Dentro de suas possibilidades, The Invitation oferece ao público uma história com construção lenta, onde o roteiro progride aos poucos, quase em tempo real. Três quartos do filme são dedicados exclusivamente para aperfeiçoar a sensação de tensão carregada em um ambiente onde todos parecem suspeitos. Ainda assim, The Invitation é limitado e cria uma falsa expectativa de um grand finale.
O casal Will (Logan Marshall-Green) e Kira (Emayatzy Corinealdi) aceitam o convite de Eden (Tammy Blanchard) – ex-esposa de Will- para um reencontro com velhos amigos. Junto de seu namorado, David (Michiel Huisman), Eden apresenta uma nova personalidade, e cita desde o começo que a morte deve ser encarada como uma passagem natual. Além dos amigos em comum, o jantar reúne Sadie (Lindsay Burdge) e Pruitt (John Caroll Lynch), pessoas com personalidades muito peculiares.
Nos últimos quinze anos, uma enxurrada de filmes de terror foram concebidos a partir do padrão de ‘cenário único’. Tal possibilidade permite aos produtores diminuir bruscamente o valor total das filmagens. The Invitation, nesta questão, articula-se muito bem, pois o uso da mansão é justificado através da premissa do reencontro.
The Invitation tem uma boa história de fundo. Will é um personagem complexo, envolto em incertezas. A diretora Karyn Kusama aproveita-se dessa tensão interna para levantar suspeitas sobre o reencontro a partir de cenas que captam os problemas do próprio Will – desde sua trágica chegada ao jantar, até os problemas familiares da época em que era casado com Eden. O elenco é surpreendentemente bom, com posições firmes. Karyn abre a porta para um verdadeiro reencontro, onde cada um fica livre para falar o que bem entender. Até por isso, os antagonistas – criados na cabeça do espectador e na de Will – articulam-se de maneira relevante. Afinal, existe uma conspiração ou tudo não passa de imaginação?
Essa é a pergunta que molda The Invitation, e também é a pergunta que nos faz notar o quanto Kusama esteve determinada de desafiar seu público até o último minuto. No entanto, algumas coisas não funcionam: uma delas é a utilização de falsas situações de tensão – geralmente através da figura do mal encarado Pruitt. Outro pequeno problema está justamente na conclusão do filme. São tantos desafios lançados durante a exibição que aos poucos se torna improvável que o filme vá oferecer um desfecho previsível. Mas o fato é que as primeiras cenas – para quem tem experiência no gênero – já oferecem as linhas gerais para solucionar o caso.
Rasmussen engloba bem o ódio ao nazismo, que chegava ao seu auge máximo dias após a morte de Hitler e com as revelações dos campos de extermínio. Logo a primeira cena, ele ataca violentamente um soldado alemão que carregava uma bandeira dinamarquesa. Uma das cartas na manga de Under sandet é saber construir cada um de seus personagens com diferentes perfis e trejeitos. A partir do momento em que os primeiros meninos começam a morrer desarmando as minas, Rasmussen passa a questionar sua própria conduta e se abre para uma relação de amizade – já que ele passou a ser considerado pelos garotos como um pai, tendo em vista o fato dele ser a única autoridade masculina naquela área.
Com uma trilha sonora muito competente, o roteiro do drama é carregado de surpresas, com sequências de cenas que carregam a tensão. O mérito é todo do excelente diretor Martin Zandvliet, que sabe organizar suas cenas e aproveita muito bem da linda paisagem dinamarquesa para mostrar o quanto a bonita praia estava preparada para ser um local de morte e sofrimento. O reconhecimento com este trabalho veio com uma proposta milionária de Hollywood para que Zandvliet ocupe a cadeira de diretor em uma produção de ação ambientada no pós Segunda Guerra Mundial no Japão, com Jared Leto como estrela principal. Under sandet é mais uma prova da excelente evolução do cinema da Dinamarca, que aposta numa abertura mundial nos últimos dez anos (comprovadas com as cinco indicações ao Oscar, e uma vitória neste período).
Bem, o filme é parado, o título pode sugerir algo como filmes policiais cheio de ação, mas não se engane, a história interpretada por Emory Cohen vai te deixar angustiado pelo menos uns 30 minutos de filme ao tentar descobrir o porquê dele fazer tanta merda em sequência, apenas no último ato tem uma virada e acaba, bem isso se deve a Bradley Kaplan que até este filme só fez documentários, apesar de Roubando carros seja baseado em fatos reais Bradley e Mark poderiam ter aproveitado mais da história, o roteiro é muito pobre, é uma bela história com boas interpretações porém mau escrita.
Simplesmente sensacional! Mesmo sendo comparado a Spotlight, o filme aborda um lado muito mais crítico sobre o jornalismo, seja na precariedade das condições de trabalho, seja na falta de parcialidade - ou pela escolha do "aliado" errado. Com atuações competentes, e um roteiro preciso, sem enrolações, Conspiração e Poder mostra como a informação tem o poder de mover massas e mudar situações - como quase acabar com uma eleição - assim como a capacidade de criar mocinhos e vilões a seu bel-prazer.
James Vanderbilt além do roteiro faz sua estreia na direção e soube criar um clima de thriller com a narrativa muito interessante. Não existe enrolação para desenvolver os conflitos, tudo é harmonicamente apresentado no arco dramático, um recurso fundamental para envolver o espectador na rede de conspiração e acusações que vão brotando ao longo da projeção. Além disso, Vanderbilt soube explorar muito bem o talentoso elenco e tirar de cada um o seu melhor. Cate Blanchett (O Curioso Caso de Benjamin Button) e Robert Redford (Capitão América 2: O Soldado Invernal), que nem precisa comentários, brilham, a troca cênica dos dois é para derreter o coração cinéfilo de quem assisti.
Vale destacar a parte técnica do filme, trilha sonora precisa, designer de produção adequado e principalmente a montagem que soube encontrar o ritmo perfeito para dar a trama o impacto que merecia.
Mesmo não aprofundando, já que o filme não faz julgamentos, há uma menção ao fato do posicionamento feminista de Mary Papes, que em alguns momentos parecia incomodar alguns que estavam a seu redor, e isso incluía colegas de trabalho. Uma das leituras do filme dá a entender que o poder dessa mulher era mais prejudicial do que o que supostamente teria acontecido com a matéria. Seu posicionamento liberal incomodava os conservadores.
Conspiração e Poder é daqueles filmes para se deliciar com grandes atuações e principalmente para dar a quem assiste a possibilidade de pensar sobre como o poder e os interesses as vezes falam mais alto que uma suposta verdade.
Prepare para um bom filme de terror, com alguns sustos, e exatamente nada de novo, mas tudo muito bem executado, fazendo de A Visita um bom filme de terror, desses que faz você indicar algumas vezes.
Vamos lá, “A Visita” não repete a unanimidade gerada pelos primeiros filmes do diretor, e é até fácil entender o porquê. Shyamalan utiliza o já manjado recurso do “found footage” para contar a história. Apesar de ser classificado como terror, o filme apresenta um argumento simples e relativamente plausível, mas apresenta dois personagens cativantes, a garota (Olivia DeJonge) cheia de dramas e medos, com a responsabilidade de tentar “concertar” a família, e garoto engraçado (Ed Oxenbould), também cheio de dramas, mas que tenta lhe dar com tudo de uma maneira descontraída, e isso acaba criando uma grande empatia pelos personagens. Você se pega rindo com eles, dividindo os seus dramas, e então quando o terror acontece, por mais que não seja algo extremo, você também compartilha do seus medos.
Conforme o mistério se desenrola, as coisas ficam progressivamente mais tensas e, vale o aviso, talvez só sejam recomendáveis aos cinefotos que tomaram remédio para ansiedade. A reviravolta e explicação final são o bastante para deixar o espectador agoniado, e há até uma cena escatológica bem mais tensa do que estamos acostumados a ver na telona, mesmo considerando os filmes mais pesados do gênero.
Se o filme não chega a ir longe o bastante para ser considerado um clássico ou obrigatório, ao menos há criatividade e inspiração o bastante para nos permitir afirmar, sem medo, que M. Night Shyamalan ainda parece capaz de entregar grandes histórias em sua carreira cinematográfica.
Pronto para sentir na pele o que é sofrimento? A premissa do roteiro parece ser uma homenagem às mulheres que tiveram coragem de mudar suas vidas e com isso acabaram mudando o mundo. Inclusive o longa começa com a seguinte frase, em inglês: “inspirado em histórias reais de ousadas mulheres. Uma em particular”. A ideia de contar a história de Joy Mangano foi do próprio Russell e da atriz Annie Mumolo, mas o roteiro foi escrito apenas por ele.
Joy começa com a reprodução de uma cena da novela Dinastia. Como se Russell dissesse que contaria a trajetória da empresária norte-americana como uma novela. Fazer desta forma é interessante, se tivesse sido bem escrita. Alguns pontos deixam os espectadores se perguntando: por que a personagem não fez isto antes? Um exemplo disso é quando Joy relê os contratos que assinou e percebe no que tinha se enfiado. Não há problema algum misturar realidade com ficção desde que este trabalho seja construído de forma que, tanto uma quanto a outra, se encaixem perfeitamente, sem parecer que foram forçadas. Mas é exatamente isto o que acontece. O roteiro e a direção de Russell não conseguiram fazer com que as duas vertentes da história de Joy se conectassem perfeitamente. Como uma colcha de retalhos mal costurada, existem muitas aberturas desnecessárias, pedaços que ficaram ruins colocados lado a lado e o arremate deixa a desejar. Um exemplo de um dos artifícios que não foram muito bem utilizados é a narração realizada pela avó.
Outro aspecto técnico que deixa claro que o problema é o roteiro é a trilha sonora. Feita por dois compositores, West Dylan Thordson e o canadense David Campbell, a trilha até consegue agarrar o público em algumas partes fundamentais da história. Mas mesmo isto não é suficiente.
O elenco, como um todo, está bem. O filme não é pior por causa deles. Muitos têm trabalhado com David Russell em seus últimos longas, quase com um grupo teatral, com a presença de Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Elisabeth Röhm e Bradley Cooper. Eles realmente levam o filme nas costas, tal qual Joy leva a família. Mas ao contrário desta em relação à família, ao final, por mais que se esforcem, não conseguem carrega-lo tão bem. Jannifer Lawrence vencedora do Globo de Ouro e indicada ao Oscar pelo papel, mais uma vez, consegue se mostrar uma atriz versátil. Joy tem uma maior fragilidade ocasionada pela sua própria determinação.
O Nome do Sucesso poderia ter sido um ótimo filme sobre a história de ascensão de uma empresária norte-americana. Inclusive ela é uma das produtoras do filme. A produção poderia ter contribuindo, inclusive, para mostrar como, muitas vezes, as mulheres são boicotadas pelos mais próximos. Enfim, com tudo Joy vai te cativar.
Antes de qualquer coisa, no elenco tem Anthony Hopkins, Colin Farrell e é escrito por Peter Morgan. E nada mais nada menos do que o diretor brasileiro Afonso Poyart, o cara do filme 2 Coelhos.
Bom, vamos lá, o roteiro, assinado por Sean Bailey e Ted Griffin, é um pouco confuso. No primeiro ato, muitas informações são arremessadas freneticamente. O público pode se sentir um pouco perdido principalmente nas lacunas abertas sobre a personalidade de Clancy. A partir do segundo ato, as peças são mostradas com mais clareza, e, no terceiro ato é um show de suposições, parece que cada personagem tem algumas opções para o desfecho da trama, isso certamente deixa o público curioso com o que irá acontecer nas cenas seguintes. O mais importante é que, no final, John Clancy é preenchido completamente, e assim a história como um todo se sustenta até o fim, nas costas deste intrigante personagem executado com maestria por Hopkins.
Solace, no original, é um drama disfarçado de filme de suspense, tem seus momentos de ação alucinante com muito uso de metáforas de imagens para elucidar o quebra cabeça emocional consequente do modo de pensar de cada personagem. A câmera é inquieta, repleta de efeitos que chamam a atenção, marca registrada do diretor Poyart.
Corre lá na telona, você não vai se arrepender, é sensacional.
Sensacional como Michael Lewis, que lançou em 2010 o livro homônimo que originou o longa. O escritor tem a capacidade invejável de pegar um assunto complexo como a bolha de crédito no mercado imobiliário americano que provocou a crise de 2008 e transformá-lo num relato empolgante. Adam McKay, o diretor que conseguiu quebrar a complexidade do tema introduzindo sacadas engraçadas, ancorado no recurso de fazer os personagens às vezes falarem ao espectador, olhando para a câmera. Steve Carell, que interpreta o agente financeiro Mark Baum, um dos que apostam contra a estabilidade do mercado para tentar se dar bem na crise. O ator compõe um personagem histérico, "pilhado" e inesquecível.
O filme parece didático demais na forma como personagens expõem entre si (e celebridades expõem ao espectador, em constantes quebras da quarta parede que sublinham que A Grande Aposta de fato é uma comédia, para não deixar dúvidas) as premissas e os fatores da crise do subprime, é porque a repetição é essencial para entendermos como um absurso pode ser eventualmente aceito como norma. Por outro lado, ainda que McKay saiba muito bem o tipo de comédia que está realizando, A Grande Aposta é um filme meio limitado, porque o absurdo se encerra em si mesmo. Lamentamos a crise, porque ela sem dúvida é avassaladora e está fadada a se repetir, mas dificilmente levaremos conosco para além da sala de cinema esses personagens que tão bem exerceram sua função de se deixar transtornar por nós.
Ainda que não seja um filme para consumo do grande público, deveria como forma de denuncia e protesto, “A Grande aposta” deve ser lembrado não apenas pelos temas que aborda com eficácia e responsabilidade, mas também em aspectos cinematográficos, pois possui uma direção segura, um texto rico em temática e estilo, atuações marcantes e uma montagem virtuosa que deve concorrer e abocanhar alguns prêmios. Um título que merece a boa repercussão que tem causado na crítica e precisa ser conferido.
Ta afim de sessão da tarde, chegou cansado e meio sequelado? Blz, dá pra assistir. Totalmente previsível e clichê. Basicamente é focado em pré adolescente, mas chega ao extremo.
Bom, é usual que cinebiografias tenham uma visão bem particular de fatos reais. As vezes o simples ato de contar uma história se torna algo bem mais profundo do que a realidade quando transportado para o cinema. Uma história ganha elementos e contrastes que pareciam estar ocultos em relação a veracidade. Em “Straight Outta Compton” de F. Gary Gray esses elementos são parte essencial para se compreender a importância histórica e cultural do N.W.A.
O trabalho primoroso da direção de arte que simplesmente recriou, com perfeição a época em que o filme é passado: O final dos anos 80 e início dos 90. O roteiro, muito bem escrito por Jonathan Herman e Andrea Berloff, baseado na história co-escrita por Berloff, S. Leigh Savidge e Alan Wenkus. Eles conseguiram contextualizar as cenas com dinamismo. Por exemplo, o processo de composição das letras controversas de Ice Cube, ainda no início de carreira, é mostrado fazendo paralelos com suas experiências pessoais. Com isso, o filme não precisou ficar explicando o que era a base filosófica do N.W.A., ele faz com que o expectador testemunhe o contexto. Além, é claro, da história ser muito boa mesmo.
Embora num ritmo pouco inebriante, N.W.A. consegue construir-se com sutileza imprescindível e acaba sendo bem mais sobre resgatar um sentimento de injustiça/auto representação, que se intensificam a medida que vamos descobrindo personagens bastante distintos e humanizados (as sequências finais entre O’Shea Jackson e Jason Mitchell tem uma mensagem social bastante singela), do que a história de um grupo emblemático fadado ao dualismo do estrelato.
Um dos problemas é que são poucos números musicais, e quase todos são interrompidos , possivelmente para não deixar o longa arrastado ou com metragem além da medida, porém isso não é nada que uma versão estendida não resolva.
Gostei demais, pode ir assistir que o N.W.A. é divertido, empolgante, e dramático.
O oitavo filme de Tarantino parece uma peça de teatro. Eu senti que estava na plateia vendo e ouvindo o desenrolar de uma trama cheio de entrelinhas em praticamente um cenário, com muitos e ótimos atores em cena. Falando em atuações, Bruce Dern dá um show e toma as atenções durante boa parte do projeção. Samuel L. Jackson e seu debochado personagem, também está ótimo no papel do cruel Major Marquis Warren. Jennifer Jason Leigh, muito especulada para disputas de prêmios importantes na próxima temporada de premiações, interpreta com profundidade sua difícil personagem.
Em certos momentos, percebi que estava em uma trama ao melhor estilo Agatha Christie em que fiquei tentando adivinhar quais as verdadeiras intenções de cada intrigante personagens que vão surgindo conforme o filme avança em seu inteligente roteiro. Nesse instante, o oitavo longa, alcança a atenção do público e o roteiro brilha com diálogos instigantes. Os Oito Odiados, que teve um orçamento por volta de 60 milhões de dólares, tem o mérito de ser muito bem explicado, até um narrador aparece mais forte nos desenrolares dos fatos, e a não linearidade da trama ajuda no suspense.
O design de produção deste filme parece mais rico e dialogar mais com o Velho Oeste do que o de Django livre. Todos os detalhes da paisagem invernal à concepção rústica da hospedaria, inclusive alguns que não são comuns em sua trajetória. Outro exemplo: a trilha sonora de Ennio Morricone (cujas notas lembram aquelas de Os intocáveis) supera a escolha de canções dos últimos filmes de Tarantino que mais usavam esse elemento (Kill Bill – Vol 1 e Django livre). Ou seja, nesses filmes, em algum momento, o diretor parecia não mesclar música e imagens, senão simplesmente colocar a imagem como pano de fundo para a música que transcorria – a longa cavalgada de Django até a fazenda do vilão feito por DiCaprio é um exemplo clássico dessa tendência de Tarantino.
Vem, visto como uma peça quase política pelo tom de suas ideias, e muitas têm a ver diretamente com o sistema norte-americano, Os oito odiados é um dos grandes filmes da trajetória de Tarantino e uma referência para quem gosta de cinema ousado.
A trama, inspirada pelo Caso Fritzl, aquela notícia que assustou o mundo uns anos atrás quando descobriram que um pai na Áustria mantinha a filha em cativeiro no porão. Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade. Baseado na obra de Emma Donoghue, Contado pelo olhar de um garoto de cinco anos chamado Jack (Jacob Tremblay), Room é uma cativante e emocional história que comemora a resiliência e o pode do espírito humano.
O filme se inicia de forma incrível, com uma fotografia que deixa o quarto grande para mostrar que para o menino, aquele é o tamanho de seu mundo. E se o diretor decide se apegar aos detalhes do cotidiano dos dois, mesmo que narrativamente o início fique um pouco devagar, ele contrói o filme de forma tensa e faz com que realmente nos importemos por aqueles personagens. Porém tanto o diretor quando o roteirista acabam falhando na segunda metade do filme, onde este troca o tom e acelera o ritmo, fazendo o filme ficar bem mais impessoal. Não que o filme fique ruim, longe disso, possui cenas excelentes, e justamente por isso (e por possuir uma primeira hora tão tensa) que desaponta que o filme tropeça em alguns momentos.
Porém se o jovem diretor falha um pouco com o ritmo e tom da narrativa, com certeza não falha na direção de seus atores. Conseguindo arrancar uma das performances mais convincentes de uma criança dos últimos anos, o diretor consegue arrancar sutileza e complexidade para o jovem Jack do ator mirim Jacob Tremblay, em uma atuação que merece uma indicação ao Óscar. Já Brie Larson, que hoje é uma das mais fortes candidatas a levar o prêmio de melhor atriz. E se Joan Allen e William H. Macy brilham em suas pequenas participações, isto se deve mais ao talento dos atores do que o roteiro, que cria seus personagens de maneira mais fria do que precisava para criar drama.
Esta decisão do roteiro, assim como focar mais em Jack do que na Joy na segunda metade do filme que impede O Quarto de Jack de ser um grande filme. A personagem de Larson é a mais interessante do filme, e acaba sendo rebaixada a coadjuvante nos minutos finais. Contando também com uma trilha sonora muito óbvia mas com uma fotografia muito inteligente, o filme oferece as cenas mais bonitas do ano, que provocarão lágrimas na audiência, além de possuir uma última cena que fecha o filme de maneira madura e realista. É uma pena que o filme não acaba alcançando este nível de maneira geral.
Uma das lindas lições que o filme nos passa é a de que Monstros são grandes demais para existir, principalmente quando temos pessoas que nos amam perto da gente. Não deixem de assistir a esse filme. Belo trabalho.
Se você estiver procurando um filme que te passe uma mensagem, você não achou, Where hope grows tem varias, você não vai piscar, é cativante, é animado. Chris Dowling vai te colocar dentro da trama e você vai torcer por eles. A qualidade da técnica e do roteiro as vezes deixa passar algumas coisas meio batido e coloca um pouco de mesmice, mas sem dúvida você vai curtir.
O filme nem precisa chegar ao fim para você refletir: “Puta que me pariu! Que filme sensacional, véi!”. Além de um trabalho técnico impecável, especialmente fotografia, direção, atuação e trilha sonora, a produção acerta ao cutucar a ferida de todos aqueles que trabalham com comunicação e entretenimento em geral: a enorme necessidade de ser reconhecido, de ser amado, de ser adorado, de se sentir importante. Ou, se preferirem, Birdman é um filme sobre o ego daqueles que fazem a indústria do cinema funcionar. Alejandro González vai fazer você a gostar de cinema novamente. A qualidade da técnica num longo “plano-sequência”, uma trilha sonora inspirada e a certeza de estar assistindo a um dos filmes mais interessantes deste ano. Birdman poderia ser resumido facilmente pela sua exuberância técnica, fruto da qualidade inquestionável do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki. No entanto, a obra consegue ser mais do que uma aula de direção, fotografia e edição. Ao incluir no elenco atores que parecem interpretar a si mesmos sem ter muita preocupação com isso, Iñárritu arranca de Michael Keaton e Edward Norton, uma de suas melhores atuações na carreira.
Pegando Fogo é o típico filme 3 estrelas. O filme vai direto ao ponto, sem enrolações e através dos diálogos do Chef descobrimos o seu passado nebuloso. Entretanto, o enredo basicamente se concentra em abordar um chef com seu restaurante situado em Londres e seus esforços para receber a Estrela Michelin, prêmio concedido aos melhores profissionais do mundo da gastronomia. Porém evidente que Pegando Fogo só está interessado em reproduzir lendas urbanas sobre cozinheiros de temperamento difícil e explosivo, coisa tratada no filme de forma exagerada, assim como as decorações dos pratos, cheios de florzinhas comestíveis para demarcar visualmente a "sensibilidade" do chef. Então desde o início a montagem rápida emula o ritmo, com a guarda da cozinha e do salão do restaurante muito harmoniosos, e a câmera pega detalhes de talheres e pratos com o cuidado daquelas imagens de comida no Instagram, com o foco no centro e as bordas desfocadas. Bradley Cooper está irônico, sarcástico, voraz e completamente entregue ao personagem. Pegando Fogo é divertido, inspirador e mesmo com desfecho ralo e alguns pequenos erros de sequência consegue transmitir a sua mensagem ao público em meio à dura realidade das cozinhas profissionais em que a pressão é grande e os ensinamentos maiores ainda.
Roteiro é simples, cheio de clichês do gênero de suspense e estereótipos de jovens estudantes americanos vistos em Hollywood. A partir deste formato, porém, Amizade consegue se esquivar das resoluções fáceis e acha em sua estética inovadora uma maneira de mexer com o espectador. Ao invés de questionar quem está por trás da porta ou escondidos nas sombras, o filme nos faz questionar de onde veio aquele vírus, como aquele hack aconteceu. Tudo de maneira natural e sem explicações longas, afinal, tudo está na tela. Gabriadze conseguiu um feito com Amizade Desfeita que vai além do visual e do horror adolescente. Ele soa como um exercício estético e narrativo que aproveita o isolamento de uma geração para explorar medos dentro de uma ambiente online, onde o anonimato permite covardias nunca questionadas. E além de um alerta para o cyberbullying.
Que roteiro é esse? Sensacional, uma trama muito bem construída, nada previsível. Kevin Gruetert (Jogos Mortais 6) dirigiu sensacionalmente. Visions surpreendeu, um dos bons suspenses de 2015. Tem uma ótima fotografia e uma trama que necessita da atenção do espectador pra entender o desenrolar da história, ótimas atuações como a Eveleigh (Isla Fisher, que adora fazer comédias), e um enredo bem convincente, apesar de um ritmo um pouco lento, o mais incrível é que as coisas não demoram a acontecer, o suspense e o mistério se mantém em um bom nível. Vou para de escrever para não dar plot twist. rs
Muito realismo e ótimas atuações, Sicario cumpre muito bem sua função, especialmente por tratar do tema de forma realista. Como falado no início, grandes atuações e qualidade técnica são fatores capazes de justificar os elogios que essa produção tem recebido mundo afora e, com isso, colocá-la em destaque. Só que apesar do longa funcionar, ele tem elementos genéricos demais e, por isso, não pode ser considerado como o filme definitivo sobre o assunto. Há e colocar Emily Blunt como protagonista, que enxerga tudo de um ponto de vista único, sem nunca estar totalmente inserida na guerra, foi a grande sacada de Villeneuve, afinal seu profissionalismo e ética entram em conflito com o fato de ela querer fazer a diferença para ajudar o seu país. Tudo isso fica ainda melhor graças a impressionante atuação da atriz, capaz de arrepiar os espectadores nos momentos mais tensos. Vale muito correr e ver no cinema. ;)
Imagine uma polícia incorruptível, com funcionários sem rabo preso e com um delegado que não aceita receber qualquer tipo de propina. Pois é, ela existe em Operações Especiais, coloca a ética e a transparência em primeiro lugar. Além disso, ele traz comentários pertinentes e pontuais sobre a realidade corrupta. Operações Especiais junta dois assuntos já muito explorados no cinema, machismo e corrupção. A forma com que isso é conduzido no enredo não é a mais inovadora, mas a execução é boa. O longa pode não ser lá uma operação especial do cinema, mas tem seus atrativos. Uma das qualidades do filme é contar com uma personagem bem-construída, Cleo Pires está em seu melhor papel no cinema.
Primeiro ato do filme o diretor tenta criar uma empatia com Evan (Keanu Reeves aquele do Matrix) fracasso total. Da direção de arte nada sutil, passando pela montagem, até a trilha sonora, é, sendo gentil, tolo e dispensável. As tentativas de construção de um terror psicológico, elemento que poderia salvar o projeto, soam como exercícios de estudantes iniciantes na faculdade de cinema. Não há tensão alguma, o que seria essencial, no mínimo, para manter a atenção, já que o roteiro não constrói de forma competente as motivações de seus personagens. No último ato parece que o Eli Roth coloca o filme no piloto automático ai só baboseira, uma reviravolta boba que enxergamos cerca de trinta minutos antes, deixa um gosto amargo de precioso tempo perdido e dinheiro jogado fora. Bata Antes de Entrar‘ não serve nem pra fazer número em prateleira de videolocadora. Keanu precisa, urgentemente, trocar de agente. Knock Knock é uma produção voltada para a diversão de adolescentes, perdoe a franqueza, é subestimar tremendamente o critério de qualidade da faixa etária.
Interpretações dignas de toda a atenção por parte de Jake Gyllenhaal e Forest Withaker. Quando se é boxeador, acostuma-se a levar soco todo momento. Porém, a vida pode acabar dando um soco muito mais forte do que muitos adversários. Esse filme tem uma premissa básica de quase todo longa sobre boxeadores: o da superação. Este não é exceção à regra, mas é uma história diferente das já contadas até hoje e muito bem contada. Os filmes sobre boxeadores misturam muito bem ação e drama. Por isto, os atores que interpretam os boxeadores precisam ser muito bem afiados para que possam demonstrar força física, mas ao mesmo tempo uma carga dramática compatível com a história que estejam contando. Jake Gyllenhaal consegue aliar força física e carga dramática na interpretação de Billy. Percebe-se a preparação dele para fazer este personagem, inclusive em seu porte físico: Jake está com a aparência de um boxeador profissional. Não só ao porte físico o ator deu atenção. A voz, aos gestos e as maneiras de se expressar estão impressionantemente realistas e condizentes com a de boxeador. A atriz Rachel McAdams também está interpretando sua Maureen muito bem. Ela mostra a força e a confiança que este personagem tem. Antoine soube muito bem como filmar o roteiro original de Kurt Sutter. Fuqua soube extrair do material que tinha cenas memoráveis de lutas e explorou bem as de diálogo. Ele tem demonstrado ser um diretor que também sabe unir força física com força emocional. Aliás, este filme é o primeiro escrito por Kurt Suttler. Até agora, ele tinha sido roteirista de séries. O Mauro Flore a quem produziu fotografia e está impressionante, graças às tecnologias atuais jogam os espectadores entre os lutadores. Desta forma, percebe-se mais precisamente a animalidade de uma luta, como o suor e o sangue saltando na telona. À primeira vista, esta produção pode parecer mais uma de boxeador e de superação das dificuldades, entretanto, esta história escrita por Suttler, a interpretação de Jake Gyllenhaal, a direção de Antoine Fuqua e a fotografia de Mauro Flore, combinadas, elevam o filme a uma categoria superior.
O filme evita grandes explicações em relação ao desastre natural, procurando antes concentrar-se no presente, numa narrativa com uma história aparentemente simples mas bem aproveitada, onde os possíveis romances estão longe de serem arrebatadores, embora nunca pareça que Craig Zobel tenha a intenção de colocar o espectador diante de uma obra pontuada por grandes momentos de romantismo, sobretudo quando os personagens masculinos parecem mover-se em direção. Chris Pine, Margot Robbie e Chiwetel Ejiofor apresentam interpretações de bom nível, enquanto Craig Zobel aproveita com eficácia estes cenários que poderiam ser idílicos para contrastar o escopo grandioso dos mesmos com as dinâmicas entre um conjunto restrito de personagens, com o realizador a dinamizar a narrativa com uma enorme facilidade, despertando-nos dúvidas e aguçando-nos a curiosidade em relação aos três.
O Convite
3.3 1,1KDentro de suas possibilidades, The Invitation oferece ao público uma história com construção lenta, onde o roteiro progride aos poucos, quase em tempo real. Três quartos do filme são dedicados exclusivamente para aperfeiçoar a sensação de tensão carregada em um ambiente onde todos parecem suspeitos. Ainda assim, The Invitation é limitado e cria uma falsa expectativa de um grand finale.
O casal Will (Logan Marshall-Green) e Kira (Emayatzy Corinealdi) aceitam o convite de Eden (Tammy Blanchard) – ex-esposa de Will- para um reencontro com velhos amigos. Junto de seu namorado, David (Michiel Huisman), Eden apresenta uma nova personalidade, e cita desde o começo que a morte deve ser encarada como uma passagem natual. Além dos amigos em comum, o jantar reúne Sadie (Lindsay Burdge) e Pruitt (John Caroll Lynch), pessoas com personalidades muito peculiares.
Nos últimos quinze anos, uma enxurrada de filmes de terror foram concebidos a partir do padrão de ‘cenário único’. Tal possibilidade permite aos produtores diminuir bruscamente o valor total das filmagens. The Invitation, nesta questão, articula-se muito bem, pois o uso da mansão é justificado através da premissa do reencontro.
The Invitation tem uma boa história de fundo. Will é um personagem complexo, envolto em incertezas. A diretora Karyn Kusama aproveita-se dessa tensão interna para levantar suspeitas sobre o reencontro a partir de cenas que captam os problemas do próprio Will – desde sua trágica chegada ao jantar, até os problemas familiares da época em que era casado com Eden. O elenco é surpreendentemente bom, com posições firmes. Karyn abre a porta para um verdadeiro reencontro, onde cada um fica livre para falar o que bem entender. Até por isso, os antagonistas – criados na cabeça do espectador e na de Will – articulam-se de maneira relevante. Afinal, existe uma conspiração ou tudo não passa de imaginação?
Essa é a pergunta que molda The Invitation, e também é a pergunta que nos faz notar o quanto Kusama esteve determinada de desafiar seu público até o último minuto. No entanto, algumas coisas não funcionam: uma delas é a utilização de falsas situações de tensão – geralmente através da figura do mal encarado Pruitt. Outro pequeno problema está justamente na conclusão do filme. São tantos desafios lançados durante a exibição que aos poucos se torna improvável que o filme vá oferecer um desfecho previsível. Mas o fato é que as primeiras cenas – para quem tem experiência no gênero – já oferecem as linhas gerais para solucionar o caso.
Terra de Minas
4.2 260 Assista AgoraRasmussen engloba bem o ódio ao nazismo, que chegava ao seu auge máximo dias após a morte de Hitler e com as revelações dos campos de extermínio. Logo a primeira cena, ele ataca violentamente um soldado alemão que carregava uma bandeira dinamarquesa. Uma das cartas na manga de Under sandet é saber construir cada um de seus personagens com diferentes perfis e trejeitos. A partir do momento em que os primeiros meninos começam a morrer desarmando as minas, Rasmussen passa a questionar sua própria conduta e se abre para uma relação de amizade – já que ele passou a ser considerado pelos garotos como um pai, tendo em vista o fato dele ser a única autoridade masculina naquela área.
Com uma trilha sonora muito competente, o roteiro do drama é carregado de surpresas, com sequências de cenas que carregam a tensão. O mérito é todo do excelente diretor Martin Zandvliet, que sabe organizar suas cenas e aproveita muito bem da linda paisagem dinamarquesa para mostrar o quanto a bonita praia estava preparada para ser um local de morte e sofrimento. O reconhecimento com este trabalho veio com uma proposta milionária de Hollywood para que Zandvliet ocupe a cadeira de diretor em uma produção de ação ambientada no pós Segunda Guerra Mundial no Japão, com Jared Leto como estrela principal. Under sandet é mais uma prova da excelente evolução do cinema da Dinamarca, que aposta numa abertura mundial nos últimos dez anos (comprovadas com as cinco indicações ao Oscar, e uma vitória neste período).
Roubando Carros
2.7 17 Assista AgoraBem, o filme é parado, o título pode sugerir algo como filmes policiais cheio de ação, mas não se engane, a história interpretada por Emory Cohen vai te deixar angustiado pelo menos uns 30 minutos de filme ao tentar descobrir o porquê dele fazer tanta merda em sequência, apenas no último ato tem uma virada e acaba, bem isso se deve a Bradley Kaplan que até este filme só fez documentários, apesar de Roubando carros seja baseado em fatos reais Bradley e Mark poderiam ter aproveitado mais da história, o roteiro é muito pobre, é uma bela história com boas interpretações porém mau escrita.
A Sacada
2.4 112 Assista AgoraNa trama escrita por Ben Brewer and Adam Hirsch não poderia terminar tão ruim, Nicolas Cage e Elijah Wood sendo eles, nada de mais.
Conspiração e Poder
3.7 108 Assista AgoraSimplesmente sensacional! Mesmo sendo comparado a Spotlight, o filme aborda um lado muito mais crítico sobre o jornalismo, seja na precariedade das condições de trabalho, seja na falta de parcialidade - ou pela escolha do "aliado" errado. Com atuações competentes, e um roteiro preciso, sem enrolações, Conspiração e Poder mostra como a informação tem o poder de mover massas e mudar situações - como quase acabar com uma eleição - assim como a capacidade de criar mocinhos e vilões a seu bel-prazer.
James Vanderbilt além do roteiro faz sua estreia na direção e soube criar um clima de thriller com a narrativa muito interessante. Não existe enrolação para desenvolver os conflitos, tudo é harmonicamente apresentado no arco dramático, um recurso fundamental para envolver o espectador na rede de conspiração e acusações que vão brotando ao longo da projeção. Além disso, Vanderbilt soube explorar muito bem o talentoso elenco e tirar de cada um o seu melhor. Cate Blanchett (O Curioso Caso de Benjamin Button) e Robert Redford (Capitão América 2: O Soldado Invernal), que nem precisa comentários, brilham, a troca cênica dos dois é para derreter o coração cinéfilo de quem assisti.
Vale destacar a parte técnica do filme, trilha sonora precisa, designer de produção adequado e principalmente a montagem que soube encontrar o ritmo perfeito para dar a trama o impacto que merecia.
Mesmo não aprofundando, já que o filme não faz julgamentos, há uma menção ao fato do posicionamento feminista de Mary Papes, que em alguns momentos parecia incomodar alguns que estavam a seu redor, e isso incluía colegas de trabalho. Uma das leituras do filme dá a entender que o poder dessa mulher era mais prejudicial do que o que supostamente teria acontecido com a matéria. Seu posicionamento liberal incomodava os conservadores.
Conspiração e Poder é daqueles filmes para se deliciar com grandes atuações e principalmente para dar a quem assiste a possibilidade de pensar sobre como o poder e os interesses as vezes falam mais alto que uma suposta verdade.
Já Estou Com Saudades
3.9 576 Assista AgoraVai na fé, se estiver afim de chorar, mas na boa o filme é bom, Barrymore e Collete carregam nas costas.
A Visita
3.3 1,6K Assista AgoraPrepare para um bom filme de terror, com alguns sustos, e exatamente nada de novo, mas tudo muito bem executado, fazendo de A Visita um bom filme de terror, desses que faz você indicar algumas vezes.
Vamos lá, “A Visita” não repete a unanimidade gerada pelos primeiros filmes do diretor, e é até fácil entender o porquê. Shyamalan utiliza o já manjado recurso do “found footage” para contar a história. Apesar de ser classificado como terror, o filme apresenta um argumento simples e relativamente plausível, mas apresenta dois personagens cativantes, a garota (Olivia DeJonge) cheia de dramas e medos, com a responsabilidade de tentar “concertar” a família, e garoto engraçado (Ed Oxenbould), também cheio de dramas, mas que tenta lhe dar com tudo de uma maneira descontraída, e isso acaba criando uma grande empatia pelos personagens. Você se pega rindo com eles, dividindo os seus dramas, e então quando o terror acontece, por mais que não seja algo extremo, você também compartilha do seus medos.
Conforme o mistério se desenrola, as coisas ficam progressivamente mais tensas e, vale o aviso, talvez só sejam recomendáveis aos cinefotos que tomaram remédio para ansiedade. A reviravolta e explicação final são o bastante para deixar o espectador agoniado, e há até uma cena escatológica bem mais tensa do que estamos acostumados a ver na telona, mesmo considerando os filmes mais pesados do gênero.
Se o filme não chega a ir longe o bastante para ser considerado um clássico ou obrigatório, ao menos há criatividade e inspiração o bastante para nos permitir afirmar, sem medo, que M. Night Shyamalan ainda parece capaz de entregar grandes histórias em sua carreira cinematográfica.
Joy: O Nome do Sucesso
3.4 778 Assista AgoraPronto para sentir na pele o que é sofrimento? A premissa do roteiro parece ser uma homenagem às mulheres que tiveram coragem de mudar suas vidas e com isso acabaram mudando o mundo. Inclusive o longa começa com a seguinte frase, em inglês: “inspirado em histórias reais de ousadas mulheres. Uma em particular”. A ideia de contar a história de Joy Mangano foi do próprio Russell e da atriz Annie Mumolo, mas o roteiro foi escrito apenas por ele.
Joy começa com a reprodução de uma cena da novela Dinastia. Como se Russell dissesse que contaria a trajetória da empresária norte-americana como uma novela. Fazer desta forma é interessante, se tivesse sido bem escrita. Alguns pontos deixam os espectadores se perguntando: por que a personagem não fez isto antes? Um exemplo disso é quando Joy relê os contratos que assinou e percebe no que tinha se enfiado.
Não há problema algum misturar realidade com ficção desde que este trabalho seja construído de forma que, tanto uma quanto a outra, se encaixem perfeitamente, sem parecer que foram forçadas. Mas é exatamente isto o que acontece. O roteiro e a direção de Russell não conseguiram fazer com que as duas vertentes da história de Joy se conectassem perfeitamente. Como uma colcha de retalhos mal costurada, existem muitas aberturas desnecessárias, pedaços que ficaram ruins colocados lado a lado e o arremate deixa a desejar. Um exemplo de um dos artifícios que não foram muito bem utilizados é a narração realizada pela avó.
Outro aspecto técnico que deixa claro que o problema é o roteiro é a trilha sonora. Feita por dois compositores, West Dylan Thordson e o canadense David Campbell, a trilha até consegue agarrar o público em algumas partes fundamentais da história. Mas mesmo isto não é suficiente.
O elenco, como um todo, está bem. O filme não é pior por causa deles. Muitos têm trabalhado com David Russell em seus últimos longas, quase com um grupo teatral, com a presença de Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Elisabeth Röhm e Bradley Cooper. Eles realmente levam o filme nas costas, tal qual Joy leva a família. Mas ao contrário desta em relação à família, ao final, por mais que se esforcem, não conseguem carrega-lo tão bem. Jannifer Lawrence vencedora do Globo de Ouro e indicada ao Oscar pelo papel, mais uma vez, consegue se mostrar uma atriz versátil. Joy tem uma maior fragilidade ocasionada pela sua própria determinação.
O Nome do Sucesso poderia ter sido um ótimo filme sobre a história de ascensão de uma empresária norte-americana. Inclusive ela é uma das produtoras do filme. A produção poderia ter contribuindo, inclusive, para mostrar como, muitas vezes, as mulheres são boicotadas pelos mais próximos. Enfim, com tudo Joy vai te cativar.
Presságios de um Crime
3.4 311 Assista AgoraAntes de qualquer coisa, no elenco tem Anthony Hopkins, Colin Farrell e é escrito por Peter Morgan. E nada mais nada menos do que o diretor brasileiro Afonso Poyart, o cara do filme 2 Coelhos.
Bom, vamos lá, o roteiro, assinado por Sean Bailey e Ted Griffin, é um pouco confuso. No primeiro ato, muitas informações são arremessadas freneticamente. O público pode se sentir um pouco perdido principalmente nas lacunas abertas sobre a personalidade de Clancy. A partir do segundo ato, as peças são mostradas com mais clareza, e, no terceiro ato é um show de suposições, parece que cada personagem tem algumas opções para o desfecho da trama, isso certamente deixa o público curioso com o que irá acontecer nas cenas seguintes. O mais importante é que, no final, John Clancy é preenchido completamente, e assim a história como um todo se sustenta até o fim, nas costas deste intrigante personagem executado com maestria por Hopkins.
Solace, no original, é um drama disfarçado de filme de suspense, tem seus momentos de ação alucinante com muito uso de metáforas de imagens para elucidar o quebra cabeça emocional consequente do modo de pensar de cada personagem. A câmera é inquieta, repleta de efeitos que chamam a atenção, marca registrada do diretor Poyart.
Corre lá na telona, você não vai se arrepender, é sensacional.
A Grande Aposta
3.7 1,3KSensacional como Michael Lewis, que lançou em 2010 o livro homônimo que originou o longa. O escritor tem a capacidade invejável de pegar um assunto complexo como a bolha de crédito no mercado imobiliário americano que provocou a crise de 2008 e transformá-lo num relato empolgante. Adam McKay, o diretor que conseguiu quebrar a complexidade do tema introduzindo sacadas engraçadas, ancorado no recurso de fazer os personagens às vezes falarem ao espectador, olhando para a câmera. Steve Carell, que interpreta o agente financeiro Mark Baum, um dos que apostam contra a estabilidade do mercado para tentar se dar bem na crise. O ator compõe um personagem histérico, "pilhado" e inesquecível.
O filme parece didático demais na forma como personagens expõem entre si (e celebridades expõem ao espectador, em constantes quebras da quarta parede que sublinham que A Grande Aposta de fato é uma comédia, para não deixar dúvidas) as premissas e os fatores da crise do subprime, é porque a repetição é essencial para entendermos como um absurso pode ser eventualmente aceito como norma. Por outro lado, ainda que McKay saiba muito bem o tipo de comédia que está realizando, A Grande Aposta é um filme meio limitado, porque o absurdo se encerra em si mesmo. Lamentamos a crise, porque ela sem dúvida é avassaladora e está fadada a se repetir, mas dificilmente levaremos conosco para além da sala de cinema esses personagens que tão bem exerceram sua função de se deixar transtornar por nós.
Ainda que não seja um filme para consumo do grande público, deveria como forma de denuncia e protesto, “A Grande aposta” deve ser lembrado não apenas pelos temas que aborda com eficácia e responsabilidade, mas também em aspectos cinematográficos, pois possui uma direção segura, um texto rico em temática e estilo, atuações marcantes e uma montagem virtuosa que deve concorrer e abocanhar alguns prêmios. Um título que merece a boa repercussão que tem causado na crítica e precisa ser conferido.
Um Vampiro Mentiroso
2.8 21 Assista AgoraTa afim de sessão da tarde, chegou cansado e meio sequelado? Blz, dá pra assistir. Totalmente previsível e clichê. Basicamente é focado em pré adolescente, mas chega ao extremo.
Straight Outta Compton - A História do N.W.A.
4.2 361 Assista AgoraBom, é usual que cinebiografias tenham uma visão bem particular de fatos reais. As vezes o simples ato de contar uma história se torna algo bem mais profundo do que a realidade quando transportado para o cinema. Uma história ganha elementos e contrastes que pareciam estar ocultos em relação a veracidade. Em “Straight Outta Compton” de F. Gary Gray esses elementos são parte essencial para se compreender a importância histórica e cultural do N.W.A.
O trabalho primoroso da direção de arte que simplesmente recriou, com perfeição a época em que o filme é passado: O final dos anos 80 e início dos 90. O roteiro, muito bem escrito por Jonathan Herman e Andrea Berloff, baseado na história co-escrita por Berloff, S. Leigh Savidge e Alan Wenkus. Eles conseguiram contextualizar as cenas com dinamismo. Por exemplo, o processo de composição das letras controversas de Ice Cube, ainda no início de carreira, é mostrado fazendo paralelos com suas experiências pessoais. Com isso, o filme não precisou ficar explicando o que era a base filosófica do N.W.A., ele faz com que o expectador testemunhe o contexto. Além, é claro, da história ser muito boa mesmo.
Embora num ritmo pouco inebriante, N.W.A. consegue construir-se com sutileza imprescindível e acaba sendo bem mais sobre resgatar um sentimento de injustiça/auto representação, que se intensificam a medida que vamos descobrindo personagens bastante distintos e humanizados (as sequências finais entre O’Shea Jackson e Jason Mitchell tem uma mensagem social bastante singela), do que a história de um grupo emblemático fadado ao dualismo do estrelato.
Um dos problemas é que são poucos números musicais, e quase todos são interrompidos , possivelmente para não deixar o longa arrastado ou com metragem além da medida, porém isso não é nada que uma versão estendida não resolva.
Gostei demais, pode ir assistir que o N.W.A. é divertido, empolgante, e dramático.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraO oitavo filme de Tarantino parece uma peça de teatro. Eu senti que estava na plateia vendo e ouvindo o desenrolar de uma trama cheio de entrelinhas em praticamente um cenário, com muitos e ótimos atores em cena. Falando em atuações, Bruce Dern dá um show e toma as atenções durante boa parte do projeção. Samuel L. Jackson e seu debochado personagem, também está ótimo no papel do cruel Major Marquis Warren. Jennifer Jason Leigh, muito especulada para disputas de prêmios importantes na próxima temporada de premiações, interpreta com profundidade sua difícil personagem.
Em certos momentos, percebi que estava em uma trama ao melhor estilo Agatha Christie em que fiquei tentando adivinhar quais as verdadeiras intenções de cada intrigante personagens que vão surgindo conforme o filme avança em seu inteligente roteiro. Nesse instante, o oitavo longa, alcança a atenção do público e o roteiro brilha com diálogos instigantes. Os Oito Odiados, que teve um orçamento por volta de 60 milhões de dólares, tem o mérito de ser muito bem explicado, até um narrador aparece mais forte nos desenrolares dos fatos, e a não linearidade da trama ajuda no suspense.
O design de produção deste filme parece mais rico e dialogar mais com o Velho Oeste do que o de Django livre. Todos os detalhes da paisagem invernal à concepção rústica da hospedaria, inclusive alguns que não são comuns em sua trajetória. Outro exemplo: a trilha sonora de Ennio Morricone (cujas notas lembram aquelas de Os intocáveis) supera a escolha de canções dos últimos filmes de Tarantino que mais usavam esse elemento (Kill Bill – Vol 1 e Django livre). Ou seja, nesses filmes, em algum momento, o diretor parecia não mesclar música e imagens, senão simplesmente colocar a imagem como pano de fundo para a música que transcorria – a longa cavalgada de Django até a fazenda do vilão feito por DiCaprio é um exemplo clássico dessa tendência de Tarantino.
Vem, visto como uma peça quase política pelo tom de suas ideias, e muitas têm a ver diretamente com o sistema norte-americano, Os oito odiados é um dos grandes filmes da trajetória de Tarantino e uma referência para quem gosta de cinema ousado.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraA trama, inspirada pelo Caso Fritzl, aquela notícia que assustou o mundo uns anos atrás quando descobriram que um pai na Áustria mantinha a filha em cativeiro no porão. Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade. Baseado na obra de Emma Donoghue, Contado pelo olhar de um garoto de cinco anos chamado Jack (Jacob Tremblay), Room é uma cativante e emocional história que comemora a resiliência e o pode do espírito humano.
O filme se inicia de forma incrível, com uma fotografia que deixa o quarto grande para mostrar que para o menino, aquele é o tamanho de seu mundo. E se o diretor decide se apegar aos detalhes do cotidiano dos dois, mesmo que narrativamente o início fique um pouco devagar, ele contrói o filme de forma tensa e faz com que realmente nos importemos por aqueles personagens. Porém tanto o diretor quando o roteirista acabam falhando na segunda metade do filme, onde este troca o tom e acelera o ritmo, fazendo o filme ficar bem mais impessoal. Não que o filme fique ruim, longe disso, possui cenas excelentes, e justamente por isso (e por possuir uma primeira hora tão tensa) que desaponta que o filme tropeça em alguns momentos.
Porém se o jovem diretor falha um pouco com o ritmo e tom da narrativa, com certeza não falha na direção de seus atores. Conseguindo arrancar uma das performances mais convincentes de uma criança dos últimos anos, o diretor consegue arrancar sutileza e complexidade para o jovem Jack do ator mirim Jacob Tremblay, em uma atuação que merece uma indicação ao Óscar. Já Brie Larson, que hoje é uma das mais fortes candidatas a levar o prêmio de melhor atriz. E se Joan Allen e William H. Macy brilham em suas pequenas participações, isto se deve mais ao talento dos atores do que o roteiro, que cria seus personagens de maneira mais fria do que precisava para criar drama.
Esta decisão do roteiro, assim como focar mais em Jack do que na Joy na segunda metade do filme que impede O Quarto de Jack de ser um grande filme. A personagem de Larson é a mais interessante do filme, e acaba sendo rebaixada a coadjuvante nos minutos finais. Contando também com uma trilha sonora muito óbvia mas com uma fotografia muito inteligente, o filme oferece as cenas mais bonitas do ano, que provocarão lágrimas na audiência, além de possuir uma última cena que fecha o filme de maneira madura e realista. É uma pena que o filme não acaba alcançando este nível de maneira geral.
Uma das lindas lições que o filme nos passa é a de que Monstros são grandes demais para existir, principalmente quando temos pessoas que nos amam perto da gente. Não deixem de assistir a esse filme. Belo trabalho.
Onde Nasce a Esperança
3.5 44Se você estiver procurando um filme que te passe uma mensagem, você não achou, Where hope grows tem varias, você não vai piscar, é cativante, é animado. Chris Dowling vai te colocar dentro da trama e você vai torcer por eles. A qualidade da técnica e do roteiro as vezes deixa passar algumas coisas meio batido e coloca um pouco de mesmice, mas sem dúvida você vai curtir.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraO filme nem precisa chegar ao fim para você refletir: “Puta que me pariu! Que filme sensacional, véi!”. Além de um trabalho técnico impecável, especialmente fotografia, direção, atuação e trilha sonora, a produção acerta ao cutucar a ferida de todos aqueles que trabalham com comunicação e entretenimento em geral: a enorme necessidade de ser reconhecido, de ser amado, de ser adorado, de se sentir importante. Ou, se preferirem, Birdman é um filme sobre o ego daqueles que fazem a indústria do cinema funcionar. Alejandro González vai fazer você a gostar de cinema novamente. A qualidade da técnica num longo “plano-sequência”, uma trilha sonora inspirada e a certeza de estar assistindo a um dos filmes mais interessantes deste ano. Birdman poderia ser resumido facilmente pela sua exuberância técnica, fruto da qualidade inquestionável do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki. No entanto, a obra consegue ser mais do que uma aula de direção, fotografia e edição. Ao incluir no elenco atores que parecem interpretar a si mesmos sem ter muita preocupação com isso, Iñárritu arranca de Michael Keaton e Edward Norton, uma de suas melhores atuações na carreira.
Pegando Fogo
3.3 546 Assista AgoraPegando Fogo é o típico filme 3 estrelas. O filme vai direto ao ponto, sem enrolações e através dos diálogos do Chef descobrimos o seu passado nebuloso. Entretanto, o enredo basicamente se concentra em abordar um chef com seu restaurante situado em Londres e seus esforços para receber a Estrela Michelin, prêmio concedido aos melhores profissionais do mundo da gastronomia. Porém evidente que Pegando Fogo só está interessado em reproduzir lendas urbanas sobre cozinheiros de temperamento difícil e explosivo, coisa tratada no filme de forma exagerada, assim como as decorações dos pratos, cheios de florzinhas comestíveis para demarcar visualmente a "sensibilidade" do chef. Então desde o início a montagem rápida emula o ritmo, com a guarda da cozinha e do salão do restaurante muito harmoniosos, e a câmera pega detalhes de talheres e pratos com o cuidado daquelas imagens de comida no Instagram, com o foco no centro e as bordas desfocadas. Bradley Cooper está irônico, sarcástico, voraz e completamente entregue ao personagem. Pegando Fogo é divertido, inspirador e mesmo com desfecho ralo e alguns pequenos erros de sequência consegue transmitir a sua mensagem ao público em meio à dura realidade das cozinhas profissionais em que a pressão é grande e os ensinamentos maiores ainda.
Amizade Desfeita
2.8 1,1K Assista AgoraRoteiro é simples, cheio de clichês do gênero de suspense e estereótipos de jovens estudantes americanos vistos em Hollywood. A partir deste formato, porém, Amizade consegue se esquivar das resoluções fáceis e acha em sua estética inovadora uma maneira de mexer com o espectador. Ao invés de questionar quem está por trás da porta ou escondidos nas sombras, o filme nos faz questionar de onde veio aquele vírus, como aquele hack aconteceu. Tudo de maneira natural e sem explicações longas, afinal, tudo está na tela. Gabriadze conseguiu um feito com Amizade Desfeita que vai além do visual e do horror adolescente. Ele soa como um exercício estético e narrativo que aproveita o isolamento de uma geração para explorar medos dentro de uma ambiente online, onde o anonimato permite covardias nunca questionadas. E além de um alerta para o cyberbullying.
A Última Premonição
2.6 164 Assista AgoraQue roteiro é esse? Sensacional, uma trama muito bem construída, nada previsível. Kevin Gruetert (Jogos Mortais 6) dirigiu sensacionalmente. Visions surpreendeu, um dos bons suspenses de 2015. Tem uma ótima fotografia e uma trama que necessita da atenção do espectador pra entender o desenrolar da história, ótimas atuações como a Eveleigh (Isla Fisher, que adora fazer comédias), e um enredo bem convincente, apesar de um ritmo um pouco lento, o mais incrível é que as coisas não demoram a acontecer, o suspense e o mistério se mantém em um bom nível. Vou para de escrever para não dar plot twist. rs
Sicario: Terra de Ninguém
3.7 942 Assista AgoraMuito realismo e ótimas atuações, Sicario cumpre muito bem sua função, especialmente por tratar do tema de forma realista. Como falado no início, grandes atuações e qualidade técnica são fatores capazes de justificar os elogios que essa produção tem recebido mundo afora e, com isso, colocá-la em destaque. Só que apesar do longa funcionar, ele tem elementos genéricos demais e, por isso, não pode ser considerado como o filme definitivo sobre o assunto. Há e colocar Emily Blunt como protagonista, que enxerga tudo de um ponto de vista único, sem nunca estar totalmente inserida na guerra, foi a grande sacada de Villeneuve, afinal seu profissionalismo e ética entram em conflito com o fato de ela querer fazer a diferença para ajudar o seu país. Tudo isso fica ainda melhor graças a impressionante atuação da atriz, capaz de arrepiar os espectadores nos momentos mais tensos. Vale muito correr e ver no cinema. ;)
Operações Especiais
3.3 349 Assista AgoraImagine uma polícia incorruptível, com funcionários sem rabo preso e com um delegado que não aceita receber qualquer tipo de propina. Pois é, ela existe em Operações Especiais, coloca a ética e a transparência em primeiro lugar. Além disso, ele traz comentários pertinentes e pontuais sobre a realidade corrupta. Operações Especiais junta dois assuntos já muito explorados no cinema, machismo e corrupção. A forma com que isso é conduzido no enredo não é a mais inovadora, mas a execução é boa. O longa pode não ser lá uma operação especial do cinema, mas tem seus atrativos. Uma das qualidades do filme é contar com uma personagem bem-construída, Cleo Pires está em seu melhor papel no cinema.
Bata Antes de Entrar
2.3 997 Assista AgoraPrimeiro ato do filme o diretor tenta criar uma empatia com Evan (Keanu Reeves aquele do Matrix) fracasso total. Da direção de arte nada sutil, passando pela montagem, até a trilha sonora, é, sendo gentil, tolo e dispensável. As tentativas de construção de um terror psicológico, elemento que poderia salvar o projeto, soam como exercícios de estudantes iniciantes na faculdade de cinema. Não há tensão alguma, o que seria essencial, no mínimo, para manter a atenção, já que o roteiro não constrói de forma competente as motivações de seus personagens. No último ato parece que o Eli Roth coloca o filme no piloto automático ai só baboseira, uma reviravolta boba que enxergamos cerca de trinta minutos antes, deixa um gosto amargo de precioso tempo perdido e dinheiro jogado fora. Bata Antes de Entrar‘ não serve nem pra fazer número em prateleira de videolocadora. Keanu precisa, urgentemente, trocar de agente. Knock Knock é uma produção voltada para a diversão de adolescentes, perdoe a franqueza, é subestimar tremendamente o critério de qualidade da faixa etária.
Nocaute
3.8 688 Assista AgoraInterpretações dignas de toda a atenção por parte de Jake Gyllenhaal e Forest Withaker. Quando se é boxeador, acostuma-se a levar soco todo momento. Porém, a vida pode acabar dando um soco muito mais forte do que muitos adversários. Esse filme tem uma premissa básica de quase todo longa sobre boxeadores: o da superação. Este não é exceção à regra, mas é uma história diferente das já contadas até hoje e muito bem contada. Os filmes sobre boxeadores misturam muito bem ação e drama. Por isto, os atores que interpretam os boxeadores precisam ser muito bem afiados para que possam demonstrar força física, mas ao mesmo tempo uma carga dramática compatível com a história que estejam contando. Jake Gyllenhaal consegue aliar força física e carga dramática na interpretação de Billy. Percebe-se a preparação dele para fazer este personagem, inclusive em seu porte físico: Jake está com a aparência de um boxeador profissional. Não só ao porte físico o ator deu atenção. A voz, aos gestos e as maneiras de se expressar estão impressionantemente realistas e condizentes com a de boxeador. A atriz Rachel McAdams também está interpretando sua Maureen muito bem. Ela mostra a força e a confiança que este personagem tem. Antoine soube muito bem como filmar o roteiro original de Kurt Sutter. Fuqua soube extrair do material que tinha cenas memoráveis de lutas e explorou bem as de diálogo. Ele tem demonstrado ser um diretor que também sabe unir força física com força emocional. Aliás, este filme é o primeiro escrito por Kurt Suttler. Até agora, ele tinha sido roteirista de séries. O Mauro Flore a quem produziu fotografia e está impressionante, graças às tecnologias atuais jogam os espectadores entre os lutadores. Desta forma, percebe-se mais precisamente a animalidade de uma luta, como o suor e o sangue saltando na telona.
À primeira vista, esta produção pode parecer mais uma de boxeador e de superação das dificuldades, entretanto, esta história escrita por Suttler, a interpretação de Jake Gyllenhaal, a direção de Antoine Fuqua e a fotografia de Mauro Flore, combinadas, elevam o filme a uma categoria superior.
Os Últimos na Terra
2.7 192O filme evita grandes explicações em relação ao desastre natural, procurando antes concentrar-se no presente, numa narrativa com uma história aparentemente simples mas bem aproveitada, onde os possíveis romances estão longe de serem arrebatadores, embora nunca pareça que Craig Zobel tenha a intenção de colocar o espectador diante de uma obra pontuada por grandes momentos de romantismo, sobretudo quando os personagens masculinos parecem mover-se em direção. Chris Pine, Margot Robbie e Chiwetel Ejiofor apresentam interpretações de bom nível, enquanto Craig Zobel aproveita com eficácia estes cenários que poderiam ser idílicos para contrastar o escopo grandioso dos mesmos com as dinâmicas entre um conjunto restrito de personagens, com o realizador a dinamizar a narrativa com uma enorme facilidade, despertando-nos dúvidas e aguçando-nos a curiosidade em relação aos três.