Obra forte, interessante e que na maioria dos seus consegue ser sutil. Sim, pode ser enquadrado naquela leva de filmes dramáticos sobre refugiados e imigração, entretanto "Uma temporada na França" (reparem na ironia desse título) se diferencia dos demais pelo recorte escolhido para ser explorado na obra. Não é o drama da guerra em si, nem o drama da travessia, nem o drama da fuga e sim o drama da iminência da deportação, de como o orgulho é ferido, massacrado e destruído por meio de políticas voltadas para esse setor. O preconceito contra os refugiados aparece, mas bem pouco mesmo. O que o filme explora é a degradação do individuo, a degradação moral a qual ele é submetido mesmo seguindo todos os procedimentos necessários e burocráticos. Se não fosse alguns pontos dentro da própria estrutura do filme como conveniências e exposição desnecessária de alguns pontos apenas para que o espectador se situe na trama, com certeza ele teria "nota máxima" por assim dizer. É um filme forte, pesado e certeiro para nos despertar da bolha, para criar o mínimo de empatia para com essa situação. Mexeu bastante comigo.
É tipo de filme que foi certeiro comigo. Bertolucci fez duas proezas aqui a meu ver: uma direção espetacular, tanto nas cores, nos movimentos de câmera, enquadramentos, texturas e trilha sonora. Só tocam músicas sensacionais cujas letras estão bem contextualizadas com os momentos em que são inseridas. O outro ponto é em relação a narrativa, Bertolucci consegue homenagear e criticar, simultaneamente o estereótipo do revolucionário de classe média francesa. Enquanto enaltece o pensamento e a vontade de mudar, nos puxa para o outro lado mostrando as atitudes e camadas dos personagens, principalmente no que se refere aos irmãos. É um filme de personagens, que são esplendorosamente encenados e perfeitamente contextualizados ao ambiente, que é vivo, pulsante e que interfere no nosso ser. Filmaço que só não considero perfeito porque o diretor às vezes exagera na ânsia de querer chocar, surpreender e impactar.
É aquele tipo de filme, não é extraordinário mas fica acima da média. Capote é um escritor que eu gosto bastante, tem um poder de narrativa fascinante e descreve até as coisas mais rotineiras e banais de modo sensacional (como no livro "Os cães ladram). Não li "A sangue frio" mas o filme aumento exponencialmente minha vontade de lê-lo e me pergunto se esse filme seria mais bem aproveitado se eu tivesse tido contato com essa obra. Tecnicamente é um filme discreto, que não te chama atenção mas consegue te imergir na atmosfera dele por meio de uma fotografia de cores frias e com muitos bem explorados momentos de silêncio. Além da premissa ser interessante, acho que o ponto forte do filme são suas interpretações. Seymour Hoffman tá esplêndido (oscar merecidíssimo), mas me causou "revolta" pouca gente falar de Clifton Collins Jr. Seu Perry Smith está incrível e apesar de ter relativamente pouco tempo de tela, a atuação baseada no olhar, no jeito em como mexe a cabeça e o nariz, nos silêncios carregados de significado, me fez considerar a atuação dele uma das melhore coisas da obra. Um dos diálogos dele com Capote foi o momento alto do filme para mim. Além disso, Capote não é endeusado aqui, seus defeitos, interesses, artimanhas e ambição sempre vêm à tona e nos faz questionarmos sobre as suas atitudes. Gostei bastante do filme, mas como vi em algumas críticas, não é uma obra irretocável. Tem momentos que caem na previsibilidade e na conveniência.
Martyrs está presente na grande maioria das listas de filmes mais pesados, perturbadores, extremos e por aí vai. Acho isso bem merecido, o filme é forte mesmo, chocante, mas acredito que quem pretende vê-lo procurando uma "carniçaria" desenfreada, como em A invasora ou em Frontiers por exemplo, vai se decepcionar. Martyrs não é forte só pelas cenas chocantes, ele é forte também na narrativa. As cenas extremas estão ancoradas em uma boa narrativa e nas premissas criadas pelo próprio filme (lembrando bem "Audition", outra pérola do cinema extremo). Apesar das justificativas da seita e algumas motivações não fazerem o menor sentido, no universo da obra, são justificadas. Parando para refletir, em termos quantitativos, Martyrs não tem nem tanto gore extreme assim, mas quando mostra é amplificado devido a força que a tortura tem, que vai muito além de unicamente o aspecto físico. Além disso, o diretor sabe muito bem manipular as cenas, criar tensão e suspense. As atuações são boas, bem funcionais e o aspecto gráfico é muito bem feito. Trabalho de maquiagem surreal. Ótimo filme, só não posso recomendar para todos.
Um filme carregado de significados (até o título!) mas que pode ser facilmente interpretado de modo precipitado. Falar sobre o desenrolar narrativo que pode ocasionar certas interpretações errôneas seria spoiler, portanto vou me abster de falar aqui. Só digo que é um filme extremamente necessário para a nossa época. É uma obra que preza o diálogo, a amálgama, em como as palavras podem ter força e que por uma questão de "orgulho" preferimos não ouvir, ou até pior, preferimos silenciar os outros. Entendo que o direcionamento da obra favoreça a algumas interpretações equivocadas, interpretações que levem a crer que o filme "justifique" certos tipos de comportamentos abomináveis, mas particularmente eu vi a conclusão da obra por outro ângulo. Ótimo filme! Digo mais, essencial. Deveria ser passado em colégios, em universidades, porque ele suscita a discussão, o debate, o diálogo. Coisas tão escassas mas que são na verdade componentes de uma coisa só: a racionalidade humana.
Mais uma bela obra do velho Wes hahahaha. Acho que mesmo que queira, ele não consegue fazer um filme ruim. Visual característico, trilha sonora bem inusitada rsrs, e atuações dignas de nota. Se o cara consegue fazer o Owen Wilson atuar bem... bom, podemos dizer que ele é um diretor diferenciado. Os personagens continuam com as marcas e as características que o diretor costuma imprimir neles e os diálogos são geniais. O tom meio fábula, meio real é enaltecido pela bela fotografia do filme e a montagem continua soberba, como em todos os filmes do diretor. O que me incomoda aqui são alguns detalhes. Acho que o filme tem uns 10 minutos gratuitos, que poderiam ser cortados. Os personagens são legais, mas tirando o Zissou, acho que nenhum chegou a me marcar, e tem um mini arco envolvendo uma repórter, que não me interessou muito. Mais uma obra do Wes que fica bem acima da média e que a meu ver, só peca em alguns detalhes.
Não posso considerar o melhor filme que já vi, mas é indiscutivelmente genial. A linguagem aqui, a forma de contar a história por meio de enquadramentos, ângulos, sombras, é algo digno de nota. Isso se o filme fosse recente, mas naquela época... teve momentos em que me perguntei: "como ele filmou isso". Tecnicamente é um deleite. Além disso, as atuações estão mais do que inspiradas e a própria história que o filme conta é muito interessante. E particularmente achei o final arrasador. Definitivamente uma joia do cinema.
Sabe aquele filme que você acha espetacular mas que não pretende rever nem tão cedo? Custódia é um ótimo exemplo pra esse tipo de obra. Temática pesada, atuações sensacionais (o que dizer daquele garotinho? Putz...) e com um tipo de narrativa que mescla o drama, uma tensão psicológica crescente, e particularmente, achei até com um toque de horror. Não foi meu preferido do Festival Varylux, mas com certeza foi um dos filmes que mais causaram comoção tanto em mim, como pelo público do cinema, cuja respiração eu pude ouvir sendo liberada logo após a (maravilhosa) sequência final. Filmaço.
Tenho que admitir que nunca fui muito fã de Von Trier. Sempre achei os filmes dele pretensiosos, meio forçados, embebidos em uma filosofia barata, algo que deve refletir o o que o próprio diretor é, dado os diversos relatos do comportamento dele em algumas filmagens. Mas Dogville me "pegou". Não só pela originalidade cênica dele, mas pelo teor mesmo. Posso estar muito enganado, mas a meus olhos, esse filme lembra muito o recente Mãe! do Aronofski. Em Dogville eu percebi uma intenção similar, uma metáfora executada de forma bem mais sutil, porém também de cunho fabulesco e que nos passa a visão que o diretor tem da espécie humana em si. Em termos de execução, prefiro Dogville ao filme do Aronofski (que adoro também). As atuações estão esplendorosas, performáticas e sutis. A Nicole Kidman está simplesmente linda e incrível, e o restante do elenco não fica atrás. Em 10 minutos eu já me sentia habitante daquele vilarejo, já sentia as estações e sensações descritas pelo narrador (que geralmente me incomoda na maioria das obras, mas aqui está soberbo). Um filme que pra mim representa um ponto na quebra de preconceito que eu tenho em relação a esse diretor. Me deu vontade de ver mais obras dele e tentar enxergar que ele pode ser bem além do que as más experiências que eu tive com algumas obras dele.
O primeiro filme carrega alcunha de inovador, de ter dado uma refrescada em um gênero já saturado no cinema. O segundo filme traz tudo o que uma continuação digna pede: mais humor escrachado, mais referências, mais violência. Muitas pessoas acharam que eles perderam a mão, mas eu achei sensacional. A "porralouquice" aqui tá genial, o CGI melhorou consideravelmente (mas ainda tem uns momentos bem toscos) e essa sequência faz algo que eu não esperava em um filme do Deadpool: amplia o universo do personagem, além de trazer outros icônicos da franquia. As piadas, apesar de algumas reutilizadas, funcionam muito bem e tem a melhor cena pós crédito que u já vi em um filme de herói, foi digna de aplausos. Achei o melhor blockbuster do ano até agora, mas não é um filme para todos. Acho que em termos de nicho, ele é até mais restrito que o primeiro, mas pra mim que já tinha adorado o primeiro e me considero um fã de quadrinhos e filmes de ação, essa continuação foi espetacular.
Que diretor é esse?? Com certeza posso afirmar que é o meu preferido dessa safra dos anos 90. O sujeito só lança obra de arte. Em relação a esse filme em específico, faltam adjetivos para qualifica-lo. Intenso, denso, simbólico, belo e por aí vai. Sem falar que são mais de três horas de filme que não são sentidas devido a uma edição e montagem exemplares. O filme transcorre de maneira fluida e por que não, elétrica, que quando chega no final, nos perguntamos "Já"? A obra ainda conta com atuações inspiradíssimas de todos do elenco. Uma maravilha da sétima arte essa obra.
Hilário é a definição perfeita para esse filme. O tema é sério, a mensagem é de extrema pertinência, mas tudo é abordado com uma jocosidade e um nonsense muito gostosos. Com uma direção afiada, um texto inteligente e apoiado por atuações sensacionais, El dia de la bestia (adoro como o nome original do filme soa hahahah) já entra para o hall de melhores comédias que já vi. Claro que as vezes a galhofa é tanta que podemos nos sentir tirados do filme, mas isso não mancha de forma alguma a perspicácia dessa obra ácida e envolvente.
Pensem naquele filme que vai melhorando com o decorrer dele. Já fui ver essa obra com um pé um pouco atrás devido ao fato dela ser inteiramente cantada (tudo, tudo mesmo eheheh). Aliado a isso, temos uma história de amor bem cliché e que se arrasta por todo o primeiro ato (não é ruim, achei apenas um pouco cansativa). Entretanto, a partir do segundo ato, quando me acostumei com aquele "mundo", com aquele design de produção bem fabulesco e pitoresco, a história flui, e melhor ainda, amadurece. A história "bobinha" de amor vai mudando de tom e se torna um filme incrivelmente sóbrio e maduro. Com um final nada menos que espetacular, é uma obra bem recompensadora. No final, nem o fato de ser todo cantado me incomodou. Belíssimo filme!
As características de uma boa direção frequentemente são evidentes nas obras. E esse é o caso aqui. Filme extremamente bem dirigido, com uma fotografia e trilha sonora espetaculares, um jogo de câmera no mínimo inventivo e uma atuação brilhante de Joaquin Phoenix. É um filme simbólico, de sutilezas e silêncios. Quem procura algo mais ágil ou até de extrema violência, vai se decepcionar. O filme flutua nessa linha entre o artístico e o pesado, mas nunca se tornando exagerado em algum desses aspectos. Belo filme e mais um bom"exemplar" para a filmografia dessa diretora que eu já admiro bastante.
É aquela situação... o filme tem momentos bem divertidos, é tecnicamente muito bem feito e tem alguns momentos muito bonitos (quando retrata a história do criador do jogo), mas em suma é uma obra que se sustenta meramente pelas referências jogadas na tela e pela pegada nostálgica. Particularmente acho um exagero falar que o Spielberg dos clássciso blockbuster está de volta só por causa desse filme. Tirando os aspectos técnicos e as referências (que algumas são tão mastigadas que dá raiva, como no caso do icônico Buckaroo Banzai), fica um filme legalzinho mas com personagens bem esquecíveis e uma história que vai marcar a poucos.
Mais um filme vítima do que eu chamo "o problema das expectativas". Depois de ler várias resenhas e ver críticas, fui achando que veria uma obra revolucionária ou algo do tipo. Sei que a culpa é minha, mas já me acostumei com meu jeito de criar expectativas e tento abraçar esse monstro dentro de mim e seguir a vida hahaha. O filme tem vários pontos que eu considero positivos. A ideia é muito legal (e a meu ver bem original, não lembro de ter visto nada com essa temática abordado dessa forma); além disso, o filme conta com uma construção de atmosfera e de suspense incríveis, palpáveis e desesperadoras que só se acentuam devido ao toque humano que o filme tem.
Entretanto a atitude de alguns personagens eu achei bem incoerentes,algumas situações bastante forçadas, a solução final foi relativamente insatisfatória pra mim e o que mais me incomodou é que o filme em alguns momentos, sente uma necessidade quase compulsiva de dar sustos (os malfadados jump scares). O saldo final foi positivo e achei a obra um bom entretenimento, mas o posto de melhor filme de terror da atualidade, no meu ranking particular (de que isso vale afinal de contas hehehe?), ainda é de The Babadook.
Filme que logo após as primeiras críticas ganhou o status de obra mais ousada da marvel, filme mais corajoso e coisas assim. Gostei do filme, mas não o achei tão revolucionário ou impactante assim. É um típico filme de início de jornada de herói. A narrativa é bem convencional (apesar de bem feita), possui algumas cenas de ação bem legais (apesar do CGI ser terrível em alguns momentos), personangens coadjuvantes interessantes e a jornada de T'challa é bacana mas muito básica e simplória. Coisa do mesmo nível e até melhor já foram feitas em outros filme até da própria marvel. O diferencial aqui é o vilão e suas motivações. De fato nesse quesito, achei que em Pantera Negra foi construído o melhor vilão do universo Marvel ( e sim, já vi Guerra infinita e o Thanos fica em segundo lugar pra mim ehehe). Um bom vilão não é construído apenas para que você o entenda, mas além disso, para que você se veja no lugar dele, tomando as mesmas decisões dentro daquele contexto. E Killmomger me causou esse efeito (óbvio que isso é bem pessoal). A frase final dele foi algo que me arrepia até hoje e a atuação do Michael B. Jordan tá avassaladora. Bom filme de herói mas que não me "fisgou" como fez com a maioria, sendo a construção do vilão o seu maior acerto.
Ps: A cena pós-crédito repete uma filosofia já meio batida, mas muito importante tanto para o arco do T'challa quanto para os tempos atuais.
Filme com ares de clássico absoluto e eterno da Sessão da tarde, mas não se enganem. O cinema "pipocão" aqui é muito bem representado, mas o filme vem com uma mensagem incrível e extremamente atual. A intolerância inicial gerada com uma situação de guerra sendo "desmontada" e substituída por um respeito genuíno faz com que essa obra tenha uma das histórias de amizade mais lindas que eu já vi. Sem falar que tecnicamente o filme é bem satisfatório. A maquiagem, ambientação no planeta, sonoplastia, enquadramentos, tudo isso aqui funciona muito bem, além de atuações magníficas da dupla de protagonistas. Claro que o filme tem alguns aspectos que não envelheceram tão bem e a narrativa em determinado momento segue uma conveniência gritante, mas isso não tira o brilho e a importância da obra. Altamente nostálgica e recomendada.
Uma mistura muito bem feita e orgânica da atmosfera de "A bruxa" com elementos da "Bruxa de Blair". Utilizar o cenário e os traumas pessoais para causar tensão psicológica e horror, é sempre algo que gosto. Entretanto acho que o filme perde um pouco de ritmo e qualidade no terceiro ato. A "explicação' dos eventos, eu achei até legal, mas o desenrolar deles se dão de forma a não sair do senso comum. Mesmo assim é um belo exemplar de filme de terror, gênero que parece tá ressurgindo atualmente, com produções de qualidade.
Infelizmente não consegui gostar dessa obra. Tecnicamente impressionante, com fotografia, figurinos e direção de arte magistrais, aliada a uma trilha (sempre) certeira do maior compositor de trilhas sonoras do universo, o filme consegue passar com eficiência o seu ar por vezes melancólico, por vezes épico, por vezes romântico. Além disso, tem enquadramentos aqui que são dignos de quadros de obra de arte. A cena da dança é um exemplo disso. Que momento lindo, fantástico. Tem também uma cena nas cerejeiras que me arrepiou de tão bela. Entretanto a forma nunca deveria se sobrepor ao conteúdo e infelizmente, a meu ver, aqui isso acontece descaradamente. A narrativa é extremamente genérica, tipo um blockbuster enlatado hollywoodiano, com momentos dignos de novela ruim (porque existem momentos novelescos bons, vide algumas adaptações das obras da Jane Austen), diálogos em que alguns momentos beiram a vergonha alheia e personagens, que com poucas exceções (o presidente, por exemplo, vivido pelo excelente Ken Watanabe), são unidimensionais, poucos explorados e postos em situações melodramáticas exageradas. As atuações são competentes, com algumas muito boas (vide o já falado Ken Watanabe e destaco também Michelle Yeoh), mas quando os personagens são rasos e clichés, mesmo os melhores atores não conseguem fazer muita coisa. Em suma, não posso dizer que o filme tenha me decepcionado, pois quando vi que era um filme do Rob Marshall, em geral já podemos esperar uma situação em que a forma supera em muito o conteúdo.
Ps: Isso sem falar que todos os personagens falando inglês me incomodou muito. Eu entendo as necessidades comerciais da obra, mas isso me agoniou, principalmente pelo fato de o inglês ser falado com um sotaque bem carregado na maioria das vezes, o que me passou uma sensação de forçado.
Pense em um filme que me enganou. No mau sentido. A primeira meia hora de filme é sensacional, com uma construção de tensão e atmosfera muito boa. A trama não é nenhuma novidade, temos ares de Ilha do medo, de O iluminado (esse mais em questão de enquadramentos e aspectos técnicos) e muito de Drácula.
Na verdade, acho que essa história é nada mais do que uma tentativa de releitura da maior obra sobre vampiros já feita
.
A fotografia e trilha sonora do filme impõem de maneira satisfatória a tensão que o filme quer empregar e temos umas cenas gore que são um deleite de tão agoniantes. São muito boas mesmo. Mas tudo aquilo que mencionei de legal no início, acaba se tornando chato e repetitivo, com twists bizarros e sem sentido algum e um primeiro ato que parece eterno de tão esticado. Tem algumas situações extremamente forçadas, simbolismos bem mequetrefe (como a cena da mosca aprisionada no copo) e atuações para lá de irregulares.
No mais, é um filme que inicia bem, vai se tornando chatíssimo e ruim, mas que no seu decorrer apresenta alguns bons momentos pontuais.
Mais um expoente de peso do cinema extremamente autoral dos Irmão Coen. É aquele típico filme com a trama principal bem interessante mas imbuído de camadas e subtextos. Tudo isso para tratar de temas universais, e um deles bem recorrentes na filmografia dos já mencionados diretores: a violência. Esse filme, em termos de tema me lembra muito Fargo, embora as execuções difiram completamente.
Além disso, os Coen conseguem fazer uma mescla de gêneros cinematográficos de um modo assustadoramente orgânico. Temos toques de Western, Noir, Thriler (a construção da tensão em algumas cenas é palpável) e por aí vai.
Muitos podem dizer que sentiram falta de desenvolvimento dos personagens, e eu até concordo com isso, porém enxerguei cada personagem do filme como uma persona no teatro da vida e dos tempos atuais. São representações de diferentes tipos de pessoas frente a essa escalada incessante de violência. A representação do mal, a representação daquele que tem um ato de compaixão (que o filme chama claramente de fraqueza) e daquele que enxerga tudo como espectador "distante" e impotente, que vê como a apatia e banalização da violência corroem esse mundo.
E o resultado no final é sem climáx, sem catarse, chega a ser sufocante e insatisfatório, é apenas niilista.
Animação linda! Com o tempo de duração certo, tecnicamente bela e personagens e desenvolvimento de história marcantes. As pessoas precisam conhecer mais as animações produzidas no Japão. Ter contato com essa cultura e perceber como as mensagens são passadas. Sair um pouco do eixo Hollywoodiano faz bem e faz com que conheçamos preciosidades como essa. Meu único porém com ela foi que a achei um pouco previsível. Linda, mas quem acompanha as animações nipônicas, já meio que consegue imaginar o final. Não que isso diminua o impacto dele, mas fica no campo da previsibilidade. Pra quem amou "Para floresta da luz dos vagalumes", recomendo fortemente séries de animes como Natsume Yuujinchou e Mushishi, além de filmes em animação como Wolf Child.
Acho que fui um dos poucos que não me empolguei tanto com esse animação. Expectativas, sempre elas. Com tantas críticas positivas, fui esperando algo mais, algo Pixar. Obviamente que gostei do filme. Tecnicamente lindo (é sério, quero ver até onde vai esse avanço tecnológico na criação das animações. Tá absurdo de tão detalhista), trilha sonora bem interessante (Remember me na versão só voz e violão é bem tocante) e aquelas belas mensagens que mexem com a gente
Entretanto foi com o desenvolvimento da história que eu tive problemas. Achei ela essencialmente infantil. Não que isso seja ruim, visto que o público dos filmes é prioritariamente a criançada, mas a Pixar sempre trouxe algo a mais camuflado na "infantilidade" das suas obras. Em Coco temos vilões pastelões, enredo previsível, twists telegrafados, maniqueísmo extremo e personagens que não me tocaram tanto.
Lembro que com Wall E, eu particularmente me apaixonei pelo robô apenas pelo olhar dele, em Up nós amamos aquele velho ranzinza, Toy story nem se fala (onde no terceiro filme eu quase chorei como uma criança). Isso sem falar no plot transbordando de originalidade de Divertida Mente (filme que eu nem gosto tanto assim).
Cada filme toca as pessoas de um jeito diferente e assim, a meu ver, Coco é um bom entretenimento, mas muito preso a convenções narrativas óbvias e que infelizmente não me tocaram tanto.
Uma Temporada na França
3.7 5Obra forte, interessante e que na maioria dos seus consegue ser sutil. Sim, pode ser enquadrado naquela leva de filmes dramáticos sobre refugiados e imigração, entretanto "Uma temporada na França" (reparem na ironia desse título) se diferencia dos demais pelo recorte escolhido para ser explorado na obra. Não é o drama da guerra em si, nem o drama da travessia, nem o drama da fuga e sim o drama da iminência da deportação, de como o orgulho é ferido, massacrado e destruído por meio de políticas voltadas para esse setor. O preconceito contra os refugiados aparece, mas bem pouco mesmo. O que o filme explora é a degradação do individuo, a degradação moral a qual ele é submetido mesmo seguindo todos os procedimentos necessários e burocráticos.
Se não fosse alguns pontos dentro da própria estrutura do filme como conveniências e exposição desnecessária de alguns pontos apenas para que o espectador se situe na trama, com certeza ele teria "nota máxima" por assim dizer.
É um filme forte, pesado e certeiro para nos despertar da bolha, para criar o mínimo de empatia para com essa situação. Mexeu bastante comigo.
Os Sonhadores
4.1 1,9K Assista AgoraÉ tipo de filme que foi certeiro comigo. Bertolucci fez duas proezas aqui a meu ver: uma direção espetacular, tanto nas cores, nos movimentos de câmera, enquadramentos, texturas e trilha sonora. Só tocam músicas sensacionais cujas letras estão bem contextualizadas com os momentos em que são inseridas. O outro ponto é em relação a narrativa, Bertolucci consegue homenagear e criticar, simultaneamente o estereótipo do revolucionário de classe média francesa. Enquanto enaltece o pensamento e a vontade de mudar, nos puxa para o outro lado mostrando as atitudes e camadas dos personagens, principalmente no que se refere aos irmãos. É um filme de personagens, que são esplendorosamente encenados e perfeitamente contextualizados ao ambiente, que é vivo, pulsante e que interfere no nosso ser.
Filmaço que só não considero perfeito porque o diretor às vezes exagera na ânsia de querer chocar, surpreender e impactar.
Capote
3.8 373 Assista AgoraÉ aquele tipo de filme, não é extraordinário mas fica acima da média. Capote é um escritor que eu gosto bastante, tem um poder de narrativa fascinante e descreve até as coisas mais rotineiras e banais de modo sensacional (como no livro "Os cães ladram). Não li "A sangue frio" mas o filme aumento exponencialmente minha vontade de lê-lo e me pergunto se esse filme seria mais bem aproveitado se eu tivesse tido contato com essa obra.
Tecnicamente é um filme discreto, que não te chama atenção mas consegue te imergir na atmosfera dele por meio de uma fotografia de cores frias e com muitos bem explorados momentos de silêncio. Além da premissa ser interessante, acho que o ponto forte do filme são suas interpretações. Seymour Hoffman tá esplêndido (oscar merecidíssimo), mas me causou "revolta" pouca gente falar de Clifton Collins Jr. Seu Perry Smith está incrível e apesar de ter relativamente pouco tempo de tela, a atuação baseada no olhar, no jeito em como mexe a cabeça e o nariz, nos silêncios carregados de significado, me fez considerar a atuação dele uma das melhore coisas da obra. Um dos diálogos dele com Capote foi o momento alto do filme para mim. Além disso, Capote não é endeusado aqui, seus defeitos, interesses, artimanhas e ambição sempre vêm à tona e nos faz questionarmos sobre as suas atitudes.
Gostei bastante do filme, mas como vi em algumas críticas, não é uma obra irretocável. Tem momentos que caem na previsibilidade e na conveniência.
Mártires
3.9 1,6KMartyrs está presente na grande maioria das listas de filmes mais pesados, perturbadores, extremos e por aí vai. Acho isso bem merecido, o filme é forte mesmo, chocante, mas acredito que quem pretende vê-lo procurando uma "carniçaria" desenfreada, como em A invasora ou em Frontiers por exemplo, vai se decepcionar.
Martyrs não é forte só pelas cenas chocantes, ele é forte também na narrativa. As cenas extremas estão ancoradas em uma boa narrativa e nas premissas criadas pelo próprio filme (lembrando bem "Audition", outra pérola do cinema extremo). Apesar das justificativas da seita e algumas motivações não fazerem o menor sentido, no universo da obra, são justificadas. Parando para refletir, em termos quantitativos, Martyrs não tem nem tanto gore extreme assim, mas quando mostra é amplificado devido a força que a tortura tem, que vai muito além de unicamente o aspecto físico. Além disso, o diretor sabe muito bem manipular as cenas, criar tensão e suspense. As atuações são boas, bem funcionais e o aspecto gráfico é muito bem feito. Trabalho de maquiagem surreal.
Ótimo filme, só não posso recomendar para todos.
O Orgulho
3.4 43 Assista AgoraUm filme carregado de significados (até o título!) mas que pode ser facilmente interpretado de modo precipitado. Falar sobre o desenrolar narrativo que pode ocasionar certas interpretações errôneas seria spoiler, portanto vou me abster de falar aqui.
Só digo que é um filme extremamente necessário para a nossa época. É uma obra que preza o diálogo, a amálgama, em como as palavras podem ter força e que por uma questão de "orgulho" preferimos não ouvir, ou até pior, preferimos silenciar os outros.
Entendo que o direcionamento da obra favoreça a algumas interpretações equivocadas, interpretações que levem a crer que o filme "justifique" certos tipos de comportamentos abomináveis, mas particularmente eu vi a conclusão da obra por outro ângulo.
Ótimo filme! Digo mais, essencial. Deveria ser passado em colégios, em universidades, porque ele suscita a discussão, o debate, o diálogo. Coisas tão escassas mas que são na verdade componentes de uma coisa só: a racionalidade humana.
A Vida Marinha com Steve Zissou
3.8 453 Assista AgoraMais uma bela obra do velho Wes hahahaha. Acho que mesmo que queira, ele não consegue fazer um filme ruim. Visual característico, trilha sonora bem inusitada rsrs, e atuações dignas de nota. Se o cara consegue fazer o Owen Wilson atuar bem... bom, podemos dizer que ele é um diretor diferenciado.
Os personagens continuam com as marcas e as características que o diretor costuma imprimir neles e os diálogos são geniais. O tom meio fábula, meio real é enaltecido pela bela fotografia do filme e a montagem continua soberba, como em todos os filmes do diretor.
O que me incomoda aqui são alguns detalhes. Acho que o filme tem uns 10 minutos gratuitos, que poderiam ser cortados. Os personagens são legais, mas tirando o Zissou, acho que nenhum chegou a me marcar, e tem um mini arco envolvendo uma repórter, que não me interessou muito.
Mais uma obra do Wes que fica bem acima da média e que a meu ver, só peca em alguns detalhes.
Cidadão Kane
4.3 990 Assista AgoraNão posso considerar o melhor filme que já vi, mas é indiscutivelmente genial. A linguagem aqui, a forma de contar a história por meio de enquadramentos, ângulos, sombras, é algo digno de nota. Isso se o filme fosse recente, mas naquela época... teve momentos em que me perguntei: "como ele filmou isso". Tecnicamente é um deleite.
Além disso, as atuações estão mais do que inspiradas e a própria história que o filme conta é muito interessante. E particularmente achei o final arrasador.
Definitivamente uma joia do cinema.
Custódia
4.2 157Sabe aquele filme que você acha espetacular mas que não pretende rever nem tão cedo? Custódia é um ótimo exemplo pra esse tipo de obra.
Temática pesada, atuações sensacionais (o que dizer daquele garotinho? Putz...) e com um tipo de narrativa que mescla o drama, uma tensão psicológica crescente, e particularmente, achei até com um toque de horror.
Não foi meu preferido do Festival Varylux, mas com certeza foi um dos filmes que mais causaram comoção tanto em mim, como pelo público do cinema, cuja respiração eu pude ouvir sendo liberada logo após a (maravilhosa) sequência final.
Filmaço.
Dogville
4.3 2,0K Assista AgoraTenho que admitir que nunca fui muito fã de Von Trier. Sempre achei os filmes dele pretensiosos, meio forçados, embebidos em uma filosofia barata, algo que deve refletir o o que o próprio diretor é, dado os diversos relatos do comportamento dele em algumas filmagens.
Mas Dogville me "pegou". Não só pela originalidade cênica dele, mas pelo teor mesmo. Posso estar muito enganado, mas a meus olhos, esse filme lembra muito o recente Mãe! do Aronofski. Em Dogville eu percebi uma intenção similar, uma metáfora executada de forma bem mais sutil, porém também de cunho fabulesco e que nos passa a visão que o diretor tem da espécie humana em si.
Em termos de execução, prefiro Dogville ao filme do Aronofski (que adoro também). As atuações estão esplendorosas, performáticas e sutis. A Nicole Kidman está simplesmente linda e incrível, e o restante do elenco não fica atrás. Em 10 minutos eu já me sentia habitante daquele vilarejo, já sentia as estações e sensações descritas pelo narrador (que geralmente me incomoda na maioria das obras, mas aqui está soberbo).
Um filme que pra mim representa um ponto na quebra de preconceito que eu tenho em relação a esse diretor. Me deu vontade de ver mais obras dele e tentar enxergar que ele pode ser bem além do que as más experiências que eu tive com algumas obras dele.
Deadpool 2
3.8 1,3K Assista AgoraO primeiro filme carrega alcunha de inovador, de ter dado uma refrescada em um gênero já saturado no cinema. O segundo filme traz tudo o que uma continuação digna pede: mais humor escrachado, mais referências, mais violência.
Muitas pessoas acharam que eles perderam a mão, mas eu achei sensacional. A "porralouquice" aqui tá genial, o CGI melhorou consideravelmente (mas ainda tem uns momentos bem toscos) e essa sequência faz algo que eu não esperava em um filme do Deadpool: amplia o universo do personagem, além de trazer outros icônicos da franquia.
As piadas, apesar de algumas reutilizadas, funcionam muito bem e tem a melhor cena pós crédito que u já vi em um filme de herói, foi digna de aplausos.
Achei o melhor blockbuster do ano até agora, mas não é um filme para todos. Acho que em termos de nicho, ele é até mais restrito que o primeiro, mas pra mim que já tinha adorado o primeiro e me considero um fã de quadrinhos e filmes de ação, essa continuação foi espetacular.
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraQue diretor é esse?? Com certeza posso afirmar que é o meu preferido dessa safra dos anos 90. O sujeito só lança obra de arte.
Em relação a esse filme em específico, faltam adjetivos para qualifica-lo. Intenso, denso, simbólico, belo e por aí vai. Sem falar que são mais de três horas de filme que não são sentidas devido a uma edição e montagem exemplares. O filme transcorre de maneira fluida e por que não, elétrica, que quando chega no final, nos perguntamos "Já"?
A obra ainda conta com atuações inspiradíssimas de todos do elenco.
Uma maravilha da sétima arte essa obra.
O Dia da Besta
3.8 189Hilário é a definição perfeita para esse filme. O tema é sério, a mensagem é de extrema pertinência, mas tudo é abordado com uma jocosidade e um nonsense muito gostosos. Com uma direção afiada, um texto inteligente e apoiado por atuações sensacionais, El dia de la bestia (adoro como o nome original do filme soa hahahah) já entra para o hall de melhores comédias que já vi.
Claro que as vezes a galhofa é tanta que podemos nos sentir tirados do filme, mas isso não mancha de forma alguma a perspicácia dessa obra ácida e envolvente.
Os Guarda-Chuvas do Amor
3.9 158 Assista AgoraPensem naquele filme que vai melhorando com o decorrer dele. Já fui ver essa obra com um pé um pouco atrás devido ao fato dela ser inteiramente cantada (tudo, tudo mesmo eheheh). Aliado a isso, temos uma história de amor bem cliché e que se arrasta por todo o primeiro ato (não é ruim, achei apenas um pouco cansativa).
Entretanto, a partir do segundo ato, quando me acostumei com aquele "mundo", com aquele design de produção bem fabulesco e pitoresco, a história flui, e melhor ainda, amadurece. A história "bobinha" de amor vai mudando de tom e se torna um filme incrivelmente sóbrio e maduro. Com um final nada menos que espetacular, é uma obra bem recompensadora. No final, nem o fato de ser todo cantado me incomodou.
Belíssimo filme!
Você Nunca Esteve Realmente Aqui
3.6 521 Assista AgoraAs características de uma boa direção frequentemente são evidentes nas obras. E esse é o caso aqui. Filme extremamente bem dirigido, com uma fotografia e trilha sonora espetaculares, um jogo de câmera no mínimo inventivo e uma atuação brilhante de Joaquin Phoenix.
É um filme simbólico, de sutilezas e silêncios. Quem procura algo mais ágil ou até de extrema violência, vai se decepcionar. O filme flutua nessa linha entre o artístico e o pesado, mas nunca se tornando exagerado em algum desses aspectos.
Belo filme e mais um bom"exemplar" para a filmografia dessa diretora que eu já admiro bastante.
Jogador Nº 1
3.9 1,4K Assista AgoraÉ aquela situação... o filme tem momentos bem divertidos, é tecnicamente muito bem feito e tem alguns momentos muito bonitos (quando retrata a história do criador do jogo), mas em suma é uma obra que se sustenta meramente pelas referências jogadas na tela e pela pegada nostálgica. Particularmente acho um exagero falar que o Spielberg dos clássciso blockbuster está de volta só por causa desse filme.
Tirando os aspectos técnicos e as referências (que algumas são tão mastigadas que dá raiva, como no caso do icônico Buckaroo Banzai), fica um filme legalzinho mas com personagens bem esquecíveis e uma história que vai marcar a poucos.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraMais um filme vítima do que eu chamo "o problema das expectativas". Depois de ler várias resenhas e ver críticas, fui achando que veria uma obra revolucionária ou algo do tipo.
Sei que a culpa é minha, mas já me acostumei com meu jeito de criar expectativas e tento abraçar esse monstro dentro de mim e seguir a vida hahaha.
O filme tem vários pontos que eu considero positivos. A ideia é muito legal (e a meu ver bem original, não lembro de ter visto nada com essa temática abordado dessa forma); além disso, o filme conta com uma construção de atmosfera e de suspense incríveis, palpáveis e desesperadoras que só se acentuam devido ao toque humano que o filme tem.
Entretanto a atitude de alguns personagens eu achei bem incoerentes,algumas situações bastante forçadas, a solução final foi relativamente insatisfatória pra mim e o que mais me incomodou é que o filme em alguns momentos, sente uma necessidade quase compulsiva de dar sustos (os malfadados jump scares).
O saldo final foi positivo e achei a obra um bom entretenimento, mas o posto de melhor filme de terror da atualidade, no meu ranking particular (de que isso vale afinal de contas hehehe?), ainda é de The Babadook.
Pantera Negra
4.2 2,3K Assista AgoraFilme que logo após as primeiras críticas ganhou o status de obra mais ousada da marvel, filme mais corajoso e coisas assim. Gostei do filme, mas não o achei tão revolucionário ou impactante assim.
É um típico filme de início de jornada de herói. A narrativa é bem convencional (apesar de bem feita), possui algumas cenas de ação bem legais (apesar do CGI ser terrível em alguns momentos), personangens coadjuvantes interessantes e a jornada de T'challa é bacana mas muito básica e simplória. Coisa do mesmo nível e até melhor já foram feitas em outros filme até da própria marvel.
O diferencial aqui é o vilão e suas motivações. De fato nesse quesito, achei que em Pantera Negra foi construído o melhor vilão do universo Marvel ( e sim, já vi Guerra infinita e o Thanos fica em segundo lugar pra mim ehehe).
Um bom vilão não é construído apenas para que você o entenda, mas além disso, para que você se veja no lugar dele, tomando as mesmas decisões dentro daquele contexto. E Killmomger me causou esse efeito (óbvio que isso é bem pessoal). A frase final dele foi algo que me arrepia até hoje e a atuação do Michael B. Jordan tá avassaladora.
Bom filme de herói mas que não me "fisgou" como fez com a maioria, sendo a construção do vilão o seu maior acerto.
Ps: A cena pós-crédito repete uma filosofia já meio batida, mas muito importante tanto para o arco do T'challa quanto para os tempos atuais.
Inimigo Meu
3.8 269 Assista AgoraFilme com ares de clássico absoluto e eterno da Sessão da tarde, mas não se enganem. O cinema "pipocão" aqui é muito bem representado, mas o filme vem com uma mensagem incrível e extremamente atual. A intolerância inicial gerada com uma situação de guerra sendo "desmontada" e substituída por um respeito genuíno faz com que essa obra tenha uma das histórias de amizade mais lindas que eu já vi.
Sem falar que tecnicamente o filme é bem satisfatório. A maquiagem, ambientação no planeta, sonoplastia, enquadramentos, tudo isso aqui funciona muito bem, além de atuações magníficas da dupla de protagonistas.
Claro que o filme tem alguns aspectos que não envelheceram tão bem e a narrativa em determinado momento segue uma conveniência gritante, mas isso não tira o brilho e a importância da obra.
Altamente nostálgica e recomendada.
O Ritual
3.2 476 Assista AgoraUma mistura muito bem feita e orgânica da atmosfera de "A bruxa" com elementos da "Bruxa de Blair". Utilizar o cenário e os traumas pessoais para causar tensão psicológica e horror, é sempre algo que gosto.
Entretanto acho que o filme perde um pouco de ritmo e qualidade no terceiro ato. A "explicação' dos eventos, eu achei até legal, mas o desenrolar deles se dão de forma a não sair do senso comum. Mesmo assim é um belo exemplar de filme de terror, gênero que parece tá ressurgindo atualmente, com produções de qualidade.
Memórias de uma Gueixa
4.1 1,4K Assista AgoraInfelizmente não consegui gostar dessa obra. Tecnicamente impressionante, com fotografia, figurinos e direção de arte magistrais, aliada a uma trilha (sempre) certeira do maior compositor de trilhas sonoras do universo, o filme consegue passar com eficiência o seu ar por vezes melancólico, por vezes épico, por vezes romântico. Além disso, tem enquadramentos aqui que são dignos de quadros de obra de arte. A cena da dança é um exemplo disso. Que momento lindo, fantástico. Tem também uma cena nas cerejeiras que me arrepiou de tão bela.
Entretanto a forma nunca deveria se sobrepor ao conteúdo e infelizmente, a meu ver, aqui isso acontece descaradamente.
A narrativa é extremamente genérica, tipo um blockbuster enlatado hollywoodiano, com momentos dignos de novela ruim (porque existem momentos novelescos bons, vide algumas adaptações das obras da Jane Austen), diálogos em que alguns momentos beiram a vergonha alheia e personagens, que com poucas exceções (o presidente, por exemplo, vivido pelo excelente Ken Watanabe), são unidimensionais, poucos explorados e postos em situações melodramáticas exageradas.
As atuações são competentes, com algumas muito boas (vide o já falado Ken Watanabe e destaco também Michelle Yeoh), mas quando os personagens são rasos e clichés, mesmo os melhores atores não conseguem fazer muita coisa.
Em suma, não posso dizer que o filme tenha me decepcionado, pois quando vi que era um filme do Rob Marshall, em geral já podemos esperar uma situação em que a forma supera em muito o conteúdo.
Ps: Isso sem falar que todos os personagens falando inglês me incomodou muito. Eu entendo as necessidades comerciais da obra, mas isso me agoniou, principalmente pelo fato de o inglês ser falado com um sotaque bem carregado na maioria das vezes, o que me passou uma sensação de forçado.
A Cura
3.0 707 Assista AgoraPense em um filme que me enganou. No mau sentido. A primeira meia hora de filme é sensacional, com uma construção de tensão e atmosfera muito boa. A trama não é nenhuma novidade, temos ares de Ilha do medo, de O iluminado (esse mais em questão de enquadramentos e aspectos técnicos) e muito de Drácula.
Na verdade, acho que essa história é nada mais do que uma tentativa de releitura da maior obra sobre vampiros já feita
A fotografia e trilha sonora do filme impõem de maneira satisfatória a tensão que o filme quer empregar e temos umas cenas gore que são um deleite de tão agoniantes. São muito boas mesmo.
Mas tudo aquilo que mencionei de legal no início, acaba se tornando chato e repetitivo, com twists bizarros e sem sentido algum e um primeiro ato que parece eterno de tão esticado. Tem algumas situações extremamente forçadas, simbolismos bem mequetrefe (como a cena da mosca aprisionada no copo) e atuações para lá de irregulares.
No mais, é um filme que inicia bem, vai se tornando chatíssimo e ruim, mas que no seu decorrer apresenta alguns bons momentos pontuais.
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista AgoraMais um expoente de peso do cinema extremamente autoral dos Irmão Coen. É aquele típico filme com a trama principal bem interessante mas imbuído de camadas e subtextos. Tudo isso para tratar de temas universais, e um deles bem recorrentes na filmografia dos já mencionados diretores: a violência. Esse filme, em termos de tema me lembra muito Fargo, embora as execuções difiram completamente.
Além disso, os Coen conseguem fazer uma mescla de gêneros cinematográficos de um modo assustadoramente orgânico. Temos toques de Western, Noir, Thriler (a construção da tensão em algumas cenas é palpável) e por aí vai.
Muitos podem dizer que sentiram falta de desenvolvimento dos personagens, e eu até concordo com isso, porém enxerguei cada personagem do filme como uma persona no teatro da vida e dos tempos atuais. São representações de diferentes tipos de pessoas frente a essa escalada incessante de violência. A representação do mal, a representação daquele que tem um ato de compaixão (que o filme chama claramente de fraqueza) e daquele que enxerga tudo como espectador "distante" e impotente, que vê como a apatia e banalização da violência corroem esse mundo.
E o resultado no final é sem climáx, sem catarse, chega a ser sufocante e insatisfatório, é apenas niilista.
Para a Floresta da Luz dos Vagalumes
4.4 241Animação linda! Com o tempo de duração certo, tecnicamente bela e personagens e desenvolvimento de história marcantes. As pessoas precisam conhecer mais as animações produzidas no Japão. Ter contato com essa cultura e perceber como as mensagens são passadas. Sair um pouco do eixo Hollywoodiano faz bem e faz com que conheçamos preciosidades como essa.
Meu único porém com ela foi que a achei um pouco previsível. Linda, mas quem acompanha as animações nipônicas, já meio que consegue imaginar o final. Não que isso diminua o impacto dele, mas fica no campo da previsibilidade.
Pra quem amou "Para floresta da luz dos vagalumes", recomendo fortemente séries de animes como Natsume Yuujinchou e Mushishi, além de filmes em animação como Wolf Child.
Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraAcho que fui um dos poucos que não me empolguei tanto com esse animação. Expectativas, sempre elas. Com tantas críticas positivas, fui esperando algo mais, algo Pixar.
Obviamente que gostei do filme. Tecnicamente lindo (é sério, quero ver até onde vai esse avanço tecnológico na criação das animações. Tá absurdo de tão detalhista), trilha sonora bem interessante (Remember me na versão só voz e violão é bem tocante) e aquelas belas mensagens que mexem com a gente
Entretanto foi com o desenvolvimento da história que eu tive problemas. Achei ela essencialmente infantil. Não que isso seja ruim, visto que o público dos filmes é prioritariamente a criançada, mas a Pixar sempre trouxe algo a mais camuflado na "infantilidade" das suas obras. Em Coco temos vilões pastelões, enredo previsível, twists telegrafados, maniqueísmo extremo e personagens que não me tocaram tanto.
Lembro que com Wall E, eu particularmente me apaixonei pelo robô apenas pelo olhar dele, em Up nós amamos aquele velho ranzinza, Toy story nem se fala (onde no terceiro filme eu quase chorei como uma criança). Isso sem falar no plot transbordando de originalidade de Divertida Mente (filme que eu nem gosto tanto assim).
Cada filme toca as pessoas de um jeito diferente e assim, a meu ver, Coco é um bom entretenimento, mas muito preso a convenções narrativas óbvias e que infelizmente não me tocaram tanto.