Somente alguém do calibre de Steven Spielberg, um declarado amante do cinema clássico dos EUA e também um revolucionário que transformou a sétima arte nos anos 70, conseguiria entregar um longa como este.
O remake(de um dos maiores sucessos do cinema norte-americano) abraça fortemente o que foi feito e funcionou nos anos 60. As músicas, coreografias e atmosfera nos transportam para outra época, o espectador realmente parece assistir a um musical da Era de Ouro. Dito isso, deve-se citar que o longa consegue fazer inteligentes alterações e acréscimos que tornam a obra mais atual. O novo "Amor, Sublime Amor" respira o clássico, mas também conversa muito com musicais atuais(há boas semelhanças com Em um Bairro de Nova York, também de 2021) e igualmente com a intolerância, xenofobia, violência e conflitos do século XXI.
Falta o encantamento arrebatador e o frescor criativo do filme original? Sim. Contudo, não dá para não reconhecer os méritos gigantescos de uma obra incrivelmente bem dirigida e dona de tamanhos acertos.
Uma história de amor, briga entre gangues/povos e canto/dança que revelam a vontade da alma de encontrar lugar e espaço para ser feliz. Desde "Munique" não víamos um trabalho de Spielberg de um nível tão alto. O cinema agradece.
A mulher na era medieval no Rashomon de Ridley Scott.
As diferentes formas de ver os fatos revelam muito sobre os personagens e como o mundo os enxerga. As alterações são pequenas, mas o que de fato aconteceu fica claro. A vítima abraça seu solitário silêncio em meio a vazia celebração. Brutal. Em mais de um sentido. Melhor filme do diretor em 20 anos.
Paul Thomas Anderson filma com gigantesca beleza o brilho da paixão nos olhares e a espontaneidade de uma atraente, inusitada e conflitante relação. Os dois protagonistas colorem lindamente esses anos 70 recriado com muito detalhismo, dono de cenas episódicas imprevisíveis, particularidades e personagens exóticos.
Um presente de apostas e um futuro de incertezas. Correr ao encontro de quem faz seu coração vibrar parece ser a única escolha certeira nessa época de tamanhas incertezas. Viva e deixe morrer.
Outro encantador trabalho do grande diretor norte-americano. Um dos melhores filmes de sua temporada.
O interno e o externo como um só numa jornada medieval mística onde o medo e a podridão são materializados pelo inexplicável. Aventura deveras original e sombria, lindamente fotografada. Novo interessantíssimo trabalho do talentoso David Lowery.
A justiça com o passado e o amor vencendo o medo da perda no presente. O carinho gigantesco pelas mulheres(muito mais responsáveis e fortes que os homens) transborda nesta obra sobre busca por independência/realização feminina e a experiência transformadora de ser mãe. Os "novelões" de Almodóvar seguem encantando.
"Os Olhos de Tammy Faye" abraça a caricatura em sua narrativa ao entender o caráter excêntrico de seus personagens. Essa opção minimiza as fragilidades, porém na parte final o filme se entrega ao que há de pior no gênero das cinebiografias. Chastain brilha solitariamente.
O título brasileiro diz muito sobre o filme, o longa do Butão aborda com bastante sensibilidade a importância do conhecimento e também a transformação mútua que nasce através do genuíno contato humano. Bonita e emocionante obra.
A luta por dignidade e sobrevivência financeira num universo de ambição, exploração e crueldade. A magia aqui surge em forma de trapaça. A atmosfera sombria e os atos monstruosos típicos do cinema de Del Toro funcionam muito bem neste moderno noir. Cate Blanchett em cena é ♡.
Os dois lados dos bons exemplos e das boas intenções. Uma bola de neve de omissões e erros. O desespero em se manter esperançoso num mundo que pune com rigor - que sempre parece contaminado em algum nível por motivações egoístas.
"Procurando Elly", "O Passado" e "A Separação", especialmente esses 3, já tinham mostrado a capacidade absurda do iraniano em criar sensacionais filmes sobre crescentes e envolventes conflitos humanos.
Novo complexo e poderoso roteiro de Farhadi. Não há nenhuma dúvida que o cineasta está entre os melhores roteiristas e também, claro, entre os maiores diretores da atualidade. Grandíssimo longa.
Os ciclos e sua finitude. O nascer constante de novas paixões e desejos. Recomeçar como sinônimo de existir. Joachim Trier filma dores profundas e a poesia dos momentos cotidianos com enorme paixão. A vida em toda sua ironia, incerteza e beleza.
Gosto de "Thelma" e "Mais Forte que Bombas", mas eu estava com saudade de ver um novo trabalho do diretor com a qualidade de "Oslo, 31 de Agosto". "A Pior Pessoa do Mundo" nos cativa facilmente com seu ritmo, humanidade(que nos proporciona identificação com os dilemas dos personagens), caráter reflexivo, humor e força dramática.
Belíssimo filme. Sem dúvida alguma está entre os mais poderosos de sua temporada.
A luta por sobrevivência e a busca por paz com a própria individualidade. A real identidade e sexualidade vivendo sob as sombras da opressão e do medo de desaprovação. Rica história(em forma e conteúdo) sobre resistentes e os traumas de um mundo contaminado por conflitos.
Belíssimo documentário animado. Valsa com Bashir e A Imagem que Falta já tinham mostrado como as possibilidades fantasiosas/imaginativas da animação e o forte realismo do documentário podem funcionar muitíssimo bem juntos.
As descobertas, prazeres e dores da juventude. Personagens deveras humanos e sentimentos mais que palpáveis protagonizam passagens memoráveis. Carta de amor super pessoal de Sorrentino a Nápoles oitentista. Don Diego Maradona ficaria orgulhosíssimo.
O premiadíssimo "A Grande Beleza" abriu as portas para que o mundo conhecesse Paolo Sorrentino e "Juventude", com os gigantes Michael Caine e Harvey Keitel, me fez valorizar mais o talento do diretor. Muito bom assistir agora um novo grande trabalho do importante diretor italiano. Um dos mais belos filmes de seu ano.
Surpreende com suas sugestões e caminhos, brinca com gêneros e nos emociona graças a sua sensibilidade. "Pig" é o veículo perfeito para Nicolas Cage voltar a entregar uma belíssima performance, a mais contida e uma das melhores atuações da carreira do astro.
Não Olhe Para Cima ou como aprendi a menosprezar e amar o cometa.
Sátira apocalíptica envolvente sobre a predominância da futilidade e a irresponsabilidade dos governantes no mundo atual. O grande elenco e o cinema cheio de firulas de Adam McKay funcionam muito bem nessa caótica história.
Carreira, comunismo e casamento numa história que atira para diversos lados, mas que só se torna minimamente interessante por se dedicar a mostrar o complexo funcionamento dos bastidores de um clássico da TV. A jornada de uma estrela numa limitada cinebiografia.
Formalmente o mais rigoroso dos filmes dos Coen(considerando os trabalhos dos dois cineastas), não há espaço para o habitual humor negro. "A Tragédia de Macbeth" respira cinema grandioso, com a cara do passado. A fome por poder numa profética jornada sangrenta. A atmosfera macabra, que parece aproximar a morte de todos, contamina cada ambiente e personagem. Universo deveras fascinante, maravilhosamente construído.
Gênios da sétima arte como Akira Kurosawa, Roman Polanski e Orson Welles já deram suas versões dessa mesma história em longas de alto nível. Agora, foi a vez de um dos brilhantes irmãos entregar uma nova belíssima adaptação da clássica obra de Shakespeare.
Todo lançamento dos Coen é algo deveras especial. "A Tragédia de Macbeth" só reafirmou e me fez lembrar o motivo deles serem os meus diretores favoritos da atualidade(ao lado de Scorsese).
Direção, fotografia e atuações marcantes. Um dos melhores filmes de seu ano.
Roubar um pedaço do passado e olhar profundamente dentro de si. Uma história que carrega a enorme complexidade de ser mãe. Um filme sobre algo que vem antes disso e não se pode fugir: ser você mesma. O "maravilhoso" diz tudo. Define inclusive sobre como é assistir Olivia Colman.
Frio e distante em sua maior parte, demora a engrenar, mas possui cenas realmente tocantes que compensam. Uma amizade construída na cumplicidade do silêncio e através do tempo. Filme sensível e dono de um bonito olhar otimista sobre o futuro.
O sonho como refúgio. O terror revelador conversa com a mente e aparece nas esquinas no novo cotidiano. Encarar o terreno da loucura torna-se o meio para lidar com os demônios do passado e o medo paralisante. Outra deliciosa insanidade de Edgar Wright.
Lana Wachowski usa o passado para o despertar do presente. O filme foge da zona de conforto do universo, usa a metalinguagem para tecer duras e inteligentes críticas e atualiza a saga lindamente para o mundo de hoje. Um triunfo do amor e da coragem - em diferentes sentidos.
Arte, história, nostalgia e despedida numa obra esquecível.
Longa ambicioso, "A Crônica Francesa" jamais deixa de ser um filme totalmente preso e limitado pelos cacoetes já conhecidos do diretor. Sobra virtuosismo técnico, mas falta brilho e capacidade de conexão com o espectador. Decepcionante.
"Annette" canta sobre amor e dor, mostra a arte que profetiza e reflete em si mesma o mais íntimo e venenoso de seus criadores. Uma história acompanhada de perto por incontáveis olhares e cercada por assombrações. Musical especialíssimo do gigante Leos Carax.
Adam Driver entrega(novamente) um excelente atuação. Não há a menor dúvida que o ator está entre os melhores da atualidade. Marion Cotillard(também talentosíssima) está ótima.
Leos Carax não erra, impressiona a regularidade absurda do cineasta. Assistam tudo que puderem do francês.
Filme de poderosos sentimentos(me emocionei bem em alguns momentos) e muito bom humor(gargalhei alto em certas cenas). "CODA" fala sobre querer se sentir incluído e também sobre se sacrificar e deixar ir por amor. Provavelmente, a obra de maior coração da temporada.
Um drama sem pudor de mostrar sua grande vontade de inspirar. "King Richard" passa um pouco do ponto nas frases motivacionais e momentos que buscam demais que Will Smith nos emocione, mas consegue nos manter interessados na jornada de uma família preta que abraça a total dedicação para vencer na vida.
Amor, Sublime Amor
3.4 355 Assista AgoraO velho e o novo em "Amor, Sublime Amor".
Somente alguém do calibre de Steven Spielberg, um declarado amante do cinema clássico dos EUA e também um revolucionário que transformou a sétima arte nos anos 70, conseguiria entregar um longa como este.
O remake(de um dos maiores sucessos do cinema norte-americano) abraça fortemente o que foi feito e funcionou nos anos 60. As músicas, coreografias e atmosfera nos transportam para outra época, o espectador realmente parece assistir a um musical da Era de Ouro. Dito isso, deve-se citar que o longa consegue fazer inteligentes alterações e acréscimos que tornam a obra mais atual.
O novo "Amor, Sublime Amor" respira o clássico, mas também conversa muito com musicais atuais(há boas semelhanças com Em um Bairro de Nova York, também de 2021) e igualmente com a intolerância, xenofobia, violência e conflitos do século XXI.
Falta o encantamento arrebatador e o frescor criativo do filme original? Sim. Contudo, não dá para não reconhecer os méritos gigantescos de uma obra incrivelmente bem dirigida e dona de tamanhos acertos.
Uma história de amor, briga entre gangues/povos e canto/dança que revelam a vontade da alma de encontrar lugar e espaço para ser feliz.
Desde "Munique" não víamos um trabalho de Spielberg de um nível tão alto. O cinema agradece.
.
Excelente.
O Último Duelo
3.9 326A mulher na era medieval no Rashomon de Ridley Scott.
As diferentes formas de ver os fatos revelam muito sobre os personagens e como o mundo os enxerga. As alterações são pequenas, mas o que de fato aconteceu fica claro. A vítima abraça seu solitário silêncio em meio a vazia celebração.
Brutal. Em mais de um sentido. Melhor filme do diretor em 20 anos.
.
Muito Bom.
Licorice Pizza
3.5 598O não-romance romântico.
Paul Thomas Anderson filma com gigantesca beleza o brilho da paixão nos olhares e a espontaneidade de uma atraente, inusitada e conflitante relação.
Os dois protagonistas colorem lindamente esses anos 70 recriado com muito detalhismo, dono de cenas episódicas imprevisíveis, particularidades e personagens exóticos.
Um presente de apostas e um futuro de incertezas. Correr ao encontro de quem faz seu coração vibrar parece ser a única escolha certeira nessa época de tamanhas incertezas.
Viva e deixe morrer.
Outro encantador trabalho do grande diretor norte-americano. Um dos melhores filmes de sua temporada.
.
Excelente.
A Lenda do Cavaleiro Verde
3.6 475 Assista AgoraO caminho da honra.
O interno e o externo como um só numa jornada medieval mística onde o medo e a podridão são materializados pelo inexplicável.
Aventura deveras original e sombria, lindamente fotografada. Novo interessantíssimo trabalho do talentoso David Lowery.
.
Muito Bom.
Mães Paralelas
3.7 411As lacunas de nossas histórias.
A justiça com o passado e o amor vencendo o medo da perda no presente. O carinho gigantesco pelas mulheres(muito mais responsáveis e fortes que os homens) transborda nesta obra sobre busca por independência/realização feminina e a experiência transformadora de ser mãe.
Os "novelões" de Almodóvar seguem encantando.
.
Muito Bom.
Os Olhos de Tammy Faye
3.3 177 Assista AgoraEntre ilusões e contradições.
"Os Olhos de Tammy Faye" abraça a caricatura em sua narrativa ao entender o caráter excêntrico de seus personagens. Essa opção minimiza as fragilidades, porém na parte final o filme se entrega ao que há de pior no gênero das cinebiografias.
Chastain brilha solitariamente.
.
Fraco.
A Felicidade das Pequenas Coisas
4.0 96 Assista AgoraTocando o futuro.
O título brasileiro diz muito sobre o filme, o longa do Butão aborda com bastante sensibilidade a importância do conhecimento e também a transformação mútua que nasce através do genuíno contato humano.
Bonita e emocionante obra.
.
Muito Bom.
O Beco do Pesadelo
3.5 496 Assista AgoraA selvageria humana.
A luta por dignidade e sobrevivência financeira num universo de ambição, exploração e crueldade. A magia aqui surge em forma de trapaça.
A atmosfera sombria e os atos monstruosos típicos do cinema de Del Toro funcionam muito bem neste moderno noir. Cate Blanchett em cena é ♡.
.
Muito Bom.
Um Herói
3.9 56 Assista AgoraA moralidade e seus muitos desvios.
Os dois lados dos bons exemplos e das boas intenções. Uma bola de neve de omissões e erros. O desespero em se manter esperançoso num mundo que pune com rigor - que sempre parece contaminado em algum nível por motivações egoístas.
"Procurando Elly", "O Passado" e "A Separação", especialmente esses 3, já tinham mostrado a capacidade absurda do iraniano em criar sensacionais filmes sobre crescentes e envolventes conflitos humanos.
Novo complexo e poderoso roteiro de Farhadi. Não há nenhuma dúvida que o cineasta está entre os melhores roteiristas e também, claro, entre os maiores diretores da atualidade.
Grandíssimo longa.
.
Excelente.
A Pior Pessoa do Mundo
4.0 607 Assista AgoraOs tempos da vida.
Os ciclos e sua finitude. O nascer constante de novas paixões e desejos. Recomeçar como sinônimo de existir.
Joachim Trier filma dores profundas e a poesia dos momentos cotidianos com enorme paixão. A vida em toda sua ironia, incerteza e beleza.
Gosto de "Thelma" e "Mais Forte que Bombas", mas eu estava com saudade de ver um novo trabalho do diretor com a qualidade de "Oslo, 31 de Agosto".
"A Pior Pessoa do Mundo" nos cativa facilmente com seu ritmo, humanidade(que nos proporciona identificação com os dilemas dos personagens), caráter reflexivo, humor e força dramática.
Belíssimo filme. Sem dúvida alguma está entre os mais poderosos de sua temporada.
.
Excelente.
Flee: Nenhum Lugar Para Chamar de Lar
4.3 129 Assista AgoraUm lar para sua plenitude.
A luta por sobrevivência e a busca por paz com a própria individualidade.
A real identidade e sexualidade vivendo sob as sombras da opressão e do medo de desaprovação.
Rica história(em forma e conteúdo) sobre resistentes e os traumas de um mundo contaminado por conflitos.
Belíssimo documentário animado. Valsa com Bashir e A Imagem que Falta já tinham mostrado como as possibilidades fantasiosas/imaginativas da animação e o forte realismo do documentário podem funcionar muitíssimo bem juntos.
Um dos mais potentes filmes de sua temporada.
.
Excelente.
A Mão de Deus
3.6 189A magia napolitana.
As descobertas, prazeres e dores da juventude. Personagens deveras humanos e sentimentos mais que palpáveis protagonizam passagens memoráveis.
Carta de amor super pessoal de Sorrentino a Nápoles oitentista. Don Diego Maradona ficaria orgulhosíssimo.
O premiadíssimo "A Grande Beleza" abriu as portas para que o mundo conhecesse Paolo Sorrentino e "Juventude", com os gigantes Michael Caine e Harvey Keitel, me fez valorizar mais o talento do diretor. Muito bom assistir agora um novo grande trabalho do importante diretor italiano.
Um dos mais belos filmes de seu ano.
.
Excelente.
Pig: A Vingança
3.5 306Coração em repouso.
Surpreende com suas sugestões e caminhos, brinca com gêneros e nos emociona graças a sua sensibilidade.
"Pig" é o veículo perfeito para Nicolas Cage voltar a entregar uma belíssima performance, a mais contida e uma das melhores atuações da carreira do astro.
.
Muito Bom.
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraNão Olhe Para Cima ou como aprendi a menosprezar e amar o cometa.
Sátira apocalíptica envolvente sobre a predominância da futilidade e a irresponsabilidade dos governantes no mundo atual.
O grande elenco e o cinema cheio de firulas de Adam McKay funcionam muito bem nessa caótica história.
.
Muito Bom.
Apresentando os Ricardos
3.2 179Celebrando Lucille Ball.
Carreira, comunismo e casamento numa história que atira para diversos lados, mas que só se torna minimamente interessante por se dedicar a mostrar o complexo funcionamento dos bastidores de um clássico da TV.
A jornada de uma estrela numa limitada cinebiografia.
.
Regular.
A Tragédia de Macbeth
3.7 192 Assista AgoraDelírio, pecado e condenação.
Formalmente o mais rigoroso dos filmes dos Coen(considerando os trabalhos dos dois cineastas), não há espaço para o habitual humor negro. "A Tragédia de Macbeth" respira cinema grandioso, com a cara do passado.
A fome por poder numa profética jornada sangrenta. A atmosfera macabra, que parece aproximar a morte de todos, contamina cada ambiente e personagem. Universo deveras fascinante, maravilhosamente construído.
Gênios da sétima arte como Akira Kurosawa, Roman Polanski e Orson Welles já deram suas versões dessa mesma história em longas de alto nível. Agora, foi a vez de um dos brilhantes irmãos entregar uma nova belíssima adaptação da clássica obra de Shakespeare.
Todo lançamento dos Coen é algo deveras especial. "A Tragédia de Macbeth" só reafirmou e me fez lembrar o motivo deles serem os meus diretores favoritos da atualidade(ao lado de Scorsese).
Direção, fotografia e atuações marcantes. Um dos melhores filmes de seu ano.
.
Excelente.
A Filha Perdida
3.6 573A ambígua felicidade.
Roubar um pedaço do passado e olhar profundamente dentro de si. Uma história que carrega a enorme complexidade de ser mãe. Um filme sobre algo que vem antes disso e não se pode fugir: ser você mesma.
O "maravilhoso" diz tudo. Define inclusive sobre como é assistir Olivia Colman.
Bela estreia de Maggie Gyllenhaal como diretora.
.
Muito Bom.
Drive My Car
3.8 386 Assista AgoraArte e luto como companheiros de estrada.
Frio e distante em sua maior parte, demora a engrenar, mas possui cenas realmente tocantes que compensam.
Uma amizade construída na cumplicidade do silêncio e através do tempo.
Filme sensível e dono de um bonito olhar otimista sobre o futuro.
.
Bom.
Noite Passada em Soho
3.5 747 Assista AgoraO pesadelo da inadequação.
O sonho como refúgio. O terror revelador conversa com a mente e aparece nas esquinas no novo cotidiano. Encarar o terreno da loucura torna-se o meio para lidar com os demônios do passado e o medo paralisante.
Outra deliciosa insanidade de Edgar Wright.
.
Muito Bom.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista AgoraNostalgia, ressignificação e recomeço.
Lana Wachowski usa o passado para o despertar do presente. O filme foge da zona de conforto do universo, usa a metalinguagem para tecer duras e inteligentes críticas e atualiza a saga lindamente para o mundo de hoje. Um triunfo do amor e da coragem - em diferentes sentidos.
.
Muito Bom.
A Crônica Francesa
3.5 287 Assista AgoraArte, história, nostalgia e despedida numa obra esquecível.
Longa ambicioso, "A Crônica Francesa" jamais deixa de ser um filme totalmente preso e limitado pelos cacoetes já conhecidos do diretor. Sobra virtuosismo técnico, mas falta brilho e capacidade de conexão com o espectador.
Decepcionante.
.
Fraco.
Annette
3.5 118 Assista AgoraMúsica, luz e trevas.
"Annette" canta sobre amor e dor, mostra a arte que profetiza e reflete em si mesma o mais íntimo e venenoso de seus criadores.
Uma história acompanhada de perto por incontáveis olhares e cercada por assombrações.
Musical especialíssimo do gigante Leos Carax.
Adam Driver entrega(novamente) um excelente atuação. Não há a menor dúvida que o ator está entre os melhores da atualidade.
Marion Cotillard(também talentosíssima) está ótima.
Leos Carax não erra, impressiona a regularidade absurda do cineasta. Assistam tudo que puderem do francês.
Um dos melhores filmes de 2021.
.
Excelente.
No Ritmo do Coração
4.1 754 Assista AgoraA linguagem do amor.
Filme de poderosos sentimentos(me emocionei bem em alguns momentos) e muito bom humor(gargalhei alto em certas cenas).
"CODA" fala sobre querer se sentir incluído e também sobre se sacrificar e deixar ir por amor. Provavelmente, a obra de maior coração da temporada.
.
Muito Bom.
King Richard: Criando Campeãs
3.8 409O pai das rainhas.
Um drama sem pudor de mostrar sua grande vontade de inspirar. "King Richard" passa um pouco do ponto nas frases motivacionais e momentos que buscam demais que Will Smith nos emocione, mas consegue nos manter interessados na jornada de uma família preta que abraça a total dedicação para vencer na vida.
.
Simpático.