E eu que achei que o filme mais pretensioso do Aronofsky fosse o Fonte da Vida kkk. A diferença é que um dá infinitamente mais certo que outro. Pi tem uma aura de Requiém que não deu certo, com seus cortes interessantes e a tentativa de criar um ambiente angustiante e paranoico. Claro que ele consegue tal efeito, mas além disso não há nada de interessante na obra. São muitas referências (até legais, mas bem comuns) que não acrescentam conhecimento e nem ligam-se de alguma forma. É tipo conversar com seu amigo intelectual drogado que cria várias teorias mas não conclui nenhuma... Foi mal Aroro, mas essa não passou.
Primeiramente, surpresa agradabilissima é The Handmaids Tale tanto como uma série inovadora do panorama atual e também como distopia sagaz. Mas, ainda que ótimo, não consigo considerá-la tão boa quanto todo o resto. Claro que a proposta é inteligente, intrigante e bem preocupante num país tão degenerado pelos discursos de ódio e influencias religiosas radicais como o nosso; Acontecem, porém, problemas de ritmo e construção de personagem. A June é humana, inteligente mas extremamente realista (não uma superheroina sem medo que sabe sempre o que fazer) e esses são os principais atributos. Pena que em certo ponto da narrativa de flasbacks, sua personagem empaca em ser uma mãe/mulher apenas! É isso mesmo galera, se esse é cerne do principal "problema" da sociedade futura, também foi o que na minha opinião fez a série perder o brilho (O que é ironico se fomos considerá-la um quase um manifesto feminista...) Acho extremamente cansativo como ela apenas PENSA na filha;marido, LUTA pela filha;marido, RESPIRA e EXALA só isso. Queria conhecer a MULHER melhor, não só a mãe e esposa. O último suspiro independente que tem é quando
se envolve finalmente com o Nick, tendo toda sua repressão sexual e insegurança liberada de forma catártica em uma tentativa de criar laços. Logo, é engolida por uma gravidez subsequente, ou seja, ela sendo MÃE novamente...
Até a misteriosa Mrs. Waterford é mais instigante do que a protagonista, com seus ideiais contracorrente interessantes e dilemas pessoais advindo de suas próprias crenças. E a pobrezinha da Offglen, personagem muito bem interpretrada e com um arco narrativo tão promissor foi engolida no meio dos eventos sem sentido. Cadê? Proposta mordaz, toda produção envolvida de muita qualidade (de fotografia até elenco) mas enrolaram demais e têm uma personagem carro chefe pobremente "destrinchada".
M. Night Shyamalan saiu de cima do muro para mim depois desse filme. Eu sinto mais afeição por ele do que a monotonia estranha que seus filmes transmitem, mas Unbreakable é lindamente contado! A edição é linda, a fotografia e esse roteiro autoral tão característico formam uma obra coesa, simples mas muito impactante. Gostei de ambas atuações principais, muito bem desenvolvidas. Interessantíssimo.
É um filme artístico e muito delicado que foi divulgado em porte popular e por isso tanta gente não gosta. Não recomendaria alguém ver no cinema como um filme "tapa buraco", quando escolhem aleatoriamente algum só para não perder o passeio. Ele exige paciência e imersão nos personagens e nessa ambientação que é simplesmente sensacional. Quer não gostaria de viver em tal lugar, com tais pais e amigos? Além de sutilmente nostálgico sobre o desflorar juvenil, é perfeito em retratar a primeira paixão (a minha no caso teve os mesmos sintomas que o do Elio, quase iguais). Por isso essas cenas mais arrastadas, esse flerte demorado e essas inconstâncias dos personagens... A parte mais difícil é admitir que está apaixonado, ainda mais em um contexto homossexual que vai contra os limites estabelecidos - embora nenhum dos personagens do filme todo tenha repreendido os dois, mas novamente isso tem a ver com a construção do ambiente que era quase utópico de tão perfeito! É uma bela película, muito singela mas significativa e que é voltada para um público não exatamente "específico", porque não gosto de segregação cinematográfica rs, mas também não agradará uma maioria mais incisiva e pragmática.
Palmas ao Von Trier e sua capacidade de causar sensações estéticas tão intensas quanto devastadoras. Dançando no Escuro é definitivamente um dos filmes mais arrasadores que eu já vi e tudo pela sua impetuosa verossimilhança com a realidade. Eu gosto muito dos frutos do dogma 95 mas admito que depois dessa obra fico com medo de ver mais filmes "sofrência" desse movimento, é muito arrebatador! A personagem da Selma é uma das mais marcantes que eu me lembro de ter visto e a atuação da Björk... Sem palavras. O fato de ser um musical me incomodou um pouco porque é um gênero que não me agrada exceto em exceções essenciais porém no fim você entende que é uma parte primordial da construção da protagonista, como sua fuga da realidade a impedia de sentir a dor de uma vida tão miserável. E a escolha principal que norteia toda a sua existência, simboliza como ainda absorta no mundos dos "daydreams" e de uma ingenuidade quase angelical, seus objetivos práticos eram claros e seu fardo deveria ser carregado - acho que fica muito claro na fala em que ela diz
"bom, só quero falar de coisas práticas". Se escolhesse desistir de carregar seu peso naquele momento, todo o objetivo de sua vida seria jogado fora por mais 30 anos presa no mais assombroso silêncio. Desta forma, morrer além de um ato prático e necessário a pouparia de que sua dor lhe alcançasse.
Uma morte heroica não simboliza um mártir corajoso, de peito aberto, gritando a todos seus pulmões como está resoluto disso. A morte é cruel e nosso instinto contra ela se torna mais forte do que qualquer ideal e,
é por isso que os últimos 15 minutos são uma dilaceração tão intensa que torna este um filme de ser ver uma vez só. Humano, simples, realista e extremamente significativo. Lars, eu te amo oficialmente agora.
Atuação dispare da Emily Blunt e uma trama interessante em ambas as narrativas (embora eu não tenha lido o livro, fiquei bem curiosa). É uma boa construção de suspense e embora previsível em alguns pontos ainda se destaca pela pela injustiça atribuída à protagonista, você se sente revoltado por ela. Bom filme.
Óbvio que o roteiro é clichê com toda essa história de "vamos roubar um banco e tudo dará certo porque planejei por 27 anos", mas eu gosto e muito da execução da série. Primeiramente, espanhol é demais kkkkk é muito gostoso de ouvir gente, recomendo que OUÇAM a série agora. Bom, em níveis gerais é uma série bem agradável, com personagens bem diferenciados, explorados E SIM GALERA, HUMANOS! É exatamente sobre isso que se trata tudo, como um plano por mais perfeito que seja falha porque quem o executa não é perfeito. A Tóquio e o Rio me irritam consideravelmente e eu xingei eles de burros em vários momentos até perceber que TCHARAN todos ali erraram/cagaram no pau em algum momento. Abracem os personagens pessoalzito! La Casa De Papel não é uma obra formidável que será relembrada por gerações mas nem quer ser também, serve como um ótimo entretenimento. O maior quesito filosófico para mim é refletir sobre como tenta-se estabelecer uma ordem fixa para os eventos e mesmo assim tudo o que reina é o caos! O êxito se torna um gentil presente da sorte, desta forma. Tem uns deslizes que poderiam ser chamados de licença poética, talvez?
Como a inspetora responsável que em meio ao maior assalto do país passa mais de uma noite fora (além disso quem ia aguentar dar uma fodinha depois de 30 horas acordada?), ou o fato da demora para os reféns se rebelarem, ou até mesmo da calma da polícia frente a uma situação tão tensa,
mas tudo é bem aceitável nos parâmetros da realidade. Quero ver a continuação loucamente.
Nossa, esse Villeneuve desse ser patrocinado pela industria de soníferos, só pode. O cara consegue pegar elenco bom, orçamento bom e a superestimação que hollywood deu para ele e deixar tudo chato para caralho. Vamos começar pelo tempo, o cara fez um filme quase com a mesma duração que O Poderoso Chefão e Scarface (que apresentam uma breve "biografia" dos protagonistas) para desenvolver um pouco mais de 1 semana, em uma premissa morna com um enredo linear e previsível. É um suspense bom? Certamente bem construído né meu povo, porque se em 2h30 o cara não consegue nem isso... Mas falha terrivelmente no ritmo, você fica tenso e depois entediado e depois tenso porque acha que o final será bom
uma personagem mal construída que apareceu em menos de 3 minutos na trama inteira para ser o grande "quem?".
O personagem do Jake Gyllenhaal quase chega a algum lugar, achei carismático até ainda que não seja muito firme. Ao contrário do Jackman que foi extremamente mal utilizado como um ogro agressivo e tão superficial que não enxergava diante de si nem as provas mais óbvias. Aliás, a parte mais interessante do filme
é o dilema que o pai cria ao sequestrar o suspeito e a outra família ser cúmplice disso embora não houvessem provas conclusivas.
A primeira hora da obra é boa, mas acaba exatamente quando aparecerem mais personagens secundários e os dois principais ficam brincando de gato e rato em meio a falas vazias. Enfim, 2h30 de "quases" e tédio que se estende até o final porque você já perdeu muito tempo e espera que o fim seja bom como o começo. E não é.
Primeiramente, Lars Von Trier acertou em cheio com essa trilogia (inacabada) sobre os EUA. A pegada socio-política que norteia não apenas sobre a maior potência contemporânea ocidental mas sim sobre todo o processo de moralização/adestramento que a sociedade branca impôs em um passado recente. Dito isto, não faz sentido nenhum compararem Dogville com Manderlay. É como comparar história com filosofia só porque estão na mesma área... Em quesitos técnicos, ok (se bem que não quase modificação nenhuma e o calibre do elenca continua foda), mas eles tratam de questões totalmente diferentes. Como observamos o desenvolvimento da própria protagonista e descobrimos quem de fato é no fim do primeiro filme, Manderlay é muito mais ácido e realista ao dissecar Grace até suas vísceras mais hipócritas. A situação se subverte muito bem (embora esperado) quando o ambiente hostil e a corajosa salvadora trocam seus papéis. Uma bela metáfora também para a colonização africana sob o preceito da democratização nacional, da instalação de uma civilidade que tais bestas pagãs não possuíam. Também migra para as grandes intervenções militares modernas do EUA, a concepção iluminista de liberdade para países aos quais isso não se aplica (vide quase todo o Oriente), onde a submissão ao rei é uma questão cultural tremendamente enraizada para ser deturpada por uma revolução branca do século XVIII. Lars desenvolveu muito bem a hipocrisia e desconhecimento sobre questões morais e cívicas em Dogville de forma regional e depois o projetou numa escala histórica global. Simplesmente um filme histórico perfeito, audacioso e com qualidade muito superior.
Eu e Iñárritu não nos bicamos de jeito nenhum. Babel é o retratado arrastado e monótono de acontecimentos em cadeia e suas consequências, nada mais. As atuações não são exploradas, os personagens são perdidos e fazem coisas insignificantes durante toda a duração até que no final cada um se "encaminha" para um desfechozinho simples.
Exceto os grupos menos desenvolvidos (marroquinos e mexicanos) que se fodem enquanto os americanos fazem o circo pegar fogo.
Aborda em nível beeem superficial os dramas de cada nação, a imigração mexicana, a problemática do suicídio e dificuldade de interação no Japão, terrorismo etc... Entendo a crítica, meu caro, mas é muita pretensiosidade para pouco. Se editassem em 2h no máximo e dessem mais personalidades para cada personagem acho que seria melhor. Fica no mediano/chato.
ou deveria ser cagando e chorando como o protagonista?
kkkkkkkkkk A dicotomia equilibra tudo e ajuda a abordar o assunto da solidão contemporânea de forma eficaz, cômica e tocante. Quase um Medianeras coreano...
Filminho complicado de comentar. Realmente a tensão é tocante, você entra no clima de pressão e exigência que é muito bem construído não só pelo papel foda do J.K. como de todos os personagens (ninguém é santo, todos ácidos). Mas achei o roteiro bem pobre e
essas reviravoltas em que tudo se resolve no final simplificam demais as coisas, como se a habilidade do cara fosse aflorar numa determinada situação depois de meses treinando e falhando.
Nesse ponto parece uma contradição com o intuito do filme em mostrar o esforço dispendido em tentar se destacar em algo. Não senti empatia pelo personagem do Miles, que é pretensioso e me pareceu pouco autêntico mas isso talvez vá de preferências pessoais (curto os intensos). Basicamente é
uma representação resumida do treino desenfreado de um cara que queria se destacar em algo, com um líder pouco tradicional, militarizado e "genial". No fim ele consegue, top!!
A produção mais exemplar da Netflix que eu conheço! O Fukunaga já tinha se destacado na direção de algumas histórias, mas nenhuma tão pesada e atual como essa. O gosto do sofrimento é quase tangível, ainda que o Agu só tenha refletido sobre isso verdadeiramente no fim da história e na ascensão de sua maturidade.
Muito simples na sua proposta mas extremamente tocante e de relevância história gigantesca! Assisti esse logo depois de ver Beasts Of No Nation e tudo que pensava era: A guerra é a coisa mais ingrata que uma criança pode sofrer. O deslocamento, a dor gigante que só não toma conta de tudo porque a imaturidade/ingenuidade da idade não deixam, a falta de uma família, nação, amigo, porto seguro... Achei o filme extremamente válido e por mais que pareça "apelativo", transpassa todos os clichês cansativos da 2a Guerra e nos mostra a visão dos perdedores de forma tocante, daqueles que nem ao menos estavam no campo de batalha mas não tiveram chance da mesma forma.
Mais um grande filme de Chan-wook Park, A Criada, embora peque um pouco na duração (algumas cenas mais superficiais poderiam ser editadas sem problema) não se torna enfadonha em nenhum minuto e apresenta uma exploração consistente de uma trama em si simples. As atuações são muito boas e as personagens principais são apresentadas de forma rápida mas profunda o suficiente para o decorrer dos eventos. Quem mais chama atenção, obviamente, é o casal de protagonistas, que convencem e constroem o clima sexual e de cumplicidade muito bom. Aliás, o filme inteiro tem essa áurea de lasciva e perversidade e é claro,
Gosto muito de como o cinema coreano é cru em seus sentimentos, seja na violência intrínseca vingativa (sim, Park é bom nisso) ou nas ambições e sentimentos cruéis humanos. Os plot twists são bem convenientes e estruturados, embora em certo ponto se torne meio óbvio você ainda sim quer terminar de ver a história. Direção de arte muito bela, assim como fotografia e trilha sonora. Muito bom.
O maior mérito do filme parece ter sido inspiração para o Tarantino, com referências em várias de suas obras, mas isso por si só não torna a história tão boa. A fotografia é bem legal e a dramatização sanguinolenta (característica da cinematografia japonesa) são interessantes e bem articulados, porém de resto achei tudo meio ridículo. Tentei arduamente não ser anacrônica e analisar o filme com um olhar do século XXI e, ainda sim,
achei a atuação da protagonista totalmente sem sal e as cenas de lutas muito mal feitas (bem além da forma caricata que vai de golpes que atravessam pessoas até espadas com sons engraçados)...
Gosto muito mais da releitura do Tarantino, mas não desvalorizo por completo o original, afinal ele é a plataforma principal. Só que ao meu ver, esperava muito mais de Lady Snowblood.
Ao que parece todas as opiniões sobre a temporada entram numa espécie de padrão com um sutil desvio, então nem vou perder tempo desenvolvendo as resoluções mais óbvias: Temporada inferior às primeiras, tramas reutilizadas e episódios mornos exceto USS Callister e Black Museum. Em termos técnicos e de prestígio, a série melhorou muito depois que foi comprada pela Netflix. Mas é aquele velho dilema: Mais vale uma série sem muito recursos com histórias boas ou deslumbrantes com história morna? Eu voto pelo primeiro mas também me divirto com o segundo, rs. Acho que em relação à rotatividade das premissas, é natural que a criatividade seja um tanto limitada depois que a maioria das ideias mais interessantes e viáveis tenham sido exploradas nos eps anteriores (embora eles possuam um grande corpo de antenados em tecnologia para desenvolver os argumentos...) Black Museum foi sensacional na minha opinião, ainda com um plot twist clássico (quem não gosta?) de vingança, achei muito interessante e foi o único da temporada junto com USS Callister que me deu medo do futuro, ou melhor, de pessoas estranhas com recursos. Achei Crocodile e Metalhead bem estilísticos, fotografia boa e uma atmosfera legal também. Pena que ambos não são construídos de forma muito letárgica, dando a sensação que perderam muito tempo com cenas que poderiam ser editadas levando as ações relevantes a cabo. Não entendi todo o rebuliço sobre o final de Metal,
achei meio óbvio que alguma criança estava doente... Ou divulgaram alguma explicação mais elaborada? A atuação da Bella me irritou também, foi dramática e o personagem é o clichê "mal escrito, com ações idiotas para fomentar uma trama". Ela podia ter atirado no cachorro da escada, à distância, ou quebrado ele enquanto estava descarregado mas nem vimos tentativas disso. Isso parece bobo mas me irrita MUITO, pois é subestimar quem assiste na cara dura, além de ser um típico recurso de filme de terror fulo.
Hang the Dj é tudo isso mesmo ou perdi alguma coisa? Chega a ser uns 30% de San Junipero SENDO BOAZINHA, será que todo mundo curte tanto uma trama leve e com final feliz assim? Achei regular como Arkhangel... Enfim, temporada mediana sustentado basicamente por dois episódios. Talvez nas primeiras haviam 6 episódios e eles editaram corretamente, deixando só os melhores kkkk seria perfeito se acontecesse nessa.
Okja não deve ser resumida ao simples artifício para conscientizar sobre o consumo de animais, uma vez que a obra ultrapassa em padrões de roteiro, atuações e quesitos técnicos. Primeiramente, é um filme que trabalha aspectos da pós modernidade - vide clímax sistema capitalista e industrialização em massa - de forma muito sutil, quase que travestida numa premissa simples e "boba", que tem também o benefício de ser extremamente acessível para todas as idades. As tentativas desesperadas da indústria em desenvolver uma visão mais otimista e humanizada do consumo animal também é um ponto muito pertinente. Gostei muito de como desenvolveram o personagem da Tilda Swinton, em suas duas facetas: A popular que busca construir um império bem visto e a totalmente pragmática, fria e bem sucedida em seus planos. Engraçado como as grandes corporações se organizam assim também na vida real... Tecnicamente, achei o uso do CGI muito bom e nadinha desnecessário. A atuação da Ahn Seo foi demais, sendo de longe um dos melhores personagens juvenis que já vi em sua força e firmeza. O do Jake Gyllenhaal é que ficou meio perdido na história, com matizes de artificialidade e humor pastelão um tanto quanto desnecessário. Vale ressaltar que o Boon Joon-ho é muito bom em contrabalancear tramas pesadas com personagens leves, humor negro e uma bela fotografia. Achei esse filme bom demais para ser reduzido a um aspecto só, vejam mais do que isso, como no fim as coisas na nossa sociedade são apenas produtos, como a busca por humanizar é um sintoma que todos já admitiram que há algo errado na forma como produzimos, mas que nada muda o que ainda acontece... Enfim, vejam além, o filme merece e não faz mal para você, rs.
A premissa do filme é muito melhor do que sua execução. Não que falte qualidade técnica, porque a direção de arte, fotografia, trilha etcs. são muito agradáveis e bem sucedidos. Mas falta algo de realidade e pragmatismo, ao meu ver. Embora tenha várias indagações filosóficas, se perde muito no drama (dos flashbacks principalmente) e em alguns casos falta diálogos para explorar melhor os personagens. Gostei de terem reduzido bastante para o personagem principal, sua namorada/amigo e família, do contrário você não teria uma carga emocional tão grande na questão da perda e consequências. Ainda sim, poderiam ter agilizado um pouco mais as coisas... Não sei, me parece que faltou algo. Ainda sim, muito satisfatório e inovador na premissa. Gostei!
com cenas de tensão sexual sem camisa por meio da Força
kkkkk Rian Johnson é um bom diretor com bons antecedentes, mas não sei se foi uma escolha sábia para o filme. O caráter de um blockbuster é entreter com o mínimo de esforço intelectual, mas causando certa empatia pelos personagens. "Os Últimos Jedi" ficou perdido em um limbo, porque embora não explore nenhuma trama complexa - aliás, a aventura podia facilmente ser editada em uns bons 40 minutos ou divida em dois volumes - também tenta aplicar uma dramaticidade incompatível com o número de personagens. A fotografia e direção de arte são bem feitas, até um nível superior ao que se espera da cultura mais popular cinematográfica. E por favor, pelo amor de Deus, tirem esse pseudo vilão! Esse Adam Drive é inexpressível e a construção do personagem dele é totalmente diversa dos que antecederam a franquia: Poderosos mas não explícitos, causavam tensão nas cenas por não saber o que esperar...
Desse eu já adianto que ou vai ficar com cara de bebê chorão ou surtar/quebrar algo/lançar pessoas.
A trama imbecil entre ele e a Rey é totalmente clichê, forçada e desvaloriza uma personagem que seria mais interessante se não fosse também mal explorada.
Parece uma adolescente cheia de ímpeto e dos melhores valores cristãos de amor/fraternidade, sempre repetindo frases fervorosas e querendo salvar a todos de tal forma que se torna mais cansativa que o Anakin chiliquento na outra trilogia kkk
Não sei muito bem se a intenção do filme era cativar. Parece mais um retrato dos riscos infecciosos da pós modernidade e como um vírus do porte de qualquer um do século XX, em um mundo globalizado, é destrutivo. Parece mais um documentário ficcional hiperbolizado para passar a seguinte mensagem:
De todos do Woody que vi até agora, o mais fraco. Segue os mesmos padrões dos outros filmes dele (sempre beirando a chatice burguesa moderna e seu pedantismo cansativo, mas equilibrado de certa forma por seu humor cru), porém nesse caso uma soma de vários fatores deixou a obra 100% nula. Os atores são antipáticos, embora alguns muito bons estejam deslocados (vide Hopkins e Brolin) e é tudo inconclusivo, clichêzinho e zzz
Muito tocante, o filme tem mérito por conseguir ser sensível, sutilmente engraçado e até mesmo didático sobre algumas questões culturais japonesas (como a marginalização dos trabalhos relacionados à morte). A abordagem sobre questões familiares parece ser bem recorrente nas obras nipônicas e nesse caso embora clichê, foi lindo demais. Peca um pouquinho pelo tom otimista, mas numa problemática tão pesada quanto essa como eu posso reclamar de quem ainda conserva esperanças bonitas? Rs. Gostei muito do personagem do "Chefe", que embora um mero coadjuvante, a atuação foi esplêndida e a construção do personagem muito bela.
Pi
3.8 769 Assista AgoraE eu que achei que o filme mais pretensioso do Aronofsky fosse o Fonte da Vida kkk. A diferença é que um dá infinitamente mais certo que outro.
Pi tem uma aura de Requiém que não deu certo, com seus cortes interessantes e a tentativa de criar um ambiente angustiante e paranoico. Claro que ele consegue tal efeito, mas além disso não há nada de interessante na obra.
São muitas referências (até legais, mas bem comuns) que não acrescentam conhecimento e nem ligam-se de alguma forma. É tipo conversar com seu amigo intelectual drogado que cria várias teorias mas não conclui nenhuma...
Foi mal Aroro, mas essa não passou.
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista AgoraPrimeiramente, surpresa agradabilissima é The Handmaids Tale tanto como uma série inovadora do panorama atual e também como distopia sagaz.
Mas, ainda que ótimo, não consigo considerá-la tão boa quanto todo o resto. Claro que a proposta é inteligente, intrigante e bem preocupante num país tão degenerado pelos discursos de ódio e influencias religiosas radicais como o nosso; Acontecem, porém, problemas de ritmo e construção de personagem.
A June é humana, inteligente mas extremamente realista (não uma superheroina sem medo que sabe sempre o que fazer) e esses são os principais atributos. Pena que em certo ponto da narrativa de flasbacks, sua personagem empaca em ser uma mãe/mulher apenas! É isso mesmo galera, se esse é cerne do principal "problema" da sociedade futura, também foi o que na minha opinião fez a série perder o brilho (O que é ironico se fomos considerá-la um quase um manifesto feminista...)
Acho extremamente cansativo como ela apenas PENSA na filha;marido, LUTA pela filha;marido, RESPIRA e EXALA só isso. Queria conhecer a MULHER melhor, não só a mãe e esposa. O último suspiro independente que tem é quando
se envolve finalmente com o Nick, tendo toda sua repressão sexual e insegurança liberada de forma catártica em uma tentativa de criar laços. Logo, é engolida por uma gravidez subsequente, ou seja, ela sendo MÃE novamente...
Até a misteriosa Mrs. Waterford é mais instigante do que a protagonista, com seus ideiais contracorrente interessantes e dilemas pessoais advindo de suas próprias crenças. E a pobrezinha da Offglen, personagem muito bem interpretrada e com um arco narrativo tão promissor foi engolida no meio dos eventos sem sentido. Cadê?
Proposta mordaz, toda produção envolvida de muita qualidade (de fotografia até elenco) mas enrolaram demais e têm uma personagem carro chefe pobremente "destrinchada".
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraM. Night Shyamalan saiu de cima do muro para mim depois desse filme. Eu sinto mais afeição por ele do que a monotonia estranha que seus filmes transmitem, mas Unbreakable é lindamente contado!
A edição é linda, a fotografia e esse roteiro autoral tão característico formam uma obra coesa, simples mas muito impactante. Gostei de ambas atuações principais, muito bem desenvolvidas.
Interessantíssimo.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraÉ um filme artístico e muito delicado que foi divulgado em porte popular e por isso tanta gente não gosta. Não recomendaria alguém ver no cinema como um filme "tapa buraco", quando escolhem aleatoriamente algum só para não perder o passeio.
Ele exige paciência e imersão nos personagens e nessa ambientação que é simplesmente sensacional. Quer não gostaria de viver em tal lugar, com tais pais e amigos? Além de sutilmente nostálgico sobre o desflorar juvenil, é perfeito em retratar a primeira paixão (a minha no caso teve os mesmos sintomas que o do Elio, quase iguais).
Por isso essas cenas mais arrastadas, esse flerte demorado e essas inconstâncias dos personagens... A parte mais difícil é admitir que está apaixonado, ainda mais em um contexto homossexual que vai contra os limites estabelecidos - embora nenhum dos personagens do filme todo tenha repreendido os dois, mas novamente isso tem a ver com a construção do ambiente que era quase utópico de tão perfeito!
É uma bela película, muito singela mas significativa e que é voltada para um público não exatamente "específico", porque não gosto de segregação cinematográfica rs, mas também não agradará uma maioria mais incisiva e pragmática.
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraPalmas ao Von Trier e sua capacidade de causar sensações estéticas tão intensas quanto devastadoras. Dançando no Escuro é definitivamente um dos filmes mais arrasadores que eu já vi e tudo pela sua impetuosa verossimilhança com a realidade.
Eu gosto muito dos frutos do dogma 95 mas admito que depois dessa obra fico com medo de ver mais filmes "sofrência" desse movimento, é muito arrebatador! A personagem da Selma é uma das mais marcantes que eu me lembro de ter visto e a atuação da Björk... Sem palavras.
O fato de ser um musical me incomodou um pouco porque é um gênero que não me agrada exceto em exceções essenciais porém no fim você entende que é uma parte primordial da construção da protagonista, como sua fuga da realidade a impedia de sentir a dor de uma vida tão miserável.
E a escolha principal que norteia toda a sua existência, simboliza como ainda absorta no mundos dos "daydreams" e de uma ingenuidade quase angelical, seus objetivos práticos eram claros e seu fardo deveria ser carregado - acho que fica muito claro na fala em que ela diz
"bom, só quero falar de coisas práticas". Se escolhesse desistir de carregar seu peso naquele momento, todo o objetivo de sua vida seria jogado fora por mais 30 anos presa no mais assombroso silêncio. Desta forma, morrer além de um ato prático e necessário a pouparia de que sua dor lhe alcançasse.
E essas últimas cenas?
Uma morte heroica não simboliza um mártir corajoso, de peito aberto, gritando a todos seus pulmões como está resoluto disso. A morte é cruel e nosso instinto contra ela se torna mais forte do que qualquer ideal e,
Humano, simples, realista e extremamente significativo. Lars, eu te amo oficialmente agora.
A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraAtuação dispare da Emily Blunt e uma trama interessante em ambas as narrativas (embora eu não tenha lido o livro, fiquei bem curiosa).
É uma boa construção de suspense e embora previsível em alguns pontos ainda se destaca pela pela injustiça atribuída à protagonista, você se sente revoltado por ela.
Bom filme.
La Casa de Papel (Parte 1)
4.2 1,3K Assista AgoraÓbvio que o roteiro é clichê com toda essa história de "vamos roubar um banco e tudo dará certo porque planejei por 27 anos", mas eu gosto e muito da execução da série.
Primeiramente, espanhol é demais kkkkk é muito gostoso de ouvir gente, recomendo que OUÇAM a série agora.
Bom, em níveis gerais é uma série bem agradável, com personagens bem diferenciados, explorados E SIM GALERA, HUMANOS! É exatamente sobre isso que se trata tudo, como um plano por mais perfeito que seja falha porque quem o executa não é perfeito.
A Tóquio e o Rio me irritam consideravelmente e eu xingei eles de burros em vários momentos até perceber que TCHARAN todos ali erraram/cagaram no pau em algum momento. Abracem os personagens pessoalzito!
La Casa De Papel não é uma obra formidável que será relembrada por gerações mas nem quer ser também, serve como um ótimo entretenimento. O maior quesito filosófico para mim é refletir sobre como tenta-se estabelecer uma ordem fixa para os eventos e mesmo assim tudo o que reina é o caos! O êxito se torna um gentil presente da sorte, desta forma.
Tem uns deslizes que poderiam ser chamados de licença poética, talvez?
Como a inspetora responsável que em meio ao maior assalto do país passa mais de uma noite fora (além disso quem ia aguentar dar uma fodinha depois de 30 horas acordada?), ou o fato da demora para os reféns se rebelarem, ou até mesmo da calma da polícia frente a uma situação tão tensa,
Quero ver a continuação loucamente.
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraNossa, esse Villeneuve desse ser patrocinado pela industria de soníferos, só pode. O cara consegue pegar elenco bom, orçamento bom e a superestimação que hollywood deu para ele e deixar tudo chato para caralho.
Vamos começar pelo tempo, o cara fez um filme quase com a mesma duração que O Poderoso Chefão e Scarface (que apresentam uma breve "biografia" dos protagonistas) para desenvolver um pouco mais de 1 semana, em uma premissa morna com um enredo linear e previsível.
É um suspense bom? Certamente bem construído né meu povo, porque se em 2h30 o cara não consegue nem isso... Mas falha terrivelmente no ritmo, você fica tenso e depois entediado e depois tenso porque acha que o final será bom
e o final é uma puta decepção.
Truquezinho pitoresco de colocar
uma personagem mal construída que apareceu em menos de 3 minutos na trama inteira para ser o grande "quem?".
Aliás, a parte mais interessante do filme
é o dilema que o pai cria ao sequestrar o suspeito e a outra família ser cúmplice disso embora não houvessem provas conclusivas.
Enfim, 2h30 de "quases" e tédio que se estende até o final porque você já perdeu muito tempo e espera que o fim seja bom como o começo. E não é.
Manderlay
4.0 297 Assista AgoraPrimeiramente, Lars Von Trier acertou em cheio com essa trilogia (inacabada) sobre os EUA. A pegada socio-política que norteia não apenas sobre a maior potência contemporânea ocidental mas sim sobre todo o processo de moralização/adestramento que a sociedade branca impôs em um passado recente.
Dito isto, não faz sentido nenhum compararem Dogville com Manderlay. É como comparar história com filosofia só porque estão na mesma área... Em quesitos técnicos, ok (se bem que não quase modificação nenhuma e o calibre do elenca continua foda), mas eles tratam de questões totalmente diferentes.
Como observamos o desenvolvimento da própria protagonista e descobrimos quem de fato é no fim do primeiro filme, Manderlay é muito mais ácido e realista ao dissecar Grace até suas vísceras mais hipócritas. A situação se subverte muito bem (embora esperado) quando o ambiente hostil e a corajosa salvadora trocam seus papéis.
Uma bela metáfora também para a colonização africana sob o preceito da democratização nacional, da instalação de uma civilidade que tais bestas pagãs não possuíam. Também migra para as grandes intervenções militares modernas do EUA, a concepção iluminista de liberdade para países aos quais isso não se aplica (vide quase todo o Oriente), onde a submissão ao rei é uma questão cultural tremendamente enraizada para ser deturpada por uma revolução branca do século XVIII.
Lars desenvolveu muito bem a hipocrisia e desconhecimento sobre questões morais e cívicas em Dogville de forma regional e depois o projetou numa escala histórica global. Simplesmente um filme histórico perfeito, audacioso e com qualidade muito superior.
Babel
3.9 996 Assista AgoraEu e Iñárritu não nos bicamos de jeito nenhum. Babel é o retratado arrastado e monótono de acontecimentos em cadeia e suas consequências, nada mais.
As atuações não são exploradas, os personagens são perdidos e fazem coisas insignificantes durante toda a duração até que no final cada um se "encaminha" para um desfechozinho simples.
Exceto os grupos menos desenvolvidos (marroquinos e mexicanos) que se fodem enquanto os americanos fazem o circo pegar fogo.
Fica no mediano/chato.
Náufrago da Lua
4.3 89Sensacional, mais uma vez os coreanos te fazendo chorar e rir ao mesmo tempo
ou deveria ser cagando e chorando como o protagonista?
A dicotomia equilibra tudo e ajuda a abordar o assunto da solidão contemporânea de forma eficaz, cômica e tocante. Quase um Medianeras coreano...
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraFilminho complicado de comentar.
Realmente a tensão é tocante, você entra no clima de pressão e exigência que é muito bem construído não só pelo papel foda do J.K. como de todos os personagens (ninguém é santo, todos ácidos).
Mas achei o roteiro bem pobre e
essas reviravoltas em que tudo se resolve no final simplificam demais as coisas, como se a habilidade do cara fosse aflorar numa determinada situação depois de meses treinando e falhando.
Não senti empatia pelo personagem do Miles, que é pretensioso e me pareceu pouco autêntico mas isso talvez vá de preferências pessoais (curto os intensos).
Basicamente é
uma representação resumida do treino desenfreado de um cara que queria se destacar em algo, com um líder pouco tradicional, militarizado e "genial". No fim ele consegue, top!!
Lady Vingança
4.0 456Amo Chan-wook Park e vou protegê-lo!!11
Linda essa direção de arte, linda essa edição, essa direção, essa trilha sonora, essa vingança inteira...
Beasts of No Nation
4.3 829 Assista AgoraA produção mais exemplar da Netflix que eu conheço!
O Fukunaga já tinha se destacado na direção de algumas histórias, mas nenhuma tão pesada e atual como essa. O gosto do sofrimento é quase tangível, ainda que o Agu só tenha refletido sobre isso verdadeiramente no fim da história e na ascensão de sua maturidade.
A cena de seu primeiro assassinato é muito tensa, realista e tocante.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KMuito simples na sua proposta mas extremamente tocante e de relevância história gigantesca!
Assisti esse logo depois de ver Beasts Of No Nation e tudo que pensava era: A guerra é a coisa mais ingrata que uma criança pode sofrer. O deslocamento, a dor gigante que só não toma conta de tudo porque a imaturidade/ingenuidade da idade não deixam, a falta de uma família, nação, amigo, porto seguro...
Achei o filme extremamente válido e por mais que pareça "apelativo", transpassa todos os clichês cansativos da 2a Guerra e nos mostra a visão dos perdedores de forma tocante, daqueles que nem ao menos estavam no campo de batalha mas não tiveram chance da mesma forma.
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraMais um grande filme de Chan-wook Park, A Criada, embora peque um pouco na duração (algumas cenas mais superficiais poderiam ser editadas sem problema) não se torna enfadonha em nenhum minuto e apresenta uma exploração consistente de uma trama em si simples.
As atuações são muito boas e as personagens principais são apresentadas de forma rápida mas profunda o suficiente para o decorrer dos eventos. Quem mais chama atenção, obviamente, é o casal de protagonistas, que convencem e constroem o clima sexual e de cumplicidade muito bom.
Aliás, o filme inteiro tem essa áurea de lasciva e perversidade e é claro,
acaba com um desfecho feliz e mais romântico...
Os plot twists são bem convenientes e estruturados, embora em certo ponto se torne meio óbvio você ainda sim quer terminar de ver a história. Direção de arte muito bela, assim como fotografia e trilha sonora.
Muito bom.
Lady Snowblood: Vingança na Neve
4.1 127O maior mérito do filme parece ter sido inspiração para o Tarantino, com referências em várias de suas obras, mas isso por si só não torna a história tão boa. A fotografia é bem legal e a dramatização sanguinolenta (característica da cinematografia japonesa) são interessantes e bem articulados, porém de resto achei tudo meio ridículo.
Tentei arduamente não ser anacrônica e analisar o filme com um olhar do século XXI e, ainda sim,
achei a atuação da protagonista totalmente sem sal e as cenas de lutas muito mal feitas (bem além da forma caricata que vai de golpes que atravessam pessoas até espadas com sons engraçados)...
Black Mirror (4ª Temporada)
3.8 1,3K Assista AgoraAo que parece todas as opiniões sobre a temporada entram numa espécie de padrão com um sutil desvio, então nem vou perder tempo desenvolvendo as resoluções mais óbvias:
Temporada inferior às primeiras, tramas reutilizadas e episódios mornos exceto USS Callister e Black Museum.
Em termos técnicos e de prestígio, a série melhorou muito depois que foi comprada pela Netflix. Mas é aquele velho dilema: Mais vale uma série sem muito recursos com histórias boas ou deslumbrantes com história morna? Eu voto pelo primeiro mas também me divirto com o segundo, rs.
Acho que em relação à rotatividade das premissas, é natural que a criatividade seja um tanto limitada depois que a maioria das ideias mais interessantes e viáveis tenham sido exploradas nos eps anteriores (embora eles possuam um grande corpo de antenados em tecnologia para desenvolver os argumentos...)
Black Museum foi sensacional na minha opinião, ainda com um plot twist clássico (quem não gosta?) de vingança, achei muito interessante e foi o único da temporada junto com USS Callister que me deu medo do futuro, ou melhor, de pessoas estranhas com recursos.
Achei Crocodile e Metalhead bem estilísticos, fotografia boa e uma atmosfera legal também. Pena que ambos não são construídos de forma muito letárgica, dando a sensação que perderam muito tempo com cenas que poderiam ser editadas levando as ações relevantes a cabo. Não entendi todo o rebuliço sobre o final de Metal,
achei meio óbvio que alguma criança estava doente... Ou divulgaram alguma explicação mais elaborada? A atuação da Bella me irritou também, foi dramática e o personagem é o clichê "mal escrito, com ações idiotas para fomentar uma trama". Ela podia ter atirado no cachorro da escada, à distância, ou quebrado ele enquanto estava descarregado mas nem vimos tentativas disso. Isso parece bobo mas me irrita MUITO, pois é subestimar quem assiste na cara dura, além de ser um típico recurso de filme de terror fulo.
Hang the Dj é tudo isso mesmo ou perdi alguma coisa? Chega a ser uns 30% de San Junipero SENDO BOAZINHA, será que todo mundo curte tanto uma trama leve e com final feliz assim? Achei regular como Arkhangel...
Enfim, temporada mediana sustentado basicamente por dois episódios. Talvez nas primeiras haviam 6 episódios e eles editaram corretamente, deixando só os melhores kkkk seria perfeito se acontecesse nessa.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraOkja não deve ser resumida ao simples artifício para conscientizar sobre o consumo de animais, uma vez que a obra ultrapassa em padrões de roteiro, atuações e quesitos técnicos.
Primeiramente, é um filme que trabalha aspectos da pós modernidade - vide clímax sistema capitalista e industrialização em massa - de forma muito sutil, quase que travestida numa premissa simples e "boba", que tem também o benefício de ser extremamente acessível para todas as idades.
As tentativas desesperadas da indústria em desenvolver uma visão mais otimista e humanizada do consumo animal também é um ponto muito pertinente. Gostei muito de como desenvolveram o personagem da Tilda Swinton, em suas duas facetas: A popular que busca construir um império bem visto e a totalmente pragmática, fria e bem sucedida em seus planos. Engraçado como as grandes corporações se organizam assim também na vida real...
Tecnicamente, achei o uso do CGI muito bom e nadinha desnecessário. A atuação da Ahn Seo foi demais, sendo de longe um dos melhores personagens juvenis que já vi em sua força e firmeza. O do Jake Gyllenhaal é que ficou meio perdido na história, com matizes de artificialidade e humor pastelão um tanto quanto desnecessário.
Vale ressaltar que o Boon Joon-ho é muito bom em contrabalancear tramas pesadas com personagens leves, humor negro e uma bela fotografia.
Achei esse filme bom demais para ser reduzido a um aspecto só, vejam mais do que isso, como no fim as coisas na nossa sociedade são apenas produtos, como a busca por humanizar é um sintoma que todos já admitiram que há algo errado na forma como produzimos, mas que nada muda o que ainda acontece... Enfim, vejam além, o filme merece e não faz mal para você, rs.
Se os Gatos Desaparecessem do Mundo
3.9 28A premissa do filme é muito melhor do que sua execução.
Não que falte qualidade técnica, porque a direção de arte, fotografia, trilha etcs. são muito agradáveis e bem sucedidos. Mas falta algo de realidade e pragmatismo, ao meu ver.
Embora tenha várias indagações filosóficas, se perde muito no drama (dos flashbacks principalmente) e em alguns casos falta diálogos para explorar melhor os personagens. Gostei de terem reduzido bastante para o personagem principal, sua namorada/amigo e família, do contrário você não teria uma carga emocional tão grande na questão da perda e consequências. Ainda sim, poderiam ter agilizado um pouco mais as coisas... Não sei, me parece que faltou algo.
Ainda sim, muito satisfatório e inovador na premissa. Gostei!
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraImpressionante como tentaram dramatizar e infantilizaram a franquia,
com cenas de tensão sexual sem camisa por meio da Força
O caráter de um blockbuster é entreter com o mínimo de esforço intelectual, mas causando certa empatia pelos personagens. "Os Últimos Jedi" ficou perdido em um limbo, porque embora não explore nenhuma trama complexa - aliás, a aventura podia facilmente ser editada em uns bons 40 minutos ou divida em dois volumes - também tenta aplicar uma dramaticidade incompatível com o número de personagens.
A fotografia e direção de arte são bem feitas, até um nível superior ao que se espera da cultura mais popular cinematográfica. E por favor, pelo amor de Deus, tirem esse pseudo vilão! Esse Adam Drive é inexpressível e a construção do personagem dele é totalmente diversa dos que antecederam a franquia: Poderosos mas não explícitos, causavam tensão nas cenas por não saber o que esperar...
Desse eu já adianto que ou vai ficar com cara de bebê chorão ou surtar/quebrar algo/lançar pessoas.
A trama imbecil entre ele e a Rey é totalmente clichê, forçada e desvaloriza uma personagem que seria mais interessante se não fosse também mal explorada.
Parece uma adolescente cheia de ímpeto e dos melhores valores cristãos de amor/fraternidade, sempre repetindo frases fervorosas e querendo salvar a todos de tal forma que se torna mais cansativa que o Anakin chiliquento na outra trilogia kkk
Pueril, cansativo e totalmente remodelado.
Contágio
3.2 1,8K Assista AgoraNão sei muito bem se a intenção do filme era cativar. Parece mais um retrato dos riscos infecciosos da pós modernidade e como um vírus do porte de qualquer um do século XX, em um mundo globalizado, é destrutivo.
Parece mais um documentário ficcional hiperbolizado para passar a seguinte mensagem:
ESTAMOS FODIDOS e NÃO COMA CARNE (zoeiras à parte, reflete-se muito sobre a questão de higiene agrária atual, ou melhor, sua falta).
Válido.
Você vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos
2.9 778De todos do Woody que vi até agora, o mais fraco.
Segue os mesmos padrões dos outros filmes dele (sempre beirando a chatice burguesa moderna e seu pedantismo cansativo, mas equilibrado de certa forma por seu humor cru), porém nesse caso uma soma de vários fatores deixou a obra 100% nula.
Os atores são antipáticos, embora alguns muito bons estejam deslocados (vide Hopkins e Brolin) e é tudo inconclusivo, clichêzinho e zzz
A Partida
4.3 523 Assista AgoraMuito tocante, o filme tem mérito por conseguir ser sensível, sutilmente engraçado e até mesmo didático sobre algumas questões culturais japonesas (como a marginalização dos trabalhos relacionados à morte).
A abordagem sobre questões familiares parece ser bem recorrente nas obras nipônicas e nesse caso embora clichê, foi lindo demais.
Peca um pouquinho pelo tom otimista, mas numa problemática tão pesada quanto essa como eu posso reclamar de quem ainda conserva esperanças bonitas? Rs. Gostei muito do personagem do "Chefe", que embora um mero coadjuvante, a atuação foi esplêndida e a construção do personagem muito bela.
A cena do acondicionamento da mulher do marido zangado foi muito emocionante.