Indicado a Palma de Ouro e vencedor de Melhor Roteiro no Festival de Cannes. Koreeda em sua melhor forma, não tem como assistir e não traçar um paralelo com Closer, apesar de existir um abismo entre as narrativas também. Este é um filme claramente sobre homossexualismo, e para quem torceu o nariz dizendo que são crianças, a infância é uma fase de desenvolvimento e descobertas onde isto ocorre todos os dias. Alguns tentam comparar o filme somente no aspecto do Japão, mas o comportamento violento do pai não difere em nada de um evangélico raiz brasileiro, o filme é válido para todo lugar do planeta. A maneira em que tudo é construído em partes, com uma narrativa quebrada, é perfeito para tudo ir se encaixando aos poucos e brincar com o julgamento que fazemos dos personagens. Filme obrigatório.
Indicado ao Oscar por Melhor Figurino e ao Globo de Ouro como Melhor Filme Estrangeiro. Depois de rodar O Misantropo no teatro na Dinamarca, Bergman parece ter tomado gosto e realiza esta obra grandiosa. Baseado na obra de Emanuel Schikaneder para a qual Mozart compôs as músicas e se tornaria o marco que é até hoje. A montagem é impressionante, realmente muito bom, toda a parte técnica é o ápice do diretor até aqui. A história hoje é um tanto quanto cliché, mas ainda funciona, achei um tanto quanto demorado, fui cansando aos poucos, mas o elenco não deixa a peteca cair e segura muito bem o filme junto com as pitadas de comédias de Papageno. A cena entre os atos com os atores agindo normalmente com o figurino é uma das cenas mais deslumbrantes de toda a carreira do Bergman. Fiquei pensando se a peça foi realmente encenada, porque são tantos cenários e tantos detalhes que me parece quase impossível. No fim, o relacionamento do casal hétero sobrevive ao passeio na câmera escura de uma casa de swing e o amor prevalece (hahahaha).
Vencedor de Melhor Filme Mundial no Festival de Sundance. Adoro esses filmes independentes que não precisam gastar uma fortuna para fazer um bom filme. E o filme é muito bom. Uma história simples, que a diretora consegue condensar muito bem em menor de uma hora e meia. Personagens que funcionam, reais, que emocionam. A cena deles inventando diálogos para estranhos na rua é muito boa. Há toda uma química entre os atores que acontece, e mesmo todos os clichês que existem na película parecem se encaixar muito bem. Uma história simples, daquelas que já foram contadas centenas de vezes no cinema, mas que ainda funciona se contada da maneira correta. Vale a pena a assistida. Uma história sobre como a vida tem seus tropeços e como tentamos dar o nosso melhor mesmo sem saber exatamente como na maioria das vezes.
Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Demorei mais de uma semana para escrever sobre o filme porque é realmente interessante como ele faz a gente pensar. O roteiro é maravilhoso, me remeteu ao Dom Casmurro de Machado. Não sei o que pensar se Sandra é culpada ou inocente. A cena da discussão do casal é o ponto alto de todo o filme e mostra o controle absoluto do roteiro na caracterização dos personagens. Único defeito, para mim, foi a duração do filme que acho que se estende demais sem uma necessidade disso. Há muita enrolação e alguns artifícios que cansam, como o advogado de acusação extremamente caricato. O filme mereceu o prêmio, mesmo não sendo o meu favorito do ano, e precisa ser visto porque é realmente muito acima da média e melhor que qualquer coisa no circuito comercial.
Indicado a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Pensa em um cara que amava a vida que tinha (hahahahaha) e não foi deixado em paz pela mulher nem depois de morto. Assisti este filme quando era um adolescente em uma coleção de VHS lançado por um jornal. Já havia amado (é, eu era um garoto estranho) e agora acho que amei mais ainda. Um filme com personagens completamente perdidos, rumo a lugar nenhum em uma Espanha em seus últimos momentos da ditadura franquista. Talvez o movimento sem sentido de todos os personagens represente a falta de sentido na guerra. Adoro o ritmo que a película toma depois que Maria Schneider aparece, ao contrário de muitos críticos. Antonioni é mestre, sei que não é o tipo de filme para todo mundo, mas eu acho incrível. A cena final então, nem preciso falar, né? Talvez meu filme preferido com Nicholson.
O filme não funcionou muito bem comigo, não achei muito legal de assistir, porém não tem como ignorar toda a força do discurso para a época contra o patriarcado, ao regime stalinista e o conservadorismo. Acho que se as protagonistas não fossem tão infantilizadas poderiam render mais diálogos interessantes. A parte técnica é o que a película tem de melhor, é um show para os olhos. Não acho o melhor filme da Chytilová que já assisti. Agradeço a dedicatória, pois acho que de que adianta se revoltar com a guerra e não dar a mínima para o desperdício de comida em um mundo onde a fome é uma realidade tão brutal em alguns lugares quanto a guerra? É um bom filme, que acabei dando uma nota a mais pela ousadia contra a mentalidade da época.
Indicado a Palma de Ouro e vencedor do Juri Ecumênico no Festival de Cannes. Confesso que apesar do filme ser muito bom, preferi os trinta minutos iniciais que se passam em Dublin, derrepente toda a história muda, muita coisa que eu estava adorando é deixada para trás e ele passa a caçar um nazista nos EUA. Não gostei muito da atuação do Sean Penn aqui também, tem horas que ele parece um retardado lesado por drogas, mas quando o roteiro convém ele está mais espertinho. Mas o filme não decepciona, talvez por conta de toda a genialidade de Sorrentino que sabe muito bem o que está fazendo. O diálogo entre Penn e David Byrne (sério que tem gente que não sabe quem é David Byrne?) é das melhores coisas de todo o filme, há tanto ali. O filme não chega a ter o peso de outros trabalhos do diretor, mas consegue ser uma produção americana de alto nível, mas acho que Sorrentino funciona melhor no cinema italiano.
Indicado a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Eu simplesmente amei este filme, tem tanto de mim que chega até a ser constrangedor em alguns momentos. Tenho que admitir que sou chato igualzinho o personagem. Toda as metáforas que o filme tem, os personagens, os conflitos, os atores e todo o paralelo com um discurso trotskista funcionaram demais comigo. A cena que é um tapa na cara não só do Netflix, mas de toda a industria cinematográfica que não enxerga o cinema como arte e sim como produto, foi maravilhoso de assistir. Nanni Moretti é um diretor que por completo relapso meu nunca havia assistido nada, lembro que eu morava na Itália quando seu O Crocodilo foi lançado e queria muito ir ver, tenho 7 filmes do diretor na minha coleção e sempre foi ficando para depois, chegou a hora de dar mais atenção ao diretor.
Vencedor do prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Achei um certo exagero todo o alarde positivo em torno deste filme da crítica especializada, é um bom filme, mas não achei tudo isso. Talvez porque o assunto chato desse mundo adolescente vazio de hoje não me interesse tanto, talvez por viver na Inglaterra e ver que essa galera consegue ser ainda mais chata aqui do que em qualquer outro lugar do mundo. Pior trilha sonora que já ouvi em um filme (mas de novo, é uma realidade com suas particularidades que eu não sou o público alvo). Acho que é um filme que todo adolescente deveria assistir porque acaba abordando muitas coisas relevantes, mesmo que não se aprofundando muito em nada, acho que apesar do vazio existencial dessa geração do celular estar no filme, não transmite o impacto que deveria. Agora vamos aos pontos positivos, a mensagem feminista aqui é forte e é o que me fisgou no filme, como as garotas são empurradas sem estarem prontas para uma sexualidade imposta por um mundo patriarcal tosco. Ver isto no filme foi lindo. A cena final, dos últimos segundos é arrebatadora, maravilhosa e mostrou que a diretora sabia o que estava fazendo. Enfim, para mim um filme necessário sim, acima da média, mas que não achei tão bom tendo a consciência que estou longe do público alvo. Por isso um prêmio merecido em Cannes.
Filme inusitado de Bergman, onde ele filme a peça em que dirige na Dinamarca. Achei que eu não ia gostar muito pela proposta (Não acho que a linguagem do teatro consegue ser passada para se assistir na tela de uma TV tão facilmente), porém a história conseguiu me prender muito bem. Me vi profundamente em Alceste em quase tudo e isso foi meio assustador, me parece que a vida em solidão é a única saída em muitos momentos. Há diálogos ótimos e é interessante como algumas reações da plateia te contagia em momentos pontuais cômicos e isso me remeteu a uma entrevista dada pelo Ken Loach durante o Festival de Berlim este ano de 2024. A direção de Bergman some pela força do elenco que consegue segurar a atenção do espectador muito bem. Valeu a assistida.
Indicado ao prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Um filme relativamente simples, onde pouca coisa acontece, mas é como o diretor orquestra tudo que dá o tom certo para a película e faz com que funcione. As propagandas de várias marcas que vão aparecendo, que incomoda no início, acaba servindo para a narrativa muito bem no sentido de mostrar como os personagens estão presos a uma vida de que não precisam. A fantasia que ocorre na reta final do filme serve para dar o gás que faltava e prende a gente muito bem na tela, se estendesse demais perderia o sentido. Os atores são competentes, a cena da conversa pelo laptop foi uma das coisas que mais gostei, baita diálogo. Achei a cena final um pouco desnecessária, não precisava. Um filme que impregna na cabeça depois de assistido.
Com cinco indicações ao Oscar, este filme acabou sendo uma grata surpresa. Seu grande propósito é gerar discussão, tanto pelos esteriótipos quanto aos próprios produtos de consumo de massa lançados pela cultura do entretenimento. O personagem se recusa a enxergar algumas obviedades que estão na cara dele, mas nem por isso seu discurso está totalmente errado. Ele caminha em uma corda bamba entre vários pontos em que está certo e errado (algumas vezes os dois ao mesmo tempo). Não me espanta que uma grande maioria não tenha "entendido" o final, já que nos últimos anos é tão escasso o número de filmes americanos e as pessoas estejam presas a enlatados que são enfiados goela abaixo por streamings. Tirando toda a verborragia literária o filme ainda nos brinda com uma história familiar comovente e cheia de nuances realistas. O materialismo histórico dialético de Marx levado a tela grande em um mundo contemporâneo, a direita tentar se apropriar do filme para usar o discurso distorcido de sempre só prova que não entenderam nada.
Vencedor do Prêmio do Juri da competição Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Fui assistir achando que era um Panahi e acabei recebendo um Kiarostami de brinde, só fui descobrir nos créditos finais da película que Abbas Kiarostami era o responsável pela história e roteiro. Combinação perfeita à parte, o filme funciona muito bem como uma denúncia de uma realidade muito parecida com o Brasil que é o Irã. Os super ricos esbanjam enquanto grande parte da população vive no limite entre a sobrevivência e a pobreza. Achei que o filme não precisava começar pelo final, acho que se chegasse no final e desenvolvesse melhor seria um choque maior ao espectador. O filme tem momentos que parece travar, como o relacionamento frio do personagem principal com sua noiva, que poderia também ter ajudado a nos conectarmos aos personagens. Não deixa de ser um filme muito bom e necessário.
Vencedor do prêmio de Melhor Ator e do Grande Prêmio no Festival de Cannes e de mais quatro Oscars. Ray Milland é o grande trunfo do filme, apesar de quase todo o resto funcionar muito bem, entrega uma atuação ímpar. Apesar de ser um filme de 1945, ele foi lançado comercialmente em janeiro de 1946, que é o ano em que o filme se passa já que o feriado judeu do Yom Kipur ocorre em um sábado (em 1945 foi de um domingo para uma segunda). A direção do Billy Wilder é muito competente como sempre, mas me pareceu um filme diferente de todos os outros que assisti dele. A música de Miklós Rózsa me incomodou bastante, funciona muito bem para causar o desconforto que quer passar no começo, mas depois fica só cansativa mesmo, com momentos que parecia mais a trilha de um filme de ficção científica. Um filme bem a frente do seu tempo, mostrando o outro lado da glamourização da bebida alcoólica que ocorria nos EUA em um pouco mais de uma década após o fim da lei seca no país. Recomendadíssimo!
Indicado ao Leopardo de Ouro e vencedor do Prêmio do Juri no Festival de Locarno. Segundo filme da trilogia do deserto do diretor Nacer Khemir, que mantém o mesmo lirismo do filme anterior (Andarilhos do Deserto). Apesar de dar a mesma nota, preferi o primeiro filme, acho que consegui tirar mais informações que faziam sentido para mim dele. Acho que neste há mais simbolismos nos detalhes, mensagens em ações que não parecem tão importantes. Para mim, o mais importante de toda a história são as tartarugas no quintal, que representam o tempo, pois é ele que figura como protagonista. Elenco afiado e a parte técnica é lindíssima de se ver. Um filme sensorial.
Um dos filmes demorei demais para assistir, mas confesso que senti uma pontinha de decepção. A animação é ótima e há realmente muita coisa interessante, mas ao mesmo tempo que o filme parece longo demais, também parece muito curto e corrido em outros aspectos. Os personagens não tem muita profundidade, todo o clima político-social fica confuso (uma pena, pois foi o que achei mais interessante), tramas apressadas. Não li o manga e fiquei bastante curioso e interessado, pois deve ter um desenvolvimento dessas coisas que comentei. A animação é o ponto alto e o final aberto meio surrealista funciona muito bem. Há personagens coadjuvantes que cativam. Vale a assistida, apesar das minhas críticas o filme pende mais para os pontos positivos.
Filme esnobado pelo Oscar com apenas uma indicação para Melhor Diretor. Acho que a última vez que assisti foi quando comprei o DVD uns vinte anos atrás. Não lembrava absolutamente nada do final do filme, então foi quase como assistir pela primeira vez. Que filmaço! O clima noir misturado com todo o estilo lynchiano casam de maneira perfeita. Assisti pela primeira vez muito novo e não devo ter entendido muita coisa, mas lembro de ter gostado muito. Agora o filme me parece ainda muito melhor do que antes, há tantas sutilezas e um certo deboche do american way of life que Lynch foi usar em Twin Peaks. Apesar de inconstante, a atuação de Kyle MacLachlan tem seus grandes momentos como o desconforto em ter que dizer "I love you too" para a personagem de Laura Dern enquanto dançam. Filme obrigatório, dos maiores filmes americanos da década de 80, que não envelheceu nada mal. Acho que seria redundante falar sobre a Isabella Rossellini, né?
É uma série em seis capítulos, apesar de existir uma versão com cortes feita para o mercado estadunidense que acabou ganhando o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. Assisti a série e não tenho intenção de ver a edição com cortes. É Bergman na sua mais pura forma, cheio de camadas e com uma construção de personagens que é uma verdadeira aula. Liv Ullmann e Erland Josephson brilham demais. As ações que não são contadas entre os capítulos é o que Bergman soube aproveitar melhor para construir sua história, sem precisar nos dar todos os detalhes, fica a critério do telespectador preencher essas lacunas da maneira que for mais conveniente.
Indicado ao Leão de Ouro e vencedor de Melhor Roteiro no Festival de Veneza. Fiquei na dúvida entre dar uma nota 7 ou 8 para o filme, acabei optando pela maior pelo final ácido e cheio de mensagens sobre a situação atual no mundo. O filme tem um ritmo estranho, há momentos que transcorre de maneira perfeita e simplesmente trava de maneira repentina, há esse ritmo esquisito por quase toda a película. O que mais vale é a ideia em forma de crítica tanto a história do Chile como ao momento atual onde essa onda ultraconservadora assola a América do Sul. O elenco dá um show e a mão de Larraín é sempre competente. Dei uma pesquisada rápida sobre os filhos do Pinochet depois do filme e é um mar de lodo. No final fica a tristeza de ver como somos arrastados para esses ciclos históricos que se recusam a morrer.
Indicado ao Urso de Ouro e vencedor do prêmio de Melhor Interpretação no Festival de Berlim. Um filme meio difícil de assistir em certos aspectos, é arrastado e tem momentos que é corrido e não envolve tanto, mas é um bom filme. Destaque para a música de Marco Biscarini e Daniele Furlati. O filme vale mesmo a pena por conta de Elio Germano, que é um dos maiores atores italianos (e do mundo) de sua geração, em uma performance monstro como de costume. O cara simplesmente supera qualquer expectativa em qualquer papel que resolva interpretar, do mais simples ao mais complexo, de principal à coadjuvante. O filme merece ser visto por ele, apesar de ter uma parte técnica muito boa também, seu único problema é narrativo em momentos pontuais.
Fui assistir sem esperar muita coisa e quebrei a cara. Achei o curta muito bom mesmo se ignorarmos o significado por trás dele, as imagens são lindas, o ator transmite tanto mesmo sem falar nada. Apesar de haver um paralelo entre o homem afastado de Teerã durante a revolução no país, há também um forte aspecto no personagem que é uma característica daquele povo, que é seguir em frente da maneira que é possível, de tentar ver beleza naquilo em seu entorno e de chegar ao seu objetivo com bom humor. Acho que tem tudo isso e muito mais em camadas aqui. Kiarostami é gênio!
Indicado no Festival de Cannes que não ocorreu devido a pandemia. Tenho vários filmes da Kawase comigo para assistir, mas nunca havia visto nenhum até este e já me arrependo amargamente, preciso colocar as obras dela em dia. Achei o filme simplesmente maravilhoso, tocante e emocionante. Só uma mulher para conseguir fazer um filme com esta visão tão perfeita do que é ser mãe, do que é ser mulher, do que é a maternidade. Estava esperando algo completamente diferente pela sinopse, e acabou sendo catártico. Chorei, me preocupei com praticamente todos os personagens, torci por eles. Lindo! Um dos melhores filmes de 2020, que foi um ano sem muitos lançamentos e sem filmes tão bons. Parte técnica e elenco primoroso. Recomendo muito.
Fechando a trilogia de Apu com um ótimo filme. Discordo quando dizem que é o filme mais comercial só por ter um ritmo mais fácil que os outros, acho que o ritmo mais fácil se dá pela própria dinâmica do filme que é muito boa e nos pega direto no coração. Soumitra Chatterjee faz um ótimo Apu, mas fiquei imaginando que legal que seria termos o mesmo ator desde o começo como o Jean-Pierre Léaud nos filmes do Truffaut. Sharmila Tagore é um deleite, se você assiste este filme e não fica completamente apaixonado é porque seu coração já morreu. Uma das mulheres mais lindas que o cinema já viu. Uma trilogia cheia de sofrimento, despedaça a gente. O desfecho é lindo.
O filme original é um filme infantil, por isso tem tanta gente aqui que assistiu na infância adorou. Galera reclamando de criança prodígio em filme, mas adora Os Goonies. Aceitem que vocês não são mais o público alvo deste tipo de produções, cresçam e tentem aproveitar com um olhar mais infantil que irão pelo menos sair do filme entretidos. Eu achei bem legal, cumpre muito bem o que acaba prometendo. É emocionante todas as conexões com o filme original. O elenco funciona, mesmo demorando um pouco para acontecer, quando o filme realmente acontece funciona tudo muito bem. Adorei os personagens e aguardo ansioso para a continuação que sai agora em 2024.
Monstro
4.3 270 Assista AgoraIndicado a Palma de Ouro e vencedor de Melhor Roteiro no Festival de Cannes. Koreeda em sua melhor forma, não tem como assistir e não traçar um paralelo com Closer, apesar de existir um abismo entre as narrativas também. Este é um filme claramente sobre homossexualismo, e para quem torceu o nariz dizendo que são crianças, a infância é uma fase de desenvolvimento e descobertas onde isto ocorre todos os dias. Alguns tentam comparar o filme somente no aspecto do Japão, mas o comportamento violento do pai não difere em nada de um evangélico raiz brasileiro, o filme é válido para todo lugar do planeta. A maneira em que tudo é construído em partes, com uma narrativa quebrada, é perfeito para tudo ir se encaixando aos poucos e brincar com o julgamento que fazemos dos personagens. Filme obrigatório.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
A Flauta Mágica
4.0 43 Assista AgoraIndicado ao Oscar por Melhor Figurino e ao Globo de Ouro como Melhor Filme Estrangeiro. Depois de rodar O Misantropo no teatro na Dinamarca, Bergman parece ter tomado gosto e realiza esta obra grandiosa. Baseado na obra de Emanuel Schikaneder para a qual Mozart compôs as músicas e se tornaria o marco que é até hoje. A montagem é impressionante, realmente muito bom, toda a parte técnica é o ápice do diretor até aqui. A história hoje é um tanto quanto cliché, mas ainda funciona, achei um tanto quanto demorado, fui cansando aos poucos, mas o elenco não deixa a peteca cair e segura muito bem o filme junto com as pitadas de comédias de Papageno. A cena entre os atos com os atores agindo normalmente com o figurino é uma das cenas mais deslumbrantes de toda a carreira do Bergman. Fiquei pensando se a peça foi realmente encenada, porque são tantos cenários e tantos detalhes que me parece quase impossível. No fim, o relacionamento do casal hétero sobrevive ao passeio na câmera escura de uma casa de swing e o amor prevalece (hahahaha).
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Scrapper
3.7 1Vencedor de Melhor Filme Mundial no Festival de Sundance. Adoro esses filmes independentes que não precisam gastar uma fortuna para fazer um bom filme. E o filme é muito bom. Uma história simples, que a diretora consegue condensar muito bem em menor de uma hora e meia. Personagens que funcionam, reais, que emocionam. A cena deles inventando diálogos para estranhos na rua é muito boa. Há toda uma química entre os atores que acontece, e mesmo todos os clichês que existem na película parecem se encaixar muito bem. Uma história simples, daquelas que já foram contadas centenas de vezes no cinema, mas que ainda funciona se contada da maneira correta. Vale a pena a assistida. Uma história sobre como a vida tem seus tropeços e como tentamos dar o nosso melhor mesmo sem saber exatamente como na maioria das vezes.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Anatomia de uma Queda
4.0 809 Assista AgoraVencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Demorei mais de uma semana para escrever sobre o filme porque é realmente interessante como ele faz a gente pensar. O roteiro é maravilhoso, me remeteu ao Dom Casmurro de Machado. Não sei o que pensar se Sandra é culpada ou inocente. A cena da discussão do casal é o ponto alto de todo o filme e mostra o controle absoluto do roteiro na caracterização dos personagens. Único defeito, para mim, foi a duração do filme que acho que se estende demais sem uma necessidade disso. Há muita enrolação e alguns artifícios que cansam, como o advogado de acusação extremamente caricato. O filme mereceu o prêmio, mesmo não sendo o meu favorito do ano, e precisa ser visto porque é realmente muito acima da média e melhor que qualquer coisa no circuito comercial.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Profissão: Repórter
4.0 90Indicado a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Pensa em um cara que amava a vida que tinha (hahahahaha) e não foi deixado em paz pela mulher nem depois de morto. Assisti este filme quando era um adolescente em uma coleção de VHS lançado por um jornal. Já havia amado (é, eu era um garoto estranho) e agora acho que amei mais ainda. Um filme com personagens completamente perdidos, rumo a lugar nenhum em uma Espanha em seus últimos momentos da ditadura franquista. Talvez o movimento sem sentido de todos os personagens represente a falta de sentido na guerra. Adoro o ritmo que a película toma depois que Maria Schneider aparece, ao contrário de muitos críticos. Antonioni é mestre, sei que não é o tipo de filme para todo mundo, mas eu acho incrível. A cena final então, nem preciso falar, né? Talvez meu filme preferido com Nicholson.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
As Pequenas Margaridas
4.2 267 Assista AgoraO filme não funcionou muito bem comigo, não achei muito legal de assistir, porém não tem como ignorar toda a força do discurso para a época contra o patriarcado, ao regime stalinista e o conservadorismo. Acho que se as protagonistas não fossem tão infantilizadas poderiam render mais diálogos interessantes. A parte técnica é o que a película tem de melhor, é um show para os olhos. Não acho o melhor filme da Chytilová que já assisti. Agradeço a dedicatória, pois acho que de que adianta se revoltar com a guerra e não dar a mínima para o desperdício de comida em um mundo onde a fome é uma realidade tão brutal em alguns lugares quanto a guerra? É um bom filme, que acabei dando uma nota a mais pela ousadia contra a mentalidade da época.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Aqui é o Meu Lugar
3.6 580 Assista AgoraIndicado a Palma de Ouro e vencedor do Juri Ecumênico no Festival de Cannes. Confesso que apesar do filme ser muito bom, preferi os trinta minutos iniciais que se passam em Dublin, derrepente toda a história muda, muita coisa que eu estava adorando é deixada para trás e ele passa a caçar um nazista nos EUA. Não gostei muito da atuação do Sean Penn aqui também, tem horas que ele parece um retardado lesado por drogas, mas quando o roteiro convém ele está mais espertinho. Mas o filme não decepciona, talvez por conta de toda a genialidade de Sorrentino que sabe muito bem o que está fazendo. O diálogo entre Penn e David Byrne (sério que tem gente que não sabe quem é David Byrne?) é das melhores coisas de todo o filme, há tanto ali. O filme não chega a ter o peso de outros trabalhos do diretor, mas consegue ser uma produção americana de alto nível, mas acho que Sorrentino funciona melhor no cinema italiano.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
O Melhor Está Por Vir
3.5 13 Assista AgoraIndicado a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Eu simplesmente amei este filme, tem tanto de mim que chega até a ser constrangedor em alguns momentos. Tenho que admitir que sou chato igualzinho o personagem. Toda as metáforas que o filme tem, os personagens, os conflitos, os atores e todo o paralelo com um discurso trotskista funcionaram demais comigo. A cena que é um tapa na cara não só do Netflix, mas de toda a industria cinematográfica que não enxerga o cinema como arte e sim como produto, foi maravilhoso de assistir. Nanni Moretti é um diretor que por completo relapso meu nunca havia assistido nada, lembro que eu morava na Itália quando seu O Crocodilo foi lançado e queria muito ir ver, tenho 7 filmes do diretor na minha coleção e sempre foi ficando para depois, chegou a hora de dar mais atenção ao diretor.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
How to Have Sex
3.7 110 Assista AgoraVencedor do prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Achei um certo exagero todo o alarde positivo em torno deste filme da crítica especializada, é um bom filme, mas não achei tudo isso. Talvez porque o assunto chato desse mundo adolescente vazio de hoje não me interesse tanto, talvez por viver na Inglaterra e ver que essa galera consegue ser ainda mais chata aqui do que em qualquer outro lugar do mundo. Pior trilha sonora que já ouvi em um filme (mas de novo, é uma realidade com suas particularidades que eu não sou o público alvo). Acho que é um filme que todo adolescente deveria assistir porque acaba abordando muitas coisas relevantes, mesmo que não se aprofundando muito em nada, acho que apesar do vazio existencial dessa geração do celular estar no filme, não transmite o impacto que deveria. Agora vamos aos pontos positivos, a mensagem feminista aqui é forte e é o que me fisgou no filme, como as garotas são empurradas sem estarem prontas para uma sexualidade imposta por um mundo patriarcal tosco. Ver isto no filme foi lindo. A cena final, dos últimos segundos é arrebatadora, maravilhosa e mostrou que a diretora sabia o que estava fazendo. Enfim, para mim um filme necessário sim, acima da média, mas que não achei tão bom tendo a consciência que estou longe do público alvo. Por isso um prêmio merecido em Cannes.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
O Misantropo
3.2 5Filme inusitado de Bergman, onde ele filme a peça em que dirige na Dinamarca. Achei que eu não ia gostar muito pela proposta (Não acho que a linguagem do teatro consegue ser passada para se assistir na tela de uma TV tão facilmente), porém a história conseguiu me prender muito bem. Me vi profundamente em Alceste em quase tudo e isso foi meio assustador, me parece que a vida em solidão é a única saída em muitos momentos. Há diálogos ótimos e é interessante como algumas reações da plateia te contagia em momentos pontuais cômicos e isso me remeteu a uma entrevista dada pelo Ken Loach durante o Festival de Berlim este ano de 2024. A direção de Bergman some pela força do elenco que consegue segurar a atenção do espectador muito bem. Valeu a assistida.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Pessoas-pássaro
3.4 20Indicado ao prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Um filme relativamente simples, onde pouca coisa acontece, mas é como o diretor orquestra tudo que dá o tom certo para a película e faz com que funcione. As propagandas de várias marcas que vão aparecendo, que incomoda no início, acaba servindo para a narrativa muito bem no sentido de mostrar como os personagens estão presos a uma vida de que não precisam. A fantasia que ocorre na reta final do filme serve para dar o gás que faltava e prende a gente muito bem na tela, se estendesse demais perderia o sentido. Os atores são competentes, a cena da conversa pelo laptop foi uma das coisas que mais gostei, baita diálogo. Achei a cena final um pouco desnecessária, não precisava. Um filme que impregna na cabeça depois de assistido.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Ficção Americana
3.8 375 Assista AgoraCom cinco indicações ao Oscar, este filme acabou sendo uma grata surpresa. Seu grande propósito é gerar discussão, tanto pelos esteriótipos quanto aos próprios produtos de consumo de massa lançados pela cultura do entretenimento. O personagem se recusa a enxergar algumas obviedades que estão na cara dele, mas nem por isso seu discurso está totalmente errado. Ele caminha em uma corda bamba entre vários pontos em que está certo e errado (algumas vezes os dois ao mesmo tempo). Não me espanta que uma grande maioria não tenha "entendido" o final, já que nos últimos anos é tão escasso o número de filmes americanos e as pessoas estejam presas a enlatados que são enfiados goela abaixo por streamings. Tirando toda a verborragia literária o filme ainda nos brinda com uma história familiar comovente e cheia de nuances realistas. O materialismo histórico dialético de Marx levado a tela grande em um mundo contemporâneo, a direita tentar se apropriar do filme para usar o discurso distorcido de sempre só prova que não entenderam nada.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Ouro Carmim
4.0 10Vencedor do Prêmio do Juri da competição Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Fui assistir achando que era um Panahi e acabei recebendo um Kiarostami de brinde, só fui descobrir nos créditos finais da película que Abbas Kiarostami era o responsável pela história e roteiro. Combinação perfeita à parte, o filme funciona muito bem como uma denúncia de uma realidade muito parecida com o Brasil que é o Irã. Os super ricos esbanjam enquanto grande parte da população vive no limite entre a sobrevivência e a pobreza. Achei que o filme não precisava começar pelo final, acho que se chegasse no final e desenvolvesse melhor seria um choque maior ao espectador. O filme tem momentos que parece travar, como o relacionamento frio do personagem principal com sua noiva, que poderia também ter ajudado a nos conectarmos aos personagens. Não deixa de ser um filme muito bom e necessário.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Farrapo Humano
4.2 225 Assista AgoraVencedor do prêmio de Melhor Ator e do Grande Prêmio no Festival de Cannes e de mais quatro Oscars. Ray Milland é o grande trunfo do filme, apesar de quase todo o resto funcionar muito bem, entrega uma atuação ímpar. Apesar de ser um filme de 1945, ele foi lançado comercialmente em janeiro de 1946, que é o ano em que o filme se passa já que o feriado judeu do Yom Kipur ocorre em um sábado (em 1945 foi de um domingo para uma segunda). A direção do Billy Wilder é muito competente como sempre, mas me pareceu um filme diferente de todos os outros que assisti dele. A música de Miklós Rózsa me incomodou bastante, funciona muito bem para causar o desconforto que quer passar no começo, mas depois fica só cansativa mesmo, com momentos que parecia mais a trilha de um filme de ficção científica. Um filme bem a frente do seu tempo, mostrando o outro lado da glamourização da bebida alcoólica que ocorria nos EUA em um pouco mais de uma década após o fim da lei seca no país. Recomendadíssimo!
BLOG: ORÁCULO ALCOÓLICO
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
O Colar Perdido da Pomba
3.8 8Indicado ao Leopardo de Ouro e vencedor do Prêmio do Juri no Festival de Locarno. Segundo filme da trilogia do deserto do diretor Nacer Khemir, que mantém o mesmo lirismo do filme anterior (Andarilhos do Deserto). Apesar de dar a mesma nota, preferi o primeiro filme, acho que consegui tirar mais informações que faziam sentido para mim dele. Acho que neste há mais simbolismos nos detalhes, mensagens em ações que não parecem tão importantes. Para mim, o mais importante de toda a história são as tartarugas no quintal, que representam o tempo, pois é ele que figura como protagonista. Elenco afiado e a parte técnica é lindíssima de se ver. Um filme sensorial.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Akira
4.3 868 Assista AgoraUm dos filmes demorei demais para assistir, mas confesso que senti uma pontinha de decepção. A animação é ótima e há realmente muita coisa interessante, mas ao mesmo tempo que o filme parece longo demais, também parece muito curto e corrido em outros aspectos. Os personagens não tem muita profundidade, todo o clima político-social fica confuso (uma pena, pois foi o que achei mais interessante), tramas apressadas. Não li o manga e fiquei bastante curioso e interessado, pois deve ter um desenvolvimento dessas coisas que comentei. A animação é o ponto alto e o final aberto meio surrealista funciona muito bem. Há personagens coadjuvantes que cativam. Vale a assistida, apesar das minhas críticas o filme pende mais para os pontos positivos.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Veludo Azul
3.9 776 Assista AgoraFilme esnobado pelo Oscar com apenas uma indicação para Melhor Diretor. Acho que a última vez que assisti foi quando comprei o DVD uns vinte anos atrás. Não lembrava absolutamente nada do final do filme, então foi quase como assistir pela primeira vez. Que filmaço! O clima noir misturado com todo o estilo lynchiano casam de maneira perfeita. Assisti pela primeira vez muito novo e não devo ter entendido muita coisa, mas lembro de ter gostado muito. Agora o filme me parece ainda muito melhor do que antes, há tantas sutilezas e um certo deboche do american way of life que Lynch foi usar em Twin Peaks. Apesar de inconstante, a atuação de Kyle MacLachlan tem seus grandes momentos como o desconforto em ter que dizer "I love you too" para a personagem de Laura Dern enquanto dançam. Filme obrigatório, dos maiores filmes americanos da década de 80, que não envelheceu nada mal. Acho que seria redundante falar sobre a Isabella Rossellini, né?
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Cenas de um Casamento
4.4 232É uma série em seis capítulos, apesar de existir uma versão com cortes feita para o mercado estadunidense que acabou ganhando o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. Assisti a série e não tenho intenção de ver a edição com cortes. É Bergman na sua mais pura forma, cheio de camadas e com uma construção de personagens que é uma verdadeira aula. Liv Ullmann e Erland Josephson brilham demais. As ações que não são contadas entre os capítulos é o que Bergman soube aproveitar melhor para construir sua história, sem precisar nos dar todos os detalhes, fica a critério do telespectador preencher essas lacunas da maneira que for mais conveniente.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
O Conde
3.2 95 Assista AgoraIndicado ao Leão de Ouro e vencedor de Melhor Roteiro no Festival de Veneza. Fiquei na dúvida entre dar uma nota 7 ou 8 para o filme, acabei optando pela maior pelo final ácido e cheio de mensagens sobre a situação atual no mundo. O filme tem um ritmo estranho, há momentos que transcorre de maneira perfeita e simplesmente trava de maneira repentina, há esse ritmo esquisito por quase toda a película. O que mais vale é a ideia em forma de crítica tanto a história do Chile como ao momento atual onde essa onda ultraconservadora assola a América do Sul. O elenco dá um show e a mão de Larraín é sempre competente. Dei uma pesquisada rápida sobre os filhos do Pinochet depois do filme e é um mar de lodo. No final fica a tristeza de ver como somos arrastados para esses ciclos históricos que se recusam a morrer.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
A Vida Solitária de Antonio Ligabue
3.6 5 Assista AgoraIndicado ao Urso de Ouro e vencedor do prêmio de Melhor Interpretação no Festival de Berlim. Um filme meio difícil de assistir em certos aspectos, é arrastado e tem momentos que é corrido e não envolve tanto, mas é um bom filme. Destaque para a música de Marco Biscarini e Daniele Furlati. O filme vale mesmo a pena por conta de Elio Germano, que é um dos maiores atores italianos (e do mundo) de sua geração, em uma performance monstro como de costume. O cara simplesmente supera qualquer expectativa em qualquer papel que resolva interpretar, do mais simples ao mais complexo, de principal à coadjuvante. O filme merece ser visto por ele, apesar de ter uma parte técnica muito boa também, seu único problema é narrativo em momentos pontuais.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Solução Nº1
3.4 1Fui assistir sem esperar muita coisa e quebrei a cara. Achei o curta muito bom mesmo se ignorarmos o significado por trás dele, as imagens são lindas, o ator transmite tanto mesmo sem falar nada. Apesar de haver um paralelo entre o homem afastado de Teerã durante a revolução no país, há também um forte aspecto no personagem que é uma característica daquele povo, que é seguir em frente da maneira que é possível, de tentar ver beleza naquilo em seu entorno e de chegar ao seu objetivo com bom humor. Acho que tem tudo isso e muito mais em camadas aqui. Kiarostami é gênio!
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Mães de Verdade
3.8 18 Assista AgoraIndicado no Festival de Cannes que não ocorreu devido a pandemia. Tenho vários filmes da Kawase comigo para assistir, mas nunca havia visto nenhum até este e já me arrependo amargamente, preciso colocar as obras dela em dia. Achei o filme simplesmente maravilhoso, tocante e emocionante. Só uma mulher para conseguir fazer um filme com esta visão tão perfeita do que é ser mãe, do que é ser mulher, do que é a maternidade. Estava esperando algo completamente diferente pela sinopse, e acabou sendo catártico. Chorei, me preocupei com praticamente todos os personagens, torci por eles. Lindo! Um dos melhores filmes de 2020, que foi um ano sem muitos lançamentos e sem filmes tão bons. Parte técnica e elenco primoroso. Recomendo muito.
BLOG: FILMESTRANGEIROS
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
O Mundo de Apu
4.3 31Fechando a trilogia de Apu com um ótimo filme. Discordo quando dizem que é o filme mais comercial só por ter um ritmo mais fácil que os outros, acho que o ritmo mais fácil se dá pela própria dinâmica do filme que é muito boa e nos pega direto no coração. Soumitra Chatterjee faz um ótimo Apu, mas fiquei imaginando que legal que seria termos o mesmo ator desde o começo como o Jean-Pierre Léaud nos filmes do Truffaut. Sharmila Tagore é um deleite, se você assiste este filme e não fica completamente apaixonado é porque seu coração já morreu. Uma das mulheres mais lindas que o cinema já viu. Uma trilogia cheia de sofrimento, despedaça a gente. O desfecho é lindo.
BLOG: ORÁCULO ALCOÓLICO
INSTAGRAM: @filmestrangeiros
Ghostbusters: Mais Além
3.5 408 Assista AgoraO filme original é um filme infantil, por isso tem tanta gente aqui que assistiu na infância adorou. Galera reclamando de criança prodígio em filme, mas adora Os Goonies. Aceitem que vocês não são mais o público alvo deste tipo de produções, cresçam e tentem aproveitar com um olhar mais infantil que irão pelo menos sair do filme entretidos. Eu achei bem legal, cumpre muito bem o que acaba prometendo. É emocionante todas as conexões com o filme original. O elenco funciona, mesmo demorando um pouco para acontecer, quando o filme realmente acontece funciona tudo muito bem. Adorei os personagens e aguardo ansioso para a continuação que sai agora em 2024.