Que o filme é um espetáculo audiovisual, isso é inquestionável. Edição e mixagem de som, trilha sonora, fotografia, jogo de câmeras; tudo aqui, em relação aos aspectos técnicos é primoroso. Entretanto, sempre tive problema com o estilo de contar histórias do Nolan, e nesse filme essa minha ressalva permanece. Acho que por vezes ele exagera em seus ganchos dramáticos e twists, e nesse filme em particular, ele nos apresenta personagens unidimensionais, dos quais não nos importamos muito (coisa bem estranha em um filme de guerra). As três linhas narrativas desse filme até conversam bem entre si, mas nem todas conseguem prender o interesse com a mesma eficiência. A linha que apresenta os caças, apesar de esteticamente linda, é bem morosa, entediante e chegando a ser chata as vezes. A da praia é a que mais me chamou atenção, com momentos de suspense e tensão muito bem orquestrados. Além disso, para um filme de guerra, Dunkirk é perturbadoramente asséptico, não há sangue, a violência é bem distante e não há uma sensação de tanta urgência (com exceção da parte na praia). Considero o filme um bom entretenimento escapista e descompromissado, mas infelizmente esquecível.
Tecnicamente fabuloso e um trabalho inspirado de Del Toro na direção. Com atuações marcantes e personagens cativantes, o filme funciona perfeitamente como uma fábula de horror, com ares de Amelie Poulain em alguns momentos, permeado pela estética escura e tons pesados do diretor. A trilha sonora é belíssima (Sr. Desplat é o cara) e a "moral" dessa fábula é pertinente e importante, inclusive nos dias de hoje. Belo filme e fiquei imensamente aliviado ao ver Del Toro entregando um filme digno de sua carreira, ao contrário do apenas mediano "A colina escarlate".
Simbólico, cru, pesado e poderoso. Acho que são os quatro adjetivos que mais expressam o significado do cinema de Lanthimos. Ele gosta de usar o lado incômodo e perturbador da arte. E faz isso com maestria. Belo filme e particularmente acho que é o mais acessível dele, apesar de todas as referências imbuídas na trama.
Eu sabia que ia gostar desse filme. Sério. Porém, não sabia que ia AMAR. Essa é a palavra. Esse é o verbo. Esse filme consegue ser muito mais do que um exercício de curiosidade á cerca do "melhor" pior filme de todos os tempos. O Artista do desastre consegue ser cômico, tocante, emocionante, fluido e divertido. Composto por atuações maravilhosas (Irmãos Franco, parabéns!) e um esforço de reconstituição que beira a excelência, o Tommy Winseau retratado aqui, é um personagem bem complexo. Nós sentimos ódio e compaixão pelo personagem. Detestamos ele em um momento e torcemos para ele em outro. O final apoteótico do filme mostra bem isso. Sentimos a dor da humilhação em um momento e rejubilamos em outro. Tudo junto com o personagem. Fui ver com a expectativa de um entretenimento descompromissado mas me surpreendi com um dos melhores filmes de 2017. Maravilhoso!
Um filme que consegue ser sensível e cru ao mesmo tempo. Tem personagens aparentemente detestáveis mas que por entendermos as motivações deles, se tornam multifacetados. O contraponto provocado pela desigualdade consegue ser sutil e avassalador simultaneamente, e em um público mais atento, vai acabar gerando questionamentos sobre a nossa própria realidade Só alguns aspectos da narrativa me incomodaram um pouco como por exemplo a opção de desenvolver o arco da menina por meio de uma narração episódica. Isso na minha perspectiva quebrou um pouco a continuidade e o fluxo do filme. No mais é um belo filme, encantador e perturbador mas que vai agradar apenas a um público bem específico.
Acho que vou desistir de Star Wars mesmo. Sério. Uma franquia marcante que tá se tornando bem genérica. Pra começo de conversa, esse retorno da série já é sem sentido. A trama é praticamente a mesma da trilogia antiga com pouquíssimas diferenças. Além disso, em Os últimos Jedi, eu percebi uma tentativa extremamente forçada que querer ser épico o tempo todo, uma narrativa travada, personagens desinteressantes e subtramas que não levam a lugar nenhum (Isso mesmo Sr. Finn). Além do timing cômico de algumas piadas (a maioria delas) ser horrível. Claro que o filme tem pontos positivos. Efeitos visuais bacanas, locações sensacionais; a cena no planeta de sal é muito legal (incluindo uma perseguição fantástica envolvendo a Millenium Falcon) e o espaço que deram para o Kylo Ren nesse filme foi muito bacana. Acrescentou camadas ao personagem e mostrou o talento do Adam Driver, coisa que tinha sido muito mal explorada no anterior. No mais, acho que a franquia tá virando uma vitrine para vendas de produtos e uma mera fábrica de dinheiro através de bilheteria. Se tornou banal, infelizmente.
Filmaço! Trama instigante, narrativa fluida, atuações marcantes e personagens sensacionais (apesar de alguns serem caricatos). É o tipo de filme cheio de momentos tensos que provocam aquele riso nervoso, angustiado mas que tem seu lado belo também. O roteiro vai sempre nos surpreendendo que até de personagens desagradáveis passamos a gostar. Outro ponto bem interessante é que mesmo reconhecendo que alguns personagens estejam errados em suas atitudes, não conseguimos odiá-los. Muito pelo contrário, acabamos torcendo por eles. É um filme sobre ódio, culpa, tentativa de expiação e redenção. Me lembrou muito algo que os irmãos Cohen dirigiriam. Obra sensacional e que merece toda a atenção que vem recebendo.
Como eu queria ter gostado mais desse filme. Sinceramente. Adoro o universo cyberpunk de Blade Runner e acho Villeneuve um dos melhores diretores da atualidade. Entretanto esse filme me decepcionou bastante. Questões existenciais sendo jogadas aleatoriamente de modo raso, com diálogos extremamente expositivos (as falas do personagem do Jared Leto são de dar vergonha alheia), a trama simplista mas que parece querer surpreender o expectador a cada momento, cenas desnecessárias que fazem o filme ser bem mais longo do que precisava.
Eu até compreendo esse tipo de formato mais pasteurizado da obra. É o tipo de estrutura feita pra agradar o público cinéfilo atual, mas algo assim vindo do Villeneuve me incomoda. Parece ser um filme feito quase que todo pelo estúdio e o diretor só executou no piloto automático. Entretanto, em termos técnicos, o filme é primoroso. A fotografia do Deakins junto com a trilha sonora (que emula bem o estilo da trilha do Vangelis para o primeiro filme), dão a definição máxima para o cenário Cyberpunk. A imersão naquele mundo junto com a expansão dos cenários, faz o filme, em alguns momentos, ser uma obra interessante de ser vista.
É um filme que como entretenimento escapista, ainda pode funcionar, mas que ficou bem aquém do que eu esperava (malditas expectativas).
Filme com ótima premissa (achei extremamente original) que mescla diversos temas como violência, depressão, deslocamento em relação a sociedade e nas consequências que isso pode ter. Além disso, há uma exploração bacana da mitologia do vampiro e a correlação disso com os problemas supracitados é feita de modo bem interessante. O meu problema com filme foi a sua narrativa e o ritmo. Achei ele bem cansativo, esticado demais em algumas partes e com diversos momentos bem morosos. Vale pela premissa original, além de ter diversas referências a cultura pop relacionada a vampiros.
Que pérola!! Uma aula de sensibilidade e delicadeza. Muitas críticas que vi a respeito dessa obra magnífica a tratava como um "drama gay". Mera injustiça. Esse filme é muito mais universal do que isso. É sobre experiências, sentimentos, carpen diem (por que não hehe?) e em como lidar com essa avalanche de descobertas. Consegui ver alguns paralelos com Moonlight (posso tá viajando aqui ehehe), mas ainda acho "Call me by your name" mais sensível, mais delicado. Obra que além de sensacional, é necessária. Principalmente nos nossos tempos , onde as pessoas "matam" pedaços importantes do seu ser apenas para manter as velhas conveniências e com isso chegam a míngua emocional antes dos trinta, onde não podem oferecer mais nada as outras pessoas, além de dor, ressentimento e mágoa. E tem um final arrasador. Pelo menos para mim foi.
É aquele filme bem bacana que por intermédio de alguns toques geniais da direção, se livra do lugar comum. Obviamente temos alguns elementos que se repetem em diversas obras desse estilo, mas as atuações espetaculares juntamente com uma construção de personagem básica, porém eficiente, faz com que o filme consiga algum destaque e se sobressaia. Boa obra e merece toda atenção que vem recebendo, principalmente no que se refere as atuações.
Nunca quero rever esse filme. Por ele ser ruim? De modo algum. Acho a obra genial. Porém é um filme que passa longe do entretenimento escapista e descompromissado. Essa obra é uma experiência a ser sentida, a ser experimentada, e tenho certeza que o gosto vai ser amargo. Pesado, forte, cortante, incômodo e desolador. Foi a experiência mais pesada e"desagradável" que tive com um filme em 2017. É tão denso que as lágrimas não saiam, apesar de ter momentos que pediam isso. Atmosférico, gélido, denso, desagradável e uma obra de arte. Não serve como entretenimento, mas se querem "apreciar" todo potencial que o cinema tem de ser arte e de como esta pode causar desagrado, como ela pode ser o martelo que quebra o gelo de nossa inércia, vejam este filme.
O que falar mais sobre o cinema sul coreano? A meu ver, a fama como uma instituição de alto nível já está consolidada. E agora vem esse filme que com certeza figura entre os melhores do ano. Filmaço! Atuações incríveis, direção e aspectos técnicos primorosos e uma trama e roteiros que transbordam originalidade. O desenrolar da trama é muito bom, tudo isso acompanhado por uma trilha sonora sutil e opressora, além de uma fotografia límpida mas fria. A trama nos prende em seus fios em vários momentos e a confusão do protagonista é passada com êxito para o espectador. Só alguns momentos, detalhes mesmo, do último ato que me incomodaram um pouco, mas nada que tire o brilho dessa obra fantástica. Sem dúvidas surge mais uma obra gigante dentro dessa escola de cinema já tão expressiva em nível mundial
O perfeito exemplo de que o cinema nacional tem muito a oferecer. Direção esplendorosa, fotografia linda, trilha sonora bem inusitada (com alguns toques até industriais) e interpretação monstruosa de Vladimir Britcha. Além da história ser muito bem contada, tem uns toques simbólicos no roteiro que dão um ar de genialidade em tudo. Filmaço! Clássico já absoluto do cinema nacional e tem toda a minha torcida para a disputa da vaga para concorrer ao oscar.
Filmaço!! Pena que está sendo tão esnobado pela crítica e pelo público em geral. Aronofski voltando a sua essência depois do famigerado (mas que eu acho até bacaninha) Noé. Mãe! tem uma direção sublime, com um jogo de câmera e montagens de fazer qualquer um se impressionar, além de contar com belíssimas interpretações e uma simbologia bastante interessante e que nos faz pensar sobre questões essenciais da vida. Vale muito a pena ser visto e apreciado. É belo mas também chocante e catártico.
Que filme bacana!! Esteticamente sensacional, trilha sonora magnífica e uma trama simples mas típica das histórias tradicionais de espionagem, pontuadas por cenas de ação maravilhosas. Além disso, temos aqui um elenco de peso e que tá bem eficiente nos papéis. Diversão garantida
Bruce Lee é sem dúvidas uma das figuras mais míticas da história. Não sou um grande conhecedor de sua história, só conheço alguns dos seus filmes. E como todos os outros que vi, esse me divertiu bastante. Obviamente não o considero o melhor, mas vale como um bom entretenimento descompromissado. Boas cenas de luta, pontos de vistas diferentes à cerca da filosofia do Kung Fu que foram explorados de modo superficial mas eficiente, personagens ok e por aí vai. Nada espetacular mas diversão garantida.
Delicado, belo, sutil, maravilhoso! Esses são os adjetivos que me ocorrem ao pensar nessa obra. Que animação linda.Tenho que refazer minha lista das melhores animações que vi na vida. Essa animação é tudo o que um belo "slice of life" deve ser. Personagens carismáticos com arcos bem definidos e engajantes. Narrativa lenta mas ao mesmo tempo fluída. O tom de melancolia da animação não fica exagerado (talvez um pouco no final) mas é sempre envolto em uma aura de evolução, superação e de seguir com a vida. Belissíma obra. Pena que tão pouco mencionada nesse nosso velho ocidente.
Originalidade define essa obra. Não de temáticas mas sim de abordagem. Utilizar todo o processo de edição de sons e sonoplastia na criação de um filme de horror psicológico, é no mínimo inusitado e sensacional ao mesmo tempo. Além das boas atuações (e Toby Jones tá fantástico), a direção do filme é muito inspirada. A montagem (apesar de ser repetitiva em algumas de suas técnicas em alguns momentos) é surreal de tão boa. A opção de tanto o som como a trilha sonora serem diegéticos deu mais um "quê" de diferente a obra, que é um deleite auditivo e visual. A homenagem/crítica ao cinema Giallo bem está presente e é possível correlacionar ametalinguagem do filme sendo produzido (dentro do filme) com a situação das mulheres nas gravações desse tipo de obra. Todo preconceito, objetificação e misoginia são expostos aqui Entretanto não é um filme para todos os públicos. A narrativa por vezes é burocrática e monótona e algumas técnicas utilizadas pelo diretor, apesar de boas, enjoam com o frequente uso. No mais, é uma bela obra que se não agradar pela narrativa, agrada pela originalidade.
O que eu estava fazendo da minha vida que não conhecia o cinema do Sr. Kenji Mizogushi?? Só tinha assistido ao (espetacular, maravilhoso, lindo) Contos da lua vaga. Mas nunca imaginei que o raio caísse duas vezes no mesmo lugar. Intendente Sansho é uma pérola! Uma maravilha! Tecnicamente soberbo, uma direção inspiradíssima, fotografia linda e uma das melhores interações entre imagem e som que eu já vi na vida. Além disso as atuações são fantásticas, a história é envolvente demais e a narrativa é fluída, nunca deixando a obra monótona. O toque de neorrealismo italiano do roteiro e da narrativa, aliados a uma direção que lembra alguns pontos do expressionismo alemão, me fizeram querer ver a filmografia inteira deste senhor. Obra-Prima!
Que filme bacana! Pretendia assistir como escapismo barato, só para distrair e me deparei com um filme maravilhoso. Além de todos envolvidos (Romero, King e cia) estarem visivelmente se divertindo na homenagem prestada ao gênero e a (infelizmente) extinta EC comics, as histórias são muito boas (claro, em diferentes níveis). As duas primeiras são bem legais mas a meu ver, são as mais "oks". Da terceira em diante é que o negócio me pegou mesmo, com histórias sensacionais e até assustadoras. Destaque para Leslie Nielsen interpretando um papel que eu nunca imaginaria e se saindo muitíssimo bem. Bela obra e considero até indispensável para os fãs do gênero
Clássico. Muitos podem odiá-lo, afirmarem que é pura violência gratuita feita apenas para chocar e coisas do tipo. Se o filme for apenas "gore pelo gore", isso a meu ver não é problema algum. Tudo depende do objetivo da película. Mas Holocausto Canibal vai além disso, tem uma crítica pesada passada pelo filme. A violência, apesar de brutal, crua e forte, não é descontextualizada, sendo assim, na maioria das vezes, necessária para a obra. Vale dizer também que a importância desse filme na formação de um estilo narrativo de cinema (mockumentary), é incontestável. Claro que tem alguns aspectos que envelheceram mal, tem uma "cara" de filme alternativo, mas isso não estragou de modo algum minha experiência. Não é para todo mundo, mas é um filme necessário para a história do cinema. É pesado tanto visualmente como psicologicamente. É a definição de crueldade...
A meu ver é aquele filme que cumpre bem sua função e que tem em suas atuações o seu ponto mais alto. Todo o elenco está afiado e entregando personagens bem delineados e o filme tem uma atmosfera que lembra algumas obras do Woody Allen. Entretanto, essa temática é um pouco cruel, pois existem várias "pérolas" tratando desse tema relacionado a famílias disfuncionais, e desse modo é impossível não fazer as infelizes comparações. Nesse ponto, a presente obra se saí até bem, mas fica muito aquém, na minha opinião, de outras como "Os excêntricos Tennenbaums" ou até mesmo "Pequena miss sunshine". Bom entretenimento, mas apenas isso.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraQue o filme é um espetáculo audiovisual, isso é inquestionável. Edição e mixagem de som, trilha sonora, fotografia, jogo de câmeras; tudo aqui, em relação aos aspectos técnicos é primoroso. Entretanto, sempre tive problema com o estilo de contar histórias do Nolan, e nesse filme essa minha ressalva permanece.
Acho que por vezes ele exagera em seus ganchos dramáticos e twists, e nesse filme em particular, ele nos apresenta personagens unidimensionais, dos quais não nos importamos muito (coisa bem estranha em um filme de guerra).
As três linhas narrativas desse filme até conversam bem entre si, mas nem todas conseguem prender o interesse com a mesma eficiência.
A linha que apresenta os caças, apesar de esteticamente linda, é bem morosa, entediante e chegando a ser chata as vezes. A da praia é a que mais me chamou atenção, com momentos de suspense e tensão muito bem orquestrados.
Além disso, para um filme de guerra, Dunkirk é perturbadoramente asséptico, não há sangue, a violência é bem distante e não há uma sensação de tanta urgência (com exceção da parte na praia).
Considero o filme um bom entretenimento escapista e descompromissado, mas infelizmente esquecível.
A Forma da Água
3.9 2,7KTecnicamente fabuloso e um trabalho inspirado de Del Toro na direção. Com atuações marcantes e personagens cativantes, o filme funciona perfeitamente como uma fábula de horror, com ares de Amelie Poulain em alguns momentos, permeado pela estética escura e tons pesados do diretor.
A trilha sonora é belíssima (Sr. Desplat é o cara) e a "moral" dessa fábula é pertinente e importante, inclusive nos dias de hoje.
Belo filme e fiquei imensamente aliviado ao ver Del Toro entregando um filme digno de sua carreira, ao contrário do apenas mediano "A colina escarlate".
O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraSimbólico, cru, pesado e poderoso. Acho que são os quatro adjetivos que mais expressam o significado do cinema de Lanthimos. Ele gosta de usar o lado incômodo e perturbador da arte. E faz isso com maestria.
Belo filme e particularmente acho que é o mais acessível dele, apesar de todas as referências imbuídas na trama.
Artista do Desastre
3.8 554 Assista AgoraEu sabia que ia gostar desse filme. Sério. Porém, não sabia que ia AMAR. Essa é a palavra. Esse é o verbo. Esse filme consegue ser muito mais do que um exercício de curiosidade á cerca do "melhor" pior filme de todos os tempos.
O Artista do desastre consegue ser cômico, tocante, emocionante, fluido e divertido. Composto por atuações maravilhosas (Irmãos Franco, parabéns!) e um esforço de reconstituição que beira a excelência, o Tommy Winseau retratado aqui, é um personagem bem complexo. Nós sentimos ódio e compaixão pelo personagem. Detestamos ele em um momento e torcemos para ele em outro.
O final apoteótico do filme mostra bem isso. Sentimos a dor da humilhação em um momento e rejubilamos em outro. Tudo junto com o personagem.
Fui ver com a expectativa de um entretenimento descompromissado mas me surpreendi com um dos melhores filmes de 2017.
Maravilhoso!
Projeto Flórida
4.1 1,0KUm filme que consegue ser sensível e cru ao mesmo tempo. Tem personagens aparentemente detestáveis mas que por entendermos as motivações deles, se tornam multifacetados.
O contraponto provocado pela desigualdade consegue ser sutil e avassalador simultaneamente, e em um público mais atento, vai acabar gerando questionamentos sobre a nossa própria realidade
Só alguns aspectos da narrativa me incomodaram um pouco como por exemplo a opção de desenvolver o arco da menina por meio de uma narração episódica. Isso na minha perspectiva quebrou um pouco a continuidade e o fluxo do filme.
No mais é um belo filme, encantador e perturbador mas que vai agradar apenas a um público bem específico.
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraAcho que vou desistir de Star Wars mesmo. Sério. Uma franquia marcante que tá se tornando bem genérica. Pra começo de conversa, esse retorno da série já é sem sentido. A trama é praticamente a mesma da trilogia antiga com pouquíssimas diferenças. Além disso, em Os últimos Jedi, eu percebi uma tentativa extremamente forçada que querer ser épico o tempo todo, uma narrativa travada, personagens desinteressantes e subtramas que não levam a lugar nenhum (Isso mesmo Sr. Finn). Além do timing cômico de algumas piadas (a maioria delas) ser horrível.
Claro que o filme tem pontos positivos. Efeitos visuais bacanas, locações sensacionais; a cena no planeta de sal é muito legal (incluindo uma perseguição fantástica envolvendo a Millenium Falcon) e o espaço que deram para o Kylo Ren nesse filme foi muito bacana. Acrescentou camadas ao personagem e mostrou o talento do Adam Driver, coisa que tinha sido muito mal explorada no anterior.
No mais, acho que a franquia tá virando uma vitrine para vendas de produtos e uma mera fábrica de dinheiro através de bilheteria. Se tornou banal, infelizmente.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraFilmaço! Trama instigante, narrativa fluida, atuações marcantes e personagens sensacionais (apesar de alguns serem caricatos). É o tipo de filme cheio de momentos tensos que provocam aquele riso nervoso, angustiado mas que tem seu lado belo também.
O roteiro vai sempre nos surpreendendo que até de personagens desagradáveis passamos a gostar. Outro ponto bem interessante é que mesmo reconhecendo que alguns personagens estejam errados em suas atitudes, não conseguimos odiá-los. Muito pelo contrário, acabamos torcendo por eles.
É um filme sobre ódio, culpa, tentativa de expiação e redenção. Me lembrou muito algo que os irmãos Cohen dirigiriam.
Obra sensacional e que merece toda a atenção que vem recebendo.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraComo eu queria ter gostado mais desse filme. Sinceramente. Adoro o universo cyberpunk de Blade Runner e acho Villeneuve um dos melhores diretores da atualidade. Entretanto esse filme me decepcionou bastante.
Questões existenciais sendo jogadas aleatoriamente de modo raso, com diálogos extremamente expositivos (as falas do personagem do Jared Leto são de dar vergonha alheia), a trama simplista mas que parece querer surpreender o expectador a cada momento, cenas desnecessárias que fazem o filme ser bem mais longo do que precisava.
Eu até compreendo esse tipo de formato mais pasteurizado da obra. É o tipo de estrutura feita pra agradar o público cinéfilo atual, mas algo assim vindo do Villeneuve me incomoda. Parece ser um filme feito quase que todo pelo estúdio e o diretor só executou no piloto automático.
Entretanto, em termos técnicos, o filme é primoroso. A fotografia do Deakins junto com a trilha sonora (que emula bem o estilo da trilha do Vangelis para o primeiro filme), dão a definição máxima para o cenário Cyberpunk. A imersão naquele mundo junto com a expansão dos cenários, faz o filme, em alguns momentos, ser uma obra interessante de ser vista.
É um filme que como entretenimento escapista, ainda pode funcionar, mas que ficou bem aquém do que eu esperava (malditas expectativas).
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraPouco a falar aqui. Filmaço! Clássico incontestável e com certeza é o melhor filme "de natal" que já vi. Obra - Prima.
A Transfiguração
3.2 83 Assista AgoraFilme com ótima premissa (achei extremamente original) que mescla diversos temas como violência, depressão, deslocamento em relação a sociedade e nas consequências que isso pode ter. Além disso, há uma exploração bacana da mitologia do vampiro e a correlação disso com os problemas supracitados é feita de modo bem interessante.
O meu problema com filme foi a sua narrativa e o ritmo. Achei ele bem cansativo, esticado demais em algumas partes e com diversos momentos bem morosos.
Vale pela premissa original, além de ter diversas referências a cultura pop relacionada a vampiros.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraQue pérola!! Uma aula de sensibilidade e delicadeza. Muitas críticas que vi a respeito dessa obra magnífica a tratava como um "drama gay". Mera injustiça.
Esse filme é muito mais universal do que isso. É sobre experiências, sentimentos, carpen diem (por que não hehe?) e em como lidar com essa avalanche de descobertas.
Consegui ver alguns paralelos com Moonlight (posso tá viajando aqui ehehe), mas ainda acho "Call me by your name" mais sensível, mais delicado.
Obra que além de sensacional, é necessária. Principalmente nos nossos tempos , onde as pessoas "matam" pedaços importantes do seu ser apenas para manter as velhas conveniências e com isso chegam a míngua emocional antes dos trinta, onde não podem oferecer mais nada as outras pessoas, além de dor, ressentimento e mágoa.
E tem um final arrasador. Pelo menos para mim foi.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraÉ aquele filme bem bacana que por intermédio de alguns toques geniais da direção, se livra do lugar comum. Obviamente temos alguns elementos que se repetem em diversas obras desse estilo, mas as atuações espetaculares juntamente com uma construção de personagem básica, porém eficiente, faz com que o filme consiga algum destaque e se sobressaia.
Boa obra e merece toda atenção que vem recebendo, principalmente no que se refere as atuações.
Sem Amor
3.8 319 Assista AgoraNunca quero rever esse filme. Por ele ser ruim? De modo algum. Acho a obra genial. Porém é um filme que passa longe do entretenimento escapista e descompromissado. Essa obra é uma experiência a ser sentida, a ser experimentada, e tenho certeza que o gosto vai ser amargo.
Pesado, forte, cortante, incômodo e desolador. Foi a experiência mais pesada e"desagradável" que tive com um filme em 2017. É tão denso que as lágrimas não saiam, apesar de ter momentos que pediam isso.
Atmosférico, gélido, denso, desagradável e uma obra de arte. Não serve como entretenimento, mas se querem "apreciar" todo potencial que o cinema tem de ser arte e de como esta pode causar desagrado, como ela pode ser o martelo que quebra o gelo de nossa inércia, vejam este filme.
Memória de um Assassino
4.0 81 Assista AgoraO que falar mais sobre o cinema sul coreano? A meu ver, a fama como uma instituição de alto nível já está consolidada. E agora vem esse filme que com certeza figura entre os melhores do ano.
Filmaço! Atuações incríveis, direção e aspectos técnicos primorosos e uma trama e roteiros que transbordam originalidade.
O desenrolar da trama é muito bom, tudo isso acompanhado por uma trilha sonora sutil e opressora, além de uma fotografia límpida mas fria. A trama nos prende em seus fios em vários momentos e a confusão do protagonista é passada com êxito para o espectador.
Só alguns momentos, detalhes mesmo, do último ato que me incomodaram um pouco, mas nada que tire o brilho dessa obra fantástica.
Sem dúvidas surge mais uma obra gigante dentro dessa escola de cinema já tão expressiva em nível mundial
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista AgoraO perfeito exemplo de que o cinema nacional tem muito a oferecer. Direção esplendorosa, fotografia linda, trilha sonora bem inusitada (com alguns toques até industriais) e interpretação monstruosa de Vladimir Britcha.
Além da história ser muito bem contada, tem uns toques simbólicos no roteiro que dão um ar de genialidade em tudo.
Filmaço! Clássico já absoluto do cinema nacional e tem toda a minha torcida para a disputa da vaga para concorrer ao oscar.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraFilmaço!! Pena que está sendo tão esnobado pela crítica e pelo público em geral. Aronofski voltando a sua essência depois do famigerado (mas que eu acho até bacaninha) Noé.
Mãe! tem uma direção sublime, com um jogo de câmera e montagens de fazer qualquer um se impressionar, além de contar com belíssimas interpretações e uma simbologia bastante interessante e que nos faz pensar sobre questões essenciais da vida.
Vale muito a pena ser visto e apreciado. É belo mas também chocante e catártico.
Atômica
3.6 1,1K Assista AgoraQue filme bacana!! Esteticamente sensacional, trilha sonora magnífica e uma trama simples mas típica das histórias tradicionais de espionagem, pontuadas por cenas de ação maravilhosas. Além disso, temos aqui um elenco de peso e que tá bem eficiente nos papéis.
Diversão garantida
A Origem do Dragão
3.0 67 Assista AgoraBruce Lee é sem dúvidas uma das figuras mais míticas da história. Não sou um grande conhecedor de sua história, só conheço alguns dos seus filmes.
E como todos os outros que vi, esse me divertiu bastante. Obviamente não o considero o melhor, mas vale como um bom entretenimento descompromissado. Boas cenas de luta, pontos de vistas diferentes à cerca da filosofia do Kung Fu que foram explorados de modo superficial mas eficiente, personagens ok e por aí vai.
Nada espetacular mas diversão garantida.
Crianças Lobo
4.4 339Delicado, belo, sutil, maravilhoso! Esses são os adjetivos que me ocorrem ao pensar nessa obra. Que animação linda.Tenho que refazer minha lista das melhores animações que vi na vida.
Essa animação é tudo o que um belo "slice of life" deve ser. Personagens carismáticos com arcos bem definidos e engajantes. Narrativa lenta mas ao mesmo tempo fluída. O tom de melancolia da animação não fica exagerado (talvez um pouco no final) mas é sempre envolto em uma aura de evolução, superação e de seguir com a vida.
Belissíma obra. Pena que tão pouco mencionada nesse nosso velho ocidente.
Berberian Sound Studio
3.3 35 Assista AgoraOriginalidade define essa obra. Não de temáticas mas sim de abordagem. Utilizar todo o processo de edição de sons e sonoplastia na criação de um filme de horror psicológico, é no mínimo inusitado e sensacional ao mesmo tempo.
Além das boas atuações (e Toby Jones tá fantástico), a direção do filme é muito inspirada. A montagem (apesar de ser repetitiva em algumas de suas técnicas em alguns momentos) é surreal de tão boa. A opção de tanto o som como a trilha sonora serem diegéticos deu mais um "quê" de diferente a obra, que é um deleite auditivo e visual.
A homenagem/crítica ao cinema Giallo bem está presente e é possível correlacionar ametalinguagem do filme sendo produzido (dentro do filme) com a situação das mulheres nas gravações desse tipo de obra. Todo preconceito, objetificação e misoginia são expostos aqui
Entretanto não é um filme para todos os públicos. A narrativa por vezes é burocrática e monótona e algumas técnicas utilizadas pelo diretor, apesar de boas, enjoam com o frequente uso.
No mais, é uma bela obra que se não agradar pela narrativa, agrada pela originalidade.
O Intendente Sansho
4.5 65O que eu estava fazendo da minha vida que não conhecia o cinema do Sr. Kenji Mizogushi?? Só tinha assistido ao (espetacular, maravilhoso, lindo) Contos da lua vaga. Mas nunca imaginei que o raio caísse duas vezes no mesmo lugar.
Intendente Sansho é uma pérola! Uma maravilha!
Tecnicamente soberbo, uma direção inspiradíssima, fotografia linda e uma das melhores interações entre imagem e som que eu já vi na vida. Além disso as atuações são fantásticas, a história é envolvente demais e a narrativa é fluída, nunca deixando a obra monótona.
O toque de neorrealismo italiano do roteiro e da narrativa, aliados a uma direção que lembra alguns pontos do expressionismo alemão, me fizeram querer ver a filmografia inteira deste senhor.
Obra-Prima!
Creepshow: Arrepio do Medo
3.7 236 Assista AgoraQue filme bacana! Pretendia assistir como escapismo barato, só para distrair e me deparei com um filme maravilhoso. Além de todos envolvidos (Romero, King e cia) estarem visivelmente se divertindo na homenagem prestada ao gênero e a (infelizmente) extinta EC comics, as histórias são muito boas (claro, em diferentes níveis).
As duas primeiras são bem legais mas a meu ver, são as mais "oks". Da terceira em diante é que o negócio me pegou mesmo, com histórias sensacionais e até assustadoras. Destaque para Leslie Nielsen interpretando um papel que eu nunca imaginaria e se saindo muitíssimo bem.
Bela obra e considero até indispensável para os fãs do gênero
Holocausto Canibal
3.1 833Clássico. Muitos podem odiá-lo, afirmarem que é pura violência gratuita feita apenas para chocar e coisas do tipo. Se o filme for apenas "gore pelo gore", isso a meu ver não é problema algum. Tudo depende do objetivo da película.
Mas Holocausto Canibal vai além disso, tem uma crítica pesada passada pelo filme. A violência, apesar de brutal, crua e forte, não é descontextualizada, sendo assim, na maioria das vezes, necessária para a obra.
Vale dizer também que a importância desse filme na formação de um estilo narrativo de cinema (mockumentary), é incontestável.
Claro que tem alguns aspectos que envelheceram mal, tem uma "cara" de filme alternativo, mas isso não estragou de modo algum minha experiência. Não é para todo mundo, mas é um filme necessário para a história do cinema.
É pesado tanto visualmente como psicologicamente. É a definição de crueldade...
Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe (Histórias Novas e Selecionadas)
3.4 257 Assista AgoraA meu ver é aquele filme que cumpre bem sua função e que tem em suas atuações o seu ponto mais alto. Todo o elenco está afiado e entregando personagens bem delineados e o filme tem uma atmosfera que lembra algumas obras do Woody Allen.
Entretanto, essa temática é um pouco cruel, pois existem várias "pérolas" tratando desse tema relacionado a famílias disfuncionais, e desse modo é impossível não fazer as infelizes comparações.
Nesse ponto, a presente obra se saí até bem, mas fica muito aquém, na minha opinião, de outras como "Os excêntricos Tennenbaums" ou até mesmo "Pequena miss sunshine".
Bom entretenimento, mas apenas isso.