Trecho de um diálogo: "Cético na causa: - O seu Karl Marx continua a acreditar na evolução das forças naturais querendo negociar com os patrões cara a cara para obter aumento de salário. É preciso tacar fogo em todas as cidades, arrasar tudo, quando já não restar nada neste mundo... talvez cresça outro melhor.
Trabalhadores: - Não chegaremos a esse extremo. O Operário sozinho não é ninguém, mas unido representa uma grande força." E uma semente em solo fértil sempre brotará... se não hoje, amanhã!
Um filme singelo e prazeroso de assistir. Nenhum filme do Hayao Miyazaki desce o nível. Todos os seus que eu assisti até hoje possuem um grau de sentimentalismo que é sua marca... e nos marca!
Porém eu esperava mais no sentido de desenvolvimento. A casa da família poderia ter sido melhor organizada. Poderiam mostrar a mãe das meninas já fora do hospital e trazendo novos ares para a comunidade. O jardim da frente da casa poderia ser refeito. O mundo mágico do Totoro poderia ser melhor explorado, como é demonstrado com detalhes em A Viagem de Chihiro, por exemplo.
O filme se passa no início do Período Edo, que é uma era conhecida por marcar o início da modernidade no Japão. É um tanto curioso esse contraponto apresentado no filme, já que observamos na narrativa a decadência de uma moça na sociedade japonesa e o humilhante papel relegado às mulheres. Oharu foi sacrificada de muitas formas: saindo de moça pura, passando por concubina, cortesã, prostituta e por fim acabou mendigando, descendo a rampa do declínio em uma velocidade abrupta (no sentido da vida), mas foi lenta e gradualmente demonstrado pela cautelosa direção do filme.
Oharu foi uma cortesã por aptidão, não por gosto. Foi forçada a servir e viver uma vida que não merecia. Uma moça que teve um filho herdeiro de uma herança imensurável e que foi condenada à reclusão perpétua por ter vivido uma vida deplorável. [eles mesmos causaram-na tanta dor e sofrimento e a condenaram por seus próprios erros de falta de humanidade].
Admirando uma estátua conhecida pelos orientais como Arhat (similar ao que é feito no catolicismo com imagens de santos, que representam seres de elevada estatura espiritual), a nossa protagonista observa atentamente às faces dos homens que passaram pela sua vida projetada nos rostos dos Arhats. Uma verdadeira imagem e semelhança daqueles que criam os símbolos espirituais. Nem no subterfúgio religioso ela teve paz de espírito.
Por ter sido acusada de promíscua e puta a todo instante, foi rejeitada do ambiente budista e excluída de ser uma monja (como ela um dia almejou ser). O curioso é que seu fim é ensaiado ao som de canções budistas, enquanto mendigava.
Trecho dos requisitos que a cortesã deveria ter: "Primeiramente, ela deve ter entre 15 e 18 anos. Seu rosto deve ser redondo, de acordo com a moda. Seus olhos devem ser arredondados. Sobrancelhas espessas com bastante espaço entre os olhos. Uma boca pequena, com um conjunto completo de dentes brancos. Longas orelhas com bordas rasas e lóbulos destacados e translúcidos. Um cabelo natural e virgem. Um long pescoço sem penugem. Dedos longos e delgados com unhas diáfanas... pés menores do que 20 cm e com nove arcos. Ela deve ter um torço longo e aprumado. Uma cintura firme, mas não muito musculosa. Um traseiro arredondado. Deve ter um comportamento agradável, uma bela figura independente das vestimentas. De berço nobre, temperamento meigo e sem um único sinal no corpo."
Acho que a base do filme em três aspectos foi muito bem iniciada: I - relação de Freddie Quell com o seu "Mestre" Lancaster Dodd. II - Abordagem do culto A Causa. III - Dinâmica da Família Dodd. Só não concordo que esses pilares foram bem finalizados.
A relação dos personagens no primeiro aspecto é o que torna a história interessante (inicialmente), dada a polidez de Dodd e a rebeldia de Quell. Esse contraponto entre as personalidades é intrigante.
No segundo pilar abordado no filme, traz um culto com a publicação do seu primeiro Livro (com letra maiúscula) já em prática, com símbolos, ritos e uma linha de pensamento definida. A base de toda a doutrina é amparada na "complexidade" filosófica trazida por Dodd e reproduzida por seus seguidores. Sim, seguidores! Tanto que na publicação do segundo Livro, a oradora interpretada pela Laura Dern consulta o seu "Mestre" de como proceder com uma nova mudança de abordagem (trocando a palavra recordação por imaginação, no resgate de experiências de vidas passadas). Esse e muitos outros detalhes fazem A Causa uma doutrina como tantas outras: exigindo um núcleo comum entre a necessidade da dependência de um Mestre ou de algum ensinamento (proveniente de algum outro Mestre) para com o integrante do culto. Amy Adams, representando a mão por trás do Mestre (ver a imagem do último pôster), é o cerne dessa dependência, no culto. A crítica quanto a Cientologia, ao meu ver, ficou super clara! Mas não avança de forma substancial.
Freddie Quell é subversivo na narrativa: ele é o seu próprio mestre!
[Realmente, a cena do interrogatório é muito boa. E eu também achei o final muito importante na descrição do significado do grupo A Causa].
No site Páprica, eles fazem o seguinte comentário sobre um contexto específico do Filme: "Na tentativa de lidar com seu passado mal resolvido, seja por decisões não tomadas, por herança de uma família perturbada ou ainda por traumas vividos na guerra, o ex marinheiro busca refúgio em drinques que fariam um motor funcionar (ou que pelo menos removeriam tinta de qualquer superfície). Em um dos melhores momentos do filme, Freddie é questionado quanto aos ingredientes utilizados em suas bebidas, ao que ele responde: “é segredo”. Fica a dúvida se Freddie tem vergonha de admitir que usa combustíveis inflamáveis ou se ele tem consciência que tais “segredos” também são ingredientes para a formação de sua alma atormentada." [haha.. engraçado isso].
Um filme romântico mediano que não fez jus à grande obra de Charlotte Brontë. As atuações de ambos os protagonistas incomoda um pouco: ele, denso e agressivo no tom de voz e nos gestos. Ela, delicada, sólida e amargurada (pelo seu passado sofrido). A junção dos personagens não gerou conexão.
Não o considero uma obra prima, mas é um filme bom sim. Muito criativo no roteiro e belo visualmente. As estações do ano não representaram os sentimentos dos personagens: meio ao inverno, as famílias estavam estonteantes, alegres. Roupas estilosas e vibrantes. Personalidades que se destacavam entre si. Entretanto, durante os períodos de chuva, percebia-se o contraste entre a tristeza e solidão que pairavam na casa do bispo. Quando o Sol aparecia, a casa da avó das crianças enchia-se de brilho e liberdade [libertinagem também].
Um filme que se passa no início do séc XIX traz nos ambientes escuros, velas que iluminam mais que lâmpadas de LED de 20W [achei curioso isso]. Talvez a direção de arte não quis ser literal quanto a iluminação. Mas a fotografia é muito bonita!
Uma pena que o filme não investiu nas crianças. Fanny apareceu pouco e falou meia dúzia de palavras o filme todo. Só observava e esboçou algum sentimento apenas em uma única cena específica. Alexander parecia deslocado aos acontecimentos, mesmo com uma participação um pouco maior.
Reparei que o filme teve cenas corridas em partes importantes. O filme possui pouco mais de 3h [versão que foi para os cinemas], mas em comentários abaixo, falam que o filme original possuía 5h de duração. Talvez isso explique essa desconexão entre algumas cenas que foram mostradas, pois o filme realmente falta em alguns aspectos da narrativa.
É um bom filme, mas com muitas cenas baseadas naquele famoso "salvo pelo gongo".
É aquele tipo de filme que a gente faz uma pipoca pra assistir junto com um tio que adora filmes de guerra e ele é quem narra o filme por uma melhor perspectiva e a gente acaba relevando os erros técnicos do filme.
Gostei muito do filme. Os jump scares acontecem aos montes e é com esse tipo de "susto" que o filme avança. [spoiler alert]
Sob o design de produção: Incrível! Bom gosto nas estampas, iluminação agradável aos olhos e tornando os ambientes ora aconchegantes, ora sombrios. Roupas com caimento de classe. As cortinas com cores incríveis: vermelho escarlate [em veludos], amarelo âmbar [para dar o tom de uma iluminação artificial pela reflexão da luz no tecido], verde oliva escuro [normalmente nas capas dos livros em ambientes como salas de estar], e detalhes em branco pérola. A fotografia é muito boa também, assim como as atuações.
A casa Winchester é rica em detalhes artísticos, como paredes com design do rústico ao minucioso; vasos de flores de diversos tipos, quadros com molduras trabalhadas e infinitas portas e passagens [a casa é gigante mesmo].
O Laudanum [ópium], uma espécie de analgésico com álcool para acalmar os nervos e possíveis dores pelo corpo [bebida usualmente consumida durante a era vitoriana], serviu de base para que Sarah Winchester conseguisse extrair a verdadeira atenção que era requerida para o trabalho do Dr. Eric Price. (para ela, se ele está em sua casa sob a influência de substâncias que podem ofuscar sua "visão" no seu trabalho, nada mais justo do que ambos estarem livres de qualquer tipo de ilícito, afinal o que estava em jogo era a participação dela como acionista majoritária na Winchester Repeating Arms Company).
Funcionários que trabalham, ensandecidamente, na construção da casa também me soaram estranho. A liberdade artística dos roteiristas em desenvolver uma história que, para muitos, pode parecer absurda, na verdade foi bem criativa, ao meu ver. As portas trancafiadas com treze pregos, que abrigavam entidades sofridas pelas balas dos rifles das armas dos Winchester, por gerações, podem servir de premissa para outras histórias de fantasmas. Eles escolheram contar uma [que engrandecendo o conto, era a entidade mais poderosa]. (particularmente não vejo nada de ruim nisso).
Eu estava esperando que no final do filme fosse mostrado algum tipo de explicação mais palatável e condizente com a realidade, e foi feito: o tremor que abalou a Casa Winchester [e que se supunha, até um certo instante, que fosse pela entidade mais poderosa], na verdade foi um sismo que abalou a região de São Francisco, nos Estados Unidos, em 1906.
Em quem acreditar, então? Oras, o tremor de terra foi verdadeiro, mas o laudo do Dr. Eric Price atestando a normalidade das faculdades mentais de Sarah Winchester também é verdadeiro.
(Mas ao meu ver, a participação do próprio Dr. é questionável. Ele mesmo foi contratado pela própria Sarah (para a curiosidade dele também), o que põem em dúvida sua ligação anterior com ela. Seu pagamento foi dobrado na hora de sua contratação. Sua ligação com a empresa é inegável, afinal sua esposa tinha sido morta por um rifle Winchester. Sarah já sabia da história de pós morte do Dr. Eric Price, e ele já sabia que ela tinha livros de registros de todos aqueles que foram baleados por um rifle da empresa. São tantos detalhes que podemos levar em consideração nesse quesito!)
Um dado muito importante é que o filme teve um custo de produção de 3,5 milhões de dólares. Um valor muito baixo e um material muito bem feito.
Duas estrelinhas pelo design de produção que está ótimo e pelos figurantes, que representaram muito bem a categoria dos atores. De resto, meus amigos, fujam!
Filmão!!! [spoiler alert] Baseado no livro Z, publicado em 1967, de Vassilis Vassilikos, esse é um filme forte que mostra os bastidores de um crime político ocorrido na Grécia, em 1963: o assassinato de um político grego, Grigoris Lambrakis, que sacrificou sua vida em nome da paz e da dignidade humana.
Detalhe: a grande mídia da época fomentou a versão dos policiais e militares, mantendo assim o status quo. Foi o jovem jornalista que, pensando diferente, foi atrás de fatos e provas que foram fundamentais para o desmembramento dos crimes.
Baseado em fatos reais, Costa-Gavras assina embaixo um roteiro muito bem feito; uma direção excelente e com um tempo de filmagem na medida; atuações comprometidas; o conteúdo cinematográfico é riquíssimo. O filme ganhou, na sua época, o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor filme estrangeiro. Super recomendo!
O livro "Os Crimes de Charlotte Brontë", publicado em 1999, traz novos questionamentos sobre possíveis assassinatos na família, explicando que em uma década após o sucesso das irmãs, todos estavam mortos. Algo de podre no lar das irmãs Brontë! Link para essa explicação: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq10079906.htm
Minhas percepções do filme [spoiler alert]:
O Morro dos Ventos Uivantes, Jane Eyre, A senhora de Wildfell Hall, são as principais obras escritas pelas irmãs Brontë, sob o pseudônimo de Currer Bell, Ellis Bell e Acton Bell. Nomes ditos unissex que elas escolheram para encobrir suas identidades originais, dada a situação da época em que viviam [era vitoriana], onde as mulheres eram tratadas como inferiores. Mas as irmãs, especialmente Charlotte, nunca se enxergaram menores. Andando na invisibilidade, elas trouxeram grandes obras que revolucionaram a literatura. O filme, embora simples, traz um conteúdo gigantesco. A relação das irmãs com o irmão doente e o pai idoso, e a preocupação delas com o futuro da família, é um retrato muito curioso de suas personalidades. Merecia um seriado!
É um filme sobre personagens e drama familiar. Denzel está teatral demais, demais! O personagem dele ficou extremamente irritante. Ele não para de falar durante toda a primeira parte do filme. Ai quando a gente pensa que os demais personagens terão uma oportunidade de salvar o filme, o drama que estávamos esperando realmente começa, mas o ranço com Troy Maxson [personagem interpretado pelo Denzel] aumenta ainda mais. Viola Davis é, sem dúvidas, a estrela desse filme e interpreta uma personagem linda, amável e moralmente superior. Esperava mais do roteiro.
A relação dialética entre o celestial e o mundano permeou o filme por toda sua duração. Tive a sensação de não conseguir absorver toda a poesia que o filme trouxe, pelos longos momentos de contemplação proporcionados, que pra mim, foram convertidos em instantes de tédio, infelizmente, pois gostei bastante da direção e as jogadas de câmera. Gostei bastante da estética visual do filme e de pequenas cenas em particulares. Mesmo não curtindo muito, fiquei curioso com a continuação. To be continued...
Apesar de eu, particularmente, não gostar da maioria dos atores escalados, gostei bastante do filme. Ta pensando que as bombas de guerra avisam antes de cair? O filme traz algumas boas surpresas no roteiro, mas não traz diálogos intensos, nem reflexões sobre a guerra, apenas um filme americano bem feito.
Sinto que não consegui absorver o filme em toda sua essência. Mas gostei de muitas coisas abordadas, como as alegorias para o autoritarismo que, ao que sugere, viria também a emergir na Alemanha por princípios de tirania abordados na infância daquelas crianças alemãs. Os ritos e os símbolos permearam o filme, que em suma, era sem cor, sem brilho, sem trilha, sem esperança, sem nada de bom na vida de uma pessoa.
Quando abrem as inscrições para a escola de charme de Bonnie e Clyde?
Bom, particularmente, achei a série produzida pelo The History Channel [Bonnie & Clyde: Dead and Alive] muito melhor do que esse filme. O filme tem um roteiro beeem simples. Diálogos beeem simples. Nada demais.
Esse filme é colossal! Achei que seria mais do mesmo, mas me enganei [positivamente], pois o roteiro é incrível. É um material muito linear no começo, mas as consequências de algumas ações tomadas ao longo da trama desencadeiam no pior que possa existir da humanidade. É uma peça muito realista e triste.
O roteiro é incrível por nos guiar por um determinado caminho e fazer a gente pensar que já entendemos a história toda [engano nosso]. A fórmula se mantém a mesma dos filmes de mesmo gênero, mas surpreende pelo impacto da realidade vivida pelos negros sob as leis de Jim Crow, que recontextualizam a escravidão nos estados do Sul daquele país.
Alguns pequenos erros de execução, como do ator Jason Mitchell [que interpretou Ronsel Jackson], que fez muitas caras e bocas em situações que, ao meu ver, se exigia um certo nível de estoicismo por parte do personagem.
O filme se passa após a segunda Guerra Mundial... detalhe, as leis de Jim Crow, que mantiveram os negros como uma categoria abaixo da humana [pra dizer o mínimo] foram encerradas [no papel] em 1964, no ato pelos Direitos Civis. Gente, fiquei imaginando quanto sofrimento nessa época, por tanto tempo.
[escrevi esse comentário ouvindo ao soundtrack do filme na linda voz da Mary J. Blige]
Gostei do filme. Prende a atenção [mesmo sendo calmo em alguns momentos]. As atuações estão boas e a fotografia se destaca.
O condado Livre de Jones possuiu um líder que não distinguia cor de pele [o que é quase inédito]. O filme traz nuances muito interessantes sobre a tensão racial, a luta por direitos e a liberdade de trabalhadores do Sul... aí surge o contraste com uma realidade em paralelo que também é demonstrada em algumas tomadas, no filme. Recomendo!
Uma direção de alta qualidade me fez imergir no ambiente inóspito dos Estados Unidos de 1967 de uma forma angustiante. O objeto de narrativa dessa obra é rico em forma, cor, diálogos, retórica e horror. Eu saí do filme devastado. Triste, seja pela...
...sentença em favor das forças policiais [no fim do filme]; seja pela barbárie feita contra a comunidade negra da época; seja pela ruptura da dignidade humana que tudo o que foi narrado causou na vida das pessoas. O Larry [personagem interpretado pelo Algee Smith] é demonstrado no filme como alguém que permaneceu com sequelas por toda a sua vida... e isso é de cortar o coração, pois faz a gente perceber que todo aquele ataque contra sua dignidade permaneceu dentro de sua mente por toda sua vida. A lembrança da morte de seu melhor amigo deve ter sido devastadora para que ele conseguisse seguir sua carreira artística.
"Minhas primeiras memórias visuais são de um quadro que ficava em cima do meu berço. Eu olhava para ele todas as noites antes de dormir - O Jardim das Delícias Terrenas - de Hieronymus Bosch. Foi pintado por volta de 1500. E se olharmos para os painéis durante um tempo, veremos que eles contam uma história. No primeiro painel, vemos Adão e Eva no Jardim do Éden. Pássaros voando ao longe, elefantes, girafas e muita iconografia religiosa. É no segundo painel que começa a ficar interessante. Os pecados mortais começam a ser introduzidos na pintura. Há superpopulação, libertinagem e excessos. E no último painel, que é o mais atemorizante, especialmente do ponto de vista de uma criança pequena, a paisagem se torna retorcida, apodrecida e queimada.Um paraíso que foi degradado e destruído." - Essa é a fala de introdução ao documentário, narrada pelo Leonardo DiCaprio. Isso narra, em suma, por uma visão religiosa, a criação da humanidade, seu desenvolvimento e seu fim trágico. A obra tríptica de Bosch apresenta, no quadro central, o prelúdio para o desastre. Isso significa que ainda há tempo para debates e soluções para evitar aquela catástrofe tão desastrosa que é desenhada por Bosch em sua terceira tela.
Momento torta de climão no documentário ocorre quando Leonardo DiCaprio conversa com uma especialista no assunto sobre mudanças climáticas, em Nova Deli:
Ela: - Chega de Hipocrisia.
Ele: - Temos que praticar o que falamos. Com certeza.
Ela: - Desculpe-me por dizer isso, sei que você é americano, e por favor não me leve a mal, mas o consumo de vocês vai criar um buraco no planeta! E eu acho que precisamos ter essa conversa. Vou mostrar meu ponto de vista com gráficos: a eletricidade consumida por um americano, em casa, equivale a 1.5 do consumo de um francês, 2.2 de um japonês, 10 vezes de um chinês e 34 vezes o consumo de um indiano. A questão é que precisamos colocar o estilo de vida e de consumo no centro das negociações climáticas.
[** que tiro foi esse, minha gente??** haushau os argumentos dessa mulher é uma chicotada de moralismo no lombo dos americanos.]
Antes de conversar com ela, Leo estava mostrando dados de consumo da China: "A China depende muito de Combustíveis fósseis, mas parece que eles começaram a transição para fontes renováveis muito mais cedo que o esperado". [uma estrelinha para os chineses, nesse quesito... ok entendemos isso]. Mas ai ele continua, e diz: "A questão é se os países menos desenvolvidos, com populações que crescem rapidamente, farão a mesma transação" [ou seja, sair de queima de combustíveis fósseis para energias renováveis]. Pra mim, é nesse ponto que o documentário falha em sua abordagem, e muito, pois o cerne da questão não são os países pobres com grandes populações, como a Índia, por exemplo. Ai, essa mesma especialista diz, em números, exatamente o que eu penso: "A índia é o maior emissor do mundo. E ainda assim, está lutando contra a escassez de energia e apagões constantes. Nós nos importamos com mudanças climáticas, mas o acesso à energia nesse país é um desafio tão grande quanto o próprio assunto de mudanças climáticas. Precisamos garantir que cada indiano tenha acesso à energia...
Ele: - Existem 300 milhões de habitantes sem energia elétrica aqui na Índia. Isso é o equivalente a toda a população dos Estados Unidos.
- Ela: - Atualmente, em alguns vilarejos da Índia, alguns moradores pegam esterco, amassam e tacam fogo. E essa é a única maneira que eles tem para cozinhar. [ou seja, eles acabam usando esterco para usar como lenha ou carvão]. Hoje em dia a biomassa é usada para cozinhar. Imagine se esses 300 milhões de habitantes começam a usar carvão? Haverá aumento do uso de combustíveis fósseis... e o mundo inteiro já era!"
Gente, vamos debater seriamente sobre o assunto. Aquecimento global está longe de ser um assunto desgastante. Por onde começar a solução do problema? Leonardo DiCaprio propôs um enfoque nos países mais pobres [o que é razoável de se pensar], mas seu enfoque é na transição de fósseis para energia limpa desses países, mas aí a especialista apresenta informações de que nem no patamar de queima de combustíveis fósseis os indianos estão, imagina se estivessem, como planeta não estaria hoje?
A solução começa aqui: precisamos colocar o estilo de vida e de consumo no centro das negociações climáticas.
O filme Operação Anthropoid possui informações complementares a esse filme aqui. Em muitos pontos, ambos os filmes convergem suas informações, em outros, me pareceu criatividade dos roteiros em construir uma história baseada em fatos reais [o que não há nenhum problema nisso].
Em The Man With the Iron Heart os personagens são bons, intensos e mergulham na atmosfera densa e nebulosa que é necessário para o momento histórico retratado. Achei também que a personagem da Rosamund Pike poderia ter sido melhor explorada, assim como o do próprio Reinhard Heydrich [interpretado muito bem pelo Jason Clarke]. Também concordo com o comentário anterior, de que a dualidade na personalidade de Heydrich poderia ter tido mais enfoque, o que complementa com a falta de investimento na evolução dos personagens. Gostei bastante, porém, da paleta de cores vivas [como o vermelho amplamente distribuído], mesmo esse tendo sido um período obscuro e de grandes eventos com nuvens nebulosas de medo, humilhação e decadência. Mas não para Heydrich, que ascendia no domínio nazista.
Consigo entender o motivo do adjetivo "Coração de Ferro" atribuído ao Heydrich, já que ele foi o terceiro nazista mais importante dentro do Terceiro Reich, em termos de hierarquia [ficando, apenas, atrás do Himmler e do próprio medonho lá, o Hitler], por ter sido o chefe da Gestapo [o que não fica claro no filme] e pela sua astúcia em colocar em prática a "Solução Final" [que era o plano de dizimar todos os judeus em território de domínio nazista].
Himmler e Heydrich são apresentados no filme como se fossem unha e carne, mas o partido nazista como um todo realizava reuniões importantes com diversos membros do alto escalão, e foi aí que eu achei que o filme pecou um pouco, pois o próprio Führer da Alemanha Nazista não apareceu em nenhuma tomada, nem Goebbels [ministro da propaganda], nem Albert Speer [o arquiteto da Alemanha Nazista], o que seria interessante nessa narrativa meio biográfica, ao meu ver.
Achei que o filme faltou um pouco em aspectos que pudessem nos ilustrar ainda mais a brutalidade desse "Coração de Ferro", no que se refere aos campos de concentração e aos assaltos sistemáticos promovidos pelo departamento de segurança [que era chefiado pelo próprio Heydrich]. Entendo que o filme ilustrou, e muito bem, toda a humilhação e horror sofridos pelo povo checo, assim como pelos ajudantes dos soldados paraquedistas que tinham o objetivo de matar o Heydrich. Sua falta de humanidade consiste em muito mais que a eliminação de dezenas de pessoas, mas sim de milhares de judeus e quem estivesse na frente dos seus planos.
No final do filme é dito que os nazistas tinham planos de tomar Paris e estabelecer Heydrich por lá, da mesma forma que eles fizeram em Praga, na Checoslováquia [e com sucesso]. Heydrich não se estabeleceu na França, pois morreu após a operação Anthropoid ter sido concluída, mas a França foi tomada pelas forças obscuras e doentias do nazismo [com a ajuda do próprio chefe de estado francês, Marechal Pétain].
Se a gente extrapolar essa ideia de supremacia da raça ariana e ideologia naziata, eu só vejo uma via que combina com essa narrativa: O Homem do Castelo Alto. Essa é uma série [fictícia] baseada no livro do escritor Philip K. Dick (1962). A questão inicial do livro é bastante clara: Alemanha nazista aliada ao Japão imperial venceram a Segunda Guerra Mundial. O que supostamente teria acontecido ao restante das nações, especialmente aos Estados Unidos, se os nazistas tivessem vencido a guerra? Fica aqui a semente para nossa imaginação.
Que filme estranho. O Filmow disponibiliza na sinopse 70% de spoiler do filme. Os restantes 30% são divididos em torta de climão e um final reflexivo. Atitudes questionáveis, desapontamentos e uma trilha sonora lírica que nos guia para uma imersão de um sentimentalismo quase único.
Isabel foi a verdadeira culpada de todo esse drama. Atitude irresponsável de manter uma mentira a todo custo pelo fato de não suportar a dor do aborto de dois filhos. O Tom desde o início foi justo e honesto, buscando encontrar equilíbrio entre o que é certo e o amor pela sua esposa que estava meio depressiva. Lá pelas tantas eu já queria que ele tivesse ficado com a viúva Hannah do que com a própria esposa, que o abandonou quando ele mais precisava. Aí quando ela [Isabel] percebe que teria sua filha [Lucy] de volta, ela corre atrás do marido preso. Ah, nos poupe!
Um documentário de primeira qualidade! Ilustrações dos trezentos anos da Dinastia Romanov tomavam forma pelas pinturas contidas nos palácios e museus. A literatura certamente ajudou muito para que muitos detalhes fossem esclarecidos com mais precisão. De Pedro, O Grande, que revolucionou a Rússia Imperial, que foi à França aspirar o aroma da erudição... passando por Catarina, a Grande, que trouxe um frescor de astúcia, inteligência e decisões certeiras; certamente uma monarca à frente do seu tempo. O último episódio do documentário é engrandecido pelo povo, que cansado de ser extorquido, escravizado, se revolta contra o governo e a autocracia dos Romanov e exige de Nicolau II tudo aquilo que seus antecessores haviam plantado degrau por degrau.
A população, que majoritariamente era pobre e vivia no campo, estava em seu ápice. Várias tentativas de derrubar o czar ocorreram. Uma revolução era inevitável. Os bolcheviques liderados por Lênin, em 1917, tomaram o poder do governo provisório e instalaram um regime socialista. O tricentenário da dinastia, ao meu ver, foi um marco para o despertar daqueles que sentiam a necessidade de mudanças e reformas de uma Rússia que precisava se adequar ao mundo moderno.
Germinal
3.9 122Um filme pesado! [spoiler alert]
Trecho de um diálogo:
"Cético na causa: - O seu Karl Marx continua a acreditar na evolução das forças naturais querendo negociar com os patrões cara a cara para obter aumento de salário. É preciso tacar fogo em todas as cidades, arrasar tudo, quando já não restar nada neste mundo... talvez cresça outro melhor.
Trabalhadores: - Não chegaremos a esse extremo. O Operário sozinho não é ninguém, mas unido representa uma grande força."
E uma semente em solo fértil sempre brotará... se não hoje, amanhã!
Trabalhadores do mundo, uni-vos!
Meu Amigo Totoro
4.3 1,3K Assista AgoraUm filme singelo e prazeroso de assistir. Nenhum filme do Hayao Miyazaki desce o nível. Todos os seus que eu assisti até hoje possuem um grau de sentimentalismo que é sua marca... e nos marca!
Porém eu esperava mais no sentido de desenvolvimento. A casa da família poderia ter sido melhor organizada. Poderiam mostrar a mãe das meninas já fora do hospital e trazendo novos ares para a comunidade. O jardim da frente da casa poderia ser refeito. O mundo mágico do Totoro poderia ser melhor explorado, como é demonstrado com detalhes em A Viagem de Chihiro, por exemplo.
Meu Amigo mais Fofo
Oharu - A Vida de uma Cortesã
4.4 24 Assista AgoraUma história sutil e infeliz. [spoiler alert]
O filme se passa no início do Período Edo, que é uma era conhecida por marcar o início da modernidade no Japão. É um tanto curioso esse contraponto apresentado no filme, já que observamos na narrativa a decadência de uma moça na sociedade japonesa e o humilhante papel relegado às mulheres. Oharu foi sacrificada de muitas formas: saindo de moça pura, passando por concubina, cortesã, prostituta e por fim acabou mendigando, descendo a rampa do declínio em uma velocidade abrupta (no sentido da vida), mas foi lenta e gradualmente demonstrado pela cautelosa direção do filme.
Oharu foi uma cortesã por aptidão, não por gosto. Foi forçada a servir e viver uma vida que não merecia. Uma moça que teve um filho herdeiro de uma herança imensurável e que foi condenada à reclusão perpétua por ter vivido uma vida deplorável. [eles mesmos causaram-na tanta dor e sofrimento e a condenaram por seus próprios erros de falta de humanidade].
Admirando uma estátua conhecida pelos orientais como Arhat (similar ao que é feito no catolicismo com imagens de santos, que representam seres de elevada estatura espiritual), a nossa protagonista observa atentamente às faces dos homens que passaram pela sua vida projetada nos rostos dos Arhats. Uma verdadeira imagem e semelhança daqueles que criam os símbolos espirituais. Nem no subterfúgio religioso ela teve paz de espírito.
Por ter sido acusada de promíscua e puta a todo instante, foi rejeitada do ambiente budista e excluída de ser uma monja (como ela um dia almejou ser). O curioso é que seu fim é ensaiado ao som de canções budistas, enquanto mendigava.
Trecho dos requisitos que a cortesã deveria ter:
"Primeiramente, ela deve ter entre 15 e 18 anos. Seu rosto deve ser redondo, de acordo com a moda. Seus olhos devem ser arredondados. Sobrancelhas espessas com bastante espaço entre os olhos. Uma boca pequena, com um conjunto completo de dentes brancos. Longas orelhas com bordas rasas e lóbulos destacados e translúcidos. Um cabelo natural e virgem. Um long pescoço sem penugem. Dedos longos e delgados com unhas diáfanas... pés menores do que 20 cm e com nove arcos. Ela deve ter um torço longo e aprumado. Uma cintura firme, mas não muito musculosa. Um traseiro arredondado. Deve ter um comportamento agradável, uma bela figura independente das vestimentas. De berço nobre, temperamento meigo e sem um único sinal no corpo."
Oharu - A decadência de uma Cortesã
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraO filme em si não me encantou muito, mas a construção do personagem do Joaquim Phoenix é incrível. Ele eleva o filme em muitos sentidos.
Acho que a base do filme em três aspectos foi muito bem iniciada: I - relação de Freddie Quell com o seu "Mestre" Lancaster Dodd. II - Abordagem do culto A Causa. III - Dinâmica da Família Dodd. Só não concordo que esses pilares foram bem finalizados.
A relação dos personagens no primeiro aspecto é o que torna a história interessante (inicialmente), dada a polidez de Dodd e a rebeldia de Quell. Esse contraponto entre as personalidades é intrigante.
No segundo pilar abordado no filme, traz um culto com a publicação do seu primeiro Livro (com letra maiúscula) já em prática, com símbolos, ritos e uma linha de pensamento definida. A base de toda a doutrina é amparada na "complexidade" filosófica trazida por Dodd e reproduzida por seus seguidores. Sim, seguidores! Tanto que na publicação do segundo Livro, a oradora interpretada pela Laura Dern consulta o seu "Mestre" de como proceder com uma nova mudança de abordagem (trocando a palavra recordação por imaginação, no resgate de experiências de vidas passadas). Esse e muitos outros detalhes fazem A Causa uma doutrina como tantas outras: exigindo um núcleo comum entre a necessidade da dependência de um Mestre ou de algum ensinamento (proveniente de algum outro Mestre) para com o integrante do culto. Amy Adams, representando a mão por trás do Mestre (ver a imagem do último pôster), é o cerne dessa dependência, no culto. A crítica quanto a Cientologia, ao meu ver, ficou super clara! Mas não avança de forma substancial.
Freddie Quell é subversivo na narrativa: ele é o seu próprio mestre!
[Realmente, a cena do interrogatório é muito boa. E eu também achei o final muito importante na descrição do significado do grupo A Causa].
No site Páprica, eles fazem o seguinte comentário sobre um contexto específico do Filme: "Na tentativa de lidar com seu passado mal resolvido, seja por decisões não tomadas, por herança de uma família perturbada ou ainda por traumas vividos na guerra, o ex marinheiro busca refúgio em drinques que fariam um motor funcionar (ou que pelo menos removeriam tinta de qualquer superfície). Em um dos melhores momentos do filme, Freddie é questionado quanto aos ingredientes utilizados em suas bebidas, ao que ele responde: “é segredo”. Fica a dúvida se Freddie tem vergonha de admitir que usa combustíveis inflamáveis ou se ele tem consciência que tais “segredos” também são ingredientes para a formação de sua alma atormentada." [haha.. engraçado isso].
O Barman
Jane Eyre
3.9 787 Assista AgoraUm filme romântico mediano que não fez jus à grande obra de Charlotte Brontë. As atuações de ambos os protagonistas incomoda um pouco: ele, denso e agressivo no tom de voz e nos gestos. Ela, delicada, sólida e amargurada (pelo seu passado sofrido). A junção dos personagens não gerou conexão.
Jane Apaixonada
Fanny e Alexander
4.3 215Não o considero uma obra prima, mas é um filme bom sim. Muito criativo no roteiro e belo visualmente. As estações do ano não representaram os sentimentos dos personagens: meio ao inverno, as famílias estavam estonteantes, alegres. Roupas estilosas e vibrantes. Personalidades que se destacavam entre si. Entretanto, durante os períodos de chuva, percebia-se o contraste entre a tristeza e solidão que pairavam na casa do bispo. Quando o Sol aparecia, a casa da avó das crianças enchia-se de brilho e liberdade [libertinagem também].
Um filme que se passa no início do séc XIX traz nos ambientes escuros, velas que iluminam mais que lâmpadas de LED de 20W [achei curioso isso]. Talvez a direção de arte não quis ser literal quanto a iluminação. Mas a fotografia é muito bonita!
Uma pena que o filme não investiu nas crianças. Fanny apareceu pouco e falou meia dúzia de palavras o filme todo. Só observava e esboçou algum sentimento apenas em uma única cena específica. Alexander parecia deslocado aos acontecimentos, mesmo com uma participação um pouco maior.
Reparei que o filme teve cenas corridas em partes importantes. O filme possui pouco mais de 3h [versão que foi para os cinemas], mas em comentários abaixo, falam que o filme original possuía 5h de duração. Talvez isso explique essa desconexão entre algumas cenas que foram mostradas, pois o filme realmente falta em alguns aspectos da narrativa.
Frio e Aristocrático
My Way
4.2 46É um bom filme, mas com muitas cenas baseadas naquele famoso "salvo pelo gongo".
É aquele tipo de filme que a gente faz uma pipoca pra assistir junto com um tio que adora filmes de guerra e ele é quem narra o filme por uma melhor perspectiva e a gente acaba relevando os erros técnicos do filme.
My Gongo
A Maldição da Casa Winchester
2.6 460 Assista AgoraGostei muito do filme. Os jump scares acontecem aos montes e é com esse tipo de "susto" que o filme avança. [spoiler alert]
Sob o design de produção:
Incrível! Bom gosto nas estampas, iluminação agradável aos olhos e tornando os ambientes ora aconchegantes, ora sombrios. Roupas com caimento de classe. As cortinas com cores incríveis: vermelho escarlate [em veludos], amarelo âmbar [para dar o tom de uma iluminação artificial pela reflexão da luz no tecido], verde oliva escuro [normalmente nas capas dos livros em ambientes como salas de estar], e detalhes em branco pérola. A fotografia é muito boa também, assim como as atuações.
A casa Winchester é rica em detalhes artísticos, como paredes com design do rústico ao minucioso; vasos de flores de diversos tipos, quadros com molduras trabalhadas e infinitas portas e passagens [a casa é gigante mesmo].
O Laudanum [ópium], uma espécie de analgésico com álcool para acalmar os nervos e possíveis dores pelo corpo [bebida usualmente consumida durante a era vitoriana], serviu de base para que Sarah Winchester conseguisse extrair a verdadeira atenção que era requerida para o trabalho do Dr. Eric Price. (para ela, se ele está em sua casa sob a influência de substâncias que podem ofuscar sua "visão" no seu trabalho, nada mais justo do que ambos estarem livres de qualquer tipo de ilícito, afinal o que estava em jogo era a participação dela como acionista majoritária na Winchester Repeating Arms Company).
Funcionários que trabalham, ensandecidamente, na construção da casa também me soaram estranho. A liberdade artística dos roteiristas em desenvolver uma história que, para muitos, pode parecer absurda, na verdade foi bem criativa, ao meu ver. As portas trancafiadas com treze pregos, que abrigavam entidades sofridas pelas balas dos rifles das armas dos Winchester, por gerações, podem servir de premissa para outras histórias de fantasmas. Eles escolheram contar uma [que engrandecendo o conto, era a entidade mais poderosa]. (particularmente não vejo nada de ruim nisso).
Eu estava esperando que no final do filme fosse mostrado algum tipo de explicação mais palatável e condizente com a realidade, e foi feito: o tremor que abalou a Casa Winchester [e que se supunha, até um certo instante, que fosse pela entidade mais poderosa], na verdade foi um sismo que abalou a região de São Francisco, nos Estados Unidos, em 1906.
Em quem acreditar, então? Oras, o tremor de terra foi verdadeiro, mas o laudo do Dr. Eric Price atestando a normalidade das faculdades mentais de Sarah Winchester também é verdadeiro.
(Mas ao meu ver, a participação do próprio Dr. é questionável. Ele mesmo foi contratado pela própria Sarah (para a curiosidade dele também), o que põem em dúvida sua ligação anterior com ela. Seu pagamento foi dobrado na hora de sua contratação. Sua ligação com a empresa é inegável, afinal sua esposa tinha sido morta por um rifle Winchester. Sarah já sabia da história de pós morte do Dr. Eric Price, e ele já sabia que ela tinha livros de registros de todos aqueles que foram baleados por um rifle da empresa. São tantos detalhes que podemos levar em consideração nesse quesito!)
Um dado muito importante é que o filme teve um custo de produção de 3,5 milhões de dólares. Um valor muito baixo e um material muito bem feito.
Os Jump Scares da Casa Winchester
Serena
2.7 293 Assista AgoraDuas estrelinhas pelo design de produção que está ótimo e pelos figurantes, que representaram muito bem a categoria dos atores. De resto, meus amigos, fujam!
Tranquila
Z
4.4 122Filmão!!! [spoiler alert]
Baseado no livro Z, publicado em 1967, de Vassilis Vassilikos, esse é um filme forte que mostra os bastidores de um crime político ocorrido na Grécia, em 1963: o assassinato de um político grego, Grigoris Lambrakis, que sacrificou sua vida em nome da paz e da dignidade humana.
Detalhe: a grande mídia da época fomentou a versão dos policiais e militares, mantendo assim o status quo. Foi o jovem jornalista que, pensando diferente, foi atrás de fatos e provas que foram fundamentais para o desmembramento dos crimes.
Baseado em fatos reais, Costa-Gavras assina embaixo um roteiro muito bem feito; uma direção excelente e com um tempo de filmagem na medida; atuações comprometidas; o conteúdo cinematográfico é riquíssimo. O filme ganhou, na sua época, o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor filme estrangeiro. Super recomendo!
Z - Ele ainda está vivo
As Irmãs Brontë
3.8 34 Assista AgoraO que não foi narrado no filme:
O livro "Os Crimes de Charlotte Brontë", publicado em 1999, traz novos questionamentos sobre possíveis assassinatos na família, explicando que em uma década após o sucesso das irmãs, todos estavam mortos. Algo de podre no lar das irmãs Brontë!
Link para essa explicação: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq10079906.htm
Minhas percepções do filme [spoiler alert]:
O Morro dos Ventos Uivantes, Jane Eyre, A senhora de Wildfell Hall, são as principais obras escritas pelas irmãs Brontë, sob o pseudônimo de Currer Bell, Ellis Bell e Acton Bell. Nomes ditos unissex que elas escolheram para encobrir suas identidades originais, dada a situação da época em que viviam [era vitoriana], onde as mulheres eram tratadas como inferiores. Mas as irmãs, especialmente Charlotte, nunca se enxergaram menores. Andando na invisibilidade, elas trouxeram grandes obras que revolucionaram a literatura.
O filme, embora simples, traz um conteúdo gigantesco. A relação das irmãs com o irmão doente e o pai idoso, e a preocupação delas com o futuro da família, é um retrato muito curioso de suas personalidades. Merecia um seriado!
As irmãs invisíveis
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista AgoraÉ um filme sobre personagens e drama familiar.
Denzel está teatral demais, demais! O personagem dele ficou extremamente irritante. Ele não para de falar durante toda a primeira parte do filme. Ai quando a gente pensa que os demais personagens terão uma oportunidade de salvar o filme, o drama que estávamos esperando realmente começa, mas o ranço com Troy Maxson [personagem interpretado pelo Denzel] aumenta ainda mais. Viola Davis é, sem dúvidas, a estrela desse filme e interpreta uma personagem linda, amável e moralmente superior. Esperava mais do roteiro.
Uma Revolta Entre Nós
Era Uma Vez na Anatólia
3.8 60É uma pena, mas não consigo extrair nada de bom desse filme. Não recomendo.
Era Uma Vez na Autópsia
Asas do Desejo
4.3 493 Assista AgoraA relação dialética entre o celestial e o mundano permeou o filme por toda sua duração. Tive a sensação de não conseguir absorver toda a poesia que o filme trouxe, pelos longos momentos de contemplação proporcionados, que pra mim, foram convertidos em instantes de tédio, infelizmente, pois gostei bastante da direção e as jogadas de câmera. Gostei bastante da estética visual do filme e de pequenas cenas em particulares. Mesmo não curtindo muito, fiquei curioso com a continuação. To be continued...
Asas do Anjo Caído
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraApesar de eu, particularmente, não gostar da maioria dos atores escalados, gostei bastante do filme. Ta pensando que as bombas de guerra avisam antes de cair? O filme traz algumas boas surpresas no roteiro, mas não traz diálogos intensos, nem reflexões sobre a guerra, apenas um filme americano bem feito.
Tanques de Ferro
A Fita Branca
4.0 756 Assista AgoraSinto que não consegui absorver o filme em toda sua essência. Mas gostei de muitas coisas abordadas, como as alegorias para o autoritarismo que, ao que sugere, viria também a emergir na Alemanha por princípios de tirania abordados na infância daquelas crianças alemãs. Os ritos e os símbolos permearam o filme, que em suma, era sem cor, sem brilho, sem trilha, sem esperança, sem nada de bom na vida de uma pessoa.
A fita da inocência
Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas
4.0 399 Assista AgoraQuando abrem as inscrições para a escola de charme de Bonnie e Clyde?
Bom, particularmente, achei a série produzida pelo The History Channel [Bonnie & Clyde: Dead and Alive] muito melhor do que esse filme. O filme tem um roteiro beeem simples. Diálogos beeem simples. Nada demais.
Bonnie e Clyde - Uma rajada de sono
Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi
4.1 323 Assista AgoraEsse filme é colossal! Achei que seria mais do mesmo, mas me enganei [positivamente], pois o roteiro é incrível. É um material muito linear no começo, mas as consequências de algumas ações tomadas ao longo da trama desencadeiam no pior que possa existir da humanidade. É uma peça muito realista e triste.
O roteiro é incrível por nos guiar por um determinado caminho e fazer a gente pensar que já entendemos a história toda [engano nosso]. A fórmula se mantém a mesma dos filmes de mesmo gênero, mas surpreende pelo impacto da realidade vivida pelos negros sob as leis de Jim Crow, que recontextualizam a escravidão nos estados do Sul daquele país.
Alguns pequenos erros de execução, como do ator Jason Mitchell [que interpretou Ronsel Jackson], que fez muitas caras e bocas em situações que, ao meu ver, se exigia um certo nível de estoicismo por parte do personagem.
O filme se passa após a segunda Guerra Mundial... detalhe, as leis de Jim Crow, que mantiveram os negros como uma categoria abaixo da humana [pra dizer o mínimo] foram encerradas [no papel] em 1964, no ato pelos Direitos Civis. Gente, fiquei imaginando quanto sofrimento nessa época, por tanto tempo.
[escrevi esse comentário ouvindo ao soundtrack do filme na linda voz da Mary J. Blige]
Um Estado de Liberdade
3.7 215 Assista AgoraGostei do filme. Prende a atenção [mesmo sendo calmo em alguns momentos]. As atuações estão boas e a fotografia se destaca.
O condado Livre de Jones possuiu um líder que não distinguia cor de pele [o que é quase inédito]. O filme traz nuances muito interessantes sobre a tensão racial, a luta por direitos e a liberdade de trabalhadores do Sul... aí surge o contraste com uma realidade em paralelo que também é demonstrada em algumas tomadas, no filme. Recomendo!
Detroit em Rebelião
4.0 193 Assista AgoraUma direção de alta qualidade me fez imergir no ambiente inóspito dos Estados Unidos de 1967 de uma forma angustiante. O objeto de narrativa dessa obra é rico em forma, cor, diálogos, retórica e horror. Eu saí do filme devastado. Triste, seja pela...
...sentença em favor das forças policiais [no fim do filme]; seja pela barbárie feita contra a comunidade negra da época; seja pela ruptura da dignidade humana que tudo o que foi narrado causou na vida das pessoas. O Larry [personagem interpretado pelo Algee Smith] é demonstrado no filme como alguém que permaneceu com sequelas por toda a sua vida... e isso é de cortar o coração, pois faz a gente perceber que todo aquele ataque contra sua dignidade permaneceu dentro de sua mente por toda sua vida. A lembrança da morte de seu melhor amigo deve ter sido devastadora para que ele conseguisse seguir sua carreira artística.
FILMÃO! Recomendo.
Seremos História?
4.3 59 Assista AgoraVamos debater sobre mudanças climáticas?
Minhas perspectivas sobre o documentário [com spoiler]:
"Minhas primeiras memórias visuais são de um quadro que ficava em cima do meu berço. Eu olhava para ele todas as noites antes de dormir - O Jardim das Delícias Terrenas - de Hieronymus Bosch. Foi pintado por volta de 1500. E se olharmos para os painéis durante um tempo, veremos que eles contam uma história. No primeiro painel, vemos Adão e Eva no Jardim do Éden. Pássaros voando ao longe, elefantes, girafas e muita iconografia religiosa. É no segundo painel que começa a ficar interessante. Os pecados mortais começam a ser introduzidos na pintura. Há superpopulação, libertinagem e excessos. E no último painel, que é o mais atemorizante, especialmente do ponto de vista de uma criança pequena, a paisagem se torna retorcida, apodrecida e queimada.Um paraíso que foi degradado e destruído." - Essa é a fala de introdução ao documentário, narrada pelo Leonardo DiCaprio. Isso narra, em suma, por uma visão religiosa, a criação da humanidade, seu desenvolvimento e seu fim trágico. A obra tríptica de Bosch apresenta, no quadro central, o prelúdio para o desastre. Isso significa que ainda há tempo para debates e soluções para evitar aquela catástrofe tão desastrosa que é desenhada por Bosch em sua terceira tela.
Momento torta de climão no documentário ocorre quando Leonardo DiCaprio conversa com uma especialista no assunto sobre mudanças climáticas, em Nova Deli:
Ela: - Chega de Hipocrisia.
Ele: - Temos que praticar o que falamos. Com certeza.
Ela: - Desculpe-me por dizer isso, sei que você é americano, e por favor não me leve a mal, mas o consumo de vocês vai criar um buraco no planeta! E eu acho que precisamos ter essa conversa. Vou mostrar meu ponto de vista com gráficos: a eletricidade consumida por um americano, em casa, equivale a 1.5 do consumo de um francês, 2.2 de um japonês, 10 vezes de um chinês e 34 vezes o consumo de um indiano. A questão é que precisamos colocar o estilo de vida e de consumo no centro das negociações climáticas.
[** que tiro foi esse, minha gente??** haushau os argumentos dessa mulher é uma chicotada de moralismo no lombo dos americanos.]
Antes de conversar com ela, Leo estava mostrando dados de consumo da China: "A China depende muito de Combustíveis fósseis, mas parece que eles começaram a transição para fontes renováveis muito mais cedo que o esperado". [uma estrelinha para os chineses, nesse quesito... ok entendemos isso]. Mas ai ele continua, e diz: "A questão é se os países menos desenvolvidos, com populações que crescem rapidamente, farão a mesma transação" [ou seja, sair de queima de combustíveis fósseis para energias renováveis]. Pra mim, é nesse ponto que o documentário falha em sua abordagem, e muito, pois o cerne da questão não são os países pobres com grandes populações, como a Índia, por exemplo. Ai, essa mesma especialista diz, em números, exatamente o que eu penso: "A índia é o maior emissor do mundo. E ainda assim, está lutando contra a escassez de energia e apagões constantes. Nós nos importamos com mudanças climáticas, mas o acesso à energia nesse país é um desafio tão grande quanto o próprio assunto de mudanças climáticas. Precisamos garantir que cada indiano tenha acesso à energia...
Ele: - Existem 300 milhões de habitantes sem energia elétrica aqui na Índia. Isso é o equivalente a toda a população dos Estados Unidos.
- Ela: - Atualmente, em alguns vilarejos da Índia, alguns moradores pegam esterco, amassam e tacam fogo. E essa é a única maneira que eles tem para cozinhar. [ou seja, eles acabam usando esterco para usar como lenha ou carvão]. Hoje em dia a biomassa é usada para cozinhar. Imagine se esses 300 milhões de habitantes começam a usar carvão? Haverá aumento do uso de combustíveis fósseis... e o mundo inteiro já era!"
Gente, vamos debater seriamente sobre o assunto. Aquecimento global está longe de ser um assunto desgastante. Por onde começar a solução do problema? Leonardo DiCaprio propôs um enfoque nos países mais pobres [o que é razoável de se pensar], mas seu enfoque é na transição de fósseis para energia limpa desses países, mas aí a especialista apresenta informações de que nem no patamar de queima de combustíveis fósseis os indianos estão, imagina se estivessem, como planeta não estaria hoje?
A solução começa aqui: precisamos colocar o estilo de vida e de consumo no centro das negociações climáticas.
The Man With the Iron Heart
3.4 37O filme Operação Anthropoid possui informações complementares a esse filme aqui. Em muitos pontos, ambos os filmes convergem suas informações, em outros, me pareceu criatividade dos roteiros em construir uma história baseada em fatos reais [o que não há nenhum problema nisso].
Em The Man With the Iron Heart os personagens são bons, intensos e mergulham na atmosfera densa e nebulosa que é necessário para o momento histórico retratado. Achei também que a personagem da Rosamund Pike poderia ter sido melhor explorada, assim como o do próprio Reinhard Heydrich [interpretado muito bem pelo Jason Clarke]. Também concordo com o comentário anterior, de que a dualidade na personalidade de Heydrich poderia ter tido mais enfoque, o que complementa com a falta de investimento na evolução dos personagens. Gostei bastante, porém, da paleta de cores vivas [como o vermelho amplamente distribuído], mesmo esse tendo sido um período obscuro e de grandes eventos com nuvens nebulosas de medo, humilhação e decadência. Mas não para Heydrich, que ascendia no domínio nazista.
Consigo entender o motivo do adjetivo "Coração de Ferro" atribuído ao Heydrich, já que ele foi o terceiro nazista mais importante dentro do Terceiro Reich, em termos de hierarquia [ficando, apenas, atrás do Himmler e do próprio medonho lá, o Hitler], por ter sido o chefe da Gestapo [o que não fica claro no filme] e pela sua astúcia em colocar em prática a "Solução Final" [que era o plano de dizimar todos os judeus em território de domínio nazista].
Himmler e Heydrich são apresentados no filme como se fossem unha e carne, mas o partido nazista como um todo realizava reuniões importantes com diversos membros do alto escalão, e foi aí que eu achei que o filme pecou um pouco, pois o próprio Führer da Alemanha Nazista não apareceu em nenhuma tomada, nem Goebbels [ministro da propaganda], nem Albert Speer [o arquiteto da Alemanha Nazista], o que seria interessante nessa narrativa meio biográfica, ao meu ver.
Achei que o filme faltou um pouco em aspectos que pudessem nos ilustrar ainda mais a brutalidade desse "Coração de Ferro", no que se refere aos campos de concentração e aos assaltos sistemáticos promovidos pelo departamento de segurança [que era chefiado pelo próprio Heydrich]. Entendo que o filme ilustrou, e muito bem, toda a humilhação e horror sofridos pelo povo checo, assim como pelos ajudantes dos soldados paraquedistas que tinham o objetivo de matar o Heydrich. Sua falta de humanidade consiste em muito mais que a eliminação de dezenas de pessoas, mas sim de milhares de judeus e quem estivesse na frente dos seus planos.
No final do filme é dito que os nazistas tinham planos de tomar Paris e estabelecer Heydrich por lá, da mesma forma que eles fizeram em Praga, na Checoslováquia [e com sucesso]. Heydrich não se estabeleceu na França, pois morreu após a operação Anthropoid ter sido concluída, mas a França foi tomada pelas forças obscuras e doentias do nazismo [com a ajuda do próprio chefe de estado francês, Marechal Pétain].
Se a gente extrapolar essa ideia de supremacia da raça ariana e ideologia naziata, eu só vejo uma via que combina com essa narrativa: O Homem do Castelo Alto. Essa é uma série [fictícia] baseada no livro do escritor Philip K. Dick (1962). A questão inicial do livro é bastante clara: Alemanha nazista aliada ao Japão imperial venceram a Segunda Guerra Mundial. O que supostamente teria acontecido ao restante das nações, especialmente aos Estados Unidos, se os nazistas tivessem vencido a guerra? Fica aqui a semente para nossa imaginação.
A Luz Entre Oceanos
3.8 358 Assista AgoraQue filme estranho.
O Filmow disponibiliza na sinopse 70% de spoiler do filme. Os restantes 30% são divididos em torta de climão e um final reflexivo. Atitudes questionáveis, desapontamentos e uma trilha sonora lírica que nos guia para uma imersão de um sentimentalismo quase único.
A culpa de tudo foi de quem?
Isabel foi a verdadeira culpada de todo esse drama. Atitude irresponsável de manter uma mentira a todo custo pelo fato de não suportar a dor do aborto de dois filhos. O Tom desde o início foi justo e honesto, buscando encontrar equilíbrio entre o que é certo e o amor pela sua esposa que estava meio depressiva. Lá pelas tantas eu já queria que ele tivesse ficado com a viúva Hannah do que com a própria esposa, que o abandonou quando ele mais precisava. Aí quando ela [Isabel] percebe que teria sua filha [Lucy] de volta, ela corre atrás do marido preso. Ah, nos poupe!
Empire of the Tsars: Romanov Russia
4.2 8Um documentário de primeira qualidade! Ilustrações dos trezentos anos da Dinastia Romanov tomavam forma pelas pinturas contidas nos palácios e museus. A literatura certamente ajudou muito para que muitos detalhes fossem esclarecidos com mais precisão. De Pedro, O Grande, que revolucionou a Rússia Imperial, que foi à França aspirar o aroma da erudição... passando por Catarina, a Grande, que trouxe um frescor de astúcia, inteligência e decisões certeiras; certamente uma monarca à frente do seu tempo. O último episódio do documentário é engrandecido pelo povo, que cansado de ser extorquido, escravizado, se revolta contra o governo e a autocracia dos Romanov e exige de Nicolau II tudo aquilo que seus antecessores haviam plantado degrau por degrau.
A população, que majoritariamente era pobre e vivia no campo, estava em seu ápice. Várias tentativas de derrubar o czar ocorreram. Uma revolução era inevitável. Os bolcheviques liderados por Lênin, em 1917, tomaram o poder do governo provisório e instalaram um regime socialista. O tricentenário da dinastia, ao meu ver, foi um marco para o despertar daqueles que sentiam a necessidade de mudanças e reformas de uma Rússia que precisava se adequar ao mundo moderno.