Adoro filmes catástrofe e esse é um ótimo representante do gênero. Para esse tipo de filme o que se espera é a tensão, a claustrofobia e claro, cenas bem elaboradas de destruição e morte em massa. Poseidon cumpre bem todos esses elementos. É um ótimo blockbuster, diversão garantida para quem curte produções do gênero. Já os quesitos roteiro e atuações, bem, isso deixamos para analisar em produções de arte ou filmes intermediários entre o blockbuster e o circuito alternativo. Isso aqui é para diversão, pura e simplesmente e se alguém tentar assisti-lo com o objetivo de analisar coerência e compromisso com a realidade, só me resta parafrasear Glória Perez: "Pobre de quem não consegue voar!" PS: Para quem tiver o Blu-ray desde filme, super recomendo assistir ao documentário do History Channel incluído nos extras, que fala sobre as Ondas Gigantes, o fenômeno natural e altamente destrutivo que é o argumento desse filme.
Não é "meu Deus, o filme da minha vida!", mas é bacana e principalmente, surpreendente, o que é bem raro em filmes desse gênero e com esse tipo de enredo.
É um filme acima de tudo referencial, que somente terá aproveitamento pleno por amantes do Poker. Para um espectador comum, como eu, que sabe vários nada sobre o jogo e seus campeões mundiais, é apenas um filme com uma história comum e previsível. Há alguma tensão na história, mas nada que acontece ao longo da produção é algo realmente surpreendente. Mas se vc gosta de Poker e ainda não viu esse filme, está perdendo tempo, pois além de contar com a participação de personalidades do jogo, detalha (para quem conhece) estratégias e jogadas. Mas quem não conhece nada sobre o poker, pelo menos atingirá o entendimento pleno da expressão "Poker Face", haha
Bom eu gosto de dramas. Dramas de época então... mas esse filme acabou sendo um pouco decepcionante, que vale ser conferido pela bela fotografia e a reconstrução de época, aspectos técnicos tão somente. Acho que esperava mais de uma personagem feminina a frente do próprio tempo, do que os dilemas superficiais apresentados na produção. Talvez uma duração maior teria feito alguma diferença, pois o resultado acabou sendo um filme de ritmo inconsistente (lento ao extremo na primeira hora e em ritmo alucinante na segunda) apresentando uma história rasa e tão esquecível quanto a protagonista, que no mesmo ritmo do longa, se transforma de mulher empoderada em uma submissa recatada do lar. Talvez o livro seja melhor, mas confesso que após o filme, tenho pouquíssima vontade de encarar o original literário.
Se passaram 35 anos e ainda tem gente que assiste esse filme esperando uma grande produção de ação. Reclamar que Blade Runner dá sono é atestar que não possui qualquer familiaridade com ficção científica de qualidade. Alô nova geração: isso é ficção científica, não filme da Marvel pra ser engraçadinho (bem, ao menos para alguns deve ser) e muito menos filme de ação pra ser empolgante. Esse gênero é marcado por roteiros de grande imersão filosófica, feitos para vc assistir, contemplar e captar as mensagens que o enredo oferece para serem analisadas, pensadas, discutidas. Não é todo mundo que gosta e não é um gênero de massa, apesar de existirem sim, filmes scifi farofa. Isso é Blade Runner, uma experiência sensorial e filosófica. Se o que vc busca é entretenimento, pule para outro filme, simples!
Sobre as atuações (outra grande reclamação por aqui), bem já vi muito piores por aí em filmes que o povo baba; os de super-heróis então... mds. Harrison Ford nunca foi pra mim um profissional de atuações marcantes, mas conquistou papéis icônicos e ao meu ver, sempre deu conta do recado, entregando o que se esperava do talento dele. Aqui ele teve o mesmo desempenho regular que em outras produções, sem mais. Os demais membros do elenco também não entregam atuações espetaculares, mas também não beiram o amadorismo. Sean Young é pra mim o grande destaque, com uma atuação plastificada e nada expressiva, exatamente o que o seu papel exigia.
Parafraseando Rose DeWitt Bukater, "há verdade, mas não há lógica". Essa frase de certa forma define bem Eraserhead, dirigido pelo mestre David Lynch, que já em seu primeiro trabalho impõe seu estilo bem particular de produzir cinema, uma visão essencialmente artística do audiovisual.
Eraserhead é um filme abstrato e passa longe de ser um filme para grandes massas. Diz-se incompreendido porque de fato, não há uma compreensão definitiva. É uma obra surreal, bizarra e angustiante, que retira o espectador de sua zona de conforto, confrontando cada um de um modo particular.
É bem possível que cada espectador tenha uma visão diferente dessa história e é natural inclusive divergir quanto ao gênero a que ela faz parte. Uns dirão que é um drama, outros terror, mas o fato é que por sua natureza abstrata, não é um filme que se encaixa perfeitamente em um gênero específico.
Para mim, o filme é uma alegoria sobe o caos moderno e a sociedade capitalista. Henry, o protagonista, é um personagem depressivo que vive as angústias do homem moderno, sem perspectivas e que se vê obrigado a um casamento após engravidar sua namorada. Ao longo do filme, Lynch espalha pistas para que possamos compreender seus objetivos artísticos, como por exemplo a cena em que Henry olha pela janela e percebe que ela está obstruída por tijolos, o que pra mim, simboliza que o protagonista não tem saída. A canção da mulher no aquecedor nos dá uma pista para compreender a conclusão da trama: "No céu tudo é perfeito".
Ótimo filme. Villeneuve conseguiu captar a essência e a atmosfera do clássico de Ridley Scott. Isso também se deve, claro, ao fato do roteiro ter sido escrito por Hampton Fancher, e Michael Green, a mesma dupla responsável pelo roteiro e produção do filme original. Mas ainda assim senti que a narrativa foi menos complexa do que a que conhecemos no filme de 1982, o que parece ser uma forma de tentar aproximar mais a trama ao público geral e vender o filme para as massas.
Mas se a narrativa é mais acessível, o mesmo não se pode dizer da condução do filme. Ele é esteticamente deslumbrante, mas a trama se arrasta por 2h45min com pouquíssimas cenas empolgantes, que acaba sendo o oposto do que a massa busca em uma produção de entretenimento. Para fãs de ficção científica, no entanto, é um deleite, cuja duração transcorre sem praticamente ser notada (eu que o diga).
Não achei a trama particularmente algo excepcional, pelo contrário. Quando o filme termina, fica aquela sensação de "era essa mesma a proposta do filme ou eu perdi algo no meio do caminho?". O que soma positivamente à simplicidade da trama é o plot twist proposto na reta final e algumas participações surpresas que cutucam ainda mais a nostalgia do espectador.
Sobre o elenco, creio que esse tenha sido o melhor filme do Ryan Gosling que já tive oportunidade de assistir. Considero ele um ator pouco expressivo, mas esse "defeito" acaba sendo o principal acerto e até essencial para sua atuação em Blade Runner.
O novo Blade Runner continua não sendo um filme para massas, por isso deve somar mais um grande prejuízo para estúdio, mas sem dúvida se tornará mais uma produção que no futuro será tão cultuada quanto o clássico de 1982 (vale lembrar, um fracasso retumbante de bilheteria e crítica, à época do lançamento).
O filme é ótimo, mas para quem teve oportunidade de ver a peça, que é uma tradução do original que inspirou esse filme, é impossível não sentir falta do final original e das conclusões que ele apresenta. O filme ao menos não seguiu o clichê que parecia de formar ali pelo meio da história, mas ainda assim achei a conclusão um pouco decepcionante. Mas tirando isso, o filme possui uma ótima estética, um elenco de primeira e um desenvolvimento tão envolvente e hipnotizante quanto o da peça!
(PARA QUEM NÃO CONHECE A TRAMA, CONTÉM SPOILERS!) Vamos lá. Acabei de ler o livro e imediatamente quis ver como essa obra fenomenal foi adaptada para o cinema. Oferta não falta, afinal na minha pesquisa localizei pelo menos 10 versões diferentes. Escolhi começar com essa por estar disponível no NET NOW e possuir uma avaliação razoavelmente boa, mas que decepção!
Houve uma preocupação grande, pelo que percebi, em agregar o máximo de situações importantes do livro à adaptação, No entanto, o tempo de duração curto fez com que tudo parecesse superficial demais. Não há tempo para desenvolver absolutamente nenhum personagem de forma satisfatória. Os membros da segunda geração, Cathy e especialmente Linton, poucas oportunidade tiveram de se estabelecer no longa. Linton, que mal aparece no filme, tem sua morte incluída na trama de forma tão acelerada, que alguém menos atento poderia não notar tal fato. Menos sorte teve Isabela Linton, cujo destino sequer foi mostrado no filme.
Quanto as alterações, elas estão por toda parte, desde coisas bobas, como a ordem em que os túmulos de Catherine, Heathcliff e Edgard é disposta, até a etnia de Heathcliff. Essas mudanças, por mais que incomodem, me soam até compreensíveis, considerando que nenhuma adaptação é totalmente fiel.
O que me surpreendeu foi observar furos no roteiro, como por exemplo, a aparente confusão do roteirista e do diretor, em se decidir se Lockwood estava ou não dormindo quando os galhos se chocaram contra a janela do quarto. No início do filme, a cena transcorre quando o mesmo estava lendo um dos diários de Catherine, No final, quando a cena é revisitada, observamos Lockwood dormindo até pouco antes de sair do quarto aos gritos. Cadê o editor que não viu isso?
Algumas inconsistências também puderam ser observadas quando decidiram resgatar no roteiro diálogos completos do livro. Seria um ponto positivo, mas que sem os eventos de referência, acabam perdendo um pouco do sentido, afinal boa parte da história foi limada.
É uma adaptação mal conduzida e roteirizada, que resulta num filme apático e superficial. Vale apenas pelo apelo visual e a trilha sonora, pois nem mesmo as atuações alcançaram minimamente o que se espera dos personagens, especialmente a Catherine de Juiette Binoche.
Levei muitos anos para finalmente decidir assistir à Corpo Fechado. Confesso que fiquei bem escaldado com os filmes do Shyamalan depois das decepções com A Vila e Sinais e passei a evitar filmes que tivessem a assinatura do indiano. Quando saiu o tal do "Depois da Terra", resolvi arriscar (afinal ali ele era só diretor, não roteirista), mas foi mais uma tremenda decepção.
Agora, 17 anos dps do lançamento, finalmente tomei coragem e assisti. Posso garantir que não há arrependimentos. O filme tem um ótimo desenvolvimento, bastante original na verdade e uma conclusão que passa longe de ser decepcionante.
Revi esses dias, muitos anos após ter visto pela última vez e continua sendo envolvente. A inesquecível cena de abertura, ao som de Total Eclipse of the Heart, inesquecível! E aquela rasgada referência à Dawson's Creek, na cena em que Damon (Joshua Jackson) liga o carro e se houve "I don't wanna wait".
Claro que nessas revisões, sempre nos deparamos com problemas e talvez o maior de todos nesse filme seja a atuação fraquíssima de Alicia Witt, que vive a protagonista Natalie.
Mas tirando esses detalhes, o filme continua transmitindo a mesma atmosfera de quase 20 anos atrás. Recomendo!
Se você já viu todos os anteriores, acho que vale a pena ver esse. Mas se não viu nenhum, fique tranquilo, assista sem susto, porque eles foram jogados no ralo pelo roteiro mal concebido desse. Basta apenas conhecer o conceito, a história base (ver o primeiro da saga ajuda bem) que é possível entender todo o desenrolar, que diga-se de passagem, está longe de ser algo complexo. Só assisti porque foi a escolha dos amigos, pois nunca fiz questão de ver mais nenhum depois do terceiro e, sinceramente, não fez falta alguma não ter visto os filmes 4 e 5, considerando as "saídas" encontradas no roteiro desse filme, que consegue ter mais crateras que a superfície da lua. Tudo é muito clichê, as cenas de ação longe de serem empolgantes, assim como os zumbis/mutações. Tudo mais do mesmo, com o final que todos já esperavam desde o começo.
Um bom filme. Se comparado com o Despertar da Força, de fato, é um filmaço, afinal aqui pelo menos temos uma história original e não um plágio pra enganar trouxas. Serve para tapar mais alguns dos inúmeros buracos de Uma Nova Esperança e fazer a ponte que faltava.
Tem ótimos efeitos, cenas de ação espetaculares. A profundidade dramática ainda é a mesma de um pires furado, se equiparando aos filmes de heróis da Marvel, com a vantagem de ser mais interessante, na minha opinião.
A protagonista, Jyn, deixa a desejar. Esperava que ela tivesse uma pegada mais pro lado da Rey, de o Despertar da Força, mas aqui temos só uma garota que vai seguindo para onde a empurrarem. Resumindo Jyn Erso: "Ok. Vi o videozinho do papai e ele mandou eu fazer isso. Então tá, deixa eu fingir que sou a 'Furiosa' e comandar meia dúzia de machos alfa com frases de efeito e botar pra foder nessa parada. Mas ó, Cassian, fica de olho tá, pq sou princesa da Disney e preciso ser salva por vc nos momentos mais tensos".
Os problemas da Jyn acabam mais evidenciados pela falta de expressividade da atriz Felicity Jones. Não conheço outros trabalhos dela, mas aqui ela não transmite um pingo de emoção. Não convence no drama e tampouco na posição de mulher forte, posição já bem frágil dada a péssima concepção da personagem.
Para quem curte Star Wars, considero esse spin-off indispensável para se ter uma experiência mais completa sobre o enredo do episódio 4: Uma Nova Esperança. Para os mais nostálgicos, temos breves aparições de personagens famosos, além da presença sempre imponente de Darth Vader, mesmo que apenas em cenas pontuais.
Assim como os filmes de super herói (especialmente os da Marvel), esse não é um que merece algum tipo de análise de roteiro, afinal, ele é praticamente inexistente. O centro da história do filme é, basicamente, a ascensão das Spice Girls no mundo da música, com acréscimos de firulas e umas aventuras aqui e ali. O quinteto britânico aqui está elevado ao nível de Super-heroínas, lidando com adversidades e situações absurdas, mas gostosas de se ver. É um filme que sintetiza o sentimento de admiração dos fãs pela banda, totalmente nostálgico e indispensável para quem curtiu as Spice Girls. Para quem não vivenciou essa época, certamente parecerá tão chato, idiota e irrelevante quanto é para nós, nos dias de hoje, filmes de YouTubers como "É Fada" e "Internet - O Filme", mas para quem as conheceu, é um deleite. Viva o Girl Power!
Se não fossem pelas excelentes sequências esportivas (com belos planos em câmera lenta) e a incrível e marcante trilha sonora de Vangelis, Carruagens de Fogo seria um filme totalmente esquecível. Após finalmente assistir, me pergunto como um filme vazio, sem emoção alguma como esse pôde se consagrar vencedor do Oscar de Melhor Filme.
Os pretensos dramas e dilemas pessoais de Eric Liddell e Harold Abrahams são tão superficiais e enfadonhos, que não conseguem despertar interesse algum no espectador. Isso, somado ao desenvolvimento lento, resultado de um roteiro flagrantemente mal elaborado, fazem com que assistir esse filme se torne um verdadeiro exercício de paciência para o espectador.
Assista pelo menos uma vez na vida, pela trilha do Vangelis, o único Oscar realmente merecido, vencido por esse filme.
O cartaz parecia vender a seguinte ideia: Sex and the City, versão plus-size nacional. Parecia ser uma proposta interessante, mesmo sendo um evidente pastelão. SÓ PARECIA.
Jesus, que filme MEDÍOCRE! Eu não consigo encontrar um adjetivo "melhor" para ele, sério. Do roteiro à edição, é tudo medíocre. Adoro cinema nacional, e confesso que não sou lá um grande fã de comédias populares, mas algumas ao menos exercem a função de divertir. Aqui, nesse filme, só consegue achar graça quem possui uma mente doentiamente preconceituosa. Pela proposta que ele tenta vender, o filme deveria discutir o preconceito contra pessoas que não são o padrão de bela da moda, de uma forma bem humorada, mas ao invés disso, apenas reforça o preconceito e ainda por cima faz piada com ele.
Não bastasse as dezenas de piadas dignas de vergonha alheia (algumas tão enraizadas no intelecto popular que é difícil não dar risada mesmo), predomina nesse a falta de roteiro. Temos 4 amigas e deveríamos ter um fio condutor para reunir essas histórias. DEVERÍAMOS, frise-se, pq se há algum fio condutor nessa história, eu ainda estou procurando. E olha que já faz semanas que vi essa coisa no cinema e resolvi segurar minha opinião para amadurecer minhas impressões.
O resultado é um filme sobre quatro personagens que tem suas histórias contadas como se estivéssemos acompanhando um capítulo solto de uma telenovela. Para conduzir a história central inexistente, as quatro são plus-size, mas isso é só um detalhe, porque o tempo todo a chamada "gordofobia" é motivo de piada, não de discussão. O que resta no final? O arrependimento de ter gasto algum centavo vendo essa tranqueira!
PS: Não podia deixar de mencionar que a ideia de colocar uma geladeira preconceituosa falante não só não é engraçado, como soou absurdamente ridículo.
É inovador? Não. Mas apontem aí, qual filme de suspense (ou pseudo-terror) se mostrou inovador nos últimos anos? A última vez que me lembro de ter visto algo "inovador", foi no lançamento do primeiro "Bruxa de Blair". Depois disso, é sempre mais do mesmo. Abusa da trilha sonora angustiante e dos Jump Scary? Sim, sem dúvida, assim como dezenas de produções estrangeiras do gênero e que vejo muita gente por aí batendo palma e dizendo que é foda. Mas como foi produzido no Brasil, é tratado com desprezo? Por favor, melhore!
O Rastro tem uma direção bem executada, atuações de primeira (especialmente Leandra Leal) e um roteiro que supre o que se espera de um filme desse gênero. O cenário escolhido tem a dose certa de tenebrosidade para criar o clima propício para um filme de suspense, que é exatamente a proposta aqui: entreter através da tensão.
O mais interessante é que, apesar a produção seguir um direcionamento bem hollywoodiano, ele encontrou um meio termo para imprimir brasilidade ao roteiro. Estamos ali, sendo retratados, com uma evidente crítica social e política. O que realmente assusta, no final do filme, é ter a sensação de que o que houve com o personagem facilmente poderia ter acontecido na vida real aqui, no Brasil, sem que ninguém realmente soubesse.
Então... de fato é mais do mesmo, mas longe de ser o filme ruim que todos estão pintando. É basicamente uma cópia modernizada do filme original. Os personagens aqui contam com novas tecnologias que fazem com que o filme ganhe novos ângulos de filmagem, o que foi um acréscimo bom.
O problema é que refazer A Bruxa de Blair, se baseando na mesma ideia do original, um "found footage", não tem mais o mesmo efeito obtido em 1999. Naquela época, o público foi seduzido pelo marketing inteligente, que conseguiu vender a ideia de que o documentário era uma história real. O público correu aos cinemas acreditando que veriam os últimos dias de vida de um grupo de jovens cineastas desaparecidos. Foi uma fórmula de sucesso e se transformou em um dos filmes mais rentáveis da história do cinema.
Entretanto, nos dias de hoje, depois que tantos outros filmes já seguiram essa mesma fórmula e já ciente o publico que a lenda da Bruxa de Blair era na verdade fictícia, não há como se esperar que uma sequência apostando nesses mesmo plot fosse dotado de alguma originalidade.
O que posso dizer é que esse terceiro filme supera, infinitamente, o tosquíssimo A Bruxa de Blair 2. Ainda que cercado de todos os clichês do gênero e usando a mesma fórmula do primeiro filme, essa sequência até consegue dar uns sustinhos aqui e ali e criar uma leve tensão, mais pela técnica utilizada na filmagem, que acaba por envolver o espectador menos exigente que entrega à trama sem pensar nas comparações, do que efetivamente pelo enredo desenvolvido na tela.
O maior de todos os erros desse filme, na minha opinião, foi repetir o mesmo deslize que M. Night Shyamalan cometeu em 'Sinais': dar ao público uma imagem do elemento de mistério, o perseguidor. Um dos maiores acertos do original foi sua sutil decisão de não revelar a face da referida Bruxa, algo que este filme também poderia ter mantido. Mas ao invés disso, optaram por dar ao espectador um pequeno vislumbre, mesmo que rápido, da bruxa que, até então, não tinha uma forma definida.
Diferente da sequência de 2000 (por sinal, totalmente ignorada nesse filme), essa eu até considero válida ser conferida, pela nostalgia e pelo clima macabro que Bruxa de Blair consegue despertar, mesmo não sendo nem um pouco original em sua execução.
Então, levei anos para ver esse filme. Tinha um pé atrás por se tratar de um musical, gênero que, confesso, ainda torço o nariz, apesar de gostar bastante de alguns (Noviça Rebelde, Mágico de Oz, Evita e Moulin Rouge, pra ser mais exato). Mas Rocky Horror Picture Show com certeza não vai entrar para esse meu seleto hall de musicais preferidos.
O filme é uma colagem de números musicais bem executados, com situações extravagantes e bizarras, que não parecem ter sentido algum. É como se o filme todo fosse uma grande colagem de videoclipes com uma história como fio condutor, mas cuja história é subdesenvolvida em favor do bizarro. E olha que eu estou habituado à produções bizarras, não atoa sou fã de David Lynch. Mas o que sobra no trabalho de Lynch, na minha opinião, falta aqui: carisma, inteligência e atmosfera condizente.
Quem salvou o filme pra mim foi o talentosíssimo Tim Curry, que está impagável no papel do bizarro protagonista transexual e carrega o filme inteiro nas costas sem muito esforço. Mas apesar de ter esbanjado seu talento no papel, o roteiro mal conduzido acaba por prejudicar o todo, ao meu ver.
The Rocky Horror Picture Show não me conquistou, mais pela falta de eloquência da narrativa do que pelo exagero no bizarro. Entendo que este filme deve ter causado um certo impacto na época de sua estréia, mas em mim teve apenas o efeito "que porra é esta?". Mesmo sendo uma produção de 1h40min, o filme para mim parecia durar uma eternidade. E quando terminou, me dei conta de que pouco havia compreendido da proposta do filme.
Eu realmente devo ter problemas com filmes distópicos e futuristas como esse. Assisti à THX 1138 e tive a mesma sensação de quando quando assisti ao clássico Tron: um filme com uma história interessante, mas que em nenhum momento conseguiu me conquistar; e em certos momentos, me pareceu confuso demais.
Dos clássicos da ficção, como esse, acredito que Blade Runner foi realmente um dos poucos que conseguiu me atrair, mesmo com esse tradicional ritmo lento que embala produções do gênero, especialmente aqueles produzidos antes dos anos 90.
De George Lucas, realmente, acho que fico apenas com os Star Wars.
Filme divertido, simples e despretensioso. Jennifer Garner demonstra versatilidade num papel que, apesar de pouco exigente, necessitava de uma atuação que convencesse o espectador de que ela era uma mulher de 30 com mentalidade de uma menina de 13, desempenho atingido muito bem pela atriz, que também soube balancear essa falta de maturidade mesmo nos momentos do filme em que se exigia da personagem um atitude mais adulta. Mark Ruffalo também está muito bem, com seu simpático personagem fazendo uma ótima dupla com Jennifer Garner.
A trilha sonora é um atrativo a parte, especialmente para quem curte os sucessos dos anos 80 revisitados no filme. Aqui não cabe analises profundas, mas 'De Repente 30' tb trás lá suas mensagens positivistas sobre maturidade, escolhas e futuro. De um modo geral, um filme divertido, daqueles que dá pra ver e rever sem enjoar.
A vantagem de se assistir a um filme com as expectativas lá embaixo é que as chances de vc se decepcionar são igualmente pequenas. Foi assim que eu decidi encarar o filme A Grande Vitória.
O filme está longe de ser uma produção de destaque do nosso cinema. A história em si não é nada original, mas chega a despertar certo interesse: a jornada de superação de uma criança problemática que encontra no judô a chance de um futuro melhor. Até aí, tudo bem, pode render até um filme interessante. Mas o problema começa com a escolha do atleta a ser retratado nas telas, "Max Trombini", nome irrelevante, um autêntico "WHO?" para o grande público. Sim, Max Trombini é um atleta real, que inclusive atua no filme, no papel de um professor de edução física. Pode ser que seu nome seja reconhecido dentre aqueles que fazem parte do meio do judô, mas não o é para uma pessoa comum. A Grande Vitória, por mais que seja tecnicamente bem produzido, não consegue despertar empatia. A evidente ansiedade do diretor Stefano Capuzzi Lapietra em abraçar o mundo na narrativa do filme, acabou resultando em uma produção superficial e apressada, mas que ao mesmo tempo tem se arrasta em um ritmo lento, especialmente no segundo e terceiro atos. O roteiro foi mal construído e tem mais buracos do que a camada de ozônio!
Noto que aqui no Filmow, muita gente dá destaque demais a presença de Sabrina Sato no elenco do filme, o que para mim não faz o menor sentido. Se juntarmos os minutos em cena da pretensa atriz, não somam mais do que 10 minutos de filme. Fica evidente que a presença dela no poster, ao lado de Caio Castro, é uma tremenda jogada de marketing para atrair a atenção de mais gente para o filme. E o que falar da cena com "Ratinho"? É uma participação pequena, que não dura mais do que 2 minutos. Um figurante de luxo! Mas, por incrível que pareça, nenhum dos dois chegaram a protagonizar momentos de vergonha alheia no filme, mesmo com a pequena derrapada de Sabrina Sato com sua vã tentativa de cena dramática, no início do filme, bem artificial por sinal. Ambos tiveram atuações medianas, com as mesmas limitações de talento que costumamos observar em produções como Malhação.
Caio Castro, que protagoniza o filme, entrega uma atuação mediana, pauta nos limites de seu talento, nada excepciona, mas sem destaques, até mesmo porque não nada nesse roteiro que exija tanto dele ou de qualquer artista, em termos de dramaturgia. Destaque pelo esforço de Felipe Falanga, no papel de Max ainda criança, e também para Tato Gabus Mendes (o Sensei de Max), que conseguiu até desempenhar um bom papel, mesmo diante da pobreza narrativa imposta ao seu personagem, que pssa a maior parte do filme atuando como incentivador motivacional de Max, proferindo uma verdadeira coleção de frases feitas e piegas. A trilha sonora foi assinada pelo brilhante maestro João Carlos Martins, mas aproveitada de uma forma invasiva no filme. Faltou um pouco mais de sutileza na aplicação da trilha, que muitas vezes se torna redundante e intensa demais em cada cena.
Mas, de um modo geral, A Grande Vitória é um filme "assistível". Duvido muito que se torne o favorito de alguém, mas pode ser de especial relevância para aqueles que curtem filmes sobre esportes (tema pouco explorado em nosso cinema) e, claro, como filme motivacional para iniciantes no judô.
Faziam muitos anos que não via esse filme. Conheci em uma madrugada, no Corujão, quando ainda era adolescente. Cheguei a ter ele gravado em VHS, da própria Globo e depois de alguns anos, durante uma viagem, me deparei com o filme à venda em DVD. Comprei e ele permaneceu na minha estante por mais de 10 anos, até que eu finalmente decidi revê-lo hoje.
O filme tem um argumento bem peculiar: a história de uma nota de vinte dólares, desde o momento em que ela sai do caixa eletrônico até sua volta ao banco. Nesse meio tempo, a nota passa de mão em mão, influenciando direta e indiretamente as vidas de quem a possui.
O desenvolvimento é, em alguns momentos, lento, mas é uma história envolvente. O filme desperta a curiosidade do espectador desde os primeiros percalços da nota de 20 dólares e leva Cash - Em Busca do Dolar, à uma conclusão inesperada. É um filme que requer sensibilidade e atenção para ser visto e interpretado, pois há muito mais metáforas nessa trama do que simplicidade do enredo tenta transparecer.
Que filme espetacular. Assisti sem nenhuma expectativa e me surpreendi. Conta um das inúmeras visões sobre a Segunda Guerra que pouco são recontadas no cinema. Aqui, as cenas de ação servem para costurar uma história que permaneceu mascarada por muitos anos e tão desconhecida pelo público quanto esse filme: os muçulmanos, oriundos das colônias francesas na África, que lutaram pela liberdade do país no qual eles nunca haviam pisado, com esperança de serem tratados como iguais. A recompensa foi o esquecimento.
Poseidon
2.9 586 Assista AgoraAdoro filmes catástrofe e esse é um ótimo representante do gênero. Para esse tipo de filme o que se espera é a tensão, a claustrofobia e claro, cenas bem elaboradas de destruição e morte em massa. Poseidon cumpre bem todos esses elementos. É um ótimo blockbuster, diversão garantida para quem curte produções do gênero.
Já os quesitos roteiro e atuações, bem, isso deixamos para analisar em produções de arte ou filmes intermediários entre o blockbuster e o circuito alternativo. Isso aqui é para diversão, pura e simplesmente e se alguém tentar assisti-lo com o objetivo de analisar coerência e compromisso com a realidade, só me resta parafrasear Glória Perez: "Pobre de quem não consegue voar!"
PS: Para quem tiver o Blu-ray desde filme, super recomendo assistir ao documentário do History Channel incluído nos extras, que fala sobre as Ondas Gigantes, o fenômeno natural e altamente destrutivo que é o argumento desse filme.
Garotas Selvagens
3.1 357 Assista AgoraNão é "meu Deus, o filme da minha vida!", mas é bacana e principalmente, surpreendente, o que é bem raro em filmes desse gênero e com esse tipo de enredo.
Cartas na Mesa
3.6 113 Assista AgoraÉ um filme acima de tudo referencial, que somente terá aproveitamento pleno por amantes do Poker. Para um espectador comum, como eu, que sabe vários nada sobre o jogo e seus campeões mundiais, é apenas um filme com uma história comum e previsível. Há alguma tensão na história, mas nada que acontece ao longo da produção é algo realmente surpreendente. Mas se vc gosta de Poker e ainda não viu esse filme, está perdendo tempo, pois além de contar com a participação de personalidades do jogo, detalha (para quem conhece) estratégias e jogadas. Mas quem não conhece nada sobre o poker, pelo menos atingirá o entendimento pleno da expressão "Poker Face", haha
Longe Deste Insensato Mundo
3.6 232 Assista AgoraBom eu gosto de dramas. Dramas de época então... mas esse filme acabou sendo um pouco decepcionante, que vale ser conferido pela bela fotografia e a reconstrução de época, aspectos técnicos tão somente. Acho que esperava mais de uma personagem feminina a frente do próprio tempo, do que os dilemas superficiais apresentados na produção. Talvez uma duração maior teria feito alguma diferença, pois o resultado acabou sendo um filme de ritmo inconsistente (lento ao extremo na primeira hora e em ritmo alucinante na segunda) apresentando uma história rasa e tão esquecível quanto a protagonista, que no mesmo ritmo do longa, se transforma de mulher empoderada em uma submissa recatada do lar. Talvez o livro seja melhor, mas confesso que após o filme, tenho pouquíssima vontade de encarar o original literário.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraSe passaram 35 anos e ainda tem gente que assiste esse filme esperando uma grande produção de ação. Reclamar que Blade Runner dá sono é atestar que não possui qualquer familiaridade com ficção científica de qualidade. Alô nova geração: isso é ficção científica, não filme da Marvel pra ser engraçadinho (bem, ao menos para alguns deve ser) e muito menos filme de ação pra ser empolgante. Esse gênero é marcado por roteiros de grande imersão filosófica, feitos para vc assistir, contemplar e captar as mensagens que o enredo oferece para serem analisadas, pensadas, discutidas. Não é todo mundo que gosta e não é um gênero de massa, apesar de existirem sim, filmes scifi farofa. Isso é Blade Runner, uma experiência sensorial e filosófica. Se o que vc busca é entretenimento, pule para outro filme, simples!
Sobre as atuações (outra grande reclamação por aqui), bem já vi muito piores por aí em filmes que o povo baba; os de super-heróis então... mds. Harrison Ford nunca foi pra mim um profissional de atuações marcantes, mas conquistou papéis icônicos e ao meu ver, sempre deu conta do recado, entregando o que se esperava do talento dele. Aqui ele teve o mesmo desempenho regular que em outras produções, sem mais. Os demais membros do elenco também não entregam atuações espetaculares, mas também não beiram o amadorismo. Sean Young é pra mim o grande destaque, com uma atuação plastificada e nada expressiva, exatamente o que o seu papel exigia.
Eraserhead
3.9 922 Assista AgoraParafraseando Rose DeWitt Bukater, "há verdade, mas não há lógica". Essa frase de certa forma define bem Eraserhead, dirigido pelo mestre David Lynch, que já em seu primeiro trabalho impõe seu estilo bem particular de produzir cinema, uma visão essencialmente artística do audiovisual.
Eraserhead é um filme abstrato e passa longe de ser um filme para grandes massas. Diz-se incompreendido porque de fato, não há uma compreensão definitiva. É uma obra surreal, bizarra e angustiante, que retira o espectador de sua zona de conforto, confrontando cada um de um modo particular.
É bem possível que cada espectador tenha uma visão diferente dessa história e é natural inclusive divergir quanto ao gênero a que ela faz parte. Uns dirão que é um drama, outros terror, mas o fato é que por sua natureza abstrata, não é um filme que se encaixa perfeitamente em um gênero específico.
Para mim, o filme é uma alegoria sobe o caos moderno e a sociedade capitalista. Henry, o protagonista, é um personagem depressivo que vive as angústias do homem moderno, sem perspectivas e que se vê obrigado a um casamento após engravidar sua namorada. Ao longo do filme, Lynch espalha pistas para que possamos compreender seus objetivos artísticos, como por exemplo a cena em que Henry olha pela janela e percebe que ela está obstruída por tijolos, o que pra mim, simboliza que o protagonista não tem saída. A canção da mulher no aquecedor nos dá uma pista para compreender a conclusão da trama: "No céu tudo é perfeito".
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraÓtimo filme. Villeneuve conseguiu captar a essência e a atmosfera do clássico de Ridley Scott. Isso também se deve, claro, ao fato do roteiro ter sido escrito por Hampton Fancher, e Michael Green, a mesma dupla responsável pelo roteiro e produção do filme original. Mas ainda assim senti que a narrativa foi menos complexa do que a que conhecemos no filme de 1982, o que parece ser uma forma de tentar aproximar mais a trama ao público geral e vender o filme para as massas.
Mas se a narrativa é mais acessível, o mesmo não se pode dizer da condução do filme. Ele é esteticamente deslumbrante, mas a trama se arrasta por 2h45min com pouquíssimas cenas empolgantes, que acaba sendo o oposto do que a massa busca em uma produção de entretenimento. Para fãs de ficção científica, no entanto, é um deleite, cuja duração transcorre sem praticamente ser notada (eu que o diga).
Não achei a trama particularmente algo excepcional, pelo contrário. Quando o filme termina, fica aquela sensação de "era essa mesma a proposta do filme ou eu perdi algo no meio do caminho?". O que soma positivamente à simplicidade da trama é o plot twist proposto na reta final e algumas participações surpresas que cutucam ainda mais a nostalgia do espectador.
Sobre o elenco, creio que esse tenha sido o melhor filme do Ryan Gosling que já tive oportunidade de assistir. Considero ele um ator pouco expressivo, mas esse "defeito" acaba sendo o principal acerto e até essencial para sua atuação em Blade Runner.
O novo Blade Runner continua não sendo um filme para massas, por isso deve somar mais um grande prejuízo para estúdio, mas sem dúvida se tornará mais uma produção que no futuro será tão cultuada quanto o clássico de 1982 (vale lembrar, um fracasso retumbante de bilheteria e crítica, à época do lançamento).
Tom na Fazenda
3.7 368 Assista AgoraO filme é ótimo, mas para quem teve oportunidade de ver a peça, que é uma tradução do original que inspirou esse filme, é impossível não sentir falta do final original e das conclusões que ele apresenta. O filme ao menos não seguiu o clichê que parecia de formar ali pelo meio da história, mas ainda assim achei a conclusão um pouco decepcionante. Mas tirando isso, o filme possui uma ótima estética, um elenco de primeira e um desenvolvimento tão envolvente e hipnotizante quanto o da peça!
O Morro dos Ventos Uivantes
3.7 361 Assista Agora(PARA QUEM NÃO CONHECE A TRAMA, CONTÉM SPOILERS!)
Vamos lá. Acabei de ler o livro e imediatamente quis ver como essa obra fenomenal foi adaptada para o cinema. Oferta não falta, afinal na minha pesquisa localizei pelo menos 10 versões diferentes. Escolhi começar com essa por estar disponível no NET NOW e possuir uma avaliação razoavelmente boa, mas que decepção!
Houve uma preocupação grande, pelo que percebi, em agregar o máximo de situações importantes do livro à adaptação, No entanto, o tempo de duração curto fez com que tudo parecesse superficial demais. Não há tempo para desenvolver absolutamente nenhum personagem de forma satisfatória. Os membros da segunda geração, Cathy e especialmente Linton, poucas oportunidade tiveram de se estabelecer no longa. Linton, que mal aparece no filme, tem sua morte incluída na trama de forma tão acelerada, que alguém menos atento poderia não notar tal fato. Menos sorte teve Isabela Linton, cujo destino sequer foi mostrado no filme.
Quanto as alterações, elas estão por toda parte, desde coisas bobas, como a ordem em que os túmulos de Catherine, Heathcliff e Edgard é disposta, até a etnia de Heathcliff. Essas mudanças, por mais que incomodem, me soam até compreensíveis, considerando que nenhuma adaptação é totalmente fiel.
O que me surpreendeu foi observar furos no roteiro, como por exemplo, a aparente confusão do roteirista e do diretor, em se decidir se Lockwood estava ou não dormindo quando os galhos se chocaram contra a janela do quarto. No início do filme, a cena transcorre quando o mesmo estava lendo um dos diários de Catherine, No final, quando a cena é revisitada, observamos Lockwood dormindo até pouco antes de sair do quarto aos gritos. Cadê o editor que não viu isso?
Algumas inconsistências também puderam ser observadas quando decidiram resgatar no roteiro diálogos completos do livro. Seria um ponto positivo, mas que sem os eventos de referência, acabam perdendo um pouco do sentido, afinal boa parte da história foi limada.
É uma adaptação mal conduzida e roteirizada, que resulta num filme apático e superficial. Vale apenas pelo apelo visual e a trilha sonora, pois nem mesmo as atuações alcançaram minimamente o que se espera dos personagens, especialmente a Catherine de Juiette Binoche.
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraLevei muitos anos para finalmente decidir assistir à Corpo Fechado. Confesso que fiquei bem escaldado com os filmes do Shyamalan depois das decepções com A Vila e Sinais e passei a evitar filmes que tivessem a assinatura do indiano. Quando saiu o tal do "Depois da Terra", resolvi arriscar (afinal ali ele era só diretor, não roteirista), mas foi mais uma tremenda decepção.
Agora, 17 anos dps do lançamento, finalmente tomei coragem e assisti. Posso garantir que não há arrependimentos. O filme tem um ótimo desenvolvimento, bastante original na verdade e uma conclusão que passa longe de ser decepcionante.
Lenda Urbana
2.8 764Revi esses dias, muitos anos após ter visto pela última vez e continua sendo envolvente. A inesquecível cena de abertura, ao som de Total Eclipse of the Heart, inesquecível! E aquela rasgada referência à Dawson's Creek, na cena em que Damon (Joshua Jackson) liga o carro e se houve "I don't wanna wait".
Claro que nessas revisões, sempre nos deparamos com problemas e talvez o maior de todos nesse filme seja a atuação fraquíssima de Alicia Witt, que vive a protagonista Natalie.
Mas tirando esses detalhes, o filme continua transmitindo a mesma atmosfera de quase 20 anos atrás. Recomendo!
Resident Evil 6: O Capítulo Final
3.0 952 Assista AgoraSe você já viu todos os anteriores, acho que vale a pena ver esse. Mas se não viu nenhum, fique tranquilo, assista sem susto, porque eles foram jogados no ralo pelo roteiro mal concebido desse. Basta apenas conhecer o conceito, a história base (ver o primeiro da saga ajuda bem) que é possível entender todo o desenrolar, que diga-se de passagem, está longe de ser algo complexo. Só assisti porque foi a escolha dos amigos, pois nunca fiz questão de ver mais nenhum depois do terceiro e, sinceramente, não fez falta alguma não ter visto os filmes 4 e 5, considerando as "saídas" encontradas no roteiro desse filme, que consegue ter mais crateras que a superfície da lua. Tudo é muito clichê, as cenas de ação longe de serem empolgantes, assim como os zumbis/mutações. Tudo mais do mesmo, com o final que todos já esperavam desde o começo.
Rogue One: Uma História Star Wars
4.2 1,7K Assista AgoraUm bom filme. Se comparado com o Despertar da Força, de fato, é um filmaço, afinal aqui pelo menos temos uma história original e não um plágio pra enganar trouxas. Serve para tapar mais alguns dos inúmeros buracos de Uma Nova Esperança e fazer a ponte que faltava.
Tem ótimos efeitos, cenas de ação espetaculares. A profundidade dramática ainda é a mesma de um pires furado, se equiparando aos filmes de heróis da Marvel, com a vantagem de ser mais interessante, na minha opinião.
A protagonista, Jyn, deixa a desejar. Esperava que ela tivesse uma pegada mais pro lado da Rey, de o Despertar da Força, mas aqui temos só uma garota que vai seguindo para onde a empurrarem. Resumindo Jyn Erso: "Ok. Vi o videozinho do papai e ele mandou eu fazer isso. Então tá, deixa eu fingir que sou a 'Furiosa' e comandar meia dúzia de machos alfa com frases de efeito e botar pra foder nessa parada. Mas ó, Cassian, fica de olho tá, pq sou princesa da Disney e preciso ser salva por vc nos momentos mais tensos".
Os problemas da Jyn acabam mais evidenciados pela falta de expressividade da atriz Felicity Jones. Não conheço outros trabalhos dela, mas aqui ela não transmite um pingo de emoção. Não convence no drama e tampouco na posição de mulher forte, posição já bem frágil dada a péssima concepção da personagem.
Para quem curte Star Wars, considero esse spin-off indispensável para se ter uma experiência mais completa sobre o enredo do episódio 4: Uma Nova Esperança. Para os mais nostálgicos, temos breves aparições de personagens famosos, além da presença sempre imponente de Darth Vader, mesmo que apenas em cenas pontuais.
Spice World – O Mundo das Spice Girls
2.8 287Assim como os filmes de super herói (especialmente os da Marvel), esse não é um que merece algum tipo de análise de roteiro, afinal, ele é praticamente inexistente. O centro da história do filme é, basicamente, a ascensão das Spice Girls no mundo da música, com acréscimos de firulas e umas aventuras aqui e ali. O quinteto britânico aqui está elevado ao nível de Super-heroínas, lidando com adversidades e situações absurdas, mas gostosas de se ver. É um filme que sintetiza o sentimento de admiração dos fãs pela banda, totalmente nostálgico e indispensável para quem curtiu as Spice Girls. Para quem não vivenciou essa época, certamente parecerá tão chato, idiota e irrelevante quanto é para nós, nos dias de hoje, filmes de YouTubers como "É Fada" e "Internet - O Filme", mas para quem as conheceu, é um deleite. Viva o Girl Power!
Carruagens de Fogo
3.5 159Se não fossem pelas excelentes sequências esportivas (com belos planos em câmera lenta) e a incrível e marcante trilha sonora de Vangelis, Carruagens de Fogo seria um filme totalmente esquecível. Após finalmente assistir, me pergunto como um filme vazio, sem emoção alguma como esse pôde se consagrar vencedor do Oscar de Melhor Filme.
Os pretensos dramas e dilemas pessoais de Eric Liddell e Harold Abrahams são tão superficiais e enfadonhos, que não conseguem despertar interesse algum no espectador. Isso, somado ao desenvolvimento lento, resultado de um roteiro flagrantemente mal elaborado, fazem com que assistir esse filme se torne um verdadeiro exercício de paciência para o espectador.
Assista pelo menos uma vez na vida, pela trilha do Vangelis, o único Oscar realmente merecido, vencido por esse filme.
Gostosas, Lindas e Sexies
2.3 85O cartaz parecia vender a seguinte ideia: Sex and the City, versão plus-size nacional. Parecia ser uma proposta interessante, mesmo sendo um evidente pastelão. SÓ PARECIA.
Jesus, que filme MEDÍOCRE! Eu não consigo encontrar um adjetivo "melhor" para ele, sério. Do roteiro à edição, é tudo medíocre. Adoro cinema nacional, e confesso que não sou lá um grande fã de comédias populares, mas algumas ao menos exercem a função de divertir. Aqui, nesse filme, só consegue achar graça quem possui uma mente doentiamente preconceituosa. Pela proposta que ele tenta vender, o filme deveria discutir o preconceito contra pessoas que não são o padrão de bela da moda, de uma forma bem humorada, mas ao invés disso, apenas reforça o preconceito e ainda por cima faz piada com ele.
Não bastasse as dezenas de piadas dignas de vergonha alheia (algumas tão enraizadas no intelecto popular que é difícil não dar risada mesmo), predomina nesse a falta de roteiro. Temos 4 amigas e deveríamos ter um fio condutor para reunir essas histórias. DEVERÍAMOS, frise-se, pq se há algum fio condutor nessa história, eu ainda estou procurando. E olha que já faz semanas que vi essa coisa no cinema e resolvi segurar minha opinião para amadurecer minhas impressões.
O resultado é um filme sobre quatro personagens que tem suas histórias contadas como se estivéssemos acompanhando um capítulo solto de uma telenovela. Para conduzir a história central inexistente, as quatro são plus-size, mas isso é só um detalhe, porque o tempo todo a chamada "gordofobia" é motivo de piada, não de discussão. O que resta no final? O arrependimento de ter gasto algum centavo vendo essa tranqueira!
PS: Não podia deixar de mencionar que a ideia de colocar uma geladeira preconceituosa falante não só não é engraçado, como soou absurdamente ridículo.
O Rastro
2.7 214É inovador? Não. Mas apontem aí, qual filme de suspense (ou pseudo-terror) se mostrou inovador nos últimos anos? A última vez que me lembro de ter visto algo "inovador", foi no lançamento do primeiro "Bruxa de Blair". Depois disso, é sempre mais do mesmo. Abusa da trilha sonora angustiante e dos Jump Scary? Sim, sem dúvida, assim como dezenas de produções estrangeiras do gênero e que vejo muita gente por aí batendo palma e dizendo que é foda. Mas como foi produzido no Brasil, é tratado com desprezo? Por favor, melhore!
O Rastro tem uma direção bem executada, atuações de primeira (especialmente Leandra Leal) e um roteiro que supre o que se espera de um filme desse gênero. O cenário escolhido tem a dose certa de tenebrosidade para criar o clima propício para um filme de suspense, que é exatamente a proposta aqui: entreter através da tensão.
O mais interessante é que, apesar a produção seguir um direcionamento bem hollywoodiano, ele encontrou um meio termo para imprimir brasilidade ao roteiro. Estamos ali, sendo retratados, com uma evidente crítica social e política. O que realmente assusta, no final do filme, é ter a sensação de que o que houve com o personagem facilmente poderia ter acontecido na vida real aqui, no Brasil, sem que ninguém realmente soubesse.
Bruxa de Blair
2.4 1,0K Assista AgoraEntão... de fato é mais do mesmo, mas longe de ser o filme ruim que todos estão pintando. É basicamente uma cópia modernizada do filme original. Os personagens aqui contam com novas tecnologias que fazem com que o filme ganhe novos ângulos de filmagem, o que foi um acréscimo bom.
O problema é que refazer A Bruxa de Blair, se baseando na mesma ideia do original, um "found footage", não tem mais o mesmo efeito obtido em 1999. Naquela época, o público foi seduzido pelo marketing inteligente, que conseguiu vender a ideia de que o documentário era uma história real. O público correu aos cinemas acreditando que veriam os últimos dias de vida de um grupo de jovens cineastas desaparecidos. Foi uma fórmula de sucesso e se transformou em um dos filmes mais rentáveis da história do cinema.
Entretanto, nos dias de hoje, depois que tantos outros filmes já seguiram essa mesma fórmula e já ciente o publico que a lenda da Bruxa de Blair era na verdade fictícia, não há como se esperar que uma sequência apostando nesses mesmo plot fosse dotado de alguma originalidade.
O que posso dizer é que esse terceiro filme supera, infinitamente, o tosquíssimo A Bruxa de Blair 2. Ainda que cercado de todos os clichês do gênero e usando a mesma fórmula do primeiro filme, essa sequência até consegue dar uns sustinhos aqui e ali e criar uma leve tensão, mais pela técnica utilizada na filmagem, que acaba por envolver o espectador menos exigente que entrega à trama sem pensar nas comparações, do que efetivamente pelo enredo desenvolvido na tela.
O maior de todos os erros desse filme, na minha opinião, foi repetir o mesmo deslize que M. Night Shyamalan cometeu em 'Sinais': dar ao público uma imagem do elemento de mistério, o perseguidor. Um dos maiores acertos do original foi sua sutil decisão de não revelar a face da referida Bruxa, algo que este filme também poderia ter mantido. Mas ao invés disso, optaram por dar ao espectador um pequeno vislumbre, mesmo que rápido, da bruxa que, até então, não tinha uma forma definida.
Diferente da sequência de 2000 (por sinal, totalmente ignorada nesse filme), essa eu até considero válida ser conferida, pela nostalgia e pelo clima macabro que Bruxa de Blair consegue despertar, mesmo não sendo nem um pouco original em sua execução.
The Rocky Horror Picture Show
4.1 1,3K Assista AgoraEntão, levei anos para ver esse filme. Tinha um pé atrás por se tratar de um musical, gênero que, confesso, ainda torço o nariz, apesar de gostar bastante de alguns (Noviça Rebelde, Mágico de Oz, Evita e Moulin Rouge, pra ser mais exato). Mas Rocky Horror Picture Show com certeza não vai entrar para esse meu seleto hall de musicais preferidos.
O filme é uma colagem de números musicais bem executados, com situações extravagantes e bizarras, que não parecem ter sentido algum. É como se o filme todo fosse uma grande colagem de videoclipes com uma história como fio condutor, mas cuja história é subdesenvolvida em favor do bizarro. E olha que eu estou habituado à produções bizarras, não atoa sou fã de David Lynch. Mas o que sobra no trabalho de Lynch, na minha opinião, falta aqui: carisma, inteligência e atmosfera condizente.
Quem salvou o filme pra mim foi o talentosíssimo Tim Curry, que está impagável no papel do bizarro protagonista transexual e carrega o filme inteiro nas costas sem muito esforço. Mas apesar de ter esbanjado seu talento no papel, o roteiro mal conduzido acaba por prejudicar o todo, ao meu ver.
The Rocky Horror Picture Show não me conquistou, mais pela falta de eloquência da narrativa do que pelo exagero no bizarro. Entendo que este filme deve ter causado um certo impacto na época de sua estréia, mas em mim teve apenas o efeito "que porra é esta?". Mesmo sendo uma produção de 1h40min, o filme para mim parecia durar uma eternidade. E quando terminou, me dei conta de que pouco havia compreendido da proposta do filme.
THX 1138
3.5 200 Assista AgoraEu realmente devo ter problemas com filmes distópicos e futuristas como esse. Assisti à THX 1138 e tive a mesma sensação de quando quando assisti ao clássico Tron: um filme com uma história interessante, mas que em nenhum momento conseguiu me conquistar; e em certos momentos, me pareceu confuso demais.
Dos clássicos da ficção, como esse, acredito que Blade Runner foi realmente um dos poucos que conseguiu me atrair, mesmo com esse tradicional ritmo lento que embala produções do gênero, especialmente aqueles produzidos antes dos anos 90.
De George Lucas, realmente, acho que fico apenas com os Star Wars.
De Repente 30
3.5 2,1K Assista AgoraFilme divertido, simples e despretensioso. Jennifer Garner demonstra versatilidade num papel que, apesar de pouco exigente, necessitava de uma atuação que convencesse o espectador de que ela era uma mulher de 30 com mentalidade de uma menina de 13, desempenho atingido muito bem pela atriz, que também soube balancear essa falta de maturidade mesmo nos momentos do filme em que se exigia da personagem um atitude mais adulta. Mark Ruffalo também está muito bem, com seu simpático personagem fazendo uma ótima dupla com Jennifer Garner.
A trilha sonora é um atrativo a parte, especialmente para quem curte os sucessos dos anos 80 revisitados no filme. Aqui não cabe analises profundas, mas 'De Repente 30' tb trás lá suas mensagens positivistas sobre maturidade, escolhas e futuro. De um modo geral, um filme divertido, daqueles que dá pra ver e rever sem enjoar.
A Grande Vitória
2.5 116A vantagem de se assistir a um filme com as expectativas lá embaixo é que as chances de vc se decepcionar são igualmente pequenas. Foi assim que eu decidi encarar o filme A Grande Vitória.
O filme está longe de ser uma produção de destaque do nosso cinema. A história em si não é nada original, mas chega a despertar certo interesse: a jornada de superação de uma criança problemática que encontra no judô a chance de um futuro melhor. Até aí, tudo bem, pode render até um filme interessante. Mas o problema começa com a escolha do atleta a ser retratado nas telas, "Max Trombini", nome irrelevante, um autêntico "WHO?" para o grande público. Sim, Max Trombini é um atleta real, que inclusive atua no filme, no papel de um professor de edução física. Pode ser que seu nome seja reconhecido dentre aqueles que fazem parte do meio do judô, mas não o é para uma pessoa comum. A Grande Vitória, por mais que seja tecnicamente bem produzido, não consegue despertar empatia. A evidente ansiedade do diretor Stefano Capuzzi Lapietra em abraçar o mundo na narrativa do filme, acabou resultando em uma produção superficial e apressada, mas que ao mesmo tempo tem se arrasta em um ritmo lento, especialmente no segundo e terceiro atos. O roteiro foi mal construído e tem mais buracos do que a camada de ozônio!
Noto que aqui no Filmow, muita gente dá destaque demais a presença de Sabrina Sato no elenco do filme, o que para mim não faz o menor sentido. Se juntarmos os minutos em cena da pretensa atriz, não somam mais do que 10 minutos de filme. Fica evidente que a presença dela no poster, ao lado de Caio Castro, é uma tremenda jogada de marketing para atrair a atenção de mais gente para o filme. E o que falar da cena com "Ratinho"? É uma participação pequena, que não dura mais do que 2 minutos. Um figurante de luxo! Mas, por incrível que pareça, nenhum dos dois chegaram a protagonizar momentos de vergonha alheia no filme, mesmo com a pequena derrapada de Sabrina Sato com sua vã tentativa de cena dramática, no início do filme, bem artificial por sinal. Ambos tiveram atuações medianas, com as mesmas limitações de talento que costumamos observar em produções como Malhação.
Caio Castro, que protagoniza o filme, entrega uma atuação mediana, pauta nos limites de seu talento, nada excepciona, mas sem destaques, até mesmo porque não nada nesse roteiro que exija tanto dele ou de qualquer artista, em termos de dramaturgia. Destaque pelo esforço de Felipe Falanga, no papel de Max ainda criança, e também para Tato Gabus Mendes (o Sensei de Max), que conseguiu até desempenhar um bom papel, mesmo diante da pobreza narrativa imposta ao seu personagem, que pssa a maior parte do filme atuando como incentivador motivacional de Max, proferindo uma verdadeira coleção de frases feitas e piegas. A trilha sonora foi assinada pelo brilhante maestro João Carlos Martins, mas aproveitada de uma forma invasiva no filme. Faltou um pouco mais de sutileza na aplicação da trilha, que muitas vezes se torna redundante e intensa demais em cada cena.
Mas, de um modo geral, A Grande Vitória é um filme "assistível". Duvido muito que se torne o favorito de alguém, mas pode ser de especial relevância para aqueles que curtem filmes sobre esportes (tema pouco explorado em nosso cinema) e, claro, como filme motivacional para iniciantes no judô.
Cash: Em Busca do Dolar
3.2 16Faziam muitos anos que não via esse filme. Conheci em uma madrugada, no Corujão, quando ainda era adolescente. Cheguei a ter ele gravado em VHS, da própria Globo e depois de alguns anos, durante uma viagem, me deparei com o filme à venda em DVD. Comprei e ele permaneceu na minha estante por mais de 10 anos, até que eu finalmente decidi revê-lo hoje.
O filme tem um argumento bem peculiar: a história de uma nota de vinte dólares, desde o momento em que ela sai do caixa eletrônico até sua volta ao banco. Nesse meio tempo, a nota passa de mão em mão, influenciando direta e indiretamente as vidas de quem a possui.
O desenvolvimento é, em alguns momentos, lento, mas é uma história envolvente. O filme desperta a curiosidade do espectador desde os primeiros percalços da nota de 20 dólares e leva Cash - Em Busca do Dolar, à uma conclusão inesperada. É um filme que requer sensibilidade e atenção para ser visto e interpretado, pois há muito mais metáforas nessa trama do que simplicidade do enredo tenta transparecer.
Dias de Glória
3.8 26Que filme espetacular. Assisti sem nenhuma expectativa e me surpreendi. Conta um das inúmeras visões sobre a Segunda Guerra que pouco são recontadas no cinema. Aqui, as cenas de ação servem para costurar uma história que permaneceu mascarada por muitos anos e tão desconhecida pelo público quanto esse filme: os muçulmanos, oriundos das colônias francesas na África, que lutaram pela liberdade do país no qual eles nunca haviam pisado, com esperança de serem tratados como iguais. A recompensa foi o esquecimento.