraçá-lo, simplesmente informa que é um prazer conhecê-lo, afinal trata-se de uma figura estranha, embora seu pai) ou até mesmo a carência emocional e afetiva da sua esposa (que vivia um momento de extrema satisfação com o melhor amigo do marido, mas que teve que deixar de lado para investir na sua figura de esposa já que ele voltou pra casa). E se a princípio a possibilidade de um "affair" entre suspeito e investigadora soaria clichê demais, o que mais me chama a atenção é o que esse interesse revela sobre ambos os personagens: isso mostra como ela é capaz de levar até as últimas consequências as suas suspeitas e com isso até mesmo se deixar envolver com um potencial terrorista (e o sorriso dela ao perceber que ele foi fisgado é instigante); e ele em meio a toda ambiguidade em que foi construído, tentando se equilibrar entre aquilo que seria uma perturbação normal de um ex-combatente ou um sujeito claramente com intenções escusas, também se deixa levar pelo flerte dela (e o sorriso dele ao perceber que ela foi fisgada é instigante). Lá pela metade da temporada, a série subverte a ordem das coisas, pelo menos aparentemente. A 1ª temporada sempre se mostrou muito inteligente, dinâmica e criativa. Em determinado momento, o interesse por Tom Walker nem se compara com o que tivemos com Brody, mesmo sabendo que este último não estava totalmente isento. Ainda assim, a série merece respeito pela competência com que constrói e desconstrói e reconstrói os arcos dramáticos de Carrie, Saul e Brody e esse aspecto humano que se aprofunda tão intimamente no universo de vida deles é o que acaba fazendo tanta diferença a favor da série. A base construída até então nunca permitiu que a série perdesse o apelo e a complexidade dos personagens a sustenta dignamente, como os questionamentos morais de Carrie já que, por exemplo, os dois lados de uma guerra só são considerados inimigos pura e simplesmente porque foram apresentados desta forma. Apesar de algumas colocações extremamente expositivas e maniqueístas (como o discurso do vice-presidente evidenciando uma clara mentira) que enfraquecem a proposta, os responsáveis da série mostram que muito mais do que saberem aonde querem chegar, a cada semana, eles mostraram que souberam curtir os caminhos, as perspectivas que a premissa possibilitava, a ambiguidade sempre esteve presente a todo momento. E como cresceu e amadureceu Claire Daines nesta série. Em nenhum de seus filmes, ela tinha conseguido se mostrar uma atriz tão competente como demonstrou em "Homeland", tudo bem que a personagem é riquíssima, é de uma complexidade melancólica autêntica e muito bem sustentada pelo roteiro, mas o trabalho da atriz é admirável. Uma das passagens que revela essa competência da atriz e série é quando Carrie ao som do elegante jazz de Miles Davies prepara um jantar romântico pela visita de Brody, os diálogos que seguem são frios, ele a deixa sozinha, a mesma melodia, do mesmo jazz já ambienta a cena com um tom muito mais triste e melancólico, mas a tacada de mestre é intercalar este momento com a noite solitária de Saul que "casa" perfeitamente com o futuro de Carrie, como se estivéssemos acompanhando o que está reservado à ela pelo estilo de vida e pelo fardo da profissão que ela tem. E Damian Lewis também sabe muito bem o que fazer com o belíssimo personagem que tem em mãos. E se ao longo da série, ele soube muito bem conduzir essa ambiguidade do personagem, mesmo com o apelo clichê promovido pela figura de uma criança na sua trajetória e mesmo que ele deixe claro realmente está obcecado a assumir um determinado papel antagônico, ele não deixa em nenhum momento de apresentar um semblante tenso e carregado que demonstra o "peso" da dúvida que ele carrega de seguir em frente ou não com o plano. A tensão está presente do início ao fim da 1ª temporada de "Homeland" e o último episódio consegue condensar e sintetizar a proposta de toda a série que é a de explorar uma trama envolvendo terrorismo, mas sem deixar de explorar a carga dramática que acompanha seus personagens centrais. Particularmente faço apenas ressalva com relação a importância dada à filha de Brody para a conclusão do plano que, apesar de sustentar a proposta intimista, me pareceu uma jogada um tanto quanto sentimentalóide do roteiro, mas ainda assim a expectativa construída até ali foi crescente e a tensão foi se tornando cada vez mais sufocante, como se estivéssemos na pele de Brody (não é à toa que a câmera nunca apresentou tantos closes dele como neste episódio) e no final das contas, o resultado se mostrou eficiente por permitir que a conspiração se tornasse ainda maior (e de fato a "vingança pessoal" se mostrava mais preponderante do que a idéia). Bom e o desfecho da Carrie foi algo lindamente triste, pois trata-se de uma personagem que sempre esteve no seu limite (adoro quando Saul diz que ama o cérebro dela), nunca deixando de ser astuta e antevendo o que somente a loucura às vezes é capaz de ilustrar (e ver em seus últimos instantes, ela chegando a mais uma brilhante dedução lógica só a torna ainda mais íncrivel). Um final de temporada que só faz jus ao alto nível que a mesma apresentou ao longo de seus 12 episódios."
"Eu terminei de ver a 1ª temporada de "Community" e é claro que com 24, 25 episódios, a série invariavelmente passaria por uma certa oscilação, mas aqui, ela não chega a ser abrupta já que mantém uma boa pegada durante boa parte da temporada e apenas em alguns episódios, algumas das subtramas não conseguiam ter o mesmo apelo do que outras, mas o meu destaque fica por conta do episódio que mostra o Abed de Batman, o do filme de máfia (o melhor de todos) e o do paintball. Passei a me simpatizar mais pelo casal Jeff e Brita, mas adoro os coadjuvantes, seja o Chevy Chase, voltando à ativa, o professor chinês (Ken Jeong, rouba as cenas assim como em "Hangover" e vice-versa), Annie, a menina lindinha e nerd, o Abed que é um alívio cômico perfeito, enfim... todos os estereótipos sendo revisitados com muito bom humor e as sacadas ao universo pop, especialmente ao cinema são hilárias em sua maioria."
"O arco dramático da 1ª temporada de "Breaking Bad" é fantástico já que foge do convencional embora trate da jornanda do homem comum inserido em situações cada vez mais críticas e bizarras. A série se encarrega de colocar o professor Walter White (Bryan Cranston) já envolvido na confusão provocada pelo seu ex-aluno (Aaron Paul) e somente lá pelo 3º, 4º capítulo é que existe a preocupação de humanizá-lo, aprofundar-se nas suas motivações, o que só torna a temporada ainda mais encorpada para provocar o ponto de virada responsável pelo clímax nos episódios finais. A temporada toda lembra um filme dos irmãos Coen tamanha a perfeição na combinação entre o humor negro e o drama. Bryan Cranston está impecável em sua atuação !!! Anna Gunn rouba as cenas na pele de esposa do professor também. E os químicos de plantão irão adorar também...rs. As referências são muitas vezes diretas, mas permite algumas abordagens filosóficas envolvendo a composição química do ser humano e o que nos torna humanos."
"Um início totalmente desinteressante. Nada se salva. Íncrivel como há um salto de 1 ano na história e os roteiristas não foram capazes de criar nada de relevante na série. Nem parece a mesma série. As poucas boas idéias não chega aos pés dos melhores momentos da série. Ouvir diálogos como "Você não me lamberia se não me amasse" é algo constrangedor, íncrivel como descartaram a personagem da Evan Rachel Wood de maneira tão patética. Depois de um começo de temporada bastante fraco, do 3º ao 5º episódio "True Blood" parece revelar que tem bom potencial, especialmente no que envolve os vampiros e os bruxos. Felizmente eles descartaram a baboseira das fadas (Eric sugou a participação da fada-madrinha), por essa coisa de magia negra, mas especialmente essa mudança de comportamento de Eric favoreceram o ritmo da série enquanto que Bill parece que finalmente retoma os conflitos com Sookie e Eric. O Jason é uma espécie de alívio cômico da série, só pode ser. A Tara mais perdidaça do que nunca. A partir do 6º episódio da 4ª temporada atinge o seu melhor momento. Todos os núcleos funcionando muito bem tendo eventos com um mínimo grau de interesse, levando a história de cada um para frente e deixando no ar conflitos interessantes a serem desenvolvidos na 2ª metade da temporada. A mudança de personalidade do Eric foi marcante, mas logicamente que esta mudança foi fundamental para que ele se tornasse alguém atraente para entrar no triângulo amoroso e a Sookie baixasse a guarda. A temporada estava numa escalada crescente extremamente empolgante, mas o romance entre Sookie e Eric passou a dar sinais de cansaço no sentido do romantismo (amor debaixo da neve??? berghhhh... isso me pareceu tão "Crepúsculo" pra maiores). A partir do 10º episódio, a temporada passou a ir ladeira abaixo. Esperava um pouco mais do retorno do Eric original, do jeito que ficou, é como se praticamente nada tivesse acontecido, além do que é muito conveniente pra série que Sookie tenha toda a sua preocupação por Bill justamente quando Eric volta ao normal. Antes até trepando na neve eles estavam, agora o mundo dela não seria o mesmo sem o Rei. O apelo do trio precisa se recuperar. O apelo das vilãs foi enfraquecido pelas tentativas de perdoar Antonia e demonizar a Marmie e transformando-as nas vilãs sem coração da temporada. O final de Sam e Tommy foi válido embora há de se condenar um pouco da realização (Alcide chega a chamar a atenção de Sam pq o irmão está "partindo", como se isso fosse possível de ser antecipado no leito de morte). Os vampiros sendo forçados a ir de encontro à proteção invisível consegue ser uma idéia ainda mais fraca do que serem presos pelas correntes de prata. Incrível como conseguiram destruir todo o potencial de Marnie e Antonia. Se inicialmente Antonia era o espírito vingativo, tentaram mudar a ordem das coisas no meio do caminho, transformando Marnie numa lunática e no final das contas não sobra nada, duas personagens que tinham potencial e que foram enfraquecendo até não restar mais nada. E como a personagem Sookie foi fraca nesta temporada, me parece que a fonte secou... A 4ª temporada começou capengando, deu um salto de criatividade incrível, criou boas expectativas e fez questão de frustá-las uma a uma. Espero que a cena final realmente tenha o resultado que se espera dela. Como final de temporada foi frustrante porque se o clímax do capítulo anterior foi nulo, o que se tentou investir neste capítulo relacionado a trama das bruxas foi novamente um engodo. Dispensável, mas pelo menos lá se foi um personagem pelo caminho. Na verdade, se existe uma virtude no episódio final é a maneira como forçadamente ou não, remete a um certo clima nostálgico e invoca alguns personagens que, vejam só, fizeram parte de temporadas anteriores. Sim, alguns personagens morrem, outros voltam. E dentro dessa ótica, o episódio acaba funcionando muito mais como um episódio de estréia do que um final de temporada como se estivessem pedindo desculpas pelos erros cometidos e pedindo mais uma chance pra retomar o caminho. Ou seja, embora como final de temporada seja frustrante em vários sentidos (nunca Eric e Bill se tornaram presas tão fáceis, apesar do ótimo momento "nós não somos cachorrinhos" - a conferir) e tenha arrastado mais do que o necessário em situações desinteressantes, eis que uma série de pontas soltas são deixadas com bom potencial para recuperar o tempo perdido. Personagens de temporadas anteriores retornam e acho que existe a possibilidade de que a série que vem se mantendo com altos e baixos, nem sempre na mesma proporção, vale a pena dizer, consiga recuperar o seu frescor perdido ao final da 1ª temporada. Talvez o melhor da 4ª temporada tenha sido justamente isso fazer nos lembrar o quanto haviam coisas boas nas temporadas anteriores, especialmente na 1ª temporada. Não chega a ser muita ansiedade, mas estarei aguardando a 5ª temporada. O terreno foi preparado pelo que foi visto no último episódio desta 4ª temporada."
"Terminei de ver a 1ª tempora de "Game Of Thrones" e realmente é uma série poderosa. Não querendo me contradizer, porém por melhor produzida que seja falta a série um melhor acabamento, um refinamento melhor, uma edição mais caprichada no trabalho de adaptação. Logicamente que estou especulando já que não li os livros, mas é nítido na série que existem saltos de tempo na narrativa, cortes de um núcleo para o outro e as narrativas acabam recebendo enfoques muitas vezes irregulares ao longo da série e/ou durante um determinado episódio ou outro. A trama tem aquela pegada shakesperiana, meio tragédia grega, o que é bom, meio novela global medieval, o que é mal, mas ainda assim uma série que se mostra bastante digna e competente. Sean Bean está soberano e maravilhoso, mas os meus destaques vão para o anão Dinklage, um personagem debochado e provocador que consegue se destacar apesar de sua perceptível desvantagem física; a garota capetinha, filha mais nova do personagem de Bean que rouba todas as cenas em que está presente; e o tal do bastardo tende a ter uma trajetória heróica bem mais interessante que os demais. Pontos fracos ficam por conta do álibi usado para a mãe passar a desconfiar da família da rainha e do casal formado pelo selvagem e pela donzela se entenderem rapidamente demais, esperava um pouco mais de conflito. A série mantém um nível muito bom ao longo da temporada, mas ainda não atingiu um nível totalmente acima da média embora tenha momentos que chegue muito próximo, como no diálogo entre rei e rainha sobre o sentimento que nutrem ou nutriam um pelo outro. As passagens relacionadas ao torneio ou ligadas ao julgamento do anão me soaram burocráticas ("enchendo linguiça"). A donzela tem se revelado uma personagem das mais interessantes, de forma crescente, tem se tornando uma figura feminina de personalidade bem marcante. O bastardo ficou um pouco fora de ação lá pela metade, mas o anão e a pentelinha continuam roubando a cena. O 7º episódio reserva alguns diálogos que soam como verdadeiros duelos e reservam bons discursos. Mindinho também vinha chamando a atenção pela sua ambiguidade, personagem interessante este. Infelizmente, não consigo fazer como o Neo e soltar um sonoro "Wow" para o que vejo, mas ainda assim é uma série, em linhas gerais, competente com um grupo de personagens centrais belíssimos em sua complexidade, ambiguidade, honra, caráter, enfim, o quebra-cabeça montado vale muito mais pelas suas peças, pela maneira como elas se encaixam do que propriamente pelo todo. É muito mais um filme sobre política, heranças hereditárias e tragédias familiares do que propriamente uma série medieval de guerra/ação/aventura. Drama shakesperiano, tragédia grega, novela global medieval e um toque de Dan Brown já que os capítulos por mais regulares que fossem sempre traziam um evento importante/chocante/relevante no final que engrandecia o que acontecia anteriormente. O anão e a pentelinha seguem como meus personagens preferidos, não deixando pra trás Stark (a sua participação final foi de cortar o coração), Mindinho e o bastardo quase-desertor. Um ou outro episódio foram acima da média, mas todos se mantiveram numa média muito boa, porém não tem como não reconhecer os muitos méritos e virtudes da série como um todo e talvez por isso é que se encare ela como algo bem superior à concorrência."
"A 5ª temporada de "Dexter" seria realmente defensável se os seus dois últimos episódios não fossem tão fracos, especialmente o último em particular. O desfecho do envolvimento de Quinn na morte do policial então foi algo tenebroso se considerarmos que uma série de circunstâncias foram ignorada por pura displicência, apenas pela idéia cômoda de que Dexter o acobertou, o que levantaria uma série de outras circunstâncias (algo que se resolve com o "final feliz" da temporada e, mesmo que seja retomado na próxima temporada, se mostra um falha monstruosa). Lumen até funciona como interesse romântico de Dexter, especialmente quando o plot se confirma de que ela não o vê como um monstro, mas é só. A personagem não tem força o bastante para dividir cena com ele, Julia Stiles até funciona para o drama, mas não tem muito repertório para segurar a personagem e torná-la mais atraente. A postura de Debra diante dos vigilantes até se mostra compreensível (não é algo que me incomodou tanto que gostei da cena dos três no local do crime), mas se mostraria mais justificável se Lumen da noite pro dia não se "transformasse" em um ser sem seu passageiro da noite, o que é pra lá de conveniente. Angel acabou ficando apagadíssimo durante a temporada, embora seu intérprete seja sempre carismático. LaGuerta dá sinais de desgaste já que sua postura que sempre fica na balança entre o bem e o mal sempre trabalha nos extremos, não funcionando como aquele tipo de personagem ambíguo, apenas atende as necessidades imediatas do roteiro. Se para Dexter foi uma temporada em banho-maria (Michael C. Hall tem uma passagem um tanto quanto normal) ao menos parece que Debra (e Carpenter) reforça sua presença de cena. Um ótimo episódio inicial que pega carona na excelente temporada anterior, uma primeira metade de temporada sofrível, 3 bons episódios em sequências e dois episódios finais bem fracos. Esta foi a 5ª temporada de Dexter."
"A 4ª temporada é brilhante, pois todos os episódios conseguem manter um nível acima da média, oscilando entre excelentes e outros muito bons. Se inicialmente o envolvimento entre Angel e LaGuerta soava uma desculpa para dar alguma ação aos dois personagens, logo o carisma dos personagens (e dos atores) cumpriu sua missão. Quin acaba soando um pouco deslocado entre uma variação do papel de Debra na 1ª temporada e o do Roakes na 2ª. O elo dramático ganha força já que se assemelha com a do seu grande amor e também envolve a sua família. E Dexter é o exemplar marido suburbano e serial killer. Porém, se não bastasse esse contexto tão típico do "american way of life" com a pitada fria e exótica do personagem, ainda temos Trinity, um serial killer à altura de Dexter que simplesmente funciona como uma adversário e professor, oferecendo a possibilidade de um futuro alternativo do que poderia ser a vida de Dexter se ele não definir suas prioridades e/ou seguir o código de Harry. A temporada se encerra de maneira chocante, angustiante. Pra deixar qualquer um sem fôlego e amargurado. Uma temporada brilhante!!!!"
"A 1ª temporada de "The Walking Dead" consegue ser bastante regular, mas alcança seus pontos altos, especialmente no 4º episódio que consegue sintetizar perfeitamente o que pode haver de melhor em uma série com seres humanos e zumbis. A produção e direção de Frank Darbont (em alguns episódios) consegue fazer com que a narrativa seja muito fluida e dinâmica e se inicialmente a história tende a se resumir no mero exercício de sobrevivência, a partir do momento em que os núcleos dos personagens se encontram, alguns bons dilemas dramáticos se chocam. O desfecho é apenas satisfatório, prejudicado muito mais em função da curta temporada do que propriamente por deméritos já que as interrogações sobre as investigações da contaminação receberam um tratamento econômico, porém eficiente já que não perde tempo com explicações desnecessárias."
"A 3ª temporada de Dexter foi decepcionante. Boa parte da temporada é tão desconectada do nível e do estilo apresentado nas temporadas anteriores que a sensação que se dá é que a temporada foi afetada por alucinógenos já que a série dá sinais de querer funcionar como uma paródia de si mesma. Muitos podem alegar que se trata de uma mudança radical, afinal Dexter deixou de lado o código de Harry, porém a maior possibilidade é de falta de bom senso, especialmente dos roteiristas que o transformaram em um assassino comum e desinteressante, capaz até mesmo de se tornar capacho de um promotor público. O 4º episódio é "redondinho", apesar de ser abaixo da média. O 7º episódio vale a pena pelas implicações da relação entre Dexter e Camilla, mas a série só volta ao seu bom nível nos 3 últimos episódios que são bons o bastante para mostrar que nada apresentado na temporada anteriormente valia a pena. Sem comentar que o assassino da temporada é uma piada."
"As virtudes da primeira temporada se mantém praticamente intactas nesta segunda temporada, embora tenha algumas ressalvas com relação à humanização e/ou endeusamento eventual da figura de Dexter. Como na temporada anterior, os núcleos secundários são muito fracos pra rivalizar com o personagem principal. A irmã, por exemplo, é praticamente é uma adolescente com uniforme de policial. Os capítulos finais são tensos, mas muito da sua tensão se deve a um furo imperdoável (Doakes precisava ir para o Haiti procurar um laboratório????), mas o carisma e o charme do personagem central permanecem irresístiveis. Uma boa temporada, embora inferior à primeira."
"A 3ª temporada seria mediana se não fosse pelos seus 4 decepcionantes capítulos finais. A série acertou ao investir em boa parte da temporada em núcleos de ação separados entre Sookie e Bill, o que permitiu da parte dela o envolvimento com o núcleo dos lobisomens (embora não tenha gerado nenhum conflito interessante) e da parte dele o envolvimento com o vampiro aristocrata Russel (este sim o personagem mais interessante da temporada). Enquanto isso o marasmo predomina em Bon Temp, investindo mais tempo do que se devia nos conflitos familiares de Sam, nas neuroses de Tara e na estupidez dessa vez irritante de Jason. Depois de um 8º episódio de alto nível, a série desandou, perdeu o rumo e sofreu para concluir as poucas pontas soltas que restaram nas subtramas, ainda reservando uma surpresa pra lá de frágil sobre a raça de Sookie."
Revenge (2ª Temporada)
4.2 649"A segunda temporada de "Revenge" pode ser dividida em 3 partes. A primeira é muito fraca com muitos malabarismos para explicar as pontas soltas da temporada anterior e com foco na mãe de Amanda Clarke; a segunda e maior parte da temporada é muito boa e poderosa focando nos conflitos dramáticos de Emily Thorne, na ascenção de Daniel Grayson, nos planos misteriosos da Iniciativa e os dilemas entre Amanda e Jack Porter; já a terceira parte é irregular com altos e baixos, inclusive com a participação de um irmão de criação da Amanda assim como os desfechos dos planos da Iniciativa e de Conrad Grayson como candidato a governador de Nova Iorque. Os 2 episódios que fecham a temporada são marcantes, apesar do atropelo na série de eventos reservados para tão pouco tempo de desenvolvimento já que não consegue esconder certos furos. Ainda assim é uma temporada levemente superior a primeira."
7.5/10
The Walking Dead (3ª Temporada)
4.1 2,9K“A 3ª temporada de “Walking Dead” poderia ser resumida em 9, 10 episódios talvez. A 1ª metade foi bem acima da média. A ambigüidade do Governador é muito bem estabelecida, pois ele se mostra um sujeito frio, calculista e imprevisível, mas que também seus dilemas morais e seu trauma emocional, porém gradativamente vai perdendo esta condição e se transformando num vilão genérico e caricato. Os 8 episódios iniciais são muito bem construídos e resolvidos, como os que envolvem a tortura de Glenn e Maggie, por exemplo, mas certamente o mais marcante é o que envolve o destino trágico de uma personagem feminina e que conta com uma performance intensa e delicada por parte do ator Andrew Lincoln. A parada, no entanto foi prejudicial e o que se viu depois foi uma sucessão de momentos mortos e arrastados que culminaram em um irregular episódio final. A série retomou o engodo visto na 1ª metade da 2ª temporada e ficou andando em círculos, sendo que alguns episódios funcionavam, no mínimo, isoladamente, mas não provocaram muita repercussão no universo da série, como o que marca o encontro de Rick com um personagem da 1ª temporada. O que marcou o encontro entre Rick e Governador não teve tensão alguma em função do roteiro e direção frouxos. O penúltimo episódio vale pelos 15 minutos finais com o destino trágico de outro personagem. O último foi bom, foi bom o bastante para que evitasse a minha desistência pela série, pelo menos por enquanto, pois tenho uma profunda admiração pela relação estabelecida por alguns personagens. Uma sequência deste último episódio que resume bem o que gosto na série é na sequência em que Rick questiona o filho se ele matou ou se defendeu de determinado personagem. Essa ambigüidade moral, às vezes distorcida, é o que torna a série atraente. O ponto mais fraco do episódio fica por conta da reação da equipe do Governador na fuga da prisão que é desproporcional ao que de fato acontece. Ainda assim é o final de temporada mais fraco da série (curiosamente bateu recordes de audiência nos EUA assim como as novelas globais aqui no Brasil) e as perspectivas da série, se for a de explorar mais uma vez os conflitos armados contra o Governador, não são das melhores. A série precisa de um novo fôlego, caso contrário será morte certa.”
6.5/10
Revenge (1ª Temporada)
4.3 824 Assista Agora"“Revenge” é uma série relativamente eficiente já que carrega desde a sua premissa muitos “furos” que se mostram inicialmente imperdoáveis, mas que somente ao longo dos seus 22 episódios é que vão sendo justificados. Ou não. A trama se inicia com a chegada da misteriosa Emily Thorne (Emily VanCamp) na elitista cidade de Hamptons para desenvolver seu plano de vingança contra a família Grayson. Logo, saberemos que ela, na verdade, é Amanda, filha de David Clarke (James Tupper), incriminado pelo financiamento a um ataque terrorista que culminou na morte de centenas de americanos quando ela ainda era criança. O 1º grande “furo” é que David decide montar um completíssimo e detalhadíssimo dossiê relacionado ao caso para comprovar sua inocência e a responsabilidade dos Grayson no caso como uma forma de limpar sua imagem com a filha para quando a pequena e doce Amanda atingir a maioridade e sair do reformatório onde está internada. O que é inadmissível, no entanto, é que ele o faz também para que ela pratique o dom do perdão. Oras, ele relata toda a injustiça que foi cometida contra ele, com uma riqueza de detalhes absurda e impressionante e acredita que a filha não ficará indignada, ainda mais considerando todos os problemas que ela enfrentou no reformatório, crescendo longe do pai que, senão bastasse tudo isso, foi morto dentro da cadeia. Mas, tratando-se de “Revenge”, nem tudo é o que parece, logo a premissa possui diversas pistas falsas. Logo, é necessário vista grossa a uma série de situações corriqueiras que não são muito plausíveis, mas que precisam funcionar moderadamente até que determinadas verdades venham à tona (alguns eventos com maior peso do que outros). Outro álibi extremamente conveniente para a série é representado por Nolan Ross (Gabriel Mann), um ricaço e gênio da informática que tem uma dívida de gratidão com o pai de Amanda e decide ajudá-la, porém ele funciona como uma espécie de “Deus x Machina” da série, pois sempre que existe uma situação aparentemente irreversível dentro da trama, Nolan tem alguma forma de invadir algum sistema e/ou plantar alguma informação que alivia o lado da amiga. E há de se levar em consideração que o plano de vingança está sendo arquitetado antes mesmo do início da série, ou seja, existem ações feitas por Amanda/Emily que serão descobertas somente à medida que a série avança, como construir um passado nobre e íntegro para que ninguém desconfie dela e até mesmo a troca de identidade com a verdadeira Emily Clarke. E quando determinado personagem pensa em um exame de DNA, por exemplo, descobrimos posteriormente a participação de poderosos aliados nesta jornada de vingança, inclusive um mestre do kung fu no melhor estilo “Kill Bill” (que, aliás, parece apenas mais um elemento misturado na “salada” de gêneros da série). Mas não apenas de deméritos e/ou conveniências vive “Revenge” e muito da força da série reside nos dilemas morais das 2 personagens femininas centrais: Emily (é claro) e Victoria (Madeleine Stowe), matriarca da família Grayson. Emily pode ser vista como a heroína romântica que reencontra Jack Porter (Nick Wechsler), seu amor de infância, mas que sufoca o sentimento que ainda nutre por ele para colocar em prática seu plano de vingança; ainda assim também se envolve emocionalmente com Daniel Grayson (Joshua Bowman) para se aproximar da sua família, porém estabelece uma relação estranhamente recíproca (é difícil entender até que ponto Emily está apenas usando-o ou supostamente criou um laço afetivo com o inseguro rapaz e a relação é intrigante até quando se mantém essa dúvida). Ao mesmo tempo é uma personagem feminina fria que não pensa duas vezes em manipular as pessoas ao seu redor para proteger a sua identidade, mesmo sendo pessoas que ela estima, inclusive a verdadeira Emily. Aliás, é justamente esse ponto que a coloca como uma figura muito parecida com a própria Victoria que também possui um histórico de ações morais discutíveis para manter as aparências e a integridade da sua família, inclusive abdicando da relação que teve com David Clarke e ajudando a prejudicá-lo, o que não deixa de colocá-la também como uma heroína romântica trágica. Ela carrega este pesado fardo emocional, algo que repercutiu em todas as ações de moral duvidosa que ela tomou daquele momento em diante sempre com a desculpa de manter o status e proteger a instituição familiar. É um duelo silencioso entre duas personagens complexas e bem defendidas pelas suas intérpretes. Emily VanCamp é uma jovem atriz bastante promissora que consegue conduzir a personagem com bastante leveza, trazendo sutilezas que realçam a sua meiguice, porém também consegue conferir força e personalidade marcante quando precisa se apresentar de maneira mais fria e racional. Apesar de carregar uma muleta de interpretação através de um sorriso irônico, Madeleine Stowe traz vigor a uma personagem que possui características repulsivas, mas é antes de mais nada uma mulher de natureza romântica e que se tornou amargurada e fria com o passar do tempo e a atriz conduz Victoria com estes traços de ambigüidade com extrema segurança e competência, algo que não havia sido visto até então em sua carreira. O elenco, de uma maneira geral, é bastante competente. As exceções ficam por conta de Margarita Levieva, que não consegue sustentar a falsa Amanda Clarke e o próprio roteiro, até para não rivalizar com Emily Thorne, parece muito mais interessado em explorar as fraquezas da personagem do que seus próprios conflitos emocionais, como a sua oportunidade de também ter uma 2ª chance; e Ashton Holmes, cujo personagem Tyler assume o posto de vilão coadjuvante da temporada, mas de forma extremamente canastra e a insistência dos responsáveis pela série em garantir a sua permanência (e retorno) por muitos capítulos impede que o núcleo principal avance. Inicialmente, a série fica refém da sua própria fórmula quando dá indícios que a cada episódio ficará encarregado de apresentar o plano de destruição de Emily a um determinado inimigo do pai e após a passagem de Tyler acaba finalmente se preocupando muito mais com as implicações das ações no núcleo dos Grayson (e ao menos o destino deste personagem acaba servindo como de ponto de virada para a temporada). A partir da prisão de um determinado personagem, “Revenge” reencena nos episódios finais da 1ª temporada um dilema muito parecido com o vivido pelo pai de Amanda e isso permite que ela descubra o que realmente aconteceu com ele. Existem alguns eventos que acabam não tendo muito mérito (com o surgimento de um novo amante de Victoria), mas novamente acabam sendo deixadas muitas pistas soltas para servir de gancho para a próxima temporada. É uma série que funciona, embora não esconda suas imperfeições, o que lhe confere quase que de maneira institiva o status de “guilty pleasure”."
7/10
Homeland: Segurança Nacional (2ª Temporada)
4.5 525 Assista Agora"A 2ª temporada de “Homeland” inicia-se tratando aparentemente dos mesmos conflitos que remetem ao que foi visto na temporada anterior, mas com o mesmo clima de tensão e senso de urgência, sendo que em muitos momentos consegue ser melhor que a 1ª. Uma informante da CIA no Oriente Médio denuncia um novo possível ataque terrorista em solo americano, mas afirma que só abrirá a boca diante de Carrie que, por sinal, foi expulsa e internada em uma clínica para tratar da sua bipolaridade. Já o agora deputado Brody parece excitado com a possibilidade de concorrer à vice-presidência, mas é novamente recrutado por Abu Nazir para ajudá-lo em um novo ataque terrorista nos EUA. Não há como esconder a sensação de “déja vu” ou a impressão de “mais do mesmo”, afinal trabalha-se com motivações muito parecidas com as vistas na temporada anterior, mas os responsáveis pela série conseguem criar uma dinâmica entre os personagens que nunca soa desinteressante, especialmente pelos dilemas morais que sempre os colocam em situações-limites. A tacada de mestre dos roteiristas, no entanto, vem justamente através da impulsividade da sua personagem central já que quando Carrie é incentivada a se aproximar novamente de Brody, ela o encurrala e leva a série a outro patamar, subvertendo as motivações do antagonista. O duelo de interpretações de Claire Danes e Damian Lewis é sempre muito interessante, pois são 2 personagens riquíssimos em sua complexidade, melancolicamente românticos e inevitavelmente trágicos. Ela por se colocar entre a razão e a emoção, pois nunca duvidamos do seu interesse e obstinação em proteger o país, mas também percebemos o quanto ela sente falta de Brody e é refém do sentimento que nutre por ele; da mesma forma, ele se sente amargurado por ter traído a nação ao mesmo tempo em que se afunda cada vez mais em suas mentiras, especialmente com relação a sua família que o vê cada vez mais como um estranho no ninho. E é claro que tanto Danes como Lewis defendem seus personagens com muita competência. A série usa uma subtrama envolvendo o filho do vice-presidente e a filha de Brody para abordar os aspectos sujos do jogo político de maneira simples e eficiente, em contrapartida, é justamente um dos poucos furos da temporada. Se de um lado serve para mostrar o quanto Brody está sacrificando a sua vida pelos acordos feitos com os terroristas e com a CIA, acaba sendo um argumento que subestima a sua inteligência já que ele não se incomoda com a inevitável exposição ao dar razão para a filha (por mais prestativo que ele quisesse ser). No entanto, os dilemas principais do personagem, de maneira geral, são muito bem resolvidos. Visivelmente sob pressão, Brody acaba se tornando, ironicamente, uma bomba prestes a explodir. Gradativamente a série vai dando espaço também para um personagem inteligente e misterioso que faz parte da equipe de trabalho de Carrie e Saul, indicado pelo próprio chefão da CIA, que parece esconder suas reais motivações, o que permite um interessante jogo duplo. O que potencializa a ambigüidade do próprio Brody que nunca consegue se mostrar totalmente confiável, ainda mais quando os roteiristas decidem ilustrar a conversa entre ele e uma importante peça da célula terrorista através das suas declarações, deixando no ar aquela dúvida se aquilo realmente aconteceu da maneira como descreve. A aproximação de Abu Nazir acaba tendo uma repercussão pouco atrativa (seja com Brody, Carrie ou diante do vice-presidente) e ele acaba não sendo aquele grande personagem que se esperava, sendo apenas mais um terrorista genérico como tantos outros. O desfecho da 2ª temporada, no entanto, especialmente em seus 2 episódios finais, por se concentrar nas implicações emocionais dos eventos ajuda a humanizar ainda mais os personagens. Boa parte dos conflitos é finalizada e até sugere-se um final feliz, mas é claro que tudo serve apenas como preparação para uma reviravolta triste e apoteótica que promete levar Carrie, Brody e Saul (o sempre ótimo Mandy Patinkin) a uma nova série de implicações e dilemas morais que prometem alavancar ainda mais a série. Que venha logo a 3ª temporada!!!!"
9.5/10
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista Agora"A 5ª e última temporada inicia-se de maneira extremamente burocrática, embora traga as conseqüências imediatas do impactante desfecho da temporada anterior e até refazendo o caminho da narrativa apresentando eventos anteriores sob uma perspectiva que não havia sido mostrada antes. A sensação que se dá, no entanto, é que resolveram usar material descartado na mesa de edição da temporada passada adicionando efeitos de edição que soam distrativos apenas para preencher um certo vazio narrativo e até ilustrando passagens que não agregam em nada ou não provocam mudança alguma (como ao mostrar Jesse encontrado o seu cigarro infectado). Se inicialmente Walter e Jesse seguem o velho propósito de procurar um novo local para fabricar as drogas (uma vez que estão falidos), o interesse inicial só se mantém intacto em função do código de ética imposto por Mike que lhe garante sobrevida assim como de seus principais comparsas do cartel. A atuação de Jonathan Banks é vigorosa o bastante para acreditarmos na sua frieza desmedida. Enquanto Jesse surge apagadíssimo, nem sendo sombra do personagem trágico e carismático das temporadas anteriores (só servindo como alívio cômico ao demonstrar idéias, a princípio, mirabolantes), Walter perdeu toda a sua ambigüidade em algum lugar entre a 4ª e a 5ª temporada. Aqui, ele assume o posto de “chefão” do tráfico de drogas tornando-se um sujeito frio e arrogante cuja postura é levada também para dentro de casa, o que enfraquece as suas poucas tentativas de evocar o homem de família que era anteriormente. Não é à toa que Skyler, mesmo sem ter a mesma postura ativa, acaba funcionando como uma espécie de presença moral dentro deste universo, funcionando como os olhos do público. Enquanto isso a série parece mais interessada em ilustrar os golpes que os dois passam a realizar para garantir vida longa aos negócios, como usar a interdição de casas para exterminar pragas. E se um episódio inteiro existe apenas para mostrar um assalto a trem, ao menos ele invoca o início da série através da figura de um garoto e sua bicicleta, servindo para ilustrar também que quando se envolve nesse tipo de negócio, impossível evitar que as mãos não fiquem sujas de sangue. E é justamente a partir deste ponto de virada que o 7º e o 8º episódios acabam sendo os mais importantes justamente por reforçar as conseqüências provocadas por uma tragédia, reforçando a natureza destrutiva de Walter que se isola e se afunda cada vez em sua ambição. Um dos melhores momentos de toda a série resulta em uma ótima sequência de 2 minutos que mostra uma série de assassinatos enquanto que Walter está em sua casa observando a passagem destes mesmos 2 minutos com uma canção leve de fundo. No final há um gancho envolvendo uma descoberta por parte de Hank que promete levar a série para um xeque-mate e a sensação que fica mesmo é que estes 8 episódios funcionaram, na verdade, como uma mini-temporada. Agora, resta aguardar os 8 derradeiros episódios que culminarão com o fim de “Breaking Bad”. Será que o Império de Walter White, vulgo Heisenberg, irá ruir?"
6.5/10
Dexter (7ª Temporada)
4.1 1,0K Assista Agora"A 7ª temporada de “Dexter” começou vacilante, enfraquecendo o apelo do personagem principal quando se encarrega de transformar Debra em uma espécie de babá do meio-irmão, uma atitude dos roteiristas a partir do gancho deixado pela temporada anterior que procurou se aproveitar muito mais do sentimentalismo dela. Mas a temporada ganha corpo mesmo a partir do momento que a trama envolvendo a máfia ucraniana e, especialmente, Hannah McKay (Yvonne Strahovski), a ex-namorada de um assassino condenado, passam a ter mais espaço. Isaak é um frio e brutal mafioso (ótima atuação de Ray Stevenson) e se torna uma ameaça física, real e efetiva para Dexter e ambos comportam-se como se estivessem “jogando” xadrez, um sempre tentando dar um passo na frente do outro até o inevitável momento do xeque-mate. Com relação à Hannah, os roteiristas conseguiram fazer tudo aquilo que a 5ª temporada foi incapaz ao criar um forte e autêntico interesse romântico entre ela e Dexter com muito mais profundidade e complexidade e os episódios “Chemistry” e “Argentina” são perfeitos para estabelecer esta relação entre 2 pessoas que lidam com assassinatos de forma tão casual e/ou rotineira. Além de belíssima atriz, Strahovski constrói Hannah como uma mulher altamente sedutora e em sua composição ela caminha muito bem pelas perspectivas oferecidas pela personagem, seja ao retratá-la como alguém frágil, vulnerável e traumatizada pelo passado como na pele de uma mulher fria e calculista que não hesita em eliminar quem atravessa seu caminho. Yvonne Strahovski é sem dúvida uma gratíssima revelação desta temporada (e que será muito bem-vinda nas próximas), estabelecendo a ambigüidade necessária à personagem e uma química importantíssima com Dexter para o desenvolvimento da temporada (vale registrar apenas pequenas falhas na direção que no início sempre se encarregavam de mostrar a personagem em câmera lenta que sempre se mostra um efeito altamente canastra. Outro aspecto positivo desta temporada é a maneira como os roteiristas conseguiram mesclar pequenos elementos de temporadas anteriores em meio à trama, seja tratando a respeito do BHB ou da Rita (embora a participação dos filhos desta tenha sido desnecessária), por exemplo, o que dá um senso de continuidade importante para a credibilidade e a mitologia da série. Enquanto Massuka continua sendo um ótimo alívio cômico dentro da série, Quinn e Batista seguem “perdidaços”. O primeiro é aproveitado em uma subtrama requentada que explora o seu potencial de policial corrupto enquanto se envolve com uma “stripper”; já o carisma de Batista é desperdiçado pelas mudanças de comportamento repentinas do personagem que ora fica frustrado pelo desinteresse de Debra em sua investigação, ora está mais interessado em se aposentar, ora repreende Quinn, ora prefere ser omisso às falhas de caráter do amigo, mas nunca sabemos no que realmente ele está interessado. Já a capitã LaGuerta está para esta temporada o que o sargento Doakes foi para a 2ª temporada, ou seja, a figura policial que passa a desconfiar de Dexter, porém a personagem é aproveitada esporadicamente em boa parte dos episódios apenas servindo para expor as mais variadas e exclusivas deduções que ao invés de indicar sinais de inteligência, apenas revelam que certamente ela é a personagem mais amiga dos roteiristas que se encarregaram de lhe oferecer pistas que somente ela é capaz de enxergar. A sua ação se torna mais efetiva e autêntica com o retorno do ex-capitão Mathews que a ajuda a procurar indícios mais concretos até culminar no desfecho da temporada. E por mais displicente que seja o final, afinal pontas soltas devem ser deixadas para a temporada seguinte, esta já é uma das 3 melhores de temporadas de “Dexter” por todas estas virtudes já apresentadas e por promover uma jornada emocional, complexa e trágica para Debra já que ela é que mais sofre por descobrir os segredos do seu irmão. E, gradativamente, vai se envolvendo já que se vê num complicado dilema moral em contrapartida aos sentimentos que tem por ele. E a triste contastação é que tudo indica que a série esteja cada vez mais se encaminhando para seu desfecho, afinal o cerco está fechando para Dexter, o que é uma tendência mais do que natural. Para o bem ou para o mal. E assim como o final desta temporada, o fim promete ser trágico."
8/10
Dexter (6ª Temporada)
4.2 984 Assista Agora"Depois da fraca temporada anterior, a 6ª temporada de “Dexter” conseguiu criar uma dinâmica extremamente atraente entre Dexter e o assassino da vez, no caso, da dupla de assassinos que utilizavam referências bíblicas sobre o Apocalipse. Apesar de uma atuação canastrona, Colin Hanks conseguiu realçar a fraqueza moral do seu personagem justamente por se deixar influenciar às vezes até de maneira estúpida. A postura de Dexter em se manter próximo por acreditar que poderia convertê-lo cria um interessante dilema, mesmo que esteja ligado diretamente ao tom adotado pelo personagem na última temporada (e tratando-se do que aconteceu na 3ª e, especialmente, na 4ª temporada, Dexter deveria ser mais frio e cauteloso para evitar que respingasse em alguém próximo). As subtramas envolvendo os personagens coadjuvantes, com exceção de Debra, continuam sendo o calcanhar de Aquiles da série, pois nunca conseguem criar o mesmo grau de interesse do núcleo principal com Dexter. Ainda assim, a temporada estava com episódios cada vez mais intrigantes até se deixar levar por um festival de bizarrices narrativas em seus 4 episódios finais que enfraqueceram boa parte do apelo até então criado. Nesse ponto inclui-se o interesse romântico de Debra pelo meio-irmão e o manjado distúrbio de personalidade do vilão principal, mostrando justamente que Hanks não tinha as qualidades necessárias para carregar um personagem daquele porte, além de algumas pequenas reviravoltas fracas. O término da temporada deixou um gancho pra lá de bacana, mas não tem como não se sentir decepcionado após essa escorregada final, mesmo que a temporada de uma maneira geral tenha sido boa."
6.5/10
TOP DEXTER
1ª TEMPORADA – 8/10
2ª TEMPORADA – 6/10
3ª TEMPORADA – 5.5/10
4ª TEMPORADA – 10/10
5ª TEMPORADA – 5/10
6ª TEMPORADA – 6.5/10
Game of Thrones (2ª Temporada)
4.6 1,6K Assista Agora"Se existe um grande mérito na série é a maneira como ela consegue equilibrar e desenvolver as diversas linhas narrativas da trama. Não são poucas, são vários nomes envolvidos e a cadeia de eventos envolve uma complexidade envolvente, especialmente pois são povoadas por personagens em sua maioria de personalidade forte e destemida, o que torna as situações ainda mais imprevisíveis. Ela não acerta tudo, mas acerta a maior parte e muita vez com gol de placa. É inegável também que muitas subtramas são mais do que vistas nas novelas globais, mas como é uma série medieval da HBO muito bem produzida ninguém reclama. Adoro o anão, o Mindinho (não podemos chamá-lo assim...rs) e a Arya, mas aqueles tidos mais como vilões são muito bons. Vale a pena destacar uma cena em que a Rainha Regente discute poder com o Mindinho e o roteiro é maravilhoso para estabelecer a personalidade de cada um deles, a trilha sonora é discreta, mas pontua esse embate de maneira envolvente. Até o 7º episódio, sei que vou ser minoria, mas a temporada estava se saindo bem melhor que a 1ª temporada e só o fato de perderem aquele artifício barato de segurar um "twist end" já é um elogio. Mas com tantas subtramas, a série poderia facilmente se perder, mas pelo contrário, ela ilustra com competência as várias vertentes da batalha e os vários personagens, o que cada um quer e/ou tem a perder. Dinklage é o astro principal, suas cenas sempre são responsáveis pelos pontos altos da série, mas existem alguns outros duelos de diálogos que são maravilhosos, que mostra como a série é cuidadosa para construir o conflito entre os personagens, indo para outro patamar. Além do anão, gosto muito do Lorde Baelish (Mindinho) e da Cersey, justamente por serem 2 filhos da puta, e é curioso como os "vilões" fogem de qualquer estereótipo raso ou artificial, não tem um "vilão" que não seja complexo e/ou interessante. E é justamente a filhadaputagem dos "vilões" que torna ainda mais nobre a defesa dos tidos personagens "heróicos". Ao terminar de ver a 2ª temporada, fiquei um pouco desapontado. Ela estava se encaminhando muito bem, mas parece que os episódios finais não soaram como um final de temporada, é como se todas as boas idéias tivessem ficado pelo caminho. Não curto muito essa apelação sobrenatural que toma conta da série em alguns momentos e o jogo político acaba sendo muito mais interessante. Enfraqueceram a Cersey desnecessariamente lá pelo final e a sensação que fica é que todos os acontecimentos desta 2ª temporada poderiam ter sido reduzidos para meia temporada e não teria tido problema nenhum, soando muito mais como uma mera preparação para o que está por vir... soou bem anti-clímax. O gostinho que o final da 2ª temporada deixou foi amargo."
7.5/10
Breaking Bad (4ª Temporada)
4.7 1,2K Assista Agora"A 4ª temporada de "Breaking Bad" foi de altíssimo nível e o que mais impressiona é a capacidade que os realizadores tiveram de trabalhar com situações-limites ao longo de toda a temporada de maneira criativa e marcante. "Alguém desta família precisa proteger a família do homem que protege esta família". Sensacional !!!! A temporada inicia-se lá em cima justamente por se encarregar de encerrar o arco dramático da temporada anterior deixando White cada vez mais enroscado com seus chefes e sua esposa enquanto que Jesse parece estabelece uma relação de pai e filho, aprendiz e tutor com o capanga de aluguel do Big Boss. Os pontos altos da temporada ficam a cargo do trio Jesse-Gus-Mike, mas ainda assim a dinâmica entre Jesse e Walter tornou-se ainda mais complexa mesmo sugerindo que estavam seguindo rumos diferentes ou até mesmo sendo colocados um contra o outro, o que não chega a ser uma novidade, mas que aqui assume contornos mais drásticos. Existem algumas passagens antológicas, como ao mostrar a morte do parceiro de Gus ou até mesmo a sua vingança. A temporada não oscilou tanto como nas 2 temporadas anteriores, mas fica evidente que os 2 últimos episódios, ironicamente, foram os mais fracos da temporada se comparados com toda a construção realizada nos episódios anteriores, valendo-se apenas pela morte de um personagem importante e o twist final. O "calcanhar de Aquiles" da temporada foram as investigações de Hank sustentadas por uma sucessão de deduções pedestres que ganhavam destaque sem que ao menos tivesse um mínimo de coerência ou lógica, valendo-se por mero achismo mesmo. Ainda assim trata-se de uma série espetacular com um elenco maravilhoso. Que dupla Walter-Jesse (Bryan-Aaron) !!!! Belíssima série !!!"
9/10
Breaking Bad (3ª Temporada)
4.6 840"A 3ª temporada de "Breaking Bad" começa bem abaixo do nível das temporadas anteriores, mas a partir da sua metade apresenta 3 ótimos episódios em sequência e constrói para o final um arco dramático bem tenso e amarrado, retomando a qualidade que lhe é tão característica. Depois de 2 ótimas temporadas (mais a primeira do que a segunda), o começo desta 3ª estava bem abaixo do nível visto até então e, ironicamente, foi justamente ao explorar algo pra lá de esperado que seria a descoberta do segredo de Walt pela sua esposa, mas as implicações foram muito fracas e tratadas de maneira corriqueira, colocando até mesmo a própria com um lance adultero apenas para ilustrar a idéia de que todo mundo tem segredos e/ou também faz coisas tida como erradas. E a seguir o envolvimento da esposa de Walter acaba assumindo uma conotação burocrática envolvendo lavagem de dinheiro que soa muito mais como uma idéia fraca para colocá-la dentro do negócio escuso do marido. O peso da carga dramática envolvendo a tragédia na vida do Pinkman foi reduzida a meros recados na caixa postal e posteriormente o personagem volta a agir como o velho Pinkman (sem evolução alguma), mesmo depois de um dos melhores momentos do personagem quando todo ferido confronta o ex-professor sem meias verdades. Ainda bem que os episódios 6 e 7 colocam a série novamente nos eixos e, curiosamente, colocando Hank como o centro das ações, sofrendo as consequências mais graves. De qualquer forma gosto da maneira com a série explora que as ações de Walt acabam gerando um efeito dominó e afetando diretamente a vida de outros, como o acidente de avião, a suspensão de Hank, a agressão em Pinkman e por aí vai... O arco dramático da 2ª metade da temporada é muito bem preparado, envolvendo até mesmo um garoto de 11 anos que teve uma rápida aparição logo no início da temporada, além de permitir um confronto digno dos "westerns" entre Walt e seu "patrão". Se em sua 3ª temporada "Breaking Bad" já não parece mais com um filme dos irmãos Coen, como na primeira, principalmente (não à o meu episódio preferido nesta temporada é "Fly", o da mosca justamente por ter uma estrutura simples partindo de um princípio bizarro e permitir que os personagens avaliem suas ações), ela assume um tom muito mais dramático e urgente, mas não perde em qualidade, o que acaba sendo fundamental."
8/10
Community (2ª Temporada)
4.5 202"Terminei de ver a 2ª temporada de "Community". Ela demora para engrenar, alguns episódios iniciais não conseguem manter o mesmo ritmo visto na 1ª temporada, o personagem do Chang sendo deixado como aluno e as aulas de Antropologia não renderam boas piadas como o dele sendo professor de Espanhol, mas já pela metade a temporada volta aos eixos, rendendo ótimos episódios em sequência. Destaque para o do ataque zumbi, aquele que simula um jogo de RPG, o que é apresentado como um documentário, aquele que se encarrega de lembrar momentos do grupo que não fazem parte da temporada e, é claro, os dois episódios finais com mais um empolgante jogo de paintball. O elenco é imbatível, mas os meus destaques ainda ficam por conta de Annie e Abed."
8/10
Breaking Bad (2ª Temporada)
4.5 775"Terminei de ver a 2ª temporada de "Breaking Bad". Ela não tem a mesma pegada, ritmo e agilidade da 1ª temporada, mas ainda assim permite alguns conflitos morais interessantes, especialmente pelas atitudes/decisões do seu personagem central que são sempre as mais politicamente incorretas possíveis. Por ser uma temporada com mais episódios que a anterior, a série resolveu dar um pouco mais de destaque para personagens coadjuvantes, como a esposa Skyler (a ótima Anna Gunn), o cunhado Hank (Dean Norris) ou até mesmo a figura de um advogado canastrão e corruptível (uma inserção realizada muito mais para resolver problemas ocasionais dos personagens sem comprometê-los totalmente, uma espécie de coringa), mas as subtramas nunca mostram ao que vieram, tomando mais tempo que o necessário, logo a 2ª temporada poderia ser facilmente reduzida a menos episódios. Ainda assim, uma das especialidades de "Breaking Bad" é se utilizar de álibis frágeis que se sustentam apenas por um tempo necessário para que logo em seguida sejam descobertos e/ou revelados apenas para que se promova uma nova reviravolta e um novo ciclo se inicie. A cada episódio, Walter (o ótimo Bryan Cranston) vai se "enforcando" cada vez mais, tornando-se um sujeito mais egoísta, ganancioso, mas ainda assim capaz de preocupar-se com a família através de um código de ética e moral cada vez mais distorcido e reprovável. Ou não? Já Jesse (Aaron Paul) é a "menina dos olhos" da série, pois é o responsável por sofrer as consequências mais duras e diretas das atividades ilícitas promovidas por ele ao lado do seu sócio, ora por sua própria imaturidade, mas muito porque os responsáveis da série usam seu personagem como escudo, ou seja, eles sabem que podem bater à vontade em Jesse que ele aguenta. E o arco dramático enfrentado por ele nesta temporada pode fazer com que o personagem cresça e apareça ainda mais e melhor."
8/10
American Horror Story: Murder House (1ª Temporada)
4.2 2,2K"A 1ª temporada de "American Horror Story" foi uma das melhores novidades que a televisão americana produziu em 2011. Produzida pelos responsáveis por "Nip Tuck" e "Glee", a série sabe explorar muito bem os clichês do gênero do suspense e terror, especialmente o da casa mal assombrada, transformando a vida de uma família que resolve se mudar para a "Casa Macabra". Seja através de flahsbacks que mostram o histórico de tragédias que ocorreu naquela casa ou mostrando a influência destes fantasmas do passado na vida presente da família, a série mesmo que irregular em alguns momentos, consegue extrair o melhor do potencial da proposta com um pitada exótica e bizarra, além de ser esteticamente atraente. Com um bom elenco, inclusive a revelação Taissa Farmiga, o destaque fica por conta da excelente atuação de Jessica Lange, um verdadeiro show."
8/10
Homeland: Segurança Nacional (1ª Temporada)
4.4 535 Assista Agora"Inicialmente, o "plot" é estabelecido de maneira muito mastigada e expositiva, poucas coisas ficam sugeridas e a idéia de fazer a personagem da Claire Daines utilizar anti-psicóticos a enfraquecem um pouco, pois poderiam apostar nesta paranóia dela sem usar o recurso da medicação. Mas, ainda assim, o clima de paranóia funciona, além de servir de forma eficiente como uma trama envolta em espionagem em que pequenos detalhes fazem toda a diferença. A série é consistente, sabe o que quer, sabe explorar o potencial da premissa, tem bons personagens (meu preferido é o Saul), tem um bom elenco, não é apenas retrito a investigação em si, mas também funciona como um drama familiar, um drama de personagens, ou seja, tem muito mais atributos do que pode aparentar. Os conflitos na família de Brody em nenhum momento soam pedantes e sim extremamente pertinentes dentro da proposta, afinal existe o impacto familiar, seja o desconforto do filho diante do pai (ele ao invés de abraçá-lo, simplesmente informa que é um prazer conhecê-lo, afinal trata-se de uma figura estranha, embora seu pai) ou até mesmo a carência emocional e afetiva da sua esposa (que vivia um momento de extrema satisfação com o melhor amigo do marido, mas que teve que deixar de lado para investir na sua figura de esposa já que ele voltou pra casa). E se a princípio a possibilidade de um "affair" entre suspeito e investigadora soaria clichê demais, o que mais me chama a atenção é o que esse interesse revela sobre ambos os personagens: isso mostra como ela é capaz de levar até as últimas consequências as suas suspeitas e com isso até mesmo se deixar envolver com um potencial terrorista (e o sorriso dela ao perceber que ele foi fisgado é instigante); e ele em meio a toda ambiguidade em que foi construído, tentando se equilibrar entre aquilo que seria uma perturbação normal de um ex-combatente ou um sujeito claramente com intenções escusas, também se deixa levar pelo flerte dela (e o sorriso dele ao perceber que ela foi fisgada é instigante). Lá pela metade da temporada, a série subverte a ordem das coisas, pelo menos aparentemente. A 1ª temporada sempre se mostrou muito inteligente, dinâmica e criativa. Em determinado momento, o interesse por Tom Walker nem se compara com o que tivemos com Brody, mesmo sabendo que este último não estava totalmente isento. Ainda assim, a série merece respeito pela competência com que constrói e desconstrói e reconstrói os arcos dramáticos de Carrie, Saul e Brody e esse aspecto humano que se aprofunda tão intimamente no universo de vida deles é o que acaba fazendo tanta diferença a favor da série. A base construída até então nunca permitiu que a série perdesse o apelo e a complexidade dos personagens a sustenta dignamente, como os questionamentos morais de Carrie já que, por exemplo, os dois lados de uma guerra só são considerados inimigos pura e simplesmente porque foram apresentados desta forma. Apesar de algumas colocações extremamente expositivas e maniqueístas (como o discurso do vice-presidente evidenciando uma clara mentira) que enfraquecem a proposta, os responsáveis da série mostram que muito mais do que saberem aonde querem chegar, a cada semana, eles mostraram que souberam curtir os caminhos, as perspectivas que a premissa possibilitava, a ambiguidade sempre esteve presente a todo momento. E como cresceu e amadureceu Claire Daines nesta série. Em nenhum de seus filmes, ela tinha conseguido se mostrar uma atriz tão competente como demonstrou em "Homeland", tudo bem que a personagem é riquíssima, é de uma complexidade melancólica autêntica e muito bem sustentada pelo roteiro, mas o trabalho da atriz é admirável. Uma das passagens que revela essa competência da atriz e série é quando Carrie ao som do elegante jazz de Miles Davies prepara um jantar romântico pela visita de Brody, os diálogos que seguem são frios, ele a deixa sozinha, a mesma melodia, do mesmo jazz já ambienta a cena com um tom muito mais triste e melancólico, mas a tacada de mestre é intercalar este momento com a noite solitária de Saul que "casa" perfeitamente com o futuro de Carrie, como se estivéssemos acompanhando o que está reservado à ela pelo estilo de vida e pelo fardo da profissão que ela tem. E Damian Lewis também sabe muito bem o que fazer com o belíssimo personagem que tem em mãos. E se ao longo da série, ele soube muito bem conduzir essa ambiguidade do personagem, mesmo com o apelo clichê promovido pela figura de uma criança na sua trajetória e mesmo que ele deixe claro realmente está obcecado a assumir um determinado papel antagônico, ele não deixa em nenhum momento de apresentar um semblante tenso e carregado que demonstra o "peso" da dúvida que ele carrega de seguir em frente ou não com o plano. A tensão está presente do início ao fim da 1ª temporada de "Homeland" e o último episódio consegue condensar e sintetizar a proposta de toda a série que é a de explorar uma trama envolvendo terrorismo, mas sem deixar de explorar a carga dramática que acompanha seus personagens centrais. Particularmente faço apenas ressalva com relação a importância dada à filha de Brody para a conclusão do plano que, apesar de sustentar a proposta intimista, me pareceu uma jogada um tanto quanto sentimentalóide do roteiro, mas ainda assim a expectativa construída até ali foi crescente e a tensão foi se tornando cada vez mais sufocante, como se estivéssemos na pele de Brody (não é à toa que a câmera nunca apresentou tantos closes dele como neste episódio) e no final das contas, o resultado se mostrou eficiente por permitir que a conspiração se tornasse ainda maior (e de fato a "vingança pessoal" se mostrava mais preponderante do que a idéia). Bom e o desfecho da Carrie foi algo lindamente triste, pois trata-se de uma personagem que sempre esteve no seu limite (adoro quando Saul diz que ama o cérebro dela), nunca deixando de ser astuta e antevendo o que somente a loucura às vezes é capaz de ilustrar (e ver em seus últimos instantes, ela chegando a mais uma brilhante dedução lógica só a torna ainda mais íncrivel). Um final de temporada que só faz jus ao alto nível que a mesma apresentou ao longo de seus 12 episódios."
9.5/10
Community (1ª Temporada)
4.4 277"Eu terminei de ver a 1ª temporada de "Community" e é claro que com 24, 25 episódios, a série invariavelmente passaria por uma certa oscilação, mas aqui, ela não chega a ser abrupta já que mantém uma boa pegada durante boa parte da temporada e apenas em alguns episódios, algumas das subtramas não conseguiam ter o mesmo apelo do que outras, mas o meu destaque fica por conta do episódio que mostra o Abed de Batman, o do filme de máfia (o melhor de todos) e o do paintball. Passei a me simpatizar mais pelo casal Jeff e Brita, mas adoro os coadjuvantes, seja o Chevy Chase, voltando à ativa, o professor chinês (Ken Jeong, rouba as cenas assim como em "Hangover" e vice-versa), Annie, a menina lindinha e nerd, o Abed que é um alívio cômico perfeito, enfim... todos os estereótipos sendo revisitados com muito bom humor e as sacadas ao universo pop, especialmente ao cinema são hilárias em sua maioria."
8/10
Breaking Bad (1ª Temporada)
4.5 1,4K Assista Agora"O arco dramático da 1ª temporada de "Breaking Bad" é fantástico já que foge do convencional embora trate da jornanda do homem comum inserido em situações cada vez mais críticas e bizarras. A série se encarrega de colocar o professor Walter White (Bryan Cranston) já envolvido na confusão provocada pelo seu ex-aluno (Aaron Paul) e somente lá pelo 3º, 4º capítulo é que existe a preocupação de humanizá-lo, aprofundar-se nas suas motivações, o que só torna a temporada ainda mais encorpada para provocar o ponto de virada responsável pelo clímax nos episódios finais. A temporada toda lembra um filme dos irmãos Coen tamanha a perfeição na combinação entre o humor negro e o drama. Bryan Cranston está impecável em sua atuação !!! Anna Gunn rouba as cenas na pele de esposa do professor também. E os químicos de plantão irão adorar também...rs. As referências são muitas vezes diretas, mas permite algumas abordagens filosóficas envolvendo a composição química do ser humano e o que nos torna humanos."
8.5/10
True Blood (4ª Temporada)
4.1 618 Assista Agora"Um início totalmente desinteressante. Nada se salva. Íncrivel como há um salto de 1 ano na história e os roteiristas não foram capazes de criar nada de relevante na série. Nem parece a mesma série. As poucas boas idéias não chega aos pés dos melhores momentos da série. Ouvir diálogos como "Você não me lamberia se não me amasse" é algo constrangedor, íncrivel como descartaram a personagem da Evan Rachel Wood de maneira tão patética. Depois de um começo de temporada bastante fraco, do 3º ao 5º episódio "True Blood" parece revelar que tem bom potencial, especialmente no que envolve os vampiros e os bruxos. Felizmente eles descartaram a baboseira das fadas (Eric sugou a participação da fada-madrinha), por essa coisa de magia negra, mas especialmente essa mudança de comportamento de Eric favoreceram o ritmo da série enquanto que Bill parece que finalmente retoma os conflitos com Sookie e Eric. O Jason é uma espécie de alívio cômico da série, só pode ser. A Tara mais perdidaça do que nunca. A partir do 6º episódio da 4ª temporada atinge o seu melhor momento. Todos os núcleos funcionando muito bem tendo eventos com um mínimo grau de interesse, levando a história de cada um para frente e deixando no ar conflitos interessantes a serem desenvolvidos na 2ª metade da temporada. A mudança de personalidade do Eric foi marcante, mas logicamente que esta mudança foi fundamental para que ele se tornasse alguém atraente para entrar no triângulo amoroso e a Sookie baixasse a guarda. A temporada estava numa escalada crescente extremamente empolgante, mas o romance entre Sookie e Eric passou a dar sinais de cansaço no sentido do romantismo (amor debaixo da neve??? berghhhh... isso me pareceu tão "Crepúsculo" pra maiores). A partir do 10º episódio, a temporada passou a ir ladeira abaixo. Esperava um pouco mais do retorno do Eric original, do jeito que ficou, é como se praticamente nada tivesse acontecido, além do que é muito conveniente pra série que Sookie tenha toda a sua preocupação por Bill justamente quando Eric volta ao normal. Antes até trepando na neve eles estavam, agora o mundo dela não seria o mesmo sem o Rei. O apelo do trio precisa se recuperar. O apelo das vilãs foi enfraquecido pelas tentativas de perdoar Antonia e demonizar a Marmie e transformando-as nas vilãs sem coração da temporada. O final de Sam e Tommy foi válido embora há de se condenar um pouco da realização (Alcide chega a chamar a atenção de Sam pq o irmão está "partindo", como se isso fosse possível de ser antecipado no leito de morte). Os vampiros sendo forçados a ir de encontro à proteção invisível consegue ser uma idéia ainda mais fraca do que serem presos pelas correntes de prata. Incrível como conseguiram destruir todo o potencial de Marnie e Antonia. Se inicialmente Antonia era o espírito vingativo, tentaram mudar a ordem das coisas no meio do caminho, transformando Marnie numa lunática e no final das contas não sobra nada, duas personagens que tinham potencial e que foram enfraquecendo até não restar mais nada. E como a personagem Sookie foi fraca nesta temporada, me parece que a fonte secou... A 4ª temporada começou capengando, deu um salto de criatividade incrível, criou boas expectativas e fez questão de frustá-las uma a uma. Espero que a cena final realmente tenha o resultado que se espera dela. Como final de temporada foi frustrante porque se o clímax do capítulo anterior foi nulo, o que se tentou investir neste capítulo relacionado a trama das bruxas foi novamente um engodo. Dispensável, mas pelo menos lá se foi um personagem pelo caminho. Na verdade, se existe uma virtude no episódio final é a maneira como forçadamente ou não, remete a um certo clima nostálgico e invoca alguns personagens que, vejam só, fizeram parte de temporadas anteriores. Sim, alguns personagens morrem, outros voltam. E dentro dessa ótica, o episódio acaba funcionando muito mais como um episódio de estréia do que um final de temporada como se estivessem pedindo desculpas pelos erros cometidos e pedindo mais uma chance pra retomar o caminho. Ou seja, embora como final de temporada seja frustrante em vários sentidos (nunca Eric e Bill se tornaram presas tão fáceis, apesar do ótimo momento "nós não somos cachorrinhos" - a conferir) e tenha arrastado mais do que o necessário em situações desinteressantes, eis que uma série de pontas soltas são deixadas com bom potencial para recuperar o tempo perdido. Personagens de temporadas anteriores retornam e acho que existe a possibilidade de que a série que vem se mantendo com altos e baixos, nem sempre na mesma proporção, vale a pena dizer, consiga recuperar o seu frescor perdido ao final da 1ª temporada. Talvez o melhor da 4ª temporada tenha sido justamente isso fazer nos lembrar o quanto haviam coisas boas nas temporadas anteriores, especialmente na 1ª temporada. Não chega a ser muita ansiedade, mas estarei aguardando a 5ª temporada. O terreno foi preparado pelo que foi visto no último episódio desta 4ª temporada."
5/10
Game of Thrones (1ª Temporada)
4.6 2,3K Assista Agora"Terminei de ver a 1ª tempora de "Game Of Thrones" e realmente é uma série poderosa. Não querendo me contradizer, porém por melhor produzida que seja falta a série um melhor acabamento, um refinamento melhor, uma edição mais caprichada no trabalho de adaptação. Logicamente que estou especulando já que não li os livros, mas é nítido na série que existem saltos de tempo na narrativa, cortes de um núcleo para o outro e as narrativas acabam recebendo enfoques muitas vezes irregulares ao longo da série e/ou durante um determinado episódio ou outro. A trama tem aquela pegada shakesperiana, meio tragédia grega, o que é bom, meio novela global medieval, o que é mal, mas ainda assim uma série que se mostra bastante digna e competente. Sean Bean está soberano e maravilhoso, mas os meus destaques vão para o anão Dinklage, um personagem debochado e provocador que consegue se destacar apesar de sua perceptível desvantagem física; a garota capetinha, filha mais nova do personagem de Bean que rouba todas as cenas em que está presente; e o tal do bastardo tende a ter uma trajetória heróica bem mais interessante que os demais. Pontos fracos ficam por conta do álibi usado para a mãe passar a desconfiar da família da rainha e do casal formado pelo selvagem e pela donzela se entenderem rapidamente demais, esperava um pouco mais de conflito. A série mantém um nível muito bom ao longo da temporada, mas ainda não atingiu um nível totalmente acima da média embora tenha momentos que chegue muito próximo, como no diálogo entre rei e rainha sobre o sentimento que nutrem ou nutriam um pelo outro. As passagens relacionadas ao torneio ou ligadas ao julgamento do anão me soaram burocráticas ("enchendo linguiça"). A donzela tem se revelado uma personagem das mais interessantes, de forma crescente, tem se tornando uma figura feminina de personalidade bem marcante. O bastardo ficou um pouco fora de ação lá pela metade, mas o anão e a pentelinha continuam roubando a cena. O 7º episódio reserva alguns diálogos que soam como verdadeiros duelos e reservam bons discursos. Mindinho também vinha chamando a atenção pela sua ambiguidade, personagem interessante este. Infelizmente, não consigo fazer como o Neo e soltar um sonoro "Wow" para o que vejo, mas ainda assim é uma série, em linhas gerais, competente com um grupo de personagens centrais belíssimos em sua complexidade, ambiguidade, honra, caráter, enfim, o quebra-cabeça montado vale muito mais pelas suas peças, pela maneira como elas se encaixam do que propriamente pelo todo. É muito mais um filme sobre política, heranças hereditárias e tragédias familiares do que propriamente uma série medieval de guerra/ação/aventura. Drama shakesperiano, tragédia grega, novela global medieval e um toque de Dan Brown já que os capítulos por mais regulares que fossem sempre traziam um evento importante/chocante/relevante no final que engrandecia o que acontecia anteriormente. O anão e a pentelinha seguem como meus personagens preferidos, não deixando pra trás Stark (a sua participação final foi de cortar o coração), Mindinho e o bastardo quase-desertor. Um ou outro episódio foram acima da média, mas todos se mantiveram numa média muito boa, porém não tem como não reconhecer os muitos méritos e virtudes da série como um todo e talvez por isso é que se encare ela como algo bem superior à concorrência."
8/10
Dexter (5ª Temporada)
4.2 858 Assista Agora"A 5ª temporada de "Dexter" seria realmente defensável se os seus dois últimos episódios não fossem tão fracos, especialmente o último em particular. O desfecho do envolvimento de Quinn na morte do policial então foi algo tenebroso se considerarmos que uma série de circunstâncias foram ignorada por pura displicência, apenas pela idéia cômoda de que Dexter o acobertou, o que levantaria uma série de outras circunstâncias (algo que se resolve com o "final feliz" da temporada e, mesmo que seja retomado na próxima temporada, se mostra um falha monstruosa). Lumen até funciona como interesse romântico de Dexter, especialmente quando o plot se confirma de que ela não o vê como um monstro, mas é só. A personagem não tem força o bastante para dividir cena com ele, Julia Stiles até funciona para o drama, mas não tem muito repertório para segurar a personagem e torná-la mais atraente. A postura de Debra diante dos vigilantes até se mostra compreensível (não é algo que me incomodou tanto que gostei da cena dos três no local do crime), mas se mostraria mais justificável se Lumen da noite pro dia não se "transformasse" em um ser sem seu passageiro da noite, o que é pra lá de conveniente. Angel acabou ficando apagadíssimo durante a temporada, embora seu intérprete seja sempre carismático. LaGuerta dá sinais de desgaste já que sua postura que sempre fica na balança entre o bem e o mal sempre trabalha nos extremos, não funcionando como aquele tipo de personagem ambíguo, apenas atende as necessidades imediatas do roteiro. Se para Dexter foi uma temporada em banho-maria (Michael C. Hall tem uma passagem um tanto quanto normal) ao menos parece que Debra (e Carpenter) reforça sua presença de cena. Um ótimo episódio inicial que pega carona na excelente temporada anterior, uma primeira metade de temporada sofrível, 3 bons episódios em sequências e dois episódios finais bem fracos. Esta foi a 5ª temporada de Dexter."
4/10
Dexter (4ª Temporada)
4.6 1,0K Assista Agora"A 4ª temporada é brilhante, pois todos os episódios conseguem manter um nível acima da média, oscilando entre excelentes e outros muito bons. Se inicialmente o envolvimento entre Angel e LaGuerta soava uma desculpa para dar alguma ação aos dois personagens, logo o carisma dos personagens (e dos atores) cumpriu sua missão. Quin acaba soando um pouco deslocado entre uma variação do papel de Debra na 1ª temporada e o do Roakes na 2ª. O elo dramático ganha força já que se assemelha com a do seu grande amor e também envolve a sua família. E Dexter é o exemplar marido suburbano e serial killer. Porém, se não bastasse esse contexto tão típico do "american way of life" com a pitada fria e exótica do personagem, ainda temos Trinity, um serial killer à altura de Dexter que simplesmente funciona como uma adversário e professor, oferecendo a possibilidade de um futuro alternativo do que poderia ser a vida de Dexter se ele não definir suas prioridades e/ou seguir o código de Harry. A temporada se encerra de maneira chocante, angustiante. Pra deixar qualquer um sem fôlego e amargurado. Uma temporada brilhante!!!!"
9/10
The Walking Dead (1ª Temporada)
4.3 2,3K Assista Agora"A 1ª temporada de "The Walking Dead" consegue ser bastante regular, mas alcança seus pontos altos, especialmente no 4º episódio que consegue sintetizar perfeitamente o que pode haver de melhor em uma série com seres humanos e zumbis. A produção e direção de Frank Darbont (em alguns episódios) consegue fazer com que a narrativa seja muito fluida e dinâmica e se inicialmente a história tende a se resumir no mero exercício de sobrevivência, a partir do momento em que os núcleos dos personagens se encontram, alguns bons dilemas dramáticos se chocam. O desfecho é apenas satisfatório, prejudicado muito mais em função da curta temporada do que propriamente por deméritos já que as interrogações sobre as investigações da contaminação receberam um tratamento econômico, porém eficiente já que não perde tempo com explicações desnecessárias."
7/10
Dexter (3ª Temporada)
4.2 525 Assista Agora"A 3ª temporada de Dexter foi decepcionante. Boa parte da temporada é tão desconectada do nível e do estilo apresentado nas temporadas anteriores que a sensação que se dá é que a temporada foi afetada por alucinógenos já que a série dá sinais de querer funcionar como uma paródia de si mesma. Muitos podem alegar que se trata de uma mudança radical, afinal Dexter deixou de lado o código de Harry, porém a maior possibilidade é de falta de bom senso, especialmente dos roteiristas que o transformaram em um assassino comum e desinteressante, capaz até mesmo de se tornar capacho de um promotor público. O 4º episódio é "redondinho", apesar de ser abaixo da média. O 7º episódio vale a pena pelas implicações da relação entre Dexter e Camilla, mas a série só volta ao seu bom nível nos 3 últimos episódios que são bons o bastante para mostrar que nada apresentado na temporada anteriormente valia a pena. Sem comentar que o assassino da temporada é uma piada."
5/10
Dexter (2ª Temporada)
4.5 552 Assista Agora"As virtudes da primeira temporada se mantém praticamente intactas nesta segunda temporada, embora tenha algumas ressalvas com relação à humanização e/ou endeusamento eventual da figura de Dexter. Como na temporada anterior, os núcleos secundários são muito fracos pra rivalizar com o personagem principal. A irmã, por exemplo, é praticamente é uma adolescente com uniforme de policial. Os capítulos finais são tensos, mas muito da sua tensão se deve a um furo imperdoável (Doakes precisava ir para o Haiti procurar um laboratório????), mas o carisma e o charme do personagem central permanecem irresístiveis. Uma boa temporada, embora inferior à primeira."
7.5/10
True Blood (3ª Temporada)
4.1 496"A 3ª temporada seria mediana se não fosse pelos seus 4 decepcionantes capítulos finais. A série acertou ao investir em boa parte da temporada em núcleos de ação separados entre Sookie e Bill, o que permitiu da parte dela o envolvimento com o núcleo dos lobisomens (embora não tenha gerado nenhum conflito interessante) e da parte dele o envolvimento com o vampiro aristocrata Russel (este sim o personagem mais interessante da temporada). Enquanto isso o marasmo predomina em Bon Temp, investindo mais tempo do que se devia nos conflitos familiares de Sam, nas neuroses de Tara e na estupidez dessa vez irritante de Jason. Depois de um 8º episódio de alto nível, a série desandou, perdeu o rumo e sofreu para concluir as poucas pontas soltas que restaram nas subtramas, ainda reservando uma surpresa pra lá de frágil sobre a raça de Sookie."
6/10