Com um ar sobrenatural, ' O Devorador de Pecados' é um thriller que explora mistérios obscuros e o poder sufocante e deturpado da religião. O filme apresenta uma boa trama, bons cenários e personagens muito interessantes (como exemplo as duas sinistras crianças órfãs...). Muito bom !!! Recomendo.
O segundo longa metragem da diretora Isabel Coixet já trazia alguns dos elementos mais característicos da diretora. Personagens perdidos em suas rotinas aparentemente vazias, voz off mais poética e abstrata, lugares distantes. É um belo filme, e algo como um prenúncio dos próximos que estavam por vir. Só não é ótimo, mas vale para entender como o corpo de obra de um diretor específico vai tomando forma. http://cinerialto.blogspot.com.br/2013/10/QNunca.html
Valha-me Deus! Os Instrumentos Mortais - Cidade dos Ossos chega aos cinemas tentando ocupar o espaço deixado por Crepúsculo e não preenchido por A Hospedeira e Dezesseis Luas. Traz uma jovem adolescente em meio a um triângulo amoroso disfuncional e em uma trama que envolve vampiros, lobisomens e, agora, demônios. O longa é bem superior a Dezesseis Luas e possui o grande mérito de não se levar muito a sério. Não chega a ser assumidamente trash, mas, na medida do possível, reconhece os absurdos de sua trama através de algumas divertidas falas. Na verdade, até mesmo a fragilidade dos diálogos gera algumas brincadeirinhas que tornam o filme ao menos divertidinho, como quando Clary, personagem de Lily Collins, destaca: "Eu não me lembro de nada que minha mãe gostasse que eu esquecesse." Curiosamente, Os Instrumentos Mortais - Cidade dos Ossos fala muito pouco dos tais instrumentos mortais e passa correndo pela tal cidade dos ossos. Ainda assim, pode agradar aos fãs dos livros de Cassandra Clare, mas é pouco provável que o público comum se envolverá com a história, que ainda aborda de forma bem superficial temas como incesto e homossexualidade. Piegas dos créditos iniciais aos finais, com direito a uma garota recebendo elogios do tipo "sabe quando eu disse que nunca tinha visto um anjo? Eu menti", o longa se assume como um projeto adolescente, razão pela qual não pode ser acusado de desonesto. Chega ao ponto de criar uma "chuva" do nada para que uma cena de beijo acontecesse debaixo d'água. Mas isso não deixa de ser um problema... Quando se abraça o ridículo, ainda que fique autêntico, se alcança o ridículo. E aqui a pergunta: Será que vai colar?
Não gente, não será em 25/out/13 que irei assistir, já assisti e cá estão meus pensares e pesares sobre mais esse tipicamente americano. Porque tipicamente americano? Ora bolas, é só ver o início para se ter certeza de ser mais um onde certas situações serão tão exploradas pelo filme que se tornam quase um subgênero próprio, com suas regras e características muito bem definidas. É o que acontece com O Verão da Minha Vida, estreia dos roteiristas Nat Faxon e Jim Rash (de Os Descendentes) na direção. Afinal de contas, quantos filmes você já viu sobre a passagem da vida adolescente para a adulta, onde alguém ou algum lugar serve de respiro para uma vida repleta de tristezas e angústias? É exatamente isto que acontece com o jovem Duncan, interpretado com uma certa apatia necessária pelo pouco conhecido Liam James. Não ia esperar coisa diferente em um filme feito "no" "e" para gente da terra do tio San (e nem tenho um tio com esse nome) que reza a cartilha que o jovem em questão precisa passar por variadas questões familiares e que, na ansiedade de deixá-los para trás, acaba encontrando algo que sirva como um oásis em meio aos problemas. Bom, em O Verão da Minha Vida os problemas de Duncan atendem pelo nome do padrasto Trent (Steve Carell), que adora diminuí-lo e fica sempre no seu pé. Para piorar a situação, a família toda vai passar as férias de verão num local onde todos conhecem o padrasto, ou seja, Duncan está em território inimigo. Cada vez mais aborrecido, ele vaga pelas ruas andando de bicicleta até que, um dia, encontra num fliperama um cara descolado e brincalhão (Sam Rockwell). Para melhorar ainda mais, ele trabalha em um parque aquático, símbolo maior da diversão e da mudança em sua vida! Como se pode perceber, O Verão da Minha Vida é um filme formulaico até dizer chega. O que não significa dizer que seja um filme ruim, apenas excessivamente previsível. A trajetória de Duncan de um menino tímido e literal nas conversas a alguém com mais auto-estima é contada de forma correta e, por mais que seja um personagem estereotipado, Sam Rockwell cumpre bem a tarefa de ser o “irmão mais velho” que mistura o trabalho com uma certa dose de fanfarronice que faz bem à própria vida. Além disto, Allison Janney diverte como uma personagem espirituosa e com algumas boas tiradas. O maior problema do longa-metragem é realmente o excesso de clichês, o que faz com que personagens até interessantes como as de Toni Collette e AnnaSophia Robb não sejam desenvolvidas a contento justamente porque sabe-se, do início ao fim, o que elas farão dentro da história. Na verdade, tudo tem um certo clima de dèja vu, justamente por ser este um tema tão batido em Hollywood e o filme trazer como única novidade o fato de Steve Carell interpretar um personagem antipático. Por mais que seja bem feito e até consiga prender a atenção do espectador, é pouco para ficar marcado na memória por muito tempo após o término da sessão. Tá dito?
A estréia de John Huston na direção não poderia ter sido melhor. Até então um consagrado roteirista, Huston realizou esta excelente adaptação para o cinema do livro clássico de Dashiell Hammett. Uma trama envolvente muito bem amarrada bela belíssima direção de John Huston, considerado o primeiro "film noir" do cinema. Sete anos depois de sua estréia na direção, Huston foi vencedor do Oscar de melhor direção pelo filme O Tesouro de Sierra Madre, também estrelado por Humphrey Bogart.
Talvez nem seja isso, mas a coincidência é pra lá de curiosa: O Quarteto e Song for Marion não podem ter se copiado, já que foram exibidos pela primeira vez praticamente na mesma época e produzidos quase que simultaneamente. Mas suas essências são idênticas: os dois longas falam sobre idosos que encontram na música um novo sentido para viver, especialmente em uma fase onde as lembranças são mais importantes que os sonhos. E ambos prezam por leveza, simplicidade e, acima de tudo, sensibilidade. Em Song for Marion, de Paul Andrew Williams, porém, a história chega a ser ainda mais comovente, visto que a música é o alento na vida de uma senhora aposentada e… com câncer, interpretada pela grande Vanessa Redgrave. Poucos minutos são suficientes, no entanto, para percebermos que esse não é um filme sobre ela, e sim sobre seu rabugento marido, vivido por Terence Stamp, que deseja preservar a esposa a todo custo e é contra sua participação no tal coral. Com pouco tempo de história, já é possível adivinhar todas as etapas do arco dramático. Não é preciso ser nenhum gênio para deduzir que a degradação da esposa em função do câncer vai tocar o personagem de Stamp de maneira com que ele aceite e até mesmo se engaje no mundo musical. Contudo, não é só o roteiro – escrito pelo próprio diretor – que não faz questão de esconder um certo comodismo ao desenvolver a trama. O próprio conjunto não é lá muito inspirado, uma vez que, por exemplo, a trilha faz questão de sublinhar a comédia e o drama e os detalhes ressaltados pela câmera entregam tudo o que está por vir. Mas, então, o que faz Song for Marion valer a pena? Ora, não tenham dúvidas: a dupla Vanessa Redgrave e Terence Stamp. Ela tem uma participação menor (até porque o filme é sobre ele), mas seu papel, apesar da obviedade do filme, é tratado com sobriedade e sem apelações. E Redgrave só acentua isso: é uma das atrizes mais humanas ainda em atividade, e seu poder de expressões e palavras está todo aqui. Mas o espetáculo é mesmo de Stamp. Quase minado pelo papel previsível, o ator supera esse obstáculo com a lógica de que menos é mais. Humano como Redgrave, mas com chances diferenciadas (quando solta a voz, chega a surpreender). A dupla não chega a engrandecer o filme, mas nos lembra, mais uma vez, com todo o respeito, que os velhos serão sempre os melhores! E que os anjos toquem trombetas por vários motivos, um (e esse me interessa) é que cada vez mais olham para nossos idosos e fazem filmes bonitos com gente velha e bonita. Isso é bom, muito bom...
Não poucas vezes me flagro viajndo daqui para o acolá preso às asas de um bom filme assistido e, com esse, a questão que teima reverberar em minha cabeça: "O que fazer quando você está preso em uma relação de dívida eterna?" O drama Uma Dama em Paris demonstra a força do cinema francês quando resolve inovar na maneira de contar uma história. E nele nos obrigamos a nos deixar levar guiados pelas inteligentes lentes do cineasta estoniano Ilmar Raag (diretor do aclamado longa Klass), em uma viagem que começa na longíqua Estônia e termina nas calorosas ruas e avenidas da cidade luz. Bem diferente de quase todos, o longa nos coloca diante de duas protagonistas, fato que soma muito à trama. A boa intérprete de Anne, encontra uma zona de conforto para sua personagem, se abrindo aos poucos para as emoções. Conseguimos nos conectar rapidamente com essa protagonista, uma empatia instantânea ocorre. Méritos da excelente atriz Laine Mägi (Klass). Jeanne Moreau (Jules e Jim - Uma Mulher para Dois), o nome mais conhecido do elenco, vai até o extremo do sarcasmo com sua complicada personagem Frida. O público busca uma maneira de entender essa complexa idosa mas no final acaba virando mesmo uma espécie de vilã. Um grande destaque ao longo da história, vem na forma da inversão nas posições de destaque das protagonistas e do ator coadjuvante. Podemos analisar a trama de acordo com cada uma dessas vertentes que transformam esse triângulo amoroso em uma delicioso filme tipicamente francês, com desilusões, problemas e muita delicadeza nas conduções dos árduos diálogos. As belas sequências nas praças e pontos turísticos parisiense dão o charme desse belo, sensível e imperdível trabalho que agradará não só os amantes do cinema europeu mas todos que gostam de boas histórias contadas de maneira comovente. Ufa! Quem me dera estar em Paris!
Opa! Não assistiu ainda? Então, caro(a) amigo(a), pensa um pouquinho sobre os filmes que já tenha assistido pois não é de hoje que a fugacidade da fama exerce sua fascinação sobre os cineastas: seja no melancólico Crepúsculo dos Deuses, no charmoso A Doce Vida ou simplesmente em Celebridades, o tema sempre esteve presente na sétima arte. Sofia Coppola tenta imergir nele com Bling Ring: A Gangue de Hollywood, onde a ostentação do palácio de Versailles de Maria Antonieta passa às mansões dos astros. Não consegue ir muito fundo. Por se ater demais aos acontecimentos, perde a liberdade poética da ficção que poderia sustentar sua narrativa. Baseado no artigo Os Suspeitos Usavam Louboutins, da jornalista Nancy Jo Sales para a Vanity Fair, o longa retrata a série de invasões de um grupo de adolescentes a casas de famosos como Paris Hilton, Lindsay Lohan e Orlando Bloom. Entre roupas, joias e obras de arte, eles roubaram o equivalente a US$3 milhões. O início de Bling Ring causa boa impressão. A trilha sonora pop, marca da diretora, embala imagens de câmeras escondidas flagrando as ações do bando. A contextualização dos personagens também prende a atenção ao mostrar os porquês – e a falta deles – nas atitudes dos protagonistas. Emma Watson se destaca ao interpretar a patricinha Nicki, cuja mãe é completamente adepta ao discurso da Nova Era em sua vertente mais comercial – a exemplo de sua filosofia de vida baseada no best-seller O Segredo. A garota usa muito bem a caridade aprendida em casa quando lhe é conveniente. Crítica certeira. A Nicki da vida real, Alexis Neiers, explicou da seguinte forma seu envolvimento no caso: "Acredito fortemente no Karma e acho que essa situação foi atraída para minha vida como um grande aprendizado para que eu cresça e evolua como ser espiritual. Me vejo sendo Angelina Jolie". O problema de Bling Ring está em sua fórmula, a qual esgota-se muito rápido. Após a terceira visita à mansão de Paris Hilton, não há mais o que ser mostrado. Seguindo um caminho previsível do meio para o final, o longa se perde em tantos closets e brilhantes de milhares de dólares. A alta dose de glamour leva o espectador exatamente ao lado oposto da crítica inicial - o fazendo imergir em toda a superficialidade tentadora que o dinheiro pode comprar. Viu? Não é uma maravilha de filme, mas consegue entreter!
Pera gente, deixem de ser tão durões! Está certo que muita gente vai assistir à Spring Breakers - Garotas Perigosas procurando ver o tal projeto polêmico com cenas picantes das jovens estrelas mirins Vanessa Hudgens e Selena Gomez. Felizmente, o filme é bem mais do que isso. Se alguns vão assisti-lo como uma espécie de filme-fetiche, é certo que muitos mais aproveitarão da trama forma e interessante da produção, que comete seus pecados, mas não deixa de tentar. Dirigido por Harmony Korine, que fez sua estreia nas telonas como ator no polêmico Kids, Spring Breakers é um longa com o astral bem jovem. Abusa da fotografia estilosa, com a câmera buscando ângulos estranhos, e tem uma trilha sonora bem elétrica, que busca fazer da obra uma interessante experiência visual. Em alguns momentos, peca pelo exagero. A presença de jovens estrelas pop, que poderia ser um problema, acaba sendo um dos méritos da produção, uma vez que elas não estão desperdiçadas e possuem personagens de verdade. O roteiro de Harmony Korine tem algumas falhas, mas que não são o suficiente para tirar a atenção do espectador. Ao final, o certo é que nos deparamos com uma produção envolvente e que não perde o gás. Trata-se de um longa sobre uma juventude perdida. Ou pelo menos sobre uma juventude diante da perdição. Mas, surpreendentemente, a conclusão que chegamos é que nem tudo está perdido para Vanessa Hudgens, Selena Gomez e companhia. Elas realmente podem vingar como atrizes. Deem uma chance, assista sem essa preconcepção tacanha!
Na realidade esse filme dura 168 min e não 159 como consta acima. ---------------------------------- Há de se saber que Xavier Dolan é um prodígio do cinema, ou ao menos é isso que parte da mídia pensa. No alto de seus 23 anos, ele assina seu terceiro longa-metragem e apesar de certa evolução, está claro que o diretor é um dos nomes mais superestimados dos últimos tempos. Sem dúvidas, Laurence Anyways é um trabalho autoral, mas existe uma grande diferença entre assinatura própria e qualidade. A forma que Dolan usa a câmera é grosseira e causa irritação aos olhos. São tomadas mal feitas, imagens trêmulas ou ainda diálogos extensos sem nenhum refresco, apenas closes nos rostos dos personagens. Aliás, o cineasta explora à exaustão este último recurso citado. São tantos planos fechados que o espectador não é apenas apresentado às rugas e marcas de cada ator, é praticamente obrigado a decorar cada expressão facial deles. Existe até uma explicação no roteiro para o uso de tantos closes, no entanto soa mais como desculpa do que como justificativa. No meio de tantos problemas, a trama apresenta a vida de Laurence Alia. Um professor canadense que nunca aceitou o seu próprio corpo e decide seguir a vida como transexual. A partir desse momento, o longa explora as reações de sua noiva Fred, familiares e a sociedade em geral. Os conflitos e barreiras que o protagonista tem de superar para ser aceito, ou no mínimo respeitado, estão presentes, porém de maneira duvidosa. Explosões de realidade sempre são sucedidas de uma frustrante dose de fantasia, um eterno “bate e afaga” entre público e diretor. Falta a Dolan ter pulso para assumir uma postura e bancá-la até o final. Outra prova de sua insegurança são as passagens didáticas. Muitos elementos não precisavam ser justificados, a escolha do título é um exemplo disto. Existe uma cena feita exclusivamente para explicá-la, além de desnecessária, ela gera um desfecho digno de um romance juvenil. Mas nem tudo são erros, Laurence Anyways é sem dúvidas uma evolução em relação ao seu último trabalho: Amores Imaginários. O elenco, bem escolhido, é muito superior aos anteriores. Os dois personagens principais: Melvil Poupand (Laurence) e Suzanne Clément (Fred) são carismáticos e ajudam o espectador a superar os 160 minutos de exibição. Porém, o ponto alto das produções de Dolan continua sendo o mesmo, a trilha sonora. O diretor sabe escolher um bom mix entre clássicos e novos hits do rock 'n' roll.. Os planos abertos, usados exclusivamente em cenas lentas, lembram clipes de bandas indies como Strokes, Kaiser Chiefs e Vaccines. No entanto o enquadramento incomoda, a escolha pelo 4:3 não combina com resto da estrutura. Resumindo, Laurecen Anyways é um filme autoral, mas com problemas. A imaturidade de Xavier Dolan faz com que uma grande história seja contada de maneira apenas regular. Deixando claro a sua dúvida entre o comercial e o artístico, optando por ficar apenas em cima do muro.
Bem poderia iniciar tecendo comentários sobre a sempre estonteante Angelina mas, por mais que os efeitos especiais e as estripulias visuais de Hollywood insistam em contaminar a indústria do cinema, não há como negar que um bom filme depende, antes de mais nada, de uma boa história. E foi justamente isso que faltou à comédia romântica Uma Vida em Sete Dias, um claro desperdício de dinheiro e talento escrito por John Scott Shepherd, cujo primeiro texto a ganhar as telas foi o insosso Super Pai, com Tim Allen. Mesmo a partir de um argumento bem fraquinho, a Regency Enteprises (a mesma de Demolidor) e a Davis Entertainment (de Dr. Doolitle) apostaram num bom diretor (Stephen Herek, de Mr. Holland - Adorável Professor) e numa ótima dupla central de atores (Angelina Jolie e Tony Shalhoub). Não funcionou: não há como esconder que o grande problema do filme é que não existe uma boa história a ser contada. O talento de Angelina Jolie, mais do que comprovado em Garota Interrompida, é desperdiçado no papel de Lanie, uma repórter de televisão de muita ambição e poucas idéias. Certo dia, durante uma matéria corriqueira, ela entrevista Jack (Tony Shalhoub, o ótimo Monk do seriado de TV), um sujeito meio pirado que se diz capaz de prever o futuro. E prevê: Lanie irá morrer em apenas uma semana. A repórter acredita na previsão, o que fará de sua vida (ou do que resta dela) um verdadeiro inferno. Sem querer estragar o final do filme, a resolução do roteiro chega a ser infantil, a trama é rasa como piscina de criança, o desenrolar da história não consegue captar a emoção da platéia, e o desfecho é previsível - por mais que Jolie e Shalhoub se esforcem. Um filme que passa despercebido em qualquer sessão da tarde da televisão.
Lançado em DVD pela Lume Filmes, chegou mês passado às locadoras brasileiras um filme emblemático do cinema independente americano dos anos 1990. Bem-Vindo à Casa de Bonecas (1995), segundo longa do diretor Todd Solondz, dá prosseguimento, na referida coleção da Lume, a Felicidade (1998), aparecido em DVD há dois anos. Ambos os filmes de baixo orçamento, “outsiders” à indústria hollywoodiana e generosamente recepcionados pela crítica. O primeiro levou o prêmio do júri em Sundance/1996 e o segundo foi laureado na categoria internacional da Mostra de São Paulo/1998. A filmografia de Todd Solondz é marcada por uma sátira inclemente da classe-média. Situados no subúrbio medioclassista de Nova Jérsei, seus enredos expõem a frustração de personagens impotentes aprisionados no vazio existencial. Essa temática, desenvolvida em Bem-Vindo à Casa de Bonecas, reaparecerá multiplicada nos longas seguintes, cada vez mais ácidos e chocantes. Basta lembrar a trama de sordidez, estupro, pedofilia e humilhação de Felicidade. Se, no primeiro filme, a degradação plasma o microcosmo adolescente; no último, Solondz generaliza-a para a classe-média como um todo, não abrindo exceções. Nenhum espaço para fábulas de cinderela, comoventes e esperançosas, como em Preciosa (Lee Daniels, 2009). Próximos da caricatura, os personagens medíocres e disfuncionais de Bem-Vindo à Casa de Bonecas encenam um drama sem superação, sem catarse, sem beleza. O diretor sistematicamente decepciona as expectativas, ao contornar qualquer resolução aos impasses e frustrações. Assim, a “high school” e o universo suburbano – cifras clássicas da autoconsciência americana – comparecem como purgatório permanente, em que todos sofrem e ninguém é absolvido. Os desejos de prazer e liberdade são frustrados e os elementos rebeldes sufocados pelo sistema opressivo. Resta o nojo diante do mundo e de si mesmo. Um filme que merece ser assistido...
Ser bom tem seu preço e cineastas consagrados sabem bem disso. A cada novo filme a cobrança é grande e costuma-se esperar algo melhor ou, no mínimo, tão bom quanto o longa anterior. Para Roma com Amor não é uma grande obra como Meia-Noite em Paris, mas não deixa de ser uma agradável, divertida e inteligente comédia por causa disso. O que gosto em Allen é sua capacidade aguçada de observação da natureza humana, presente em cada um de seus filmes. Ele, como poucos, sabe tomar essas observações e apresentá-las na tela através de um filtro de sátira e humor difícil de igualar. Para Roma com Amor é um belo casamento entre as observações de Allen e sua habilidade para fazer comédia. Como Meia-noite em Paris, Para Roma com Amor flerta com um mundo imaginado. Desta vez, no entanto, o imaginário e a realidade não são mantidos em campos díspares. Em vez disso eles estão entrelaçados de maneira perspicaz. Alec Baldwin, por exemplo, interpreta John, personagem que tanto existe no mundo real quanto no imaginário. Ele é um arquiteto americano em férias na Itália e também o conselheiro do jovem Jack (Jesse Eisenberg), uma espécie de consciência do rapaz encantado pela amiga da namorada. Woody Allen aqui acrescenta um toque diferenciado e sofisticado à sua tradicional narrativa. É bom ver o diretor flertando com o absurdo mais uma vez com a hilária trama de um cantor de banheiro (literalmente) alçado à fama. A volta do cineasta como protagonista também é mais que bem-vinda. Sua presença na tela é responsável por boa parte dos momentos divertidos do filme – é ele quem descobre o talento do barítono dos chuveiros. Outra subtrama que por si só já vale a entrada é a do italiano classe-média vivido por Roberto Benigni, um homem que se torna famoso simplesmente porque a mídia assim decide. Para Roma com Amor não faz parte do rol dos grandes filmes de Allen, ainda assim é melhor que a maioria de suas obras recentes, com exceção de Meia-noite em Paris. E, afinal, o que faz de alguém brilhante é não ser brilhante em tempo integral. Vá ao cinema sem grandes expectativas e divirta-se. Assista no meu blog.
Esperem, esperem, antes me ouçam! Minha história com Zezé vem de longe, vem desde o longínquo 1969 quando ganhei de meu pai o livro e onde descobri um mundo novo. Foi assim, abri o livro e aquela imensidão de aromas me transportou para uma cidade que somente existirá em minha mente e tudo mudou, cada nova página uma nova descoberta e a cada nova descoberta vinham cheiros, sons e vontade de mergulhar naquelas páginas e me tornar amigo do meu amigo Zezé. E aí vieram maltratar meus sonhos, minha imagens criadas e inventaram um Zezé que não era aquele que se tornou meu amigo. Em 1970 o Brasil assistiu ao primeiro filme (direção de Aurélio Teixeira) depois deram de fazer três novelas de televisão e a coisa degringolou. Tive receio de assistir mais essa versão, mas assisti e não me arrependo. É claro que o Zezé não é o mesmo que eu havia criado e nem o portuga sequer se parece com o gorducho atarracado, de cara redonda sempre melada de suor que eu havia criado, mas o pequeno João Guilherme Ávila consegue até ser um tantin parecido com o garoto levado da breca que montei, já José de Abreu (apesar de estar impecável nessa versão) nem de longe é o meu Portuga imaginado. E olhem! Não é filme de seção da tarde, não para quem leu o livro e construiu sonhos, não para quem viveu livre em um mundo construído pelos sonhos sonhados e correu descalço pela areia de uma cidadezinha onde se vivia de verdade, que subiu em mangueiras, que banho em rios e que aprendeu a aprender viver vivendo vidas vividas em páginas de livros que embalam e acalantam sonhos...
Se vê um quadro? Ou seria uma parede? A primeira imagem que vê-se na telona é uma incógnita a primeira vista. E antes mesmo de respirarmos, já somos colocados para pensar pelo mestre. Seria uma brincadeira? Uma pegadinha? Não acredito. Antonioni pensa alto. Ouvimos um barulho. Passa algo pela imagem. Opa, sim, estamos vendo a cena de cima, do alto, e olhávamos o chão do hall de entrada do prédio do diretor Niccolò (Thomas Milian). Sensacional essa introdução do filme. Errado. Michelangelo Antonioni acabou de nos dar o veredicto de seu filme, e que pode se aplicar a toda sua biografia. Antonioni deixa a impressão de ser um criador de frames, mas não tão óbvio quanto à frase parece. Ele cria tutoriais, na falta de palavra melhor, em forma de frame, cada imagem tem pelo menos dois significados, ou mais. Vamos pegar o exemplo da cena descrita acima, rapidamente podemos dizer que o cineasta pretendia falar que o que vemos depende do nosso ângulo de visão, e essa afirmação deriva milhões de outras, como a de que nossa percepção daquilo que enxergamos é baseado na nossa cultura, ou que dependendo de nosso estado de espírito nossa visão será distorcida. Ou que todas as visões são distorcidas porque partem de um só ângulo de visão. Ufa. Podemos também propor que Michelangelo falava do poder da imagem em alterar a realidade, ele já explorou isso em Blow-up (1966). E se a visão vinda de cima é que nos dá a sensação errônea, por ser um tipo de situação rara, de um olhar inquisitivo, amedrontador, de cima pra baixo, o que nesse caso pode ser uma mensagem figurativa para não sermos orgulhosos, vaidosos, não temos esse olhar superior, pois ele engana, equivoca nossa percepção das coisas. E isso estamos falando apenas do primeiro frame, da primeira imagem, da primeira cena de Identificação de uma Mulher. Esse foi o último longa-metragem feito por Michelangelo Antonioni antes do derrame. Não é considerado um grande filme, mas possui, como todos os outros, uma seqüência memorável, é a cena da neblina em que o casal, o diretor de cinema Niccolò (Milian) e Mavi (Daniela Silverio), discutem dentro do carro e o motorista nada consegue enxergar a frente, uma perfeita alegoria de que ambos não se entendem. Mavi é o rosto que Niccolò procura para seu novo filme, mas ele foi avisado por um estranho que ela não era só dele. Essa é a obra maravilhosa, o legado soberbo que Michelangelo Antonioni nos deixou. Um diretor que nunca precisou, ou quis, ou aceitou dar explicação sobre sua obra. Um cineasta que recebeu vaias com a mesma intensidade com que depois viria arrancar aplausos. Um mestre que transformou filme em cinema, cinema em arte, e arte em obra-prima, o mestre das obras-primas! Um regente que ensinou ao mundo que não é a procura que interessa, e sim a descoberta da viagem.
Do cinema de Bertolucci, La Luna é sua obra mais polêmica e obscura. O tema (o incesto) é também o mais controverso de sua carreira. Jill Clayburgh tem o papel mais desafiador e a melhor interpretação da sua filmografia. La Luna é um roteiro escrito por Bertolucci, seu irmão mais novo, Giuseppe, Franco Arcalli e Clare Peploe e foi adaptado para a língua inglesa por George Malko. Muitas passagens do filme são homenagens, incluindo a cena onde um italiano interpretado por Franco Citti, o guarda-costas de Michael Corleone em O Poderoso Chefão (1972), leva Joe a um bar e dança com ele. A cena lembra Pier Paolo Pasolini, o cineasta e poeta italiano homossexual assassinado, que era um grande amigo de Bertolucci. Apesar do tema e das cenas de sexo, o modo como o diretor italiano o tratou é incrivelmente delicado e sensível. O filme tem uma pequena participação de Roberto Benigni como um instalador de cortinas. A trilha do filme é muito bem feita, bem produzida misturando algumas óperas com clássicos pop como Night Fever dos BeeGees e a canção italiana San Tropez Twist, do famoso Peppino di Capri. Antes de assistí-lo havia lido críticas sobre o filme, algumas jorrando indignações e cuspindo brasa contra esse Bertolucci porém, após o The End, passei a não crer em tudo o que escrevem. Que a trama possa ser polêmica não discuto, mas aplaudo as interpretações sóbrias e belas e, em momento algum, ví algo que fosse verdadeiramente pecaminoso além do amar inconteste...
Não vou tão longe se alguém me pedir para resumir o cinema nacional de 2004 em uma única palavra, esta palavra seria UFA! sem que seja, na verdade uma palavra como também tenho que (perdoem-me) afirmar que as produções dessa terra tupiniquim que chegaram às telonas naquele ano foram de doer a alma. Novamente imploro perdão antes que alguem tenha a dolorosa ação (para mim e meu mirrado corpo) de apedrejar-me em praça pública por causa deste comentário, já que me refiro claramente a produções do naipe de "Olga", "Cazuza - O Tempo Não Pára", "Viva Voz e Sexo", "Amor e Traição", que até construíram uma carreira respeitosa no cinema, embora sejam bem ruinzinhas. E mesmo correndo o risco de ser acusado do contrário, já digo logo que não tenho preconceito algum com películas da nossa terra (dois dos meus longas preferidos, aliás, são os "100% tupiniquim" Lavoura Arcaica e Uma Vida em Segredo, dois clássicos), mas também não sou daqueles que proclamam que um trabalho é bom só porque é daqui. Qualquer um está propenso a fazer filme ruim, mas não posso deixar de afirmar que a safra de 2004 doeu mesmo. E nem vou chegar ao 2005 para não ter que falar sobre as tragédias que abateram naquele infame período de férias (Xuxa, Eliana e aquilo tudo que todos já conhecem). Putz! Tive que escrever tudo isso pra falar de "Quase Dois Irmãos" (Idem, 2004) da cineasta carioca Lúcia Murat que foi uma militante e jornalista do período da ditadura militar e por conta das idéias que defendia sofreu cm a brutalidade da época. A diretora tem em seu currículo filmes que exploram o período da ditadura com um a abordagem dos tratamentos dos prisioneiros nas prisões, até da tortura das mulheres como no filme, “Que bom te ver viva” (1989). Porém existe um filme que fica dividido entre os dois estilos de Lúcia na ficção; ditadura militar, e as relações da classe alta carioca com as favelas. Esse filme é “Quase dois Irmãos”, filme que Lúcia uniu os dois estilos. A obra conta histórias paralelas da criação do Comando Vermelho na prisão de Ilha Grande no Rio de Janeiro, com a relação do Senador Miguel (Werner Schumacher) que tem problemas familiares com sua filha, Juliana (Maria Flor). Com o filme entra-se no contraste social que o Rio de Janeiro teve desde os anos 70, até a atualidade. Outro conflito que o filme demonstra e a relação de uma classe media politizada com o submundo dos pobres das favelas cariocas. A obra recebeu vários prêmios internacionais, e considera um filme independente pelo orçamento que mal pode gastar com publicidade. Mas isso é apenas um retrato dos filmes da retomada brasileira que inicia a partir de 1994. Além de uma história sobre os porões da ditadura “Quase dois Irmãos” é um relato da situação de uma cidade que ainda insiste na separação das classes e na aliança ideológica como transformação social. E, afirmo prostrado com mãos juntas, não é "apenas" um filme acadêmico e muito menos academicista (daqueles que assistíamos quando o PT ainda era dos trabalhadores), mas não deixa de ser uma boa aula de história e, por isso mesmo, apesar de não achá-lo uma obra prima, merece ser assistido! Tenho dito!!!!
São coisas da terra do Tio San onde tudo pode acontecer, até espionar os bates papos de nossa presidente ou as fofocas do presidente do México. Mas alguém deveria alertar Adam Sandler para que não embarque em barco furado, ou pelo menos implorar que leia o roteiro antes de gritar "Ação". "Gente Grande 2" está entre os filmes mais frouxos, preguiçosos e menos agradáveis lançados por um grande estúdio na última década. É difícil imaginar uma comédia pior, mais sem graça, mais patética do que esta continuação do Gente Grande de 2010 (a primeira da carreira do produtor e astro Adam Sandler, que ultimamente tem feito desastres a ponto de que mesmo sendo popular no Brasil, não lançaram nos cinemas o filme anterior That´s my Boy /Este é o meu Garoto. Em compensação, tem levado montes de prêmios Framboesa de pior do ano. O primeiro não era muito ruim, tinha um elenco simpático e numeroso (ainda assim dando a impressão de que eles se divertiam mais do que os espectadores) que esta todo de volta ate com alguns reforços (como o Taylor Lautner, não creditado e incrivelmente mal maquiado e fotografado fazendo um estudante briguento!). E incrível, mas o filme simplesmente não tem historia, passa-se num único dia, a véspera do fim das aulas, começo do verão quando todos os amigos já de meia idade se mudaram para uma cidade do interior, aparentemente para terem uma vida mais saudável e tranquila. Mas isso nem chega a ser discutido. O filme já começa com uma sequencia de gosto discutível mas será apenas a primeira de varias que brincam com funções corpóreas como vomito, fezes e urina. No caso, Adam acorda e ao seu lado no quarto esta um alce ou coisa que o valha, que assustado irá urinar em seu rosto! Que cena clássica! Que horror! O primeiro filme rendeu 162 milhões de dólares nos EUA e 109 no exterior, este aqui já chegou aos 109 na America e por enquanto 21 no exterior. Ou seja, o publico entrou que nem cordeiro para ver o que pensava ser divertido. Não caia nessa.
Um filme de baixo orçamento, mas tem um bom efeito de maquiagem. Efeitos visuais praticamente não são vistos (uma boa opção, já que se tivesse muito seria ridículo pela falta de recursos). A protagonista é aceitável, bonita e tem uns gritinhos legais. Um suspense “SuperCine”, bobinho e um fim esquisito. A personagem age de uma forma muito ridícula, faz coisas que ninguém, que tivesse passado por aquilo, faria. Bem, salvando apenas algumas cenas (pouquíssimas), o resto é perda de tempo. Mas se de todo você desejar assistir o filme está em Cine Rianto (meu blog).
Não tenho assistido muitos filmes vindo dessa longinqua ilha nação chamada Finlândia, e os poucos que assisti não despertaram maior interesse e, tenho quase certeza, que poucos imaginavam que de lá viesse algo além dos apetrechos da Nokia. Talvez seja carro chefe em países com pouca vivência cinematográfica enveredarem por caminhos tortuosos que, por aqui, tachamos de polêmicos e, imaginando o frio de lascar que por lá deva fazer, sexo e suas coisas bem mais anima que pesados casacos ou grossas mantas de algum pobre lobo marinho desavidado transformado em fazedor de calor. O filme é polêmico, mostra realmente o que acontece num relacionamento, onde os pares apresentam cizânias, diariamente, sendo cobrado a atenção mútuas. É caso de doença, onde as pessoas envolvidas tem que procurar ajuda médica, como o filme mostra e, mesmo achando sofrível, não desaconselho que assistam. Tem tempo: Tasquei três estrelas e, de quebra, coloquei em meu blog na íntegra legendado e dublado.
O cinema norueguês é sempre uma grata surpresa, os longas são feitos com muito capricho. É somado a criatividade, originalidade, competência ao fazer filmes com baixos orçamentos e recursos limitados, mas sempre muito bem feitinhos e interessantes. Conhecido como um cinema alternativo, a Noruega hoje em dia se preocupa demais com os adolescentes e jovens, buscando sempre solucionar seus conflitos pessoais para terem uma formação psicológica adequada. Isso se dá nos filmes, mostrando realismo e crítica social na maneira que o país lida com os jovens. Uma amostra disso é o filme Vegas, fora isso o país tem se destacado por outros temas, como a fantasia, ao falar da mitologia nórdica. Duas coisas que impressionam de cara ao ver um filme norueguês: a paisagem, o visual mostrando a natureza, é de encher os olhos. Outro aspecto é a língua, que particularmente acho muito bonita. "Me Excita, Droga", (Turn Me On, Dammit nos Estados Unidos e Få meg på, for faen no original) nos faz ver o viver de Alma, uma adolescente que está desabrochando, sempre excitada, que sonha com seu colega de escola. Vivendo em uma pequena cidade da Noruega, chamada Skoddeheimen (que realmente existe). Adolescentes efervescentes em uma pacata cidade, soa meio estranho havemos de convir mas, diferente dos filmes teen, esse nos ambienta pela visão de uma garota, as cenas em que ela fantasia transando com homens mais velhos ou com Artur, ou se masturbando, não são poupadas, mas a trama segue de forma leve e bem divertida. O filme traz até nós um olhar feminino sobre a garota que entra na puberdade, desejando, ansiando contato sexual, coisa pouco usual no cinema. Nessa falta do que fazer, eis que surge uma festa da escola, tão esperada, onde eles tem a chance de beber, azarar, enfim. O filme tenta mostrar, e ambientar, uma busca de liberdade junto com amigos mais velhos em um que que, em uma visão distante, faz Alma parecer uma louca depravada. É engraçado o tema girar em cima desse lance que houve com eles, mas mostra que adolescente age de forma impulsiva em qualquer parte do mundo. (Você pode assistir esse filme em Cine Rialto)
A Navalha na Carne
3.9 35http://cinerialto.blogspot.com.br/2013/10/a-navalha-na-carne.html
Devorador de Pecados
3.1 96 Assista AgoraCom um ar sobrenatural, ' O Devorador de Pecados' é um thriller que explora mistérios obscuros e o poder sufocante e deturpado da religião. O filme apresenta uma boa trama, bons cenários e personagens muito interessantes (como exemplo as duas sinistras crianças órfãs...).
Muito bom !!! Recomendo.
Coisas Que Nunca Te Disse
3.6 36O segundo longa metragem da diretora Isabel Coixet já trazia alguns dos elementos mais característicos da diretora. Personagens perdidos em suas rotinas aparentemente vazias, voz off mais poética e abstrata, lugares distantes.
É um belo filme, e algo como um prenúncio dos próximos que estavam por vir. Só não é ótimo, mas vale para entender como o corpo de obra de um diretor específico vai tomando forma.
http://cinerialto.blogspot.com.br/2013/10/QNunca.html
Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos
3.0 1,4K Assista AgoraValha-me Deus!
Os Instrumentos Mortais - Cidade dos Ossos chega aos cinemas tentando ocupar o espaço deixado por Crepúsculo e não preenchido por A Hospedeira e Dezesseis Luas. Traz uma jovem adolescente em meio a um triângulo amoroso disfuncional e em uma trama que envolve vampiros, lobisomens e, agora, demônios.
O longa é bem superior a Dezesseis Luas e possui o grande mérito de não se levar muito a sério. Não chega a ser assumidamente trash, mas, na medida do possível, reconhece os absurdos de sua trama através de algumas divertidas falas. Na verdade, até mesmo a fragilidade dos diálogos gera algumas brincadeirinhas que tornam o filme ao menos divertidinho, como quando Clary, personagem de Lily Collins, destaca: "Eu não me lembro de nada que minha mãe gostasse que eu esquecesse."
Curiosamente, Os Instrumentos Mortais - Cidade dos Ossos fala muito pouco dos tais instrumentos mortais e passa correndo pela tal cidade dos ossos. Ainda assim, pode agradar aos fãs dos livros de Cassandra Clare, mas é pouco provável que o público comum se envolverá com a história, que ainda aborda de forma bem superficial temas como incesto e homossexualidade.
Piegas dos créditos iniciais aos finais, com direito a uma garota recebendo elogios do tipo "sabe quando eu disse que nunca tinha visto um anjo? Eu menti", o longa se assume como um projeto adolescente, razão pela qual não pode ser acusado de desonesto. Chega ao ponto de criar uma "chuva" do nada para que uma cena de beijo acontecesse debaixo d'água.
Mas isso não deixa de ser um problema... Quando se abraça o ridículo, ainda que fique autêntico, se alcança o ridículo.
E aqui a pergunta: Será que vai colar?
O Verão da Minha Vida
3.7 592 Assista AgoraNão gente, não será em 25/out/13 que irei assistir, já assisti e cá estão meus pensares e pesares sobre mais esse tipicamente americano.
Porque tipicamente americano? Ora bolas, é só ver o início para se ter certeza de ser mais um onde certas situações serão tão exploradas pelo filme que se tornam quase um subgênero próprio, com suas regras e características muito bem definidas. É o que acontece com O Verão da Minha Vida, estreia dos roteiristas Nat Faxon e Jim Rash (de Os Descendentes) na direção. Afinal de contas, quantos filmes você já viu sobre a passagem da vida adolescente para a adulta, onde alguém ou algum lugar serve de respiro para uma vida repleta de tristezas e angústias? É exatamente isto que acontece com o jovem Duncan, interpretado com uma certa apatia necessária pelo pouco conhecido Liam James.
Não ia esperar coisa diferente em um filme feito "no" "e" para gente da terra do tio San (e nem tenho um tio com esse nome) que reza a cartilha que o jovem em questão precisa passar por variadas questões familiares e que, na ansiedade de deixá-los para trás, acaba encontrando algo que sirva como um oásis em meio aos problemas. Bom, em O Verão da Minha Vida os problemas de Duncan atendem pelo nome do padrasto Trent (Steve Carell), que adora diminuí-lo e fica sempre no seu pé. Para piorar a situação, a família toda vai passar as férias de verão num local onde todos conhecem o padrasto, ou seja, Duncan está em território inimigo. Cada vez mais aborrecido, ele vaga pelas ruas andando de bicicleta até que, um dia, encontra num fliperama um cara descolado e brincalhão (Sam Rockwell). Para melhorar ainda mais, ele trabalha em um parque aquático, símbolo maior da diversão e da mudança em sua vida!
Como se pode perceber, O Verão da Minha Vida é um filme formulaico até dizer chega. O que não significa dizer que seja um filme ruim, apenas excessivamente previsível. A trajetória de Duncan de um menino tímido e literal nas conversas a alguém com mais auto-estima é contada de forma correta e, por mais que seja um personagem estereotipado, Sam Rockwell cumpre bem a tarefa de ser o “irmão mais velho” que mistura o trabalho com uma certa dose de fanfarronice que faz bem à própria vida. Além disto, Allison Janney diverte como uma personagem espirituosa e com algumas boas tiradas.
O maior problema do longa-metragem é realmente o excesso de clichês, o que faz com que personagens até interessantes como as de Toni Collette e AnnaSophia Robb não sejam desenvolvidas a contento justamente porque sabe-se, do início ao fim, o que elas farão dentro da história. Na verdade, tudo tem um certo clima de dèja vu, justamente por ser este um tema tão batido em Hollywood e o filme trazer como única novidade o fato de Steve Carell interpretar um personagem antipático. Por mais que seja bem feito e até consiga prender a atenção do espectador, é pouco para ficar marcado na memória por muito tempo após o término da sessão.
Tá dito?
Relíquia Macabra
4.0 182 Assista AgoraA estréia de John Huston na direção não poderia ter sido melhor. Até então um consagrado roteirista, Huston realizou esta excelente adaptação para o cinema do livro clássico de Dashiell Hammett.
Uma trama envolvente muito bem amarrada bela belíssima direção de John Huston, considerado o primeiro "film noir" do cinema.
Sete anos depois de sua estréia na direção, Huston foi vencedor do Oscar de melhor direção pelo filme O Tesouro de Sierra Madre, também estrelado por Humphrey Bogart.
Canção para Marion
4.0 82 Assista AgoraTalvez nem seja isso, mas a coincidência é pra lá de curiosa: O Quarteto e Song for Marion não podem ter se copiado, já que foram exibidos pela primeira vez praticamente na mesma época e produzidos quase que simultaneamente. Mas suas essências são idênticas: os dois longas falam sobre idosos que encontram na música um novo sentido para viver, especialmente em uma fase onde as lembranças são mais importantes que os sonhos. E ambos prezam por leveza, simplicidade e, acima de tudo, sensibilidade. Em Song for Marion, de Paul Andrew Williams, porém, a história chega a ser ainda mais comovente, visto que a música é o alento na vida de uma senhora aposentada e… com câncer, interpretada pela grande Vanessa Redgrave. Poucos minutos são suficientes, no entanto, para percebermos que esse não é um filme sobre ela, e sim sobre seu rabugento marido, vivido por Terence Stamp, que deseja preservar a esposa a todo custo e é contra sua participação no tal coral.
Com pouco tempo de história, já é possível adivinhar todas as etapas do arco dramático. Não é preciso ser nenhum gênio para deduzir que a degradação da esposa em função do câncer vai tocar o personagem de Stamp de maneira com que ele aceite e até mesmo se engaje no mundo musical. Contudo, não é só o roteiro – escrito pelo próprio diretor – que não faz questão de esconder um certo comodismo ao desenvolver a trama. O próprio conjunto não é lá muito inspirado, uma vez que, por exemplo, a trilha faz questão de sublinhar a comédia e o drama e os detalhes ressaltados pela câmera entregam tudo o que está por vir.
Mas, então, o que faz Song for Marion valer a pena? Ora, não tenham dúvidas: a dupla Vanessa Redgrave e Terence Stamp. Ela tem uma participação menor (até porque o filme é sobre ele), mas seu papel, apesar da obviedade do filme, é tratado com sobriedade e sem apelações. E Redgrave só acentua isso: é uma das atrizes mais humanas ainda em atividade, e seu poder de expressões e palavras está todo aqui. Mas o espetáculo é mesmo de Stamp. Quase minado pelo papel previsível, o ator supera esse obstáculo com a lógica de que menos é mais. Humano como Redgrave, mas com chances diferenciadas (quando solta a voz, chega a surpreender). A dupla não chega a engrandecer o filme, mas nos lembra, mais uma vez, com todo o respeito, que os velhos serão sempre os melhores!
E que os anjos toquem trombetas por vários motivos, um (e esse me interessa) é que cada vez mais olham para nossos idosos e fazem filmes bonitos com gente velha e bonita. Isso é bom, muito bom...
Uma Dama em Paris
3.5 16Não poucas vezes me flagro viajndo daqui para o acolá preso às asas de um bom filme assistido e, com esse, a questão que teima reverberar em minha cabeça: "O que fazer quando você está preso em uma relação de dívida eterna?"
O drama Uma Dama em Paris demonstra a força do cinema francês quando resolve inovar na maneira de contar uma história. E nele nos obrigamos a nos deixar levar guiados pelas inteligentes lentes do cineasta estoniano Ilmar Raag (diretor do aclamado longa Klass), em uma viagem que começa na longíqua Estônia e termina nas calorosas ruas e avenidas da cidade luz.
Bem diferente de quase todos, o longa nos coloca diante de duas protagonistas, fato que soma muito à trama. A boa intérprete de Anne, encontra uma zona de conforto para sua personagem, se abrindo aos poucos para as emoções. Conseguimos nos conectar rapidamente com essa protagonista, uma empatia instantânea ocorre. Méritos da excelente atriz Laine Mägi (Klass). Jeanne Moreau (Jules e Jim - Uma Mulher para Dois), o nome mais conhecido do elenco, vai até o extremo do sarcasmo com sua complicada personagem Frida. O público busca uma maneira de entender essa complexa idosa mas no final acaba virando mesmo uma espécie de vilã.
Um grande destaque ao longo da história, vem na forma da inversão nas posições de destaque das protagonistas e do ator coadjuvante. Podemos analisar a trama de acordo com cada uma dessas vertentes que transformam esse triângulo amoroso em uma delicioso filme tipicamente francês, com desilusões, problemas e muita delicadeza nas conduções dos árduos diálogos.
As belas sequências nas praças e pontos turísticos parisiense dão o charme desse belo, sensível e imperdível trabalho que agradará não só os amantes do cinema europeu mas todos que gostam de boas histórias contadas de maneira comovente.
Ufa! Quem me dera estar em Paris!
Bling Ring - A Gangue de Hollywood
3.0 1,7K Assista AgoraOpa! Não assistiu ainda? Então, caro(a) amigo(a), pensa um pouquinho sobre os filmes que já tenha assistido pois não é de hoje que a fugacidade da fama exerce sua fascinação sobre os cineastas: seja no melancólico Crepúsculo dos Deuses, no charmoso A Doce Vida ou simplesmente em Celebridades, o tema sempre esteve presente na sétima arte.
Sofia Coppola tenta imergir nele com Bling Ring: A Gangue de Hollywood, onde a ostentação do palácio de Versailles de Maria Antonieta passa às mansões dos astros. Não consegue ir muito fundo. Por se ater demais aos acontecimentos, perde a liberdade poética da ficção que poderia sustentar sua narrativa.
Baseado no artigo Os Suspeitos Usavam Louboutins, da jornalista Nancy Jo Sales para a Vanity Fair, o longa retrata a série de invasões de um grupo de adolescentes a casas de famosos como Paris Hilton, Lindsay Lohan e Orlando Bloom. Entre roupas, joias e obras de arte, eles roubaram o equivalente a US$3 milhões.
O início de Bling Ring causa boa impressão. A trilha sonora pop, marca da diretora, embala imagens de câmeras escondidas flagrando as ações do bando. A contextualização dos personagens também prende a atenção ao mostrar os porquês – e a falta deles – nas atitudes dos protagonistas.
Emma Watson se destaca ao interpretar a patricinha Nicki, cuja mãe é completamente adepta ao discurso da Nova Era em sua vertente mais comercial – a exemplo de sua filosofia de vida baseada no best-seller O Segredo. A garota usa muito bem a caridade aprendida em casa quando lhe é conveniente. Crítica certeira.
A Nicki da vida real, Alexis Neiers, explicou da seguinte forma seu envolvimento no caso: "Acredito fortemente no Karma e acho que essa situação foi atraída para minha vida como um grande aprendizado para que eu cresça e evolua como ser espiritual. Me vejo sendo Angelina Jolie".
O problema de Bling Ring está em sua fórmula, a qual esgota-se muito rápido. Após a terceira visita à mansão de Paris Hilton, não há mais o que ser mostrado.
Seguindo um caminho previsível do meio para o final, o longa se perde em tantos closets e brilhantes de milhares de dólares. A alta dose de glamour leva o espectador exatamente ao lado oposto da crítica inicial - o fazendo imergir em toda a superficialidade tentadora que o dinheiro pode comprar.
Viu? Não é uma maravilha de filme, mas consegue entreter!
Spring Breakers: Garotas Perigosas
2.4 2,0K Assista AgoraPera gente, deixem de ser tão durões!
Está certo que muita gente vai assistir à Spring Breakers - Garotas Perigosas procurando ver o tal projeto polêmico com cenas picantes das jovens estrelas mirins Vanessa Hudgens e Selena Gomez. Felizmente, o filme é bem mais do que isso. Se alguns vão assisti-lo como uma espécie de filme-fetiche, é certo que muitos mais aproveitarão da trama forma e interessante da produção, que comete seus pecados, mas não deixa de tentar.
Dirigido por Harmony Korine, que fez sua estreia nas telonas como ator no polêmico Kids, Spring Breakers é um longa com o astral bem jovem. Abusa da fotografia estilosa, com a câmera buscando ângulos estranhos, e tem uma trilha sonora bem elétrica, que busca fazer da obra uma interessante experiência visual. Em alguns momentos, peca pelo exagero.
A presença de jovens estrelas pop, que poderia ser um problema, acaba sendo um dos méritos da produção, uma vez que elas não estão desperdiçadas e possuem personagens de verdade. O roteiro de Harmony Korine tem algumas falhas, mas que não são o suficiente para tirar a atenção do espectador. Ao final, o certo é que nos deparamos com uma produção envolvente e que não perde o gás.
Trata-se de um longa sobre uma juventude perdida. Ou pelo menos sobre uma juventude diante da perdição. Mas, surpreendentemente, a conclusão que chegamos é que nem tudo está perdido para Vanessa Hudgens, Selena Gomez e companhia. Elas realmente podem vingar como atrizes.
Deem uma chance, assista sem essa preconcepção tacanha!
Laurence Anyways
4.1 553 Assista AgoraNa realidade esse filme dura 168 min e não 159 como consta acima.
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Há de se saber que Xavier Dolan é um prodígio do cinema, ou ao menos é isso que parte da mídia pensa. No alto de seus 23 anos, ele assina seu terceiro longa-metragem e apesar de certa evolução, está claro que o diretor é um dos nomes mais superestimados dos últimos tempos.
Sem dúvidas, Laurence Anyways é um trabalho autoral, mas existe uma grande diferença entre assinatura própria e qualidade. A forma que Dolan usa a câmera é grosseira e causa irritação aos olhos. São tomadas mal feitas, imagens trêmulas ou ainda diálogos extensos sem nenhum refresco, apenas closes nos rostos dos personagens.
Aliás, o cineasta explora à exaustão este último recurso citado. São tantos planos fechados que o espectador não é apenas apresentado às rugas e marcas de cada ator, é praticamente obrigado a decorar cada expressão facial deles. Existe até uma explicação no roteiro para o uso de tantos closes, no entanto soa mais como desculpa do que como justificativa.
No meio de tantos problemas, a trama apresenta a vida de Laurence Alia. Um professor canadense que nunca aceitou o seu próprio corpo e decide seguir a vida como transexual. A partir desse momento, o longa explora as reações de sua noiva Fred, familiares e a sociedade em geral.
Os conflitos e barreiras que o protagonista tem de superar para ser aceito, ou no mínimo respeitado, estão presentes, porém de maneira duvidosa. Explosões de realidade sempre são sucedidas de uma frustrante dose de fantasia, um eterno “bate e afaga” entre público e diretor. Falta a Dolan ter pulso para assumir uma postura e bancá-la até o final.
Outra prova de sua insegurança são as passagens didáticas. Muitos elementos não precisavam ser justificados, a escolha do título é um exemplo disto. Existe uma cena feita exclusivamente para explicá-la, além de desnecessária, ela gera um desfecho digno de um romance juvenil.
Mas nem tudo são erros, Laurence Anyways é sem dúvidas uma evolução em relação ao seu último trabalho: Amores Imaginários. O elenco, bem escolhido, é muito superior aos anteriores. Os dois personagens principais: Melvil Poupand (Laurence) e Suzanne Clément (Fred) são carismáticos e ajudam o espectador a superar os 160 minutos de exibição. Porém, o ponto alto das produções de Dolan continua sendo o mesmo, a trilha sonora.
O diretor sabe escolher um bom mix entre clássicos e novos hits do rock 'n' roll.. Os planos abertos, usados exclusivamente em cenas lentas, lembram clipes de bandas indies como Strokes, Kaiser Chiefs e Vaccines. No entanto o enquadramento incomoda, a escolha pelo 4:3 não combina com resto da estrutura.
Resumindo, Laurecen Anyways é um filme autoral, mas com problemas. A imaturidade de Xavier Dolan faz com que uma grande história seja contada de maneira apenas regular. Deixando claro a sua dúvida entre o comercial e o artístico, optando por ficar apenas em cima do muro.
Plush
3.1 78É interessante esse site!
Já assisti esse filme na internet e ele teima em querer me contradizer.
PÔ! EU JÀ ASSISTI E ATRIBUO 3 ESTRELAS!!!!
Uma Vida em Sete Dias
3.1 232Bem poderia iniciar tecendo comentários sobre a sempre estonteante Angelina mas, por mais que os efeitos especiais e as estripulias visuais de Hollywood insistam em contaminar a indústria do cinema, não há como negar que um bom filme depende, antes de mais nada, de uma boa história. E foi justamente isso que faltou à comédia romântica Uma Vida em Sete Dias, um claro desperdício de dinheiro e talento escrito por John Scott Shepherd, cujo primeiro texto a ganhar as telas foi o insosso Super Pai, com Tim Allen. Mesmo a partir de um argumento bem fraquinho, a Regency Enteprises (a mesma de Demolidor) e a Davis Entertainment (de Dr. Doolitle) apostaram num bom diretor (Stephen Herek, de Mr. Holland - Adorável Professor) e numa ótima dupla central de atores (Angelina Jolie e Tony Shalhoub). Não funcionou: não há como esconder que o grande problema do filme é que não existe uma boa história a ser contada.
O talento de Angelina Jolie, mais do que comprovado em Garota Interrompida, é desperdiçado no papel de Lanie, uma repórter de televisão de muita ambição e poucas idéias. Certo dia, durante uma matéria corriqueira, ela entrevista Jack (Tony Shalhoub, o ótimo Monk do seriado de TV), um sujeito meio pirado que se diz capaz de prever o futuro. E prevê: Lanie irá morrer em apenas uma semana. A repórter acredita na previsão, o que fará de sua vida (ou do que resta dela) um verdadeiro inferno. Sem querer estragar o final do filme, a resolução do roteiro chega a ser infantil, a trama é rasa como piscina de criança, o desenrolar da história não consegue captar a emoção da platéia, e o desfecho é previsível - por mais que Jolie e Shalhoub se esforcem.
Um filme que passa despercebido em qualquer sessão da tarde da televisão.
Bem-Vindo à Casa de Bonecas
3.9 228Lançado em DVD pela Lume Filmes, chegou mês passado às locadoras brasileiras um filme emblemático do cinema independente americano dos anos 1990. Bem-Vindo à Casa de Bonecas (1995), segundo longa do diretor Todd Solondz, dá prosseguimento, na referida coleção da Lume, a Felicidade (1998), aparecido em DVD há dois anos. Ambos os filmes de baixo orçamento, “outsiders” à indústria hollywoodiana e generosamente recepcionados pela crítica. O primeiro levou o prêmio do júri em Sundance/1996 e o segundo foi laureado na categoria internacional da Mostra de São Paulo/1998.
A filmografia de Todd Solondz é marcada por uma sátira inclemente da classe-média. Situados no subúrbio medioclassista de Nova Jérsei, seus enredos expõem a frustração de personagens impotentes aprisionados no vazio existencial. Essa temática, desenvolvida em Bem-Vindo à Casa de Bonecas, reaparecerá multiplicada nos longas seguintes, cada vez mais ácidos e chocantes. Basta lembrar a trama de sordidez, estupro, pedofilia e humilhação de Felicidade. Se, no primeiro filme, a degradação plasma o microcosmo adolescente; no último, Solondz generaliza-a para a classe-média como um todo, não abrindo exceções.
Nenhum espaço para fábulas de cinderela, comoventes e esperançosas, como em Preciosa (Lee Daniels, 2009). Próximos da caricatura, os personagens medíocres e disfuncionais de Bem-Vindo à Casa de Bonecas encenam um drama sem superação, sem catarse, sem beleza. O diretor sistematicamente decepciona as expectativas, ao contornar qualquer resolução aos impasses e frustrações. Assim, a “high school” e o universo suburbano – cifras clássicas da autoconsciência americana – comparecem como purgatório permanente, em que todos sofrem e ninguém é absolvido. Os desejos de prazer e liberdade são frustrados e os elementos rebeldes sufocados pelo sistema opressivo. Resta o nojo diante do mundo e de si mesmo.
Um filme que merece ser assistido...
Para Roma Com Amor
3.4 1,3K Assista AgoraSer bom tem seu preço e cineastas consagrados sabem bem disso. A cada novo filme a cobrança é grande e costuma-se esperar algo melhor ou, no mínimo, tão bom quanto o longa anterior. Para Roma com Amor não é uma grande obra como Meia-Noite em Paris, mas não deixa de ser uma agradável, divertida e inteligente comédia por causa disso.
O que gosto em Allen é sua capacidade aguçada de observação da natureza humana, presente em cada um de seus filmes. Ele, como poucos, sabe tomar essas observações e apresentá-las na tela através de um filtro de sátira e humor difícil de igualar. Para Roma com Amor é um belo casamento entre as observações de Allen e sua habilidade para fazer comédia.
Como Meia-noite em Paris, Para Roma com Amor flerta com um mundo imaginado. Desta vez, no entanto, o imaginário e a realidade não são mantidos em campos díspares. Em vez disso eles estão entrelaçados de maneira perspicaz. Alec Baldwin, por exemplo, interpreta John, personagem que tanto existe no mundo real quanto no imaginário. Ele é um arquiteto americano em férias na Itália e também o conselheiro do jovem Jack (Jesse Eisenberg), uma espécie de consciência do rapaz encantado pela amiga da namorada. Woody Allen aqui acrescenta um toque diferenciado e sofisticado à sua tradicional narrativa.
É bom ver o diretor flertando com o absurdo mais uma vez com a hilária trama de um cantor de banheiro (literalmente) alçado à fama. A volta do cineasta como protagonista também é mais que bem-vinda. Sua presença na tela é responsável por boa parte dos momentos divertidos do filme – é ele quem descobre o talento do barítono dos chuveiros. Outra subtrama que por si só já vale a entrada é a do italiano classe-média vivido por Roberto Benigni, um homem que se torna famoso simplesmente porque a mídia assim decide.
Para Roma com Amor não faz parte do rol dos grandes filmes de Allen, ainda assim é melhor que a maioria de suas obras recentes, com exceção de Meia-noite em Paris. E, afinal, o que faz de alguém brilhante é não ser brilhante em tempo integral. Vá ao cinema sem grandes expectativas e divirta-se.
Assista no meu blog.
Piranhaconda
1.7 93Putz! Que merda....
Meu Pé de Laranja Lima
3.9 343Esperem, esperem, antes me ouçam!
Minha história com Zezé vem de longe, vem desde o longínquo 1969 quando ganhei de meu pai o livro e onde descobri um mundo novo. Foi assim, abri o livro e aquela imensidão de aromas me transportou para uma cidade que somente existirá em minha mente e tudo mudou, cada nova página uma nova descoberta e a cada nova descoberta vinham cheiros, sons e vontade de mergulhar naquelas páginas e me tornar amigo do meu amigo Zezé. E aí vieram maltratar meus sonhos, minha imagens criadas e inventaram um Zezé que não era aquele que se tornou meu amigo. Em 1970 o Brasil assistiu ao primeiro filme (direção de Aurélio Teixeira) depois deram de fazer três novelas de televisão e a coisa degringolou.
Tive receio de assistir mais essa versão, mas assisti e não me arrependo. É claro que o Zezé não é o mesmo que eu havia criado e nem o portuga sequer se parece com o gorducho atarracado, de cara redonda sempre melada de suor que eu havia criado, mas o pequeno João Guilherme Ávila consegue até ser um tantin parecido com o garoto levado da breca que montei, já José de Abreu (apesar de estar impecável nessa versão) nem de longe é o meu Portuga imaginado.
E olhem! Não é filme de seção da tarde, não para quem leu o livro e construiu sonhos, não para quem viveu livre em um mundo construído pelos sonhos sonhados e correu descalço pela areia de uma cidadezinha onde se vivia de verdade, que subiu em mangueiras, que banho em rios e que aprendeu a aprender viver vivendo vidas vividas em páginas de livros que embalam e acalantam sonhos...
Identificação de uma Mulher
3.2 13Se vê um quadro? Ou seria uma parede? A primeira imagem que vê-se na telona é uma incógnita a primeira vista. E antes mesmo de respirarmos, já somos colocados para pensar pelo mestre. Seria uma brincadeira? Uma pegadinha? Não acredito. Antonioni pensa alto. Ouvimos um barulho. Passa algo pela imagem. Opa, sim, estamos vendo a cena de cima, do alto, e olhávamos o chão do hall de entrada do prédio do diretor Niccolò (Thomas Milian).
Sensacional essa introdução do filme. Errado. Michelangelo Antonioni acabou de nos dar o veredicto de seu filme, e que pode se aplicar a toda sua biografia.
Antonioni deixa a impressão de ser um criador de frames, mas não tão óbvio quanto à frase parece. Ele cria tutoriais, na falta de palavra melhor, em forma de frame, cada imagem tem pelo menos dois significados, ou mais. Vamos pegar o exemplo da cena descrita acima, rapidamente podemos dizer que o cineasta pretendia falar que o que vemos depende do nosso ângulo de visão, e essa afirmação deriva milhões de outras, como a de que nossa percepção daquilo que enxergamos é baseado na nossa cultura, ou que dependendo de nosso estado de espírito nossa visão será distorcida. Ou que todas as visões são distorcidas porque partem de um só ângulo de visão. Ufa.
Podemos também propor que Michelangelo falava do poder da imagem em alterar a realidade, ele já explorou isso em Blow-up (1966).
E se a visão vinda de cima é que nos dá a sensação errônea, por ser um tipo de situação rara, de um olhar inquisitivo, amedrontador, de cima pra baixo, o que nesse caso pode ser uma mensagem figurativa para não sermos orgulhosos, vaidosos, não temos esse olhar superior, pois ele engana, equivoca nossa percepção das coisas.
E isso estamos falando apenas do primeiro frame, da primeira imagem, da primeira cena de Identificação de uma Mulher. Esse foi o último longa-metragem feito por Michelangelo Antonioni antes do derrame. Não é considerado um grande filme, mas possui, como todos os outros, uma seqüência memorável, é a cena da neblina em que o casal, o diretor de cinema Niccolò (Milian) e Mavi (Daniela Silverio), discutem dentro do carro e o motorista nada consegue enxergar a frente, uma perfeita alegoria de que ambos não se entendem. Mavi é o rosto que Niccolò procura para seu novo filme, mas ele foi avisado por um estranho que ela não era só dele.
Essa é a obra maravilhosa, o legado soberbo que Michelangelo Antonioni nos deixou. Um diretor que nunca precisou, ou quis, ou aceitou dar explicação sobre sua obra. Um cineasta que recebeu vaias com a mesma intensidade com que depois viria arrancar aplausos. Um mestre que transformou filme em cinema, cinema em arte, e arte em obra-prima, o mestre das obras-primas!
Um regente que ensinou ao mundo que não é a procura que interessa, e sim a descoberta da viagem.
La Luna
3.6 60Do cinema de Bertolucci, La Luna é sua obra mais polêmica e obscura. O tema (o incesto) é também o mais controverso de sua carreira. Jill Clayburgh tem o papel mais desafiador e a melhor interpretação da sua filmografia.
La Luna é um roteiro escrito por Bertolucci, seu irmão mais novo, Giuseppe, Franco Arcalli e Clare Peploe e foi adaptado para a língua inglesa por George Malko. Muitas passagens do filme são homenagens, incluindo a cena onde um italiano interpretado por Franco Citti, o guarda-costas de Michael Corleone em O Poderoso Chefão (1972), leva Joe a um bar e dança com ele. A cena lembra Pier Paolo Pasolini, o cineasta e poeta italiano homossexual assassinado, que era um grande amigo de Bertolucci.
Apesar do tema e das cenas de sexo, o modo como o diretor italiano o tratou é incrivelmente delicado e sensível. O filme tem uma pequena participação de Roberto Benigni como um instalador de cortinas.
A trilha do filme é muito bem feita, bem produzida misturando algumas óperas com clássicos pop como Night Fever dos BeeGees e a canção italiana San Tropez Twist, do famoso Peppino di Capri.
Antes de assistí-lo havia lido críticas sobre o filme, algumas jorrando indignações e cuspindo brasa contra esse Bertolucci porém, após o The End, passei a não crer em tudo o que escrevem. Que a trama possa ser polêmica não discuto, mas aplaudo as interpretações sóbrias e belas e, em momento algum, ví algo que fosse verdadeiramente pecaminoso além do amar inconteste...
Quase Dois Irmãos
3.4 47 Assista AgoraNão vou tão longe se alguém me pedir para resumir o cinema nacional de 2004 em uma única palavra, esta palavra seria UFA! sem que seja, na verdade uma palavra como também tenho que (perdoem-me) afirmar que as produções dessa terra tupiniquim que chegaram às telonas naquele ano foram de doer a alma. Novamente imploro perdão antes que alguem tenha a dolorosa ação (para mim e meu mirrado corpo) de apedrejar-me em praça pública por causa deste comentário, já que me refiro claramente a produções do naipe de "Olga", "Cazuza - O Tempo Não Pára", "Viva Voz e Sexo", "Amor e Traição", que até construíram uma carreira respeitosa no cinema, embora sejam bem ruinzinhas. E mesmo correndo o risco de ser acusado do contrário, já digo logo que não tenho preconceito algum com películas da nossa terra (dois dos meus longas preferidos, aliás, são os "100% tupiniquim" Lavoura Arcaica e Uma Vida em Segredo, dois clássicos), mas também não sou daqueles que proclamam que um trabalho é bom só porque é daqui. Qualquer um está propenso a fazer filme ruim, mas não posso deixar de afirmar que a safra de 2004 doeu mesmo. E nem vou chegar ao 2005 para não ter que falar sobre as tragédias que abateram naquele infame período de férias (Xuxa, Eliana e aquilo tudo que todos já conhecem).
Putz! Tive que escrever tudo isso pra falar de "Quase Dois Irmãos" (Idem, 2004) da cineasta carioca Lúcia Murat que foi uma militante e jornalista do período da ditadura militar e por conta das idéias que defendia sofreu cm a brutalidade da época.
A diretora tem em seu currículo filmes que exploram o período da ditadura com um a abordagem dos tratamentos dos prisioneiros nas prisões, até da tortura das mulheres como no filme, “Que bom te ver viva” (1989). Porém existe um filme que fica dividido entre os dois estilos de Lúcia na ficção; ditadura militar, e as relações da classe alta carioca com as favelas. Esse filme é “Quase dois Irmãos”, filme que Lúcia uniu os dois estilos. A obra conta histórias paralelas da criação do Comando Vermelho na prisão de Ilha Grande no Rio de Janeiro, com a relação do Senador Miguel (Werner Schumacher) que tem problemas familiares com sua filha, Juliana (Maria Flor).
Com o filme entra-se no contraste social que o Rio de Janeiro teve desde os anos 70, até a atualidade. Outro conflito que o filme demonstra e a relação de uma classe media politizada com o submundo dos pobres das favelas cariocas. A obra recebeu vários prêmios internacionais, e considera um filme independente pelo orçamento que mal pode gastar com publicidade. Mas isso é apenas um retrato dos filmes da retomada brasileira que inicia a partir de 1994. Além de uma história sobre os porões da ditadura “Quase dois Irmãos” é um relato da situação de uma cidade que ainda insiste na separação das classes e na aliança ideológica como transformação social.
E, afirmo prostrado com mãos juntas, não é "apenas" um filme acadêmico e muito menos academicista (daqueles que assistíamos quando o PT ainda era dos trabalhadores), mas não deixa de ser uma boa aula de história e, por isso mesmo, apesar de não achá-lo uma obra prima, merece ser assistido!
Tenho dito!!!!
Gente Grande 2
3.0 690 Assista AgoraSão coisas da terra do Tio San onde tudo pode acontecer, até espionar os bates papos de nossa presidente ou as fofocas do presidente do México.
Mas alguém deveria alertar Adam Sandler para que não embarque em barco furado, ou pelo menos implorar que leia o roteiro antes de gritar "Ação".
"Gente Grande 2" está entre os filmes mais frouxos, preguiçosos e menos agradáveis lançados por um grande estúdio na última década.
É difícil imaginar uma comédia pior, mais sem graça, mais patética do que esta continuação do Gente Grande de 2010 (a primeira da carreira do produtor e astro Adam Sandler, que ultimamente tem feito desastres a ponto de que mesmo sendo popular no Brasil, não lançaram nos cinemas o filme anterior That´s my Boy /Este é o meu Garoto. Em compensação, tem levado montes de prêmios Framboesa de pior do ano. O primeiro não era muito ruim, tinha um elenco simpático e numeroso (ainda assim dando a impressão de que eles se divertiam mais do que os espectadores) que esta todo de volta ate com alguns reforços (como o Taylor Lautner, não creditado e incrivelmente mal maquiado e fotografado fazendo um estudante briguento!).
E incrível, mas o filme simplesmente não tem historia, passa-se num único dia, a véspera do fim das aulas, começo do verão quando todos os amigos já de meia idade se mudaram para uma cidade do interior, aparentemente para terem uma vida mais saudável e tranquila. Mas isso nem chega a ser discutido. O filme já começa com uma sequencia de gosto discutível mas será apenas a primeira de varias que brincam com funções corpóreas como vomito, fezes e urina. No caso, Adam acorda e ao seu lado no quarto esta um alce ou coisa que o valha, que assustado irá urinar em seu rosto! Que cena clássica! Que horror!
O primeiro filme rendeu 162 milhões de dólares nos EUA e 109 no exterior, este aqui já chegou aos 109 na America e por enquanto 21 no exterior. Ou seja, o publico entrou que nem cordeiro para ver o que pensava ser divertido. Não caia nessa.
Não Adianta Fugir
2.0 133 Assista AgoraUm filme de baixo orçamento, mas tem um bom efeito de maquiagem. Efeitos visuais praticamente não são vistos (uma boa opção, já que se tivesse muito seria ridículo pela falta de recursos). A protagonista é aceitável, bonita e tem uns gritinhos legais.
Um suspense “SuperCine”, bobinho e um fim esquisito. A personagem age de uma forma muito ridícula, faz coisas que ninguém, que tivesse passado por aquilo, faria. Bem, salvando apenas algumas cenas (pouquíssimas), o resto é perda de tempo.
Mas se de todo você desejar assistir o filme está em Cine Rianto (meu blog).
Ninfomaníaca - Sexo Sem Culpa
2.6 26Não tenho assistido muitos filmes vindo dessa longinqua ilha nação chamada Finlândia, e os poucos que assisti não despertaram maior interesse e, tenho quase certeza, que poucos imaginavam que de lá viesse algo além dos apetrechos da Nokia.
Talvez seja carro chefe em países com pouca vivência cinematográfica enveredarem por caminhos tortuosos que, por aqui, tachamos de polêmicos e, imaginando o frio de lascar que por lá deva fazer, sexo e suas coisas bem mais anima que pesados casacos ou grossas mantas de algum pobre lobo marinho desavidado transformado em fazedor de calor.
O filme é polêmico, mostra realmente o que acontece num relacionamento, onde os pares apresentam cizânias, diariamente, sendo cobrado a atenção mútuas. É caso de doença, onde as pessoas envolvidas tem que procurar ajuda médica, como o filme mostra e, mesmo achando sofrível, não desaconselho que assistam.
Tem tempo: Tasquei três estrelas e, de quebra, coloquei em meu blog na íntegra legendado e dublado.
Me Excita, Droga!
3.1 208O cinema norueguês é sempre uma grata surpresa, os longas são feitos com muito capricho. É somado a criatividade, originalidade, competência ao fazer filmes com baixos orçamentos e recursos limitados, mas sempre muito bem feitinhos e interessantes. Conhecido como um cinema alternativo, a Noruega hoje em dia se preocupa demais com os adolescentes e jovens, buscando sempre solucionar seus conflitos pessoais para terem uma formação psicológica adequada.
Isso se dá nos filmes, mostrando realismo e crítica social na maneira que o país lida com os jovens. Uma amostra disso é o filme Vegas, fora isso o país tem se destacado por outros temas, como a fantasia, ao falar da mitologia nórdica. Duas coisas que impressionam de cara ao ver um filme norueguês: a paisagem, o visual mostrando a natureza, é de encher os olhos.
Outro aspecto é a língua, que particularmente acho muito bonita. "Me Excita, Droga", (Turn Me On, Dammit nos Estados Unidos e Få meg på, for faen no original) nos faz ver o viver de Alma, uma adolescente que está desabrochando, sempre excitada, que sonha com seu colega de escola. Vivendo em uma pequena cidade da Noruega, chamada Skoddeheimen (que realmente existe).
Adolescentes efervescentes em uma pacata cidade, soa meio estranho havemos de convir mas, diferente dos filmes teen, esse nos ambienta pela visão de uma garota, as cenas em que ela fantasia transando com homens mais velhos ou com Artur, ou se masturbando, não são poupadas, mas a trama segue de forma leve e bem divertida. O filme traz até nós um olhar feminino sobre a garota que entra na puberdade, desejando, ansiando contato sexual, coisa pouco usual no cinema. Nessa falta do que fazer, eis que surge uma festa da escola, tão esperada, onde eles tem a chance de beber, azarar, enfim.
O filme tenta mostrar, e ambientar, uma busca de liberdade junto com amigos mais velhos em um que que, em uma visão distante, faz Alma parecer uma louca depravada. É engraçado o tema girar em cima desse lance que houve com eles, mas mostra que adolescente age de forma impulsiva em qualquer parte do mundo.
(Você pode assistir esse filme em Cine Rialto)