Se fosse mais focado em sacanear Quentin Tarantino, "Plump Fiction" teria tudo para ser uma referência dentre os filmes-paródia. Porém, a vontade de abraçar mil referências de outros filmes (em especial "Assassinos por Natureza", que, curiosamente, foi roteirizado por Tarantino) retira essa esperança. Salva-se a coragem de Julie Brown em se auto-depreciar em seu papel, algumas tiradas realmente engraçadas e até sutis (a abertura ao som de Dick Dale, com "Hava Naguila", e trocar "Son of a Preacher Man" por "Crimsom and Clover", por exemplo).
Filmes sobre ritos de passagem, quando bem realizados, nos colocam na situação dos personagens principais quando nós mesmos passamos pela aflitiva fase em que somos velhos demais para sermos poupados feito crianças e novos demais para sermos respeitados feito adultos. Não é o caso de "Competindo com os Steins". A falta de firmeza do diretor Scott Marshall prova que seu pai, o também cineasta Garry Marshall, que aqui interpreta o avô liberal do protagonista, não lhe passou a habilidade para criar filmes cativantes, sejam bons ou não. Aliás, a presença de Garry e seu conflito com o filho ainda ressentido pelo pai ter abandonado a família para viver feito hippie são os únicos atrativos para esta comédia anêmica.
Eficiente representação de uma vida permeada por quadrinhos, jazz, misantropia e, não obstante suas idiossincrasias, demasiadamente comum. Talvez tenha faltado um olhar menos condenscendente a Harvey Pekar. Sem contar que as atuações de Paul Giamatti e Hope Davis, embora ótimas, meio que glamourizam seus personagens, oferecendo-lhe um ar cult que destoa do aspecto ordinário das vidas que retratam. Mesmo assim, uma experiência válida.
O fato de ser baseado numa história real não deveria engrandecer este filme. Contudo, "Mar Adentro", por evitar, na maior parte da sua duração, seguir um tom emocionalmente apelativo, mostra-se digno. Tanto quanto a busca de Ramón Sanpedro por encerrar sua vida. Até mesmo os opositores mais renhidos da eutanásia tomarão um baque ao serem apresentados a este filme, cujos méritos decorrem, em boa parte, da atuação excepcional de Javier Bardem.
Ainda muito na cola de Tarantino, Guy Ritchie começa a esboçar alguma personalidade em "Snatch". E Brad Pitt até que convence em um papel dos mais histriônicos. Fora isso, nada há de espetacular por aqui.
Eis um bom thriller, bem escrito e dirigido. Porém, não creio que seja um Cronenberg de primeira. Embora note-se alguns elementos do seu estilo em uma ou outra cena, é mais Stephen King do que qualquer outra coisa. Mesmo assim, é um filme digno, com um elenco empenhado e dotado de um roteiro honesto, sem armadilhas baratas.
Analisar as comédias brasileiras dos anos 50 e 60 demanda alguma relativização. Para cada tento marcado por grandes nomes feito Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves e outros tantos, nos deparamos com números musicais não raro deslocados e com alguma irregularidade quanto aos roteiros. Porém, a presença de Walter D'Ávila, um dos melhores comediantes brasileiros do século passado e pouco habitual em cinema, justifica assistir a este filme. Primeiramente porque, exceto por alguns momentos gratuitos, a trama é bem ritmada. Há uma discussão moral sobre as cobranças feitas ao homem moderno que, mesmo quase sessenta anos passados desde "A Família Lero-Lero", ainda procede. Sem falar no retrato ácido do ambiente do serviço público no Brasil. O elenco coadjuvante, no geral, cumpre o prometido. Particularmente, o destaque fica para Marina Freire, impecável no papel da megera Isolina. Um filme fácil de se ver e que merecia ser mais conhecido.
Poderia enumerar vários motivos para o culto a este filme. O título emblemático, a inconfundível música-tema, a presença do então popular Giuliano Gemma ou mesmo a superlativização de certos filmes do gênero faroeste. Infelizmente, tanta expectativa, em mim, resultou numa frustração das piores. Para começar, não há nenhum grande desempenho no elenco, nem mesmo por Gemma. Tecnicamente, nada excepcional que justifique tantos elogios ao filme. E o roteiro, embora tenha boas soluções, as apresenta em um tempo irregular. Não se trata de um mau filme. Mas certamente há muitos faroestes melhores do que este, mesmo dentre os do grupo dos westerns spaghetti.
Eis uma boa maneira de falar sobre espionagem e terrorismo sem patriotadas ou trinfalismos. De um lado, mostra-se o processo espúrio pelo qual pessoas desgarradas acabam por abraçar causas extremistas. De outro, demonstra que a defesa dos interesses soberanos de uma nação não se faz apenas com bondades, muito pelo contrário. Ótimo ritmo, atores bem dirigidos e uma fotografia a ressaltar o clima sufocante deste filme subestimadíssimo.
Este filme é uma situação-limite em si. O policial Schneider é um dos personagens mais desencantados que já vi nas telas. Sua obstinação por justiça não o torna um personagem heroico. Não obstante, desperta em certos momentos uma compaixão típica pelas criaturas caídas. Justine, por sua vez, representa a impotência de todos aqueles vitimados pela tragédia e sem voz perante as injustiças geradas por quem mais deveria evitá-las. Assistam a este filme, exceto em dias muito alegres. Periga você chover por dentro depois do final.
Sub-Tarantino. E isto não é um elogio a Guy Ritchie, pois Tarantino, ao menos, consegue oferecer personalidade aos seus filmes, algo que falta neste "Jogos, Trapaças...". Enfadonho quando deveria ser empolgante. Certamente Guy Ritchie faria algo melhor após isso.
Lamentável desperdício de Ray Liotta, Willem Dafoe e Michelle Rodriguez. Só não merece a pior cotação por um ou outro lampejo de que este filme poderia ter valido a pena, com um roteiro mais intenso e uma direção segura.
Filmes de superação costuma resultar, no mais das vezes, xaroposos. Não é o caso de "Boa de Briga". A ambientação numa comunidade latina nos EUA, retratada de forma menos estereotipada do que de costume, é um diferencial. E Michelle Rodriguez vale o espetáculo. Impetuosidade e doçura numa só pessoa, sua personagem é tão convincente que duvidamos que Michelle está apenas interpretando. Mais do que uma mera curiosidade fílmica.
Houve um tempo em que os filmes de Arnold Schwarzenegger perigavam se tornar a mais nova tradição anual após o advento dos especiais do Roberto Carlos na Globo. Em sua maioria, filmes não muito dignos de nota, exceto para quem gosta de tiros e explosões a rodo. "Fim dos Dias", contudo, tem um diferencial: lançado nos estertores do paradigmático ano de 1999, conta com um título auto-explicativo. Schwarzenegger tenta atuar de forma mais densa, sem grande êxito. Mas nem seria preciso: o elenco coadjuvante conta com tantos nomes bons que a mera aparição de qualquer um deles já valeria a curiosidade. Gabriel Byrne é um dos capetas mais classudos que já vi no cinema. Para finais de noite sem compromisso.
Filme de ação acima da média, onde tudo é exagerado: da fama de Arnold Schwarzenegger naqueles tempos às explosões a granel. Desempenho imperdível de Jamie Lee Curtis no papel da esposa entediada que nem suspeitava ser casada com um espião. Só não estou certo se se trata de uma refilmagem melhor do que o original francês. Em todo caso, um passatempo superlativo, para dias de descanso dos critérios cinefílicos.
Se há um culpado pela onda de filmes de terror adolescentes dos anos 90, Wes Craven é o cara. Pretendendo reciclar o gênero, acabou por cometer um filme incômodo, no mau sentido. Mas não se preocupem: é tudo pessoal.
Inofensiva comédia nostálgica sobre o auge de popularidade das salas de cinema nos EUA e a paranoia dos tempos mais difíceis da Guerra Fria. Falando assim, poderia ser um bom filme. Mas faltou aquele encantamento necessário para que os nascidos após aqueles tempos possam se sentir como se quisessem neles ter vivido. O que é uma pena.
Início auspicioso da carreira de John Sayles, logo a partir da sua criativa abertura. Os personagens são bastante representativos duma geração mais engajada em suas posições políticas. Ao mesmo tempo, tangencia a liberdade das relações amorosas em voga naqueles tempos. Sayles ainda burilaria mais seu estilo em diante. Mas já o demonstrava deste esta estreia.
Da série "grande elenco, bom argumento, resultado abaixo do esperado". John Sayles, aqui, não se define entre a crítica à expansão imobiliária desenfreada e o amplo painel humano abordado a partir deste tema. Talvez com uma edição mais enxuta e um melhor tratamento dos personagens, pudesse ser um grande filme.
Paul Bartel foi um cineasta na linha de John Waters. Sem tantas referências culturais em seus filmes, destacando mesmo o caráter bizarro das relações humanas. Infelizmente, poucos falam deste diretor atualmente. Este filme foi, provavelmente, sua produção com maior orçamento. A sequência inicial é bastante provocadora, exceto pelo desfecho. A ciranda de casais e amantes pode às vezes cansar o espectador. Mas tudo isso é compensado pelo peculiar senso de humor típico de seus filmes. Vale apontar a bela Jacqueline Bisset e o cineasta e ator bissexto Paul Mazursky, além de um elenco cheio de atores histriônicos, incluindo o próprio diretor. Lamentavelmente, só existem em VHS no Brasil. Para quem busca comédias insólitas, este é um bom ponto de partida.
Comédia corporativa. Seria esse um sub-gênero cinematográfico? Se sim, "Como Enlouquecer Seu Chefe" periga ser um dos seus maiores clássicos. Expondo o ridículo que há no excesso de cobranças no meio empresarial, este filme faz jus ao potencial de Mike Judge, até então famoso pelo desenho "Beavis & Butt-Head".
Greenaway mantém o alto nível das encenações em seus filmes nesta história onde fatalismo, desejo e o sentimento religioso levado à radicalidade faz desta produção algo, no mínimo, curioso. Brilhante atuação de Julia Ormond. Merece ser mais conhecido.
Em termos visuais, os filmes de Greenaway nunca são desprezíveis. Porém, em "8 mulheres e 1/2", o resultado final é um tanto indigesto. Falta rumo na condução da trama, pretensamente luxuriosa. A arriscar.
Apenas uma Questão de Amor
4.0 150Para ajudar a tornar o mundo mais tolerante à diversidade. Embora, exceto por este mérito e pelos bons intérpretes, não apresente grandes ambições.
Plump Fiction: Tempos de Demência
3.5 38Se fosse mais focado em sacanear Quentin Tarantino, "Plump Fiction" teria tudo para ser uma referência dentre os filmes-paródia.
Porém, a vontade de abraçar mil referências de outros filmes (em especial "Assassinos por Natureza", que, curiosamente, foi roteirizado por Tarantino) retira essa esperança.
Salva-se a coragem de Julie Brown em se auto-depreciar em seu papel, algumas tiradas realmente engraçadas e até sutis (a abertura ao som de Dick Dale, com "Hava Naguila", e trocar "Son of a Preacher Man" por "Crimsom and Clover", por exemplo).
Competindo Com os Steins
2.6 6Filmes sobre ritos de passagem, quando bem realizados, nos colocam na situação dos personagens principais quando nós mesmos passamos pela aflitiva fase em que somos velhos demais para sermos poupados feito crianças e novos demais para sermos respeitados feito adultos.
Não é o caso de "Competindo com os Steins".
A falta de firmeza do diretor Scott Marshall prova que seu pai, o também cineasta Garry Marshall, que aqui interpreta o avô liberal do protagonista, não lhe passou a habilidade para criar filmes cativantes, sejam bons ou não.
Aliás, a presença de Garry e seu conflito com o filho ainda ressentido pelo pai ter abandonado a família para viver feito hippie são os únicos atrativos para esta comédia anêmica.
Anti-Herói Americano
4.0 159 Assista AgoraEficiente representação de uma vida permeada por quadrinhos, jazz, misantropia e, não obstante suas idiossincrasias, demasiadamente comum.
Talvez tenha faltado um olhar menos condenscendente a Harvey Pekar.
Sem contar que as atuações de Paul Giamatti e Hope Davis, embora ótimas, meio que glamourizam seus personagens, oferecendo-lhe um ar cult que destoa do aspecto ordinário das vidas que retratam.
Mesmo assim, uma experiência válida.
Mar Adentro
4.2 607O fato de ser baseado numa história real não deveria engrandecer este filme.
Contudo, "Mar Adentro", por evitar, na maior parte da sua duração, seguir um tom emocionalmente apelativo, mostra-se digno. Tanto quanto a busca de Ramón Sanpedro por encerrar sua vida. Até mesmo os opositores mais renhidos da eutanásia tomarão um baque ao serem apresentados a este filme, cujos méritos decorrem, em boa parte, da atuação excepcional de Javier Bardem.
Snatch: Porcos e Diamantes
4.2 1,1K Assista AgoraAinda muito na cola de Tarantino, Guy Ritchie começa a esboçar alguma personalidade em "Snatch". E Brad Pitt até que convence em um papel dos mais histriônicos. Fora isso, nada há de espetacular por aqui.
Na Hora da Zona Morta
3.6 323 Assista AgoraEis um bom thriller, bem escrito e dirigido.
Porém, não creio que seja um Cronenberg de primeira.
Embora note-se alguns elementos do seu estilo em uma ou outra cena, é mais Stephen King do que qualquer outra coisa.
Mesmo assim, é um filme digno, com um elenco empenhado e dotado de um roteiro honesto, sem armadilhas baratas.
A Família Lero-Lero
3.8 9Analisar as comédias brasileiras dos anos 50 e 60 demanda alguma relativização.
Para cada tento marcado por grandes nomes feito Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves e outros tantos, nos deparamos com números musicais não raro deslocados e com alguma irregularidade quanto aos roteiros.
Porém, a presença de Walter D'Ávila, um dos melhores comediantes brasileiros do século passado e pouco habitual em cinema, justifica assistir a este filme.
Primeiramente porque, exceto por alguns momentos gratuitos, a trama é bem ritmada.
Há uma discussão moral sobre as cobranças feitas ao homem moderno que, mesmo quase sessenta anos passados desde "A Família Lero-Lero", ainda procede.
Sem falar no retrato ácido do ambiente do serviço público no Brasil.
O elenco coadjuvante, no geral, cumpre o prometido. Particularmente, o destaque fica para Marina Freire, impecável no papel da megera Isolina.
Um filme fácil de se ver e que merecia ser mais conhecido.
O Dólar Furado
3.8 83Poderia enumerar vários motivos para o culto a este filme.
O título emblemático, a inconfundível música-tema, a presença do então popular Giuliano Gemma ou mesmo a superlativização de certos filmes do gênero faroeste.
Infelizmente, tanta expectativa, em mim, resultou numa frustração das piores.
Para começar, não há nenhum grande desempenho no elenco, nem mesmo por Gemma.
Tecnicamente, nada excepcional que justifique tantos elogios ao filme.
E o roteiro, embora tenha boas soluções, as apresenta em um tempo irregular.
Não se trata de um mau filme. Mas certamente há muitos faroestes melhores do que este, mesmo dentre os do grupo dos westerns spaghetti.
Segredo de Estado
3.2 10Eis uma boa maneira de falar sobre espionagem e terrorismo sem patriotadas ou trinfalismos.
De um lado, mostra-se o processo espúrio pelo qual pessoas desgarradas acabam por abraçar causas extremistas.
De outro, demonstra que a defesa dos interesses soberanos de uma nação não se faz apenas com bondades, muito pelo contrário.
Ótimo ritmo, atores bem dirigidos e uma fotografia a ressaltar o clima sufocante deste filme subestimadíssimo.
MR73: A Última Missão
3.4 14Este filme é uma situação-limite em si.
O policial Schneider é um dos personagens mais desencantados que já vi nas telas.
Sua obstinação por justiça não o torna um personagem heroico. Não obstante, desperta em certos momentos uma compaixão típica pelas criaturas caídas.
Justine, por sua vez, representa a impotência de todos aqueles vitimados pela tragédia e sem voz perante as injustiças geradas por quem mais deveria evitá-las.
Assistam a este filme, exceto em dias muito alegres. Periga você chover por dentro depois do final.
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes
4.2 580 Assista AgoraSub-Tarantino.
E isto não é um elogio a Guy Ritchie, pois Tarantino, ao menos, consegue oferecer personalidade aos seus filmes, algo que falta neste "Jogos, Trapaças...".
Enfadonho quando deveria ser empolgante.
Certamente Guy Ritchie faria algo melhor após isso.
Control
3.2 33Lamentável desperdício de Ray Liotta, Willem Dafoe e Michelle Rodriguez.
Só não merece a pior cotação por um ou outro lampejo de que este filme poderia ter valido a pena, com um roteiro mais intenso e uma direção segura.
Boa de Briga
3.3 36Filmes de superação costuma resultar, no mais das vezes, xaroposos.
Não é o caso de "Boa de Briga". A ambientação numa comunidade latina nos EUA, retratada de forma menos estereotipada do que de costume, é um diferencial.
E Michelle Rodriguez vale o espetáculo.
Impetuosidade e doçura numa só pessoa, sua personagem é tão convincente que duvidamos que Michelle está apenas interpretando.
Mais do que uma mera curiosidade fílmica.
Fim dos Dias
3.1 298 Assista AgoraHouve um tempo em que os filmes de Arnold Schwarzenegger perigavam se tornar a mais nova tradição anual após o advento dos especiais do Roberto Carlos na Globo.
Em sua maioria, filmes não muito dignos de nota, exceto para quem gosta de tiros e explosões a rodo.
"Fim dos Dias", contudo, tem um diferencial: lançado nos estertores do paradigmático ano de 1999, conta com um título auto-explicativo.
Schwarzenegger tenta atuar de forma mais densa, sem grande êxito. Mas nem seria preciso: o elenco coadjuvante conta com tantos nomes bons que a mera aparição de qualquer um deles já valeria a curiosidade.
Gabriel Byrne é um dos capetas mais classudos que já vi no cinema.
Para finais de noite sem compromisso.
True Lies
3.5 437Filme de ação acima da média, onde tudo é exagerado: da fama de Arnold Schwarzenegger naqueles tempos às explosões a granel.
Desempenho imperdível de Jamie Lee Curtis no papel da esposa entediada que nem suspeitava ser casada com um espião.
Só não estou certo se se trata de uma refilmagem melhor do que o original francês.
Em todo caso, um passatempo superlativo, para dias de descanso dos critérios cinefílicos.
Pânico
3.6 1,6K Assista AgoraSe há um culpado pela onda de filmes de terror adolescentes dos anos 90, Wes Craven é o cara.
Pretendendo reciclar o gênero, acabou por cometer um filme incômodo, no mau sentido.
Mas não se preocupem: é tudo pessoal.
Matinee: Uma Sessão Muito Louca
3.3 60 Assista AgoraInofensiva comédia nostálgica sobre o auge de popularidade das salas de cinema nos EUA e a paranoia dos tempos mais difíceis da Guerra Fria.
Falando assim, poderia ser um bom filme.
Mas faltou aquele encantamento necessário para que os nascidos após aqueles tempos possam se sentir como se quisessem neles ter vivido.
O que é uma pena.
Return of the Secaucus Seven
3.5 2Início auspicioso da carreira de John Sayles, logo a partir da sua criativa abertura.
Os personagens são bastante representativos duma geração mais engajada em suas posições políticas.
Ao mesmo tempo, tangencia a liberdade das relações amorosas em voga naqueles tempos.
Sayles ainda burilaria mais seu estilo em diante. Mas já o demonstrava deste esta estreia.
A Terra do Sol
2.7 5 Assista AgoraDa série "grande elenco, bom argumento, resultado abaixo do esperado".
John Sayles, aqui, não se define entre a crítica à expansão imobiliária desenfreada e o amplo painel humano abordado a partir deste tema.
Talvez com uma edição mais enxuta e um melhor tratamento dos personagens, pudesse ser um grande filme.
Luta de Classes em Beverly Hills
2.8 4Paul Bartel foi um cineasta na linha de John Waters. Sem tantas referências culturais em seus filmes, destacando mesmo o caráter bizarro das relações humanas.
Infelizmente, poucos falam deste diretor atualmente.
Este filme foi, provavelmente, sua produção com maior orçamento. A sequência inicial é bastante provocadora, exceto pelo desfecho.
A ciranda de casais e amantes pode às vezes cansar o espectador.
Mas tudo isso é compensado pelo peculiar senso de humor típico de seus filmes.
Vale apontar a bela Jacqueline Bisset e o cineasta e ator bissexto Paul Mazursky, além de um elenco cheio de atores histriônicos, incluindo o próprio diretor.
Lamentavelmente, só existem em VHS no Brasil.
Para quem busca comédias insólitas, este é um bom ponto de partida.
Como Enlouquecer seu Chefe
3.3 236 Assista AgoraComédia corporativa. Seria esse um sub-gênero cinematográfico?
Se sim, "Como Enlouquecer Seu Chefe" periga ser um dos seus maiores clássicos.
Expondo o ridículo que há no excesso de cobranças no meio empresarial, este filme faz jus ao potencial de Mike Judge, até então famoso pelo desenho "Beavis & Butt-Head".
A cena da destruição da impressora já é um clássico do cinema conteporâneo.
O Bebê Santo de Macon
4.0 18 Assista AgoraGreenaway mantém o alto nível das encenações em seus filmes nesta história onde fatalismo, desejo e o sentimento religioso levado à radicalidade faz desta produção algo, no mínimo, curioso.
Brilhante atuação de Julia Ormond.
Merece ser mais conhecido.
8 ½ Mulheres
3.4 13Em termos visuais, os filmes de Greenaway nunca são desprezíveis.
Porém, em "8 mulheres e 1/2", o resultado final é um tanto indigesto.
Falta rumo na condução da trama, pretensamente luxuriosa.
A arriscar.