Uma cinebiografia sensacional de duas das maiores atletas da História dos esportes. Só não vai nota máxima pela parte como representaram o próprio Richard: de acordo com alguns relatos (inclusive de outros filhos dele), embora estivesse comprometido com Venus e Serena, ele ainda era bastante ausente e chegou a abandonar uma família (de acordo com sua filha Sabrina Williams, que criticou bastante o filme por contar "metade da História"). Então é bom problematizar essas representações das personalidades, afinal não são perfeitas e muitas vezes uma cinebiografia acaba exagerando na dose.
Mas para além disso, devo falar da incrivel performance de Will Smith. Ele é um ator versátil, que consegue ir da comédia ao drama uma facilidade monstruosa que, atualmente, poucos conseguem. Ele se doa ao papel, sendo bastante emocionante em muitas partes, em especial quando relembra o passado. O elenco mirim também é fantástico e carismático.
E muito bom saber que o filme não é acrítico sobre o contexto em que se passa a História, uma época de intensa repressão policial a população negra (não que esteja diferente hoje em dia), de racismo e violência. A obra é sútil ao tratar dessas temáticas, porém as faz de maneira muito feliz e nos momentos certos. Richard sabia que aquele esporte era, principalmente naquele período, predominantemente branco e elitista. Ter duas garotinhas negras de um bairro pobre disputando esse espaço significaria um desafio enorme, mas ainda por cima significaria que elas estariam representando milhares de outras garotas negras, que poderiam carregar seus sonhos e mostrar que eles não nada impossíveis.
Mesmo com os questionamentos sobre as ações do próprio Richard na realidade, o filme acertou ao mostrar uma família unida, com sonhos e objetivos bem definidos, persistentes, esforçados. Sem essa capacidade de sonhar e se arriscar, não temos mais nada. E para mim, essa é uma excelente mensagem.
Tem tantas questões que esse filme expõe: a cultura da hipersexualização feminina, a sororidade e os laços que se criam entre mulheres perante dificuldades, como colocaram muito bem os medos diários das mulheres nas falas dos personagens masculinos (no final, uma das "vítimas" diz "eu só estou falando para que mais ninguém passe por isso" e logo um policial fala "parei de frequentar boates"... e quantas mulheres não falam o mesmo todos os dias após terem sofrido algum abuso? Quantas mulheres deixam de frequentar um local porque não se sentem seguras?). Tem muita coisa boa pra ser discutida e refletida aqui. E sim: a Jennifer Lopez merecia ter sido ao menos indicada. Ela rouba completamente a cena. Incrível!
Que filme incrível. Acho que o fator sobrenatural ficou meio jogado, e o roteiro poderia muito bem ter excluído isso e ainda assim ficaria muito bom. Harrison Ford em um papel com o qual não estou acostumado a vê-lo também foi interessante. E o final foi bem bonito.
É um filme bem divertido. Reúne um elenco absurdamente talentoso, e o roteiro mantém o espaço bem organizado para deixar claro ao público quem são os personagens protagonistas. Fico com receio que filmes repletos de estrelas não consiga passar sua mensagem, ou mesmo que foquem muito nos atores e deixem o enredo de lado. Mas aqui isso felizmente não aconteceu. Acho que tudo ficou bem explicado, e as críticas foram bastante felizes.
Uma boa crítica ao uso da mídia como um espaço para ridicularizar o outro e tornar assuntos sérios como uma "brincadeira", ou mesmo coloca-los como último plano. Há também a forma como as redes sociais são abordadas, defendendo ou atacando os cientistas. Isso definitivamente não está distante de nossa realidade recente, em que sites foram usados para atacar a ciência de todas as formas mais mentirosas e sombrias. A imagem de uma presidente "fútil", que se preocupa somente com a própria imagem e com o ganho econômico e a manutenção de seu poder, também é muito bem feita (qualquer semelhança com o Brasil atual...).
Tem várias cenas de pura vergonha alheia, mas isso só deixa tudo mais engraçado. Não é uma comédia que vai te garantir duas horas de risadas ininterruptas, até porquê não é esse o ponto aqui - também há um leve toque de drama. O filme trabalha através dos detalhes, embora algumas cenas sejam mais inteligentes e outras acabem sendo mais "bobas", mas talvez aí seja a obra abraçando o seu lado mais absurdo.
(Escutem a pequena grande Ariana: "DÊ OUVIDOS AOS CIENTISTAS QUALIFICADOS")
Sempre tento ver qualquer filme desse tipo com a maior boa vontade do mundo, e até que a atmosfera do começo é legal, mas não se sustenta. Situações risíveis, atuações péssimas que são quase caricatas, as cenas que deveria ser assustadoras são só muito mal feitas (nem um jumpscare barato tem aqui). Tentei mesmo, mas isso aqui não se salva em nada.
Absolutamente TUDO o que eu queria, enquanto um fã do cabeça de teia, foi entregue nesse filme. Era a obra que eu precisava. E não estou exagerando. "no Way Home" é, felizmente, tudo isso de bom e ainda muito mais.
Me emocionei, chorei, ri, fiquei tenso... E isso em pouco mais de 2h de um filme que, por mais caótico que pareça, é bem organizado. Aqui vemos um novo, grande e importante passo para o crescimento do Peter Parker do MCU. Um nível de maturidade que, finalmente, entende que "com grandes poderes vem grandes responsabilidades".
Sai da sessão eufórico. Sai feliz com tudo o que vi. Para alguém que cresceu assistindo Homem-Aranha (seja nos filmes ou mesmo nas animações) e lê os quadrinhos, isso aqui meus amigos... É um verdadeiro presente.
"Mas você está exagerando. O filme não tem isso, aquilo e etc, falta profundidade aqui, peca ali"... EU REALMENTE NÃO LIGO. A última experiência cinematográfica fantástica que tive foi com "Vingadores: Ultimato"... E agora com "No Way Home". O que senti foi surreal. Sinceramente, é o que me basta.
É um filme que amarra pontas, que consegue conversar com o público mais saudosista e também com a galera "mais nova". É algo mais maduro, ao mesmo tempo que nos faz sorrir porque afinal... É isso que o Homem-Aranha é. Esse personagem que, mesmo sofrendo e carregando culpas, não desiste de salvar quem precisa. Mesmo que o universo conspire contra, ele contorna a situação... Não importa o nível do sacrifício se é para proteger quem ele ama. É isso que vemos nas HQs. É isso que esse filme passa.
Que felicidade imensa foi poder ter visto tudo isso.
O filme trabalha muito bem o tema da masculinidade tóxica, ambientado em um contexto em que predomina a imagem do "macho", do homem rústico e agressivo. Isso nos leva a pensar sobre quantos homens não tiveram que se esconder atrás dessa figura.
Infelizmente isso ainda é uma realidade atual, mesmo que claramente diferente. Hoje, temos toda uma comunidade LGBTQIA+ e movimentos históricos, mas é uma pena que muitos ainda vivem com medo de se assumir porque ainda há uma parcela intolerante da sociedade pronta para agredir qualquer coisa que fuja de seus padrões morais. Então, para mim, é um filme que conversa muito com a nossa realidade ao expor a gordofobia, o machismo e a homofobia.
O ritmo não me deixou entediado. Filmes mais lentos e intimistas podem dizer muito, se bem conduzidos. E para mim, todo o roteiro foi muito bem organizado e apresentado. E isso nos levou a um final bem feito. Fiquei surpreso! E mesmo depois de tudo... não tem como não ter alguma pena do Phil. Benedict Cumberbatch e Kirsten Dunst deram um show de atuação, e não vamos esquecer do Kodi Smit-McPhee que teve momentos bastante sombrios.
É um filme que causa revolta. Meu coração ficou apertado, minha cabeça pesada... fazia tempo que não sentia algo assim vendo um filme, esse sentimento de pura raiva e desconcerto. O mais triste é saber que esses acontecimentos também ocorrem no mundo real, cometidos por pessoas que você nem imagina e em lugares que menos espera. A escola sempre deve ser um lugar que preserve pela segurança e autonomia do indivíduo, e aqui nós vemos o oposto: "sujeitos" usando seus locais de poder para violentar crianças. Asqueroso em todos os níveis imagináveis.
Tem algumas cenas bastante explicitas, e eu confesso que não tive coragem de vê-las. Também fiquei imaginando como foi para o elenco gravar algo do tipo, pois não deve ser fácil, especialmente para uma criança.
O filme tem momentos emocionantes, e aborda muito bem a forma como aqueles que detém poder financeiro podem smplesmente se salvar de problemas maiores. Do diretor da escola, passando pelo detetive até o advogado, o promotor e o juiz... todos estão sujos de alguma forma, localizados em uma pequena comunidade que usa a religião como escudo e diz que "esse bom homem, que fez muito por esse povo, é incapaz de cometer isso!". Os fanáticos religiosos estão presentes, defendendo sociopatas que destruíram a infância de muitas crianças. Não... definitivamente esse filme não está longe da nossa realidade.
Crianças que não podiam ouvir, que não podiam falar. Crianças que não tinham pais presentes, que não podiam se defender sozinhas. Violentamente silenciadas por aqueles que deveriam protege-las. É simplesmente revoltante.
O caso real ocorreu na Escola Gwangju Inhwa, que foi fechada em 2011. Em 2009, uma autora chamada Gong Ji-young escreveu o livro "The Crucible", em que relata os abusos que existiam na escola, os processos legais, subornos e etc. E em 2011 foi lançado o filme. Essas obras foram importantes para que a população pudesse entender todo o caso e assim passaram a ocorrer movimentos pedindo por justiça. Pelo que li, casos foram reabertos e professores confessaram.
É um filme forte, vai te deixar com raiva e sem ar, mas ele é necessário para expor essa "cultura do abuso". Precisamos ficar mais alertas, e assim levar a luz casos que infelizmente ainda estão nas sombras.
Olhando para os filmes de origem do UCM hoje, poucos foram os que realmente funcionaram e se destacaram no meio, e especialmente quando apresentam personagens desconhecidos do grande público. Nesse sentido, lembro bastante do que foi "Guardiões da Galáxia", que é provavelmente o melhor exemplo de personagens que quase ninguém conhecia e rapidamente, graças a um ótimo primeiro filme (e, claro, toda a campanha de marketing) se tornaram populares em todos os setores, facilmente ficando na mesma prateleira de equipes já consagradas da casa das ideias. Shang-Chi, felizmente, também tem esse efeito e nos apresenta um ótimo primeiro filme, cheio de ideias incríveis e alçando um personagem para os níveis mais altos do UCM.
A história nos apresenta um personagem tentando fugir do seu passado, mas há coisas das quais é impossível realmente escapar. A dinâmica da relação de Shang-Chi com seu pai não é algo novo, mas foi bem executada. A irmã do protagonista fica relegada as sombras, e se impõe a um próprio sistema de treinamento. É muito interessante ver a visão dela ao longo da obra, e como ela se sentiu negligenciada pelo pai
(a última cena pós-credito é especialmente bonita por representar uma vontade dela, para que nenhuma garota se sinta como ela se sentiu. Achei bastante representativo e importante)
. Quanto a Katy, a companheira de Shang-Chi, ela é uma parte do alívio cômico necessário nos filmes da Marvel, porém tem presença, sendo bastante carismática.
Como vemos, nada novo. Mas como falo: não precisamos o tempo inteiro de algo difícil ou revolucionário para fazer um filme que desperte a atenção do espectador. O roteiro processa a história tão bem, que é impossível não pensar "que filme gostoso de assistir! Mal posso esperar para reve-lo". É realmente uma ótima sensação. Os cenários são belíssimos, a trilha sonora é um show a parte e casa muito bem com as cenas de lutas, que são simplesmente incriveis. Em termos de coreografias das lutas e usos dos efeitos visuais, esse é provavelmente um dos filmes mais bonitos da Marvel. Ele consegue ser muito simples em sua essência, ainda sendo muito divertido, mas com momentos também sérios, cheio de aventuras que nos levam a um mundo de fantasias e que nos lembra o quão rica é a cultura oriental.
Shang-Chi é um acerto em cheio da Marvel Studios. Tem um elenco muito bonito, visuais com cores lindas que saltam da tela, personagens cativantes e algumas das melhores cenas de lutas do MCU (sem exagero). Quero muito ver como a Marvel vai aproveitar o personagem em suas outras produções e como vai expandir o seu próprio universo, afinal não sabemos muito sobre os deis anéis. Nova fase da Marvel está muito rica de conteúdo.
Eternos é o que a Marvel precisava: um filme que se distanciasse de sua dita "formula". Sinceramente, não compreendo os motivos de notas baixas, pois se um filme da Marvel abusa dessa fórmula ele é ruim, e se não a utiliza ele também é ruim. Enfim. Em todo caso, essa obra, que expande o universo cinematográfico da Marvel, tem os tons certos de drama, aventura e comédia.
Todos os personagens são incrivelmente carismáticos, com suas personalidades bem diferentes e cada um tendo um bom tempo em tela. Temos, claro, os "protagonistas", mas aqui é como se todos importassem, cada um de sua forma. E tudo isso fica mais fácil quando se tem um elenco de peso, que por sinal tem uma excelente interação.
As piadas são feitas no momento certo. O humor tem um timing quase perfeito, e não é algo utilizado de forma barata ou gratuíta. É um tipo de humor usado de forma mais inteligente, nos momentos precisos. Afinal, o objetivo do filme não é ser uma palhaçada forçada. Os momentos dramáticos propõem uma reflexão sobre a ação dos seres humanos sobre a destruição do seu ambiente. Eternos coloca muito bem esse plano em que eles não podem intervir nos assuntos dos homens, e sim deixa-los se desenvolverem por sua própria conta, através de seus erros e acertos. Quando eles identificam a ameaça e recorrem até o Phastos, o que o marido dele fala sobre ver o filho deles crescerem é emocionantes. Aliás, através desses pequenos "pedaços" de diálogos (e acontecimentos maiores envolvendo personagens que aprendemos a gostar), o filme mostra toda sua sensibilidade, muito suave, bonita. É incrível como seres que são quase deuses tem sentimentos, desejos e paixões tão humanas.
Com relação a direção da Chloé Zhao, para mim foi perfeita. Tudo que foi apresentado foi muito bonito, desde os cenários até as cenas de luta que foram bastante empolgantes. É um filme que foi direto ao ponto, mas a parte técnica não foi nada genérica, mas dá para ver que teve um grande cuidado. Para mim, foi diferente, passou uma sensação boa, de estar assistindo algo que foi bem "ajustado", em termos de imagens, iluminação, efeitos visuais e som. Aliás, a trilha sonora foi uma das coisas mais divertidas.
Quero muito reassistir, agora para pegar mais detalhes pois ainda tem muita coisa sem resposta (especialmente após aquele final) e para entender todos os mecanismos dos Celestiais, pois o que o Jack Kirby criou foi um universo riquissimo e que hoje pode dar uma cara ainda mais interessante e mais séria ao MCU. Eternos pode ser lido apenas como mais um blockbuster, e tudo bem por isso. Mas para mim, foi um filme que constrói uma ponte para entender o que o ser humano faz consigo mesmo. Mesmo com guerras, mortes, ódio... ainda há amor, gentileza, empatia. É um filme que nos faz pensar sobre todos esses pesos.
O filme claramente tenta passar, ao menos em uma parte, a imagem de um Nixon empático, o que me incomodou especialmente no final. Mesmo mostrando os crimes de sua gestão, a obra ainda tenta "suavizar" a personalidade do ex-presidente, o que não seria um problema se nos momentos de fazer isso não o coloassem como um "quase herói" da nação. Em alguns aspectos, o roteiro foi o velho "8 ou 80", não parecendo encontrar um equilíbrio na forma de representa-lo, mas certamente provocando muitos sentimentos conflitantes em quem assiste. As cenas de seu triste passado com sua família são uma forma de "humanizar" alguém que cometeu crimes e traiu a própria constituição que jurou defender. Ainda assim, é interesssante ver como esse filme mostra um Nixon ensandecido por poder, pelo controle e pela palavra final. Do ponto de vista político, o roteiro se sai muito bem em explanar as relações de poder entre diferentes indivíduos, e os diálogos são realmente muito bons e bem feitos.
Gostei muito da forma como trataram a trajetória política de Nixon, e alternando com cenas reais da época. É uma cinebiografia que entende sua proposta e, em meio a 3 horas de duração, entrega tudo muito bem, desde a infância de Nixon até o seu cargo público, o assassinato de JFK, os movimentos sociais nascentes na época, as marchas contra a Guerra do Vietnã e o caso Watergate. E tudo isso tocando de forma sutil no contexto maior de uma Guerra Fria. Acho que o filme conseguiu tocar em muitos acontecimentos marcantes da segunda metade do século XX e ainda de uma forma que conseguisse conecta-los e trabalhar todos muito bem.
Por fim, Anthony Hopkins brilhou intensamente. O seu Nixon me despertou um misto de emoções. Ele se entregou verdadeiramente ao papel. Maravilhoso. A gente sabe que ele é capaz de segurar qualquer filme, e aqui ele consegue facilmente prender a sua atenção mesmo nas cenas mais arrastadas.
Estou completamente sem palavras para o que eu acabei de ver. Esse filme me deixou atônito, e fazia tempo que não tinha essa sensação. O "plot twist" é... meu deus! Mesmo com algumas dicas aqui e ali, mesmo teorizando sobre, quando chegamos na revelação final a surpresa é ainda maior.
Parece um grande fardo para dois irmãos carregarem, mas eles não faziam ideia do que a mãe já havia passado. Nessa jornada, em um cenário de guerra, os personagens precisam se confrontar se quiserem realmente desenterrar o passado, o que nunca é uma tarefa fácil. As vezes, de fato, é melhor não saber. Mas ao encontrar, como lidar com as descobertas?
O roteiro desse filme é brilhante na forma como trata as memórias, traumas e segredos que unem esses personagens. E todo o aspecto técnico é lindo. Direção maravilhosa, cenários fantásticos. QUE FILME INCRÍVEL!!! Qualquer texto e qualquer comentário parece pouco diante do que vi.
Assim, fico aqui pensando: será que os produtores, roteiristas e etc olharam e disseram: "Vai dá certo sim, confia"... Sei não. O filme é tão tosco que eu custo a acreditar que a própria equipe de produção tenha levado ele a sério.
O filme cumpre o papel de exibir um roteiro cheio de violência, mortes e sangue. Tem muito, mesmo. Mas peca em vários outros aspectos: personagens mal aproveitados (Jamie Lee Curtis foi coadjuvante aqui), outros desnecessários; falas prontas ("O mal morre esta noite"... simplesmente horrível), um recurso barato usado exaustivamente, porém os últimos diálogos da Laurie com o Frank foram muito bons; não desenvolve traumas dos personagens do passado, apenas os apresenta para que possamos relembrar deles. E só.
Há uma questão sobre fanatismo, histeria coletiva e justiça com as próprias mãos que o filme levanta, e fica muito visível na cena de perseguição dentro do hospital, que foi um verdadeiro "surto". O medo aliado com a busca por justiça cegaram aquelas pessoas. Qualquer desconhecido ali seria o Michael. Contanto que alimentasse o próprio ódio do povo, estava tudo bem. Essa é a cegueira. E o roteiro em alguns pontos aborda isso bem, e em outros é quase caricato. Aliás, tem algumas mortes que você pensa "meu deus, que idiotice! Não acredito que fizeram isso aqui" de tão nonsense que ficou.
Até gosto do resultado. As últimas cenas acabaram valendo o filme. Ele tenta te pegar pela nostalgia, misturando uma "nova geração"... mas não desenvolve nem um e nem o outro. Tudo fica muito jogado, sem direção. A nota vai exatamente pela "nostalgia" que desperta em mim, porque gosto da figura do Michael Myers e ele representa muito para o terror e a cultura geek de forma geral.
Tem uma boa história, mas o roteiro peca na execução. Os personagens não são interessantes e nem o protagonista consegue segurar o filme (parece que a motivação dele é unicamente individual, tipo "beleza, te salvei, então salvei minha alma é isso vlw flw", o que torna tudo muito raso). Achei o James Purefoy bem sem carisma, alguns momentos parecia sem vontade. As imagens são bonitas, é bem ambientado. Mas os efeitos visuais (especialmente no final) são bem ruins (e sim, aqui eu considero o tempo em que foi feito, pois mesmo em 2009/2010 já tinhamos filmes com efeitos melhores). Já pensei que fosse mesmo ruim, mas achei que seria tolerável. Nem isso.
Em alguns pontos é melhor que o primeiro. Não é tão assustador, mas cria uma boa atmosfera de tensão nas perseguições. Os diálogos são ok, e nesse quesito achei melhor que o antecessor. Divertido.
Injustice é um grande "E Se?". Não é para ser levado a sério, o roteiro (nem das HQs e especialmente desse filme) é pura pancadaria entre super-heróis. Pra quem quiser "desligar" a mente um pouco desse universo caótico, pode encontrar nas páginas da HQ (não sei como é o jogo, pouco o joguei na verdade) uma diversão sem compromisso. E isso, as vezes, é bom. É o que essa franquia é, não tem como negar isso.
Há uma clara descaracterização de todos os personagens, e a história coloca o Superman como um verdadeiro ditador. E levanta o questionamento do que aconteceria se o ser mais poderoso do planeta resolvesse impor suas vontades e sua própria lei. O resultado é interessante. O filme sofreu muitos cortes com relação aos quadrinhos, muitos personagens e situações foram retiradas. Acho que ficou claro que não vai ganhar uma continuação, muito embora nas HQs muita coisa aconteça e aqui não apareceu nem 5% disso. Mas ok. Bom entretenimento. Rinha de super-heróis é sempre bem vinda.
A ideia de "O que aconteceria se..." presente na Marvel e na DC é muito boa. Na maioria das vezes, rende boas histórias. A HQ que deu base para a animação é muito boa, mas faz tempo que li e não lembro de todos os detalhes. Mas a imagem que passam do Superman é alguém que não entende realmente o significado de "liberdade" (não que os EUA também entenda, veja bem), que ficou preso a suas próprias convenções. Ele corrompe o significado de uma sociedade comunista. No final, é bem interessante ver um personagem que, nos quadrinhos, sempre carregou a bandeira dos Estados Unidos, agora visto em uma outra abordadem. O Batman é somente uma nota de rodapé na trama, o que torna sua vingança sem peso. A Mulher-Maravilha tem um bom destaque, e se mostra a mediodora necessária num mundo de conflitos.
Pelo lado histórico, ele consegue sintetizar bem as ideias de um mundo durante o período da guerra fria, não escapando das críticas a ambas as potências. Porém, senti que suavizaram os Estados Unidos, que sai como o grande paladino da justiça e da democracia, quando sabemos bem que sua História foi construída com base na escravidão e exploração e que a liberdade tão defendida serve somente para poucos.
É um filme muito interessante. Em pouco tempo ele consegue apresentar um contexto. Pensei mesmo que fosse mais tenso, mas ainda consegue ser bem assustador. E a personagem não tem nenhum carisma, o que torna difícil até se importar com as coisas que acontecem com ela.
Filme bom que não é bem avaliado no Filmow? Normal. Mais um dia como qualquer outro.
A atmosfera da obra é sombria do começo ao fim, o roteiro muda drasticamente em questão de 20 minutos. O fato do filme se passar inteiramente em um cenário aumenta ainda mais o meu conceito por ele, pois exige do roteiro meios para manter o espectador ativo na trama. E nesse aspecto, não decepciona. Até concordo com outros comentários de que faltou naturalidade nos diálogos. De fato, também achei algumas partes bem mecanizadas. Mas isso não tira o mérito do filme em provocar o estado de choque. Há cenas muito pesadas, uma trilha sonora bem interessante e atores muito bons que conseguem passar bem a intensidade e o quão obscuro é o enredo.
Tudo acontece sem motivos. O protagonista é claramente frustrado, embora não tenhamos conhecimento sobre ele. E não precisamos. Da forma como interpretei, o filme explorou o estado mais animalesco do homem, dele ser sua própria presa, seu único inimigo. A desumanização do personagem vai ocorrendo aos poucos, e a cada ato de barbárie ele liberta um novo estado do seu verdadeiro "eu". "O Animal Cordial" tem uma forma interessante de mostrar o quão violento é o ser dito "racional".
Fiquei simplesmente hipnotizado por essa obra. A sequência final, com aquela trilha sonora lindíssima, é arrebatadora. O enredo guarda as complexidades de se lidar com o luto, a tristeza e os momentos de desespero interno. Visualmente, é magnifico. Toda a montagem e os diálogos pegam o lado mais humano e frágil dos personagens, isso tendo sons maravilhosos ao fundo.
Juliette Binoche traz uma personagem que escolhe desistir de seu passado, mas logo percebe que o "desapego" não é tão fácil assim. São acontecimentos que nos fazem perceber que, mesmo diante de nossas dores mais cruéis, também pode haver beleza, desde que possamos nos permitir para tanto. Não é fácil. Nunca é.
O filme é de um ritmo completamente diferente do qual estamos acostumados hoje. Ele não se aproveita de cenas baratas para fazer tempo de tela. É mais contemplativo, e ao mesmo tempo que nos passa inquietações, também nos acalma.
O filme que é contado nos detalhes, que inteliga e fecha muito bem suas histórias. Alguns plots são surpreendentes, enquanto outros são mais previsíveis. Mas aqui eu destaco a frieza das cenas e dos diálogos, que é algo simplesmente visceral, explorando a violência e a vingança em um nível muito interessante - sem a troca de tiros desnecessária de um lado para o outro. É uma ação diferenciada, com claro teor dramático. Me surpreendeu positivamente.
King Richard: Criando Campeãs
3.8 409Uma cinebiografia sensacional de duas das maiores atletas da História dos esportes. Só não vai nota máxima pela parte como representaram o próprio Richard: de acordo com alguns relatos (inclusive de outros filhos dele), embora estivesse comprometido com Venus e Serena, ele ainda era bastante ausente e chegou a abandonar uma família (de acordo com sua filha Sabrina Williams, que criticou bastante o filme por contar "metade da História"). Então é bom problematizar essas representações das personalidades, afinal não são perfeitas e muitas vezes uma cinebiografia acaba exagerando na dose.
Mas para além disso, devo falar da incrivel performance de Will Smith. Ele é um ator versátil, que consegue ir da comédia ao drama uma facilidade monstruosa que, atualmente, poucos conseguem. Ele se doa ao papel, sendo bastante emocionante em muitas partes, em especial quando relembra o passado. O elenco mirim também é fantástico e carismático.
E muito bom saber que o filme não é acrítico sobre o contexto em que se passa a História, uma época de intensa repressão policial a população negra (não que esteja diferente hoje em dia), de racismo e violência. A obra é sútil ao tratar dessas temáticas, porém as faz de maneira muito feliz e nos momentos certos. Richard sabia que aquele esporte era, principalmente naquele período, predominantemente branco e elitista. Ter duas garotinhas negras de um bairro pobre disputando esse espaço significaria um desafio enorme, mas ainda por cima significaria que elas estariam representando milhares de outras garotas negras, que poderiam carregar seus sonhos e mostrar que eles não nada impossíveis.
Mesmo com os questionamentos sobre as ações do próprio Richard na realidade, o filme acertou ao mostrar uma família unida, com sonhos e objetivos bem definidos, persistentes, esforçados. Sem essa capacidade de sonhar e se arriscar, não temos mais nada. E para mim, essa é uma excelente mensagem.
As Golpistas
3.5 538 Assista AgoraTem tantas questões que esse filme expõe: a cultura da hipersexualização feminina, a sororidade e os laços que se criam entre mulheres perante dificuldades, como colocaram muito bem os medos diários das mulheres nas falas dos personagens masculinos (no final, uma das "vítimas" diz "eu só estou falando para que mais ninguém passe por isso" e logo um policial fala "parei de frequentar boates"... e quantas mulheres não falam o mesmo todos os dias após terem sofrido algum abuso? Quantas mulheres deixam de frequentar um local porque não se sentem seguras?). Tem muita coisa boa pra ser discutida e refletida aqui. E sim: a Jennifer Lopez merecia ter sido ao menos indicada. Ela rouba completamente a cena. Incrível!
Casamento Sangrento
3.5 947 Assista AgoraO final desse filme é TUDO! hahahahaha.
A comédia dele é muito boa, principalmente quando vai expor o quão ridículos e insanos são pessoas ricas. Grace lendária conte comigo pra tudo!
Revelação
3.4 333 Assista AgoraQue filme incrível. Acho que o fator sobrenatural ficou meio jogado, e o roteiro poderia muito bem ter excluído isso e ainda assim ficaria muito bom. Harrison Ford em um papel com o qual não estou acostumado a vê-lo também foi interessante. E o final foi bem bonito.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraÉ um filme bem divertido. Reúne um elenco absurdamente talentoso, e o roteiro mantém o espaço bem organizado para deixar claro ao público quem são os personagens protagonistas. Fico com receio que filmes repletos de estrelas não consiga passar sua mensagem, ou mesmo que foquem muito nos atores e deixem o enredo de lado. Mas aqui isso felizmente não aconteceu. Acho que tudo ficou bem explicado, e as críticas foram bastante felizes.
Uma boa crítica ao uso da mídia como um espaço para ridicularizar o outro e tornar assuntos sérios como uma "brincadeira", ou mesmo coloca-los como último plano. Há também a forma como as redes sociais são abordadas, defendendo ou atacando os cientistas. Isso definitivamente não está distante de nossa realidade recente, em que sites foram usados para atacar a ciência de todas as formas mais mentirosas e sombrias. A imagem de uma presidente "fútil", que se preocupa somente com a própria imagem e com o ganho econômico e a manutenção de seu poder, também é muito bem feita (qualquer semelhança com o Brasil atual...).
Tem várias cenas de pura vergonha alheia, mas isso só deixa tudo mais engraçado. Não é uma comédia que vai te garantir duas horas de risadas ininterruptas, até porquê não é esse o ponto aqui - também há um leve toque de drama. O filme trabalha através dos detalhes, embora algumas cenas sejam mais inteligentes e outras acabem sendo mais "bobas", mas talvez aí seja a obra abraçando o seu lado mais absurdo.
(Escutem a pequena grande Ariana: "DÊ OUVIDOS AOS CIENTISTAS QUALIFICADOS")
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City
2.2 581Sempre tento ver qualquer filme desse tipo com a maior boa vontade do mundo, e até que a atmosfera do começo é legal, mas não se sustenta. Situações risíveis, atuações péssimas que são quase caricatas, as cenas que deveria ser assustadoras são só muito mal feitas (nem um jumpscare barato tem aqui). Tentei mesmo, mas isso aqui não se salva em nada.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraÉPICO! OBRIGADO, MARVEL. (sem spoilers)
Absolutamente TUDO o que eu queria, enquanto um fã do cabeça de teia, foi entregue nesse filme. Era a obra que eu precisava. E não estou exagerando. "no Way Home" é, felizmente, tudo isso de bom e ainda muito mais.
Me emocionei, chorei, ri, fiquei tenso... E isso em pouco mais de 2h de um filme que, por mais caótico que pareça, é bem organizado. Aqui vemos um novo, grande e importante passo para o crescimento do Peter Parker do MCU. Um nível de maturidade que, finalmente, entende que "com grandes poderes vem grandes responsabilidades".
Sai da sessão eufórico. Sai feliz com tudo o que vi. Para alguém que cresceu assistindo Homem-Aranha (seja nos filmes ou mesmo nas animações) e lê os quadrinhos, isso aqui meus amigos... É um verdadeiro presente.
"Mas você está exagerando. O filme não tem isso, aquilo e etc, falta profundidade aqui, peca ali"... EU REALMENTE NÃO LIGO. A última experiência cinematográfica fantástica que tive foi com "Vingadores: Ultimato"... E agora com "No Way Home". O que senti foi surreal. Sinceramente, é o que me basta.
É um filme que amarra pontas, que consegue conversar com o público mais saudosista e também com a galera "mais nova". É algo mais maduro, ao mesmo tempo que nos faz sorrir porque afinal... É isso que o Homem-Aranha é. Esse personagem que, mesmo sofrendo e carregando culpas, não desiste de salvar quem precisa. Mesmo que o universo conspire contra, ele contorna a situação... Não importa o nível do sacrifício se é para proteger quem ele ama. É isso que vemos nas HQs. É isso que esse filme passa.
Que felicidade imensa foi poder ter visto tudo isso.
Ataque dos Cães
3.7 933O filme trabalha muito bem o tema da masculinidade tóxica, ambientado em um contexto em que predomina a imagem do "macho", do homem rústico e agressivo. Isso nos leva a pensar sobre quantos homens não tiveram que se esconder atrás dessa figura.
Infelizmente isso ainda é uma realidade atual, mesmo que claramente diferente. Hoje, temos toda uma comunidade LGBTQIA+ e movimentos históricos, mas é uma pena que muitos ainda vivem com medo de se assumir porque ainda há uma parcela intolerante da sociedade pronta para agredir qualquer coisa que fuja de seus padrões morais. Então, para mim, é um filme que conversa muito com a nossa realidade ao expor a gordofobia, o machismo e a homofobia.
O ritmo não me deixou entediado. Filmes mais lentos e intimistas podem dizer muito, se bem conduzidos. E para mim, todo o roteiro foi muito bem organizado e apresentado. E isso nos levou a um final bem feito. Fiquei surpreso! E mesmo depois de tudo... não tem como não ter alguma pena do Phil. Benedict Cumberbatch e Kirsten Dunst deram um show de atuação, e não vamos esquecer do Kodi Smit-McPhee que teve momentos bastante sombrios.
Íntimo & Pessoal
3.4 95 Assista AgoraEu só queria
Um final feliz. Que ódio.
Em Silêncio
4.3 244É um filme que causa revolta. Meu coração ficou apertado, minha cabeça pesada... fazia tempo que não sentia algo assim vendo um filme, esse sentimento de pura raiva e desconcerto. O mais triste é saber que esses acontecimentos também ocorrem no mundo real, cometidos por pessoas que você nem imagina e em lugares que menos espera. A escola sempre deve ser um lugar que preserve pela segurança e autonomia do indivíduo, e aqui nós vemos o oposto: "sujeitos" usando seus locais de poder para violentar crianças. Asqueroso em todos os níveis imagináveis.
Tem algumas cenas bastante explicitas, e eu confesso que não tive coragem de vê-las. Também fiquei imaginando como foi para o elenco gravar algo do tipo, pois não deve ser fácil, especialmente para uma criança.
O filme tem momentos emocionantes, e aborda muito bem a forma como aqueles que detém poder financeiro podem smplesmente se salvar de problemas maiores. Do diretor da escola, passando pelo detetive até o advogado, o promotor e o juiz... todos estão sujos de alguma forma, localizados em uma pequena comunidade que usa a religião como escudo e diz que "esse bom homem, que fez muito por esse povo, é incapaz de cometer isso!". Os fanáticos religiosos estão presentes, defendendo sociopatas que destruíram a infância de muitas crianças. Não... definitivamente esse filme não está longe da nossa realidade.
Crianças que não podiam ouvir, que não podiam falar. Crianças que não tinham pais presentes, que não podiam se defender sozinhas. Violentamente silenciadas por aqueles que deveriam protege-las. É simplesmente revoltante.
O caso real ocorreu na Escola Gwangju Inhwa, que foi fechada em 2011. Em 2009, uma autora chamada Gong Ji-young escreveu o livro "The Crucible", em que relata os abusos que existiam na escola, os processos legais, subornos e etc. E em 2011 foi lançado o filme. Essas obras foram importantes para que a população pudesse entender todo o caso e assim passaram a ocorrer movimentos pedindo por justiça. Pelo que li, casos foram reabertos e professores confessaram.
É um filme forte, vai te deixar com raiva e sem ar, mas ele é necessário para expor essa "cultura do abuso". Precisamos ficar mais alertas, e assim levar a luz casos que infelizmente ainda estão nas sombras.
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
3.8 895 Assista AgoraOlhando para os filmes de origem do UCM hoje, poucos foram os que realmente funcionaram e se destacaram no meio, e especialmente quando apresentam personagens desconhecidos do grande público. Nesse sentido, lembro bastante do que foi "Guardiões da Galáxia", que é provavelmente o melhor exemplo de personagens que quase ninguém conhecia e rapidamente, graças a um ótimo primeiro filme (e, claro, toda a campanha de marketing) se tornaram populares em todos os setores, facilmente ficando na mesma prateleira de equipes já consagradas da casa das ideias. Shang-Chi, felizmente, também tem esse efeito e nos apresenta um ótimo primeiro filme, cheio de ideias incríveis e alçando um personagem para os níveis mais altos do UCM.
A história nos apresenta um personagem tentando fugir do seu passado, mas há coisas das quais é impossível realmente escapar. A dinâmica da relação de Shang-Chi com seu pai não é algo novo, mas foi bem executada. A irmã do protagonista fica relegada as sombras, e se impõe a um próprio sistema de treinamento. É muito interessante ver a visão dela ao longo da obra, e como ela se sentiu negligenciada pelo pai
(a última cena pós-credito é especialmente bonita por representar uma vontade dela, para que nenhuma garota se sinta como ela se sentiu. Achei bastante representativo e importante)
Como vemos, nada novo. Mas como falo: não precisamos o tempo inteiro de algo difícil ou revolucionário para fazer um filme que desperte a atenção do espectador. O roteiro processa a história tão bem, que é impossível não pensar "que filme gostoso de assistir! Mal posso esperar para reve-lo". É realmente uma ótima sensação. Os cenários são belíssimos, a trilha sonora é um show a parte e casa muito bem com as cenas de lutas, que são simplesmente incriveis. Em termos de coreografias das lutas e usos dos efeitos visuais, esse é provavelmente um dos filmes mais bonitos da Marvel. Ele consegue ser muito simples em sua essência, ainda sendo muito divertido, mas com momentos também sérios, cheio de aventuras que nos levam a um mundo de fantasias e que nos lembra o quão rica é a cultura oriental.
Shang-Chi é um acerto em cheio da Marvel Studios. Tem um elenco muito bonito, visuais com cores lindas que saltam da tela, personagens cativantes e algumas das melhores cenas de lutas do MCU (sem exagero). Quero muito ver como a Marvel vai aproveitar o personagem em suas outras produções e como vai expandir o seu próprio universo, afinal não sabemos muito sobre os deis anéis. Nova fase da Marvel está muito rica de conteúdo.
Eternos
3.4 1,1K Assista AgoraEternos é o que a Marvel precisava: um filme que se distanciasse de sua dita "formula". Sinceramente, não compreendo os motivos de notas baixas, pois se um filme da Marvel abusa dessa fórmula ele é ruim, e se não a utiliza ele também é ruim. Enfim. Em todo caso, essa obra, que expande o universo cinematográfico da Marvel, tem os tons certos de drama, aventura e comédia.
Todos os personagens são incrivelmente carismáticos, com suas personalidades bem diferentes e cada um tendo um bom tempo em tela. Temos, claro, os "protagonistas", mas aqui é como se todos importassem, cada um de sua forma. E tudo isso fica mais fácil quando se tem um elenco de peso, que por sinal tem uma excelente interação.
As piadas são feitas no momento certo. O humor tem um timing quase perfeito, e não é algo utilizado de forma barata ou gratuíta. É um tipo de humor usado de forma mais inteligente, nos momentos precisos. Afinal, o objetivo do filme não é ser uma palhaçada forçada. Os momentos dramáticos propõem uma reflexão sobre a ação dos seres humanos sobre a destruição do seu ambiente. Eternos coloca muito bem esse plano em que eles não podem intervir nos assuntos dos homens, e sim deixa-los se desenvolverem por sua própria conta, através de seus erros e acertos. Quando eles identificam a ameaça e recorrem até o Phastos, o que o marido dele fala sobre ver o filho deles crescerem é emocionantes. Aliás, através desses pequenos "pedaços" de diálogos (e acontecimentos maiores envolvendo personagens que aprendemos a gostar), o filme mostra toda sua sensibilidade, muito suave, bonita. É incrível como seres que são quase deuses tem sentimentos, desejos e paixões tão humanas.
Com relação a direção da Chloé Zhao, para mim foi perfeita. Tudo que foi apresentado foi muito bonito, desde os cenários até as cenas de luta que foram bastante empolgantes. É um filme que foi direto ao ponto, mas a parte técnica não foi nada genérica, mas dá para ver que teve um grande cuidado. Para mim, foi diferente, passou uma sensação boa, de estar assistindo algo que foi bem "ajustado", em termos de imagens, iluminação, efeitos visuais e som. Aliás, a trilha sonora foi uma das coisas mais divertidas.
Quero muito reassistir, agora para pegar mais detalhes pois ainda tem muita coisa sem resposta (especialmente após aquele final) e para entender todos os mecanismos dos Celestiais, pois o que o Jack Kirby criou foi um universo riquissimo e que hoje pode dar uma cara ainda mais interessante e mais séria ao MCU. Eternos pode ser lido apenas como mais um blockbuster, e tudo bem por isso. Mas para mim, foi um filme que constrói uma ponte para entender o que o ser humano faz consigo mesmo. Mesmo com guerras, mortes, ódio... ainda há amor, gentileza, empatia. É um filme que nos faz pensar sobre todos esses pesos.
Nixon
3.4 38 Assista AgoraO filme claramente tenta passar, ao menos em uma parte, a imagem de um Nixon empático, o que me incomodou especialmente no final. Mesmo mostrando os crimes de sua gestão, a obra ainda tenta "suavizar" a personalidade do ex-presidente, o que não seria um problema se nos momentos de fazer isso não o coloassem como um "quase herói" da nação. Em alguns aspectos, o roteiro foi o velho "8 ou 80", não parecendo encontrar um equilíbrio na forma de representa-lo, mas certamente provocando muitos sentimentos conflitantes em quem assiste. As cenas de seu triste passado com sua família são uma forma de "humanizar" alguém que cometeu crimes e traiu a própria constituição que jurou defender. Ainda assim, é interesssante ver como esse filme mostra um Nixon ensandecido por poder, pelo controle e pela palavra final. Do ponto de vista político, o roteiro se sai muito bem em explanar as relações de poder entre diferentes indivíduos, e os diálogos são realmente muito bons e bem feitos.
Gostei muito da forma como trataram a trajetória política de Nixon, e alternando com cenas reais da época. É uma cinebiografia que entende sua proposta e, em meio a 3 horas de duração, entrega tudo muito bem, desde a infância de Nixon até o seu cargo público, o assassinato de JFK, os movimentos sociais nascentes na época, as marchas contra a Guerra do Vietnã e o caso Watergate. E tudo isso tocando de forma sutil no contexto maior de uma Guerra Fria. Acho que o filme conseguiu tocar em muitos acontecimentos marcantes da segunda metade do século XX e ainda de uma forma que conseguisse conecta-los e trabalhar todos muito bem.
Por fim, Anthony Hopkins brilhou intensamente. O seu Nixon me despertou um misto de emoções. Ele se entregou verdadeiramente ao papel. Maravilhoso. A gente sabe que ele é capaz de segurar qualquer filme, e aqui ele consegue facilmente prender a sua atenção mesmo nas cenas mais arrastadas.
Incêndios
4.5 1,9KEstou completamente sem palavras para o que eu acabei de ver. Esse filme me deixou atônito, e fazia tempo que não tinha essa sensação. O "plot twist" é... meu deus! Mesmo com algumas dicas aqui e ali, mesmo teorizando sobre, quando chegamos na revelação final a surpresa é ainda maior.
Parece um grande fardo para dois irmãos carregarem, mas eles não faziam ideia do que a mãe já havia passado. Nessa jornada, em um cenário de guerra, os personagens precisam se confrontar se quiserem realmente desenterrar o passado, o que nunca é uma tarefa fácil. As vezes, de fato, é melhor não saber. Mas ao encontrar, como lidar com as descobertas?
O roteiro desse filme é brilhante na forma como trata as memórias, traumas e segredos que unem esses personagens. E todo o aspecto técnico é lindo. Direção maravilhosa, cenários fantásticos. QUE FILME INCRÍVEL!!! Qualquer texto e qualquer comentário parece pouco diante do que vi.
Olhos Famintos 3
1.4 956 Assista AgoraAssim, fico aqui pensando: será que os produtores, roteiristas e etc olharam e disseram: "Vai dá certo sim, confia"... Sei não. O filme é tão tosco que eu custo a acreditar que a própria equipe de produção tenha levado ele a sério.
Halloween Kills: O Terror Continua
3.0 683 Assista AgoraO filme cumpre o papel de exibir um roteiro cheio de violência, mortes e sangue. Tem muito, mesmo. Mas peca em vários outros aspectos: personagens mal aproveitados (Jamie Lee Curtis foi coadjuvante aqui), outros desnecessários; falas prontas ("O mal morre esta noite"... simplesmente horrível), um recurso barato usado exaustivamente, porém os últimos diálogos da Laurie com o Frank foram muito bons; não desenvolve traumas dos personagens do passado, apenas os apresenta para que possamos relembrar deles. E só.
Há uma questão sobre fanatismo, histeria coletiva e justiça com as próprias mãos que o filme levanta, e fica muito visível na cena de perseguição dentro do hospital, que foi um verdadeiro "surto". O medo aliado com a busca por justiça cegaram aquelas pessoas. Qualquer desconhecido ali seria o Michael. Contanto que alimentasse o próprio ódio do povo, estava tudo bem. Essa é a cegueira. E o roteiro em alguns pontos aborda isso bem, e em outros é quase caricato. Aliás, tem algumas mortes que você pensa "meu deus, que idiotice! Não acredito que fizeram isso aqui" de tão nonsense que ficou.
Até gosto do resultado. As últimas cenas acabaram valendo o filme. Ele tenta te pegar pela nostalgia, misturando uma "nova geração"... mas não desenvolve nem um e nem o outro. Tudo fica muito jogado, sem direção. A nota vai exatamente pela "nostalgia" que desperta em mim, porque gosto da figura do Michael Myers e ele representa muito para o terror e a cultura geek de forma geral.
Solomon Kane: O Caçador de Demônios
2.9 635 Assista AgoraTem uma boa história, mas o roteiro peca na execução. Os personagens não são interessantes e nem o protagonista consegue segurar o filme (parece que a motivação dele é unicamente individual, tipo "beleza, te salvei, então salvei minha alma é isso vlw flw", o que torna tudo muito raso). Achei o James Purefoy bem sem carisma, alguns momentos parecia sem vontade. As imagens são bonitas, é bem ambientado. Mas os efeitos visuais (especialmente no final) são bem ruins (e sim, aqui eu considero o tempo em que foi feito, pois mesmo em 2009/2010 já tinhamos filmes com efeitos melhores). Já pensei que fosse mesmo ruim, mas achei que seria tolerável. Nem isso.
Olhos Famintos 2
2.9 616Em alguns pontos é melhor que o primeiro. Não é tão assustador, mas cria uma boa atmosfera de tensão nas perseguições. Os diálogos são ok, e nesse quesito achei melhor que o antecessor. Divertido.
Injustiça: Deuses Entre Nós
3.0 134Injustice é um grande "E Se?". Não é para ser levado a sério, o roteiro (nem das HQs e especialmente desse filme) é pura pancadaria entre super-heróis. Pra quem quiser "desligar" a mente um pouco desse universo caótico, pode encontrar nas páginas da HQ (não sei como é o jogo, pouco o joguei na verdade) uma diversão sem compromisso. E isso, as vezes, é bom. É o que essa franquia é, não tem como negar isso.
Há uma clara descaracterização de todos os personagens, e a história coloca o Superman como um verdadeiro ditador. E levanta o questionamento do que aconteceria se o ser mais poderoso do planeta resolvesse impor suas vontades e sua própria lei. O resultado é interessante. O filme sofreu muitos cortes com relação aos quadrinhos, muitos personagens e situações foram retiradas. Acho que ficou claro que não vai ganhar uma continuação, muito embora nas HQs muita coisa aconteça e aqui não apareceu nem 5% disso. Mas ok. Bom entretenimento. Rinha de super-heróis é sempre bem vinda.
Superman: Entre a Foice e o Martelo
3.3 162 Assista AgoraA ideia de "O que aconteceria se..." presente na Marvel e na DC é muito boa. Na maioria das vezes, rende boas histórias. A HQ que deu base para a animação é muito boa, mas faz tempo que li e não lembro de todos os detalhes. Mas a imagem que passam do Superman é alguém que não entende realmente o significado de "liberdade" (não que os EUA também entenda, veja bem), que ficou preso a suas próprias convenções. Ele corrompe o significado de uma sociedade comunista. No final, é bem interessante ver um personagem que, nos quadrinhos, sempre carregou a bandeira dos Estados Unidos, agora visto em uma outra abordadem. O Batman é somente uma nota de rodapé na trama, o que torna sua vingança sem peso. A Mulher-Maravilha tem um bom destaque, e se mostra a mediodora necessária num mundo de conflitos.
Pelo lado histórico, ele consegue sintetizar bem as ideias de um mundo durante o período da guerra fria, não escapando das críticas a ambas as potências. Porém, senti que suavizaram os Estados Unidos, que sai como o grande paladino da justiça e da democracia, quando sabemos bem que sua História foi construída com base na escravidão e exploração e que a liberdade tão defendida serve somente para poucos.
Last Shift
3.0 205É um filme muito interessante. Em pouco tempo ele consegue apresentar um contexto. Pensei mesmo que fosse mais tenso, mas ainda consegue ser bem assustador. E a personagem não tem nenhum carisma, o que torna difícil até se importar com as coisas que acontecem com ela.
O Animal Cordial
3.4 618 Assista AgoraFilme bom que não é bem avaliado no Filmow? Normal. Mais um dia como qualquer outro.
A atmosfera da obra é sombria do começo ao fim, o roteiro muda drasticamente em questão de 20 minutos. O fato do filme se passar inteiramente em um cenário aumenta ainda mais o meu conceito por ele, pois exige do roteiro meios para manter o espectador ativo na trama. E nesse aspecto, não decepciona. Até concordo com outros comentários de que faltou naturalidade nos diálogos. De fato, também achei algumas partes bem mecanizadas. Mas isso não tira o mérito do filme em provocar o estado de choque. Há cenas muito pesadas, uma trilha sonora bem interessante e atores muito bons que conseguem passar bem a intensidade e o quão obscuro é o enredo.
Tudo acontece sem motivos. O protagonista é claramente frustrado, embora não tenhamos conhecimento sobre ele. E não precisamos. Da forma como interpretei, o filme explorou o estado mais animalesco do homem, dele ser sua própria presa, seu único inimigo. A desumanização do personagem vai ocorrendo aos poucos, e a cada ato de barbárie ele liberta um novo estado do seu verdadeiro "eu". "O Animal Cordial" tem uma forma interessante de mostrar o quão violento é o ser dito "racional".
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraFiquei simplesmente hipnotizado por essa obra. A sequência final, com aquela trilha sonora lindíssima, é arrebatadora. O enredo guarda as complexidades de se lidar com o luto, a tristeza e os momentos de desespero interno. Visualmente, é magnifico. Toda a montagem e os diálogos pegam o lado mais humano e frágil dos personagens, isso tendo sons maravilhosos ao fundo.
Juliette Binoche traz uma personagem que escolhe desistir de seu passado, mas logo percebe que o "desapego" não é tão fácil assim. São acontecimentos que nos fazem perceber que, mesmo diante de nossas dores mais cruéis, também pode haver beleza, desde que possamos nos permitir para tanto. Não é fácil. Nunca é.
O filme é de um ritmo completamente diferente do qual estamos acostumados hoje. Ele não se aproveita de cenas baratas para fazer tempo de tela. É mais contemplativo, e ao mesmo tempo que nos passa inquietações, também nos acalma.
Xeque-Mate
3.9 510 Assista AgoraO filme que é contado nos detalhes, que inteliga e fecha muito bem suas histórias. Alguns plots são surpreendentes, enquanto outros são mais previsíveis. Mas aqui eu destaco a frieza das cenas e dos diálogos, que é algo simplesmente visceral, explorando a violência e a vingança em um nível muito interessante - sem a troca de tiros desnecessária de um lado para o outro. É uma ação diferenciada, com claro teor dramático. Me surpreendeu positivamente.