De início, parece um filme delicado, que vai se tornando machista até o seu final. A obra como um todo se dedica a mensagem de que os sexos opostos só existem para aliviar os traumas um do outro, como é falado no início do livro de Gênesis.
É uma película forte, que nos coloca à par do poderoso que se acha vítima, do gentil que é impulsivo, e do homem insensível que gosta de mulheres fortes, mas que sente repulsa ao vê-las fracas.
No fim das contas, o bebê morto deu pra Alice uma nova razão pra viver. Uma razão que não seja cuidar de alguém além de si mesma, como ela sempre fez antes do coma. E talvez essa seja uma analogia: O coma representa o casamento, e o nascimento da criança morta a separação, mais do que esperada.
E Marco... Bem, como um filme machista supõe, no final Marco só foi agraciado com mais uma nova mulher FORTE para o seu contínuo modo aventureiro de viver. Ver Alice de olhos abertos naquela maca foi como esperança, com força suficiente para apagar de vez Lydia de seu coração.
Um déjà vu pelo que fomos e semeamos, à partir de um novo ponto de vista. Nenhum êxtase é pra sempre, apenas a sensação da marca que fica na nossa história.
Tudo começa tão lento, apenas para nos mostrar a dor de indivíduos além da tribo a qual pertencem. Faz com que a gente entenda que cada um é "cada um" em suas próprias vivências. Pela fuga e pela arte, eles se juntam como iguais, e é isso que aquela "TV" não mostra sobre eles. Pra quem cria, o que importa são os seus traumas. Isso de acordo com o roteiro.
Para todo o ser humano, é necessário parar o seu trabalho para ter tempo de vivenciar o que as influenciam. E assim vão surgindo novas ideias de arte, às vezes nos distanciando apenas pela baque da nova experiência influenciadora.
Comparações, fofocas, críticas ao modo do outro de ser... Até gente que prefere se calar porque nada mais faz sentido, só querendo pensar no que fazer na próxima apresentação.
Nessa mistura de dores e energias alheias, quem se entrega pode ser levado a experimentar sensações que não entrou ali pra vivenciar, criando um novo local de exclusão, surtos, acusações, pressão e influência suicida. Tudo isso dá ação as marcas daquela auto mutilação. Um legado de merda dado a um bebê que era melhor nem ter nascido.
Vemos em toda aquela lentidão pessoas fortes e fracas, escondidas em suas máscaras, pintadas de um falso "colorido". Até o jeito de cada um se soltar na dança se interliga com suas vontades (as vezes escondidas) fora da pista.
O dilema da criança tem seu simbolismo. Tenta trazer um tópico sobre esperança, sentimento que pode se perder no meio da revolta. Se aquela curiosidade e raiva não acabar logo, o mundo é que vai sucumbir por elas. E não existirá tranca que impeça tal ciclo de futuros destruidores.
É perdendo a esperança que seu ponto de vista se abre, ou se fecha ainda mais. Quem escolhe um lado somos nós.
Pra mim, as longas tomadas não se tornaram enfadonhas. Eu meio que aproveitei a vibe, principalmente nos momentos de apresentação. Tudo ali é de coração, com uma vibe de documentário. Quase que um Tropa de Elite da esquerda, rs.
É um daqueles filmes com gostinho de infância que eu não consigo deixar de achar maravilhoso, apesar dos incômodos hollywoodianos. As analogias sobre relacionamentos marcantes junto com a discussão política me fascinaram muito, mesmo que pouco aproveitadas. O superficial é o início de algo profundo pra um consumidor de arte como eu.
Os coreanos sabem como revirar nossas ideias! Se tornou o meu segundo filme de gângster favorito.
Não é apenas uma obra que quer nos apresentar um universo, como é típica da direção dos americanos. É uma obra que quer nos colocar dentro dela. Mostrar o humano ao humano, em analogias. Coisa parecida foi feita em Cidade de Deus, com o Buscapé.
Só de ver a cena da tortura no meio do filme, já desejei que o protagonista morresse, mesmo sabendo que a professora tinha escolhido dar tudo pela missão. Já tive certeza ali do destino do personagem. Naquele momento de confusão, ele parecia tá apenas tocando tal missão adiante. Era um ciclo de infiltrados e crucificados, até alguém cansado se rebelar e se mostrar Lúcifer. E ele, mesmo mascarado em hipocrisia e angústia, já se mostrava ali.
O dilema, rancor que eles tinham da constituição, como se algo os tivesse criado, são sentimentos que permeiam toda a obra. No final, o ato de apontar algum culpado parece ser só mais uma desculpa fácil pro mau caratismo. Não é porque uma figura simbólica da nossa esperança se vai que não podemos criar outra. Enfim, isso é um tópico forte, capaz de gerar uma discussão ampla e cheia de argumentos tanto da esquerda quando da direita. É aí que o filme se faz ARTE.
As metáforas dos subalternos também foram impactantes, com o Jeong sempre que pode acertando um deles, ou até fazendo com que eles acertassem um ao outro. Tão trágico quanto cômico.
A direção e a fotografia são fascinantes. A música é maravilhosa, e sempre tem a hora certa pra tocar (aprende, Hollywood!).
O nonsense na arte aqui pode ter vários sentidos, mas o caráter e essência sempre será um só..
"Sou um fotógrafo. E eu por instinto, fotografei." A arte que criamos é reflexo do artista e de suas opiniões. De nada adianta censurar e se arrepender se na situação de inspiração foi decidido não agir por medo ou por omissão.
O passado e o futuro podem vir à tona para mexer com o nosso presente. Mas só se nós mesmos dermos brecha pra isso. Tudo no filme representa e simboliza algo nessa pegada, seja um puro acaso ou os planos almejando crescimento. Alguma situação, pessoa louca ou sentimentos de conquista e de falha que já fizeram parte de nossas experiências também podem ser lembrados. A obra como arte tenta trazer uma nova blindagem a mente do espectador, sobretudo contra os sabotadores que sempre estão tentando nos tirar da nossa rota principal.
Não gostei da direção e nem de certos elementos da edição. Ao contrário da maioria, achei um filme ótimo. É complexo e fascinante, que nos leva à uma viagem quase única às nossas próprias vivências através de analogias.
Como toda arte pra mim é como parábola, essa obra aqui é só mais um bom estudo sobre a mente humana. Parece ter sido feita pros punks e pros nazistas, que por terem sido fracos em algum momento de suas vidas, acham que podem ser violentos em nome das coisas que acreditam.
O filme se resume à dois homens fracos que quando passam por uma evolução forçada, regridem em suas mentes e passam a ser animais quase que selvagens. Só que um procura ter consciência do que é, e ataca apenas os seus caçadores. No caso de Morbius, não salvou ele só da fraqueza por colocar a sua força interior pra fora, mas também o salvou da queda. O jeito que ele fica sensível no meio da situação, sem se entregar... Por conhecer essa "coisa", que vive também no seu grande amor, ele se vê na obrigação de estudar os seus próprios sentidos, e usá-los à favor do que é certo. Os morcegos no final simbolizam a nova tribo do Morbius. Pessoas mudam. Amores também.
Curti o filme não só por essa visão, mas também pelo visual dos monstros. O que tira um pouco a qualidade da obra são os furos estúpidos, que não tem como relevar porque estão muito na cara. As cenas slow, dando foco nos detalhes da ação, sempre me incomodam em qualquer filme. A música de ação e suspense em momemos introspectivos destoa muito. Enfim, poderia ser muito melhor se não fosse os elementos hollywoodianos deixando tudo mais palatável.
"Pra mim, só vive em paz quem aprende a lutar." Mas quem será que tá certo nessa busca sem fim? Porque eu não acredito na polícia, e também não acredito nas facções. Talvez a Clara se importe com a verdade de fato, mais do que qualquer armado. Por isso eu tenho confiança no trabalho dela, e na sua entrega pela justiça. No final, a pergunta que fica é: Será que valeu à pena?
O primeiro surto violento do Nascimento com o sistema em nada se iguala com os que ele tinha dentro das comunidades. Por isso o elemento que mais chama a atenção nessa sequência é a Hipocrisia do personagem. Ao mesmo tempo que crítica a esquerda, ele não quer uma carnificina. Será que se arrependeu (tarde demais) do legado que deixou? "É, eu ajudei a criar o monstro que ia me engolir." A missão do personagem nesse filme talvez seja lidar com pessoas convictas em suas hipocrisia, já que à princípio ele mesmo já tem consciência da sua. Também é engraçado (e trágico) ver o Fábio, um cara que ajudou a começar tudo, com aparência de cansado, de alguém que quer fugir do que criou. "O André era muito meu amigo." Bem, na verdade ele só tava assim por causa da pressão de ser um subalterno. Mas ele é como a sociedade, sem convicção e com medo. E talvez eles estejam certos, porque a convicção do André o matou, assim como a do Rocha. Porém, nesse mundo a chuva pode cair sobre todos nós: Em quem se acha o certo, e também em quem não acha nada. Respinga. Os que controlam podem te puxar como peça do mecanismo. E você, será vai girar junto? A pessoa mais inteligente aqui talvez seja o Fraga. Ele nunca procura o problema. O problema sempre chega até ele.
O simbolismo do Rafa também é foda, e enfrenta o dilema do pai: E se a Rose não tivesse tido a coragem de se separar do Roberto, como o padrão exige? E se o moleque tivesse crescido com a vontade de ser "capitão"? "Já cansei, vocês tão igual ao meu pai." O Rafa despertando no hospital eu tomo como a nova geração acordando, repensando conceitos depois do caos.
O flashback não tem razão, e parece que existe só pra imitar o primeiro filme. Alguns podem relevar isso por causa da narração, que parece que tá escrevendo algo. A montagem também é meio precária. No entanto, essa é uma película importante sobre o sistema, e junto com suas atuações, já basta como obra de arte BARRA tratamento de "choque".
Nota 8/10 Particularmente esse filme não foi um gatilho, mas com certeza dá uma incomodada na cicatriz que já existe. Se tornou o meu terceiro filme de romance favorito, depois de "Casablanca" e "Será Que?" Foi um tanto divertido ver minha personalidade nojentinha e política (Mônica) interagindo com a minha versão tímida e bobinha (Eduardo). Fui egocêntrico na minha visão da obra porque só amei uma vez. Aquele amor que não é só diversão, que não se importa com aparência, defeitos e idade. Na minha percepção, talvez a luz daquele farol tenha sido apenas pra abrir os olhos do Edu, e direcionar ele para o seu destino. Já a mônica não queria mudar por ser madura, e ter sofrido bastante pelos outros. Ele só tentou tal coisa por ser novo, por não ter vivido a experiência do amor para saber o que fazer ou não. Depois que tu se distancia desse amor, só você e seu sucesso passam à importar. O que vier depois só fica por estar na mesma vibe que você. Como na cena da festa: Ao mesmo tempo que a Mônica queria por certas razões, ela não queria por outras. Teve que haver o mergulho primeiro, mas sem a presa de "criança". O roteiro decola depois que os dois se conhecem de fato. A tensão que a edição tenta criar, como se os protagonistas fossem conectados mesmo antes de se conhecerem, me incomodou um pouco. Felizmente isso é só um detalhe. A fotografia passa uma sensação de leveza, fazendo a película ser uma dorzinha delicada, necessária de ser sentida.
Acho "O Palhaço" uma das melhores obras de arte do cinema brasileiro. Vendo esse doc, percebi que o Selton tem quase o mesmo pensamento que eu sobre o que é arte e a interpretação dela. Enfim... É um ótimo vídeo para quem quer se aprofundar no filme além de suas próprias interpretações pessoais.
Em 2006, por causa de O Incrível Hulk, havia parado de assitir quaisquer filme da Marvel que viesse a seguir. Enfim, comecei a ver alguns aleatoriamente ano passado, e nossa senhora! A produtora tem várias obras de arte que são um deleite para a mente (deixando de lado a parte técnica), como Homem de Ferro, Doutor Estranho e esse aqui. Obras que discutem profundamente a sociedade e seus corações em culturas diferentes. Além de um belo filme de super-herói, Pantera Negra é também uma das melhores películas políticas que já assisti.
Toda raiva é compreendida (Killmonger), assim como toda a desconfiança (T'Challa). Por isso, os tempos são de pôr as pessoas "diferentes" à prova, as vigiando, para depois colocá-las em guerra junto de você. Num filme de tamanha importância como esse, até a cena pós crédito não foi bobeira ou simplesmente refêrencia pra sequência.
Amei o Knuckles, sua motivação e redenção. Já o filme como um todo tá com um roteiro mais furado que Alvin e os Esquilos. É fofo, divertido, e quase que puro entretenimento.
Pra mim, esse filme só faz ficar melhor com o passar do tempo. Parece ser uma obra feita de artista pra artista, e por isso uma boa parte do público deve achar perda de tempo entender os artistas que tanto consome, no dia à dia. A cena do Palhaço alegrando a lavradora traz a verdadeira significância do entretenimento, e emociona quem transforma e já foi transformado pela arte.
Deixando as técnicas de lado, o que realmente importa aqui pra mim são as nuances. Tipo, as reações diferentes na cena do desmembramento são geniais! O jeito que usam os crucifixo e os quadros, como se um padrão tivesse sendo quebrado, trazem discussões importantes que me fizeram esquecer até o quão simplório o roteiro tinha começado. Só fui juntando peças, e vendo a importância da obra como arte. Assim que acabou, me lembrei da canção "Velha Roupa Colorida".
Tem mundos em que "fazer sacrifício" não é uma opção, e os sonhos devem ficar para trás até não restar nenhum sinal de fraqueza. Para uma defesa triunfante, apenas táticas de sobrevivência são necessárias. No final, a sua cabeça erguida de quem se antecipou poderá ser a única capaz de erguer as outras à sua volta.
Não sei se foi o fator nostalgia, mas minha chatice com arte foi quase que totalmente quebrada ao assistir esse filme, me fazendo relevar muitos elementos absurdos. A única coisa que não curti foi o filme quase todo ser em flashback, com aquele ar de vídeo clipe na edição. Meu ponto de vista me fez repensar tudo que parecia ruim na tela, mas não sei se algumas cenas são boas mesmo ou se tocaram só em mim.
Enquanto algumas tribos viviam em paz com os seus pés no chão, outras eram gananciosas por almejar as alturas. Em qualquer época, pra qualquer cultura, isso seria um problema grave.
É uma obra importante à ponto de parecer existir somente para encarar várias crenças e hipocrisias da civilização atual. Editado propositalmente para equilibrar adrenalina, lentidão, e nos deixar por muito mais tempo imergidos naquele mundo cheio de surpresas.
Apesar do "quê" poético, não curti o slow motion. A frase no início também soa meio incomoda, como se fora daquela ilha, as cidades fossem santas e pregadoras da paz. Tirando isso, é um filme necessário pra pessoas sensíveis. Mas que também tenham o estômago forte para aguentar toda a barbárie mesmo com os olhos lacrimejados.
Era o meu filme favorito da franquia, até hoje. Felizmente não tô mais na vibe de alimentar minhas desesperanças, mas confesso que foi importante por um instante "colocar os pés no chão" novamente.
Um bebê se assemelha à inocência, à esperança, à algo novo, e nos faz esquecer das surpresas do acaso. Já nessa obra, a única esperança concreta parece ser a revolta junto da loucura, coisas que fazem com que o ódio seja combatido com mais ódio na tentativa de criar um ambiente de paz, mas nada igualitário. Podemos perceber que quanto mais idealista e pacifista o político for, mas chances ele tem de ser morto. É uma obra que desafia todas as nossas ideias sobre guerras e violência. A importância dele como arte está aí.
Giorgio, o vilão de "Castle Freak", é um homem que vem sendo maltratado pela própria mãe desde a infância após ter sido abandonada pelo pai do sujeito. Não é como aqueles personagens descartáveis que vemos na maioria dos filmes de terror. Seu único conhecimento é escuridão e dor. Ele não parece preparado para o mundo e, portanto, se comporta e se sente como um animal. As sequências sombrias foram muito bem filmadas, e a trilha sonora é arrepiante. O roteiro é bem escrito, embora o argumento pareça clichê: Um castelo é herdado por uma família, que decide passar um tempo no local para conhecer. Mas há mais do que isso. É uma família que está passando por um problema sério. John tomou decisões em sua vida que acabam abalando as pessoas que ama. Há tensão dentro daquele castelo antes mesmo da aparição de Giorgio. Vemos um drama familiar misturado com horror, e esses dois gêneros andam tão bem que chega a ser desconfortável! Se não fossem alguns momentos estúpidos de certos personagens, este filme seria uma obra-prima, disso pode ter certeza!
Giorgio, o vilão de "Castle Freak", é um homem que vem sendo maltratado pela própria mãe desde a infância após ter sido abandonada pelo pai do sujeito. Não é como aqueles personagens descartáveis que vemos na maioria dos filmes de terror. Seu único conhecimento é escuridão e dor. Ele não parece preparado para o mundo e, portanto, se comporta e se sente como um animal. As sequências sombrias foram muito bem filmadas, e a trilha sonora é arrepiante. O roteiro é bem escrito, embora o argumento pareça clichê: Um castelo é herdado por uma família, que decide passar um tempo no local para conhecer. Mas há mais do que isso. É uma família que está passando por um problema sério. John tomou decisões em sua vida que acabam abalando as pessoas que ama. Há tensão dentro daquele castelo antes mesmo da aparição de Giorgio. Vemos um drama familiar misturado com horror, e esses dois gêneros andam tão bem que chega a ser desconfortável! Se não fossem alguns momentos estúpidos de certos personagens, este filme seria uma obra-prima, disso pode ter certeza!
No filme, parece que a capa e o capuz tiram um pouco da energia dele, como um peso que ele precisa carregar. A sua cruz é o Batman, pois ele só faz isso por raiva. A paz só vem num momento de redenção, onde Bruce se recupera física e emocionalmente falando, mudando sua filosofia e estando mais focado do que antes.
Só não é uma obra prima pq o roteiro parece um episódio de série, com várias pontas soltas para sequências..
"Curtindo a Vida Adoidado" e "Grease" são considerados clássicos escolares (desimportantes), enquanto esse aqui parece estar embaixo de poeira, esquecido, sem valor algum. Uma pena nunca ter ouvido falarem sobre ele. Definitivamente é uma obra capaz de abalar estruturas, e colocar os nossos planos e ansiedades no lugar, se estivermos abertos pra isso.
Tópicos como parceiros que não respeitam a sua missão, e que acham que você tem que viver de grude o tempo todo, mesmo sem estar alinhado contigo e com tudo que você ama; Pessoas ao seu redor te colocando pra baixo, à partir dos preconceitos delas junto com suas incompetências, achando que o mundo vai ser melhor sendo separatista, descansado e omisso; Coisas em comum sendo alinhadas pras diferenças serem esquecidas, juntando tribos para criar um ambiente pacífico e igualitário. Enfim... Uma obra prima sobre a sociedade que deveria ser vista por todos os educadores e influenciadores que acham que tem algum legado à deixar. Não é só conhecimento, gente! É a forma que você se adapta as pessoas à sua volta, no sapatinho.
Na minha perspectiva, o maior erro do roteiro foi parecer tentar igualar a Escravidão com o Holocausto. A edição também me incomodou. A Hilary é minha atriz favorita (apesar de eu não achar a melhor), então é sempre uma delícia vê-la atuando. Todo elenco está maravilhoso, exceto a Imelda Staunton, que parece tentar iconizar a personagem em toda a cena que aparece. Sei lá... Não curti, rs. O que importa aqui realmente é a construção dos personagens, e não tanto as técnicas da obra. As usadas aqui deixam pelo menos a estória mais envolvente e impactante, e é isso que vale.
"A única coisa nesse mundo que dá ordem é a coragem. Você tem?"
Um ótimo estudo da mente humana, sobretudo de alguns traumatizados. Enquanto uma parte fica acuada, a outra se torna tipo um Scarface...
No seu começo na América, pra não ser um lavador de pratos, Tony é capaz até de morrer se fracassar em um de seus trabalhos. Ele não só fica vivo, como ainda tem ganhos pela vida de quem dizia ser amigo. O que vemos à partir daí é uma pessoa repulsiva, que vive o tempo todo no modo rage para abafar os seus traumas, e que corre à todo custo atrás de um futuro no topo. Quando mente se tornando uma pessoa carinhosa, é só pra receber carinho de volta pra se sentir ao menos em paz consigo mesmo por algum momento. Só que todas as pessoas que ele procura já o conhecem, o acertando bem no meio da fuça com um discurso moral no momento que ele mais precisa. Porém, pra ele, ser homem significa passar por cima de todo o conselho, e se enfurecer com qualquer ser e objeto da face da terra. Afinal, não é a bomba que sente o impacto dela mesma, e por isso precisamos manter distância de certos tipos de pessoas, para que elas não nos ataque à partir de seus próprios tropeços.
À principio, não tava curtindo a fotografia suja e a direção relaxada, porém tais elementos se mostraram metafóricos com o decorrer da película.
Esse é o tipo de filme que a gente não procura assistir para se divertir. Serve mais para nos colocar num ponto de vista, e entendermos melhor algumas de nossas dúvidas como sociedade.
Pela primeira vez, Bruce parece cansado, e não cria uma máscara de ilusões para as pessoas, ironizando, e muito, o modo como ele se transforma quando coloca a armadura pra se tornar o Batman, que eu achei o mais imponente de todos. Alfred é o único entende essa raiva, que pareceu aumentar quando Bruce olhou para àquela criança indefesa. Naquele instante, era difícil voltar atrás e tentar ser normal. Só resta um suspiro de preocupação, enquanto sabe que o morcego insaciável só procura um pouco de sangue para beber. A pichação no piso da mansão é como se Bruce entendesse que sua missão está além das ruas. Batman, e todos os perigos de o ser, agora fazem parte da sua casa, da sua base. A pergunta do Bruce pro Alfred, se ele é um Wayne, já transparece sua frieza, e sentimentos bons parecem não importar. No interrogatório na maca, nós entendemos que Bruce é tomado de egoísmo, só buscando salvar a criança interna dele, fazendo apenas o que "dá" pelos outros.
Sobre o vilão, o "Ave Maria" contrasta muito ele, assim como a política contrasta com os que vivem dela. É impactante quando o político fala ao telefone enquanto o crime olha para ele. Finalmente vai sentir a ira de quem ele escolheu não ajudar. À partir daí, temos bastantes metáforas sobre diferença de classes.
A minha cena de ação favorita é a do Batman "dançando" no meio do clube. Assim como todos os outros naquele lugar, ele estava ali curtindo, fugindo de seus monstros, e colocando sua fera pra fora. Nesse momento, ele conhece a Selina, Alguém que está na mesma vibe que ele para a noite. A única diferença entre eles é que enquanto Bruce quer as informações pra ver se tudo está nos trilhos, Selina ainda tem uma chama de esperança acesa, que a deixa nervosa e emotiva quase o tempo todo. E é essa diferença que torna os dois tão importantes para o desenvolvimento um do outro.
Enquanto os maus se juntam para fazer algo à partir de seus traumas, o bom ganha salvação à partir disso, mesmo que no fundo espere a morte. Na belíssima despedida de Bruce e Selina, vemos um Batman quase sentimental, tentado, que sabe que se parasse, iria sofrer mais ainda com sua falta de respostas. Os dois seguindo estradas diferentes emociona perante o que ela fez por ele e por seu novo mundo, seja esse externo ou o interno. Trouxe novos pensamentos e razões para a filosofia de um herói, que anda em constante descobrimento do que é e do que significa para si e para as pessoas.
Amei o uso de cores na película, sobretudo o azul, que é pouquíssimo aparente. Parece demonstrar o que Gotham poderia ser, se o bem vencesse o egoísmo na mente dos políticos. Enfim, é um filme tecnicamente perfeito, exceto pelo roteiro. Achei muito profundo e cheio de camadas, mas não tão amarrado quanto "The Dark Knight".
Fale com Ela
4.2 1,0K Assista AgoraNota 8/10
De início, parece um filme delicado, que vai se tornando machista até o seu final. A obra como um todo se dedica a mensagem de que os sexos opostos só existem para aliviar os traumas um do outro, como é falado no início do livro de Gênesis.
É uma película forte, que nos coloca à par do poderoso que se acha vítima, do gentil que é impulsivo, e do homem insensível que gosta de mulheres fortes, mas que sente repulsa ao vê-las fracas.
No fim das contas, o bebê morto deu pra Alice uma nova razão pra viver. Uma razão que não seja cuidar de alguém além de si mesma, como ela sempre fez antes do coma. E talvez essa seja uma analogia: O coma representa o casamento, e o nascimento da criança morta a separação, mais do que esperada.
E Marco... Bem, como um filme machista supõe, no final Marco só foi agraciado com mais uma nova mulher FORTE para o seu contínuo modo aventureiro de viver. Ver Alice de olhos abertos naquela maca foi como esperança, com força suficiente para apagar de vez Lydia de seu coração.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraNota 9/10
Um déjà vu pelo que fomos e semeamos, à partir de um novo ponto de vista. Nenhum êxtase é pra sempre, apenas a sensação da marca que fica na nossa história.
Tudo começa tão lento, apenas para nos mostrar a dor de indivíduos além da tribo a qual pertencem. Faz com que a gente entenda que cada um é "cada um" em suas próprias vivências. Pela fuga e pela arte, eles se juntam como iguais, e é isso que aquela "TV" não mostra sobre eles. Pra quem cria, o que importa são os seus traumas. Isso de acordo com o roteiro.
Para todo o ser humano, é necessário parar o seu trabalho para ter tempo de vivenciar o que as influenciam. E assim vão surgindo novas ideias de arte, às vezes nos distanciando apenas pela baque da nova experiência influenciadora.
Comparações, fofocas, críticas ao modo do outro de ser... Até gente que prefere se calar porque nada mais faz sentido, só querendo pensar no que fazer na próxima apresentação.
Nessa mistura de dores e energias alheias, quem se entrega pode ser levado a experimentar sensações que não entrou ali pra vivenciar, criando um novo local de exclusão, surtos, acusações, pressão e influência suicida. Tudo isso dá ação as marcas daquela auto mutilação. Um legado de merda dado a um bebê que era melhor nem ter nascido.
Vemos em toda aquela lentidão pessoas fortes e fracas, escondidas em suas máscaras, pintadas de um falso "colorido". Até o jeito de cada um se soltar na dança se interliga com suas vontades (as vezes escondidas) fora da pista.
O dilema da criança tem seu simbolismo. Tenta trazer um tópico sobre esperança, sentimento que pode se perder no meio da revolta. Se aquela curiosidade e raiva não acabar logo, o mundo é que vai sucumbir por elas. E não existirá tranca que impeça tal ciclo de futuros destruidores.
É perdendo a esperança que seu ponto de vista se abre, ou se fecha ainda mais. Quem escolhe um lado somos nós.
Pra mim, as longas tomadas não se tornaram enfadonhas. Eu meio que aproveitei a vibe, principalmente nos momentos de apresentação. Tudo ali é de coração, com uma vibe de documentário. Quase que um Tropa de Elite da esquerda, rs.
Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore
3.3 5717/10
É um daqueles filmes com gostinho de infância que eu não consigo deixar de achar maravilhoso, apesar dos incômodos hollywoodianos. As analogias sobre relacionamentos marcantes junto com a discussão política me fascinaram muito, mesmo que pouco aproveitadas. O superficial é o início de algo profundo pra um consumidor de arte como eu.
Nova Ordem
4.0 57Nota 9/10
Os coreanos sabem como revirar nossas ideias! Se tornou o meu segundo filme de gângster favorito.
Não é apenas uma obra que quer nos apresentar um universo, como é típica da direção dos americanos. É uma obra que quer nos colocar dentro dela. Mostrar o humano ao humano, em analogias. Coisa parecida foi feita em Cidade de Deus, com o Buscapé.
Só de ver a cena da tortura no meio do filme, já desejei que o protagonista morresse, mesmo sabendo que a professora tinha escolhido dar tudo pela missão. Já tive certeza ali do destino do personagem. Naquele momento de confusão, ele parecia tá apenas tocando tal missão adiante. Era um ciclo de infiltrados e crucificados, até alguém cansado se rebelar e se mostrar Lúcifer. E ele, mesmo mascarado em hipocrisia e angústia, já se mostrava ali.
O dilema, rancor que eles tinham da constituição, como se algo os tivesse criado, são sentimentos que permeiam toda a obra. No final, o ato de apontar algum culpado parece ser só mais uma desculpa fácil pro mau caratismo. Não é porque uma figura simbólica da nossa esperança se vai que não podemos criar outra. Enfim, isso é um tópico forte, capaz de gerar uma discussão ampla e cheia de argumentos tanto da esquerda quando da direita. É aí que o filme se faz ARTE.
As metáforas dos subalternos também foram impactantes, com o Jeong sempre que pode acertando um deles, ou até fazendo com que eles acertassem um ao outro. Tão trágico quanto cômico.
A direção e a fotografia são fascinantes. A música é maravilhosa, e sempre tem a hora certa pra tocar (aprende, Hollywood!).
Albatroz
2.6 47 Assista AgoraNota 8/10.
O nonsense na arte aqui pode ter vários sentidos, mas o caráter e essência sempre será um só..
"Sou um fotógrafo. E eu por instinto, fotografei." A arte que criamos é reflexo do artista e de suas opiniões. De nada adianta censurar e se arrepender se na situação de inspiração foi decidido não agir por medo ou por omissão.
O passado e o futuro podem vir à tona para mexer com o nosso presente. Mas só se nós mesmos dermos brecha pra isso. Tudo no filme representa e simboliza algo nessa pegada, seja um puro acaso ou os planos almejando crescimento. Alguma situação, pessoa louca ou sentimentos de conquista e de falha que já fizeram parte de nossas experiências também podem ser lembrados. A obra como arte tenta trazer uma nova blindagem a mente do espectador, sobretudo contra os sabotadores que sempre estão tentando nos tirar da nossa rota principal.
Não gostei da direção e nem de certos elementos da edição. Ao contrário da maioria, achei um filme ótimo. É complexo e fascinante, que nos leva à uma viagem quase única às nossas próprias vivências através de analogias.
Morbius
2.3 521Nota 6/10
Como toda arte pra mim é como parábola, essa obra aqui é só mais um bom estudo sobre a mente humana. Parece ter sido feita pros punks e pros nazistas, que por terem sido fracos em algum momento de suas vidas, acham que podem ser violentos em nome das coisas que acreditam.
O filme se resume à dois homens fracos que quando passam por uma evolução forçada, regridem em suas mentes e passam a ser animais quase que selvagens. Só que um procura ter consciência do que é, e ataca apenas os seus caçadores. No caso de Morbius, não salvou ele só da fraqueza por colocar a sua força interior pra fora, mas também o salvou da queda. O jeito que ele fica sensível no meio da situação, sem se entregar... Por conhecer essa "coisa", que vive também no seu grande amor, ele se vê na obrigação de estudar os seus próprios sentidos, e usá-los à favor do que é certo. Os morcegos no final simbolizam a nova tribo do Morbius. Pessoas mudam. Amores também.
Curti o filme não só por essa visão, mas também pelo visual dos monstros. O que tira um pouco a qualidade da obra são os furos estúpidos, que não tem como relevar porque estão muito na cara. As cenas slow, dando foco nos detalhes da ação, sempre me incomodam em qualquer filme. A música de ação e suspense em momemos introspectivos destoa muito. Enfim, poderia ser muito melhor se não fosse os elementos hollywoodianos deixando tudo mais palatável.
Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
4.1 3,5K Assista AgoraNota 8/10
"Pra mim, só vive em paz quem aprende a lutar." Mas quem será que tá certo nessa busca sem fim? Porque eu não acredito na polícia, e também não acredito nas facções. Talvez a Clara se importe com a verdade de fato, mais do que qualquer armado. Por isso eu tenho confiança no trabalho dela, e na sua entrega pela justiça. No final, a pergunta que fica é: Será que valeu à pena?
O primeiro surto violento do Nascimento com o sistema em nada se iguala com os que ele tinha dentro das comunidades. Por isso o elemento que mais chama a atenção nessa sequência é a Hipocrisia do personagem. Ao mesmo tempo que crítica a esquerda, ele não quer uma carnificina. Será que se arrependeu (tarde demais) do legado que deixou? "É, eu ajudei a criar o monstro que ia me engolir." A missão do personagem nesse filme talvez seja lidar com pessoas convictas em suas hipocrisia, já que à princípio ele mesmo já tem consciência da sua. Também é engraçado (e trágico) ver o Fábio, um cara que ajudou a começar tudo, com aparência de cansado, de alguém que quer fugir do que criou. "O André era muito meu amigo." Bem, na verdade ele só tava assim por causa da pressão de ser um subalterno. Mas ele é como a sociedade, sem convicção e com medo. E talvez eles estejam certos, porque a convicção do André o matou, assim como a do Rocha. Porém, nesse mundo a chuva pode cair sobre todos nós: Em quem se acha o certo, e também em quem não acha nada. Respinga. Os que controlam podem te puxar como peça do mecanismo. E você, será vai girar junto? A pessoa mais inteligente aqui talvez seja o Fraga. Ele nunca procura o problema. O problema sempre chega até ele.
O simbolismo do Rafa também é foda, e enfrenta o dilema do pai: E se a Rose não tivesse tido a coragem de se separar do Roberto, como o padrão exige? E se o moleque tivesse crescido com a vontade de ser "capitão"? "Já cansei, vocês tão igual ao meu pai." O Rafa despertando no hospital eu tomo como a nova geração acordando, repensando conceitos depois do caos.
O flashback não tem razão, e parece que existe só pra imitar o primeiro filme. Alguns podem relevar isso por causa da narração, que parece que tá escrevendo algo. A montagem também é meio precária. No entanto, essa é uma película importante sobre o sistema, e junto com suas atuações, já basta como obra de arte BARRA tratamento de "choque".
Eduardo e Mônica
3.6 369Nota 8/10
Particularmente esse filme não foi um gatilho, mas com certeza dá uma incomodada na cicatriz que já existe. Se tornou o meu terceiro filme de romance favorito, depois de "Casablanca" e "Será Que?"
Foi um tanto divertido ver minha personalidade nojentinha e política (Mônica) interagindo com a minha versão tímida e bobinha (Eduardo). Fui egocêntrico na minha visão da obra porque só amei uma vez. Aquele amor que não é só diversão, que não se importa com aparência, defeitos e idade. Na minha percepção, talvez a luz daquele farol tenha sido apenas pra abrir os olhos do Edu, e direcionar ele para o seu destino. Já a mônica não queria mudar por ser madura, e ter sofrido bastante pelos outros. Ele só tentou tal coisa por ser novo, por não ter vivido a experiência do amor para saber o que fazer ou não. Depois que tu se distancia desse amor, só você e seu sucesso passam à importar. O que vier depois só fica por estar na mesma vibe que você. Como na cena da festa: Ao mesmo tempo que a Mônica queria por certas razões, ela não queria por outras. Teve que haver o mergulho primeiro, mas sem a presa de "criança".
O roteiro decola depois que os dois se conhecem de fato. A tensão que a edição tenta criar, como se os protagonistas fossem conectados mesmo antes de se conhecerem, me incomodou um pouco. Felizmente isso é só um detalhe. A fotografia passa uma sensação de leveza, fazendo a película ser uma dorzinha delicada, necessária de ser sentida.
Tropa de Elite
4.0 1,8K Assista AgoraVocê ainda tem esperança que o mundo mude?
Neto morre, e Matias perde sua paciência por causa do ocorrido, se convertendo num novo tipo de "Roberto Nascimento".
Tome!
Palhaço.Doc
3.0 1Acho "O Palhaço" uma das melhores obras de arte do cinema brasileiro. Vendo esse doc, percebi que o Selton tem quase o mesmo pensamento que eu sobre o que é arte e a interpretação dela. Enfim... É um ótimo vídeo para quem quer se aprofundar no filme além de suas próprias interpretações pessoais.
Pantera Negra
4.2 2,3K Assista AgoraEm 2006, por causa de O Incrível Hulk, havia parado de assitir quaisquer filme da Marvel que viesse a seguir. Enfim, comecei a ver alguns aleatoriamente ano passado, e nossa senhora! A produtora tem várias obras de arte que são um deleite para a mente (deixando de lado a parte técnica), como Homem de Ferro, Doutor Estranho e esse aqui. Obras que discutem profundamente a sociedade e seus corações em culturas diferentes. Além de um belo filme de super-herói, Pantera Negra é também uma das melhores películas políticas que já assisti.
Toda raiva é compreendida (Killmonger), assim como toda a desconfiança (T'Challa). Por isso, os tempos são de pôr as pessoas "diferentes" à prova, as vigiando, para depois colocá-las em guerra junto de você. Num filme de tamanha importância como esse, até a cena pós crédito não foi bobeira ou simplesmente refêrencia pra sequência.
Sonic 2: O Filme
3.4 269 Assista AgoraAmei o Knuckles, sua motivação e redenção. Já o filme como um todo tá com um roteiro mais furado que Alvin e os Esquilos. É fofo, divertido, e quase que puro entretenimento.
O Palhaço
3.6 2,2K Assista AgoraNota 9/10
Pra mim, esse filme só faz ficar melhor com o passar do tempo. Parece ser uma obra feita de artista pra artista, e por isso uma boa parte do público deve achar perda de tempo entender os artistas que tanto consome, no dia à dia. A cena do Palhaço alegrando a lavradora traz a verdadeira significância do entretenimento, e emociona quem transforma e já foi transformado pela arte.
Rainhas do Crime
2.9 141 Assista AgoraRAINHAS DO CRIME
Nota 8/10
Deixando as técnicas de lado, o que realmente importa aqui pra mim são as nuances. Tipo, as reações diferentes na cena do desmembramento são geniais! O jeito que usam os crucifixo e os quadros, como se um padrão tivesse sendo quebrado, trazem discussões importantes que me fizeram esquecer até o quão simplório o roteiro tinha começado. Só fui juntando peças, e vendo a importância da obra como arte. Assim que acabou, me lembrei da canção "Velha Roupa Colorida".
Tem mundos em que "fazer sacrifício" não é uma opção, e os sonhos devem ficar para trás até não restar nenhum sinal de fraqueza. Para uma defesa triunfante, apenas táticas de sobrevivência são necessárias. No final, a sua cabeça erguida de quem se antecipou poderá ser a única capaz de erguer as outras à sua volta.
Fui ver pela Melissa, e me surpreendi.
Demolidor: O Homem sem Medo
2.7 1,0K Assista AgoraA Versão Do Diretor
Nota 6/10
Não sei se foi o fator nostalgia, mas minha chatice com arte foi quase que totalmente quebrada ao assistir esse filme, me fazendo relevar muitos elementos absurdos. A única coisa que não curti foi o filme quase todo ser em flashback, com aquele ar de vídeo clipe na edição. Meu ponto de vista me fez repensar tudo que parecia ruim na tela, mas não sei se algumas cenas são boas mesmo ou se tocaram só em mim.
Apocalypto
3.8 842Nota 8/10
Enquanto algumas tribos viviam em paz com os seus pés no chão, outras eram gananciosas por almejar as alturas. Em qualquer época, pra qualquer cultura, isso seria um problema grave.
É uma obra importante à ponto de parecer existir somente para encarar várias crenças e hipocrisias da civilização atual. Editado propositalmente para equilibrar adrenalina, lentidão, e nos deixar por muito mais tempo imergidos naquele mundo cheio de surpresas.
Apesar do "quê" poético, não curti o slow motion. A frase no início também soa meio incomoda, como se fora daquela ilha, as cidades fossem santas e pregadoras da paz. Tirando isso, é um filme necessário pra pessoas sensíveis. Mas que também tenham o estômago forte para aguentar toda a barbárie mesmo com os olhos lacrimejados.
Mad Max
3.6 729 Assista AgoraEra o meu filme favorito da franquia, até hoje. Felizmente não tô mais na vibe de alimentar minhas desesperanças, mas confesso que foi importante por um instante "colocar os pés no chão" novamente.
Um bebê se assemelha à inocência, à esperança, à algo novo, e nos faz esquecer das surpresas do acaso. Já nessa obra, a única esperança concreta parece ser a revolta junto da loucura, coisas que fazem com que o ódio seja combatido com mais ódio na tentativa de criar um ambiente de paz, mas nada igualitário. Podemos perceber que quanto mais idealista e pacifista o político for, mas chances ele tem de ser morto. É uma obra que desafia todas as nossas ideias sobre guerras e violência. A importância dele como arte está aí.
Herança Maldita
3.3 95 Assista AgoraGiorgio, o vilão de "Castle Freak", é um homem que vem sendo maltratado pela própria mãe desde a infância após ter sido abandonada pelo pai do sujeito. Não é como aqueles personagens descartáveis que vemos na maioria dos filmes de terror. Seu único conhecimento é escuridão e dor. Ele não parece preparado para o mundo e, portanto, se comporta e se sente como um animal. As sequências sombrias foram muito bem filmadas, e a trilha sonora é arrepiante. O roteiro é bem escrito, embora o argumento pareça clichê: Um castelo é herdado por uma família, que decide passar um tempo no local para conhecer. Mas há mais do que isso. É uma família que está passando por um problema sério. John tomou decisões em sua vida que acabam abalando as pessoas que ama. Há tensão dentro daquele castelo antes mesmo da aparição de Giorgio. Vemos um drama familiar misturado com horror, e esses dois gêneros andam tão bem que chega a ser desconfortável! Se não fossem alguns momentos estúpidos de certos personagens, este filme seria uma obra-prima, disso pode ter certeza!
Herança Maldita
3.3 95 Assista AgoraGiorgio, o vilão de "Castle Freak", é um homem que vem sendo maltratado pela própria mãe desde a infância após ter sido abandonada pelo pai do sujeito. Não é como aqueles personagens descartáveis que vemos na maioria dos filmes de terror. Seu único conhecimento é escuridão e dor. Ele não parece preparado para o mundo e, portanto, se comporta e se sente como um animal. As sequências sombrias foram muito bem filmadas, e a trilha sonora é arrepiante. O roteiro é bem escrito, embora o argumento pareça clichê: Um castelo é herdado por uma família, que decide passar um tempo no local para conhecer. Mas há mais do que isso. É uma família que está passando por um problema sério. John tomou decisões em sua vida que acabam abalando as pessoas que ama. Há tensão dentro daquele castelo antes mesmo da aparição de Giorgio. Vemos um drama familiar misturado com horror, e esses dois gêneros andam tão bem que chega a ser desconfortável! Se não fossem alguns momentos estúpidos de certos personagens, este filme seria uma obra-prima, disso pode ter certeza!
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraNo filme, parece que a capa e o capuz tiram um pouco da energia dele, como um peso que ele precisa carregar. A sua cruz é o Batman, pois ele só faz isso por raiva. A paz só vem num momento de redenção, onde Bruce se recupera física e emocionalmente falando, mudando sua filosofia e estando mais focado do que antes.
Só não é uma obra prima pq o roteiro parece um episódio de série, com várias pontas soltas para sequências..
Escritores da Liberdade
4.2 1,1K Assista AgoraESCRITORES DA LIBERDADE
Nota 7/10
"Curtindo a Vida Adoidado" e "Grease" são considerados clássicos escolares (desimportantes), enquanto esse aqui parece estar embaixo de poeira, esquecido, sem valor algum. Uma pena nunca ter ouvido falarem sobre ele. Definitivamente é uma obra capaz de abalar estruturas, e colocar os nossos planos e ansiedades no lugar, se estivermos abertos pra isso.
Tópicos como parceiros que não respeitam a sua missão, e que acham que você tem que viver de grude o tempo todo, mesmo sem estar alinhado contigo e com tudo que você ama; Pessoas ao seu redor te colocando pra baixo, à partir dos preconceitos delas junto com suas incompetências, achando que o mundo vai ser melhor sendo separatista, descansado e omisso; Coisas em comum sendo alinhadas pras diferenças serem esquecidas, juntando tribos para criar um ambiente pacífico e igualitário. Enfim... Uma obra prima sobre a sociedade que deveria ser vista por todos os educadores e influenciadores que acham que tem algum legado à deixar. Não é só conhecimento, gente! É a forma que você se adapta as pessoas à sua volta, no sapatinho.
Na minha perspectiva, o maior erro do roteiro foi parecer tentar igualar a Escravidão com o Holocausto. A edição também me incomodou. A Hilary é minha atriz favorita (apesar de eu não achar a melhor), então é sempre uma delícia vê-la atuando. Todo elenco está maravilhoso, exceto a Imelda Staunton, que parece tentar iconizar a personagem em toda a cena que aparece. Sei lá... Não curti, rs. O que importa aqui realmente é a construção dos personagens, e não tanto as técnicas da obra. As usadas aqui deixam pelo menos a estória mais envolvente e impactante, e é isso que vale.
Scarface
4.4 1,8K Assista Agora"A única coisa nesse mundo que dá ordem é a coragem. Você tem?"
Um ótimo estudo da mente humana, sobretudo de alguns traumatizados. Enquanto uma parte fica acuada, a outra se torna tipo um Scarface...
No seu começo na América, pra não ser um lavador de pratos, Tony é capaz até de morrer se fracassar em um de seus trabalhos. Ele não só fica vivo, como ainda tem ganhos pela vida de quem dizia ser amigo. O que vemos à partir daí é uma pessoa repulsiva, que vive o tempo todo no modo rage para abafar os seus traumas, e que corre à todo custo atrás de um futuro no topo. Quando mente se tornando uma pessoa carinhosa, é só pra receber carinho de volta pra se sentir ao menos em paz consigo mesmo por algum momento. Só que todas as pessoas que ele procura já o conhecem, o acertando bem no meio da fuça com um discurso moral no momento que ele mais precisa. Porém, pra ele, ser homem significa passar por cima de todo o conselho, e se enfurecer com qualquer ser e objeto da face da terra. Afinal, não é a bomba que sente o impacto dela mesma, e por isso precisamos manter distância de certos tipos de pessoas, para que elas não nos ataque à partir de seus próprios tropeços.
À principio, não tava curtindo a fotografia suja e a direção relaxada, porém tais elementos se mostraram metafóricos com o decorrer da película.
O Livro de Eli
3.6 2,0K Assista AgoraOu você vive o que acredita, ou você demonstra a fraqueza da sua cegueira.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraBATMAN (2022)
Nota 8/10
Esse é o tipo de filme que a gente não procura assistir para se divertir. Serve mais para nos colocar num ponto de vista, e entendermos melhor algumas de nossas dúvidas como sociedade.
Pela primeira vez, Bruce parece cansado, e não cria uma máscara de ilusões para as pessoas, ironizando, e muito, o modo como ele se transforma quando coloca a armadura pra se tornar o Batman, que eu achei o mais imponente de todos. Alfred é o único entende essa raiva, que pareceu aumentar quando Bruce olhou para àquela criança indefesa. Naquele instante, era difícil voltar atrás e tentar ser normal. Só resta um suspiro de preocupação, enquanto sabe que o morcego insaciável só procura um pouco de sangue para beber. A pichação no piso da mansão é como se Bruce entendesse que sua missão está além das ruas. Batman, e todos os perigos de o ser, agora fazem parte da sua casa, da sua base. A pergunta do Bruce pro Alfred, se ele é um Wayne, já transparece sua frieza, e sentimentos bons parecem não importar. No interrogatório na maca, nós entendemos que Bruce é tomado de egoísmo, só buscando salvar a criança interna dele, fazendo apenas o que "dá" pelos outros.
Sobre o vilão, o "Ave Maria" contrasta muito ele, assim como a política contrasta com os que vivem dela. É impactante quando o político fala ao telefone enquanto o crime olha para ele. Finalmente vai sentir a ira de quem ele escolheu não ajudar. À partir daí, temos bastantes metáforas sobre diferença de classes.
A minha cena de ação favorita é a do Batman "dançando" no meio do clube. Assim como todos os outros naquele lugar, ele estava ali curtindo, fugindo de seus monstros, e colocando sua fera pra fora. Nesse momento, ele conhece a Selina, Alguém que está na mesma vibe que ele para a noite. A única diferença entre eles é que enquanto Bruce quer as informações pra ver se tudo está nos trilhos, Selina ainda tem uma chama de esperança acesa, que a deixa nervosa e emotiva quase o tempo todo. E é essa diferença que torna os dois tão importantes para o desenvolvimento um do outro.
Enquanto os maus se juntam para fazer algo à partir de seus traumas, o bom ganha salvação à partir disso, mesmo que no fundo espere a morte. Na belíssima despedida de Bruce e Selina, vemos um Batman quase sentimental, tentado, que sabe que se parasse, iria sofrer mais ainda com sua falta de respostas. Os dois seguindo estradas diferentes emociona perante o que ela fez por ele e por seu novo mundo, seja esse externo ou o interno. Trouxe novos pensamentos e razões para a filosofia de um herói, que anda em constante descobrimento do que é e do que significa para si e para as pessoas.
Amei o uso de cores na película, sobretudo o azul, que é pouquíssimo aparente. Parece demonstrar o que Gotham poderia ser, se o bem vencesse o egoísmo na mente dos políticos. Enfim, é um filme tecnicamente perfeito, exceto pelo roteiro. Achei muito profundo e cheio de camadas, mas não tão amarrado quanto "The Dark Knight".