Parece ser menos interessante de cara, mas a narração empolga e a tensão crescente prende forte o espectador. E nossa, tem umas sequências muito boas pra ser da década de 50.
Visual arrebatador, super de acordo com a linguagem que o Wes impregna em seu cinema, e na revisão é ainda mais apaixonante seja por esse aspecto, pelos personagens ou pela narrativa/subtexto. Filmaço!
Eu acho que a coisa que mais me pega no filme é como o desprezo de Camille (França) começa quando o Paul começa a ser submisso e se entregar ao Jeremy (EUA) e sempre que isso se intensifica, mais a Camille se enoja do marido. Esse subtexto tão pertinente é o que permeia e dá vivacidade ao longa de Godard além da obviedade trabalhada pelo relacionamento em questão. Porém, independente disso, é um longa muito bem filmado, cativante e interessante que vale muito ser visto.
É melancólico, forte e muito pungente. Das obras da Nouvelle Vague, com certeza é uma das mais tocantes e poéticas. É quase um filme sensorial. Tenho nem palavras. E Emmanuelle Riva é uma deusa.
É apaixonante e na revisão não caiu nada. A infância, as escolhas, as normas... tudo isso são situações universais e escolher cada um desses aspectos para transformar em uma obra que fala muito sobre desafiar o ''status'' como o protagonista faz aqui é uma excelente forma de criticar um jeito cansado de se fazer filmes. É auto-biográfico, mas é também muito referencial ao cinema que o Truffaut queria fazer, algo realmente novo. E o trabalho do Albert Rémy é inatacável, pois você torce para ele o tempo todo, filmaço!
Não consigo colocar em palavras, mas é uma experiência excelente de se ter. É uma obra, assim como muitas outras, da Nouvelle Vague que lida com a rebeldia contra ''a norma'', um tema que sintetiza o movimento como um todo. Jean-Paul Belmondo tem o carisma do mundo todo e eu ficava esperando ele gritar mais uma vez ''Meu nome é Ferdinand'', mas aqui é a forma desbravadora de Anna Karina quem chama atenção e comanda o filme. Vale muito!
Rever ''Acossado'' após tantos anos reforça a sua importância para o cinema moderno de uma forma quase gritante. Seu protagonista é bem diferente dos tipos da época, soou modernos nos anos 60 e a forma como o mesmo se enxerga e conduz a sua própria narrativa ainda é moderna hoje, sinto até que um ''Bonnie and Clyde'' do fim da década pegou uma ou duas coisas desse filme. Porém, é o ritmo e até uma certa ''leveza'' que predominam e fluem a película, fazendo com que o primeiro longa do diretor francês tenha sido tão importante 60 anos atrás e continue parecendo ''fresh'' e ainda influente nos dias de hoje.
Meio longa, mas excelente adaptação de um dos textos mais difíceis de Shakespeare. Sophie Okonedo detona demais como Cleópatra, mas o elenco em si é excelente.
Que filme mais despirocadamente foda é esse ''O Processo'', hein?
Welles trabalha aqui uma mise-en-scène estupenda com sombras, enquadramentos e composições que realmente te transportam pra uma situação nada realista. Não busca te dar respostas e você começa a ficar tão confuso e perdido quanto o protagonista, que aliás é maravilhosamente defendido (e escalado) por Anthony Perkins.
É um filme ''dream like'' e admite isso em ritmo e visual desde o primeiro momento e nunca o abandona, cada nova locação que vamos conhecendo é mais absurda que a outra, seja a casa cheia de papéis do Advogado ou o local onde K. trabalha. Tudo isso vai se amontoando para que cada nova situação seja ainda mais surreal e te transporte mais ainda para aquele mundo, aquela atmosfera. Uma pena que não seja tão louvado quanto outros trabalhos de Welles porque é um estrondo em tudo que se propõe, talvez não tanto no final, mas até ali a nossa experiência já foi imersiva o suficiente.
A cena final é uma coisa que só Pedro filmaria, né? O mesmo acha esse um de seus filmes mais fracos, mas acho que sua essência na construção das personagens e a forma como a trama é conduzida se mantém bem firme pelo que ele é conhecido em sua melhor forma. Gostei muito de toda a analogia entre os toureiros e acho que valeu bem a visita.
Ao lado de ''Mulheres'', é o maior clássico do diretor dos anos 80 e cumpre tudo que promete. Personagens expansivos em situações exageradas levadas as últimas consequências filmado imersivamente nesse mundo forte de paixão e loucura com um Antonio Banderas no auge da beleza e uma Carmen Maura em estado de graça. Um must-see do diretor, sem dúvidas!
Vamos deixar de lado todos os aspectos técnicos que compõe a importância do filme, isso eu tinha lido e visualizado quando assisti o mesmo anos atrás. Agora, o que ficou é como é um longa com um tema muito claro, absurdamente ritmado e com uma atuação central que dinamiza tudo mais ainda do diretor/roteirista e também ator Orson Welles.
''Cidadão Kane'' tem seu status como a magnum opus não só de Welles, mas do cinema e não é a toa. Conceber que esse projeto foi feito nos anos 40 (quando a industria do cinema tinha pouco mais de duas décadas) e que um jovem de pouco mais de 20 anos tenha conseguido juntar todas as peças do que viria a ser uma forma ''perfeita'' de conduzir um longa-metragem é quase de explodir a cabeça. Ao assistir o filme, você também fica pirado por ser uma grande obra não só técnica, mas de arte e entretenimento. Rosebud!
Eu achei um puro deleite! Não considero chato, mas a forma como os tópicos vão sendo trabalhados claramente denotam um tempo passado que talvez tenham envelhecido mal. Porém, nada como um excelente elenco e direção para sobressair e tornar o longa bastante interessante, não é mesmo? Agnes Moorehead é uma das primeiras grandes coadjuvantes do cinema pra mim e mesmo sem ser um clássico filme noir, a forma como Welles filma cada quadro ainda tem um forte foco nas sombras. Uma delícia de filme, de verdade!
Um noir irrefutável feito por um grande mestre. Nunca tinha visto e foi uma grata surpresa, todos os elementos que fazem do gênero importante estão ali e poucas pessoas filmam uma sombra como Orson Welles faz no longa, inclusive está também excelente enquanto ator. E o que dizer da beleza e presença de Heston como protagonista? Incrível! Ótima pedida para quem quer se enfurnar na filmografia de Welles.
Uma comédia diversíssima que na revisitação reforça a identidade singularmente extravagante que permeia os filmes do diretor desde o início de sua carreira. Cores vibrantes, temas exagerados e um elenco pegando fogo fazem de ''Mulheres'' a melhor obra de Almodóvar nos anos 80 e uma de suas obras mais significativas da carreira. Carmen Maura is EVERYTHING, mas Maria Barranco como Candela rouba muito a cena.
Essa revisão em plena quarentena veio como um murro. Acho que, acima de tudo, é impressionante como a arte é necessária em nossas vidas para que possamos passar um dia depois do outro. Para alguns, ela é mais escassa, mas para outros é 100% presente e eu acho que no momento que me encontro, nada poderia dialogar mais do que ser um peixe preso em um aquário vivendo de imaginação! E cara, Albert Finney é perfeito!
Se em ''8 e 1/2'' o diretor evocava seus medos enquanto artista em bloqueio, em ''Amarcord'' é um momento ou lapso de sua juventude que recai na tela grande. É uma obra evocativa do estilo do diretor, da preferência por ''vinhetas'' até a sexualidade presente, mas que se constrói como pequenos grãos de um sonho revivido por um adulto liberto e consciente da vida que teve. É uma obra que diverte, mas também demonstra a facilidade que Fellini tinha de lidar com a câmera e contar suas história de forma completamente singular.
Acredito que somente Billy Wilder com seu ''Crepúsculo dos Deuses'' consegue chegar ao nível de metalinguística e ''arte'' que Fellini entrega aqui. É quase místico como o diretor navega pelo surrealismo para lidar com a sua própria pane, e que mesmo assim em um determinado momento do longa (a cena dos testes), é como se ele tivesse ido um passo a frente. É Fellini ao cubo com seus bloqueios, receios e medos. É um artista em combustão utilizando a única coisa que conhece para se livrar desse redemoinho que cerca a todos nós: a sua própria arte. Bravo!
Divertido, mesmo que meio bobo, mas é um prenúncio do que Burton iria começar a adotar: muito estilo e pouca substância. Aqui ainda funciona, visualmente tem uma plasticidade irretocável e o elenco tem carisma. O filme passa num piscar de olhos, é uma excelente diversão e uma boa lembrança de um diretor antes de entrar no piloto automático.
Uma magnum opus de um diretor que soube como poucos analisar o showbiz, mas sem nunca perder a essência humana. A não linearidade, os shots dos cômodos, a presença extremamente carismática de Mastroianni fazem de ''A Doce Vida'' um dos maiores (em tempo também rs) clássicos do cinema e revisitar essa obra em uma pequena imersão do Fellini me faz entender ainda mais a força do cinema enquanto arte.
Já tinha visto a versão de cinema, mas como tava fazendo um seminário sobre Bergman, decidir rever o corte para a televisão, que é o original. E que TAPA é esse hein, sr. Ingmar? Não é a toa que Richard Linklater e Noah Baumbach afirmam que suas obras foram influenciadas por esse trabalho. Nenhum outro projeto audiovisual sobre esmiuçar tão forte e intrinsecamente o despedaçar de um casal como ''Cenas''. Os dois atores principais estão sublimes, mas é Ullmann (em uma de suas grandes atuações) que comanda essa destruição matrimonial e ajuda a dilacerar esse duo que se vê totalmente perdido a construções sociais impostas por séculos. É a capacidade de falar que permite que eles não fiquem juntos e as palavras de Bergman tem uma força que não dá para se medir.
Um poderoso recorte sobre amor ou a falta dele visto pela ótica de uma pessoa que ''vende'' algo relacionado ao mesmo, mas sem ser. É Fellini em essência e dialoga demais com ''A Estrada da Vida''. E assim como no longa citado, Giulietta Masina MASSACRA em cena, uma das atuações mais honestas, sinceras e poderosas que a grande tela já pode ter.
Fazia um bom tempo que eu não assistia um Fellini, esse não me pegou tanto, mas talvez seja porque eu estava acostumado com o italiano fazendo obras como ''La Dolce Vita''. Porém, o filme ainda dialoga bastante com o eu ''artístico'' do diretor e Giulietta Massina brilha demais em cena. Vale a conferida.
É muito massa poder ver esse filme e ''Parasita'' com menos de um ano de diferença. Quando um diretor o que quer contar e como contar, ele acaba sempre tendo isso intrínseco a si mesmo, só vai apurando suas habilidades. A câmera, o humor, o sub-texto crítico a algo bem normalizado socialmente, está tudo aqui. E está tudo aqui em um filme que pega um gênero batido e dá um puta gás. Roteiro de mestre ancorado por dois excelentes atores que faz pensar, mas sem perder o pique. Filmão.
A Morte Passou por Perto
3.3 142Parece ser menos interessante de cara, mas a narração empolga e a tensão crescente prende forte o espectador. E nossa, tem umas sequências muito boas pra ser da década de 50.
O Fantástico Sr. Raposo
4.2 933 Assista AgoraVisual arrebatador, super de acordo com a linguagem que o Wes impregna em seu cinema, e na revisão é ainda mais apaixonante seja por esse aspecto, pelos personagens ou pela narrativa/subtexto. Filmaço!
O Desprezo
4.0 266Eu acho que a coisa que mais me pega no filme é como o desprezo de Camille (França) começa quando o Paul começa a ser submisso e se entregar ao Jeremy (EUA) e sempre que isso se intensifica, mais a Camille se enoja do marido. Esse subtexto tão pertinente é o que permeia e dá vivacidade ao longa de Godard além da obviedade trabalhada pelo relacionamento em questão. Porém, independente disso, é um longa muito bem filmado, cativante e interessante que vale muito ser visto.
Hiroshima, Meu Amor
4.2 315 Assista AgoraÉ melancólico, forte e muito pungente. Das obras da Nouvelle Vague, com certeza é uma das mais tocantes e poéticas. É quase um filme sensorial. Tenho nem palavras. E Emmanuelle Riva é uma deusa.
Os Incompreendidos
4.4 645É apaixonante e na revisão não caiu nada. A infância, as escolhas, as normas... tudo isso são situações universais e escolher cada um desses aspectos para transformar em uma obra que fala muito sobre desafiar o ''status'' como o protagonista faz aqui é uma excelente forma de criticar um jeito cansado de se fazer filmes. É auto-biográfico, mas é também muito referencial ao cinema que o Truffaut queria fazer, algo realmente novo. E o trabalho do Albert Rémy é inatacável, pois você torce para ele o tempo todo, filmaço!
O Demônio das Onze Horas
4.2 430 Assista AgoraNão consigo colocar em palavras, mas é uma experiência excelente de se ter. É uma obra, assim como muitas outras, da Nouvelle Vague que lida com a rebeldia contra ''a norma'', um tema que sintetiza o movimento como um todo. Jean-Paul Belmondo tem o carisma do mundo todo e eu ficava esperando ele gritar mais uma vez ''Meu nome é Ferdinand'', mas aqui é a forma desbravadora de Anna Karina quem chama atenção e comanda o filme. Vale muito!
Acossado
4.1 510 Assista AgoraRever ''Acossado'' após tantos anos reforça a sua importância para o cinema moderno de uma forma quase gritante. Seu protagonista é bem diferente dos tipos da época, soou modernos nos anos 60 e a forma como o mesmo se enxerga e conduz a sua própria narrativa ainda é moderna hoje, sinto até que um ''Bonnie and Clyde'' do fim da década pegou uma ou duas coisas desse filme. Porém, é o ritmo e até uma certa ''leveza'' que predominam e fluem a película, fazendo com que o primeiro longa do diretor francês tenha sido tão importante 60 anos atrás e continue parecendo ''fresh'' e ainda influente nos dias de hoje.
Antonio e Cleopatra
3.5 1Meio longa, mas excelente adaptação de um dos textos mais difíceis de Shakespeare. Sophie Okonedo detona demais como Cleópatra, mas o elenco em si é excelente.
O Processo
4.0 128 Assista AgoraQue filme mais despirocadamente foda é esse ''O Processo'', hein?
Welles trabalha aqui uma mise-en-scène estupenda com sombras, enquadramentos e composições que realmente te transportam pra uma situação nada realista. Não busca te dar respostas e você começa a ficar tão confuso e perdido quanto o protagonista, que aliás é maravilhosamente defendido (e escalado) por Anthony Perkins.
É um filme ''dream like'' e admite isso em ritmo e visual desde o primeiro momento e nunca o abandona, cada nova locação que vamos conhecendo é mais absurda que a outra, seja a casa cheia de papéis do Advogado ou o local onde K. trabalha. Tudo isso vai se amontoando para que cada nova situação seja ainda mais surreal e te transporte mais ainda para aquele mundo, aquela atmosfera. Uma pena que não seja tão louvado quanto outros trabalhos de Welles porque é um estrondo em tudo que se propõe, talvez não tanto no final, mas até ali a nossa experiência já foi imersiva o suficiente.
Matador
3.6 135A cena final é uma coisa que só Pedro filmaria, né? O mesmo acha esse um de seus filmes mais fracos, mas acho que sua essência na construção das personagens e a forma como a trama é conduzida se mantém bem firme pelo que ele é conhecido em sua melhor forma. Gostei muito de toda a analogia entre os toureiros e acho que valeu bem a visita.
A Lei do Desejo
3.8 317 Assista AgoraAo lado de ''Mulheres'', é o maior clássico do diretor dos anos 80 e cumpre tudo que promete. Personagens expansivos em situações exageradas levadas as últimas consequências filmado imersivamente nesse mundo forte de paixão e loucura com um Antonio Banderas no auge da beleza e uma Carmen Maura em estado de graça. Um must-see do diretor, sem dúvidas!
Cidadão Kane
4.3 990 Assista AgoraVamos deixar de lado todos os aspectos técnicos que compõe a importância do filme, isso eu tinha lido e visualizado quando assisti o mesmo anos atrás. Agora, o que ficou é como é um longa com um tema muito claro, absurdamente ritmado e com uma atuação central que dinamiza tudo mais ainda do diretor/roteirista e também ator Orson Welles.
''Cidadão Kane'' tem seu status como a magnum opus não só de Welles, mas do cinema e não é a toa. Conceber que esse projeto foi feito nos anos 40 (quando a industria do cinema tinha pouco mais de duas décadas) e que um jovem de pouco mais de 20 anos tenha conseguido juntar todas as peças do que viria a ser uma forma ''perfeita'' de conduzir um longa-metragem é quase de explodir a cabeça. Ao assistir o filme, você também fica pirado por ser uma grande obra não só técnica, mas de arte e entretenimento. Rosebud!
Soberba
3.8 75 Assista AgoraEu achei um puro deleite! Não considero chato, mas a forma como os tópicos vão sendo trabalhados claramente denotam um tempo passado que talvez tenham envelhecido mal. Porém, nada como um excelente elenco e direção para sobressair e tornar o longa bastante interessante, não é mesmo? Agnes Moorehead é uma das primeiras grandes coadjuvantes do cinema pra mim e mesmo sem ser um clássico filme noir, a forma como Welles filma cada quadro ainda tem um forte foco nas sombras. Uma delícia de filme, de verdade!
A Marca da Maldade
4.1 221 Assista AgoraUm noir irrefutável feito por um grande mestre. Nunca tinha visto e foi uma grata surpresa, todos os elementos que fazem do gênero importante estão ali e poucas pessoas filmam uma sombra como Orson Welles faz no longa, inclusive está também excelente enquanto ator. E o que dizer da beleza e presença de Heston como protagonista? Incrível! Ótima pedida para quem quer se enfurnar na filmografia de Welles.
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
4.0 550 Assista AgoraUma comédia diversíssima que na revisitação reforça a identidade singularmente extravagante que permeia os filmes do diretor desde o início de sua carreira. Cores vibrantes, temas exagerados e um elenco pegando fogo fazem de ''Mulheres'' a melhor obra de Almodóvar nos anos 80 e uma de suas obras mais significativas da carreira. Carmen Maura is EVERYTHING, mas Maria Barranco como Candela rouba muito a cena.
Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas
4.2 2,2K Assista AgoraEssa revisão em plena quarentena veio como um murro. Acho que, acima de tudo, é impressionante como a arte é necessária em nossas vidas para que possamos passar um dia depois do outro. Para alguns, ela é mais escassa, mas para outros é 100% presente e eu acho que no momento que me encontro, nada poderia dialogar mais do que ser um peixe preso em um aquário vivendo de imaginação! E cara, Albert Finney é perfeito!
Amarcord
4.2 177 Assista AgoraSe em ''8 e 1/2'' o diretor evocava seus medos enquanto artista em bloqueio, em ''Amarcord'' é um momento ou lapso de sua juventude que recai na tela grande. É uma obra evocativa do estilo do diretor, da preferência por ''vinhetas'' até a sexualidade presente, mas que se constrói como pequenos grãos de um sonho revivido por um adulto liberto e consciente da vida que teve. É uma obra que diverte, mas também demonstra a facilidade que Fellini tinha de lidar com a câmera e contar suas história de forma completamente singular.
8½
4.3 409 Assista AgoraAcredito que somente Billy Wilder com seu ''Crepúsculo dos Deuses'' consegue chegar ao nível de metalinguística e ''arte'' que Fellini entrega aqui. É quase místico como o diretor navega pelo surrealismo para lidar com a sua própria pane, e que mesmo assim em um determinado momento do longa (a cena dos testes), é como se ele tivesse ido um passo a frente. É Fellini ao cubo com seus bloqueios, receios e medos. É um artista em combustão utilizando a única coisa que conhece para se livrar desse redemoinho que cerca a todos nós: a sua própria arte. Bravo!
A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
3.8 1,3K Assista AgoraDivertido, mesmo que meio bobo, mas é um prenúncio do que Burton iria começar a adotar: muito estilo e pouca substância. Aqui ainda funciona, visualmente tem uma plasticidade irretocável e o elenco tem carisma. O filme passa num piscar de olhos, é uma excelente diversão e uma boa lembrança de um diretor antes de entrar no piloto automático.
A Doce Vida
4.2 316 Assista AgoraUma magnum opus de um diretor que soube como poucos analisar o showbiz, mas sem nunca perder a essência humana. A não linearidade, os shots dos cômodos, a presença extremamente carismática de Mastroianni fazem de ''A Doce Vida'' um dos maiores (em tempo também rs) clássicos do cinema e revisitar essa obra em uma pequena imersão do Fellini me faz entender ainda mais a força do cinema enquanto arte.
Cenas de um Casamento
4.4 232Já tinha visto a versão de cinema, mas como tava fazendo um seminário sobre Bergman, decidir rever o corte para a televisão, que é o original. E que TAPA é esse hein, sr. Ingmar? Não é a toa que Richard Linklater e Noah Baumbach afirmam que suas obras foram influenciadas por esse trabalho. Nenhum outro projeto audiovisual sobre esmiuçar tão forte e intrinsecamente o despedaçar de um casal como ''Cenas''. Os dois atores principais estão sublimes, mas é Ullmann (em uma de suas grandes atuações) que comanda essa destruição matrimonial e ajuda a dilacerar esse duo que se vê totalmente perdido a construções sociais impostas por séculos. É a capacidade de falar que permite que eles não fiquem juntos e as palavras de Bergman tem uma força que não dá para se medir.
Noites de Cabíria
4.5 382 Assista AgoraUm poderoso recorte sobre amor ou a falta dele visto pela ótica de uma pessoa que ''vende'' algo relacionado ao mesmo, mas sem ser. É Fellini em essência e dialoga demais com ''A Estrada da Vida''. E assim como no longa citado, Giulietta Masina MASSACRA em cena, uma das atuações mais honestas, sinceras e poderosas que a grande tela já pode ter.
A Estrada da Vida
4.3 228 Assista AgoraFazia um bom tempo que eu não assistia um Fellini, esse não me pegou tanto, mas talvez seja porque eu estava acostumado com o italiano fazendo obras como ''La Dolce Vita''. Porém, o filme ainda dialoga bastante com o eu ''artístico'' do diretor e Giulietta Massina brilha demais em cena. Vale a conferida.
Memórias de um Assassino
4.2 366 Assista AgoraÉ muito massa poder ver esse filme e ''Parasita'' com menos de um ano de diferença. Quando um diretor o que quer contar e como contar, ele acaba sempre tendo isso intrínseco a si mesmo, só vai apurando suas habilidades. A câmera, o humor, o sub-texto crítico a algo bem normalizado socialmente, está tudo aqui. E está tudo aqui em um filme que pega um gênero batido e dá um puta gás. Roteiro de mestre ancorado por dois excelentes atores que faz pensar, mas sem perder o pique. Filmão.