Se antes, por causa da imagem do Vito, vemos uma direção até que empática pela família Corleone, na Parte II vemos as perdas do novo chefe Michael, logo depois de conquistar tudo pelos frutos de sua vingança. Kay ainda tinha que conviver naquele meio por amor, confiando na legalização de um nome que desde sempre foi conhecido por seus erros. Se mesmo antes de ser gângster, Vito já fechava a porta na cara da esposa para esconder seus segredos, imagine seu filho!
Aqui, diferente de Vito, Michael se vê enfrentando pessoas mais verdadeiras, que parecem não ter mais medo dele. Desde o senador até a sua esposa o enfrentam à partir de seus próprios cansaços como parte da sociedade. A cena da Kay ainda é a minha favorita de todos os tempos, porque conseguiu me mudar ainda na adolescência, época que a gente absorve educação à torto e à direito de todos os lugares, ainda mais vivendo no meio de gente misógina e preconceituosa.
Assim como no caso do Mike, vemos que Vito foi moldado também pelo meio que convivia, por se ver como um dos mais fracos daquela região. Logo após perder o seu emprego para o sobrinho de um mafioso, ele passa a entender de quem é o mundo, e começa a almejar isso de uma maneira sagaz: Sua revolta é pacífica, numa humildade que ao mesmo tempo que demonstra superioridade, também transparece empatia pelos seus inimigos. À partir daí, seu filho era criado por cima de um tapete roubado, criando um legado de riquezas e desonestidade para gerações.
PERFUME: A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO (2006) Nota 9/10
O cara pegou toda a beleza, colocou num frasco e mexeu com a mente de todos que o cheiravam. Isso até me lembra de um certo app, rs
Fascínio nem sempre é amor. Ele matou inocentemente pelo cheiro, sem nenhum cuidado com a fonte, e ainda se lembrou de sua vítima quando se deu conta de que ela poderia ter sido amada ao invés de usada. A obra perfeita pra esse geração.
O filme mais envolvente da série, sem sombra de dúvidas. Além das proezas fodásticas, temos um respeitoso abraço de gerações, que faz com que a obra funcione também como arte. É um passe de legado muito duvidoso rs, mas que todos nós temos que viver pra dar valor a calma.
A turma original finalmente largou o sentimento de ensino médio nesse filme, convidando quem agora estava aproveitando dessa chama para a equipe. O último plano antes do fim veio pra mim como um puta aviso, até maior que aquele marcante lembrete em letras vermelhas: Quem vive na síndrome de Peter Pan ou por válvulas de escape em vícios se perde, e perde muito na vida. Às vezes, temos que encarar os nossos problemas de frente. Enfrentar o medo do amor real, e não nos colocar em situações pra esquecer do que de fato queremos. Que pelo menos a gente saiba os perigos de não nos lembrar de nós mesmos pelo bem do perigo e das amizades loucas.
RIP Ryan 🖤 Espero que o Bam consiga se superar.
Tyler, The Creator se vingando do Jeff é um dos momentos mais satisfatórios do cinema!! hahahaha
Talvez sejamos como o Porco e a galinha: Parte de negociações e surpresas que nós mesmos não queremos entrar. A aparência padrão de marido e esposa parece esconder o fato de que eles são na verdade os grandes Negociadores e Abatedores do mundo. E Benny, sem entender a si mesmo e o "universo" onde foi inserido, apontou sua revolta pro lado errado.
A lembrança dos olhos fechados na infância criou uma curiosidade distorcida na adolescência de Benny, o fazendo usar dos vídeos para se educar à partir do seu ponto de vista. A menina que ele parecia que ia ajudar usava da mesma tecnologia, mas para fugir de casa e se afastar de seus traumas. Benny ainda viveu com "algo" em seu quarto, como via comumente na sua TV. Os dois tinham suas confusões, mas só um quis fazer de fato. O corpo nu é como libertação. Mas será?
Talvez o "boa noite" dado duas vezes pela mãe na cama tenha sido apenas distração. Mas também pode ter sido uma mulher começando a ficar doente pelo que aguentou. Quando ela pede pro filho sair da paisagem, é pra ter a visão dela sem um mundo de psicopatas. Mesmo o deserto com poucas cores consegue ter beleza para alguém de visão expandida. Uma pena que a "prisão" dela não a permitiu usar disso para criar um horizonte.
Mesmo parecendo lenta, me senti envolvido pela obra, e não só pelos seus desdobramentos. O tempo pareceu até passar rápido, como em um momento bom. E logo num filme desse!
Quase toda angústia começa com uma ideia maluca que parece emocionante. E assim, Cebolinha magoa a Mônica colocando a total culpa nela e se esquecendo da sua parcela na queda, o que acaba o afastando de alguma forma da evolução de quem o ama. Vemos depois, na discussão na sala da diretora, que tem coisas que aprendemos ao ver e ouvir aqueles que nos educaram. Mas não há como voltar no tempo, né, professora? Ser mais no meio do processo é essencial para a evolução do presente, e assim do futuro. Querer que exista máquina do tempo só serve pra quem ainda não sabe o que quer de si mesmo para o agora. Como parte de algo maior, devemos compreender (e nos fazer compreendidos) que a mesma mágoa de antes, agora causada por outra pessoa, sempre trará à tona lembranças de dor antigas. Por isso, é preciso querer mergulhar na história do outro, e respeitar qualquer detalhe que aos nossos olhos pareçam pequenos. Experiências diferentes fazem mentes diferentes para as lutas que de repente surgem.
O final, com a peça e o musical, é brega mas também belíssimo, nos lembrando que algumas gerações são melhores do que outras em suas evoluções. Tudo que nos resta nessa era (e com as outras) é aprender à partir daquilo que precisamos melhorar, para sermos mais e melhores acolhedores com quem se abre para ser ajudado.
O filme só é infantil pelo visual e pelas falas bobas, que nos lembram bastante o nosso tempo de inocência e formação. O roteiro é adulto, e até complexo em suas ligações e metáforas, ao nos mostrar de vários ângulos e execuções a reflexão do que uma verdadeira mudança tem de trazer para a mente dos que não choram em vão. A música também me surpreendeu bastante em termos técnicos, mas por vezes força a emoção no espectador numa cena que não precisa de lágrimas, e sim de reflexão.
Substituiu O MENINO MALUQUINHO como o meu filme infantil nacional favorito. Até porque esse é mais do que isso.
Trazendo essa analogia, vou tentar transpassar meu sentimento de que o filme não é mais um evento, pra mim: Fora do calor e excitação de um campo de futebol, podemos entender com alguma profundidade a alma do esporte. Julgar com mais seriedade as razões de cada pessoa estar ali, além do que vemos na superfície.
A obra, em sua essência, foca em ser uma luta de gerações, tão profunda quando suas piadas parecem deixar. Em algumas falas e situações, me senti assistindo um trash barato dos anos 80, rs. Mesmo assim, me atrevo dizer que o grande evento não é uma cartada para a alta bilheteria, e cabe como uma luva para a película em sua força como reflexão mental. Como o papo da "banda", que parece absurdo na primeira olhada. Aquilo é somente um jovem trazendo os já maduros (em suas experiências particulares) pra sua visão de mundo.
Com a mente vazia, podemos entender que por várias vezes a obra se direciona particularmente aos espectadores mais chatos. Por exemplo, uma tecnologia de encontros também pode ajudar a destruir vidas. Isso serve para alguns entenderem que essa geração Instagram só está tentando viver no mundo novo de exposição porque é o qual lhes foi imposto por educação precária. A culpa não é só de quem usa, é de quem dá.
No meio das pessoas que procuram evolução, existem os que vivem a frieza e os que entram na ação, pra ajudar na mudança geral. E com isso, o homem espiritual e "maduro" não aceita a proposta do jovem visionário, que só pretendia demonstrar a força da sua nova geração ao curar a antiga com o amor de irmão, e sem necessidade de fogo exterminador.
Com a morte da May, Podemos continuar refletindo sobre esse assunto de Eras, entendendo que as pessoas vêm da mesma geração, mas não do mesmo "universo" e troca de amor que os outros. Alguns matam e outros protegem à partir de seus aprendizados e focos, em suas individualidades. Resista, fuja ou se torne igual o seu inimigo.
A conversa emocionante dos Peter a seguir toca além da interação e do evento em si. A morte não muda ninguém quando tomamos o acaso ou força humana apenas como injustiça divina. A tristeza e a raiva causadas pelo luto podem nos afastar do nosso real propósito. Lágrimas não podem ser em vão, e o sentimento de perda deve ser como o seu novo guia. Mais do que diminuir a dor e seguir em frente, a gente precisa procurar mudar. Isso me faz lembrar da redenção do Espetacular: Errar num momento não te impede de acertar numa situação diferente, com mais rapidez e sensatez do que antes. Isso vale pra qualquer relação ou teste na vida. A amargura e frieza que ele dizia sentir se transformou em algo belissimo para o outro.
Por fim, um dos elementos da maturidade espiritual (a mesma do Estranho) está em conhecer as feridas das pessoas, e saber cuidar delas mesmo de longe, como alguém que viu de tudo e não esquece nada. Bem, se o foco era crescer, Peter fez isso muito bem nessa trilogia, guardando o que tinha de forçado pra dizer e deixando o tempo provar. Nessa estrada ainda ajudou o crescimento de alguns ditos "maduros", ao invés de deixá-los morrer em seus "universos". Afinal, não devemos nos perguntar porque Deus deixou acontecer, e sim porque NÓS deixamos o que nos foi entregue ficar desse jeito. Fazer a mudança acontecer de fato, sem muito tempo pra chororô.
A mesma mão que dá carinho pode ser a mesma mão que exclui. E nessa filosofia, a sociedade vai convivendo sem medo de queda até o inesperado surgimento do seu próprio monstro auto destrutivo, criado à partir da intolerância religiosa de uma nação idiota.
Achei tão impactante e sofrível quanto OLDBOY. Há espaço pra discussões sobre religião, Cristo, família, trauma, raiva, perdão, salvação, injustiça e vários outros assuntos importantes que são desenvolvidos com primor, e nunca pela metade. Me fez refletir como nunca sobre a minha velhice, e também sobre a sociedade em seus padrões: às vezes é melhor ser uma balconista revoltada com quem tem a oportunidade de saber as respostas particulares da vida do que ser a pessoa que sabe todas elas, e sucumbe.
É uma obra de sentimentos fortes, mas de ritmo arrastado, que nos mantém presos pela força de seus desdobramentos e atuações emocionantes. O único elemento que me impede de dar uma nota maior é o flashback. Não é que não seja extremamente necessário, mas é que não existe ninguém que puxe aquela história na trama, já que a única que tinha aquelas memórias pra compartilhar já estava morta desde o começo dela. De resto, o filme é perfeito. "Perfeito" apenas na linguagem técnica, lógico
Numa era de depressivos, influenciados em manter seus próprios vícios, nem mesmo os mais despertos sairão indiferentes desse filme. Você será levado de volta à tudo que um dia controlou seus pensamentos. E eu garanto, essa será uma viagem e tanto.
A obra usa a violência na TV como analogia, mas também podemos trazer a mensagem pros dias de hoje, com as redes socias e a facilidade que existe para que todo tipo de gente tenha acesso à elas. A estaca da inveja ou da cega esperança pode manter o mecanismo de uma nação girando, mas a revolta do fracasso pode fazer os seus cidadãos começarem a matar! O olho se conecta ao pensamento de várias maneiras, e assim infelizmente os fracos são controlados pelas coisas que acham que controlam. Mas é aí que está a graça de um Despertar: é preciso que primeiro haja a Cegueira. Por isso não gostei do final, mesmo o entendendo: Ele parecia tão liberto! Por que permaneceu cego usando a violência contra si mesmo?
É claro que há o ponto de vista do que se vê, como explica a cena da armação de óculos: O próprio carrasco estava tentando mudar o modo de enxergar da vítima, para assim salvá-la dele mesmo. E devemos ser assim com o que vemos à partir da tecnologia. Ter pontos de vistas variados para ter tudo mais alcançável e menos sofrível, se afastando de uma vez por todas do que nos persegue. Ninguém pode alcançar algo tentando ser o que ainda não é.
Há também aqueles que distorcem a mensagem. A traumatizada dizendo que estava nesse mundo para o Videodrome impacta o telespectador, pois é como se ela achasse que está superando seu trauma por revivê-lo várias vezes de maneiras diferentes. Se entregou completamente ao que a fez mau.
Acho esse um dos FILMES MAIS ESSENCIAIS e educativos que já assisti. O tipo que deveria ser visto antes dos 18 anos, rs. Iria evitar a gente de cometer um monte de erros, como seguir uma modinha fabricada, pra querer chamar a atenção. Mas será mesmo que sem maturidade iríamos ver tal mensagem?
A educação da família é como sombra, ou o acaso com suas experiências inesperadas podem moldar o caráter? Bem, talvez a resposta seja difícil para os passivos, mas o fato é que todo filho pode botar a sua herança antiga no esquecimento, e assim ter a sua redenção ao se entregar pra sua recém descoberta essência, a de LIBERTADOR DE UMA GERAÇÃO.
Pra mim, tem um dos finais mais bonitos e satisfatórios de todos os tempos. O crescendo poético do roteiro é simplesmente sensacional, e parece que vai se superando à cada minuto. É envolvente, interessante, bizarro e tocante, sendo trabalhado por etapas ao começar confuso, e se desenvolvendo aos poucos até tudo ficar claro para o público. Poderia até o chamar de UM FILME PERFEITO.
Como seria acordar sendo o que você mais despreza e aproveita? Se Kate tivesse dormido uma noite com o casal, e não os usado como linhas de frente pra tirá-la de perto deles mesmos, com certeza teria evitado a noite mais dolorosa de aprendizado de sua vida.
Kate é a Elite. Atrás de trabalho e competição o tempo todo, só liga pro próprio sucesso, e esquece que no mundo existe outras vidas, de experiências e culturas diferentes, não ajudando nenhum irmão, a não ser que tenha algo pra dar em retorno. É a típica pessoa que transforma o mundo no que ele é, mesmo sem a consciência de tal feito.
Agora, sobre o personagem principal... Pra mim, Craig representa os reis do submundo: um mix de Inteligência, Trauma, Ignorância, Violência e de Exclusão. Não há esperança de retorno, e a figura medonha do personagem é como o seu próprio coração. Ainda há os seus melhores amigos, os Ratos, que aceitam o mau do irmão porque recebem e amam qualquer mimo que seja. Vendo por esses pontos de vista, a obra fica um tanto quanto valiosa, mesmo com um roteiro "mal amarrado" como esse.
Sobre uma parte da justiça na nossa sociedade, Craig passou um tempo naquela estação com um guarda vivo e distraído, até esse guarda despertar ao ver uma morte. A ameaça só passou a existir quando alguém começou a fazer o seu papel. Mas também existe o perigo ao fazê-lo corretamente, e assim, o justiceiro, que só fez o seu trabalho uma vez, foi morto. Pra alguns, é mais favorável ser um idiota e egoísta do que tentar ser sua essência no que está proposto a fazer.
O final ainda consegue ser um dos momentos mais tocantes do longa, quando Craig senta com Kate como se tivesse numa mesa de bar, se apresentando sem falar "Veja o que pessoas como você podem criar com suas atitudes indiretas". Nesse momento, a gente entende que ele talvez esteja cobrando algo do mundo que nem mesmo saiba o que seja.
Indo nessa direção dos Sem-direção, o condutor morto do trem é como uma luz no fim do túnel, mas a luz que serve apenas pra te mostrar o seu próprio fracasso ao invés da saída. Mas e quando a única coisa que poderia te levar pra frente não anda até você passar pelo processo de aprendizado? Bem, talvez o choro e a quebra da quarta parede nos segundos finais seja para lembrar-nos de algo, e talvez fazer-nos esquecer do ego, mas como disse o homem mais sábio de todos os tempos, entender parábolas é pra poucos.
Por ser de baixo orçamento, gostei de quase tudo no filme, principalmente do roteiro, que trabalha muito bem a mensagem. Porém quem só preza por uma estória cheia de respostas em tela, com certeza irá se decepcionar. Achei a trilha muito boa. Consegue ser assustadora e pop ao mesmo tempo, e isso me surpreendeu.
OBS: me cagava de medo desse filme na infância, e sempre achei ele meia boca. Não sabia que eu teria tanto pra falar sobre, hj em dia, rs.
Tenho um verdadeiro fascínio por obras que estudam a mente humana. Particularmente, acho que a arte existe exatamente pra isso. Nos ajudar a entender nossas relações interpessoais de um ângulo diferente do ego, o qual estamos acostumados.
Falando de insights, o centro do roteiro de MENSAGEIRO DA MORTE é que a gente nunca sabe se tá lidando com alguém blindado, suicida ou psicopata. Às vezes nem mesmo a doçura de um inocente o deixaria em paz, porque os loucos só querem ver o circo pegar fogo.
O assassino estava o tempo todo lembrando à menina do trabalho dela, que estava sendo deixado de lado. Mas se ela tivesse ido ficar com os crianças, claramente a moça teria morrido. Uma forte analogia ao nosso trabalho perante a sociedade: Ou você morre fazendo algo padrão, ou desvia a sua atenção disso para algo melhor.
Outra coisa que me chamou a atenção foi uma pessoa da justiça sendo abusiva ao procurar um maluco. Alguns chamariam de Gana, mas outros logicamente chamariam isso de Hipocrisia. Como a dona esbarrando no mendigo, ao invés de pedir desculpas, fica incomodada. Simplesmente nojentas e preocupantes tais atitudes, mas muito comuns.
A sociedade também não deixa de ser hipócrita em suas confusões de caráter, quando pede ajuda dos pobres pra ajudar em alguma causa sem nem ao menos deixá-los a par do que está acontecendo. A única coisa que vai acontecer é uma confusão sem razão pra uma fuga cheia de culpados. Por fim, entendemos que um assassino por natureza usa de qualquer meio para matar, até as próprias mãos. Mas ele também sabe ludibriar quando preciso. Nem tudo depende de uma arma.
Essa é uma obra que considero forte e perfeita, mas só na minha cabeça. Sei que pra maioria os furos incomodam, mas no meu motorzinho eu acabei criando alguma razão pra todos eles. Rs. No fim, não consigo desvalidar tudo que absorvi.
Entre distrações, um imaturo fica louco quando encontra uma nova missão junto com novos companheiros de jornada para compartilhar dela.
Pelo tanto de reprise, esse é um dos meus filmes favoritos da infância, e talvez o suspense mais marcante daquela época. Nostálgico! Tem um roteiro que trabalha bem o desenvolvimento dos personagens, mas o final cheio de furos tira um pouco a imersão. Logo o final! Rs Porque acho o resto sensacional.
Um dos filmes mais podres que já vi sobre a humanidade. Aqui, inocência e falta de defesa viram culpa, e omissão se torna heroísmo. O final ainda traz uma metáfora sobre forçar o amor, como uma grande parte dos casais da velha guarda fazem nos dias de hoje. Enfim, uma película pra mergulhar na mente perversa dos nojentos a nossa volta. Porém cuidado! Se eu não fosse forte o suficiente contra as lembranças de dor que vinham, não teria aguentado assistir nem 20 minutos.
O roteiro tem uns detalhes mal executados, mas nada que tire o impacto de suas mensagens. As performances e a direção também incomodam, mas dá pra relevar pelo fato de ser uma obra independente e barata.
Pra quem não liga pra essência da vida, a Espiritualidade, todas as metáforas e simbologias aqui presentes serão perda de tempo, assim como suas angústias. Já pra minoria, essa obra poderá ser até um ótimo objeto de estudo sobre o quanto de Amor e Intensidade o mensageiro precisa ter para que exista uma conexão mais do que inesquecível com o receptor.
A direção poderia ter sido mais artística como o roteiro. Uma pena, já que eu gostei tanto dessa versão quanto do original.
Mais do que um gigante fascinante, a obra traz um final impactante sobre o armamento e a consciência de quem irá usar uma arma. Afinal, julgamentos errados tiram coisas pra realizar e gente pra salvar do dom de uma vida
É provável que, por ser irrealista, muita gente não goste do final. Como ter esperança ao invés de medo? Eu entendo, não é assim que o mundo funciona, mas eu amei exatamente por isso. Me deu a sensação de um mundo melhor e menos violento para o que não é compreendido.
Eu fiquei bobo com quase todas as aparições do Gorila, sobretudo com o CGI muito bem feito pra um filme noventista. A direção tem seus errinhos de continuidade, mas nada que atrapalhe a imersão ou o roteiro. A mistura de música clássica com africana ficou ótima na trilha, e casou muito bem com a proposta do longa.
Uma das melhores analogias que eu já vi sobre a humanidade. É claro que vai muito de pessoa pra pessoa a forma de ver o que cada animal representa e o impacto que isso terá em seus insights, mas só de entender o porquê de os ricos e caçadores serem os únicos humanos a aparecerem no longa já abre os nossos olhos pra todo o resto sem muito esforço: O que seriam os coelhos? Qual o motivo deles brigarem tanto entre si, como comunidade? Seria porque os "humanos" são grandes demais para serem um alvo? É, no fim das contas o final tráz uma certa esperança de justiça pra quem acredita no outro mundo, mas pro resto, o gosto será amargo e bem humano.
Cada passo que damos, até os inocentes, nos dão um caminho novo pra seguir, sem saber no que de fato vamos nos meter. Por esse pensamento, o final pareceu um tanto mais forte pra mim: Todo aquele jogo poderia ter sido evitado logo na primeira aparição do protagonista, com uma atitude mais rápida e mais inteligente do que a que ocasionou tudo aquilo. Por isso o final é tão genial: Não tem como voltar atrás, tem?
Achei essa Fantasia interessante porque mistura o Infantil com Terror como eu nunca vi. Não parece estranho ou destoante, mas sim primoroso, causando em nós a vontade de conhecer mais e mais daquele magnífico universo cinematográfico. A arte do filme é estranhamente bonita, mesclando o belo com obscuro, e a maquiagem do vilão é daquelas que fascinam o espectador, tanto pelos pequenos detalhes quanto pelo trabalho de seus criadores. Enfim, com certeza está no meu TOP 5 Fantasia.
Fui enganado pela divulgação, achando que realmente iria ver um filme de vingança. Porém fico feliz de levar esse fato pro lado positivo, já que gosto de tudo e adoro uma surpresa, rs.
O papo de destino e redenção me tocou muito, mas o inesperado final negativo do personagem me deixou decepcionado, mesmo entendendo a força da metáfora que isso trasmite. [SPOILER] Infelizmente, ele não entendeu pra onde o destino o levara, voltando para trás e permanecendo lá como se não tivesse perdido nada, e nem resgatado lembranças boas daquele retorno. O bom é que pelo menos durante esse percurso ele ajudou algumas pessoas a encontrarem a sua essência, apesar do próprio ter se desencontrado da sua.
Só não dou nota máxima porque não entendi a razão da câmera tão tremida.
Mesmo reconhecendo que a obra não deve ser levada ao "pé da letra", o cartunesco ainda consegue incomodar bastante. Achei uma pena, pq a parte poética dele é realmente tocante. Deuses causaram o caos contra o povo nos dois primeiros filmes, e no terceiro o caos começa pelo próprio povo. Junto com a piada do fotógrafo logo na primeira cena no Planeta Diário, já fica claro pra que lado a estória iria: Sistema VS coração.
Achei a melhor direção da franquia do Reeve. Ao invés de usar tanto chroma key, resolveram a estranheza na maior parte do tempo com cabos de suporte e truques de câmera.
Dessa vez, a curiosidade não matou o gato. Só o fez mudar de destino, ao desviar o foco do que realmente valia à pena.
O ÚLTIMO TREM é uma obra prima política fortíssima, mascarada com simbologias estranhas. Não tem como gostar desse filme apenas ao vê-lo por cima, superficialmente: O roteiro apressa as coisas, e o gore parece ser sádico, sem sentido nenhum. Porém, o meu ponto de vista tomou tudo isso com alguma razão de ser: A pressa simboliza as surpresas da vida, de que nada é pra sempre. Já o sangue, tenta nos empurrar uma culpa indireta sobre quem somos em sociedade, de que passos inocentes e EGOÍSTAS podem causar dor até mesmo àqueles que amamos. Não existe só a nossa causa individual. Uma peça gira, e todas as outras também se movem. É inevitável, e precisamos ter cuidado.
Quem se acha invencível é enganado por todo mundo só por esse fato, ou será que o nojento vive apenas de um doentio mecanismo de defesa? Tenho certeza que todos nós já vimos esse filme em alguém, mas o interessante aqui é saber o final do personagem desde o início E QUERER QUE ESSE MOMENTO CHEGUE LOGO, simplesmente pra acabar com o sofrimento de todos à sua volta.
Apesar de gostar muito dos roteiros do Scorsese, sei que ele não é um diretor ousado. A fotografia metafórica foi a melhor das sacadas artísticas.
Singelo como a inocência da Paixão, doloroso como a Sociedade e fortificante como o Tempo.
É a obra prima mais realista da Disney. Sempre me incomodou o cartunesco, e é por isso prefiro assim. Rs Pra mim é difícil comprar a ideia de um rinoceronte em cima de um pássaro, como aconteceu em O Rei Leão.
Mesmo a simbologia de justiça sendo construída de maneira grosseira, dá pra notar que lá no fundo existe algo de valioso na estória pro nosso social: nunca alguém pode ser extremo ao passar uma mensagem, por mais positiva que ela pareça. Sua "verdade" se for VERDADE pode mudar o seu destino, tendo consciência dele e mudando as ações que o levariam até lá, sem forçação de barra. A raiva, junto de perguntas sem sentido, age como uma névoa, nos impedindo de entender que a "chave" da nossa essência está apenas em olhar para trás com atenção. Refazer os passos do jogo, para sair dele de uma vez por todas, e com poucos arranhões se tiver sorte.
A direção e fotografia são dignas de filme direct to video, mostrando que o roteiro por si só já compensa a grana investida.
O Poderoso Chefão: Parte II
4.6 1,2K Assista AgoraSe antes, por causa da imagem do Vito, vemos uma direção até que empática pela família Corleone, na Parte II vemos as perdas do novo chefe Michael, logo depois de conquistar tudo pelos frutos de sua vingança. Kay ainda tinha que conviver naquele meio por amor, confiando na legalização de um nome que desde sempre foi conhecido por seus erros. Se mesmo antes de ser gângster, Vito já fechava a porta na cara da esposa para esconder seus segredos, imagine seu filho!
Aqui, diferente de Vito, Michael se vê enfrentando pessoas mais verdadeiras, que parecem não ter mais medo dele. Desde o senador até a sua esposa o enfrentam à partir de seus próprios cansaços como parte da sociedade. A cena da Kay ainda é a minha favorita de todos os tempos, porque conseguiu me mudar ainda na adolescência, época que a gente absorve educação à torto e à direito de todos os lugares, ainda mais vivendo no meio de gente misógina e preconceituosa.
Assim como no caso do Mike, vemos que Vito foi moldado também pelo meio que convivia, por se ver como um dos mais fracos daquela região. Logo após perder o seu emprego para o sobrinho de um mafioso, ele passa a entender de quem é o mundo, e começa a almejar isso de uma maneira sagaz: Sua revolta é pacífica, numa humildade que ao mesmo tempo que demonstra superioridade, também transparece empatia pelos seus inimigos. À partir daí, seu filho era criado por cima de um tapete roubado, criando um legado de riquezas e desonestidade para gerações.
Perfume: A História de um Assassino
4.0 2,2KPERFUME: A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO (2006)
Nota 9/10
O cara pegou toda a beleza, colocou num frasco e mexeu com a mente de todos que o cheiravam. Isso até me lembra de um certo app, rs
Fascínio nem sempre é amor. Ele matou inocentemente pelo cheiro, sem nenhum cuidado com a fonte, e ainda se lembrou de sua vítima quando se deu conta de que ela poderia ter sido amada ao invés de usada. A obra perfeita pra esse geração.
Ao meu ver, é técnica e poeticamente perfeita!
Jackass Para Sempre
3.4 81Nota 7/10
O filme mais envolvente da série, sem sombra de dúvidas. Além das proezas fodásticas, temos um respeitoso abraço de gerações, que faz com que a obra funcione também como arte. É um passe de legado muito duvidoso rs, mas que todos nós temos que viver pra dar valor a calma.
A turma original finalmente largou o sentimento de ensino médio nesse filme, convidando quem agora estava aproveitando dessa chama para a equipe. O último plano antes do fim veio pra mim como um puta aviso, até maior que aquele marcante lembrete em letras vermelhas: Quem vive na síndrome de Peter Pan ou por válvulas de escape em vícios se perde, e perde muito na vida. Às vezes, temos que encarar os nossos problemas de frente. Enfrentar o medo do amor real, e não nos colocar em situações pra esquecer do que de fato queremos. Que pelo menos a gente saiba os perigos de não nos lembrar de nós mesmos pelo bem do perigo e das amizades loucas.
RIP Ryan 🖤 Espero que o Bam consiga se superar.
Tyler, The Creator se vingando do Jeff é um dos momentos mais satisfatórios do cinema!! hahahaha
O Vídeo de Benny
3.6 232 Assista AgoraNota 9/10
Talvez sejamos como o Porco e a galinha: Parte de negociações e surpresas que nós mesmos não queremos entrar. A aparência padrão de marido e esposa parece esconder o fato de que eles são na verdade os grandes Negociadores e Abatedores do mundo. E Benny, sem entender a si mesmo e o "universo" onde foi inserido, apontou sua revolta pro lado errado.
A lembrança dos olhos fechados na infância criou uma curiosidade distorcida na adolescência de Benny, o fazendo usar dos vídeos para se educar à partir do seu ponto de vista. A menina que ele parecia que ia ajudar usava da mesma tecnologia, mas para fugir de casa e se afastar de seus traumas. Benny ainda viveu com "algo" em seu quarto, como via comumente na sua TV. Os dois tinham suas confusões, mas só um quis fazer de fato. O corpo nu é como libertação. Mas será?
Talvez o "boa noite" dado duas vezes pela mãe na cama tenha sido apenas distração. Mas também pode ter sido uma mulher começando a ficar doente pelo que aguentou. Quando ela pede pro filho sair da paisagem, é pra ter a visão dela sem um mundo de psicopatas. Mesmo o deserto com poucas cores consegue ter beleza para alguém de visão expandida. Uma pena que a "prisão" dela não a permitiu usar disso para criar um horizonte.
Mesmo parecendo lenta, me senti envolvido pela obra, e não só pelos seus desdobramentos. O tempo pareceu até passar rápido, como em um momento bom. E logo num filme desse!
Turma da Mônica: Lições
3.9 273 Assista AgoraNota 8/10
Quase toda angústia começa com uma ideia maluca que parece emocionante. E assim, Cebolinha magoa a Mônica colocando a total culpa nela e se esquecendo da sua parcela na queda, o que acaba o afastando de alguma forma da evolução de quem o ama. Vemos depois, na discussão na sala da diretora, que tem coisas que aprendemos ao ver e ouvir aqueles que nos educaram. Mas não há como voltar no tempo, né, professora? Ser mais no meio do processo é essencial para a evolução do presente, e assim do futuro. Querer que exista máquina do tempo só serve pra quem ainda não sabe o que quer de si mesmo para o agora. Como parte de algo maior, devemos compreender (e nos fazer compreendidos) que a mesma mágoa de antes, agora causada por outra pessoa, sempre trará à tona lembranças de dor antigas. Por isso, é preciso querer mergulhar na história do outro, e respeitar qualquer detalhe que aos nossos olhos pareçam pequenos. Experiências diferentes fazem mentes diferentes para as lutas que de repente surgem.
O final, com a peça e o musical, é brega mas também belíssimo, nos lembrando que algumas gerações são melhores do que outras em suas evoluções. Tudo que nos resta nessa era (e com as outras) é aprender à partir daquilo que precisamos melhorar, para sermos mais e melhores acolhedores com quem se abre para ser ajudado.
O filme só é infantil pelo visual e pelas falas bobas, que nos lembram bastante o nosso tempo de inocência e formação. O roteiro é adulto, e até complexo em suas ligações e metáforas, ao nos mostrar de vários ângulos e execuções a reflexão do que uma verdadeira mudança tem de trazer para a mente dos que não choram em vão. A música também me surpreendeu bastante em termos técnicos, mas por vezes força a emoção no espectador numa cena que não precisa de lágrimas, e sim de reflexão.
Substituiu O MENINO MALUQUINHO como o meu filme infantil nacional favorito. Até porque esse é mais do que isso.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraNota 7/10
Trazendo essa analogia, vou tentar transpassar meu sentimento de que o filme não é mais um evento, pra mim: Fora do calor e excitação de um campo de futebol, podemos entender com alguma profundidade a alma do esporte. Julgar com mais seriedade as razões de cada pessoa estar ali, além do que vemos na superfície.
A obra, em sua essência, foca em ser uma luta de gerações, tão profunda quando suas piadas parecem deixar. Em algumas falas e situações, me senti assistindo um trash barato dos anos 80, rs. Mesmo assim, me atrevo dizer que o grande evento não é uma cartada para a alta bilheteria, e cabe como uma luva para a película em sua força como reflexão mental. Como o papo da "banda", que parece absurdo na primeira olhada. Aquilo é somente um jovem trazendo os já maduros (em suas experiências particulares) pra sua visão de mundo.
Com a mente vazia, podemos entender que por várias vezes a obra se direciona particularmente aos espectadores mais chatos. Por exemplo, uma tecnologia de encontros também pode ajudar a destruir vidas. Isso serve para alguns entenderem que essa geração Instagram só está tentando viver no mundo novo de exposição porque é o qual lhes foi imposto por educação precária. A culpa não é só de quem usa, é de quem dá.
No meio das pessoas que procuram evolução, existem os que vivem a frieza e os que entram na ação, pra ajudar na mudança geral. E com isso, o homem espiritual e "maduro" não aceita a proposta do jovem visionário, que só pretendia demonstrar a força da sua nova geração ao curar a antiga com o amor de irmão, e sem necessidade de fogo exterminador.
Com a morte da May, Podemos continuar refletindo sobre esse assunto de Eras, entendendo que as pessoas vêm da mesma geração, mas não do mesmo "universo" e troca de amor que os outros. Alguns matam e outros protegem à partir de seus aprendizados e focos, em suas individualidades. Resista, fuja ou se torne igual o seu inimigo.
A conversa emocionante dos Peter a seguir toca além da interação e do evento em si. A morte não muda ninguém quando tomamos o acaso ou força humana apenas como injustiça divina. A tristeza e a raiva causadas pelo luto podem nos afastar do nosso real propósito. Lágrimas não podem ser em vão, e o sentimento de perda deve ser como o seu novo guia. Mais do que diminuir a dor e seguir em frente, a gente precisa procurar mudar. Isso me faz lembrar da redenção do Espetacular: Errar num momento não te impede de acertar numa situação diferente, com mais rapidez e sensatez do que antes. Isso vale pra qualquer relação ou teste na vida. A amargura e frieza que ele dizia sentir se transformou em algo belissimo para o outro.
Por fim, um dos elementos da maturidade espiritual (a mesma do Estranho) está em conhecer as feridas das pessoas, e saber cuidar delas mesmo de longe, como alguém que viu de tudo e não esquece nada. Bem, se o foco era crescer, Peter fez isso muito bem nessa trilogia, guardando o que tinha de forçado pra dizer e deixando o tempo provar. Nessa estrada ainda ajudou o crescimento de alguns ditos "maduros", ao invés de deixá-los morrer em seus "universos". Afinal, não devemos nos perguntar porque Deus deixou acontecer, e sim porque NÓS deixamos o que nos foi entregue ficar desse jeito. Fazer a mudança acontecer de fato, sem muito tempo pra chororô.
Incêndios
4.5 1,9K Assista AgoraINCÊNDIOS (2010)
Nota 8/10
A mesma mão que dá carinho pode ser a mesma mão que exclui. E nessa filosofia, a sociedade vai convivendo sem medo de queda até o inesperado surgimento do seu próprio monstro auto destrutivo, criado à partir da intolerância religiosa de uma nação idiota.
Achei tão impactante e sofrível quanto OLDBOY. Há espaço pra discussões sobre religião, Cristo, família, trauma, raiva, perdão, salvação, injustiça e vários outros assuntos importantes que são desenvolvidos com primor, e nunca pela metade. Me fez refletir como nunca sobre a minha velhice, e também sobre a sociedade em seus padrões: às vezes é melhor ser uma balconista revoltada com quem tem a oportunidade de saber as respostas particulares da vida do que ser a pessoa que sabe todas elas, e sucumbe.
É uma obra de sentimentos fortes, mas de ritmo arrastado, que nos mantém presos pela força de seus desdobramentos e atuações emocionantes. O único elemento que me impede de dar uma nota maior é o flashback. Não é que não seja extremamente necessário, mas é que não existe ninguém que puxe aquela história na trama, já que a única que tinha aquelas memórias pra compartilhar já estava morta desde o começo dela. De resto, o filme é perfeito. "Perfeito" apenas na linguagem técnica, lógico
Videodrome: A Síndrome do Vídeo
3.7 547 Assista AgoraVIDEODROME (1983)
Nota 9/10
Numa era de depressivos, influenciados em manter seus próprios vícios, nem mesmo os mais despertos sairão indiferentes desse filme. Você será levado de volta à tudo que um dia controlou seus pensamentos. E eu garanto, essa será uma viagem e tanto.
A obra usa a violência na TV como analogia, mas também podemos trazer a mensagem pros dias de hoje, com as redes socias e a facilidade que existe para que todo tipo de gente tenha acesso à elas. A estaca da inveja ou da cega esperança pode manter o mecanismo de uma nação girando, mas a revolta do fracasso pode fazer os seus cidadãos começarem a matar! O olho se conecta ao pensamento de várias maneiras, e assim infelizmente os fracos são controlados pelas coisas que acham que controlam. Mas é aí que está a graça de um Despertar: é preciso que primeiro haja a Cegueira. Por isso não gostei do final, mesmo o entendendo: Ele parecia tão liberto! Por que permaneceu cego usando a violência contra si mesmo?
É claro que há o ponto de vista do que se vê, como explica a cena da armação de óculos: O próprio carrasco estava tentando mudar o modo de enxergar da vítima, para assim salvá-la dele mesmo. E devemos ser assim com o que vemos à partir da tecnologia. Ter pontos de vistas variados para ter tudo mais alcançável e menos sofrível, se afastando de uma vez por todas do que nos persegue. Ninguém pode alcançar algo tentando ser o que ainda não é.
Há também aqueles que distorcem a mensagem. A traumatizada dizendo que estava nesse mundo para o Videodrome impacta o telespectador, pois é como se ela achasse que está superando seu trauma por revivê-lo várias vezes de maneiras diferentes. Se entregou completamente ao que a fez mau.
Acho esse um dos FILMES MAIS ESSENCIAIS e educativos que já assisti. O tipo que deveria ser visto antes dos 18 anos, rs. Iria evitar a gente de cometer um monte de erros, como seguir uma modinha fabricada, pra querer chamar a atenção. Mas será mesmo que sem maturidade iríamos ver tal mensagem?
Os Olhos Sem Rosto
4.0 232OS OLHOS SEM ROSTO (1960)
Nota 9/10
A educação da família é como sombra, ou o acaso com suas experiências inesperadas podem moldar o caráter? Bem, talvez a resposta seja difícil para os passivos, mas o fato é que todo filho pode botar a sua herança antiga no esquecimento, e assim ter a sua redenção ao se entregar pra sua recém descoberta essência, a de LIBERTADOR DE UMA GERAÇÃO.
Pra mim, tem um dos finais mais bonitos e satisfatórios de todos os tempos. O crescendo poético do roteiro é simplesmente sensacional, e parece que vai se superando à cada minuto. É envolvente, interessante, bizarro e tocante, sendo trabalhado por etapas ao começar confuso, e se desenvolvendo aos poucos até tudo ficar claro para o público. Poderia até o chamar de UM FILME PERFEITO.
Plataforma do Medo
2.8 400 Assista AgoraPLATAFORMA DO MEDO (2004)
Nota 8/10
Como seria acordar sendo o que você mais despreza e aproveita? Se Kate tivesse dormido uma noite com o casal, e não os usado como linhas de frente pra tirá-la de perto deles mesmos, com certeza teria evitado a noite mais dolorosa de aprendizado de sua vida.
Kate é a Elite. Atrás de trabalho e competição o tempo todo, só liga pro próprio sucesso, e esquece que no mundo existe outras vidas, de experiências e culturas diferentes, não ajudando nenhum irmão, a não ser que tenha algo pra dar em retorno. É a típica pessoa que transforma o mundo no que ele é, mesmo sem a consciência de tal feito.
Agora, sobre o personagem principal... Pra mim, Craig representa os reis do submundo: um mix de Inteligência, Trauma, Ignorância, Violência e de Exclusão. Não há esperança de retorno, e a figura medonha do personagem é como o seu próprio coração. Ainda há os seus melhores amigos, os Ratos, que aceitam o mau do irmão porque recebem e amam qualquer mimo que seja. Vendo por esses pontos de vista, a obra fica um tanto quanto valiosa, mesmo com um roteiro "mal amarrado" como esse.
Sobre uma parte da justiça na nossa sociedade, Craig passou um tempo naquela estação com um guarda vivo e distraído, até esse guarda despertar ao ver uma morte. A ameaça só passou a existir quando alguém começou a fazer o seu papel. Mas também existe o perigo ao fazê-lo corretamente, e assim, o justiceiro, que só fez o seu trabalho uma vez, foi morto. Pra alguns, é mais favorável ser um idiota e egoísta do que tentar ser sua essência no que está proposto a fazer.
O final ainda consegue ser um dos momentos mais tocantes do longa, quando Craig senta com Kate como se tivesse numa mesa de bar, se apresentando sem falar "Veja o que pessoas como você podem criar com suas atitudes indiretas". Nesse momento, a gente entende que ele talvez esteja cobrando algo do mundo que nem mesmo saiba o que seja.
Indo nessa direção dos Sem-direção, o condutor morto do trem é como uma luz no fim do túnel, mas a luz que serve apenas pra te mostrar o seu próprio fracasso ao invés da saída. Mas e quando a única coisa que poderia te levar pra frente não anda até você passar pelo processo de aprendizado? Bem, talvez o choro e a quebra da quarta parede nos segundos finais seja para lembrar-nos de algo, e talvez fazer-nos esquecer do ego, mas como disse o homem mais sábio de todos os tempos, entender parábolas é pra poucos.
Por ser de baixo orçamento, gostei de quase tudo no filme, principalmente do roteiro, que trabalha muito bem a mensagem. Porém quem só preza por uma estória cheia de respostas em tela, com certeza irá se decepcionar. Achei a trilha muito boa. Consegue ser assustadora e pop ao mesmo tempo, e isso me surpreendeu.
OBS: me cagava de medo desse filme na infância, e sempre achei ele meia boca. Não sabia que eu teria tanto pra falar sobre, hj em dia, rs.
Mensageiro da Morte
3.1 73MENSAGEIRO DA MORTE (1979)
Nota 9/10
Tenho um verdadeiro fascínio por obras que estudam a mente humana. Particularmente, acho que a arte existe exatamente pra isso. Nos ajudar a entender nossas relações interpessoais de um ângulo diferente do ego, o qual estamos acostumados.
Falando de insights, o centro do roteiro de MENSAGEIRO DA MORTE é que a gente nunca sabe se tá lidando com alguém blindado, suicida ou psicopata. Às vezes nem mesmo a doçura de um inocente o deixaria em paz, porque os loucos só querem ver o circo pegar fogo.
O assassino estava o tempo todo lembrando à menina do trabalho dela, que estava sendo deixado de lado. Mas se ela tivesse ido ficar com os crianças, claramente a moça teria morrido. Uma forte analogia ao nosso trabalho perante a sociedade: Ou você morre fazendo algo padrão, ou desvia a sua atenção disso para algo melhor.
Outra coisa que me chamou a atenção foi uma pessoa da justiça sendo abusiva ao procurar um maluco. Alguns chamariam de Gana, mas outros logicamente chamariam isso de Hipocrisia. Como a dona esbarrando no mendigo, ao invés de pedir desculpas, fica incomodada. Simplesmente nojentas e preocupantes tais atitudes, mas muito comuns.
A sociedade também não deixa de ser hipócrita em suas confusões de caráter, quando pede ajuda dos pobres pra ajudar em alguma causa sem nem ao menos deixá-los a par do que está acontecendo. A única coisa que vai acontecer é uma confusão sem razão pra uma fuga cheia de culpados. Por fim, entendemos que um assassino por natureza usa de qualquer meio para matar, até as próprias mãos. Mas ele também sabe ludibriar quando preciso. Nem tudo depende de uma arma.
Essa é uma obra que considero forte e perfeita, mas só na minha cabeça. Sei que pra maioria os furos incomodam, mas no meu motorzinho eu acabei criando alguma razão pra todos eles. Rs. No fim, não consigo desvalidar tudo que absorvi.
Paranóia
3.5 1,5K Assista AgoraPARANÓIA (2007)
Nota 6/10
Entre distrações, um imaturo fica louco quando encontra uma nova missão junto com novos companheiros de jornada para compartilhar dela.
Pelo tanto de reprise, esse é um dos meus filmes favoritos da infância, e talvez o suspense mais marcante daquela época. Nostálgico! Tem um roteiro que trabalha bem o desenvolvimento dos personagens, mas o final cheio de furos tira um pouco a imersão. Logo o final! Rs Porque acho o resto sensacional.
Deadgirl
2.7 146A MENINA MORTA (2008)
Nota 7/10
Um dos filmes mais podres que já vi sobre a humanidade. Aqui, inocência e falta de defesa viram culpa, e omissão se torna heroísmo. O final ainda traz uma metáfora sobre forçar o amor, como uma grande parte dos casais da velha guarda fazem nos dias de hoje. Enfim, uma película pra mergulhar na mente perversa dos nojentos a nossa volta. Porém cuidado! Se eu não fosse forte o suficiente contra as lembranças de dor que vinham, não teria aguentado assistir nem 20 minutos.
O roteiro tem uns detalhes mal executados, mas nada que tire o impacto de suas mensagens. As performances e a direção também incomodam, mas dá pra relevar pelo fato de ser uma obra independente e barata.
O Dia em que a Terra Parou
2.7 784 Assista AgoraNota 8/10
Pra quem não liga pra essência da vida, a Espiritualidade, todas as metáforas e simbologias aqui presentes serão perda de tempo, assim como suas angústias. Já pra minoria, essa obra poderá ser até um ótimo objeto de estudo sobre o quanto de Amor e Intensidade o mensageiro precisa ter para que exista uma conexão mais do que inesquecível com o receptor.
A direção poderia ter sido mais artística como o roteiro. Uma pena, já que eu gostei tanto dessa versão quanto do original.
Poderoso Joe
2.6 152 Assista AgoraNota 7/10
Mais do que um gigante fascinante, a obra traz um final impactante sobre o armamento e a consciência de quem irá usar uma arma. Afinal, julgamentos errados tiram coisas pra realizar e gente pra salvar do dom de uma vida
É provável que, por ser irrealista, muita gente não goste do final. Como ter esperança ao invés de medo? Eu entendo, não é assim que o mundo funciona, mas eu amei exatamente por isso. Me deu a sensação de um mundo melhor e menos violento para o que não é compreendido.
Eu fiquei bobo com quase todas as aparições do Gorila, sobretudo com o CGI muito bem feito pra um filme noventista. A direção tem seus errinhos de continuidade, mas nada que atrapalhe a imersão ou o roteiro. A mistura de música clássica com africana ficou ótima na trilha, e casou muito bem com a proposta do longa.
Uma Grande Aventura
4.0 60Nota 9/10
Uma das melhores analogias que eu já vi sobre a humanidade. É claro que vai muito de pessoa pra pessoa a forma de ver o que cada animal representa e o impacto que isso terá em seus insights, mas só de entender o porquê de os ricos e caçadores serem os únicos humanos a aparecerem no longa já abre os nossos olhos pra todo o resto sem muito esforço: O que seriam os coelhos? Qual o motivo deles brigarem tanto entre si, como comunidade? Seria porque os "humanos" são grandes demais para serem um alvo? É, no fim das contas o final tráz uma certa esperança de justiça pra quem acredita no outro mundo, mas pro resto, o gosto será amargo e bem humano.
A Lenda
3.4 295 Assista AgoraA LENDA (1985)
Nota 8/10
Cada passo que damos, até os inocentes, nos dão um caminho novo pra seguir, sem saber no que de fato vamos nos meter. Por esse pensamento, o final pareceu um tanto mais forte pra mim: Todo aquele jogo poderia ter sido evitado logo na primeira aparição do protagonista, com uma atitude mais rápida e mais inteligente do que a que ocasionou tudo aquilo. Por isso o final é tão genial: Não tem como voltar atrás, tem?
Achei essa Fantasia interessante porque mistura o Infantil com Terror como eu nunca vi. Não parece estranho ou destoante, mas sim primoroso, causando em nós a vontade de conhecer mais e mais daquele magnífico universo cinematográfico. A arte do filme é estranhamente bonita, mesclando o belo com obscuro, e a maquiagem do vilão é daquelas que fascinam o espectador, tanto pelos pequenos detalhes quanto pelo trabalho de seus criadores. Enfim, com certeza está no meu TOP 5 Fantasia.
Pig: A Vingança
3.5 305PIG - A VINGANÇA
8/10
Fui enganado pela divulgação, achando que realmente iria ver um filme de vingança. Porém fico feliz de levar esse fato pro lado positivo, já que gosto de tudo e adoro uma surpresa, rs.
O papo de destino e redenção me tocou muito, mas o inesperado final negativo do personagem me deixou decepcionado, mesmo entendendo a força da metáfora que isso trasmite. [SPOILER] Infelizmente, ele não entendeu pra onde o destino o levara, voltando para trás e permanecendo lá como se não tivesse perdido nada, e nem resgatado lembranças boas daquele retorno. O bom é que pelo menos durante esse percurso ele ajudou algumas pessoas a encontrarem a sua essência, apesar do próprio ter se desencontrado da sua.
Só não dou nota máxima porque não entendi a razão da câmera tão tremida.
Superman III
2.7 231 Assista AgoraNota 5/10
Mesmo reconhecendo que a obra não deve ser levada ao "pé da letra", o cartunesco ainda consegue incomodar bastante. Achei uma pena, pq a parte poética dele é realmente tocante. Deuses causaram o caos contra o povo nos dois primeiros filmes, e no terceiro o caos começa pelo próprio povo. Junto com a piada do fotógrafo logo na primeira cena no Planeta Diário, já fica claro pra que lado a estória iria: Sistema VS coração.
Achei a melhor direção da franquia do Reeve. Ao invés de usar tanto chroma key, resolveram a estranheza na maior parte do tempo com cabos de suporte e truques de câmera.
O Último Trem
2.9 551 Assista AgoraO ÚLTIMO TREM
Nota 8/10
Dessa vez, a curiosidade não matou o gato. Só o fez mudar de destino, ao desviar o foco do que realmente valia à pena.
O ÚLTIMO TREM é uma obra prima política fortíssima, mascarada com simbologias estranhas. Não tem como gostar desse filme apenas ao vê-lo por cima, superficialmente: O roteiro apressa as coisas, e o gore parece ser sádico, sem sentido nenhum. Porém, o meu ponto de vista tomou tudo isso com alguma razão de ser: A pressa simboliza as surpresas da vida, de que nada é pra sempre. Já o sangue, tenta nos empurrar uma culpa indireta sobre quem somos em sociedade, de que passos inocentes e EGOÍSTAS podem causar dor até mesmo àqueles que amamos. Não existe só a nossa causa individual. Uma peça gira, e todas as outras também se movem. É inevitável, e precisamos ter cuidado.
Touro Indomável
4.2 708 Assista AgoraTOURO INDOMÁVEL
Nota 8/10
Quem se acha invencível é enganado por todo mundo só por esse fato, ou será que o nojento vive apenas de um doentio mecanismo de defesa? Tenho certeza que todos nós já vimos esse filme em alguém, mas o interessante aqui é saber o final do personagem desde o início E QUERER QUE ESSE MOMENTO CHEGUE LOGO, simplesmente pra acabar com o sofrimento de todos à sua volta.
Apesar de gostar muito dos roteiros do Scorsese, sei que ele não é um diretor ousado. A fotografia metafórica foi a melhor das sacadas artísticas.
Jogos Mortais 2
3.4 854 Assista AgoraA violência e a edição no final me incomodaram. Fora isso, as metáforas são bem impactantes.
Bambi
3.5 440 Assista AgoraNota 9/10
Singelo como a inocência da Paixão, doloroso como a Sociedade e fortificante como o Tempo.
É a obra prima mais realista da Disney. Sempre me incomodou o cartunesco, e é por isso prefiro assim. Rs Pra mim é difícil comprar a ideia de um rinoceronte em cima de um pássaro, como aconteceu em O Rei Leão.
Jogos Mortais
3.7 1,6K Assista AgoraNota 8/10.
Mesmo a simbologia de justiça sendo construída de maneira grosseira, dá pra notar que lá no fundo existe algo de valioso na estória pro nosso social: nunca alguém pode ser extremo ao passar uma mensagem, por mais positiva que ela pareça. Sua "verdade" se for VERDADE pode mudar o seu destino, tendo consciência dele e mudando as ações que o levariam até lá, sem forçação de barra. A raiva, junto de perguntas sem sentido, age como uma névoa, nos impedindo de entender que a "chave" da nossa essência está apenas em olhar para trás com atenção. Refazer os passos do jogo, para sair dele de uma vez por todas, e com poucos arranhões se tiver sorte.
A direção e fotografia são dignas de filme direct to video, mostrando que o roteiro por si só já compensa a grana investida.