Não conheço os bastidores da produção, não sei se a Pandemia teve grande impacto negativo. Vale lembrar que também mudou o diretor.
Mas achei o filme tecnicamente bem ruim, os efeitos visuais já soam meio datados. O roteiro e as tiradas de humor tentam repetir a fórmula (que já era desgastada) e não conseguem empolgar muito.
Não cheguei a ler os quadrinhos, mas achei que os poderes e o simbionte ficaram exagerados (chegando a lembrar Tetsuo, de Akira).
Pelo que lembro do jogo de Super Nintendo, além do Carnage e a Shriek (e alguns outros vilões), a população também se revoltava e a cidade virava um caos total (lembrando, nesta parte, o filme do Coringa). Esperava que tivesse um pouco disso nesse aqui.
Aliás: seria bacana se o filme tivesse o Venom e o Homem-Aranha se unindo, mesmo que a contragosto, para enfrentar o Carnage.
A sensação que fica, é de não ter assistido a um filme, mas um episódio de série da Netflix.
A melhor coisa é o cover do Joy Division no final :-) Caiu como uma luva, hahaha.
Uma boa opção para quem quer sair circuito de Hollywood e, mesmo assim, ter um filme divertido, bem feito e com boas doses de crítica política e social.
Vi e ouvi muitas vezes pequenos trechos, mas sem identificar do que se tratava. Imaginava que era alguma esquete de programa humorístico. Resolvi pesquisar a fundo e soube que, inicialmente, era um curta metragem de um piloto para TV. Nenhuma emissora se interessou, então migraram o projeto para um longa metragem.
Trata-se de produção independente, mas muito bem feita. O ar caricato é proposital e recai apenas nas atuações, pois a qualidade técnica do filme surpreende para uma produção de baixo orçamento.
Visivelmente, há influência da antiga série Batman & Robin dos anos 1960, algumas pitadas de 007, filmes americanos de ninjas e até de super sentai. As piadas faladas vão muito bem no início do filme, mas da metade para o final enfraquecem bastante. Acredito que isso se deve à mudança de série de TV para o formato de longa metragem. Tais piadas poderiam funcionar melhor em episódios.
Apesar da metade para o final do filme se tornar um tanto cansativa, traz um desfecho surpreendente, que me fez lembrar do filme alemão "Ele Está de Volta". Fico curioso em saber como o público português recebeu o filme, em especial os mais velhos, que viveram ou estudaram a fundo a época retratada.
É uma pena que não esteja disponível nos serviços de streaming e parece que os DVDs/Blu-ray estão esgotados. Ao ver trechos no Youtube, percebe-se que muita gente que fala inglês tem grande interesse e admiração pelo filme. Mas nem todos puderam conferi-lo na íntegra.
Conhecia o Mussum apenas na fase do final dos anos 80, começo dos anos 90. Tinha apenas aquela imagem de um senhor acima do peso, cachaceiro e que apenas fazia piada envolvendo bebida.
O documentário mostra uma pessoa disciplinada (inclusive, chegou até o posto de cabo no Exército), que teve uma boa educação formal, aprendeu um ofício técnico e que possuía um talento musical ainda maior que o humorístico.
Ótimo documentário. Minha interpretação é a de que Val Kilmer nunca conseguiu atingir seu objetivo. Se ele era capaz de grandes interpretações, não tenho conhecimento necessário para julgar. Mas é fato que o cara realmente se esforçava e buscava papéis mais profundos.
Acredito que esse objetivo visava também obter grande fama e sucesso, entrar no bastião dos grandes astros. Todavia, parece que ele sempre "batia na trave", ficando num "limbo", no qual fazia grandes filmes, era bem conhecido, mas não pegava papéis tão marcantes (talvez, o maior deles seja Jim Morrison).
investiu todos seus recursos para quitar suas dívidas e tocar seu projeto para peça e filme de Mark Twain. À época, não acompanhei, não sei se ele conseguiria a grana para o filme, mas a parte dele ele estava fazendo... E então foi acometido pelo câncer...
Sua luta por um grande papel e por reconhecimento me lembrou muito o filme "Birdman" (que também é interpretado por outro ator que viveu Batman nos cinemas). Basta lembrar dos comentários (sinceros) sobre a limitação para atuar que o traje causava e a própria recusa de Val Kilmer para filmar a sequência.
Enfim, mais triste do que a doença é esse "sonho interrompido". Muitos atores velhos continuam atuando, mas muitos já decaíram. Sempre restará a dúvida se Val Kilmer conseguiria se reinventar no projeto que estava tocando. Mas o documentário já foi uma boa pedida e fica o mérito para seu filho, que parece ter carregado um grande fardo e entregou muito na narração.
Ao contrário de muitos outros atores, Val Kilmer veio de uma família rica. A passagem que conta que seu pai era dono de uma área gigantesca e que pode comprar todos os lotes da região, é bizarra. Ele, literalmente, pode escolher todos os vizinhos que teria! Infelizmente, Kilmer perdeu muita grana sendo laranja para os delírios de grandeza de seu pai.
"As pessoas dizem que criei vocês à minha semelhança. Mas a verdade é que vocês me criaram à sua semelhança. É por isso que estamos enrascados". (Deus).
Para um filme cujo qual não esperava nada, até que foi bem interessante. Sobretudo na época em que vivemos (escrevo em 2021). Por mais quixotesco que seja, sob um prisma mais romântico e idealista traz a lição de alguém que, mesmo dentro de sua loucura, lutou com todas as forças por aquilo em que acreditava.
Imaginem se os "sãos" também o fizessem? Enquanto isso, vemos milhares ou milhões de "Garys" no Brasil e no Mundo. Alguns inofensivos; outros, ferrando com tudo, num verdadeiro retrocesso civilizatório.
Fui pego totalmente despreparado, uma vez que não assisto trailers.
O filme acabou se mostrando uma grata surpresa, o que mais me surpreendeu foi a paleta de cores e fotografia, tem muitos frames marcantes, que nos lembram aqueles concept arts.
Tudo bem que ele bebe na nostalgia dos anos 80, como Strangers Things, mas leva à sério sua proposta, soando bem sincero e original. Suas cenas mantêm um certo "equilíbrio", sendo utilizadas dentro de uma narrativa e não apenas como um fan service, piada ou para chocar (linha que Kung Fury e o ótimo Hardcore Henry ultrapassaram).
E uma coisa que ficou martelando minha cabeça: as cores e tomadas nos trazem praticamente uma HQ em movimento! Lembra muito as graphic novels mais adultas, como materiais da Vertigo ou da 2000 AD. E a Apple lembra também personagens de anime, como aquela baixista maluca de Furi Kuri (FLCL).
Assistindo pela segunda vez, depois de 7 anos. Lembrava de pouca coisa, mas achei bem mais prazeroso assisti-lo agora. Para além do enredo e roteiro, direção e fotografia são sensacionais! Existe um post bem legal (em inglês) chamado "WOULD YOU LIKE SOMEONE TO EXPLAIN THE MOVIE TRANCE TO YOU" do site Taylor Holmes (THiNC!). É bem longo e traça 3 teorias/explicações diferentes.
Torci o nariz quando lançou, mas resolvi seguir a indicação de um amigo quando saiu no streaming. A ambientação cyberpunk e a trilha sonora são ótimas. Também trouxe uma discussão existencialista bem legal, semelhante a de Blade Runner.
Scarlet Johansson como Major/Motoko não casou bem. Dá para entender a motivação dos produtores em escalar alguém famoso para chamar público mas, ainda assim, acho que deveria ter sido interpretada por uma japonesa ou, pelo menos, uma asiática. Podiam, inclusive, usar duas atrizes asiáticas para o antes e depois, algo meio "A Aparição". O final fecha com chave de ouro!
No mais, acredito que, como blockbuster, este filme pode realmente soar bem arrastado/sonolento para ver no cinema, ao menos para o grande público. Assistindo em casa, sem hype, sem expectativa é uma boa pedida.
Ótimo documentário que mostra um pouco da vida em três favelas de diferentes continentes.
No Quênia, um dos entrevistados diz que o futuro para quem não estuda traz três opções: 1) Produzir uma "cerveja artesanal" ilegal, utilizando fluídos para embalsamar corpos, ácido de bateria e combustível de avião em seu processo de produção; 2) se tornar um ladrão; 3) ou um barão do narcotráfico. Também mostra a disparidade entre a remuneração de um trabalhador informal das favelas e dos políticos.
Já na Guatemala, foca na realidade violenta das gangues; também na violência e abuso familiar, que levam jovens a fugir de casa e praticar delitos para sobreviver. Não se trata de justificar a criminalidade ou generalizar sua causa. Trata-se de um recorte, uma amostragem que pode ser compreendida por aqueles que possuem o mínimo de honestidade intelectual.
Por fim, a última parte do documentário mostra uma favela nas Filipinas, país que tem um histórico "interessante", por estar situado na Ásia e ter influências culturais da Espanha e dos EUA. Aqui, vemos uma família que aufere parte de sua renda vasculhando um lixão.
Em todos os locais, o ponto em comum é sempre o das condições insalubres de moradia, sem saneamento básico e até mesmo ausência de eletricidade. Também pela grande densidade populacional nestas favelas e, também, o elevado número de filhos por família (cerca de cinco).
Sempre me pergunto: se houvesse maior ênfase à políticas de planejamento familiar, legalização do aborto (em tais países, o procedimento é proibido, salvo exceções) e menor influência da religião no tema, será que haveriam menos favelas? Este, para mim, é sempre um ponto fulcral quando pensamos em algo simples: recursos versus demanda. Existe um livro bem interessante (apesar de alarmista) que discute superpopulação: "10 Bilhões (Stephen Emmott).
O documentário sempre trata os gastos das famílias nas respectivas moedas locais, mas quando vai mostrar os salários, sempre o exibe em dólares. Isso dá um certo tom sensacionalista. Basta ouvir o relato de qualquer pessoa que tenha morado no exterior para saber que não se calcula o custo de vida fazendo conversões diretas de moedas.
Em suma, passamos a utilizar o eufemismo "países em desenvolvimento" para nos referir a países como o Brasil, que são de Terceiro Mundo. Todavia, como o fundo do poço tem subsolo, nos deparamos com a expressão "Quarto Mundo" para mostrar as piores condições de vida, abaixo da linha da pobreza.
E é isso que me causa espécie: esse mundo "cyberpunk" em que vivemos, num "High Tech, Low Life" (Alta Tecnologia e Baixa Qualidade de Vida), no qual vemos uma pessoa com iPhone na mão, mas pisando num esgoto a céu aberto. Vivemos numa realidade que traz, ao mesmo tempo, a tecnologia do futuro e a Idade Média.
A pergunta que não quer calar: Qual era a seleção que estava jogando contra o Brasil? :-P
A Guerra do Amanhã, para mim, entra na mesma categoria do Robocop do Padilha: gera debates mais interessantes do que o filme em si. Gostei muito das ideias apresentadas,
como a janela temporal dos 7 dias (que fica bem fácil de entender se imaginarmos uma "seleção" num programa de edição de vídeos). Achei animal a primeira viagem para o futuro e como eles caíram.
Aliás, todos os "marcos" do filme são bacanas, mas os achei mal "costurados", também não curti muito os efeitos visuais dos alienígenas. A parte final é bem intrigante e, mesmo não sendo um filme originalmente pensado para o streaming, fico imaginando o quão legal seria (ou não) se Amazon/Netflix fizessem filmes com finais mais abertos justamente para gerar uma repercussão e engajamento (como sei que houve com a série Lost).
os aliens poderiam ser uma metáfora para possíveis pandemias futuras causadas pelo derretimento da Tundra na Rússia. Também mostra a importância da educação e da ciência para nosso futuro (pois se, no filme, estamos viajando 30 anos adiante, no mundo real, muitos querem uma viagem ao passado...).
PS: Uma coisa que pode ter afetado meu julgamento no filme: conheci o Chris Pratt na série Parks and Recreation, difícil levar ele a sério! XD
mas que apronta várias confusões quando está full pistola, incluindo quebrar todos os pratos que você ganhou da lista de presentes da Camicado! :-P
Assisti o filme por indicação de um amigo, durante uma conversa sobre a mesmice e "clichês" de grande parte dos filmes atuais. Eis um exemplo de obra contemplativa, que dá o tempo necessário para que o espectador absorva sua essência, sem aquele monte de cortes secos que nos deixam tontos. O silêncio é uma tela em branco a ser preenchida pela criatividade, especulação, e não falta de algo.
O binômio passagem do tempo / decadência me lembrou muito o livro "Leite Derramado" (Chico Buarque). Principalmente o contraste entre avanço da tecnologia, progresso material e a deterioração interna do ser humano.
Deixa também uma ótima pista de como retomar o Cinema mudo sem soar retrógrado. Também me remeteu um pouco a um episódio de Black Mirror
E tanto o monólogo quanto o filme como um todo, me fizeram pensar em duas músicas:
The Awakening, do Wolfbrigade:
♫ Blind leads blind stumblin' on trough pain & misery Not aware of what we do We fear the unknown even our own shadow It's hard to be here but we don't dare to go
Too deaf to hear Too blind to read It's safer to grin and bare it
An open book But we will not learn Don't dare to leap But good we yearn
An open chapter with no real end The world can't be owned It's something we borrow
Not aware of what we do ♪
---
E Walked Like A Ghost, do Mighty Mighty BossTones:
♪ He walked like a ghost Til he became a ghost Lost what he believed in and all that he held close Words would not express or allow him to describe The sadness that he dealt with up until the day he died
Sarah, and Lily and Grace When the world was a much better place
20 of them please On up and down the keys He played with a purpose he also played with ease
I played them too the sweetest soul I knew And cherished every moment That I got to spend with, you
Sarah, and Lily and Grace Sarah, and Lily and Grace Sarah, and Lily and Grace When the world was a much better place
Holes had replaced those beautiful brown eyes Souls erased, angels fell and darkness filled the sky And he walked like a ghost up until the day he was When something like this happens I guess, that's what someone does
And Sarah, and Lily and Grace Sarah, and Lily and Grace Sarah, and Lily and Grace When the world was a much better place
Sarah, and Lily and Grace When the world was a much better place ♫
Esta última é uma homenagem a Matthew Badger, pai de Sarah, and Lily and Grace (que faleceu em 2017; é o criador de uma fundação que leva o nome das três filhas, mortas num incêndio).
"The Rookie" figura ao lado de grandes franquias do gênero, como "Máquina Mortífera", "Duro de Matar", "Um Tira da Pesada" e "48 Horas". Todavia, passou despercebido por muitos. No meu caso, peguei pela metade, zapeando canais pela madrugada, quando foi exibido no SBT.
Assisti na íntegra em 2015 e, passados mais de 5 anos, sou obrigado a acrescentar mais 2 estrelas, pois o filme é melhor do que lembrava. Conta com o clichê das frases de efeito, que são utilizadas posteriormente a bem do roteiro. Além disso, traz ótimas cenas de ação, todas com efeitos práticos (algo que entrou em extinção hoje em dia).
Seu enredo simboliza a "passagem de bastão" da velha para a nova geração, algo já visto em "Colors - As Cores da Violência" (1988), com a dupla Robert Duvall/Sean Penn. Mas "The Rookie" vai além: representa não só a transição dos filmes policiais dos anos 70/80 para os anos 90,
(A cena final, que remete à inicial, com Pulovski sentando atrás da mesa, agora como Tenente e, consequentemente, Ackerman recebendo sua nova parceira)
.
Além disso, é preciso destacar o grande elenco, acima da média para um filme de ação: o próprio Clint Eastwood, Charlie Sheen, Raul Julia e Sônia Braga. Sendo que esta última se mostra uma atriz completa, com sua presença, expressão e ótima coreografia nas cenas de tiroteio. Menção honrosa a Marco Rodriguez, que interpreta Loco, com uma aparência que é um misto de Jim Carrey com Edward James Olmos :-)
Vale lembrar: é um filme para TV. E, tendo isso em mente, superou minhas expectativas (que eram bem baixas). Sinceramente, nesta categoria, os únicos filmes bons que consigo me lembrar são: o ótimo (EXCELENTE!) "A Odisseia", com Arman Assante e "Fenda no Tempo", baseado na obra de Stephen King. Enquanto estes últimos pecam nos efeitos visuais e/ou atuação, o filme da HBO deixa mais a desejar no enredo e roteiro.
Idealmente, "meu filme" Fahrenheit 451 seria algo mais corajoso, com visual e conceito "retrofuturista". Para dirigir, caras como Alejandro Jodorowsky, Christopher Nolan, Dennis Villeneuve ou Guilhermo Del Toro. Para Montag, Jamie Foxx ou Omar Sy. Para Beatty, Tom Cruise (com seu visual e semblante de "Collateral"). No papel de Clarisse, Noomi Rapace. O carro dos bombeiros, seria aquele clássico vermelhão, os uniformes dos bombeiros seriam aqueles grandões, folgados e pesados, com os capacetes tradicionais (iguais ao do pai do Montag, mas com o distintivo dourado e bem reluzente). E o mais importante: teria o "sabujo", o cachorro-robô, criado com efeitos práticos, a partir daquele modelo da Boston Dynamics.
Voltando ao filme da HBO, lembro que já li o livro do Ray Bradbury e assisti o filme do Truffaut de 1966 e, ainda assim, gostei deste novo. Não é minha adaptação ideal, mas passa longe de ser um péssimo remake como aquele "O Dia Em Que a Terra Parou", com o Keanu Reeves. O "Fahrenheit 2018" é bem envolvente é um verdadeiro "fan service" para quem gosta de livros. Ficar pausando e identificando os títulos, em inglês, dos clássicos, é um divertimento à parte. Ver um personagem, mergulhando o rosto no livro para cheira-lo salienta bem isso.
Ouvir a leitura de passagens famosas é bem gratificante, principalmente por vê-las inseridas no contexto da narrativa do filme, criando uma metalinguagem para os anseios e questionamentos dos personagens.
Nesse sentido, o ponto alto é ver a angústia de Beatty, que usa uma seda de cigarro para escrever passagens e pensamentos, para logo em seguida queimá-las; e o que não dizer de como ele instiga Montag a ler para, meio que secretamente, "compartilhar" o hábito da leitura, tal como fazemos nos clubes de leitura.
Num filme habitual, seria inverossímil um personagem enveredar de forma tão ingênua na transgressão. Todavia, no contexto de Fahrenheit 451, não só leitura, como o simples abrir de um livro é algo totalmente censurado desde sempre, tal atitude é bem plausível. Basta lembrar dos gatilhos despertados pelas lembranças de seu pai, como a instigação de Beatty
Na parte de adaptação para o contexto atual de rede sociais, o filme reflete um pouco do que já foi extrapolado em Black Mirror e do que vemos no mundo atual.
Em suma: o filme pelo filme, não é muito bom. Mas, da perspectiva de suas referências e de uma interpretação (não somente uma compreensão), indo fundo na intertextualidade, subtexto etc. é uma ótima pedida.
Não li a HQ, mas joguei o jogo de SNES lançado nos anos 90:"Maximum Carnage". Vale a pena conferir, é porradaria para todos os lados. É possível jogar com o Homem Aranha ou Venom, enfrentando desde super vilões, até a população enlouquecida. Conta com uma trilha sonora com rock pesado, feita pela banda Green Jellÿ (aquela que tem o clipe em Stop Motion, "Three Little Pigs").
No mais, a escolha do Woody Harrelson para o Carnificina foi perfeita, haja vista seu papel em "Assassinos por Natureza".
Da minha perspectiva (de quem não leu o personagem nas HQs, mas apenas o viu no desenho dos anos 90 e no jogo Maximum Carnage de SNES; que achava um desperdício escalar um ator como o Tom Hardy para um filme desses; que está saturado e há muito não acompanha filmes de super-heróis; e achava que os efeitos seriam horríveis), surpreendeu positivamente.
Ao meu ver, é o tipo filme que funciona perfeitamente no cinema, sobretudo por não ter uma duração alongada (o tempo em tela é pouco mais de uma hora e meia). Bom ritmo, boas cenas de ação. Já para assistir em casa, mais detidamente, causa um certo incômodo pelos clichês mais bobos e previsíveis
O modo como o ponto fraco foi descoberto e explorado foi bem orgânico e o ator escalado para o personagem do próximo filme foi simplesmente perfeito (aliás, o tipo de personagem remete a outro papel que tal ator já interpretou nos anos 90). No mais, por mais que os efeitos visuais sejam meio toscos, conseguem captar a essência do Venom, que é o grotesco.
In Nolan We Trust: Cinema com cê maiúsculo! (Embora visto num monitor de 22").
Meu diretor favorito, mas deixei este filme 4 anos na adega, por não ter o mínimo interesse na saturada temática de 2ª Guerra Mundial (num mundo ideal, queria que ele tivesse dirigido "1917").
Todavia, não me arrependi: execução perfeita. Sem explicações, apenas "Picture" in "Motion" (neste ponto, a areia da praia de Dunkirk tem uma pitada da poeira de "Mad Max: Estrada da Fúria"). Uma pequena firula temporal (para garantir o direito adquirido dos que reclamam que os filmes de Nolan são confusos) e nada mais. Gostei da tríade espaço-temporal que divide núcleos de personagens e, ao poucos, os une. Para quem gostou desse detalhe, recomendo o filme "Amores Brutos".
Seu ritmo e linguagem me lembraram "Stalker", do Tarkovski. Sobretudo, pelo pano de fundo "maior" do que os personagens. Surpreende a coragem do diretor em lançar algo assim em 2017. Mas não escapa ileso: a sociedade apegada a personalismos, para colocar suas esperanças ou despejar suas frustrações, quando não os encontra na ficção, vai buscar alguém no mundo real para tacar pedras.
Portanto, não surpreende ver nos comentários que "Todo Mundo Odeia o 'Chris' ", por não estampar um personagem bonitinho para nos importarmos. Há empatia para dar e vender a personagens ficcionais; diante de centenas de milhares de mortes, reais, a apatia aumenta mais rápido do que a maré.
No mais, continue assim, "Chris": Te perdoamos por "Tenet". Relaxe um pouco, fature uma boa grana com umas franquias famosas e adaptações, (quem sabe, deixando-as num top de todos os tempos do IMDB) e invista nos seus projetos autorais. Quanto ao remake de "Amnésia", "esqueça isso"! Afinal, temos não só um, mas dois remakes Indianos que dão pro gasto ;-) ("Ghajini", de 2005 e Ghajini, de 2008...)
Engraçado: um filme de streaming que é perfeito para o Cinema!
Um Príncipe em Nova York 2 poderia ser potencializado pela exibição numa sala de Cinema, com aquele ar de "evento". A experiência coletiva, com certeza, tornaria o riso contagiante.
Existem filmes que não tão bons por si só, mas quando vistos na "Telona", podem se tornar uma experiência inesquecível. Cito o exemplo de "Ace Ventura 2: Um Maluco na África", primeiro filme que vi no Cinema, foram altas gargalhadas. Hoje, acho um filme bem bobo (ao contrário do primeiro). Mas jamais esquecerei daquela divertida sessão.
Concordo sobre o roteiro ser fraco. O conflito gerado com o novo príncipe acontece muito rápido, não convence. Faltou tempo em tela para desenvolver melhor os personagens. Por outro lado, as coreografias e cenas de luta estão ótimas. Vale destacar Wesley Snipes, que está num papel sensacional! Sua interpretação, seja na voz ou nas expressões faciais são o ponto alto do filme.
PS: Uma (auto)crítica legal que o filme faz é sobre a saturação de filmes de super heróis e de "remakes que ninguém pediu".
Fiquei impressionado com as maquiagens dos outros personagens que o Eddie Murphy faz! A voz e os trejeitos dá até para desconfiar mas, visualmente, mesmo sabendo não consigo notar!
Venom: Tempo de Carnificina
2.7 636 Assista AgoraFraco. Bem abaixo do primeiro filme.
Não conheço os bastidores da produção, não sei se a Pandemia teve grande impacto negativo. Vale lembrar que também mudou o diretor.
Mas achei o filme tecnicamente bem ruim, os efeitos visuais já soam meio datados. O roteiro e as tiradas de humor tentam repetir a fórmula (que já era desgastada) e não conseguem empolgar muito.
Não cheguei a ler os quadrinhos, mas achei que os poderes e o simbionte ficaram exagerados (chegando a lembrar Tetsuo, de Akira).
Pelo que lembro do jogo de Super Nintendo, além do Carnage e a Shriek (e alguns outros vilões), a população também se revoltava e a cidade virava um caos total (lembrando, nesta parte, o filme do Coringa). Esperava que tivesse um pouco disso nesse aqui.
Aliás: seria bacana se o filme tivesse o Venom e o Homem-Aranha se unindo, mesmo que a contragosto, para enfrentar o Carnage.
A sensação que fica, é de não ter assistido a um filme, mas um episódio de série da Netflix.
A melhor coisa é o cover do Joy Division no final :-) Caiu como uma luva, hahaha.
Capitão Falcão
3.7 5Uma boa opção para quem quer sair circuito de Hollywood e, mesmo assim, ter um filme divertido, bem feito e com boas doses de crítica política e social.
Vi e ouvi muitas vezes pequenos trechos, mas sem identificar do que se tratava. Imaginava que era alguma esquete de programa humorístico. Resolvi pesquisar a fundo e soube que, inicialmente, era um curta metragem de um piloto para TV. Nenhuma emissora se interessou, então migraram o projeto para um longa metragem.
Trata-se de produção independente, mas muito bem feita. O ar caricato é proposital e recai apenas nas atuações, pois a qualidade técnica do filme surpreende para uma produção de baixo orçamento.
Visivelmente, há influência da antiga série Batman & Robin dos anos 1960, algumas pitadas de 007, filmes americanos de ninjas e até de super sentai. As piadas faladas vão muito bem no início do filme, mas da metade para o final enfraquecem bastante. Acredito que isso se deve à mudança de série de TV para o formato de longa metragem. Tais piadas poderiam funcionar melhor em episódios.
Apesar da metade para o final do filme se tornar um tanto cansativa, traz um desfecho surpreendente, que me fez lembrar do filme alemão "Ele Está de Volta". Fico curioso em saber como o público português recebeu o filme, em especial os mais velhos, que viveram ou estudaram a fundo a época retratada.
É uma pena que não esteja disponível nos serviços de streaming e parece que os DVDs/Blu-ray estão esgotados. Ao ver trechos no Youtube, percebe-se que muita gente que fala inglês tem grande interesse e admiração pelo filme. Mas nem todos puderam conferi-lo na íntegra.
Free Guy - Assumindo o Controle
3.5 578 Assista AgoraÉ parecido com o filme "Gamer", do Gerard Butler?
Mussum, Um Filme do Cacildis
3.6 78 Assista AgoraConhecia o Mussum apenas na fase do final dos anos 80, começo dos anos 90. Tinha apenas aquela imagem de um senhor acima do peso, cachaceiro e que apenas fazia piada envolvendo bebida.
O documentário mostra uma pessoa disciplinada (inclusive, chegou até o posto de cabo no Exército), que teve uma boa educação formal, aprendeu um ofício técnico e que possuía um talento musical ainda maior que o humorístico.
Val
4.0 52Ótimo documentário. Minha interpretação é a de que Val Kilmer nunca conseguiu atingir seu objetivo. Se ele era capaz de grandes interpretações, não tenho conhecimento necessário para julgar. Mas é fato que o cara realmente se esforçava e buscava papéis mais profundos.
Acredito que esse objetivo visava também obter grande fama e sucesso, entrar no bastião dos grandes astros. Todavia, parece que ele sempre "batia na trave", ficando num "limbo", no qual fazia grandes filmes, era bem conhecido, mas não pegava papéis tão marcantes (talvez, o maior deles seja Jim Morrison).
Em sua última tentativa,
investiu todos seus recursos para quitar suas dívidas e tocar seu projeto para peça e filme de Mark Twain. À época, não acompanhei, não sei se ele conseguiria a grana para o filme, mas a parte dele ele estava fazendo... E então foi acometido pelo câncer...
Sua luta por um grande papel e por reconhecimento me lembrou muito o filme "Birdman" (que também é interpretado por outro ator que viveu Batman nos cinemas). Basta lembrar dos comentários (sinceros) sobre a limitação para atuar que o traje causava e a própria recusa de Val Kilmer para filmar a sequência.
Enfim, mais triste do que a doença é esse "sonho interrompido". Muitos atores velhos continuam atuando, mas muitos já decaíram. Sempre restará a dúvida se Val Kilmer conseguiria se reinventar no projeto que estava tocando. Mas o documentário já foi uma boa pedida e fica o mérito para seu filho, que parece ter carregado um grande fardo e entregou muito na narração.
PS:
Ao contrário de muitos outros atores, Val Kilmer veio de uma família rica. A passagem que conta que seu pai era dono de uma área gigantesca e que pode comprar todos os lotes da região, é bizarra. Ele, literalmente, pode escolher todos os vizinhos que teria! Infelizmente, Kilmer perdeu muita grana sendo laranja para os delírios de grandeza de seu pai.
Eu, Deus e Bin Laden
2.6 56 Assista Agora"As pessoas dizem que criei vocês à minha semelhança. Mas a verdade é que vocês me criaram à sua semelhança. É por isso que estamos enrascados". (Deus).
Para um filme cujo qual não esperava nada, até que foi bem interessante. Sobretudo na época em que vivemos (escrevo em 2021). Por mais quixotesco que seja, sob um prisma mais romântico e idealista traz a lição de alguém que, mesmo dentro de sua loucura, lutou com todas as forças por aquilo em que acreditava.
Imaginem se os "sãos" também o fizessem? Enquanto isso, vemos milhares ou milhões de "Garys" no Brasil e no Mundo. Alguns inofensivos; outros, ferrando com tudo, num verdadeiro retrocesso civilizatório.
Turbo Kid
3.5 169 Assista grátisPensei que meu equívoco se limitaria em achar que Dennis Hopper atuava neste filme, mas fui surpreendido com nível de
GORE absurdo!!!
O filme acabou se mostrando uma grata surpresa, o que mais me surpreendeu foi a paleta de cores e fotografia, tem muitos frames marcantes, que nos lembram aqueles concept arts.
Tudo bem que ele bebe na nostalgia dos anos 80, como Strangers Things, mas leva à sério sua proposta, soando bem sincero e original. Suas cenas mantêm um certo "equilíbrio", sendo utilizadas dentro de uma narrativa e não apenas como um fan service, piada ou para chocar (linha que Kung Fury e o ótimo Hardcore Henry ultrapassaram).
E uma coisa que ficou martelando minha cabeça: as cores e tomadas nos trazem praticamente uma HQ em movimento! Lembra muito as graphic novels mais adultas, como materiais da Vertigo ou da 2000 AD. E a Apple lembra também personagens de anime, como aquela baixista maluca de Furi Kuri (FLCL).
Em Transe
3.6 738Assistindo pela segunda vez, depois de 7 anos. Lembrava de pouca coisa, mas achei bem mais prazeroso assisti-lo agora. Para além do enredo e roteiro, direção e fotografia são sensacionais! Existe um post bem legal (em inglês) chamado "WOULD YOU LIKE SOMEONE TO EXPLAIN THE MOVIE TRANCE TO YOU" do site Taylor Holmes (THiNC!). É bem longo e traça 3 teorias/explicações diferentes.
Já disseram que Trance é o Inception de Danny Boyle e o final também traz certa dubiedade, com o tocar ou não tocar no botão da tela do iPad
Extermínio 3
3.2 15Espero que não seja dirigido pelo Danny Boyle, ele não dirigiu nem o segundo, seria legal ele explorar franquias novas...
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
3.2 1,0K Assista AgoraGostei!
Torci o nariz quando lançou, mas resolvi seguir a indicação de um amigo quando saiu no streaming. A ambientação cyberpunk e a trilha sonora são ótimas. Também trouxe uma discussão existencialista bem legal, semelhante a de Blade Runner.
Todavia
Scarlet Johansson como Major/Motoko não casou bem. Dá para entender a motivação dos produtores em escalar alguém famoso para chamar público mas, ainda assim, acho que deveria ter sido interpretada por uma japonesa ou, pelo menos, uma asiática. Podiam, inclusive, usar duas atrizes asiáticas para o antes e depois, algo meio "A Aparição". O final fecha com chave de ouro!
No mais, acredito que, como blockbuster, este filme pode realmente soar bem arrastado/sonolento para ver no cinema, ao menos para o grande público. Assistindo em casa, sem hype, sem expectativa é uma boa pedida.
O Quarto Mundo
2.8 2 Assista AgoraÓtimo documentário que mostra um pouco da vida em três favelas de diferentes continentes.
No Quênia, um dos entrevistados diz que o futuro para quem não estuda traz três opções: 1) Produzir uma "cerveja artesanal" ilegal, utilizando fluídos para embalsamar corpos, ácido de bateria e combustível de avião em seu processo de produção; 2) se tornar um ladrão; 3) ou um barão do narcotráfico. Também mostra a disparidade entre a remuneração de um trabalhador informal das favelas e dos políticos.
Já na Guatemala, foca na realidade violenta das gangues; também na violência e abuso familiar, que levam jovens a fugir de casa e praticar delitos para sobreviver. Não se trata de justificar a criminalidade ou generalizar sua causa. Trata-se de um recorte, uma amostragem que pode ser compreendida por aqueles que possuem o mínimo de honestidade intelectual.
Por fim, a última parte do documentário mostra uma favela nas Filipinas, país que tem um histórico "interessante", por estar situado na Ásia e ter influências culturais da Espanha e dos EUA. Aqui, vemos uma família que aufere parte de sua renda vasculhando um lixão.
Em todos os locais, o ponto em comum é sempre o das condições insalubres de moradia, sem saneamento básico e até mesmo ausência de eletricidade. Também pela grande densidade populacional nestas favelas e, também, o elevado número de filhos por família (cerca de cinco).
Sempre me pergunto: se houvesse maior ênfase à políticas de planejamento familiar, legalização do aborto (em tais países, o procedimento é proibido, salvo exceções) e menor influência da religião no tema, será que haveriam menos favelas? Este, para mim, é sempre um ponto fulcral quando pensamos em algo simples: recursos versus demanda. Existe um livro bem interessante (apesar de alarmista) que discute superpopulação: "10 Bilhões (Stephen Emmott).
O documentário sempre trata os gastos das famílias nas respectivas moedas locais, mas quando vai mostrar os salários, sempre o exibe em dólares. Isso dá um certo tom sensacionalista. Basta ouvir o relato de qualquer pessoa que tenha morado no exterior para saber que não se calcula o custo de vida fazendo conversões diretas de moedas.
Em suma, passamos a utilizar o eufemismo "países em desenvolvimento" para nos referir a países como o Brasil, que são de Terceiro Mundo. Todavia, como o fundo do poço tem subsolo, nos deparamos com a expressão "Quarto Mundo" para mostrar as piores condições de vida, abaixo da linha da pobreza.
E é isso que me causa espécie: esse mundo "cyberpunk" em que vivemos, num "High Tech, Low Life" (Alta Tecnologia e Baixa Qualidade de Vida), no qual vemos uma pessoa com iPhone na mão, mas pisando num esgoto a céu aberto. Vivemos numa realidade que traz, ao mesmo tempo, a tecnologia do futuro e a Idade Média.
É este o Admirável Mundo Novo que queremos?
A Guerra do Amanhã
3.2 709 Assista AgoraA pergunta que não quer calar: Qual era a seleção que estava jogando contra o Brasil? :-P
A Guerra do Amanhã, para mim, entra na mesma categoria do Robocop do Padilha: gera debates mais interessantes do que o filme em si. Gostei muito das ideias apresentadas,
como a janela temporal dos 7 dias (que fica bem fácil de entender se imaginarmos uma "seleção" num programa de edição de vídeos). Achei animal a primeira viagem para o futuro e como eles caíram.
Aliás, todos os "marcos" do filme são bacanas, mas os achei mal "costurados", também não curti muito os efeitos visuais dos alienígenas. A parte final é bem intrigante e, mesmo não sendo um filme originalmente pensado para o streaming, fico imaginando o quão legal seria (ou não) se Amazon/Netflix fizessem filmes com finais mais abertos justamente para gerar uma repercussão e engajamento (como sei que houve com a série Lost).
Uma coisa que fiquei pensando:
os aliens poderiam ser uma metáfora para possíveis pandemias futuras causadas pelo derretimento da Tundra na Rússia. Também mostra a importância da educação e da ciência para nosso futuro (pois se, no filme, estamos viajando 30 anos adiante, no mundo real, muitos querem uma viagem ao passado...).
PS: Uma coisa que pode ter afetado meu julgamento no filme: conheci o Chris Pratt na série Parks and Recreation, difícil levar ele a sério! XD
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraUm fantasminha camarada
mas que apronta várias confusões quando está full pistola, incluindo quebrar todos os pratos que você ganhou da lista de presentes da Camicado! :-P
Assisti o filme por indicação de um amigo, durante uma conversa sobre a mesmice e "clichês" de grande parte dos filmes atuais. Eis um exemplo de obra contemplativa, que dá o tempo necessário para que o espectador absorva sua essência, sem aquele monte de cortes secos que nos deixam tontos. O silêncio é uma tela em branco a ser preenchida pela criatividade, especulação, e não falta de algo.
O binômio passagem do tempo / decadência me lembrou muito o livro "Leite Derramado" (Chico Buarque). Principalmente o contraste entre avanço da tecnologia, progresso material e a deterioração interna do ser humano.
Deixa também uma ótima pista de como retomar o Cinema mudo sem soar retrógrado. Também me remeteu um pouco a um episódio de Black Mirror
Be Right Back [S02E01]
E tanto o monólogo quanto o filme como um todo, me fizeram pensar em duas músicas:
The Awakening, do Wolfbrigade:
♫ Blind leads blind
stumblin' on trough
pain & misery
Not aware of what we do
We fear the unknown
even our own shadow
It's hard to be here
but we don't dare to go
Too deaf to hear
Too blind to read
It's safer to grin and bare it
An open book
But we will not learn
Don't dare to leap
But good we yearn
An open chapter
with no real end
The world can't be owned
It's something we borrow
Not aware of what we do ♪
---
E Walked Like A Ghost, do Mighty Mighty BossTones:
♪ He walked like a ghost
Til he became a ghost
Lost what he believed in and all that he held close
Words would not express or allow him to describe
The sadness that he dealt with up until the day he died
Sarah, and Lily and Grace
When the world was a much better place
20 of them please
On up and down the keys
He played with a purpose he also played with ease
I played them too the sweetest soul I knew
And cherished every moment
That I got to spend with, you
Sarah, and Lily and Grace
Sarah, and Lily and Grace
Sarah, and Lily and Grace
When the world was a much better place
Holes had replaced those beautiful brown eyes
Souls erased, angels fell and darkness filled the sky
And he walked like a ghost up until the day he was
When something like this happens
I guess, that's what someone does
And Sarah, and Lily and Grace
Sarah, and Lily and Grace
Sarah, and Lily and Grace
When the world was a much better place
Sarah, and Lily and Grace
When the world was a much better place ♫
Esta última é uma homenagem a Matthew Badger, pai de Sarah, and Lily and Grace (que faleceu em 2017; é o criador de uma fundação que leva o nome das três filhas, mortas num incêndio).
Rookie: Um Profissional do Perigo
3.1 49 Assista AgoraUma obra-prima do Cinema de Ação!
"The Rookie" figura ao lado de grandes franquias do gênero, como "Máquina Mortífera", "Duro de Matar", "Um Tira da Pesada" e "48 Horas". Todavia, passou despercebido por muitos. No meu caso, peguei pela metade, zapeando canais pela madrugada, quando foi exibido no SBT.
Assisti na íntegra em 2015 e, passados mais de 5 anos, sou obrigado a acrescentar mais 2 estrelas, pois o filme é melhor do que lembrava. Conta com o clichê das frases de efeito, que são utilizadas posteriormente a bem do roteiro. Além disso, traz ótimas cenas de ação, todas com efeitos práticos (algo que entrou em extinção hoje em dia).
Seu enredo simboliza a "passagem de bastão" da velha para a nova geração, algo já visto em "Colors - As Cores da Violência" (1988), com a dupla Robert Duvall/Sean Penn. Mas "The Rookie" vai além: representa não só a transição dos filmes policiais dos anos 70/80 para os anos 90,
(A cena em que Pulovski parte o charuto e o divide com Ackerman)
(A cena final, que remete à inicial, com Pulovski sentando atrás da mesa, agora como Tenente e, consequentemente, Ackerman recebendo sua nova parceira)
Além disso, é preciso destacar o grande elenco, acima da média para um filme de ação: o próprio Clint Eastwood, Charlie Sheen, Raul Julia e Sônia Braga. Sendo que esta última se mostra uma atriz completa, com sua presença, expressão e ótima coreografia nas cenas de tiroteio. Menção honrosa a Marco Rodriguez, que interpreta Loco, com uma aparência que é um misto de Jim Carrey com Edward James Olmos :-)
Tropas Estelares 2
2.2 87 Assista AgoraGosto muito da franquia: livro, primeiro filme e animação. Mas este aqui é ruim demais. Um dos poucos filmes que não consegui assistir até o final.
Os Incontestáveis
2.3 8 Assista AgoraUma mistura de "Corrida Contra o Destino", "Um Drink no Inferno" e "Dr. Fantástico" (com Corote).
PS: Só assisti porque vi o nome do Mozine no elenco :-P Era melhor ter ficado em casa, ouvindo "Deu Um Treco No Teco-Teco" :-P
Fahrenheit 451
2.6 173 Assista AgoraVale lembrar: é um filme para TV. E, tendo isso em mente, superou minhas expectativas (que eram bem baixas). Sinceramente, nesta categoria, os únicos filmes bons que consigo me lembrar são: o ótimo (EXCELENTE!) "A Odisseia", com Arman Assante e "Fenda no Tempo", baseado na obra de Stephen King. Enquanto estes últimos pecam nos efeitos visuais e/ou atuação, o filme da HBO deixa mais a desejar no enredo e roteiro.
Idealmente, "meu filme" Fahrenheit 451 seria algo mais corajoso, com visual e conceito "retrofuturista". Para dirigir, caras como Alejandro Jodorowsky, Christopher Nolan, Dennis Villeneuve ou Guilhermo Del Toro. Para Montag, Jamie Foxx ou Omar Sy. Para Beatty, Tom Cruise (com seu visual e semblante de "Collateral"). No papel de Clarisse, Noomi Rapace. O carro dos bombeiros, seria aquele clássico vermelhão, os uniformes dos bombeiros seriam aqueles grandões, folgados e pesados, com os capacetes tradicionais (iguais ao do pai do Montag, mas com o distintivo dourado e bem reluzente). E o mais importante: teria o "sabujo", o cachorro-robô, criado com efeitos práticos, a partir daquele modelo da Boston Dynamics.
Voltando ao filme da HBO, lembro que já li o livro do Ray Bradbury e assisti o filme do Truffaut de 1966 e, ainda assim, gostei deste novo. Não é minha adaptação ideal, mas passa longe de ser um péssimo remake como aquele "O Dia Em Que a Terra Parou", com o Keanu Reeves. O "Fahrenheit 2018" é bem envolvente é um verdadeiro "fan service" para quem gosta de livros. Ficar pausando e identificando os títulos, em inglês, dos clássicos, é um divertimento à parte. Ver um personagem, mergulhando o rosto no livro para cheira-lo salienta bem isso.
Ouvir a leitura de passagens famosas é bem gratificante, principalmente por vê-las inseridas no contexto da narrativa do filme, criando uma metalinguagem para os anseios e questionamentos dos personagens.
Nesse sentido, o ponto alto é ver a angústia de Beatty, que usa uma seda de cigarro para escrever passagens e pensamentos, para logo em seguida queimá-las; e o que não dizer de como ele instiga Montag a ler para, meio que secretamente, "compartilhar" o hábito da leitura, tal como fazemos nos clubes de leitura.
Num filme habitual, seria inverossímil um personagem enveredar de forma tão ingênua na transgressão. Todavia, no contexto de Fahrenheit 451, não só leitura, como o simples abrir de um livro é algo totalmente censurado desde sempre, tal atitude é bem plausível. Basta lembrar dos gatilhos despertados pelas lembranças de seu pai, como a instigação de Beatty
Na parte de adaptação para o contexto atual de rede sociais, o filme reflete um pouco do que já foi extrapolado em Black Mirror e do que vemos no mundo atual.
Em suma: o filme pelo filme, não é muito bom. Mas, da perspectiva de suas referências e de uma interpretação (não somente uma compreensão), indo fundo na intertextualidade, subtexto etc. é uma ótima pedida.
Venom: Tempo de Carnificina
2.7 636 Assista AgoraNão li a HQ, mas joguei o jogo de SNES lançado nos anos 90:"Maximum Carnage". Vale a pena conferir, é porradaria para todos os lados. É possível jogar com o Homem Aranha ou Venom, enfrentando desde super vilões, até a população enlouquecida. Conta com uma trilha sonora com rock pesado, feita pela banda Green Jellÿ (aquela que tem o clipe em Stop Motion, "Three Little Pigs").
No mais, a escolha do Woody Harrelson para o Carnificina foi perfeita, haja vista seu papel em "Assassinos por Natureza".
Venom
3.1 1,4K Assista AgoraGrotesco
Da minha perspectiva (de quem não leu o personagem nas HQs, mas apenas o viu no desenho dos anos 90 e no jogo Maximum Carnage de SNES; que achava um desperdício escalar um ator como o Tom Hardy para um filme desses; que está saturado e há muito não acompanha filmes de super-heróis; e achava que os efeitos seriam horríveis), surpreendeu positivamente.
Ao meu ver, é o tipo filme que funciona perfeitamente no cinema, sobretudo por não ter uma duração alongada (o tempo em tela é pouco mais de uma hora e meia). Bom ritmo, boas cenas de ação. Já para assistir em casa, mais detidamente, causa um certo incômodo pelos clichês mais bobos e previsíveis
O modo como o ponto fraco foi descoberto e explorado foi bem orgânico e o ator escalado para o personagem do próximo filme foi simplesmente perfeito (aliás, o tipo de personagem remete a outro papel que tal ator já interpretou nos anos 90). No mais, por mais que os efeitos visuais sejam meio toscos, conseguem captar a essência do Venom, que é o grotesco.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraQuem viver, verá. Literalmente. :-\
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraIn Nolan We Trust: Cinema com cê maiúsculo! (Embora visto num monitor de 22").
Meu diretor favorito, mas deixei este filme 4 anos na adega, por não ter o mínimo interesse na saturada temática de 2ª Guerra Mundial (num mundo ideal, queria que ele tivesse dirigido "1917").
Todavia, não me arrependi: execução perfeita. Sem explicações, apenas "Picture" in "Motion" (neste ponto, a areia da praia de Dunkirk tem uma pitada da poeira de "Mad Max: Estrada da Fúria"). Uma pequena firula temporal (para garantir o direito adquirido dos que reclamam que os filmes de Nolan são confusos) e nada mais. Gostei da tríade espaço-temporal que divide núcleos de personagens e, ao poucos, os une. Para quem gostou desse detalhe, recomendo o filme "Amores Brutos".
Seu ritmo e linguagem me lembraram "Stalker", do Tarkovski. Sobretudo, pelo pano de fundo "maior" do que os personagens. Surpreende a coragem do diretor em lançar algo assim em 2017. Mas não escapa ileso: a sociedade apegada a personalismos, para colocar suas esperanças ou despejar suas frustrações, quando não os encontra na ficção, vai buscar alguém no mundo real para tacar pedras.
Portanto, não surpreende ver nos comentários que "Todo Mundo Odeia o 'Chris' ", por não estampar um personagem bonitinho para nos importarmos. Há empatia para dar e vender a personagens ficcionais; diante de centenas de milhares de mortes, reais, a apatia aumenta mais rápido do que a maré.
No mais, continue assim, "Chris": Te perdoamos por "Tenet". Relaxe um pouco, fature uma boa grana com umas franquias famosas e adaptações, (quem sabe, deixando-as num top de todos os tempos do IMDB) e invista nos seus projetos autorais. Quanto ao remake de "Amnésia", "esqueça isso"! Afinal, temos não só um, mas dois remakes Indianos que dão pro gasto ;-) ("Ghajini", de 2005 e Ghajini, de 2008...)
Um Príncipe em Nova York 2
2.8 459 Assista AgoraEngraçado: um filme de streaming que é perfeito para o Cinema!
Um Príncipe em Nova York 2 poderia ser potencializado pela exibição numa sala de Cinema, com aquele ar de "evento". A experiência coletiva, com certeza, tornaria o riso contagiante.
Existem filmes que não tão bons por si só, mas quando vistos na "Telona", podem se tornar uma experiência inesquecível. Cito o exemplo de "Ace Ventura 2: Um Maluco na África", primeiro filme que vi no Cinema, foram altas gargalhadas. Hoje, acho um filme bem bobo (ao contrário do primeiro). Mas jamais esquecerei daquela divertida sessão.
Concordo sobre o roteiro ser fraco. O conflito gerado com o novo príncipe acontece muito rápido, não convence. Faltou tempo em tela para desenvolver melhor os personagens. Por outro lado, as coreografias e cenas de luta estão ótimas. Vale destacar Wesley Snipes, que está num papel sensacional! Sua interpretação, seja na voz ou nas expressões faciais são o ponto alto do filme.
PS: Uma (auto)crítica legal que o filme faz é sobre a saturação de filmes de super heróis e de "remakes que ninguém pediu".
Cercados
4.2 222021: O ano da colheita, de tudo que o País plantou, não só em 2020, mas também no último triênio. Apenas um trem de consequências.
Um Príncipe em Nova York
3.1 656 Assista AgoraFiquei impressionado com as maquiagens dos outros personagens que o Eddie Murphy faz! A voz e os trejeitos dá até para desconfiar mas, visualmente, mesmo sabendo não consigo notar!