Podia arquitetar o maior comentário analítico adulador dos últimos tempos,mas só consigo dizer: Que vira-casaca da porra kkkkk Almodóvar, você faz o cinema mais criativamente feliz, obrigada por existir! ♥
Embora complicado não saber por onde começar a falar de um filme, é sempre um bom sinal do impacto causado. Seguinte: A Grande Beleza é esteticamente extasiante (Itália e boa fotografia, dã) e poeticamente acessível, sem grande delongas ou reflexões pesadas, é um conjunto de vivências aleatórias desconstruídas por uma sutil insignificância existencial. O personagem de Jep, centro da obra, é magistralmente delineado com sua arrogância, misantropia, criticidade com ele mesmo e as pessoas ao seu redor. Me lembra Bukowski e "O Estrangeiro", o cara que engole a realidade dura com ajuda de um Martíni e que por mais que esteja nos lugares como o centro de tudo, não consegue se encaixar (ou sentir empatia alheia). O choque de realidade de uma vida inteira de futilidades que culmina em insatisfação e nostalgia, pintada em um plano de fundo que é ao mesmo tempo um tributo ao academicismo artístico em contraste com a banalidade contemporânea. Grandiosamente belo, se me permitem o trocadilho, rs.
O melhor de guerra que já vi (embora a quantidade não seja enorme). Me remete a um Band Of Brothers na forma realista que aborda as relações entre os soldados e as tragédias do conflito, mas com uma carga filosófica/reflexiva colossal. De Terrence Malick só vi Novo Mundo e pedaços de Árvore da Vida, mas todos sabem como ele é criticado e considerado superestimado. Não acho que seja, mas compreendo como esse excesso de conteúdo afeta o andamento de um filme. Em alguns momentos eu me via saturada com reflexões e só pensava: "Isso parece um poesia audiovisual", e certos monólogos passaram por mim como sem sentido (normal em qualquer obra desse gênero). O que, concluo, eleva o trabalho dele ao mais poético que vi, definitivamente, mas exatamente o maior atributo é o maior defeito. Além disso, não há nada a reclamar. Gosto dessa ambientação e essa fotografia me impressionou demais, pois é exatamente IGUAL a momentos emocionantes/reflexivos/românticos da vida real. Me passou essa sensação de forma muito intensa. Muito bom.
Eita porra você estão mesmo preocupados se aparece/é Rio de Janeiro ou com a fotografia PROPOSITALMENTE descuidada? É um tributo foda ao Nietzsche, representação autêntica e assertiva sobre sua obra, suas crenças e sua mais íntima demonstração filosófica. Tende a ser meio arrastado e paradão, esse modelo de doc me lembra MUITO o superestimado e adorado Elena, e não vi ninguém falando que parece amador rs...
Não sei o porquê, mas sempre me parece que os filmes do Shyamalan têm MUITO POTENCIAL porém quando concluídos, falta alguma coisa. Gosto muito da forma como ele cria tensão e constrói personagens nos detalhes, em um ritmo lento mas na maioria das vezes bem orientado (exceto Sinais zzzz). Também essa dedicação ao misterioso e sobrenatural é respeitável, ainda que tenha prejudicado Fragmentado severamente. Embora seja sobre as personalidades do Kevin, passamos mais tempo ouvindo explicações psicológicas da Dra. do que realmente conhecendo-as junto com suas raízes traumáticas. Faltou carga emocional onde só tinha viagens sobrenaturais rs. A atuação do James McAvoy é suprema, nem preciso escrever sobre isso. É assim que se percebe a evolução de um ator, ele alcançou um domínio expressivo muito amplo para interpretar esse papel e conquistou respeito. A voz, expressão, linguagem corporal... Tudo bom demais para um personagem explorado superficialmente. Acho que tenho um crush na Anya-Taylor (desde A Bruxa), e gostei do personagem PORÉM faltou um desfecho decente né.
Ela devia dar um tiro na cara do tio como quis antes, ou qualquer coisa CONCLUSIVA.
As obras do M. Night me atraem porque são características, misteriosas e bem elaboradas, sempre com pequenos twist plots. Mas ainda falta algo, às vezes dá para apontar e às vezes é só um sentimento de telespectador... Em Fragmentado dissecar o personagem principal, que sustetou e vendeu todo o filme, mas foi prejudicado por suspense e sobrenaturalidade.
Nas minhas leituras juvenis de alguns anos atrás (quando eu tinha tempo para baixar e ler qualquer livro que quisesse em 2 dias), me interessei e muito pela ideia de 13 Reasons Why. Após não conseguir achar em nenhum lugar, acabei me esquecendo e só fui lembrar quando vi o teaser da Netflix... Seguinte: a premissa é cheia de suspense e apresenta uma ideia criativa, pena que a série não foi desenvolvida assim. Não li o livro mas nem necessito para apontar as falhas e clichês que me saturam na história toda. Não é um obra interessante e autêntica como parece, é na verdade um apelo didático utópico para que paremos de nos odiar e magoar. Desculpe-me os que acham que é só sobre bullying, mas até mesmo no episódio final aquela frase pseudo-pacifista do Clay diz tudo:
Muito bonitinho e pregado ultimamente mas não há espaço para esse amor universal na realidade e é por isso que a série além de teenager, fútil e forçada não oferece soluções práticas nenhumas. Os primeiros eps se desenvolvem bem, mas a partir da metade começa uma enrolação entre os flashes e as revelações da Hannah (que vão cada vez mais se baseando em futilidades vitimistas), de repente
você ficou 40 minutos esperando para ver que um dos motivos de um suicídio é alguém roubar um elogio seu (?).
Consequências forçadas também são cansativas e subestimam a capacidade cognitiva do telespectador, como acreditarmos que derrubar uma placa provoca um acidente fatal. A série se baseia em nada além do uso de um nicho sócio-político em voga para ganhar uma audiência supostamente "conscientizada" e repecutir positivamente nas mídias. Entende-se porque ninguém nunca deu atenção ao simples best seller quando foi lançado em 2007, que coincide com uma introdução "mundial" ao que o bullying era. Agora que todos acham que sofreram ou sabem o que é, o assunto explode. Acontece que as ações da Hannah são um "gatilho para atos suicídas", como vários psicológos apontaram, porque sustentam que pequenas desavenças ou conflitos do dia-a-dia podem ser motivos cumulativos para desistir da vida. E me desculpem se alguém aí acha que vive em um mundo em que ninguém vai te zoar na escola ou te excluir; Transformar coisas corriqueiras (ainda que desagradáveis) em justificativas suicídas é despreparar o público alvo para lidar com essas questões. 13 reasons não veio somente para conscientizar e ajudar e blá blá blá, vem como uma representação sensacionalista da depressão juvenil - e não estou falando de cenas de estupro ou morte, mas sim da própria abordagem maquiada como educativa -, que pode influenciar a muitos de forma negativa e se não o fizer, se aproveita pretensiosamente do assunto, ou vocês acham que esse final meia boca cheio de pontas soltas não é premeditado para continuações? Não se iludem que a série mostra a realidade do suicídio, bullying ou interações na adolescência... Ela só esteriotipa, intensifica e dramatiza irracionalmente tudo.
Respeito a construção da atmosfera e da trama, toda a jogatina lógica e poder de observação do personagem principal. Porém, um tanto arrastado e cru demais (?).
Eu, chorona, fui louca assistir o filme e me decepcionei (se o aspecto era chorar). Não que seja ruim, trata de um tema muito pesado de forma realista e sem "censura", mas esse tom de filme motivacional/didático me incomoda MUITO. Devo estar muito habituada a violência gráfica e vingança mal executada dos coreanos, rs. Tirando as músicas alegres e partes clichês, toca num ponto muito presente na Coréia: Impunidade judicial. Assim que terminei de ver fui correndo pesquisar dados sobre a violência no país e, embora não tenha achado taxas concretas, é um problema social ainda não eliminado como em outros países desenvolvidos. Para nós brasileiros reclamões, temos um ponto em comum com os asiáticos. Sendo assim, esse tipo de filme acaba sendo mais uma crítica social do que obra artística em si, então perdoo a embalagem genérica e final clichêee.
Primeiramente: o filme perdeu totalemente o ritmo. O que alguns chamam de cansativo eu chamo de "Bertolucci-dormiu-fazendo-esse-filme", porque o nível arrastado não permite um entrelaçamento sequencial. Segundo: é polêmico sim pelas histórias dos bastidores, mas deveria ser polêmico pela violência que o personagem do Brando impõe TODA hora. O cara é um ogro e me supreendeu que muitos considerassem a cena da manteiga como uma cena "de sexo que acabou sendo um estupro". A cena é um estupro até na atuação (se realmente foi na vida real são outros 500 e uma história meio mal contada, mas ok). Finalizando: Superestimado, de um bom diretor mas que acaba sendo mais reconhecido pelas polêmicas do que pelo sucesso na execução da obra.
Mesmo sem gostar de musicais e tampouco de contos de fadas, a produção é muito bem construída e o filme bem executado. A apresentação das personagens é feita de forma coesa e simples (com o maniqueísmo e conclusão clichê típicos do genêro), e o tempo me pareceu bem aproveitado e não cansativo como achei que seria. Bom para o público infantil e fãs.
Como pode um filme tão visceral ser ao mesmo tempo tão tocante e melancólico? I Saw The Devil é uma aquarela de emoções e reflexões acerca de conceitos como justiça, amor, dor, vingança, apresentada em pontapés e lágrimas (pontapés é uma metáfora eufemizada neste caso). Não apenas violência gratuita ou um terror psicológico, é impecavelmente executada para chocar como um filme de terror para adultos com o pior monstro possível: aquele que existe, todos nós. As atuações são maravilhosas e coerentes, as cenas de violência trazem um tom realista explícito mas não heróico (lado que apanha vs. lado que bate). O cinema coreano de ação ganhou pontos novamente comigo! Além dessa carga física, a reflexão sobre os limites da justiça e vingança é sensacional - Nietzsche e Schopenhauer feelings forever-. Se posso resumir esse filme em estágios, eu passei entre nervosismo, tensão, medo para dor e melancolia. Poético, brutal e reflexivo.
Um fenômeno engraçado vem acontecendo nos últimos tempos: Grana explodindo o potencial de diretores com sequências fodas. Explico: Assim como em Mad Max, por exemplo, boas ideias foram levadas à tona no passado sem o apoio financeiro e midiático necessário para uma boa execução. Isso explica a explosão do Fury Road como a ascensão de um saga já com 3 filmes (porém que foram executados de forma limitada). Trainspotting se tornou o novo deles. Não que o de 96 fosse medíocre ou mal feito, aliás ele passa um ponto de vista muito diferente dessa continuação (uma cru representação do niilismo ideológico, emocional e sentimental da geração Y e da escolha de uma vida autônoma, ainda que destrutiva). O quero dizer que Danny Boyle encerrou fodasticamente a história porque conseguiu espaço, influencia e patrocínio com a reputação que construiu nesses últimos 20 anos e eu adoro isso! São projetos ousados e subestimados que depois de se tornarem clássicos receberam a atenção que precisavam. Embora dê um friozinho na barriga sempre, pois a possibilidade de arruinar uma boa obra com uma sequência meia boca é grande, ando me surpreendo (próximo cagaço: continuação de Blade Runner). Tudo é foda nesse filme, quantidade de efeitos, qualidade técnica, montagem, edição, trilha... Demais, muuuuito bom, frenético e realista. Queria criar a campanha "+ sequências e diretores visionários - spin offs "blockbustereanos"" mas não cabe numa hashtag e a palavra nem existe, então o jeito é rezar mesmo.
Alguns filmes transcendem totalmente a si mesmos ou uma clichê premissa estruturada, mastigada para os espectadores e com sentidos definidos. Antes que isso tudo falte em excesso em A Montanha Sagrada, a obra alcança um equilíbrio latente que exercita quem assiste a entender referências e construir significado na explosão visual e simbólica que Jodorowsky apresenta. Essa espécie singular de obra é subestimada como um emaranhado sem sentido de referências perdidas e sensacionalistas (como acontece até hoje com 2001, por exemplo), mas este é um equivoco de quem precisa se desprender de roteiro enxutos. Quando se abre mão de um sentido lógico óbvio, abraça-se diversas críticas ou pontos de vistas, ao mesmo tempo que quem assiste fica livre para até mesmo criar onde não a princípio não tem. É mágico! Não menosprezem esse cinema. Neste caso específico, quem duvidar pode pesquisar mais sobre o Jodorowsky e encontrará as fontes que embasaram (além de ver que cara extraordinário ele era).
O final quase metalinguístico se não é o momento mais impactante, é ao menos o clímax da obra (ou seria um anticlímax?), que resume em tom "new age" o pilar milenar da filosofia budista enquanto, paradoxalmente, quebra o conceito de qualquer ápice religioso. Não procure As Montanhas Sagradas, viva a realidade.
Vale pela fotografia e trama interessante, mas nada exemplar. Apesar das zoeiras com a Lady Gaga (kkkk) e um boato de que o Oscar do Di Caprio foi ganho por pressão, eu concordo um tico com essas teorias da conspiração (se foi pacto ou pressão, não sei afirmar...) Qualquer filme dele com o Scorsese é fodasticamente digno de Oscar. Este, não.
Como ele manja de fotografia e trilha sonora rapaz! O filme é grandioso somente por essa completude técnica, já que a história é peculiar mas não extraordinária (faz sentido?). Cuuurti demais.
Algumas obras por serem completas em si mesmas não têm uma boa adaptação ao serem reproduzidas em outro setor artístico. 1984 é uma distopia exemplar, atual e de fácil entendimento (característica importante quando uma criação vem para alertar as massas), o que as pessoas esperam que aconteça em um filme? A impressão sincera será de uma mera representação um tanto superficial, uma vez que a perspectiva literária é mais profunda e analítica que o cinema. Portanto, o filme cumpre com a função de "comprimir" uma possível leitura mais rica em uma obra razoável - bem feita e adaptada sem dúvida -, mas que por já ter sido apresentada ao mundo em sua faceta verdadeiramente aprofundada, neste formato nos parece um simples acessório cinematográfico. Não vejam como o clichê comentário "o livro é melhor!!" pois o filme faz o que pode, mas o universo da obra precisa ser melhor compreendido por meio da leitura. Acho válido pois chama a atenção da juventude "preguiçosa" a se interessar pelos old but gold livros impressos.
Compreendo quem defende o filme como uma exaltação de estereotipos heróicos distantes, o modelo de super herói da juventude politizada e pseudointelectual dos dias de hoje. Porém, abrange muito mais do que simplesmente idealizar uma vida orgânica e asceta focada nas necessidades básicas humanas. Busca demonstrar como criamos as novas gerações cada vez mais subestimadas, alegando que crianças não têm capacidade para entender certas coisas mas em momento nenhum as ensinando verdadeiramente. O tabu de sentar e falar sobre sexo, por exemplo (evitado e motivo de desconforto) é um fragmento de todos assuntos como morte, doenças, dor, etc., que escondemos e consequentemente criamos neles um peso enorme e inexistente à princípio. Ainda em relação às crianças, centro verdadeiro da obra, expõe uma versão invertida da clichê projeção dos ideais paternos em seus filhos. Ao invés de desejar o modelo perfeito suburbano, é quase imposto da mesma forma uma vida longe do consumismo e superficialidade atuais.
No fim, a escolha dos filhos é tomada conscientemente (num final um tanto clichê e bonitinho, admito), concomitantemente o radicalismo é encarado como perigoso e o próprio Ben sucumbe a uma vida mais ordinária e interativa com a sociedade atual, mesmo que ele a evite. Seria a correção do erro fatal do Christopher McCandless? - Que aliás deve ter inspirado fortemente Capitão Fantástico.
Eu preciso de um tutorial para aturar esse filme. Tem uma fotografia bonita e a montagem é bem sensível e tal, mas é só um emanharado de frases poéticas/filosóficas no meio de cenas entre presente e passado... Quando começa a seguir uma história e ficar interessante, PÁ, muda de novo! Ou talvez o problema esteja exclusivamente em mim e na minha birra com a Nouvelle Vague francesa, com essas histórias sem ritmo e bagunçadas cronologicamente.
O maior atributo do filme é também o que mais peca: a fidelidade à peça de Shakespeare. Quem não conhece deve ter tido inúmeras dificuldades mas isso não torna uma certeza uma avaliação má, assim como conhecer não implica em gostar automaticamente. A atmosfera toda é muito pesada, arrastada e intensa, sem adornos (tanto na ambientação quanto na história). Eu vejo (talvez por já ter lido Macbeth) como um suporte cinematrográfico fidedigno a obra original, com detalhes técnicos incríveis (fotografia, direção de arte, atuações) mas que não se sobressai como autêntica em nenhum momento. Para efeitos de comparação, é fiel como outras adaptações (Otello do Branagh por exemplo), mas que investiu fodasticamente na parte estética. Quem quer ver adaptações Shakespeareanas interessantes, acompanhem Kurosawa (Ran, Trono Manchado de Sangue). De resto, Macbeth é um deleite estético frenético e pesado.
No jeitinho característico dos filmes franceses (que aliás merecem um estudo sobre como mantém esse ritmo meio morto/intelectual/sensível), As Invasões Bárbaras é mediano porém especial (?) já que toca no profundo medo de toda existência: seu fim. As indagações do Rémy são comuns quando se tem a oportunidade de enfrentar a morte lentamente, ainda que a vida do cara tenha sido fodasticamente libertadora e regada de erudição, amigos, transas, etc. O que traz a tona que nós sempre vamos rever o passado com correções que poderiam ser feitas, por melhor que ele tenha sido.
No final, a fala da Nathalie acerca da vida que ele sentia saudade demonstra qe Rémy soube viver mas teve que aprender a morrer, não indolor, mas com mais aceitação.
É complicado avaliar uma série antológica por temporada, mas essa eu acho que foi a melhor em questão de "manter o ritmo". Todos os episódios são super interessantes e os maiores não falharam terrivelmente como White Christmas fez (arrogante e complexo demai, além de grandezzz). O fim de Hated In The Nation foi meio murcho, acho que deveriam ter finalizado aumentando San Junipero kk, o melhor.
Em primeiro lugar: Não é exatamente culpa de quem não gostou, é muito mais como o filme foi vendido desesperadamente. Pessoas que gostam da franquia Atividade Paranormal e filmes do gênero que te fazem engasgar ou dar aquela freada na calça: THE WITCH NÃO É ESSE TIPO DE FILME! Até porque esse tipo só te provoca susto, mas é vazio e acaba no momento em que você levanta do sofá, já esta obra te persegue por uns bons dias depois de assistir. "Sutil, porém poderoso", foi meu primeiro pensamento, e embora essa colocação seja paradoxal acho que dá para entender. É cru, realista, bem feito e acabado, fotografia discreta mas impecável. Como história, o que dá para esperar? O subtítulo já diz que é inspirado em contos populares do século XVII, bem longe dos efeitos especiais hollywoodianos ou de mocinhas vomitando sopa de ervilha enquanto levitam. É muito mais um "terror cult" (como era divulgado no início) do que uma coisa sensacionalista e apelativa, grotesca e explícita. Pega nos grandes "calos" históricos: na histeria coletiva que o fanatismo religioso pode provocar e na mulher como um bode expiatório para isso, efeitos psicológicos desastrosos que o temor provoca, superstições históricas mirabolantes, etc. Esse marcou, pesado!
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraPodia arquitetar o maior comentário analítico adulador dos últimos tempos,mas só consigo dizer: Que vira-casaca da porra kkkkk Almodóvar, você faz o cinema mais criativamente feliz, obrigada por existir! ♥
A Grande Beleza
3.9 463 Assista AgoraEmbora complicado não saber por onde começar a falar de um filme, é sempre um bom sinal do impacto causado. Seguinte: A Grande Beleza é esteticamente extasiante (Itália e boa fotografia, dã) e poeticamente acessível, sem grande delongas ou reflexões pesadas, é um conjunto de vivências aleatórias desconstruídas por uma sutil insignificância existencial.
O personagem de Jep, centro da obra, é magistralmente delineado com sua arrogância, misantropia, criticidade com ele mesmo e as pessoas ao seu redor. Me lembra Bukowski e "O Estrangeiro", o cara que engole a realidade dura com ajuda de um Martíni e que por mais que esteja nos lugares como o centro de tudo, não consegue se encaixar (ou sentir empatia alheia).
O choque de realidade de uma vida inteira de futilidades que culmina em insatisfação e nostalgia, pintada em um plano de fundo que é ao mesmo tempo um tributo ao academicismo artístico em contraste com a banalidade contemporânea.
Grandiosamente belo, se me permitem o trocadilho, rs.
Além da Linha Vermelha
3.9 382 Assista AgoraO melhor de guerra que já vi (embora a quantidade não seja enorme). Me remete a um Band Of Brothers na forma realista que aborda as relações entre os soldados e as tragédias do conflito, mas com uma carga filosófica/reflexiva colossal.
De Terrence Malick só vi Novo Mundo e pedaços de Árvore da Vida, mas todos sabem como ele é criticado e considerado superestimado. Não acho que seja, mas compreendo como esse excesso de conteúdo afeta o andamento de um filme.
Em alguns momentos eu me via saturada com reflexões e só pensava: "Isso parece um poesia audiovisual", e certos monólogos passaram por mim como sem sentido (normal em qualquer obra desse gênero). O que, concluo, eleva o trabalho dele ao mais poético que vi, definitivamente, mas exatamente o maior atributo é o maior defeito.
Além disso, não há nada a reclamar. Gosto dessa ambientação e essa fotografia me impressionou demais, pois é exatamente IGUAL a momentos emocionantes/reflexivos/românticos da vida real. Me passou essa sensação de forma muito intensa.
Muito bom.
Dias de Nietzsche em Turim
3.3 33Eita porra você estão mesmo preocupados se aparece/é Rio de Janeiro ou com a fotografia PROPOSITALMENTE descuidada? É um tributo foda ao Nietzsche, representação autêntica e assertiva sobre sua obra, suas crenças e sua mais íntima demonstração filosófica.
Tende a ser meio arrastado e paradão, esse modelo de doc me lembra MUITO o superestimado e adorado Elena, e não vi ninguém falando que parece amador rs...
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraNão sei o porquê, mas sempre me parece que os filmes do Shyamalan têm MUITO POTENCIAL porém quando concluídos, falta alguma coisa.
Gosto muito da forma como ele cria tensão e constrói personagens nos detalhes, em um ritmo lento mas na maioria das vezes bem orientado (exceto Sinais zzzz). Também essa dedicação ao misterioso e sobrenatural é respeitável, ainda que tenha prejudicado Fragmentado severamente.
Embora seja sobre as personalidades do Kevin, passamos mais tempo ouvindo explicações psicológicas da Dra. do que realmente conhecendo-as junto com suas raízes traumáticas. Faltou carga emocional onde só tinha viagens sobrenaturais rs.
A atuação do James McAvoy é suprema, nem preciso escrever sobre isso. É assim que se percebe a evolução de um ator, ele alcançou um domínio expressivo muito amplo para interpretar esse papel e conquistou respeito. A voz, expressão, linguagem corporal... Tudo bom demais para um personagem explorado superficialmente.
Acho que tenho um crush na Anya-Taylor (desde A Bruxa), e gostei do personagem PORÉM faltou um desfecho decente né.
Ela devia dar um tiro na cara do tio como quis antes, ou qualquer coisa CONCLUSIVA.
As obras do M. Night me atraem porque são características, misteriosas e bem elaboradas, sempre com pequenos twist plots. Mas ainda falta algo, às vezes dá para apontar e às vezes é só um sentimento de telespectador... Em Fragmentado dissecar o personagem principal, que sustetou e vendeu todo o filme, mas foi prejudicado por suspense e sobrenaturalidade.
13 Reasons Why (1ª Temporada)
3.8 1,5K Assista AgoraNas minhas leituras juvenis de alguns anos atrás (quando eu tinha tempo para baixar e ler qualquer livro que quisesse em 2 dias), me interessei e muito pela ideia de 13 Reasons Why. Após não conseguir achar em nenhum lugar, acabei me esquecendo e só fui lembrar quando vi o teaser da Netflix... Seguinte: a premissa é cheia de suspense e apresenta uma ideia criativa, pena que a série não foi desenvolvida assim. Não li o livro mas nem necessito para apontar as falhas e clichês que me saturam na história toda. Não é um obra interessante e autêntica como parece, é na verdade um apelo didático utópico para que paremos de nos odiar e magoar. Desculpe-me os que acham que é só sobre bullying, mas até mesmo no episódio final aquela frase pseudo-pacifista do Clay diz tudo:
Precisamos parar de nos odiar.
você ficou 40 minutos esperando para ver que um dos motivos de um suicídio é alguém roubar um elogio seu (?).
Aura
3.3 84Respeito a construção da atmosfera e da trama, toda a jogatina lógica e poder de observação do personagem principal. Porém, um tanto arrastado e cru demais (?).
Hope
4.5 375 Assista AgoraEu, chorona, fui louca assistir o filme e me decepcionei (se o aspecto era chorar).
Não que seja ruim, trata de um tema muito pesado de forma realista e sem "censura", mas esse tom de filme motivacional/didático me incomoda MUITO. Devo estar muito habituada a violência gráfica e vingança mal executada dos coreanos, rs.
Tirando as músicas alegres e partes clichês, toca num ponto muito presente na Coréia: Impunidade judicial. Assim que terminei de ver fui correndo pesquisar dados sobre a violência no país e, embora não tenha achado taxas concretas, é um problema social ainda não eliminado como em outros países desenvolvidos. Para nós brasileiros reclamões, temos um ponto em comum com os asiáticos.
Sendo assim, esse tipo de filme acaba sendo mais uma crítica social do que obra artística em si, então perdoo a embalagem genérica e final clichêee.
Último Tango em Paris
3.5 570Primeiramente: o filme perdeu totalemente o ritmo. O que alguns chamam de cansativo eu chamo de "Bertolucci-dormiu-fazendo-esse-filme", porque o nível arrastado não permite um entrelaçamento sequencial.
Segundo: é polêmico sim pelas histórias dos bastidores, mas deveria ser polêmico pela violência que o personagem do Brando impõe TODA hora. O cara é um ogro e me supreendeu que muitos considerassem a cena da manteiga como uma cena "de sexo que acabou sendo um estupro". A cena é um estupro até na atuação (se realmente foi na vida real são outros 500 e uma história meio mal contada, mas ok).
Finalizando: Superestimado, de um bom diretor mas que acaba sendo mais reconhecido pelas polêmicas do que pelo sucesso na execução da obra.
A Serbian Film: Terror Sem Limites
2.5 2,0KSensacionalismo para nada zzzzzzz
A Bela e a Fera
3.9 1,6K Assista AgoraMesmo sem gostar de musicais e tampouco de contos de fadas, a produção é muito bem construída e o filme bem executado. A apresentação das personagens é feita de forma coesa e simples (com o maniqueísmo e conclusão clichê típicos do genêro), e o tempo me pareceu bem aproveitado e não cansativo como achei que seria.
Bom para o público infantil e fãs.
Eu Vi o Diabo
4.1 1,1KComo pode um filme tão visceral ser ao mesmo tempo tão tocante e melancólico?
I Saw The Devil é uma aquarela de emoções e reflexões acerca de conceitos como justiça, amor, dor, vingança, apresentada em pontapés e lágrimas (pontapés é uma metáfora eufemizada neste caso).
Não apenas violência gratuita ou um terror psicológico, é impecavelmente executada para chocar como um filme de terror para adultos com o pior monstro possível: aquele que existe, todos nós.
As atuações são maravilhosas e coerentes, as cenas de violência trazem um tom realista explícito mas não heróico (lado que apanha vs. lado que bate). O cinema coreano de ação ganhou pontos novamente comigo! Além dessa carga física, a reflexão sobre os limites da justiça e vingança é sensacional - Nietzsche e Schopenhauer feelings forever-.
Se posso resumir esse filme em estágios, eu passei entre nervosismo, tensão, medo para dor e melancolia.
Poético, brutal e reflexivo.
T2: Trainspotting
4.0 695 Assista AgoraUm fenômeno engraçado vem acontecendo nos últimos tempos: Grana explodindo o potencial de diretores com sequências fodas.
Explico: Assim como em Mad Max, por exemplo, boas ideias foram levadas à tona no passado sem o apoio financeiro e midiático necessário para uma boa execução. Isso explica a explosão do Fury Road como a ascensão de um saga já com 3 filmes (porém que foram executados de forma limitada). Trainspotting se tornou o novo deles.
Não que o de 96 fosse medíocre ou mal feito, aliás ele passa um ponto de vista muito diferente dessa continuação (uma cru representação do niilismo ideológico, emocional e sentimental da geração Y e da escolha de uma vida autônoma, ainda que destrutiva).
O quero dizer que Danny Boyle encerrou fodasticamente a história porque conseguiu espaço, influencia e patrocínio com a reputação que construiu nesses últimos 20 anos e eu adoro isso! São projetos ousados e subestimados que depois de se tornarem clássicos receberam a atenção que precisavam. Embora dê um friozinho na barriga sempre, pois a possibilidade de arruinar uma boa obra com uma sequência meia boca é grande, ando me surpreendo (próximo cagaço: continuação de Blade Runner).
Tudo é foda nesse filme, quantidade de efeitos, qualidade técnica, montagem, edição, trilha... Demais, muuuuito bom, frenético e realista.
Queria criar a campanha "+ sequências e diretores visionários - spin offs "blockbustereanos"" mas não cabe numa hashtag e a palavra nem existe, então o jeito é rezar mesmo.
A Montanha Sagrada
4.3 467Alguns filmes transcendem totalmente a si mesmos ou uma clichê premissa estruturada, mastigada para os espectadores e com sentidos definidos. Antes que isso tudo falte em excesso em A Montanha Sagrada, a obra alcança um equilíbrio latente que exercita quem assiste a entender referências e construir significado na explosão visual e simbólica que Jodorowsky apresenta.
Essa espécie singular de obra é subestimada como um emaranhado sem sentido de referências perdidas e sensacionalistas (como acontece até hoje com 2001, por exemplo), mas este é um equivoco de quem precisa se desprender de roteiro enxutos. Quando se abre mão de um sentido lógico óbvio, abraça-se diversas críticas ou pontos de vistas, ao mesmo tempo que quem assiste fica livre para até mesmo criar onde não a princípio não tem. É mágico! Não menosprezem esse cinema.
Neste caso específico, quem duvidar pode pesquisar mais sobre o Jodorowsky e encontrará as fontes que embasaram (além de ver que cara extraordinário ele era).
O final quase metalinguístico se não é o momento mais impactante, é ao menos o clímax da obra (ou seria um anticlímax?), que resume em tom "new age" o pilar milenar da filosofia budista enquanto, paradoxalmente, quebra o conceito de qualquer ápice religioso. Não procure As Montanhas Sagradas, viva a realidade.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraVale pela fotografia e trama interessante, mas nada exemplar. Apesar das zoeiras com a Lady Gaga (kkkk) e um boato de que o Oscar do Di Caprio foi ganho por pressão, eu concordo um tico com essas teorias da conspiração (se foi pacto ou pressão, não sei afirmar...)
Qualquer filme dele com o Scorsese é fodasticamente digno de Oscar. Este, não.
Embriagado de Amor
3.6 479 Assista AgoraComo ele manja de fotografia e trilha sonora rapaz!
O filme é grandioso somente por essa completude técnica, já que a história é peculiar mas não extraordinária (faz sentido?).
Cuuurti demais.
O Enigma de Kaspar Hauser
4.0 328Não dá para analisar ao ver só uma vez, tem que ser revisto sempre.
Não sou capaz de opinar - Glória Pires face
1984
3.7 546 Assista AgoraAlgumas obras por serem completas em si mesmas não têm uma boa adaptação ao serem reproduzidas em outro setor artístico. 1984 é uma distopia exemplar, atual e de fácil entendimento (característica importante quando uma criação vem para alertar as massas), o que as pessoas esperam que aconteça em um filme? A impressão sincera será de uma mera representação um tanto superficial, uma vez que a perspectiva literária é mais profunda e analítica que o cinema.
Portanto, o filme cumpre com a função de "comprimir" uma possível leitura mais rica em uma obra razoável - bem feita e adaptada sem dúvida -, mas que por já ter sido apresentada ao mundo em sua faceta verdadeiramente aprofundada, neste formato nos parece um simples acessório cinematográfico.
Não vejam como o clichê comentário "o livro é melhor!!" pois o filme faz o que pode, mas o universo da obra precisa ser melhor compreendido por meio da leitura. Acho válido pois chama a atenção da juventude "preguiçosa" a se interessar pelos old but gold livros impressos.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraCompreendo quem defende o filme como uma exaltação de estereotipos heróicos distantes, o modelo de super herói da juventude politizada e pseudointelectual dos dias de hoje. Porém, abrange muito mais do que simplesmente idealizar uma vida orgânica e asceta focada nas necessidades básicas humanas. Busca demonstrar como criamos as novas gerações cada vez mais subestimadas, alegando que crianças não têm capacidade para entender certas coisas mas em momento nenhum as ensinando verdadeiramente.
O tabu de sentar e falar sobre sexo, por exemplo (evitado e motivo de desconforto) é um fragmento de todos assuntos como morte, doenças, dor, etc., que escondemos e consequentemente criamos neles um peso enorme e inexistente à princípio.
Ainda em relação às crianças, centro verdadeiro da obra, expõe uma versão invertida da clichê projeção dos ideais paternos em seus filhos. Ao invés de desejar o modelo perfeito suburbano, é quase imposto da mesma forma uma vida longe do consumismo e superficialidade atuais.
No fim, a escolha dos filhos é tomada conscientemente (num final um tanto clichê e bonitinho, admito), concomitantemente o radicalismo é encarado como perigoso e o próprio Ben sucumbe a uma vida mais ordinária e interativa com a sociedade atual, mesmo que ele a evite. Seria a correção do erro fatal do Christopher McCandless? - Que aliás deve ter inspirado fortemente Capitão Fantástico.
Hiroshima, Meu Amor
4.2 315 Assista AgoraEu preciso de um tutorial para aturar esse filme.
Tem uma fotografia bonita e a montagem é bem sensível e tal, mas é só um emanharado de frases poéticas/filosóficas no meio de cenas entre presente e passado... Quando começa a seguir uma história e ficar interessante, PÁ, muda de novo!
Ou talvez o problema esteja exclusivamente em mim e na minha birra com a Nouvelle Vague francesa, com essas histórias sem ritmo e bagunçadas cronologicamente.
Macbeth: Ambição e Guerra
3.5 383 Assista AgoraO maior atributo do filme é também o que mais peca: a fidelidade à peça de Shakespeare. Quem não conhece deve ter tido inúmeras dificuldades mas isso não torna uma certeza uma avaliação má, assim como conhecer não implica em gostar automaticamente.
A atmosfera toda é muito pesada, arrastada e intensa, sem adornos (tanto na ambientação quanto na história). Eu vejo (talvez por já ter lido Macbeth) como um suporte cinematrográfico fidedigno a obra original, com detalhes técnicos incríveis (fotografia, direção de arte, atuações) mas que não se sobressai como autêntica em nenhum momento.
Para efeitos de comparação, é fiel como outras adaptações (Otello do Branagh por exemplo), mas que investiu fodasticamente na parte estética.
Quem quer ver adaptações Shakespeareanas interessantes, acompanhem Kurosawa (Ran, Trono Manchado de Sangue).
De resto, Macbeth é um deleite estético frenético e pesado.
As Invasões Bárbaras
4.0 203No jeitinho característico dos filmes franceses (que aliás merecem um estudo sobre como mantém esse ritmo meio morto/intelectual/sensível), As Invasões Bárbaras é mediano porém especial (?) já que toca no profundo medo de toda existência: seu fim.
As indagações do Rémy são comuns quando se tem a oportunidade de enfrentar a morte lentamente, ainda que a vida do cara tenha sido fodasticamente libertadora e regada de erudição, amigos, transas, etc. O que traz a tona que nós sempre vamos rever o passado com correções que poderiam ser feitas, por melhor que ele tenha sido.
No final, a fala da Nathalie acerca da vida que ele sentia saudade demonstra qe Rémy soube viver mas teve que aprender a morrer, não indolor, mas com mais aceitação.
Quero morrer igual ele, apenas kkkk
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraÉ complicado avaliar uma série antológica por temporada, mas essa eu acho que foi a melhor em questão de "manter o ritmo". Todos os episódios são super interessantes e os maiores não falharam terrivelmente como White Christmas fez (arrogante e complexo demai, além de grandezzz). O fim de Hated In The Nation foi meio murcho, acho que deveriam ter finalizado aumentando San Junipero kk, o melhor.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraEm primeiro lugar: Não é exatamente culpa de quem não gostou, é muito mais como o filme foi vendido desesperadamente. Pessoas que gostam da franquia Atividade Paranormal e filmes do gênero que te fazem engasgar ou dar aquela freada na calça: THE WITCH NÃO É ESSE TIPO DE FILME!
Até porque esse tipo só te provoca susto, mas é vazio e acaba no momento em que você levanta do sofá, já esta obra te persegue por uns bons dias depois de assistir.
"Sutil, porém poderoso", foi meu primeiro pensamento, e embora essa colocação seja paradoxal acho que dá para entender.
É cru, realista, bem feito e acabado, fotografia discreta mas impecável. Como história, o que dá para esperar? O subtítulo já diz que é inspirado em contos populares do século XVII, bem longe dos efeitos especiais hollywoodianos ou de mocinhas vomitando sopa de ervilha enquanto levitam. É muito mais um "terror cult" (como era divulgado no início) do que uma coisa sensacionalista e apelativa, grotesca e explícita. Pega nos grandes "calos" históricos: na histeria coletiva que o fanatismo religioso pode provocar e na mulher como um bode expiatório para isso, efeitos psicológicos desastrosos que o temor provoca, superstições históricas mirabolantes, etc.
Esse marcou, pesado!