Qualquer pai diria que a pior coisa que poderia acontecer a eles seria a de ter seu filho sofrendo com uma doença fatal. E ainda mais devastador, morrendo com ele. É também o mais terrível que pode acontecer a um casal, como cada um vive com sua dor de um jeito diferente, muitas vezes se afastando dessa realidade insana de sofrer e é isso que se vive nesse filme tocante. A história posteriormente entrecruza através de suas elevações, o imediatismo relâmpago do seu amor, a encantadora simplicidade de sua vida no campo flamengo, a harmonia alegre de sua banda de música, e por meio de seus pontos baixos, acolhendo um bebê inesperado, lidar com a dor de cabeça de ter uma parte de você desaparecer com a criança e perder a conexão com a sua alma gêmea. A trama toda é embalada por melodias bluegrass, canções folclóricas belgas e um pouco de Bjorn Eriksson, que vai encantar até mesmo aqueles que não gostam do gênero, algumas canções ficarão com você por muito tempo depois que o filme terminar. Felix Van Groeningen, após a realização de OS MISFORTUNATES (que era ao mesmo tempo o maior sucesso de bilheteria da Bélgica de 2009 e um sucesso de crítica em todo o mundo) segue sua brilhante carreira com um quarto filme que estabelece com firmeza como diretor magistral, retornando com outra história que visita uma grande variedade de emoções e traz sua agilidade especial, com narrativa não-linear, sempre se desdobrando em tons contraditórios e edição elíptica, a outro nível. Enquanto a entrega de Elise e Didier em momentos de suas vidas juntos pode parecer desorganizado no início, o quebra-cabeça é montado gradualmente, fazendo-nos entender e sentir de forma aguda, a angústia de sua desvendar emocional. Lançamento no Brasil: 8 de Novembro de 2013 -------------------------- O filme está em meu blog com informações extras.
"O belo filmagens em Venus In Furs me lembra por que foi chamado de "glorioso preto e branco" Claire Mijnals arde muito bem e tem uma presença semelhante à Jean Harlow Sombras abundam e mostra enquadramento legal que o diretor pode ter encontrado inspiração. No cinema ou Derek Jarman filmes alemães de idade. É uma adaptação muito fiel e muito bem feito de Leopold von Sacher-romance de Masoch, o que significa que é ao mesmo tempo maravilhoso e falta da mesma forma como o livro. Venus in Furs definitivamente não é um filme para todos, e até mesmo para os amantes da "arthouse", ele se sente um pouco incompleto e emocionalmente distante. É, basicamente, uma exploração de masoquismo, sadismo, amor, controle e falta de controle. A questão central parece ser um amante se deve entregar a satisfação de seu /sua parceiro, mesmo quando não é satisfatório para ela/ele. Onde é construído o vínculo? Onde é que a confiança, amor, etc começar o que ele exige? Estas perguntas foram feitas antes e, provavelmente, mais emocionalmente ressonante filmes, mas Venus in Furs vale a pena um olhar para aqueles que são atraídos para o seu "filmes de arte" movimento local, preto e branco. " ------------------------- O filme está em meu blog com informações extras.
Terror? Onde? Não meninos, esse não é um filme de terror como hão de imaginar, é bem mais um filme de fadas que não fazem mágicas, não voam e nem possuem asinhas de borboleta e que sonham. À principio Flavia não acredita quando sua nova “amiga” Veronica diz ser uma poderosa bruxa, mas os acontecimentos que se sucedem alimentam essa possibilidade e, em certo momento até mesmo o espectador se encontra imerso na ambiguidade do filme. Veronica se transforma em uma incógnita. Mas isso não a torna uma vilã, é uma criança inconsequente e invejosa (como a maioria) que encontra na manipulação a única forma de manter Flavia como sua amiga. O mais interessante é o fato de todo o terror do filme se concentrar quase que somente no rosto dos adultos que são filmados pouquíssimas vezes, mas quando mostrados representam morte ou medo. Destaque também para a sequência dos créditos iniciais e o belíssimo e corajoso final. Grande influência para Guillermo Del Toro, Taboada é um cineasta que anda esquecido atualmente, mas quem conhece seu trabalho, sabe de sua grande competência. Veneno para las Hadas é uma de suas grandes obras, que não envelheceu em nada e merece ser redescoberto. Assistam! ----------------------- Está em meu blog com informações extras.
● Antes peço perdão por escrever tanto, mas quem assistiu o filme sabe que o tanto aqui é muito pouco! Dennis Hopper tornou-se um dos símbolos da contracultura com este sensacional “Sem Destino”, responsável por uma verdadeira revolução na indústria cinematográfica de Hollywood. O filme estrelado por Hopper e Peter Fonda (o filho do astro Henry Fonda) abalou as estruturas dos poderosos estúdios e provocou a aposentadoria forçada da maioria dos prestigiados produtores da época, abrindo caminho para a nova e talentosa geração de diretores que surgiria em seguida. A produção de “Sem Destino” não poderia ter sido mais turbulenta. Constantemente em crise, alcoolizado e até mesmo drogado, Hopper causou enormes problemas durante as filmagens, inclusive brigando diversas vezes com Peter Fonda (o que motivou os produtores a incluírem Jack Nicholson no projeto, para acompanhar de perto as brigas dos dois). Não que Fonda ou Nicholson não gostassem de conversar regados à LSD ou maconha na época, mas o problema era o temperamento explosivo de Hopper. Só que os problemas de bastidores não tiveram influência sobre o resultado final da obra. Na realidade, a “loucura” de Hopper ajudou a imprimir no longa o espírito libertário da contracultura, praticamente palpável durante toda a projeção. Escrito por Peter Fonda, Dennis Hopper e Terry Southern (na realidade, Hopper queria os créditos somente pra ele, mas jamais foi comprovado quem de fato escreveu o roteiro), “Sem Destino” mostra alguns aspectos da sociedade de sua época com precisão, como o preconceito contra os negros, quando Hanson diz que conseguiria libertá-los se eles não tivessem matado ninguém “branco”, e o preconceito contra os próprios hippies, na tensa seqüência dentro de um restaurante numa pequena cidade, reforçado pela triste cena da morte de Hanson (Nicholson). Como ele mesmo havia comentado momentos antes com Wyatt e Billy, as pessoas querem a liberdade, mas na realidade elas têm medo de ser livres. A própria seqüência do restaurante ilustra bem este pensamento e reforça ainda o enorme abismo cultural existente na época entre os jovens libertários e a maioria conservadora dos norte-americanos. Enquanto as moças se identificavam com aqueles homens verdadeiramente livres, os homens se limitavam a julgá-los, mostrando seu receio diante daquilo que era “diferente”. O preconceito também foi responsável pela morte de Wyatt e Billy, atingidos de maneira inesperada e chocante por caçadores na beira da estrada. Finalmente, o roteiro é extremamente corajoso (algo típico da nova Hollywood) ao falar abertamente sobre drogas, mostrando os personagens fumando maconha com naturalidade e inclusive debatendo sobre esta erva quando Hanson diz que ela é a porta de entrada para coisas mais pesadas e quando ele diz para Wyatt “está me dizendo que não faz mal?”. O próprio aspecto visual de “Sem Destino” traduz bem o sentimento de seus realizadores. Observe, por exemplo, como a montagem de Donn Cambern evita seguir o convencional, fazendo a transição de imagens de maneira criativa e, em muitas vezes, alternando repetidamente entre dois planos antes de mudar de cena. Além disso, adota um ritmo que oscila entre o dinamismo (nas seqüências na estrada) e o contemplativo (nas reflexões em volta da fogueira), refletindo a alternância de sentimentos dos protagonistas. Quando a dupla se depara com um grupo de hippies vivendo na beira da estrada, os figurinos traduzem perfeitamente o estado de espírito daquela gente livre, sempre com roupas largas, coloridas, bandanas e colares, numa completa integração entre o homem e natureza. Pra completar, a empolgante trilha sonora carrega em cada canção a força daquele momento de efervescência cultural, com o mais puro rock n’ roll dos anos sessenta, encabeçado pela famosa “Born to be wild”, de Steppenwolf, que virou símbolo de liberdade quando associada às motos na estrada. A trilha conta ainda com nomes icônicos da contracultura como Jimi Hendrix e Bob Dylan com sua The Band. A poderosa frase de Wyatt na última reflexão da dupla (“Nós estragamos tudo!”) transcendeu o filme e simbolizou toda a trajetória do movimento “Nova Hollywood”, quando os diretores, em pouco mais de uma década, conseguiram perder todo o poder que conquistaram. Também se aplica ao próprio movimento hippie e à contracultura, que pregou a liberdade, a paz e o amor, mas viu o sonho começar a ruir dias antes da grande celebração do movimento, o Woodstock, quando Charles Manson, um hippie que afirmava ser a reencarnação de Cristo, assassinou friamente pessoas famosas em Beverly Hills (entre elas, Sharon Tate, a esposa de Roman Polanski) e escancarou a falta de segurança daquele estilo de vida libertário.
● E, para completar, ouça as músicas do filme: ► http://www.radio.uol.com.br/#/album/varios-artistas/easy-rider---sem-destino-trilha-sonora/581
Nasce uma Estrela" é um remake de seu homônimo produzido em 1937, sob a direção de William A. Wellman. Ambas as versões são ótimas. A primeira recebeu 8 indicações ao Oscar, duas das quais relativas à melhor história e ao melhor roteiro, enquanto esta apenas 6. Se considerarmos que história e roteiro são basicamente os mesmos nas duas versões, concluiremos que, em número de indicações, elas se equivalem. As principais diferenças estão na melhor direção de Wellman e na presença de Judy Garland com seus memoráveis números musicais. Cukor consegue imprimir um ritmo perfeito ao longo de basicamente três horas de projeção. As músicas e suas interpretações, a cargo de Garland, por outro lado, já tornam "Nasce uma Estrela" um filme imperdível. A canção "The Man that Got Away", de Ira Gershwin & Harold Arlen, foi indicada ao Oscar. Por outro lado, reconhecida internacionalmente como uma das melhores cantoras americanas, Judy Garland tem oportunidade de mostrar suas qualidades como atriz dramática e cômica, fato comprovado por sua indicação ao Oscar de Melhor Atriz, perdendo a estatueta para Grace Kelly, por sua atuação em "Amar é Sofrer". No páreo haviam ainda Audrey Hepburn (Sabrina), Jane Wyman (Sublime Obsessão) e Dorothy Dandridge (Carmen Jones). Também indicado ao Oscar, James Mason demonstra uma perfeita química ao lado de Judy. A fotografia de Sam Leavitt é um outro quesito que, por sua ótima qualidade, merece também ser aqui destacada.
Deixa-me ver... Preciso deixar claro que a comédia "O que É que Há, Gatinha?" é importante por ter sido o primeiro filme do humorista Woody Allen que fora descoberto, pelo produtor e agente Charles Feldman (então namorado da atriz Capucine), contando piadas em Nova York e que esse filme pouco tem a ver com o resto da obra de Allen (as poucas semelhanças são com os filmes iniciais dirigidos por ele), porque foi muito mexido e se tornou um grande sucesso, apesar da narrativa caótica e cheia de tropeços. É preciso entrar no espírito maluco da brincadeira, que inclui um grande número de astros fazendo farsa (ou pastelão), com muita gritaria, correria e até uma perseguição final com karts. Tem também uma canção famosa de Burt Bacharach, interpretada por Tom Jones, que foi indicada ao Oscar. Allen não pensara em filmar seu roteiro como comédia, foi gerado como projeto autobiográfico para o conquistador Warren Beatty, que tinha a mania de chamar todo mundo de Gatinha, no papel que acabou sendo de Peter O'Toole, ao lado de Peter Sellers e várias belas mulheres: Romy Schneider, Paula Prentiss, Capucine. Não é uma comédia clássica, e sim curiosa, nostálgica, histórica, mas bem datada e que envelheceu. É bem menos engraçada do que pretendia ser na época.
Sim, ia esquecendo de dizer que o filme está em meu blog.
Deixe eu pensar... Escrever o que sobre esse explosivo e imenso filme? Bem, pensei... Chelsea Girls é um reflexo de uma juventude em formação, a rebeldia e a forma de expressão. Andy Warhol e Paul Morrissey exploram de forma única e completamente fora dos padrões o cinema como forma de comunicação mais do que representativa. O jovem dos anos 60/70 e sua explosão de liberdade de expressão, sexual, opiniões religiosas revoltadas contra a repressão e a idealização demente manipuladora da época. Ao mesmo tempo em que procura retratar o jovem na mais completa liberdade de expressão, propõe uma crítica contra o controle do mundo padrão, desde o jovem afetado até o jovem tentando se estabelecer na nova forma de expressividade dos outros jovens. Não procura de forma alguma retratar as dificuldades dos pais, muito menos mostrar um contexto detalhado da época, apenas lança trechos de cerca de meia hora da vida de pessoas em situações cotidianas e libertinas, sem função moral. Ao mesmo tempo em que revolucionário, o filme pode desagradar por não ter o ar de filme. Há momentos em que o ator conversa com o diretor do filme e há momentos em que o ator não quer mais estar lá, dizem algo como “eu não aguento mais, quero ir para casa me masturbar, sei lá, fazer algo legal”, como se não estivesse satisfeito com o que está fazendo. Não há conectividade aparente entre as situações. Em algumas delas, os atores se repetem, mas parecem ter outro contexto. As únicas situações que parecem continuar é a de Odine, o papa falso, que fecha o filme talvez com a parte mais forte e interessante, ao lado da imagem de uma das atrizes chorando. Com a ideia e o contexto histórico do filme, o filme conseguiu um status de cult underground e costuma a ser exibido em festivais e, curiosamente, em amostras de museus, muitas vezes em exposições de Andy Warhol, que também é um artista plástico que fez o clássico rosto de Marilyn Monroe em cores vibrantes. Originalmente o filme teria cerca de seis horas, mas os diretores resolveram exibir o filme em duas partes dividindo a tela, ideia que foi genial e talvez o filme fosse, hoje, menos reconhecido. De qualquer forma, “Chelsea Girls” foi, de certo modo, revolucionário para o cinema, como todos os filmes originais e ousados dessa época, mesmo fugindo dos padrões e não tendo o devido reconhecimento da mídia. Realmente, é um filme quase anti-comercial, é uma espécie de filme experimental muito bem executado e de forma única. O que pode e gera desaprovação no meio do cinema são suas longas e despreocupadas tomadas, muitas vezes carregadas de certo vazio e assuntos mal compreendidos ou realmente desnecessários, tomando muito tempo apenas mostrando imagens e situações aparentemente sem propósito. (pessoalmente, o filme funcionou perfeitamente comigo, apesar de, na primeira hora de filme eu não ter entrado na proposta, mas basta apenas expandir os horizontes). Um filme obrigatório para os fãs da cultura Underground. Depois de tudo isso escrito (ufa!) somente resta mais um pontinho vital: Assista!
Vamos lá, mais uma vez vamos lá... Na onda dos filmes que retratam episódios cujo ponto inicial é uma grande metrópole mundial, Tokyo! é um bom exemplo dessa modalidade utilizada com maestria por Wood Alen. O filme incorpora três histórias distintas dirigidas por Michel Gondry (Rebobine, Por Favor), Leos Carax (Pola X) e Bong Joonh-Ho (O Hospedeiro). Apesar de muito interessante, Tokyo! é bem irregular. A narrativa, nos três, com tempos bem planejados, as imagens e os silêncios dão uma atmosfera complexa e constroem a rotina, além de dizer muito sobre a personalidade do personagem. A atuação contida de Teruyuki Kagawa (Sonata de Tóquio) é perfeita, sem julgamentos. A reviravolta só faz o filme crescer com os conflitos. A sensibilidade de cada diretor ao abordar o tema escolhido e a bela interpretação de seu protagonista comunicam ao espectador atento o que há de mais humano em cada um de nós.
"Os Mensageiros 2" foi lançado nos EUA em 2008 e não em 2009 como consta na maioria dos blogs e sites sobre filmes de cinema e também não foi lançado no Brasil em 2009 e sim em 2010 (24 de Março de 2010) direto em DVD junto com o DVD do segundo filme da Saga Crepúsculo, Lua Nova. Sobre o dito cujo pouco tenho a comentar, a não ser que é um filme ruim!
Um filme regular, se for levada em conta a atuação da Kristen Stewart, o deixa mais fraco. Reparei em cenas meio obvias, cenas em que o drama deveria ser maior, ela não demonstrou, encarei sua atuação como neutra. A historia em si, me lembrou um pouco o Grito 3, devido a atormentação dos fantasmas e o caso do John lembrar do ocorrido. Porém o filme provoca certos sustos, e possui uns efeitos pouco convincentes, nota 3 estrelas!
Ufa! Esse filme lançado em 1981, numa produção Franco-Canadense, La Guerre du feu trata de levantar hipóteses sobre a origem da linguagem através da busca de três homo sapiens para conseguirem uma nova fonte de fogo perdida por sua tribo; este, o fogo, elemento divino e tenebroso para eles. O delírio sobre como esses três guerreiros se relacionariam/comunicariam, encontrariam, disputariam e fariam interações subjetivas é a base do roteiro assinado por Anthony Burguess, foneticista e consagrado autor do livro Laranja Mecânica. Burguess faz crível as adaptações e linguagens usadas por aqueles hominídeos além de fazer compreensível toda uma história recheada de grunhidos, mamutes mal-acabados e situações que, aos nossos olhos de hoje, não parecem mais que absurdas. Um filme que nos coloca diante de nossa própria fraqueza em ser forte como se lá estivéssemos hoje, agora, e descobríssemos um "que" que nos fez crescer e frutificar: o fogo.
Não dá para um filme com o Sean Connery ser ruim, o filme tem como tema a guerra fria, e por alguns momentos é bem confuso, poderia ter uma trama mais clara, são muitos personagens que não fazem tanta diferença na história, as paisagens são fantásticas e a história bem legal. É um filme para assistir com paciência.
Para quem gosta de um bom "space opera" esse é um prato feito, tem de tudo: viagens interplanetárias, civilizações distintas, combinação de elementos medievais com elementos futuristas e uma história, até certo ponto, envolvente. E se você leu algo sobre ele faça de conta que não leu e se for amante de lutas ferrenhas, espaçonaves explodindo e tiros sem fim não se deixe levar pelo que leu... E se você é um grande fã das ficções científicas talvez consiga captar as sutilezas dessa obra que, provavelmente, vai te agradar! Sim! O filme está em meu blog, quer assistir? Vá lá...
Uma lenda que conta a esperança de todos os negros que trabalhavam nas região das minas, um exemplo e líder criado a partir de uma história de perda da identidade cultural.
Assistir Linha do Tempo não vai deixar ninguém de queixo caído. No entanto apesar das limitações na história e nos diálogos o filme prende o expectador pelas cenas de ação ambientadas na Idade Média por ocasião da Guerra dos Cem anos entre Inglaterra e França. Baseado em romance de Michael Crinchton
Parem!... Parem!... Que enrolação é essa minha gente, o David Fincher não havia dado um fim nessa angústia sem fim da Ripley? E agora (com esse) deram de ressuscitar a coitadinha só para lhe engendrar um final feliz (não que ela não merecesse, coitadinha) mas a volta de tudo de novo é muito forçada. Repararam que o terceiro filme se parece com o primeiro no aspecto de um grupo de pessoas enfrentando um único monstro sem armas, não recordam? Pois esse Ressurreição se parece com o segundo no quesito repeteco, e olhem que cheguei a torcer por um Alien liderando um grupo armado contra os vários monstros humanos que se enfrentariam e todo mundo se destruiria e tudo acabaria sem haver outra chance de reviverem esse ou aquele. Apesar desse meu sonho esse é, observada as devidas destituições, um filme até bom que poderia ser melhor, mas garanto ser infinitamente melhor que aquela salada do anterior (Alien 3). Um bom elenco com trilha sonora que embala e conduz a trama de maneira até interessante, mas ainda bem que esse foi o último... Tadinho do bixin, apanhou pra dedéu e mesmo no futuro não conseguiu angariar simpatia! Ufa! Acabou gente!!!!!!! Acabou...
Vários roteiros propostos causaram publicidade enganosa que implicava que o filme seria definido na Terra. William Gibson também elaborou um roteiro no qual Ripley passava a maior parte do filme em coma. Embora o Alien que eclodiu a partir do cão era um fantoche, testes anteriores filmados utilizaram um cão real em um traje de Alien. O título húngaro traduzido para o português: "Solução Final: Morte". A produção efetivamente foi fechada por três meses, enquanto o roteiro foi submetido à reescrituras.
Não poderia ser diferente, mais uma vez o mestre Price me impressiona, gostei desse longa por tudo o que me fez tomar sustos além de ele ter sido feito numa época onde tudo precisava ser criado e criou tudo de maneira magnífica. Um filme inteligente e com boas cenas, claro que os efeitos não se comparam com os atuais mas, deixando de lado esse preciosismo besta, não é dos piores. Realmente Vincent Price faz jus a reputação de rei do horror e do suspense. BUUUUUUUU!!!!
Gosto de Cereja é, por muitos, considerado a obra-prima do cineasta iraniano Abbas Kiarostami, e um dos mais importantes filmes dos anos 90. Longe de mim discordar, mas estas mesmas pessoas tendem a simplificar por demais esta obra, o que é uma pena, pois é um filme extremamente reflexivo e que merece (e necessita) mais de uma ou duas seções. Ele conta a estória de Badii, um cidadão de classe-média em seus 50 anos que perambula pelos arredores de Teerã em busca de alguém que possa enterrá-lo depois de suicidar. Muitas das obras mais emocionalmente complexas do cinema foram feitas sob estórias incrivelmente simples e mundanas - vide obras de Yasujiro Ozu e Jacques Tati - e com este filme não é diferente. Eliminando-se uma trama engenhosa, que certamente prenderia toda a atenção do espectador à ela, o filme pode se concentrar em trabalhar questões mais fundamentais, e dar-nos tempo para reflexão. Reflexão esta que se alastra por muito após o término do filme, já que no final nada se explica, e tudo se confunde. Tecnicamente o filme também impressiona, com uma fotografia muito bonita (porém seca) da região montanhosa dos arredores da cidade. A edição também é brilhante, não só pelo motivo citado há alguns parágrafos acima, mas também por conferir um ritmo excelente ao projeto. Sentimos o tempo passar vagarosamente, como o peso de um eterno último dia, onde tudo está sendo experimentado pela última vez (o contraste de visões de alguém prestes a morrer e alguém que não é mostrado numa conversa entre Badii e o vigia, quando o primeiro diz achar a região lindíssima, enquanto o segundo comenta que é apenas um bando de terra e poeira). Narrativamente o filme também inova, já que é um road movie onde o personagem roda, roda, e não chega à lugar algum. Se este é ou não é a obra-prima do diretor, ou um dos filmes mais importantes da década, cabe a cada um dar sua opinião (opinião que provavelmente resultará da cena final), mas como o próprio Kiarostami disse, a proposta do filme e nos fazer pensar e, ao menos neste aspecto, ele é unanimamente bem-sucedido. Se você aprecia bons filmes não espere, assista no meu blog!
Mãezinha do céu, que filme!!! Espere, espere, não desista somente porque escrevo muito. Não... Não desista jamais! O universo é hostil. Sem oxigênio, sem som, no vácuo, ele não oferece a menor condição de sobrevivência à vida humana caso esteja fora deste planeta azul chamado Terra. As breves visitas do homem neste ambiente inóspito são sempre repletas de aparatos desenvolvidos para garantir sua existência, por mais que eles em muitos casos estejam longe do confortável. Foi exatamente com este cenário em mente, de desconforto e do risco constante, que o diretor Alfonso Cuarón nos brindou com esse fenômeno de tira o fôlego chamado "Gravidade (Gravity)". Um filme que impressiona pela ousadia, tanto de narrativa quanto estética, sem jamais deixar de lado o clima de tensão. A trama, em certo ponto, chega a ser simples, mas aquela cena em plano sequência que dura cerca de 20 minutos é impressionante, não apenas pela beleza das imagens da Terra vista do espaço mas pelo próprio balé criado com a câmera para acompanhar os movimentos do carismático Matt Kowalski (George Clooney) e da angustiada Ryan Stone (Sandra Bullock) em meio à calmaria aparente que se torna um verdadeiro inferno no vácuo. E ele está só começando. Por mais que o visual de Gravidade seja deslumbrante, com rotações de câmera muitas vezes usadas para ressaltar a sensação de pânico da personagem de Sandra, o que mais chama a atenção no filme é o domínio do diretor diante de tamanho desafio. É graças à excelência de efeitos visuais e sonoros que esta história pôde ser contada desta forma, com cerca de 90% das cenas em pleno universo. Entretanto, mais do que um mero exercício técnico, Alfonso Cuarón nos oferece também uma aula de narrativa a partir do ponto de vista da tensão. Há vários momentos em que o espectador fica extasiado com o exibido na telona, num misto de angústia e curiosidade sobre como tal cena foi realizada. Realmente impressionante. Em meio a tantos aspectos técnicos, há ainda o belo trabalho dos atores. George Clooney é o alívio cômico, o astronauta experiente que foca no que deve ser feito também no aspecto emocional, enquanto que Sandra Bullock dá vida a uma personagem sofrida que tem uma revelação em meio ao caos. Ambos compõem seus personagens muito bem, trazendo humanidade a este cenário inóspito. Merece destaque também os breves simbolismos implementados por Cuarón no decorrer do filme, como a posição fetal que Sandra assume em determinada cena e o próprio desfecho da história, numa clara alusão à própria humanidade (aqui um interessante contraponto com o início do clássico 2001 - Uma Odisséia no Espaço). Por todos estes fatores, e outros tantos que não foram mencionados para não estragar o prazer que é acompanhar o desenvolvimento da história, Gravidade é um excelente filme que merece ser visto numa sala de cinema muito bem equipada em relação a som e imagem. O 3D ainda amplia a sensação de imersão neste universo vivido pelos astronautas, não apenas devido aos movimentos de câmera aplicados mas também pela própria vastidão causada pelo efeito de profundidade da tecnologia. Aposta forte para o Oscar 2014. Ufa! Saí da sala de exibição como se tivesse corrido uma maratona inteirinha, nunca me senti tão cansado como naquele dia. Você também sentirá o mesmo que senti!
Premiado por seu "humor poético" no Festival de Cannes, foi o filme que tornou Ingmar Bergman conhecido no mundo todo. O diretor sueco lança seu olhar sobre o amor, da adoração juvenil à paixão neurótica e vingativa. Tudo acontece com quatro homens e quatro mulheres numa encantadora e misteriosa noite de verão, onde não existe lugar para a monogamia. Muito bom!!!
Um dos títulos menos conhecidos da filmografia do famoso diretor sueco Ingmar Bergman. Foi rodado na Alemanha, quando ele fugia do fisco na Suécia. O filme trata de temas psicológicos característicos em sua obra, como as crises existências e as dificuldades de relacionamento entre as pessoas. Começa em cores, com Peter Egermann (Robert Atzorn), o protagonista, assassinando uma prostituta que o acaricia e sodomizando-a. Depois, o preto e branco passa a dominar a narrativa, na verdade um imenso flashback. Depoimentos, fragmentos de sonhos e conversas são usados para reconstruir a sua vida e os motivos que levaram o homem a cometer o crime. Surge em cena, um homem atormentado no auge de uma crise pessoal, movida por brigas e discussões com a mulher. Em Da Vida das Marionetes, Bergman explora, com intensidade e ousadia, a mente de um homem levado ao extremo a partir da história de Peter e Katarina, casal que teve um papel secundário em Cenas de um Casamento. http://cinerialto.blogspot.com.br/2013/10/da-vida-das-mar...
Assistir ao filme O Ovo da Serpente é como sentir um soco no estômago e ficar sem ar por alguns minutos. Não é à toa que esta produção de Ingmar Bergman é um dos seus trabalhos mais contundentes e que talvez seja o mais conhecido do grande público. Com certeza é o mais político e intenso trabalho de reconstituição de época e um olhar crítico sobre a Alemanha antes do surgimento do Nazismo. Liv Ullmann com seu olhar intenso e sua interpretação soberba dão ao filme toda a dramaticidade que o diretor exige. Não é por menos que Liv Ullmann é a atriz preferida de seus trabalhos. Tanto a admira como atriz e como mulher que casou com ela. David Carradine também está perfeito no papel do judeu Abel Rosenberg. Abel Rosenberg, um trapezista judeu desempregado, está em Berlim em Novembro de 1923 para tentar descobrir a razão do suicídio de seu irmão. A Alemanha está em crise na república de Waimar em razão da primeira guerra mundial. O povo vive em constantes crises existenciais, econômicas e sociais e o poder político está em franco declínio e os cidadãos vivem sem uma perspectiva de futuro. Neste ambiente de caos o “ovo da serpente” encontra ambiente propício para ser chocado e eclodir com força e mudar os destinos do mundo e da Alemanha. Abel encontra abrigo em um apartamento de um cientista que também lhe oferece um emprego. Sua cunhada vive como corista em uma boate de quinta categoria e mora em uma pensão e ambos acabam se relacionando nesta semana tumultuada. A solidão de ambos, a miséria em que vivem e o futuro sem futuro os colocam numa situação constrangedora de viver um caso tumultuado. No trabalho Abel desconfia que alguma coisa está errada e, ao investigar o tal cientista, descobre que ele está fazendo experiências humanas em nome da ciência médica e da supremacia ariana e encontra respostas para o suicídio do irmão. A fome, o desemprego, a superinflação e a violência urbana criam situações de desespero geral aumentando o descontentamento de uma nação criando assim um ambiente favorável para que Hitler encontre eco a sua megalomania de um poder absoluto e tirano. Acima de tudo, encontra um povo disposto a elevá-lo ao topo da hierarquia indiferente aos seus métodos racistas e cruéis. Um retrato fiel de uma Alemanha em crise e uma profunda reflexão sobre as origens do nazismo. O título do filme é uma síntese perfeita das condições que permitiu o surgimento de Hitler e seu regime nazista. Não é um filme para se assistir indiferente e a reflexão se faz necessário até para que não venhamos a cair na mesma armadilha de sermos salvos por falsos heróis e salvadores da pátria egocêntricos e racistas. Meu blog: http://cinerialto.blogspot.com.br/2013/10/o-ovo-da-serpente.html
Alabama Monroe
4.3 1,4KQualquer pai diria que a pior coisa que poderia acontecer a eles seria a de ter seu filho sofrendo com uma doença fatal. E ainda mais devastador, morrendo com ele. É também o mais terrível que pode acontecer a um casal, como cada um vive com sua dor de um jeito diferente, muitas vezes se afastando dessa realidade insana de sofrer e é isso que se vive nesse filme tocante. A história posteriormente entrecruza através de suas elevações, o imediatismo relâmpago do seu amor, a encantadora simplicidade de sua vida no campo flamengo, a harmonia alegre de sua banda de música, e por meio de seus pontos baixos, acolhendo um bebê inesperado, lidar com a dor de cabeça de ter uma parte de você desaparecer com a criança e perder a conexão com a sua alma gêmea.
A trama toda é embalada por melodias bluegrass, canções folclóricas belgas e um pouco de Bjorn Eriksson, que vai encantar até mesmo aqueles que não gostam do gênero, algumas canções ficarão com você por muito tempo depois que o filme terminar.
Felix Van Groeningen, após a realização de OS MISFORTUNATES (que era ao mesmo tempo o maior sucesso de bilheteria da Bélgica de 2009 e um sucesso de crítica em todo o mundo) segue sua brilhante carreira com um quarto filme que estabelece com firmeza como diretor magistral, retornando com outra história que visita uma grande variedade de emoções e traz sua agilidade especial, com narrativa não-linear, sempre se desdobrando em tons contraditórios e edição elíptica, a outro nível. Enquanto a entrega de Elise e Didier em momentos de suas vidas juntos pode parecer desorganizado no início, o quebra-cabeça é montado gradualmente, fazendo-nos entender e sentir de forma aguda, a angústia de sua desvendar emocional.
Lançamento no Brasil: 8 de Novembro de 2013
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O filme está em meu blog com informações extras.
Vênus in Furs
3.5 15"O belo filmagens em Venus In Furs me lembra por que foi chamado de "glorioso preto e branco" Claire Mijnals arde muito bem e tem uma presença semelhante à Jean Harlow Sombras abundam e mostra enquadramento legal que o diretor pode ter encontrado inspiração. No cinema ou Derek Jarman filmes alemães de idade. É uma adaptação muito fiel e muito bem feito de Leopold von Sacher-romance de Masoch, o que significa que é ao mesmo tempo maravilhoso e falta da mesma forma como o livro.
Venus in Furs definitivamente não é um filme para todos, e até mesmo para os amantes da "arthouse", ele se sente um pouco incompleto e emocionalmente distante. É, basicamente, uma exploração de masoquismo, sadismo, amor, controle e falta de controle. A questão central parece ser um amante se deve entregar a satisfação de seu /sua parceiro, mesmo quando não é satisfatório para ela/ele. Onde é construído o vínculo? Onde é que a confiança, amor, etc começar o que ele exige? Estas perguntas foram feitas antes e, provavelmente, mais emocionalmente ressonante filmes, mas Venus in Furs vale a pena um olhar para aqueles que são atraídos para o seu "filmes de arte" movimento local, preto e branco. "
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O filme está em meu blog com informações extras.
Veneno Para as Fadas
3.9 104 Assista AgoraTerror? Onde?
Não meninos, esse não é um filme de terror como hão de imaginar, é bem mais um filme de fadas que não fazem mágicas, não voam e nem possuem asinhas de borboleta e que sonham.
À principio Flavia não acredita quando sua nova “amiga” Veronica diz ser uma poderosa bruxa, mas os acontecimentos que se sucedem alimentam essa possibilidade e, em certo momento até mesmo o espectador se encontra imerso na ambiguidade do filme. Veronica se transforma em uma incógnita. Mas isso não a torna uma vilã, é uma criança inconsequente e invejosa (como a maioria) que encontra na manipulação a única forma de manter Flavia como sua amiga.
O mais interessante é o fato de todo o terror do filme se concentrar quase que somente no rosto dos adultos que são filmados pouquíssimas vezes, mas quando mostrados representam morte ou medo. Destaque também para a sequência dos créditos iniciais e o belíssimo e corajoso final.
Grande influência para Guillermo Del Toro, Taboada é um cineasta que anda esquecido atualmente, mas quem conhece seu trabalho, sabe de sua grande competência. Veneno para las Hadas é uma de suas grandes obras, que não envelheceu em nada e merece ser redescoberto. Assistam!
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Está em meu blog com informações extras.
Sem Destino
4.0 580 Assista Agora● Antes peço perdão por escrever tanto, mas quem assistiu o filme sabe que o tanto aqui é muito pouco!
Dennis Hopper tornou-se um dos símbolos da contracultura com este sensacional “Sem Destino”, responsável por uma verdadeira revolução na indústria cinematográfica de Hollywood. O filme estrelado por Hopper e Peter Fonda (o filho do astro Henry Fonda) abalou as estruturas dos poderosos estúdios e provocou a aposentadoria forçada da maioria dos prestigiados produtores da época, abrindo caminho para a nova e talentosa geração de diretores que surgiria em seguida.
A produção de “Sem Destino” não poderia ter sido mais turbulenta. Constantemente em crise, alcoolizado e até mesmo drogado, Hopper causou enormes problemas durante as filmagens, inclusive brigando diversas vezes com Peter Fonda (o que motivou os produtores a incluírem Jack Nicholson no projeto, para acompanhar de perto as brigas dos dois). Não que Fonda ou Nicholson não gostassem de conversar regados à LSD ou maconha na época, mas o problema era o temperamento explosivo de Hopper. Só que os problemas de bastidores não tiveram influência sobre o resultado final da obra. Na realidade, a “loucura” de Hopper ajudou a imprimir no longa o espírito libertário da contracultura, praticamente palpável durante toda a projeção. Escrito por Peter Fonda, Dennis Hopper e Terry Southern (na realidade, Hopper queria os créditos somente pra ele, mas jamais foi comprovado quem de fato escreveu o roteiro), “Sem Destino” mostra alguns aspectos da sociedade de sua época com precisão, como o preconceito contra os negros, quando Hanson diz que conseguiria libertá-los se eles não tivessem matado ninguém “branco”, e o preconceito contra os próprios hippies, na tensa seqüência dentro de um restaurante numa pequena cidade, reforçado pela triste cena da morte de Hanson (Nicholson). Como ele mesmo havia comentado momentos antes com Wyatt e Billy, as pessoas querem a liberdade, mas na realidade elas têm medo de ser livres. A própria seqüência do restaurante ilustra bem este pensamento e reforça ainda o enorme abismo cultural existente na época entre os jovens libertários e a maioria conservadora dos norte-americanos. Enquanto as moças se identificavam com aqueles homens verdadeiramente livres, os homens se limitavam a julgá-los, mostrando seu receio diante daquilo que era “diferente”. O preconceito também foi responsável pela morte de Wyatt e Billy, atingidos de maneira inesperada e chocante por caçadores na beira da estrada. Finalmente, o roteiro é extremamente corajoso (algo típico da nova Hollywood) ao falar abertamente sobre drogas, mostrando os personagens fumando maconha com naturalidade e inclusive debatendo sobre esta erva quando Hanson diz que ela é a porta de entrada para coisas mais pesadas e quando ele diz para Wyatt “está me dizendo que não faz mal?”.
O próprio aspecto visual de “Sem Destino” traduz bem o sentimento de seus realizadores. Observe, por exemplo, como a montagem de Donn Cambern evita seguir o convencional, fazendo a transição de imagens de maneira criativa e, em muitas vezes, alternando repetidamente entre dois planos antes de mudar de cena. Além disso, adota um ritmo que oscila entre o dinamismo (nas seqüências na estrada) e o contemplativo (nas reflexões em volta da fogueira), refletindo a alternância de sentimentos dos protagonistas. Quando a dupla se depara com um grupo de hippies vivendo na beira da estrada, os figurinos traduzem perfeitamente o estado de espírito daquela gente livre, sempre com roupas largas, coloridas, bandanas e colares, numa completa integração entre o homem e natureza. Pra completar, a empolgante trilha sonora carrega em cada canção a força daquele momento de efervescência cultural, com o mais puro rock n’ roll dos anos sessenta, encabeçado pela famosa “Born to be wild”, de Steppenwolf, que virou símbolo de liberdade quando associada às motos na estrada. A trilha conta ainda com nomes icônicos da contracultura como Jimi Hendrix e Bob Dylan com sua The Band.
A poderosa frase de Wyatt na última reflexão da dupla (“Nós estragamos tudo!”) transcendeu o filme e simbolizou toda a trajetória do movimento “Nova Hollywood”, quando os diretores, em pouco mais de uma década, conseguiram perder todo o poder que conquistaram. Também se aplica ao próprio movimento hippie e à contracultura, que pregou a liberdade, a paz e o amor, mas viu o sonho começar a ruir dias antes da grande celebração do movimento, o Woodstock, quando Charles Manson, um hippie que afirmava ser a reencarnação de Cristo, assassinou friamente pessoas famosas em Beverly Hills (entre elas, Sharon Tate, a esposa de Roman Polanski) e escancarou a falta de segurança daquele estilo de vida libertário.
● E, para completar, ouça as músicas do filme:
► http://www.radio.uol.com.br/#/album/varios-artistas/easy-rider---sem-destino-trilha-sonora/581
Nasce Uma Estrela
4.0 113 Assista AgoraNasce uma Estrela" é um remake de seu homônimo produzido em 1937, sob a direção de William A. Wellman. Ambas as versões são ótimas. A primeira recebeu 8 indicações ao Oscar, duas das quais relativas à melhor história e ao melhor roteiro, enquanto esta apenas 6. Se considerarmos que história e roteiro são basicamente os mesmos nas duas versões, concluiremos que, em número de indicações, elas se equivalem. As principais diferenças estão na melhor direção de Wellman e na presença de Judy Garland com seus memoráveis números musicais.
Cukor consegue imprimir um ritmo perfeito ao longo de basicamente três horas de projeção. As músicas e suas interpretações, a cargo de Garland, por outro lado, já tornam "Nasce uma Estrela" um filme imperdível. A canção "The Man that Got Away", de Ira Gershwin & Harold Arlen, foi indicada ao Oscar. Por outro lado, reconhecida internacionalmente como uma das melhores cantoras americanas, Judy Garland tem oportunidade de mostrar suas qualidades como atriz dramática e cômica, fato comprovado por sua indicação ao Oscar de Melhor Atriz, perdendo a estatueta para Grace Kelly, por sua atuação em "Amar é Sofrer". No páreo haviam ainda Audrey Hepburn (Sabrina), Jane Wyman (Sublime Obsessão) e Dorothy Dandridge (Carmen Jones). Também indicado ao Oscar, James Mason demonstra uma perfeita química ao lado de Judy.
A fotografia de Sam Leavitt é um outro quesito que, por sua ótima qualidade, merece também ser aqui destacada.
O que É que Há, Gatinha?
3.1 35 Assista AgoraDeixa-me ver...
Preciso deixar claro que a comédia "O que É que Há, Gatinha?" é importante por ter sido o primeiro filme do humorista Woody Allen que fora descoberto, pelo produtor e agente Charles Feldman (então namorado da atriz Capucine), contando piadas em Nova York e que esse filme pouco tem a ver com o resto da obra de Allen (as poucas semelhanças são com os filmes iniciais dirigidos por ele), porque foi muito mexido e se tornou um grande sucesso, apesar da narrativa caótica e cheia de tropeços.
É preciso entrar no espírito maluco da brincadeira, que inclui um grande número de astros fazendo farsa (ou pastelão), com muita gritaria, correria e até uma perseguição final com karts. Tem também uma canção famosa de Burt Bacharach, interpretada por Tom Jones, que foi indicada ao Oscar.
Allen não pensara em filmar seu roteiro como comédia, foi gerado como projeto autobiográfico para o conquistador Warren Beatty, que tinha a mania de chamar todo mundo de Gatinha, no papel que acabou sendo de Peter O'Toole, ao lado de Peter Sellers e várias belas mulheres: Romy Schneider, Paula Prentiss, Capucine.
Não é uma comédia clássica, e sim curiosa, nostálgica, histórica, mas bem datada e que envelheceu. É bem menos engraçada do que pretendia ser na época.
Sim, ia esquecendo de dizer que o filme está em meu blog.
Chelsea Girls
3.5 23Deixe eu pensar... Escrever o que sobre esse explosivo e imenso filme?
Bem, pensei... Chelsea Girls é um reflexo de uma juventude em formação, a rebeldia e a forma de expressão. Andy Warhol e Paul Morrissey exploram de forma única e completamente fora dos padrões o cinema como forma de comunicação mais do que representativa. O jovem dos anos 60/70 e sua explosão de liberdade de expressão, sexual, opiniões religiosas revoltadas contra a repressão e a idealização demente manipuladora da época. Ao mesmo tempo em que procura retratar o jovem na mais completa liberdade de expressão, propõe uma crítica contra o controle do mundo padrão, desde o jovem afetado até o jovem tentando se estabelecer na nova forma de expressividade dos outros jovens. Não procura de forma alguma retratar as dificuldades dos pais, muito menos mostrar um contexto detalhado da época, apenas lança trechos de cerca de meia hora da vida de pessoas em situações cotidianas e libertinas, sem função moral.
Ao mesmo tempo em que revolucionário, o filme pode desagradar por não ter o ar de filme. Há momentos em que o ator conversa com o diretor do filme e há momentos em que o ator não quer mais estar lá, dizem algo como “eu não aguento mais, quero ir para casa me masturbar, sei lá, fazer algo legal”, como se não estivesse satisfeito com o que está fazendo. Não há conectividade aparente entre as situações. Em algumas delas, os atores se repetem, mas parecem ter outro contexto. As únicas situações que parecem continuar é a de Odine, o papa falso, que fecha o filme talvez com a parte mais forte e interessante, ao lado da imagem de uma das atrizes chorando.
Com a ideia e o contexto histórico do filme, o filme conseguiu um status de cult underground e costuma a ser exibido em festivais e, curiosamente, em amostras de museus, muitas vezes em exposições de Andy Warhol, que também é um artista plástico que fez o clássico rosto de Marilyn Monroe em cores vibrantes.
Originalmente o filme teria cerca de seis horas, mas os diretores resolveram exibir o filme em duas partes dividindo a tela, ideia que foi genial e talvez o filme fosse, hoje, menos reconhecido. De qualquer forma, “Chelsea Girls” foi, de certo modo, revolucionário para o cinema, como todos os filmes originais e ousados dessa época, mesmo fugindo dos padrões e não tendo o devido reconhecimento da mídia. Realmente, é um filme quase anti-comercial, é uma espécie de filme experimental muito bem executado e de forma única.
O que pode e gera desaprovação no meio do cinema são suas longas e despreocupadas tomadas, muitas vezes carregadas de certo vazio e assuntos mal compreendidos ou realmente desnecessários, tomando muito tempo apenas mostrando imagens e situações aparentemente sem propósito. (pessoalmente, o filme funcionou perfeitamente comigo, apesar de, na primeira hora de filme eu não ter entrado na proposta, mas basta apenas expandir os horizontes). Um filme obrigatório para os fãs da cultura Underground.
Depois de tudo isso escrito (ufa!) somente resta mais um pontinho vital: Assista!
Tokyo!
4.0 127 Assista AgoraVamos lá, mais uma vez vamos lá...
Na onda dos filmes que retratam episódios cujo ponto inicial é uma grande metrópole mundial, Tokyo! é um bom exemplo dessa modalidade utilizada com maestria por Wood Alen. O filme incorpora três histórias distintas dirigidas por Michel Gondry (Rebobine, Por Favor), Leos Carax (Pola X) e Bong Joonh-Ho (O Hospedeiro).
Apesar de muito interessante, Tokyo! é bem irregular.
A narrativa, nos três, com tempos bem planejados, as imagens e os silêncios dão uma atmosfera complexa e constroem a rotina, além de dizer muito sobre a personalidade do personagem. A atuação contida de Teruyuki Kagawa (Sonata de Tóquio) é perfeita, sem julgamentos. A reviravolta só faz o filme crescer com os conflitos. A sensibilidade de cada diretor ao abordar o tema escolhido e a bela interpretação de seu protagonista comunicam ao espectador atento o que há de mais humano em cada um de nós.
Os Mensageiros 2: A Maldição do Espantalho
2.2 147"Os Mensageiros 2" foi lançado nos EUA em 2008 e não em 2009 como consta na maioria dos blogs e sites sobre filmes de cinema e também não foi lançado no Brasil em 2009 e sim em 2010 (24 de Março de 2010) direto em DVD junto com o DVD do segundo filme da Saga Crepúsculo, Lua Nova.
Sobre o dito cujo pouco tenho a comentar, a não ser que é um filme ruim!
Os Mensageiros
2.8 422 Assista AgoraUm filme regular, se for levada em conta a atuação da Kristen Stewart, o deixa mais fraco. Reparei em cenas meio obvias, cenas em que o drama deveria ser maior, ela não demonstrou, encarei sua atuação como neutra. A historia em si, me lembrou um pouco o Grito 3, devido a atormentação dos fantasmas e o caso do John lembrar do ocorrido. Porém o filme provoca certos sustos, e possui uns efeitos pouco convincentes, nota 3 estrelas!
A Guerra do Fogo
3.6 352Ufa!
Esse filme lançado em 1981, numa produção Franco-Canadense, La Guerre du feu trata de levantar hipóteses sobre a origem da linguagem através da busca de três homo sapiens para conseguirem uma nova fonte de fogo perdida por sua tribo; este, o fogo, elemento divino e tenebroso para eles. O delírio sobre como esses três guerreiros se relacionariam/comunicariam, encontrariam, disputariam e fariam interações subjetivas é a base do roteiro assinado por Anthony Burguess, foneticista e consagrado autor do livro Laranja Mecânica. Burguess faz crível as adaptações e linguagens usadas por aqueles hominídeos além de fazer compreensível toda uma história recheada de grunhidos, mamutes mal-acabados e situações que, aos nossos olhos de hoje, não parecem mais que absurdas.
Um filme que nos coloca diante de nossa própria fraqueza em ser forte como se lá estivéssemos hoje, agora, e descobríssemos um "que" que nos fez crescer e frutificar: o fogo.
A Casa da Rússia
3.1 37 Assista AgoraNão dá para um filme com o Sean Connery ser ruim, o filme tem como tema a guerra fria, e por alguns momentos é bem confuso, poderia ter uma trama mais clara, são muitos personagens que não fazem tanta diferença na história, as paisagens são fantásticas e a história bem legal. É um filme para assistir com paciência.
A Batalha de Riddick
3.1 293 Assista AgoraPara quem gosta de um bom "space opera" esse é um prato feito, tem de tudo: viagens interplanetárias, civilizações distintas, combinação de elementos medievais com elementos futuristas e uma história, até certo ponto, envolvente. E se você leu algo sobre ele faça de conta que não leu e se for amante de lutas ferrenhas, espaçonaves explodindo e tiros sem fim não se deixe levar pelo que leu... E se você é um grande fã das ficções científicas talvez consiga captar as sutilezas dessa obra que, provavelmente, vai te agradar!
Sim! O filme está em meu blog, quer assistir? Vá lá...
Chico Rei
3.5 4Uma lenda que conta a esperança de todos os negros que trabalhavam nas região das minas, um exemplo e líder criado a partir de uma história de perda da identidade cultural.
Linha do Tempo
3.0 133 Assista AgoraAssistir Linha do Tempo não vai deixar ninguém de queixo caído. No entanto apesar das limitações na história e nos diálogos o filme prende o expectador pelas cenas de ação ambientadas na Idade Média por ocasião da Guerra dos Cem anos entre Inglaterra e França.
Baseado em romance de Michael Crinchton
Alien: A Ressurreição
3.1 488 Assista AgoraParem!... Parem!...
Que enrolação é essa minha gente, o David Fincher não havia dado um fim nessa angústia sem fim da Ripley? E agora (com esse) deram de ressuscitar a coitadinha só para lhe engendrar um final feliz (não que ela não merecesse, coitadinha) mas a volta de tudo de novo é muito forçada.
Repararam que o terceiro filme se parece com o primeiro no aspecto de um grupo de pessoas enfrentando um único monstro sem armas, não recordam? Pois esse Ressurreição se parece com o segundo no quesito repeteco, e olhem que cheguei a torcer por um Alien liderando um grupo armado contra os vários monstros humanos que se enfrentariam e todo mundo se destruiria e tudo acabaria sem haver outra chance de reviverem esse ou aquele.
Apesar desse meu sonho esse é, observada as devidas destituições, um filme até bom que poderia ser melhor, mas garanto ser infinitamente melhor que aquela salada do anterior (Alien 3). Um bom elenco com trilha sonora que embala e conduz a trama de maneira até interessante, mas ainda bem que esse foi o último... Tadinho do bixin, apanhou pra dedéu e mesmo no futuro não conseguiu angariar simpatia!
Ufa! Acabou gente!!!!!!! Acabou...
Alien 3
3.2 540 Assista AgoraVocê sadia que...
Vários roteiros propostos causaram publicidade enganosa que implicava que o filme seria definido na Terra. William Gibson também elaborou um roteiro no qual Ripley passava a maior parte do filme em coma. Embora o Alien que eclodiu a partir do cão era um fantoche, testes anteriores filmados utilizaram um cão real em um traje de Alien. O título húngaro traduzido para o português: "Solução Final: Morte". A produção efetivamente foi fechada por três meses, enquanto o roteiro foi submetido à reescrituras.
Além de tudo esse é o pior da série.
A Casa dos Maus Espíritos
3.6 162 Assista AgoraNão poderia ser diferente, mais uma vez o mestre Price me impressiona, gostei desse longa por tudo o que me fez tomar sustos além de ele ter sido feito numa época onde tudo precisava ser criado e criou tudo de maneira magnífica.
Um filme inteligente e com boas cenas, claro que os efeitos não se comparam com os atuais mas, deixando de lado esse preciosismo besta, não é dos piores. Realmente Vincent Price faz jus a reputação de rei do horror e do suspense.
BUUUUUUUU!!!!
Sim, em tempo: Assista em meu blog.
Gosto de Cereja
4.0 225 Assista AgoraGosto de Cereja é, por muitos, considerado a obra-prima do cineasta iraniano Abbas Kiarostami, e um dos mais importantes filmes dos anos 90. Longe de mim discordar, mas estas mesmas pessoas tendem a simplificar por demais esta obra, o que é uma pena, pois é um filme extremamente reflexivo e que merece (e necessita) mais de uma ou duas seções. Ele conta a estória de Badii, um cidadão de classe-média em seus 50 anos que perambula pelos arredores de Teerã em busca de alguém que possa enterrá-lo depois de suicidar. Muitas das obras mais emocionalmente complexas do cinema foram feitas sob estórias incrivelmente simples e mundanas - vide obras de Yasujiro Ozu e Jacques Tati - e com este filme não é diferente. Eliminando-se uma trama engenhosa, que certamente prenderia toda a atenção do espectador à ela, o filme pode se concentrar em trabalhar questões mais fundamentais, e dar-nos tempo para reflexão. Reflexão esta que se alastra por muito após o término do filme, já que no final nada se explica, e tudo se confunde.
Tecnicamente o filme também impressiona, com uma fotografia muito bonita (porém seca) da região montanhosa dos arredores da cidade. A edição também é brilhante, não só pelo motivo citado há alguns parágrafos acima, mas também por conferir um ritmo excelente ao projeto. Sentimos o tempo passar vagarosamente, como o peso de um eterno último dia, onde tudo está sendo experimentado pela última vez (o contraste de visões de alguém prestes a morrer e alguém que não é mostrado numa conversa entre Badii e o vigia, quando o primeiro diz achar a região lindíssima, enquanto o segundo comenta que é apenas um bando de terra e poeira). Narrativamente o filme também inova, já que é um road movie onde o personagem roda, roda, e não chega à lugar algum. Se este é ou não é a obra-prima do diretor, ou um dos filmes mais importantes da década, cabe a cada um dar sua opinião (opinião que provavelmente resultará da cena final), mas como o próprio Kiarostami disse, a proposta do filme e nos fazer pensar e, ao menos neste aspecto, ele é unanimamente bem-sucedido.
Se você aprecia bons filmes não espere, assista no meu blog!
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraMãezinha do céu, que filme!!!
Espere, espere, não desista somente porque escrevo muito. Não... Não desista jamais!
O universo é hostil. Sem oxigênio, sem som, no vácuo, ele não oferece a menor condição de sobrevivência à vida humana caso esteja fora deste planeta azul chamado Terra. As breves visitas do homem neste ambiente inóspito são sempre repletas de aparatos desenvolvidos para garantir sua existência, por mais que eles em muitos casos estejam longe do confortável. Foi exatamente com este cenário em mente, de desconforto e do risco constante, que o diretor Alfonso Cuarón nos brindou com esse fenômeno de tira o fôlego chamado "Gravidade (Gravity)". Um filme que impressiona pela ousadia, tanto de narrativa quanto estética, sem jamais deixar de lado o clima de tensão.
A trama, em certo ponto, chega a ser simples, mas aquela cena em plano sequência que dura cerca de 20 minutos é impressionante, não apenas pela beleza das imagens da Terra vista do espaço mas pelo próprio balé criado com a câmera para acompanhar os movimentos do carismático Matt Kowalski (George Clooney) e da angustiada Ryan Stone (Sandra Bullock) em meio à calmaria aparente que se torna um verdadeiro inferno no vácuo. E ele está só começando.
Por mais que o visual de Gravidade seja deslumbrante, com rotações de câmera muitas vezes usadas para ressaltar a sensação de pânico da personagem de Sandra, o que mais chama a atenção no filme é o domínio do diretor diante de tamanho desafio. É graças à excelência de efeitos visuais e sonoros que esta história pôde ser contada desta forma, com cerca de 90% das cenas em pleno universo. Entretanto, mais do que um mero exercício técnico, Alfonso Cuarón nos oferece também uma aula de narrativa a partir do ponto de vista da tensão. Há vários momentos em que o espectador fica extasiado com o exibido na telona, num misto de angústia e curiosidade sobre como tal cena foi realizada. Realmente impressionante.
Em meio a tantos aspectos técnicos, há ainda o belo trabalho dos atores. George Clooney é o alívio cômico, o astronauta experiente que foca no que deve ser feito também no aspecto emocional, enquanto que Sandra Bullock dá vida a uma personagem sofrida que tem uma revelação em meio ao caos. Ambos compõem seus personagens muito bem, trazendo humanidade a este cenário inóspito. Merece destaque também os breves simbolismos implementados por Cuarón no decorrer do filme, como a posição fetal que Sandra assume em determinada cena e o próprio desfecho da história, numa clara alusão à própria humanidade (aqui um interessante contraponto com o início do clássico 2001 - Uma Odisséia no Espaço).
Por todos estes fatores, e outros tantos que não foram mencionados para não estragar o prazer que é acompanhar o desenvolvimento da história, Gravidade é um excelente filme que merece ser visto numa sala de cinema muito bem equipada em relação a som e imagem. O 3D ainda amplia a sensação de imersão neste universo vivido pelos astronautas, não apenas devido aos movimentos de câmera aplicados mas também pela própria vastidão causada pelo efeito de profundidade da tecnologia. Aposta forte para o Oscar 2014.
Ufa! Saí da sala de exibição como se tivesse corrido uma maratona inteirinha, nunca me senti tão cansado como naquele dia. Você também sentirá o mesmo que senti!
P.S.: O filme está no blog Cine Rialto.
Invasores
3.1 393 Assista AgoraUm suspense de tirar o fôlego misturado com ficção . Muito bom esse filme e a Nicole linda como sempre!
Sorrisos de uma Noite de Amor
4.0 58Premiado por seu "humor poético" no Festival de Cannes, foi o filme que tornou Ingmar Bergman conhecido no mundo todo. O diretor sueco lança seu olhar sobre o amor, da adoração juvenil à paixão neurótica e vingativa. Tudo acontece com quatro homens e quatro mulheres numa encantadora e misteriosa noite de verão, onde não existe lugar para a monogamia.
Muito bom!!!
Da Vida das Marionetes
4.3 70Um dos títulos menos conhecidos da filmografia do famoso diretor sueco Ingmar Bergman. Foi rodado na Alemanha, quando ele fugia do fisco na Suécia. O filme trata de temas psicológicos característicos em sua obra, como as crises existências e as dificuldades de relacionamento entre as pessoas. Começa em cores, com Peter Egermann (Robert Atzorn), o protagonista, assassinando uma prostituta que o acaricia e sodomizando-a. Depois, o preto e branco passa a dominar a narrativa, na verdade um imenso flashback. Depoimentos, fragmentos de sonhos e conversas são usados para reconstruir a sua vida e os motivos que levaram o homem a cometer o crime. Surge em cena, um homem atormentado no auge de uma crise pessoal, movida por brigas e discussões com a mulher.
Em Da Vida das Marionetes, Bergman explora, com intensidade e ousadia, a mente de um homem levado ao extremo a partir da história de Peter e Katarina, casal que teve um papel secundário em Cenas de um Casamento.
http://cinerialto.blogspot.com.br/2013/10/da-vida-das-mar...
O Ovo da Serpente
4.0 131Assistir ao filme O Ovo da Serpente é como sentir um soco no estômago e ficar sem ar por alguns minutos. Não é à toa que esta produção de Ingmar Bergman é um dos seus trabalhos mais contundentes e que talvez seja o mais conhecido do grande público. Com certeza é o mais político e intenso trabalho de reconstituição de época e um olhar crítico sobre a Alemanha antes do surgimento do Nazismo. Liv Ullmann com seu olhar intenso e sua interpretação soberba dão ao filme toda a dramaticidade que o diretor exige. Não é por menos que Liv Ullmann é a atriz preferida de seus trabalhos. Tanto a admira como atriz e como mulher que casou com ela. David Carradine também está perfeito no papel do judeu Abel Rosenberg. Abel Rosenberg, um trapezista judeu desempregado, está em Berlim em Novembro de 1923 para tentar descobrir a razão do suicídio de seu irmão.
A Alemanha está em crise na república de Waimar em razão da primeira guerra mundial. O povo vive em constantes crises existenciais, econômicas e sociais e o poder político está em franco declínio e os cidadãos vivem sem uma perspectiva de futuro. Neste ambiente de caos o “ovo da serpente” encontra ambiente propício para ser chocado e eclodir com força e mudar os destinos do mundo e da Alemanha. Abel encontra abrigo em um apartamento de um cientista que também lhe oferece um emprego. Sua cunhada vive como corista em uma boate de quinta categoria e mora em uma pensão e ambos acabam se relacionando nesta semana tumultuada. A solidão de ambos, a miséria em que vivem e o futuro sem futuro os colocam numa situação constrangedora de viver um caso tumultuado. No trabalho Abel desconfia que alguma coisa está errada e, ao investigar o tal cientista, descobre que ele está fazendo experiências humanas em nome da ciência médica e da supremacia ariana e encontra respostas para o suicídio do irmão. A fome, o desemprego, a superinflação e a violência urbana criam situações de desespero geral aumentando o descontentamento de uma nação criando assim um ambiente favorável para que Hitler encontre eco a sua megalomania de um poder absoluto e tirano. Acima de tudo, encontra um povo disposto a elevá-lo ao topo da hierarquia indiferente aos seus métodos racistas e cruéis. Um retrato fiel de uma Alemanha em crise e uma profunda reflexão sobre as origens do nazismo. O título do filme é uma síntese perfeita das condições que permitiu o surgimento de Hitler e seu regime nazista. Não é um filme para se assistir indiferente e a reflexão se faz necessário até para que não venhamos a cair na mesma armadilha de sermos salvos por falsos heróis e salvadores da pátria egocêntricos e racistas. Meu blog:
http://cinerialto.blogspot.com.br/2013/10/o-ovo-da-serpente.html