"Unable to perceive the shape of you, I find you all around me. Your presence fills my eyes with your love. It humbles my heart, for you are everywhere." Sally Hawkins numa performance sem palavras, mas mais tocante do que muitas que já vi. Um filme doce e lindo.
Achei os primeiros episódios bem pretensiosos e chatos. Pensei que fosse continuar assim, e, deliciosamente, me enganei. À medida em que os episódios vão decorrendo, e a trama vai se expandindo, Dark se torna cada vez mais interessante. À parte dos principais temas
[/spoiler] - viagem no tempo, paradoxo, destino e livre arbítrio -,[spoiler]
também apresentou uma miscelânea de personagens todas enlaçadas numa só narrativa; achei isso muito legal. Outra coisa bem interessante foi como o caráter de algumas personagens e seus dramas pessoais foram explorados: isso enriqueceu bem a história.
[/spoiler]A obsessão de Hannah por Ulrich e o quão longe ela estava disposta a ir motivada por essa obsessão; a alusão ao romance lésbico entre Agnes Nielsen e Doris, na zona temporal de 1953; a pobre Regina, assombrada pelo bullying de Katharina d Ulrich, mesmo anos mais tarde. Tudo, claro, sem perder o foco nos temas principais já mencionados. Fascinantes os papos entre o Jonas mais velho e o cientista lá. Não gostei muito do final, porque uma quarta linha temporal (no futuro) pode vir a tornar maçante a narrativa.[spoiler]
Ainda muitas perguntas não respondidas; espero que a segunda temporada mantenha a qualidade narrativa da primeira.
Christopher Marlowe gay é vampiro, interpretado pelo John Hurt. Tilda Swindon e Mia Wasikowska no mesmo filme, ambas com cabelo frisado e sede de sangue. O que mais eu poderia pedir?
Sensacional. Magistral. Essa temporada foi simplesmente perfeita. Claire Foy mais uma vez arrasando no papel de Elizabeth II; destaques para Vanessa Kirby, no espetacular papel da controversa e geniosa Princesa Margaret e Victoria Hamilton, como a Rainha Mãe
[/spoiler](vide o monólogo dela no episódio 5, "Marionettes", em que ela discute como o monarca inglês tem sido depravado de seu poder ao longo dos séculos, até ser reduzido a "nada, marionetes"; a complexidade e poder daquela cena, pra mim, só compara-se à cena que antecede a coroação da Elizabeth na temporada passada, em que a Rainha Maria de Teck prosta-se diante da avó e afirma que "a Coroa deve prevalecer; ela deve sempre prevalecer"; adorei, também, a jornada de descobrimento e afirmação de Margaret, e seu relacionamento peculiar com o marido Anthony Armstrong-Jones; a participação especial da Primeira Dama mais celebrada da história americana, Jackie Kennedy e seu marido; o drama com o pobre Príncipe Charles no internato; o passado sombrio do Príncipe Philip, sua relação conturbada com a esposa; o escândalo dos Arquivos de Marburg ...[spoiler]
tudo capturado com elegância e beleza durante os dez epísódios. Adorei; muito ansioso pelo desempenho da Olivia Colman como a Rainha, e pelos acontecimentos que vão ser explorados nas próximas temporadas.
Vi muitas pessoas chamando atenção ao fato de que o filme dá continuidade a um padrão estabelecido dos filmes LGBTQ+ que alcançam maior sucesso (com algumas exceções, como Moonlight): protagonistas brancos, que correspondem aos padrões estabelecidos de beleza,
[/spoiler] o final bittersweet, com nuances trágicos, etc[spoiler]
. De fato, nesse quesito, "Call me By Your Name" não trouxe nada de inédito pro gênero. Não obstante essa observação, achei o filme sensível, bonito, e comovente; Hammer e Chalamet tinham uma excelente química, os cenários eram de tirar o fôlego e a maneira como o helenismo insinuou-se na história deu um quê de Pátroclo e Aquiles, Alexandre e Hefestião, ou Adriano e Anticoo à história. Timothee Chalamet forneceu uma performance excelente, capturando bem o primeiro amor e impulsos sexuais de um rapaz jovem numa região paradisíaca e idílica. Achei o desfecho muito belo, em seu silêncio.
O retrato de uma mulher que, de certa maneira, esmoreceu as bases da sociedade canadense do final do século XIX. Independentemente de sua culpa ou inocência, o âmago da história da Grace Marks de Atwood, brilhantemente interpretada pela talentosa Sarah Gadon, não está no fato de ter assassinado o senhor Kinnear e sua amante Nancy, mas sim no vários mantos que essa mulher, como todas as demais que viveram naquela época, afim de ora parecer vulnerável e tola, ora desejável, ora imponente e assustadora; tudo aquilo que se esperava que ela fosse, jamais podendo exercer a liberdade de ser quem é. É genial como no seriado Grace, ao longo de sua vida terrível e amarga, assimilou as três grandes figuras femininas presentes em sua jornada (como vemos por meio da analogia da colcha de retalhos): a mãe, de quem Grace é senão uma continuação, submissa, asfixiada pelos homens ao seu redor; Mary, por vezes rebelde e geniosa, mas que acreditava que a única maneira pela qual uma mulher poderia encontrar sua felicidade era casando-se com o homem certo e, finalmente, a bela e instável Nancy, que construiu uma vida para si sendo a amante de um homem relativamente poderoso. Foram essas, na minha concepção, as faces da Grace que vimos serem trabalhadas através dos episódios; as mulheres do século XIX contidas em uma só: a todo momento submissa, sempre tentando agradar afim de sobreviver, uma assassina, uma louca, uma puta; qualquer dos rótulos que a sociedade lhe outorgasse. Essa visão tão precisa e crua da vida de uma mulher, que não obstante fosse uma cruel assassina ou uma menina influenciável, viveu e sofreu sob a égide do sexismo e da misoginia sua vida inteira, sendo traída e usadas pelos homens ao seu redor.
"A glooming peace this morning with it brings. The sun, for sorrow, will not show his head. Go hence, to have more talk of these sad things. Some shall be pardoned, and some punishèd. For ever was a story of more work Than this of Juliet and her Romeo." Uma adaptação corajosa e bem-produzida de um das histórias de amor mais icônicas da dramaturgia ocidental. Leonardo DiCaprio, como sempre, tirando o fôlego com seu talento e beleza; Claire Danes só um pouco atrás, no talento. A fotografia e a dinâmica urbana ficaram excelentes, sem, na minha opinião, subtrair nada da essência da peça original.
Tão familiar e tão diferente dos demais filmes da franquia ... Houve momentos bobos e desnecessário? Comic relief de mais em algumas cenas? Cenas com desfecho óbvio? Sim a todas essas perguntas, mas eu poderia dizer mesmo da trilogia original ( IV - VI ), e isso não diminuiu em nada o meu amor por ela e, devo acrescentar, a qualidade desses filmes que conquistaram gerações. Dito isso, percebi, no filme, a diferença de que todos falavam:
[/spoiler] Havia qualquer coisa na ideia que percorreu todo o longa, a do Luke de virar as costas tanto à Luz quanto às Trevas, que se assemelhava a do Kylo Ren, embora, inevitavelmente, as duas personagens acabassem pendendo para a Luz e as Trevas, respectivamente; isso é bem novo em Star Wars, esse conflito moral interno que reconhece que há mais do que só bem e mal. Achei isso genial no filme. Isso sem mencionar cenas como o diálogo entre o fantasma do épico Mestre Yoda e o Luke, em que os dois, nostalgicamente, falam sobre professores pupilos; o planeta frio em que a Resistência tem a sua base grita por Hoth de O Império Contra-Ataca; a Millennium Falcon, e o Chewie, que ainda guardam seu encanto sobre qualquer fã ... Sim, o filme teve momentos que me deixaram boquiaberto (a "projeção astral" de Luke ao final do longa),que me fizeram rir (Poe tirando sarro da cara do General "Hungs"), e que foram - por falar de expressão melhor - fodas (a despedida de Luke da Galáxia); a fotografia e os efeitos especiais também foram espetaculares (embora isso não venha como uma surpresa; com toda o capital que a LucasFilms vem angariando, tinha mais é que fornecer o melhor do CGI mesmo). É, o filme foi bem legal, embora pudesse ter tido sua trama finalizada vários minutos mais cedo. Pra, no entanto, o que fez de "TLJ" tão worthywatching foi a Carrie/Leia; todas as referências a essas duas mulheres - que se confundem em uma. -, a linda cena em que a Força é despertada na general e ela flutua pelo espaço (embora não faça sentido nenhum), as cenas em que a vemos de olhos fechados, pensativa; liderando; o diálogo final entre ela e a personagem da Dern (já , já chego na maravilhosa, espetacular Amilyn Holdo): "may the Force be with you; always and forever", foi quase uma despedida à Carrie; também o diálogo final entre ela e Poe: "no one gets left behind"; todas cenas causaram-me grande emoção e eu senti como se esse filme fosse um tributo à Carrie, à Leia , como líder, como general, como Admiral, como a nossa eterna princesa liderando uma rebelião em prol da liberdade numa galáxia muito distante. E não foi só a Leia quem eu amei nesse filme, mas também todas as mulheres nele. Aliás, esse é um tempo para participação ativa feminina em Star Wars: Rey, que (apesar de receber tanto ódio) se mostrou o arquétipo do herói em processo , cujo coração é o principal guia, tal qual Luke o foi na trilogia original; e, embora eu não tenha gostado nenhum pouco da interação entre ela e o Ren durante o filme (foi ingênuo demais da parte dela achar que ele ainda tinha alguma esperança, mesmo quando tudo apontava para o contrário), acho que está só serviu pra corroborar com a "bondade de cotação" da Rey, que é sua força; amei a Rose Tico também (outra personagem que, parece, não é sexy o suficiente pra ser querida), achei-a determinada e, se um tanto ingênua, ainda assim simpática; mas vamos admitir que ela e o Finn ... Um tanto forçado; quanto à Holdo, eu já esperava muito dela, e não me decepcionei nem um pouco sequer: forte, nobre, resoluta e "mais preocupada em preservar a Luz do que em parecer uma heroína", como o pôs a própria Leia, Amilyn Holdo foi, pra mim, a personagem mais interessante da nova franquia, até o momento; a cena de despedida da personagem causou-me arrepios![spoiler]
Enfim, apesar de seus pesares, achei um excelente filme; ansioso pra conclusão da saga.
Pra mim, pecou no ritmo, que não era apenas lento, como também maçante; pecou em como a situação apresentada no filme pareceu ... Não sei ... Sintética demais; pecou em não conseguir atrair a minha simpatia para nenhuma personagem, senão talvez a matriarca Anna e o pobre Bob. Acho que foi um daqueles casos em que a ideia do filme supera a qualidade do mesmo, não obstante todas as suas cenas esteticamente lindas e conceituais ...
Recheado com a extravagância e o ambiente suburbano já típicos de Almodóvar, "A Má Educação" não é o que parece ser de início, e se desenvolve numa história muito mais complexa do que aparentara. A carga emocional é grande e os temas abordados no filme, um tapa na cara da sociedade católica ocidental.
"The art of losing isn't hard to master; so many things seem filled with the intent to be lost that their loss is no disaster." Um filme simplesmente lindo; performances magistrais de Otto e Pires.
Adorei a performance do Noah Schnapp; amei a talentosíssima e linda Winona Ryder; amei a participação especial do Sean Astin (o eterno Samwise Gamgee); gostei da adição da personagem Max, já que o show tava pedindo por mais presença feminina no elenco mirim (não curti os produtores terem colocado a Eleven contra ela, por ciúmes do Mike, o que foi BEM desnecessário). Falando em desnecessário, essa é a palavra perfeita para descrever o arco da Nancy/Jonathan nessa temporada, foi muito chato! Quase tão chato quanto
[/spoiler] o arco da Eleven/Jane. Tá certo que ver um pouco do passado da personagem é teoricamente uma ideia interessante, e a adição de uma nova personagem com super poderes foi bem legal, mas eu achei mal realizada; foi praticamente um filler entre o antepenúltimo ep. e o season finale. Falando nele, adorei a sequência dos "demo-dogs" e do ataque ao laboratório, mais uma vez pontuado pelas atuações maravilhosas do Schnapp e da Ryder.[spoiler]
Minha coisa predileta da temporada foi o Dustin mesmo; esse menino é uma graça.
Uma mistura entre Carrie, a Estranha, Grave, Segredos de Sangue e Cisne Negro. Mais um coming-of-age bem Indie, com cenas de tirar o fôlego, uma trama fantástica e uma pitada de amor jovem. Gostei.
Detestei o queerbaiting do Alfred e Drummond; a cada dia amando mais Jenna Coleman como Rainha Victoria. Adorei , também, a participação da excelente Diana Rigg como a Duquesa de Buccleuch.
Esse foi divisor de opiniões, mas eu amei. Achei as interpretações, principalmente da Jennifer Lawrence (apesar de eu não gostar dela num nível pessoal), muito boas.
[/spoiler] A analogia bíblica com a força criacional feminina (a Mãe), e a força masculina criadora (o Poeta), que deixa um homem (Ed Harris) - Adão - e sua esposa (Michelle Pfeiffer) - Eva -, adentrarem o Paraíso construído pela Mãe com tanto esmero foi brilhante da parte do Aronofsky; apesar de só ter ficado clara de fato (pelo menos pra mim) lá pros últimos minutos do filme. Não obstante, essa genial alegoria, o que me desagradou em Mother! foi a incongruência entre o literal - uma esposa reprimida por um marido sexista, que constantemente a sufoca - e o alegórico - Deus e a Mãe Terra, violada pela raça humana. As duas superfícies do longa não se encaixam muito bem, o que faz dele um pouco confuso.[spoiler]
Apesar disso, a fotografia, as analogias, tudo, resultaram num filme excelente, que eu curti bastante.
Certamente uma das mais poderosas minisséries que já assisti. O retrato de uma mulher solitário, batalhando seus demônios interiores, brilhantemente emoldurado por Frances McDormand, esse monstro da atuação; sua Olive Kitteridge me fez rir, emocionou-me, indignou-me em algumas cenas, mas acima de tudo, me conquistou; e eu pude ver a mim mesmo nela, solitária e desajustada, mas ao mesmo tempo tão cheia de paixão ("It baffles me, this world; I don't want to leave it yet"). Julgo a Olive uma das personagens femininas mais complexas da televisão nos últimos tempos, e sobre a performance da McDormand, não tenho palavras mais para descrever; também o Richard Jenkins merece louros por sua atuação como o doce e amável Henry; as interações entre Olive e seu marido eram simplesmente de tirar o fôlego (vide a cena do assalto ao hospital no episódio 3), e os dois atores tinham um toma lá dá cá excepcional; as discussões entre Olive e seu filho problemático Christopher também eram incríveis; as expressões faciais da McDormand nessas cenas, a maneira como ele demonstrava emoção por meio da voz, dos olhos, tudo perfeito. Por fim, adorei a participação do Bill Murray, que é tão antagônico, mas ao mesmo tempo tão análogo à Olive, e como ambos se completam. A fotografia era linda.
Um dos meus filmes de drama familiar favoritos! A figura do pequeno Billy, as atuações magistrais de Hoffman e Streep, principalmente a do Hoffman, seu Terry foi cativante e simpático até o fim; a gente via que ele se esforçava ao máximo pra ser uma boa mãe pro filho. A Meryl também forneceu uma boa Joanna, atormentada e um tanto egoísta (a cena do julgamento foi sensacional em termos de performance). Achei um filme tocante e lindo.
"Some people, were born to sit by a river. Some get struck by lightning. Some have an ear for music. Some are artists. Some swim. Some know buttons. Some know Shakespeare. Some are mothers. And some people, dance."
Curto, mas a Conjuração da Pólvora teve um fim rápido, então é compreensível. Inglaterra do início do século XVII como ela era: visceral, violenta e anti-papista. Achei impressionante as cenas de tortura, mas achei que foram distribuídas bem pela trama, de modo que não ficou gore demais. Achei a atuação do Harington medíocre, como sempre, e esperava que a personagem enigmática do Guy Fawkes tivesse sido melhor explorada ... Pra mim, os destaques da minissérie foram a sempre linda e talentosa Liv Tyler como a corajosa e dividida Anne Vaux, principalmente os diálogos entre ela e o padre Garnet, em que Tyler demonstra emoção brilhantemente pelos olhos e pelo tom de voz e o veterano Mark Gatiss como o sociopata, manipulador, astucioso e ardiloso Robert Cecil. Achei o retrato que Gunpowder traçou do reinado de James I naquele momento específico interessante, a fotografia era bem bonita, e a gente tinha a impressão de estar mesmo em Londres no século XVII.
Uma adaptação mágica e linda de uma obra profundamente emocional, repleta de ciúmes, mágoas, arrependimentos e o melhor e pior que o ser humano tem a oferecer, que era o forte do Machado, esse escritor fenomenal. A trilha sonora é linda, a pegada teatral deu um charme à minissérie, e eu adorei as participações especiais de atores consagrados, como a Eliane Giardini.
A Forma da Água
3.9 2,7K"Unable to perceive the shape of you, I find you all around me. Your presence fills my eyes with your love. It humbles my heart, for you are everywhere."
Sally Hawkins numa performance sem palavras, mas mais tocante do que muitas que já vi. Um filme doce e lindo.
Dark (1ª Temporada)
4.4 1,6KAchei os primeiros episódios bem pretensiosos e chatos. Pensei que fosse continuar assim, e, deliciosamente, me enganei. À medida em que os episódios vão decorrendo, e a trama vai se expandindo, Dark se torna cada vez mais interessante. À parte dos principais temas
[/spoiler] - viagem no tempo, paradoxo, destino e livre arbítrio -,[spoiler]
[/spoiler]A obsessão de Hannah por Ulrich e o quão longe ela estava disposta a ir motivada por essa obsessão; a alusão ao romance lésbico entre Agnes Nielsen e Doris, na zona temporal de 1953; a pobre Regina, assombrada pelo bullying de Katharina d Ulrich, mesmo anos mais tarde. Tudo, claro, sem perder o foco nos temas principais já mencionados. Fascinantes os papos entre o Jonas mais velho e o cientista lá. Não gostei muito do final, porque uma quarta linha temporal (no futuro) pode vir a tornar maçante a narrativa.[spoiler]
Amantes Eternos
3.8 782 Assista AgoraChristopher Marlowe gay é vampiro, interpretado pelo John Hurt. Tilda Swindon e Mia Wasikowska no mesmo filme, ambas com cabelo frisado e sede de sangue. O que mais eu poderia pedir?
The Crown (2ª Temporada)
4.5 254 Assista AgoraSensacional. Magistral. Essa temporada foi simplesmente perfeita. Claire Foy mais uma vez arrasando no papel de Elizabeth II; destaques para Vanessa Kirby, no espetacular papel da controversa e geniosa Princesa Margaret e Victoria Hamilton, como a Rainha Mãe
[/spoiler](vide o monólogo dela no episódio 5, "Marionettes", em que ela discute como o monarca inglês tem sido depravado de seu poder ao longo dos séculos, até ser reduzido a "nada, marionetes"; a complexidade e poder daquela cena, pra mim, só compara-se à cena que antecede a coroação da Elizabeth na temporada passada, em que a Rainha Maria de Teck prosta-se diante da avó e afirma que "a Coroa deve prevalecer; ela deve sempre prevalecer"; adorei, também, a jornada de descobrimento e afirmação de Margaret, e seu relacionamento peculiar com o marido Anthony Armstrong-Jones; a participação especial da Primeira Dama mais celebrada da história americana, Jackie Kennedy e seu marido; o drama com o pobre Príncipe Charles no internato; o passado sombrio do Príncipe Philip, sua relação conturbada com a esposa; o escândalo dos Arquivos de Marburg ...[spoiler]
De Ilusão Também Se Vive
3.9 91 Assista AgoraUm filme lindinho pra assistir na véspera do Natal.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraVi muitas pessoas chamando atenção ao fato de que o filme dá continuidade a um padrão estabelecido dos filmes LGBTQ+ que alcançam maior sucesso (com algumas exceções, como Moonlight): protagonistas brancos, que correspondem aos padrões estabelecidos de beleza,
[/spoiler] o final bittersweet, com nuances trágicos, etc[spoiler]
Pacto Sinistro
4.1 293 Assista AgoraRecheado de suspense e com uma trama envolvente. Hitchcock at his best.
Alias Grace
4.1 278 Assista AgoraO retrato de uma mulher que, de certa maneira, esmoreceu as bases da sociedade canadense do final do século XIX. Independentemente de sua culpa ou inocência, o âmago da história da Grace Marks de Atwood, brilhantemente interpretada pela talentosa Sarah Gadon, não está no fato de ter assassinado o senhor Kinnear e sua amante Nancy, mas sim no vários mantos que essa mulher, como todas as demais que viveram naquela época, afim de ora parecer vulnerável e tola, ora desejável, ora imponente e assustadora; tudo aquilo que se esperava que ela fosse, jamais podendo exercer a liberdade de ser quem é. É genial como no seriado Grace, ao longo de sua vida terrível e amarga, assimilou as três grandes figuras femininas presentes em sua jornada (como vemos por meio da analogia da colcha de retalhos): a mãe, de quem Grace é senão uma continuação, submissa, asfixiada pelos homens ao seu redor; Mary, por vezes rebelde e geniosa, mas que acreditava que a única maneira pela qual uma mulher poderia encontrar sua felicidade era casando-se com o homem certo e, finalmente, a bela e instável Nancy, que construiu uma vida para si sendo a amante de um homem relativamente poderoso. Foram essas, na minha concepção, as faces da Grace que vimos serem trabalhadas através dos episódios; as mulheres do século XIX contidas em uma só: a todo momento submissa, sempre tentando agradar afim de sobreviver, uma assassina, uma louca, uma puta; qualquer dos rótulos que a sociedade lhe outorgasse. Essa visão tão precisa e crua da vida de uma mulher, que não obstante fosse uma cruel assassina ou uma menina influenciável, viveu e sofreu sob a égide do sexismo e da misoginia sua vida inteira, sendo traída e usadas pelos homens ao seu redor.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraAchei um tanto pretensioso em alguns momentos, mas não deu pra deixar de sentir empatia pela Frances durante o filme.
Romeu + Julieta
3.4 682 Assista Agora"A glooming peace this morning with it brings.
The sun, for sorrow, will not show his head.
Go hence, to have more talk of these sad things.
Some shall be pardoned, and some punishèd.
For ever was a story of more work
Than this of Juliet and her Romeo."
Uma adaptação corajosa e bem-produzida de um das histórias de amor mais icônicas da dramaturgia ocidental. Leonardo DiCaprio, como sempre, tirando o fôlego com seu talento e beleza; Claire Danes só um pouco atrás, no talento. A fotografia e a dinâmica urbana ficaram excelentes, sem, na minha opinião, subtrair nada da essência da peça original.
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraTão familiar e tão diferente dos demais filmes da franquia ... Houve momentos bobos e desnecessário? Comic relief de mais em algumas cenas? Cenas com desfecho óbvio? Sim a todas essas perguntas, mas eu poderia dizer mesmo da trilogia original ( IV - VI ), e isso não diminuiu em nada o meu amor por ela e, devo acrescentar, a qualidade desses filmes que conquistaram gerações. Dito isso, percebi, no filme, a diferença de que todos falavam:
[/spoiler] Havia qualquer coisa na ideia que percorreu todo o longa, a do Luke de virar as costas tanto à Luz quanto às Trevas, que se assemelhava a do Kylo Ren, embora, inevitavelmente, as duas personagens acabassem pendendo para a Luz e as Trevas, respectivamente; isso é bem novo em Star Wars, esse conflito moral interno que reconhece que há mais do que só bem e mal. Achei isso genial no filme. Isso sem mencionar cenas como o diálogo entre o fantasma do épico Mestre Yoda e o Luke, em que os dois, nostalgicamente, falam sobre professores pupilos; o planeta frio em que a Resistência tem a sua base grita por Hoth de O Império Contra-Ataca; a Millennium Falcon, e o Chewie, que ainda guardam seu encanto sobre qualquer fã ... Sim, o filme teve momentos que me deixaram boquiaberto (a "projeção astral" de Luke ao final do longa),que me fizeram rir (Poe tirando sarro da cara do General "Hungs"), e que foram - por falar de expressão melhor - fodas (a despedida de Luke da Galáxia); a fotografia e os efeitos especiais também foram espetaculares (embora isso não venha como uma surpresa; com toda o capital que a LucasFilms vem angariando, tinha mais é que fornecer o melhor do CGI mesmo). É, o filme foi bem legal, embora pudesse ter tido sua trama finalizada vários minutos mais cedo. Pra, no entanto, o que fez de "TLJ" tão worthywatching foi a Carrie/Leia; todas as referências a essas duas mulheres - que se confundem em uma. -, a linda cena em que a Força é despertada na general e ela flutua pelo espaço (embora não faça sentido nenhum), as cenas em que a vemos de olhos fechados, pensativa; liderando; o diálogo final entre ela e a personagem da Dern (já , já chego na maravilhosa, espetacular Amilyn Holdo): "may the Force be with you; always and forever", foi quase uma despedida à Carrie; também o diálogo final entre ela e Poe: "no one gets left behind"; todas cenas causaram-me grande emoção e eu senti como se esse filme fosse um tributo à Carrie, à Leia , como líder, como general, como Admiral, como a nossa eterna princesa liderando uma rebelião em prol da liberdade numa galáxia muito distante. E não foi só a Leia quem eu amei nesse filme, mas também todas as mulheres nele. Aliás, esse é um tempo para participação ativa feminina em Star Wars: Rey, que (apesar de receber tanto ódio) se mostrou o arquétipo do herói em processo , cujo coração é o principal guia, tal qual Luke o foi na trilogia original; e, embora eu não tenha gostado nenhum pouco da interação entre ela e o Ren durante o filme (foi ingênuo demais da parte dela achar que ele ainda tinha alguma esperança, mesmo quando tudo apontava para o contrário), acho que está só serviu pra corroborar com a "bondade de cotação" da Rey, que é sua força; amei a Rose Tico também (outra personagem que, parece, não é sexy o suficiente pra ser querida), achei-a determinada e, se um tanto ingênua, ainda assim simpática; mas vamos admitir que ela e o Finn ... Um tanto forçado; quanto à Holdo, eu já esperava muito dela, e não me decepcionei nem um pouco sequer: forte, nobre, resoluta e "mais preocupada em preservar a Luz do que em parecer uma heroína", como o pôs a própria Leia, Amilyn Holdo foi, pra mim, a personagem mais interessante da nova franquia, até o momento; a cena de despedida da personagem causou-me arrepios![spoiler]
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraPra mim, pecou no ritmo, que não era apenas lento, como também maçante; pecou em como a situação apresentada no filme pareceu ... Não sei ... Sintética demais; pecou em não conseguir atrair a minha simpatia para nenhuma personagem, senão talvez a matriarca Anna e o pobre Bob. Acho que foi um daqueles casos em que a ideia do filme supera a qualidade do mesmo, não obstante todas as suas cenas esteticamente lindas e conceituais ...
Má Educação
4.2 1,1K Assista AgoraRecheado com a extravagância e o ambiente suburbano já típicos de Almodóvar, "A Má Educação" não é o que parece ser de início, e se desenvolve numa história muito mais complexa do que aparentara. A carga emocional é grande e os temas abordados no filme, um tapa na cara da sociedade católica ocidental.
Flores Raras
3.8 567 Assista Agora"The art of losing isn't hard to master; so many things seem filled with the intent to be lost that their loss is no disaster." Um filme simplesmente lindo; performances magistrais de Otto e Pires.
Stranger Things (2ª Temporada)
4.3 1,6KAdorei a performance do Noah Schnapp; amei a talentosíssima e linda Winona Ryder; amei a participação especial do Sean Astin (o eterno Samwise Gamgee); gostei da adição da personagem Max, já que o show tava pedindo por mais presença feminina no elenco mirim (não curti os produtores terem colocado a Eleven contra ela, por ciúmes do Mike, o que foi BEM desnecessário). Falando em desnecessário, essa é a palavra perfeita para descrever o arco da Nancy/Jonathan nessa temporada, foi muito chato! Quase tão chato quanto
[/spoiler] o arco da Eleven/Jane. Tá certo que ver um pouco do passado da personagem é teoricamente uma ideia interessante, e a adição de uma nova personagem com super poderes foi bem legal, mas eu achei mal realizada; foi praticamente um filler entre o antepenúltimo ep. e o season finale. Falando nele, adorei a sequência dos "demo-dogs" e do ataque ao laboratório, mais uma vez pontuado pelas atuações maravilhosas do Schnapp e da Ryder.[spoiler]
Thelma
3.5 342 Assista AgoraUma mistura entre Carrie, a Estranha, Grave, Segredos de Sangue e Cisne Negro. Mais um coming-of-age bem Indie, com cenas de tirar o fôlego, uma trama fantástica e uma pitada de amor jovem. Gostei.
Vitória: A Vida de uma Rainha (2ª temporada)
4.3 14Detestei o queerbaiting do Alfred e Drummond; a cada dia amando mais Jenna Coleman como Rainha Victoria. Adorei , também, a participação da excelente Diana Rigg como a Duquesa de Buccleuch.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraEsse foi divisor de opiniões, mas eu amei. Achei as interpretações, principalmente da Jennifer Lawrence (apesar de eu não gostar dela num nível pessoal), muito boas.
[/spoiler] A analogia bíblica com a força criacional feminina (a Mãe), e a força masculina criadora (o Poeta), que deixa um homem (Ed Harris) - Adão - e sua esposa (Michelle Pfeiffer) - Eva -, adentrarem o Paraíso construído pela Mãe com tanto esmero foi brilhante da parte do Aronofsky; apesar de só ter ficado clara de fato (pelo menos pra mim) lá pros últimos minutos do filme. Não obstante, essa genial alegoria, o que me desagradou em Mother! foi a incongruência entre o literal - uma esposa reprimida por um marido sexista, que constantemente a sufoca - e o alegórico - Deus e a Mãe Terra, violada pela raça humana. As duas superfícies do longa não se encaixam muito bem, o que faz dele um pouco confuso.[spoiler]
Solaris
4.2 369 Assista AgoraCurti principalmente os diálogos, os temas abordados e a fotografia impecável de Tarkóvski. A cena final foi bem sinistra.
Olive Kitteridge
4.5 103 Assista AgoraCertamente uma das mais poderosas minisséries que já assisti. O retrato de uma mulher solitário, batalhando seus demônios interiores, brilhantemente emoldurado por Frances McDormand, esse monstro da atuação; sua Olive Kitteridge me fez rir, emocionou-me, indignou-me em algumas cenas, mas acima de tudo, me conquistou; e eu pude ver a mim mesmo nela, solitária e desajustada, mas ao mesmo tempo tão cheia de paixão ("It baffles me, this world; I don't want to leave it yet"). Julgo a Olive uma das personagens femininas mais complexas da televisão nos últimos tempos, e sobre a performance da McDormand, não tenho palavras mais para descrever; também o Richard Jenkins merece louros por sua atuação como o doce e amável Henry; as interações entre Olive e seu marido eram simplesmente de tirar o fôlego (vide a cena do assalto ao hospital no episódio 3), e os dois atores tinham um toma lá dá cá excepcional; as discussões entre Olive e seu filho problemático Christopher também eram incríveis; as expressões faciais da McDormand nessas cenas, a maneira como ele demonstrava emoção por meio da voz, dos olhos, tudo perfeito. Por fim, adorei a participação do Bill Murray, que é tão antagônico, mas ao mesmo tempo tão análogo à Olive, e como ambos se completam. A fotografia era linda.
Kramer vs. Kramer
4.1 546 Assista AgoraUm dos meus filmes de drama familiar favoritos! A figura do pequeno Billy, as atuações magistrais de Hoffman e Streep, principalmente a do Hoffman, seu Terry foi cativante e simpático até o fim; a gente via que ele se esforçava ao máximo pra ser uma boa mãe pro filho. A Meryl também forneceu uma boa Joanna, atormentada e um tanto egoísta (a cena do julgamento foi sensacional em termos de performance). Achei um filme tocante e lindo.
O Curioso Caso de Benjamin Button
4.1 3,3K Assista Agora"Some people, were born to sit by a river. Some get struck by lightning. Some have an ear for music. Some are artists. Some swim. Some know buttons. Some know Shakespeare. Some are mothers. And some people, dance."
Gunpowder
3.3 11 Assista AgoraCurto, mas a Conjuração da Pólvora teve um fim rápido, então é compreensível. Inglaterra do início do século XVII como ela era: visceral, violenta e anti-papista. Achei impressionante as cenas de tortura, mas achei que foram distribuídas bem pela trama, de modo que não ficou gore demais. Achei a atuação do Harington medíocre, como sempre, e esperava que a personagem enigmática do Guy Fawkes tivesse sido melhor explorada ... Pra mim, os destaques da minissérie foram a sempre linda e talentosa Liv Tyler como a corajosa e dividida Anne Vaux, principalmente os diálogos entre ela e o padre Garnet, em que Tyler demonstra emoção brilhantemente pelos olhos e pelo tom de voz e o veterano Mark Gatiss como o sociopata, manipulador, astucioso e ardiloso Robert Cecil. Achei o retrato que Gunpowder traçou do reinado de James I naquele momento específico interessante, a fotografia era bem bonita, e a gente tinha a impressão de estar mesmo em Londres no século XVII.
Capitu
4.5 629Uma adaptação mágica e linda de uma obra profundamente emocional, repleta de ciúmes, mágoas, arrependimentos e o melhor e pior que o ser humano tem a oferecer, que era o forte do Machado, esse escritor fenomenal. A trilha sonora é linda, a pegada teatral deu um charme à minissérie, e eu adorei as participações especiais de atores consagrados, como a Eliane Giardini.