É muito mais divertido e emocionante do que eu esperava! Uma obra com uma clara visão e identidade que engaja desde o primeiro frame, especialmente por que o Roman Griffin é excelente!, e nunca perde o ritmo.
O discurso sobre o nazismo nunca é algo barato, e por mais que o Hitler do Taika não sirva muito lá pelo fim do filme, a utilização dele é bem pontual para demonstrar essa insanidade a partir da visão de uma criança. E tudo ao redor se encaixa nessa imagética, desde a direção de arte, trilha, os figurinos (!!!), é uma junção de fatores que torna a experiência marcante sem nunca baixar a guarda para os horrores de tudo aquilo.
E ai tem a simbologia do sapato naquela cena de matar o coração dos menos desavisados (ScarJo está encantadora) e que delineia muito bem onde está a força do filme. Vale demais a visita!
Achei um filme inofensivo e com o coração no lugar sobre uma figura histórica importante. Poderia ser melhor (e Tubman merecia) em todas as áreas que não seja a excelente Cynthia Erivo, mas me emocionei e acho que valeu a visita. A cena final de Erivo seguido da canção nos créditos é um estouro.
É um filme bem ''by the numbers'' com direito a vários flashbacks para você entender bem o sofrimento de Garland. Porém, mesmo que simples, acho muito bem feitinho com números musicais perfeitamente integrados a narrativa e eu sempre vou amar uma cinebiografia que pega apenas uma fase de um artista ao invés de tentar contar a sua história toda.
A decisão de Zellweger em cantar tira um pouco da singularidade de Garland, mas é uma atitude bem brava e a performance que tem seus maneirismos por Judy ter sido tão icônica, é muito mais sincera do que eu esperava (porém, Judy Davis ainda é a melhor Garland). E a cena de ''Over the Rainbow'' é para dilacerar o coração. Nunca vamos te esquecer, sua maravilhosa!
É interessante como acompanhar filmes de outros países nos fazem entender tão bem certos aspectos sociais da região em questão, as que nos tornam iguais e as que nos diferenciam.
Em ''Graduação'' isso é bem latente, muita das atitudes tomadas pelo protagonista dialogam diretamente com preceitos sociais que nós estamos acostumados. Até que ponto o errado é assim quando podemos resolver uma situação ''pequena'' que diz respeito somente a nós? É interessante que a câmera de Mungiu está cada vez mais claustrofóbica e acompanha a história muito de perto, quase como uma espiação. É uma experiência interessante que se não no nível de seus filmes anteriores, ainda faz permanecer o interesse em seus futuros projetos.
É estranho falar isso, mas ''Midsommar'' é um belíssimo filme de terror. Ari Aster entrega aqui algo que, em estrutura, lembra bem o que ele desenha com ''Hereditário''. Porém, o roteiro não está de pé de igualdade com a direção do mesmo, que cria uma ambientação poderosa e imagens bem marcantes. A Florence Pugh está esplêndida no papel protagonista e dá bastante a cara do filme. Trabalhar o terror com a luz do dia é difícil, e se mesmo que Aster não consiga isso de forma 100% efetiva, o saldo ainda é bastante positivo.
Uma bela visão da solidão, liderada por uma excelente performance de Maggie Smith. Ela é o filme, toda decisão, toda ação que ela toma com cuidado para personificar Judith é tão real e verdadeira que é impossível não se importar com essa mulher. É simplesmente hipnotizante.
Filme em um interessante ritmo lento, com duas lendas na tela que falam muito sobre a vida e o fim disso. Te pega sempre pelo detalhe, pelo minimo. E, nossa, é emocionante ver duas das maiores estrelas de cinema em uma idade tão avançada lidando com esse tema, é realmente bonito de assistir.
Esse filme existe unicamente por causa de Ms. Streisand E EU AMO MUITO TUDO ISSO!
Sério, o filme não traz nada de muito novo pro tema, mas tem uma trama tão instigante que eu não me importo. É muito novela com direito a uma cena muito mal filmada no meio de um testemunho e um final abrupto, mas Streisand fazendo drama é TÃO BOM que eu não consigo tirar os olhos dela um minuto sequer. É a definição de star power na telona.
Eu acho que é um bom filme que poderia ser bem melhor. Parece que está tudo ali: o tema, o dinheiro, um bom diretor e dois excelentes atores. Porém, de alguma forma, é meia hora mais longo do que deveria e nem sempre retrata aqueles pontos com a veracidade que a época retratada merecia. Até entendo que possa ser uma decisão consciente de direção dar uma ''melancolia requintada'' ao filme, mas isso acaba fazendo com que o mesmo perca vários pontos.
P.s.: Nicholson está excelente e Streep tem ótimos momentos em cena.
''Broadcast News'' é sim uma comédia romântica em seu mais âmago, mas não menos divertida, verdadeira e palpável por causa disso. Com a ajuda de uma direção certeira, um roteiro que envelheceu muito bem e um trio de atores espetaculares (a atuação de Hunter é TUDO), o filme consegue te prender desde o começo e cria uma excelente jornada até seu último frame.
Se em forma, o longa nunca ousa muito e te lembra bem a década que foi feito, em discurso ainda é bem atual e me conquistou de novo nessa revisão. É um projeto claramente sustentado pela performance digna de Oscar de Sally Kirkland, mas o roteiro faz umas alegorias bem interessantes sobre a necessidade da arte na vida do artista e até onde chegamos para não viver sem ela. É, no fim das contas, um filme muito mais interessante do que aparenta ser.
Enquanto exemplar de um gênero bem específico que fez sucesso ali nos anos 80/90 e que o próprio Lynne é meio especialista, funciona bem demais. Já enquanto cinema não se sustenta visualmente e soa bem datado, aliás, é a cara de sua própria década.
Porém, em discurso e temática é mega problemático. Sim, eu entendo que é um produto de seu tempo, mas a forma como a personagem da Alex se transforma é pouco palpável, sem muita base de sustentação. É quase, simplesmente, porque o filme quer, tipo a última aparição da Anne Archer na banheira. E não acho nada legal mostrar uma aparente ''mulher bem sucedida'' se transformar em uma pirada atrás de um homem sem qualquer razão para tal. Não obstante, a personagem ficou marcada na história do cinema, mas também crucifica muito a ''histeria feminina'' no imaginário popular. O filme funciona em algumas situações porque você já foi tragado a narrativa e Glenn Close dá uma mega verdade para toda a loucura ali apresentada, mas se você parar e pensar um pouco vai perceber o nível do todo.
Diverte, e talvez seja o único proposito do filme, e continua sendo um clássico do gênero até hoje. Muito mais pela performance de Mrs Close do que por qualquer outro elemento, mas ai também não importa tanto. Os coelhos que se cuidem.
Os primeiros 40 minutos são tão, ou até mais, aterrorizantes que o que vem a seguir. É um retrato bem crível do que é o começo, literal, da guerra. O que um treinamento pode fazer com um ser humano, e que isso desumaniza tanto alguém que quando o mesmo chega no campo de batalha, não há mais qualquer traço de empatia com o próximo. E não teria como sentir isso sem a performance arrasa quarteirão do Lee Ermey.
Nem tudo que vimos no Vietnam é novo ou ousado, mas ainda é muito bem feito, e com isso, angustiante. Porém, a decisão final da escalação do atirador é brilhante e faz com que o filme termine no auge. Fico triste que, após sua fama, esse filme acabou sendo o menos comentado do Kubrick. É excelente e dialoga fortemente com o que ele sempre trabalhou em sua carreira.
É um dos mais potentes estudo de personagem do cinema, e ainda consegue fazer isso em um recorte temporal sublime. É, realmente, como se fossem vários quadros em sequência nos transportando para aquela época e fazendo com que cada segundo nos imerja naquele mundo tão bem delineado por Kubrick. E nisso, a técnica desse filme atinge níveis singulares. O trabalho de fotografia, direção de arte e figurino são essenciais para que possamos comprar a atmosfera e eles acertam até nos mínimos detalhes. Dos mais importantes que o cinema já viu.
O elenco é sempre um desbunde e aqui, mesmo sem grandes estrelas, não fica por menos. Talvez seja longo mesmo, mas é essa perspicácia em perseguir algo até em seu âmago que faz sentido com que possamos lidar com Barry desde sua juventude até o fim de sua vida. É um pouco distanciado? Sim, e isso é um problema para o espectador que precisa criar um laço emocional para se engajar com uma película. Porém, eu acredito que em nada isso prejudica o produto final, que é excelente!
Em questão de temática, acredito que o Kubrick tem seu auge no todo que ele examina aqui. Penetrar a mente do Alex (um diabólico Malcolm McDowell em cena) é um jogo sombrio e perigoso, mas através de suas ações e as imagens que o diretor coloca em tela, vamos nos permitindo analisar tudo que ele precisa passar. Afinal, o que é moralmente aceito? Uma nova forma de lobotomia? O olho por um olho que é colocado em uma das cenas finais? E o quanto do mal de Alex é inerente a ele ou foi algo acrescido a ele pela sociedade da época?
Cada um desses aspectos e questionamentos é adereçado a medida que o filme vai avançando. É difícil de assistir em alguns momentos, mas talvez a sua coragem de esfregar tudo isso é o motivo pelo qual o longa se mantém tão presente até hoje não só no cinema, mas no imaginário popular. A roupa branca, o olho delineado e o taco que é tanto replicado, especialmente entre os jovens, é uma forma exacerbada de demonstrar essa, digamos, ''ultra violência'' de forma figurativa.
A ideia do homem no mundo nos é dada desde sempre, mas é pedida por um direcionamento, mais ou menos, na idade que apresenta o protagonista. O que é seu ou que você absorveu para se tornar um ''ser humano'' é até hoje motivo de debate, mas será mesmo que o que você escolher fazer com isso não é, de fato, total responsabilidade sua? Não sei se Kubrick responde essa pergunta, mas ele faz um belo caso para tal.
Quando eu assisti a ''2001'' pela primeira vez tentei muito entender seus subtextos, camadas e alegorias. Sem qualquer surpresa, Kubrick trabalha aqui muito de seus temas, especialmente o seu principal: que espaço o homem, enquanto indivíduo, ocupa no mundo? É existencialista demais e para isso ele utiliza de conceitos religiosos, sociais e, claro que também é um filme de ficção científica que ele fez num momento que estava aficionado em vida extraterrestre.
Porém, o que fica dessa revisão é o poder imagético que esse longa oferece. Super entendo as pessoas que reclamam do ritmo (que, na verdade, é uma crítica pela falta de diálogos), mas isso é uma identidade de imagem que Kubrick faz e que torna o filme tão único. Cinema é imagem, e não sei se essa frase é realmente dele, mas soube que ele disse que ''se pode ser pensado ou escrito, pode ser filmado'' e, realmente, ele prova aqui que essa frase é verdade.
É a concepção em todo o visual do filme que faz com ''2001'' tenha força até hoje. Não vamos esquecer que o longa saiu no mesmo ano de ''Oliver!'' e o ''Romeu e Julieta'' do Zeffirelli. É possível associar isso quando colocados lado a lado? Não. Afinal, é a visão de um diretor transportado para a tela que dá sentido a seu filme. Sem precisar de diálogos, ou atores, e se quiser ousar, até sem som. ''2001'' é, imageticamente, atual até hoje porque essa é essência do cinema: o que você vê. E o que Kubrick viu em sua mente e colocou naquela tela enorme nos anos 60 era tão precioso, poderoso e tão, realmente, visionário que ainda hoje pulsa tão forte nas veias dessa arte que chamamos de cinema.
A sátira política mais eficaz e mordaz que já agraciou a grande tela continua perfeita mesmo em uma revisão.
A paleta de cores, o desenho dos núcleos, a inserção do genial Peter Sellers em cada cena, a forma como o roteiro atinge momentos de genialidade justamente por exagerar fortemente (''Fluoridation is the most monstrously conceived and dangerous communist plot we have ever had to face!)... tudo isso quando condensado e jogado pro espectador resulta em uma experiência fluida, infelizmente muito atual e, acima de tudo, boa de se assistir. É Kubrick pegando um assunto tão destrutivo (duh), dando um twist e dizendo que a Guerra é mesmo uma idiotice comandada por idiotas que, na verdade, tem alguns não idiotas no comando que vão f**er com a grande população.
É brilhante em cada minuto, é genial mesmo meio século após o seu lançamento. É Kubrick se consagrando como um dos grandes do cinema.
E senhores, essa é uma Sala de Guerra, vocês não podem brigar aqui!
Assistir ''Lolita'' em 2020 é quase aterrorizante. A forma como o roteiro vai delineando a narrativa e Kubrick vai filmando certas cenas invocam arrepios que não tem como não ficar enojado. A cada ''eu te amo'' ou atitudes simples de Humbert em ceifar a liberdade de Lolita e tê-la só para si, era como se meus olhos quisessem fechar e não mais ver o filme. E o Kubrick sabe muito bem como jogar com a platéia, a cena que o Humbert pinta as unhas de Lolita é angustiante e ao mesmo tempo, pode ''não significar nada''. É um mergulho considerável na mente de uma pessoa doente e que deixa o espectador bastante abalado.
P.s.: Que elenco, hein? Mason, Lyon, Winters (!!) e Sellers estão magníficos em cena.
Mesmo sendo um filme que Kubrick, claramente, não tem o mesmo controle criativo de suas demais obras, não deixa de dialogar bastante com o cinema dele e de ser um grande filme por si próprio.
É imponente, com excelentes valores de produção e um elenco estupendo (Olivier, Simmons, Laughton, Ustinov) liderados por um inspirador Kirk Douglas. Tem cenas poderosas e um ponto pertinente de liberdade, que dado a década que o filme foi realizado, faz muito sentido. Todo o rolê da homossexualidade proibida pela censura da época, por exemplo, é muito interessante, além disso temos um John Gavin lindo e muito desejável em cena.
E a cena final de Simmons tem uma pungência inacreditável por sintetizar tudo que o personagem, o diretor e o filme em si querem dizer. Muito bom mesmo.
É um discurso muito claro da força de apenas um ser em meio a um sistema, além de ser uma crítica feroz a tudo que envolve uma guerra. É um pouco idealístico? Talvez. Porém, é inegável que Kubrick sabe filmar a guerra de uma forma muito mordaz e depois joga toda a politicagem estabelecida para que possamos realmente entender o quão peões são o todo que está ali na linha de frente.
E a cena final, que na primeira vez apenas me fez chorar, agora traz até um significado de união e humanidade pela utilização de um personagem que não fala o inglês e mesmo assim comove a todos. É um filmaço.
É altamente instigante enquanto ''thriller'' noir, com direito até a uma ''femme fatale'' deliciosa que é a Marie Windsor. Porém, é a criação do ''indivíduo na sociedade'' que o Kubrick flertava antes e que agora já se encontra sólido que chama atenção no filme. É muito bom quando um diretor sabe o que quer contar desde sempre, essa identidade é essencial para ele ter se tornado tão grande. E a cena da mala no aeroporto... incrível, me deixou até sem esperanças!
Tem uma reputação que, talvez, nem mereça. Nem Kubrick gosta do longa, mas o mesmo já começa a trabalhar aqui temáticas que iria percorrer em sua carreira e algumas técnicas que também iriam permear seus posteriores longas.
Hércules
3.8 585 Assista AgoraRevi agorinha. Continua uma delícia, que eu mal vi o tempo passar e ainda tem uma trilha maravilhosa!!!
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraÉ muito mais divertido e emocionante do que eu esperava! Uma obra com uma clara visão e identidade que engaja desde o primeiro frame, especialmente por que o Roman Griffin é excelente!, e nunca perde o ritmo.
O discurso sobre o nazismo nunca é algo barato, e por mais que o Hitler do Taika não sirva muito lá pelo fim do filme, a utilização dele é bem pontual para demonstrar essa insanidade a partir da visão de uma criança. E tudo ao redor se encaixa nessa imagética, desde a direção de arte, trilha, os figurinos (!!!), é uma junção de fatores que torna a experiência marcante sem nunca baixar a guarda para os horrores de tudo aquilo.
E ai tem a simbologia do sapato naquela cena de matar o coração dos menos desavisados (ScarJo está encantadora) e que delineia muito bem onde está a força do filme. Vale demais a visita!
Harriet: O Caminho Para a Liberdade
3.7 217 Assista AgoraAchei um filme inofensivo e com o coração no lugar sobre uma figura histórica importante. Poderia ser melhor (e Tubman merecia) em todas as áreas que não seja a excelente Cynthia Erivo, mas me emocionei e acho que valeu a visita. A cena final de Erivo seguido da canção nos créditos é um estouro.
Judy: Muito Além do Arco-Íris
3.4 356É um filme bem ''by the numbers'' com direito a vários flashbacks para você entender bem o sofrimento de Garland. Porém, mesmo que simples, acho muito bem feitinho com números musicais perfeitamente integrados a narrativa e eu sempre vou amar uma cinebiografia que pega apenas uma fase de um artista ao invés de tentar contar a sua história toda.
A decisão de Zellweger em cantar tira um pouco da singularidade de Garland, mas é uma atitude bem brava e a performance que tem seus maneirismos por Judy ter sido tão icônica, é muito mais sincera do que eu esperava (porém, Judy Davis ainda é a melhor Garland). E a cena de ''Over the Rainbow'' é para dilacerar o coração. Nunca vamos te esquecer, sua maravilhosa!
Graduação
3.6 39É interessante como acompanhar filmes de outros países nos fazem entender tão bem certos aspectos sociais da região em questão, as que nos tornam iguais e as que nos diferenciam.
Em ''Graduação'' isso é bem latente, muita das atitudes tomadas pelo protagonista dialogam diretamente com preceitos sociais que nós estamos acostumados. Até que ponto o errado é assim quando podemos resolver uma situação ''pequena'' que diz respeito somente a nós? É interessante que a câmera de Mungiu está cada vez mais claustrofóbica e acompanha a história muito de perto, quase como uma espiação. É uma experiência interessante que se não no nível de seus filmes anteriores, ainda faz permanecer o interesse em seus futuros projetos.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraÉ estranho falar isso, mas ''Midsommar'' é um belíssimo filme de terror. Ari Aster entrega aqui algo que, em estrutura, lembra bem o que ele desenha com ''Hereditário''. Porém, o roteiro não está de pé de igualdade com a direção do mesmo, que cria uma ambientação poderosa e imagens bem marcantes. A Florence Pugh está esplêndida no papel protagonista e dá bastante a cara do filme. Trabalhar o terror com a luz do dia é difícil, e se mesmo que Aster não consiga isso de forma 100% efetiva, o saldo ainda é bastante positivo.
Vou Nadar Até Você
2.1 23ruim. ruim. me deixa mal.
Paixão Solitária
4.1 1Uma bela visão da solidão, liderada por uma excelente performance de Maggie Smith. Ela é o filme, toda decisão, toda ação que ela toma com cuidado para personificar Judith é tão real e verdadeira que é impossível não se importar com essa mulher. É simplesmente hipnotizante.
Baleias de Agosto
4.1 82 Assista AgoraFilme em um interessante ritmo lento, com duas lendas na tela que falam muito sobre a vida e o fim disso. Te pega sempre pelo detalhe, pelo minimo. E, nossa, é emocionante ver duas das maiores estrelas de cinema em uma idade tão avançada lidando com esse tema, é realmente bonito de assistir.
Querem Me Enlouquecer
3.7 26 Assista AgoraEsse filme existe unicamente por causa de Ms. Streisand E EU AMO MUITO TUDO ISSO!
Sério, o filme não traz nada de muito novo pro tema, mas tem uma trama tão instigante que eu não me importo. É muito novela com direito a uma cena muito mal filmada no meio de um testemunho e um final abrupto, mas Streisand fazendo drama é TÃO BOM que eu não consigo tirar os olhos dela um minuto sequer. É a definição de star power na telona.
Ironweed
3.6 51Eu acho que é um bom filme que poderia ser bem melhor. Parece que está tudo ali: o tema, o dinheiro, um bom diretor e dois excelentes atores. Porém, de alguma forma, é meia hora mais longo do que deveria e nem sempre retrata aqueles pontos com a veracidade que a época retratada merecia. Até entendo que possa ser uma decisão consciente de direção dar uma ''melancolia requintada'' ao filme, mas isso acaba fazendo com que o mesmo perca vários pontos.
P.s.: Nicholson está excelente e Streep tem ótimos momentos em cena.
Nos Bastidores da Notícia
3.4 36Absolutamente cativante!
''Broadcast News'' é sim uma comédia romântica em seu mais âmago, mas não menos divertida, verdadeira e palpável por causa disso. Com a ajuda de uma direção certeira, um roteiro que envelheceu muito bem e um trio de atores espetaculares (a atuação de Hunter é TUDO), o filme consegue te prender desde o começo e cria uma excelente jornada até seu último frame.
Anna
3.7 10Se em forma, o longa nunca ousa muito e te lembra bem a década que foi feito, em discurso ainda é bem atual e me conquistou de novo nessa revisão. É um projeto claramente sustentado pela performance digna de Oscar de Sally Kirkland, mas o roteiro faz umas alegorias bem interessantes sobre a necessidade da arte na vida do artista e até onde chegamos para não viver sem ela. É, no fim das contas, um filme muito mais interessante do que aparenta ser.
Atração Fatal
3.6 442 Assista AgoraEnquanto exemplar de um gênero bem específico que fez sucesso ali nos anos 80/90 e que o próprio Lynne é meio especialista, funciona bem demais. Já enquanto cinema não se sustenta visualmente e soa bem datado, aliás, é a cara de sua própria década.
Porém, em discurso e temática é mega problemático. Sim, eu entendo que é um produto de seu tempo, mas a forma como a personagem da Alex se transforma é pouco palpável, sem muita base de sustentação. É quase, simplesmente, porque o filme quer, tipo a última aparição da Anne Archer na banheira. E não acho nada legal mostrar uma aparente ''mulher bem sucedida'' se transformar em uma pirada atrás de um homem sem qualquer razão para tal. Não obstante, a personagem ficou marcada na história do cinema, mas também crucifica muito a ''histeria feminina'' no imaginário popular. O filme funciona em algumas situações porque você já foi tragado a narrativa e Glenn Close dá uma mega verdade para toda a loucura ali apresentada, mas se você parar e pensar um pouco vai perceber o nível do todo.
Diverte, e talvez seja o único proposito do filme, e continua sendo um clássico do gênero até hoje. Muito mais pela performance de Mrs Close do que por qualquer outro elemento, mas ai também não importa tanto. Os coelhos que se cuidem.
Nascido Para Matar
4.3 1,1K Assista AgoraOs primeiros 40 minutos são tão, ou até mais, aterrorizantes que o que vem a seguir. É um retrato bem crível do que é o começo, literal, da guerra. O que um treinamento pode fazer com um ser humano, e que isso desumaniza tanto alguém que quando o mesmo chega no campo de batalha, não há mais qualquer traço de empatia com o próximo. E não teria como sentir isso sem a performance arrasa quarteirão do Lee Ermey.
Nem tudo que vimos no Vietnam é novo ou ousado, mas ainda é muito bem feito, e com isso, angustiante. Porém, a decisão final da escalação do atirador é brilhante e faz com que o filme termine no auge. Fico triste que, após sua fama, esse filme acabou sendo o menos comentado do Kubrick. É excelente e dialoga fortemente com o que ele sempre trabalhou em sua carreira.
Barry Lyndon
4.2 400 Assista AgoraÉ um dos mais potentes estudo de personagem do cinema, e ainda consegue fazer isso em um recorte temporal sublime. É, realmente, como se fossem vários quadros em sequência nos transportando para aquela época e fazendo com que cada segundo nos imerja naquele mundo tão bem delineado por Kubrick. E nisso, a técnica desse filme atinge níveis singulares. O trabalho de fotografia, direção de arte e figurino são essenciais para que possamos comprar a atmosfera e eles acertam até nos mínimos detalhes. Dos mais importantes que o cinema já viu.
O elenco é sempre um desbunde e aqui, mesmo sem grandes estrelas, não fica por menos. Talvez seja longo mesmo, mas é essa perspicácia em perseguir algo até em seu âmago que faz sentido com que possamos lidar com Barry desde sua juventude até o fim de sua vida. É um pouco distanciado? Sim, e isso é um problema para o espectador que precisa criar um laço emocional para se engajar com uma película. Porém, eu acredito que em nada isso prejudica o produto final, que é excelente!
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraEm questão de temática, acredito que o Kubrick tem seu auge no todo que ele examina aqui. Penetrar a mente do Alex (um diabólico Malcolm McDowell em cena) é um jogo sombrio e perigoso, mas através de suas ações e as imagens que o diretor coloca em tela, vamos nos permitindo analisar tudo que ele precisa passar. Afinal, o que é moralmente aceito? Uma nova forma de lobotomia? O olho por um olho que é colocado em uma das cenas finais? E o quanto do mal de Alex é inerente a ele ou foi algo acrescido a ele pela sociedade da época?
Cada um desses aspectos e questionamentos é adereçado a medida que o filme vai avançando. É difícil de assistir em alguns momentos, mas talvez a sua coragem de esfregar tudo isso é o motivo pelo qual o longa se mantém tão presente até hoje não só no cinema, mas no imaginário popular. A roupa branca, o olho delineado e o taco que é tanto replicado, especialmente entre os jovens, é uma forma exacerbada de demonstrar essa, digamos, ''ultra violência'' de forma figurativa.
A ideia do homem no mundo nos é dada desde sempre, mas é pedida por um direcionamento, mais ou menos, na idade que apresenta o protagonista. O que é seu ou que você absorveu para se tornar um ''ser humano'' é até hoje motivo de debate, mas será mesmo que o que você escolher fazer com isso não é, de fato, total responsabilidade sua? Não sei se Kubrick responde essa pergunta, mas ele faz um belo caso para tal.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraQuando eu assisti a ''2001'' pela primeira vez tentei muito entender seus subtextos, camadas e alegorias. Sem qualquer surpresa, Kubrick trabalha aqui muito de seus temas, especialmente o seu principal: que espaço o homem, enquanto indivíduo, ocupa no mundo? É existencialista demais e para isso ele utiliza de conceitos religiosos, sociais e, claro que também é um filme de ficção científica que ele fez num momento que estava aficionado em vida extraterrestre.
Porém, o que fica dessa revisão é o poder imagético que esse longa oferece. Super entendo as pessoas que reclamam do ritmo (que, na verdade, é uma crítica pela falta de diálogos), mas isso é uma identidade de imagem que Kubrick faz e que torna o filme tão único. Cinema é imagem, e não sei se essa frase é realmente dele, mas soube que ele disse que ''se pode ser pensado ou escrito, pode ser filmado'' e, realmente, ele prova aqui que essa frase é verdade.
É a concepção em todo o visual do filme que faz com ''2001'' tenha força até hoje. Não vamos esquecer que o longa saiu no mesmo ano de ''Oliver!'' e o ''Romeu e Julieta'' do Zeffirelli. É possível associar isso quando colocados lado a lado? Não. Afinal, é a visão de um diretor transportado para a tela que dá sentido a seu filme. Sem precisar de diálogos, ou atores, e se quiser ousar, até sem som. ''2001'' é, imageticamente, atual até hoje porque essa é essência do cinema: o que você vê. E o que Kubrick viu em sua mente e colocou naquela tela enorme nos anos 60 era tão precioso, poderoso e tão, realmente, visionário que ainda hoje pulsa tão forte nas veias dessa arte que chamamos de cinema.
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista AgoraA sátira política mais eficaz e mordaz que já agraciou a grande tela continua perfeita mesmo em uma revisão.
A paleta de cores, o desenho dos núcleos, a inserção do genial Peter Sellers em cada cena, a forma como o roteiro atinge momentos de genialidade justamente por exagerar fortemente (''Fluoridation is the most monstrously conceived and dangerous communist plot we have ever had to face!)... tudo isso quando condensado e jogado pro espectador resulta em uma experiência fluida, infelizmente muito atual e, acima de tudo, boa de se assistir. É Kubrick pegando um assunto tão destrutivo (duh), dando um twist e dizendo que a Guerra é mesmo uma idiotice comandada por idiotas que, na verdade, tem alguns não idiotas no comando que vão f**er com a grande população.
É brilhante em cada minuto, é genial mesmo meio século após o seu lançamento. É Kubrick se consagrando como um dos grandes do cinema.
E senhores, essa é uma Sala de Guerra, vocês não podem brigar aqui!
Lolita
3.7 632 Assista AgoraAssistir ''Lolita'' em 2020 é quase aterrorizante. A forma como o roteiro vai delineando a narrativa e Kubrick vai filmando certas cenas invocam arrepios que não tem como não ficar enojado. A cada ''eu te amo'' ou atitudes simples de Humbert em ceifar a liberdade de Lolita e tê-la só para si, era como se meus olhos quisessem fechar e não mais ver o filme. E o Kubrick sabe muito bem como jogar com a platéia, a cena que o Humbert pinta as unhas de Lolita é angustiante e ao mesmo tempo, pode ''não significar nada''. É um mergulho considerável na mente de uma pessoa doente e que deixa o espectador bastante abalado.
P.s.: Que elenco, hein? Mason, Lyon, Winters (!!) e Sellers estão magníficos em cena.
Spartacus
4.0 344 Assista AgoraMesmo sendo um filme que Kubrick, claramente, não tem o mesmo controle criativo de suas demais obras, não deixa de dialogar bastante com o cinema dele e de ser um grande filme por si próprio.
É imponente, com excelentes valores de produção e um elenco estupendo (Olivier, Simmons, Laughton, Ustinov) liderados por um inspirador Kirk Douglas. Tem cenas poderosas e um ponto pertinente de liberdade, que dado a década que o filme foi realizado, faz muito sentido. Todo o rolê da homossexualidade proibida pela censura da época, por exemplo, é muito interessante, além disso temos um John Gavin lindo e muito desejável em cena.
E a cena final de Simmons tem uma pungência inacreditável por sintetizar tudo que o personagem, o diretor e o filme em si querem dizer. Muito bom mesmo.
Glória Feita de Sangue
4.4 448 Assista AgoraÉ um discurso muito claro da força de apenas um ser em meio a um sistema, além de ser uma crítica feroz a tudo que envolve uma guerra. É um pouco idealístico? Talvez. Porém, é inegável que Kubrick sabe filmar a guerra de uma forma muito mordaz e depois joga toda a politicagem estabelecida para que possamos realmente entender o quão peões são o todo que está ali na linha de frente.
E a cena final, que na primeira vez apenas me fez chorar, agora traz até um significado de união e humanidade pela utilização de um personagem que não fala o inglês e mesmo assim comove a todos. É um filmaço.
O Grande Golpe
4.1 236 Assista AgoraÉ altamente instigante enquanto ''thriller'' noir, com direito até a uma ''femme fatale'' deliciosa que é a Marie Windsor. Porém, é a criação do ''indivíduo na sociedade'' que o Kubrick flertava antes e que agora já se encontra sólido que chama atenção no filme. É muito bom quando um diretor sabe o que quer contar desde sempre, essa identidade é essencial para ele ter se tornado tão grande. E a cena da mala no aeroporto... incrível, me deixou até sem esperanças!
Medo e Desejo
2.9 93 Assista AgoraTem uma reputação que, talvez, nem mereça. Nem Kubrick gosta do longa, mas o mesmo já começa a trabalhar aqui temáticas que iria percorrer em sua carreira e algumas técnicas que também iriam permear seus posteriores longas.