Sou consumidor de The Who (não me considero fã) e esse era um dos álbuns da banda que nunca tinha ouvido. Não gostei, confesso. É um dos casos em que o álbum conta uma história e o filme têm o trabalho de dar a visualização, comoo The Wall do Pink Floyd e filme do Alan Parker.
A presença da Ann Margret ajuda a tornar o filme mais tragável, mas ter que ficar olhando constantemente pro Roger Daltrey tentando atuar é uma tortura sem igual.
Tanto o filme quanto o álbum são um ode à cultura pop. Mas não são pra mim.
É vencedor do Oscar de melhor montagem em 1980, onde competiu com Apocalypse Now. A transição e colocação das cenas são estranhas na maior parte do tempo, o que dá uma acelerada no filme, que surpreende em aspectos técnicos.
É um musical, apesar de não parecer. Também é emotivo, apesar de os personagens serem na maioria apáticos. Por essas características acredito que minha experiência poderia ter sido melhor se eu tivesse me conectado com o filme em algum momento, o que não aconteceu.
As partes musicais e as transições excêntricas são o ponto forte.
"Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain. You are young and life is long and there is time to kill today. And then one day you find ten years have got behind you. No one told you when to run, you missed the starting gun."
As comparações com "Três Homens em Conflito" são inevitáveis. Esse aqui é um clássico do estilo mas diferente da obra prima do Leone, há margem para uma preferência pessoal baseada em ritmo. Acho compreensível quem diz que o filme é lento. Pra mim isso não trouxe nenhum prejuízo.
O filme é hipnotizante do começo ao fim, e bem melhor que o antigo. Única ressalva é a ótima trilha sonora do Tom Yorke que não se encaixou muito no contexto temporal do filme.
No começo do longa tive a impressão de que por se tratar de um filme-problema teria sido melhor executado na forma de documentário, porém me enganei. A diretora, a qual não conhecia ainda, fez o que pode pra transcrever a realidade de um grupo social de forma crua e fidedigna.
É impossível não fazer analogia da escolha no nome do filme à ocasião em que Jesus amaldiçoou as vilas da galileia nas quais havia pregado seu ministério (entre elas a vila de Naum - Cafarnaum). Mesmo após testemunharem os milagres que Jesus trazia, o povo o ignorou e decidiu continuar vivendo em "pecado".
A maldição de Cafarnaum está presente no filme ao passo que toda a miséria e sofrimento representados são resultado das próprias ações dos personagens (adultos), que mesmo presenciando o testemunho da própria vida, continuam fazendo o que não deveriam fazer: trazer filhos ao mundo sem poder sustentá-los.
E no fim a maldição, culpa e sofrimento recaem sobre as crianças.
Boa surpresa o Jonah Hill desenvolver um primeiro trabalho como esse. Espero que se aventure em outros temas, já que esse filme não trás nada de novo, repete a fórmula desenvolvida lá nos anos 80/90. Mas a estreia como diretor é louvável.
Discordo de quem acha o filme chato ou monótono. Na verdade a narrativa adotada por esse diretor (que já vem se tornando um padrão) é bastante dinâmica e ousada, em alguns momentos até pretensiosa, mas não chega a prejudicar a experiência.
Está entre os melhores dos indicados ao Oscar 2019.
É uma obra prima multifacetada que consegue transmitir inúmeras emoções durantes as curtas 1:30 de filme. Serviu de inspiração pra outros filmes posteriores com o mesmo tema, como "Os Incompreendidos" e "Os Esquecidos".
Esse contexto histórico é pouco explorado no cinema: o início do comunismo e as tensões entre as nações da União Soviética e os países capitalistas do ocidente europeu. Quando se fala em Guerra Fria automaticamente lembramos de EUA x URSS.
A fotografia do filme é um prato cheio. A história de amor é acertadamente engolida pela fiel representação história daquele período.
É um filme curto porém surpreende no desenrolar da trama. Co-produção bósnia, belga, italiana, britânica e eslovena, vencedora do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2002, retrata de forma bastante peculiar o confronto entre a Bósnia e a Sérvia em uma região limítrofe chamada de "terra de ninguém".
O filme trás uma mistura de drama e humor negro que encaixam perfeitamente na proposta. O desenrolar dos acontecimentos nos leva a esperar uma resolução extravagante, o que não ocorre. O anticlímax final foi coerente e fechou com chave de ouro.
Polêmico filme desdenhado pela crítica e em festivais, de 2018 porém com lançamento comercial datado pro meio de 2019. É uma tentativa ousada do novato diretor em reinventar o gênero noir com pitadas de mindfuck moderno e uma tonelada de referências. O filme é esquisito, a câmera é esquizofrênica com algumas tomadas longas, o roteiro é instigante e surpreendente. A trilha sonora pode ter sido um problema pra alguns saudosistas, mas não pra mim.
O filme apresenta uma teia de mistérios criada a partir da jornada do personagem principal em busca de sua auto-satisfação niilista , que consiste basicamente em encontrar e ficar com a mulher misteriosa do início do filme. Plots secundários são costurados a partir dessa jornada, embora eu não tenha certeza da real intenção do diretor em apresentar alguns subplots como o da coruja assassina ou o do matador de cachorros e a jornada do protagonista nessas direções. Talvez queria retratar o desprendimento e misantropia do personagem ao ponto de ignorar absolutamente todas as descobertas realmente importantes (ele chega a encontrar o dogkiller, a coruja e até o velho compositor) e o seu interesse em apenas resolver o mistério envolvendo a sua vizinha.
No fim das contas a satisfação pessoal do personagem do Andrew Garfield seria mais importante do que uma abordagem de atuação sociologicamente mais aceita e politicamente mais correta.
Rocky é um clássico atemporal do gênero e serviu de inspiração para tantos outros que vieram depois. O diretor John G. Avildsen, indicado ao Oscar de melhor diretor por esse trabalho, mostra uma linha que seria seguida anos depois em filmes como a trilogia Karate Kid, porém sem a mesma qualidade de Rocky. A trilha sonora é icônica e a atuação do Sly é sem defeitos.
O filme encontra alguns problemas de ritmo nos primeiros 40 minutos mas do meio pro final o diretor já mostra a que veio. O personagem principal é extremamente carismático, humano e trava uma batalha de superação que atinge o seu ápice no final. O romance, entretanto, poderia ser facilmente descartado.
A história é esquisita e se desenvolve de forma mais esquisita ainda. Não é necessariamente uma sucessão de erros, como muitos dizem, comparando esse filme a outros dos irmãos Coen. Acho que fizeram um trabalho bastante singular aqui.
Ao que me parece a fórmula foi repetida (só que ao contrário) em "Um Homem Sério", com méritos.
Aqui, a introspecção do personagem principal aliada ao fato de ser o narrador da história é uma das melhores antíteses que eu já vi no cinema. O protagonista, de forma magistral, é dotado de diferentes camadas e o que mais se destaca são a dualidade e o desprendimento da vida, que fazem com que ele ignore completamente em estado letárgico tudo o que acontece com ele ou ao redor dele. E mesmo assim, no final de tudo, acredita em sua redenção.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraPromete muito. Entrega pouco.
Tommy
3.9 168 Assista AgoraSou consumidor de The Who (não me considero fã) e esse era um dos álbuns da banda que nunca tinha ouvido. Não gostei, confesso. É um dos casos em que o álbum conta uma história e o filme têm o trabalho de dar a visualização, comoo The Wall do Pink Floyd e filme do Alan Parker.
A presença da Ann Margret ajuda a tornar o filme mais tragável, mas ter que ficar olhando constantemente pro Roger Daltrey tentando atuar é uma tortura sem igual.
Tanto o filme quanto o álbum são um ode à cultura pop. Mas não são pra mim.
Testemunha de Acusação
4.5 354 Assista AgoraEsse final excessivamente malabarístico e extravagante estragou a experiência do filme pra mim.
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraGostei do plot twist do plot twist do plot twist.
Alabama Monroe
4.3 1,4K"A vida não é assim. Não é generosa. Ela tira tudo e ri da sua cara. Ela trai você".
O Show Deve Continuar
4.0 126 Assista AgoraÉ vencedor do Oscar de melhor montagem em 1980, onde competiu com Apocalypse Now. A transição e colocação das cenas são estranhas na maior parte do tempo, o que dá uma acelerada no filme, que surpreende em aspectos técnicos.
É um musical, apesar de não parecer. Também é emotivo, apesar de os personagens serem na maioria apáticos. Por essas características acredito que minha experiência poderia ter sido melhor se eu tivesse me conectado com o filme em algum momento, o que não aconteceu.
As partes musicais e as transições excêntricas são o ponto forte.
A Passagem
3.5 421 Assista AgoraA premissa do filme é boa e tinha tudo pra ser um filmão. Mas tecnicamente é muito fraquinho.
Sinédoque, Nova York
4.0 477"Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain.
You are young and life is long and there is time to kill today.
And then one day you find ten years have got behind you.
No one told you when to run, you missed the starting gun."
Pink Floyd ajuda a explicar esse filme.
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista AgoraAs comparações com "Três Homens em Conflito" são inevitáveis. Esse aqui é um clássico do estilo mas diferente da obra prima do Leone, há margem para uma preferência pessoal baseada em ritmo. Acho compreensível quem diz que o filme é lento. Pra mim isso não trouxe nenhum prejuízo.
A Morte e Vida de John F. Donovan
3.3 193Está sendo massacrado pela crítica.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista AgoraO filme é hipnotizante do começo ao fim, e bem melhor que o antigo. Única ressalva é a ótima trilha sonora do Tom Yorke que não se encaixou muito no contexto temporal do filme.
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraNo começo do longa tive a impressão de que por se tratar de um filme-problema teria sido melhor executado na forma de documentário, porém me enganei. A diretora, a qual não conhecia ainda, fez o que pode pra transcrever a realidade de um grupo social de forma crua e fidedigna.
É impossível não fazer analogia da escolha no nome do filme à ocasião em que Jesus amaldiçoou as vilas da galileia nas quais havia pregado seu ministério (entre elas a vila de Naum - Cafarnaum). Mesmo após testemunharem os milagres que Jesus trazia, o povo o ignorou e decidiu continuar vivendo em "pecado".
A maldição de Cafarnaum está presente no filme ao passo que toda a miséria e sofrimento representados são resultado das próprias ações dos personagens (adultos), que mesmo presenciando o testemunho da própria vida, continuam fazendo o que não deveriam fazer: trazer filhos ao mundo sem poder sustentá-los.
E no fim a maldição, culpa e sofrimento recaem sobre as crianças.
Assunto de Família
4.2 400 Assista AgoraNinguém de fora sabe o que liga uma família, até mesmo uma formada por criminosos.
Anos 90
3.9 502Boa surpresa o Jonah Hill desenvolver um primeiro trabalho como esse. Espero que se aventure em outros temas, já que esse filme não trás nada de novo, repete a fórmula desenvolvida lá nos anos 80/90. Mas a estreia como diretor é louvável.
Vice
3.5 488 Assista AgoraDiscordo de quem acha o filme chato ou monótono. Na verdade a narrativa adotada por esse diretor (que já vem se tornando um padrão) é bastante dinâmica e ousada, em alguns momentos até pretensiosa, mas não chega a prejudicar a experiência.
Está entre os melhores dos indicados ao Oscar 2019.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraPodemos dizer que o esse filme é o Yorgos democratizando seu cinema.
Piaf - Um Hino ao Amor
4.3 1,1K Assista AgoraMarion Cotillard entrega aqui uma das maiores atuações da história do cinema.
Vítimas da Tormenta
4.4 47É uma obra prima multifacetada que consegue transmitir inúmeras emoções durantes as curtas 1:30 de filme. Serviu de inspiração pra outros filmes posteriores com o mesmo tema, como "Os Incompreendidos" e "Os Esquecidos".
Mas esse aqui, sem dúvida, é o melhor dos três.
Guerra Fria
3.8 326 Assista AgoraEsse contexto histórico é pouco explorado no cinema: o início do comunismo e as tensões entre as nações da União Soviética e os países capitalistas do ocidente europeu. Quando se fala em Guerra Fria automaticamente lembramos de EUA x URSS.
A fotografia do filme é um prato cheio. A história de amor é acertadamente engolida pela fiel representação história daquele período.
Terra de Ninguém
4.0 80É um filme curto porém surpreende no desenrolar da trama. Co-produção bósnia, belga, italiana, britânica e eslovena, vencedora do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2002, retrata de forma bastante peculiar o confronto entre a Bósnia e a Sérvia em uma região limítrofe chamada de "terra de ninguém".
O filme trás uma mistura de drama e humor negro que encaixam perfeitamente na proposta. O desenrolar dos acontecimentos nos leva a esperar uma resolução extravagante, o que não ocorre. O anticlímax final foi coerente e fechou com chave de ouro.
O Mistério de Silver Lake
3.0 290 Assista AgoraPolêmico filme desdenhado pela crítica e em festivais, de 2018 porém com lançamento comercial datado pro meio de 2019. É uma tentativa ousada do novato diretor em reinventar o gênero noir com pitadas de mindfuck moderno e uma tonelada de referências. O filme é esquisito, a câmera é esquizofrênica com algumas tomadas longas, o roteiro é instigante e surpreendente. A trilha sonora pode ter sido um problema pra alguns saudosistas, mas não pra mim.
O filme apresenta uma teia de mistérios criada a partir da jornada do personagem principal em busca de sua auto-satisfação niilista , que consiste basicamente em encontrar e ficar com a mulher misteriosa do início do filme. Plots secundários são costurados a partir dessa jornada, embora eu não tenha certeza da real intenção do diretor em apresentar alguns subplots como o da coruja assassina ou o do matador de cachorros e a jornada do protagonista nessas direções. Talvez queria retratar o desprendimento e misantropia do personagem ao ponto de ignorar absolutamente todas as descobertas realmente importantes (ele chega a encontrar o dogkiller, a coruja e até o velho compositor) e o seu interesse em apenas resolver o mistério envolvendo a sua vizinha.
No fim das contas a satisfação pessoal do personagem do Andrew Garfield seria mais importante do que uma abordagem de atuação sociologicamente mais aceita e politicamente mais correta.
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista AgoraBem fraco.
Quando achei que ia ficar bom, o filme vai e acaba (última cena).
Rocky: Um Lutador
4.1 848 Assista AgoraRocky é um clássico atemporal do gênero e serviu de inspiração para tantos outros que vieram depois. O diretor John G. Avildsen, indicado ao Oscar de melhor diretor por esse trabalho, mostra uma linha que seria seguida anos depois em filmes como a trilogia Karate Kid, porém sem a mesma qualidade de Rocky. A trilha sonora é icônica e a atuação do Sly é sem defeitos.
O filme encontra alguns problemas de ritmo nos primeiros 40 minutos mas do meio pro final o diretor já mostra a que veio. O personagem principal é extremamente carismático, humano e trava uma batalha de superação que atinge o seu ápice no final. O romance, entretanto, poderia ser facilmente descartado.
O Homem Que Não Estava Lá
4.0 229 Assista AgoraA história é esquisita e se desenvolve de forma mais esquisita ainda. Não é necessariamente uma sucessão de erros, como muitos dizem, comparando esse filme a outros dos irmãos Coen. Acho que fizeram um trabalho bastante singular aqui.
Ao que me parece a fórmula foi repetida (só que ao contrário) em "Um Homem Sério", com méritos.
Aqui, a introspecção do personagem principal aliada ao fato de ser o narrador da história é uma das melhores antíteses que eu já vi no cinema. O protagonista, de forma magistral, é dotado de diferentes camadas e o que mais se destaca são a dualidade e o desprendimento da vida, que fazem com que ele ignore completamente em estado letárgico tudo o que acontece com ele ou ao redor dele. E mesmo assim, no final de tudo, acredita em sua redenção.