O mais popular herói da DC Comics, Batman já foi representado de diferentes formas e com os mais diferentes atores no universo cinematográfico. Todos deixaram de lado algo bem característico e que a trilogia de games "Batman Arkham" fazia muito bem: um Batman detetive e com seus muitos parceiros investigativos.
Por falar nisso, eu aposto muitas fichas que o Matt Reeves se inspirou bastante nos consagrados games do Morcegão para realizar essa mais nova versão do herói. Desde sua apresentação, com uma cena que me faz me lembrar bastante os combates contra os capangas de coringa, duas-caras e espantalho nos consoles, como também com a Gotham mais vívida, sombria e crua do cinema. Quem jogou sabe o quanto ela passa a mesma atmosfera sentida com os joysticks na mão.
Batman, com sua pouca maturidade e experiência, ainda está buscando a sua vingança. Se enxerga, inclusive, como a vingança. Bruce e Batman, nesse longa, é um só. Pouco se percebe Batman como um alter-ego do Wayne. Mas isso não deixa de funcionar justamente pois o mesmo ainda está aprendendo a ser o Batman, assim como está aprendendo com o mundo de responsabilidades ao carregar o sobrenome Wayne no nome.
Charada, que teve uma nova roupagem, mais dark e menos cômica, inspirado explicitamente no assassino do Zodíaco, tem as motivações bastante plausíveis para cometer seus bárbaros crimes. Em um ano eleitoral no Brasil, quem nunca pensou que independente de mudança de Governo, a corrupção e a desigualdade social não parará de existir? Como então se rebelar contra esse sistema? Que como cantava Chico Science "A cidade se encontra prostituída por aqueles que a usaram em busca de saída". Charada quer também, assim como o Batman, se vingar. Crescer num deplorável orfanato que não recebia atenção do Governo Municipal enquanto o queridinho Bruce, rico, possuía todas as atenções midíaticas por ter perdido seus pais ainda cedo. Mas, ué, a nossa mídia não faz isso? É só pensar o quanto de atenção elas dão a crimes bárbaros que acontecem com os ricos, enquanto o sofrimento dos mais pobres são facilmente esquecidos.
O passo a passo investigativo para saber os próximos alvos do Charada é muito bem cadenciada e misteriosa, apesar de não ter a mesma tensão que sua também inspiração Seven - talvez a classificação indicativa não tenha ajudado em causar maiores impactos visuais - e a dinâmica Batman e Gordon funciona muito bem. Pinguim está soberbo, com Colin Farell sendo irreconhecível no papel. Pra mim, os 2/3 desse filme são maravilhosos.
Então, chegando em sua última parte, encontrei algumas coisas que me incomodaram. A partir de agora, haverá spoilers.
Primeiramente, algumas facilitações narrativas. Uma delas é no momento em Batman chega na delegacia para examinar alguns materiais encontrados nas cenas do crime do Charada. Chegando lá, encontra apenas um policial. E simplesmente, do nada, este policial explica pra que serve exatamente a ferramenta usada por Charada ao matar sua primeira vítima, o até então prefeito da cidade. Ainda diz que só soube da função da arma pelo fato de seu tio usá-la bastante, pois é um instalador. Nossa, que baita coincidência! ou preguiça de roteiro? conveniência narrativa? Ou seja, Batman chega na delegacia que estava apenas com um policial e esse policial é o único que deu a informação surpresa que Batman estava "precisando" naquele momento e este ainda por cima só sabe disso porque tem um tio que a utiliza. A partir daí, O Batman descobre os pontos de explosão que o Charada armou na cidade, 7 vans que iriam explodir e causar então uma enchente, após "cavar" o chão da delegacia.
E falando sobre as explosões das vans, te pergunto: qual a importância o filme deu pra elas? qual a importância e sensação de perigo isso causou no telespectador? Essa plano meio Michael Bay não gera nenhuma grande consequência nem durante nem após acontecer. O maior perigo que nos chama atenção são os seguidores do Charada que planejam causar o atentado de matar a então mais forte candidata a Prefeita de Gotham, além de, talvez, outras pessoas. Simplesmente a última parte do filme gira em torno de Batman justamente tentando combater todos estes "capangas" do Charada, que seguem sua mesma ideologia de "somos a vingança, nunca haverá renovação, é só promessas" e nada do que acontece através das explosões parece ser tão catastrófico assim. Se tirasse as explosões e se o plano do Charada continuasse sendo mais pé no chão, oferecendo perigos reais apenas à pessoas específicas, como estava sendo, inclusive com o plano de matar a candidata durante o seu discurso à população da cidade, não mudaria em nada no filme se retirasse as vans, as explosões e a enchente. Ah, mais uma coisa, o filme bem que poderia ser um pouco mais corajoso e realmente matar o Alfred, hein? Até no novo Homem-Aranha vemos uma personagem importante morrer, assim também como no magnífico e rei Batman, O Cavaleiro das Trevas, do Nolan.
Apesar disso, Matt Reeves acerta e muito ao trazer certeiramente uma experiência muito distante do que já tinhamos visto nas telonas. O valor de produção é incrível, a trilha sonora é marcante e Nirvana completa sendo a cereja do bolo em diversas momentos. Está sim entre os três melhores filmes do Batman da história do cinema.
Os vinte cinco primeiros minutos são muito charmosos e os últimos dez são memoráveis. A última dança é uma das cenas mais clássicas da história do cinema. Porém o meio é enrolado demais e puxa muito para o melodramático, apesar da notável química dos protagonistas.
A Gotham desse filme só me lembrou a trilogia Batman Arkham dos videogames <3 Inclusive também o embate de Batman e Mulher-Gato contra Charada em Batman Arkham Knight.
Acredito que respeita bastante o enredo dos games apesar de ser uma aventura com uma proposta mais "familiar", inclusive acredito que por isso colocaram um Nathan Drake mais adolescente sendo chamado sempre de "garoto" por Victor Sullivan, além de falta de violência e sangue - algo comum nos games. Traz diversas referências aos jogos que acaba sendo divertido para quem jogou a saga. Também é um filme que faz lembrar de aventuras da sessão da tarde, como "a lenda do tesouro perdido" e "Caçadoras de Aventuras". O que eu não curti muito foi o excesso de piadas que não funcionam bem e a vilã que não me desceu. Nesse sentido, inclusive, achei um erro o filme
matar o personagem do Antonio Banderas logo em sua metade. Ele passava um aspecto vilanesco bem imponente.
Sabendo disso, é bom quem assistir saber que é apenas um filme de aventura bem despretensioso, cheio de efeitos visuais competentes, que diverte e te faz escapar um pouco da realidade.
A noite vez e outra eu tenho sonhos doidos, alguns com coisas super aleatórias. Mas ainda assim eles apresentam um roteiro mais coeso do que esse filme rs
Quando o a lua sai minimamente da sua órbita, causa uma devastação incrível através de tsunamis. Então, chega ao final, a lua está a dois quilômetros da terra e tá tudo bem. Lógica pra quê, né?
Um drama esportivo mais voltado para o drama pessoal do treinador do que para o esporte e time escolar que ele treina. Subverte o paradigma de ascensão, queda e ascensão - típico de narrativas esportivas - mas não convence em nenhuma das duas narrativas (em uma) que possui em sua duração. Não impacta e nem emociona com o drama do personagem Jack, nem o telespectador sente realmente que o time juvenil realmente alcançou a maturidade necessária após a chegada dele para assim conseguir alcançar voos mais altos no torneio em que disputa.
Um bom exemplar subgênero do suspense "cat and mouse" (gato e rato, em bom português) - no qual vemos, geralmente, uma moça fugindo de um maníaco - que se popularizou com o filme "A Morte Pede Carona", ainda nos anos 80. Pode não ser o filme que subverte todas as características do subgênero, mas tem toques diversificados, sendo contado em capítulos, muito semelhante ao que Tarantino e Von Trier já fizeram em seus filmes. E não acho que foram gratuitos, acredito que dá uma certa curiosidade ao telespectador para o que estará por vir num filme tenso como este. Apesar de se passar, para a surpresa de ninguém, numa cabana abandonada no meio de floresta, o filme aproveita bem as locações das matas, do rio e das estradas interioranas. Dinamiza assim a narrativa, que concede ao filme um mérito de possuir uma qualidade acima do mais do mesmo. Para quem é amante de thrillers, apesar de não ser memorável, é uma ótima pedida, pois é um filme de fácil envolvimento e com a narrativa muito fluída.
"Eu vivi querendo deixar minha marca no mundo, sendo que minha maior marca é você".
Acredito que dar nota baixa a um filme desse é perder o encanto infantil pela vida. Nossa, revi agora adulto e continua sendo um filme muito lindo. No contexto do filme, o pai de Charlie, Jack, voltou como boneco de neve, e, sem querer muito me aprofundar em teorias psicológicas, pode ser entendido como uma metáfora para a superação de um luto infantil. Deve ser muito dolorido perder um pai ainda cedo. E ter a oportunidade e encarar traumas passados e falar o que gostaria que o pai escutasse enquanto vivo pode ser libertador. Como gênero de fantasia, foi incrível e ingênuo o Jack voltar como snowman, item simbólico de uma época do ano fria em diversos locais nos EUA. Muito nostálgico, tocante e ainda divertido - mesmo com o passar dos anos.
Do ponto de vista fã e nerd, qualquer um que seja fã de filmes de heróis ou do próprio Homem-Aranha vai amar esse filme. Não tem jeito. Do ponto de vista de roteiro, se pensar de forma analítica, nem tudo funciona e algumas coisas são "forçadas", do tipo "tem que ser assim porque tem que ser". A dose de humor algumas vezes é exagerada e nem sempre as piadas funcionam também, principalmente com o personagem do Ned. Mas cinema é sentimento, e não importa o quão críticos nós sejamos, mexer com o nosso coração é a prioridade da arte. Por isso, eu, crescendo envolvido com esse universo de heróis, me emocionei demais com esse filme.
Tom Holland evoluiu bastante como Peter Parker, porque, ao meu ponto de vista, ele é um ótimo ator, mas a condução deles nos filmes solos do miranha não me lembrava o verdadeiro Peter dos quadrinhos. Efeitos dramáticos foram muito bem acrescentados à esse filme, com tons semelhantes ao que já tínhamos vistos nos Homens-Aranhas de Andrew e Tobey.
Esse vai ser um daqueles filmes que poderá ser visto em momentos para nos tirar da nossa vida muitas vezes difíceis e com momentos tristes. É divertido, envolvente, fluído, nostálgico e e possui efeito catártico. Alguns momentos não serão esquecidos, como por exemplo:
- A entrada de Matt Murdock no MCU; - A reunião de todos os super vilões dos filmes do Miranha; - A volta de Andrew e Tobey como Homens-aranhas; - A morte muito emocionante da tia May, que arrancou uma performance incrível de Marisa Tomei e do Tom Holland; - A salvação de Mary Jane pelas mãos do Homem-Aranha do Andrew, e sua emoção de ter conseguido isso; - O abraço final entre os três miranhas <3
A equipe é muito semelhante aos heróis da Liga da Justiça da DC. Inclusive, há muitas piadas com os mesmos. Gostei da harmonia dos heróis e heroínas e dos momentos cômicos. O vilão não é lá essas coisas todas, assim como muitos vilões dos filmes da DC. Agora dizer que esse filme é pior filme da Marvel (pelo Rotten) é uma vergonha. Bem melhor que muitos da MCU, como Viúva Negra, Thor 2, Homem de Ferro 3, e alguns outros.
Ame ou odeie. Parece que M. Night Shyamalan vem se tornando um diretor que carrega bastante essa alcunha. Suas obras mais recentes dividem bastante as opiniões e, sendo assim, suas obras nunca se tornam queridinhas de público de crítica, o que faz o diretor cada vez mais se aproximar em se tornar um diretor cult - da versão original de cultuado mesmo, por aqueles que o amam.
Digam o que quiserem, mas Shyamalan é um diretor versátil e muito criativo. Sua coragem em querer expor para a tela tramas não convencionais - como Fragmentado, A Vila e A Visita - faz dele ser um diretor muito surpreendente. A gente nunca sabe o que esperar do seu próximo filme. A gente só espera o "quê" Shyamalan de produção, com filmes com ideias diferentes e algumas reviravoltas típicas do diretor.
Tempo é um longa que segue muito essa cartilha. Confuso e instigante, mas sem se tornar complexo demais para ser entendido, é daqueles filmes que passam muito rápido pelo mistério extremamente curioso que ele apresenta: por que as pessoas estão envelhecendo rápido demais naquela ilha? Muita paranoia e poucas descobertas convidam o telespectador a ficar vidrado no andamento da história.
Assim como nós, os personagens da trama também se mostram perdidos com o mistério. Nenhum ser ali é inteligente demais, todos cometem erros e se aventuram por mares que trará diversas consequências. Apesar de não ser um filme de longa duração, há bastante coisa acontecendo que vai-se criando hipóteses em nossas mentes sobre a resolução de todo aquele mistério. Para um filme como este, falar mais do que isso pode estragar a experiência.
Talvez, para os que esperam obras com reviravoltas como o de O Sexto Sentido, poderá haver bastante decepção. M. Night Shyamalan, ao longo do seu final, vai reduzindo bastante as possibilidades interpretativas e dá um final bem explicadinho. A coragem dele em fazer tramas diferentes faltou em querer tornar algo menos mastigado para o público. Há muita exposição que pouco nos interessa.
Old é um filme que é sustentado mais pelo seu mistério do que pelo seu desfecho. Vale pela experiência de conhecer mais uma boa obra de suspense do diretor. Eu fui sem saber nada e me surpreendi positivamente.
Michael Myers é tudo que precisam para comercializam e lucrarem com qualquer filme com o título Halloween. Depois de mais de 40 anos sendo vilão de diversos filmes dessa interminável franquia, os produtores já sabem que o assassino mascarado conquistou uma legião de fãs do terror slasher. E basta. Halloween Kills é a prova de que qualquer historinha meia-boca irá atrair os ansiosos de plantão que esperam mais um retorno do personagem que originou o termo "slasher".
Este longa é desnecessário, com diversos personagens desinteressantes e com um meio muito embarrigado. Com pouca história a de desenvolver, já que poderiam concluir esse novo arco de Halloween em dois filmes, tentaram trazer reflexões de como o medo nos deixa paranoicos - algo já visto em obras como O Nevoeiro. Não funcionou aqui.
Fora isso, há muito apelo à nostalgia, principalmente em seu inicio, revisando cenas da noite de terror vivida em Haddofield em 1978, na noite do primeiro longa. Acrescentado a isso, uma pequena pitada de melodrama ligado a um personagem que sente muito arrependimento de algo que fez naquela noite. Mas, nada disso é muito convincente para o telespectador. Não chega a ser piegas, mas é muito forçado.
Quanto a nossa queridinha Laurie Strode, percebe-se que foi colocada apenas para o filme ganhar crédito nas divulgações. Ela é inútil para a história desse segundo filme. A proposta parece que foi: temos mais um filme do Myers, as pessoas já sabem o que esperar dele, vamos então colocá-lo novamente na cidade matando tudo o que vier pela frente - como o próprio título diz - mas dessa vez com muita mais violência e crueldade. Taca-lhe sangue. É Myers. A violência tem que ser crua. Para quem gosta, realmente, Halloween Kills é um prato cheio.
É divertido para qualquer um que já viu muita coisa pior sendo feito com a franquia. Mas não acrescenta nada de novo, nem com bons personagens, nem com o enredo, que deverá ser finalizado no próximo filme, o Ends, que será lançado, até então, ano que vem. Com ingressos de cinema caro, vale muito mais a pena assisti-lo em casa.
"O Dr. Loomis foi o único a vê-lo à solta. E concluiu que ele era simplesmente o puro mal".
Reviver uma das maiores franquias de terror de todos os tempos não é uma tarefa fácil. E trazer para o enredo a final girl original, Laurie Strode, é ainda mais corajoso. Excluir tudo o que foi feito após o primeiro e colocá-lo, apesar do mesmo título, como continuação direta do clássico de 1978, intensifica ainda mais o desafio. Mas coube ao até então iniciante em longas de terror, David Gordon Green, lidar com essa empreitada toda. E, diante mão, fez um trabalho muito satisfatório.
Halloween de 1978 foi o filme que deu origem ao termo "horror slasher" e que fez o mesmo subgênero se tornar muito popular nos EUA a partir da década 80. Michael Myers foi colocado no Hall da Fama dos assassinos mais populares da história do cinema, e até de videogame o mesmo participou (personagem jogável em Mortal Kombat XL). 40 anos após, o mesmo ainda não se aposentou. Junto com ele, milhares de fãs que aguardam ansiosamente a volta do icônico e cruel slasher mascarado, quase 10 anos após da sua última aparição.
Ao falar de aparições, Halloween ignora os inúmeros filmes que foram feitos anos a após anos utilizando Myers como protagonista. Por mais que seja uma continuação do longa original, essa produção respeita e muito o que foi feito por John Carpenter na década de 70. Traz diversas referências à obra clássica - cenas e personagens, como o psiquiatra, o policial detetive e o grupo de amigos da protagonista - e assim quem ama o original vai identificar facilmente.
E Laurie Strode também está aqui. 16 anos após dá as caras em um dos piores filmes da franquia (Halloween: Ressureição), Jamie Lee Curtis retorna no seu papel mais marcante no cinema. A carismática Laurie Strode que fugiu de Myers na noite de Halloween de 78, está mais paranoica do que nunca. Durante 40 anos ela se preparou para rever Myers, e isso mexeu nas suas relações interpessoais com sua filha e neta. Mas ela está convicta de o embate com Michael se aproxima e que toda a sua paranoia não foi em vão.
Halloween (2018) é um ótimo acerto nessa franquia inconstante. Michael Myers está brutal e é tão bom vê-lo retornar numa produção que respeita seu peso e sua história. Primeiro de uma nova trilogia, é um respiro positivo numa década que possuiu tão poucos filmes de terror slashers notáveis.
Um ótimo entretenimento e muita corajosa produção. Mexer com um clássico é bem complicado, mas houve um trabalho satisfatório aqui em usar a mesma ideia do original, mas como um prelúdio, que se conecta diretamente com o de John Carpenter, de 1982. Ambas as obras inclusive foram inspiradas num livro publicado em 1932, por John W. Campbell, intitulado "Who Goes There?". Nessa obra mais moderna foi explicada muita coisa legal a respeito da origem e características das criaturas.
Caso não tenha visto a versão original, vale a pena conferir este aqui primeiro. O nível de tensão é bacana, o CGI também (acredito que os monstros tenham sidos inspirados nas criaturas de Resident Evil 5 - as mutações causadas pelo vírus Ourobolos). Talvez o nível de desconfiança que cause o suspense psicológico do primeiro não seja tão presente aqui - ficamos com um ar de curiosidade, mas com pouco carisma por parte dos personagens, pouco se interessamos em saber quem de fato está contaminado e não é quem aparenta ser. O ritmo agitado também não contribui para a melhora gradual do mistério, se resolvendo mais como um horror gráfico do que um suspense.
Mas, pra quem não esperava muita coisa, sinto-me surpreendido pela qualidade final do longa e pela iniciativa de produzir algo assim. Bem melhor do que se fizessem um remake.
Esse filme tem um astral muito bom! o tipo de comédia dele é mais besteirol do que encontrado em outras comédias-românticas, então vá preparado. Mas é leve, é natalino, e cumpre a proposta. Me lembrou um pouco Entrando numa Fria, com o Ben Stiller. Só senti falta de uma maior conexão romântica entre a Reese e o Vince.
"Então é o seguinte. Tive uma infância na casa de um homem no qual achava que era meu pai e que me isolava do mundo externo. Ficava presa em casa, e até minha escola era no domicílio. Via crianças brincando e queria estar com elas e viver uma vida mais normal, mas meu pai me proibia. Passei uma infância sem amigos. Não sabia quem era minha mãe e nunca tinha visto uma foto com ela. De repente, a casa que eu e meu pai vivíamos foi invadida por um grupo de homens com a finalidade de me sequestrar. Após o sequestro, descubro que meu pai na verdade era um dos sequestradores, e o homem com quem vivi 8 anos da minha vida mentiu para mim o tempo todo. Ah, descubro também que ele é quase um Demolidor da Marvel. Chegando na casa do meu novo pai, mais uma descoberta: minha mãe está viva, com problemas de saúde, e quer me matar para poder viver. Precisa tirar meu coração e colocar no dela. Tudo isso com consentimento do meu novo pai. Ou seja: amor de pai e mãe? sem tempo, irmão. Eles não estavam nem aí pra mim na realidade. Perto de eu morrer, meu antigo pai Demolidor chega no local onde eu estava e sai matando todo mundo. Em um período de poucos dias vi mais morte que um ser adulto comum veria numa vida inteira. Mortes brutais, psicóloga. Chegou um momento que tive que também cortar o braço de minha mãe para eu sobreviver. Pois é. Por fim, vi a luta de meus dois pais e um explodiu o olho do outro. Naquela fase da vida, nem sei para quem eu torcia. Eu sei que, por instinto, sentir mais carinho pelo meu pai-cego, que por mais que tenha mentindo pra mim a vida toda, cuidou de mim, veio me proteger e não quis me matar né. Importante. Daí, ele manda eu me afastar dele, pois se considera um mentiroso. Logo em seguida, vejo meu pai biológico se aproximar dele pronto para matá-lo. Numa jogada ninja da minha parte, simplesmente aproveito que ele está cego agora e apareço atrás dele com um facão. Pois é, psi. Ai eu mato meu pai biológico. Tentei até ver se meu pai adotivo estava bem, mas ele estava mais pra lá do que pra cá. Saí de lá com a sensação de liberdade indescritível. Encontrei um grupo de adolescente e falei se poderia ser amiga dele. É isso, Psi. Anotou tudo? Vou ter traumas daqui pra frente?"
Então.. tanto furo de roteiro e tanta burrice. Não que eu quisesse uma obra-prima, mas gente, há algumas ações dos personagens, até mesmo do vilão serial killer, que você não entende... fora que muitas vezes eles parecem teletransportar de um lugar para outro, e isso te tira muito do filme. E as mortes são muito borocoxô. Decepcionante.
Filmaço! É bom mesmo as pessoas não conhecerem o caso antes, para as reviravoltas do filme serem mais surpreendentes. Leandra Leal arrasa! A estrutura narrativa do filme, com a história sendo recapitulada pelos personagens funcionou muito bem para mim. Faz você querer acompanhar até o final e reflete sobre diversos temas, como abuso psicológico e físico, banalização da traição, violência contra a mulher e como pequenas atitudes podem causar um efeito bola de neve devastador.
Acredito que a história do filme (e livro) reflete o quanto pequenas atitudes podem modificar vidas. E nossas ações transformam vidas, nos detalhes. Meio aquela música dos novos baianos "e pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto". Fora a ideia de empatia, honestidade e amor ao próximo, pois não sabemos o quanto alguém passou para ser quem é. Deixo de recomendação o livro, que é ainda mais rico que o filme. Desenvolve melhor alguns arcos secundários, assim como a vida passada de Ove e Sonja. Claro que na linguagem audiovisual com duração de 115 minutos nem tudo funciona e não dá para abarcar tudo, mas se gostou do filme, vai gostar ainda mais do livro. É um dos meus favoritos.
Encanto
3.8 804As cenas musicais desse filme me fizeram lembrar da companhia de Teatro os Barbixas com seu jogo "Musical Improvável" kkk.
Batman
4.0 1,9K Assista Agora"I'm a vengeance".
O mais popular herói da DC Comics, Batman já foi representado de diferentes formas e com os mais diferentes atores no universo cinematográfico. Todos deixaram de lado algo bem característico e que a trilogia de games "Batman Arkham" fazia muito bem: um Batman detetive e com seus muitos parceiros investigativos.
Por falar nisso, eu aposto muitas fichas que o Matt Reeves se inspirou bastante nos consagrados games do Morcegão para realizar essa mais nova versão do herói. Desde sua apresentação, com uma cena que me faz me lembrar bastante os combates contra os capangas de coringa, duas-caras e espantalho nos consoles, como também com a Gotham mais vívida, sombria e crua do cinema. Quem jogou sabe o quanto ela passa a mesma atmosfera sentida com os joysticks na mão.
Batman, com sua pouca maturidade e experiência, ainda está buscando a sua vingança. Se enxerga, inclusive, como a vingança. Bruce e Batman, nesse longa, é um só. Pouco se percebe Batman como um alter-ego do Wayne. Mas isso não deixa de funcionar justamente pois o mesmo ainda está aprendendo a ser o Batman, assim como está aprendendo com o mundo de responsabilidades ao carregar o sobrenome Wayne no nome.
Charada, que teve uma nova roupagem, mais dark e menos cômica, inspirado explicitamente no assassino do Zodíaco, tem as motivações bastante plausíveis para cometer seus bárbaros crimes. Em um ano eleitoral no Brasil, quem nunca pensou que independente de mudança de Governo, a corrupção e a desigualdade social não parará de existir? Como então se rebelar contra esse sistema? Que como cantava Chico Science "A cidade se encontra prostituída por aqueles que a usaram em busca de saída". Charada quer também, assim como o Batman, se vingar. Crescer num deplorável orfanato que não recebia atenção do Governo Municipal enquanto o queridinho Bruce, rico, possuía todas as atenções midíaticas por ter perdido seus pais ainda cedo. Mas, ué, a nossa mídia não faz isso? É só pensar o quanto de atenção elas dão a crimes bárbaros que acontecem com os ricos, enquanto o sofrimento dos mais pobres são facilmente esquecidos.
O passo a passo investigativo para saber os próximos alvos do Charada é muito bem cadenciada e misteriosa, apesar de não ter a mesma tensão que sua também inspiração Seven - talvez a classificação indicativa não tenha ajudado em causar maiores impactos visuais - e a dinâmica Batman e Gordon funciona muito bem. Pinguim está soberbo, com Colin Farell sendo irreconhecível no papel. Pra mim, os 2/3 desse filme são maravilhosos.
Então, chegando em sua última parte, encontrei algumas coisas que me incomodaram. A partir de agora, haverá spoilers.
Primeiramente, algumas facilitações narrativas. Uma delas é no momento em Batman chega na delegacia para examinar alguns materiais encontrados nas cenas do crime do Charada. Chegando lá, encontra apenas um policial. E simplesmente, do nada, este policial explica pra que serve exatamente a ferramenta usada por Charada ao matar sua primeira vítima, o até então prefeito da cidade. Ainda diz que só soube da função da arma pelo fato de seu tio usá-la bastante, pois é um instalador. Nossa, que baita coincidência! ou preguiça de roteiro? conveniência narrativa? Ou seja, Batman chega na delegacia que estava apenas com um policial e esse policial é o único que deu a informação surpresa que Batman estava "precisando" naquele momento e este ainda por cima só sabe disso porque tem um tio que a utiliza. A partir daí, O Batman descobre os pontos de explosão que o Charada armou na cidade, 7 vans que iriam explodir e causar então uma enchente, após "cavar" o chão da delegacia.
E falando sobre as explosões das vans, te pergunto: qual a importância o filme deu pra elas? qual a importância e sensação de perigo isso causou no telespectador? Essa plano meio Michael Bay não gera nenhuma grande consequência nem durante nem após acontecer. O maior perigo que nos chama atenção são os seguidores do Charada que planejam causar o atentado de matar a então mais forte candidata a Prefeita de Gotham, além de, talvez, outras pessoas. Simplesmente a última parte do filme gira em torno de Batman justamente tentando combater todos estes "capangas" do Charada, que seguem sua mesma ideologia de "somos a vingança, nunca haverá renovação, é só promessas" e nada do que acontece através das explosões parece ser tão catastrófico assim. Se tirasse as explosões e se o plano do Charada continuasse sendo mais pé no chão, oferecendo perigos reais apenas à pessoas específicas, como estava sendo, inclusive com o plano de matar a candidata durante o seu discurso à população da cidade, não mudaria em nada no filme se retirasse as vans, as explosões e a enchente. Ah, mais uma coisa, o filme bem que poderia ser um pouco mais corajoso e realmente matar o Alfred, hein? Até no novo Homem-Aranha vemos uma personagem importante morrer, assim também como no magnífico e rei Batman, O Cavaleiro das Trevas, do Nolan.
Apesar disso, Matt Reeves acerta e muito ao trazer certeiramente uma experiência muito distante do que já tinhamos visto nas telonas. O valor de produção é incrível, a trilha sonora é marcante e Nirvana completa sendo a cereja do bolo em diversas momentos. Está sim entre os três melhores filmes do Batman da história do cinema.
Qual Seu Número?
3.3 1,4K Assista AgoraChocado que a Anna Faris quis fazer uma limpa em todos os heróis da Marvel, e até um Hobbit ela pegou rsrs
Dirty Dancing: Ritmo Quente
3.8 1,5K Assista AgoraOs vinte cinco primeiros minutos são muito charmosos e os últimos dez são memoráveis. A última dança é uma das cenas mais clássicas da história do cinema. Porém o meio é enrolado demais e puxa muito para o melodramático, apesar da notável química dos protagonistas.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraA Gotham desse filme só me lembrou a trilogia Batman Arkham dos videogames <3 Inclusive também o embate de Batman e Mulher-Gato contra Charada em Batman Arkham Knight.
Uncharted: Fora do Mapa
3.1 449 Assista AgoraAcredito que respeita bastante o enredo dos games apesar de ser uma aventura com uma proposta mais "familiar", inclusive acredito que por isso colocaram um Nathan Drake mais adolescente sendo chamado sempre de "garoto" por Victor Sullivan, além de falta de violência e sangue - algo comum nos games. Traz diversas referências aos jogos que acaba sendo divertido para quem jogou a saga. Também é um filme que faz lembrar de aventuras da sessão da tarde, como "a lenda do tesouro perdido" e "Caçadoras de Aventuras". O que eu não curti muito foi o excesso de piadas que não funcionam bem e a vilã que não me desceu. Nesse sentido, inclusive, achei um erro o filme
matar o personagem do Antonio Banderas logo em sua metade. Ele passava um aspecto vilanesco bem imponente.
Sabendo disso, é bom quem assistir saber que é apenas um filme de aventura bem despretensioso, cheio de efeitos visuais competentes, que diverte e te faz escapar um pouco da realidade.
Moonfall: Ameaça Lunar
2.4 549 Assista AgoraA noite vez e outra eu tenho sonhos doidos, alguns com coisas super aleatórias. Mas ainda assim eles apresentam um roteiro mais coeso do que esse filme rs
Moonfall: Ameaça Lunar
2.4 549 Assista AgoraO melhor é que:
Quando o a lua sai minimamente da sua órbita, causa uma devastação incrível através de tsunamis. Então, chega ao final, a lua está a dois quilômetros da terra e tá tudo bem. Lógica pra quê, né?
Moonfall: Ameaça Lunar
2.4 549 Assista Agora"O maior filme catástrofe do ano".
Literalmente uma catástrofe.
Eu que entendi errado.
Errado o marketing não está.
O Caminho de Volta
3.3 83 Assista AgoraUm drama esportivo mais voltado para o drama pessoal do treinador do que para o esporte e time escolar que ele treina. Subverte o paradigma de ascensão, queda e ascensão - típico de narrativas esportivas - mas não convence em nenhuma das duas narrativas (em uma) que possui em sua duração. Não impacta e nem emociona com o drama do personagem Jack, nem o telespectador sente realmente que o time juvenil realmente alcançou a maturidade necessária após a chegada dele para assim conseguir alcançar voos mais altos no torneio em que disputa.
Sozinha
3.1 239Um bom exemplar subgênero do suspense "cat and mouse" (gato e rato, em bom português) - no qual vemos, geralmente, uma moça fugindo de um maníaco - que se popularizou com o filme "A Morte Pede Carona", ainda nos anos 80.
Pode não ser o filme que subverte todas as características do subgênero, mas tem toques diversificados, sendo contado em capítulos, muito semelhante ao que Tarantino e Von Trier já fizeram em seus filmes. E não acho que foram gratuitos, acredito que dá uma certa curiosidade ao telespectador para o que estará por vir num filme tenso como este.
Apesar de se passar, para a surpresa de ninguém, numa cabana abandonada no meio de floresta, o filme aproveita bem as locações das matas, do rio e das estradas interioranas. Dinamiza assim a narrativa, que concede ao filme um mérito de possuir uma qualidade acima do mais do mesmo.
Para quem é amante de thrillers, apesar de não ser memorável, é uma ótima pedida, pois é um filme de fácil envolvimento e com a narrativa muito fluída.
Uma Noite Mágica
2.8 141 Assista Agora"Eu vivi querendo deixar minha marca no mundo, sendo que minha maior marca é você".
Acredito que dar nota baixa a um filme desse é perder o encanto infantil pela vida. Nossa, revi agora adulto e continua sendo um filme muito lindo. No contexto do filme, o pai de Charlie, Jack, voltou como boneco de neve, e, sem querer muito me aprofundar em teorias psicológicas, pode ser entendido como uma metáfora para a superação de um luto infantil.
Deve ser muito dolorido perder um pai ainda cedo. E ter a oportunidade e encarar traumas passados e falar o que gostaria que o pai escutasse enquanto vivo pode ser libertador. Como gênero de fantasia, foi incrível e ingênuo o Jack voltar como snowman, item simbólico de uma época do ano fria em diversos locais nos EUA.
Muito nostálgico, tocante e ainda divertido - mesmo com o passar dos anos.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraDo ponto de vista fã e nerd, qualquer um que seja fã de filmes de heróis ou do próprio Homem-Aranha vai amar esse filme. Não tem jeito. Do ponto de vista de roteiro, se pensar de forma analítica, nem tudo funciona e algumas coisas são "forçadas", do tipo "tem que ser assim porque tem que ser". A dose de humor algumas vezes é exagerada e nem sempre as piadas funcionam também, principalmente com o personagem do Ned. Mas cinema é sentimento, e não importa o quão críticos nós sejamos, mexer com o nosso coração é a prioridade da arte. Por isso, eu, crescendo envolvido com esse universo de heróis, me emocionei demais com esse filme.
Tom Holland evoluiu bastante como Peter Parker, porque, ao meu ponto de vista, ele é um ótimo ator, mas a condução deles nos filmes solos do miranha não me lembrava o verdadeiro Peter dos quadrinhos. Efeitos dramáticos foram muito bem acrescentados à esse filme, com tons semelhantes ao que já tínhamos vistos nos Homens-Aranhas de Andrew e Tobey.
Esse vai ser um daqueles filmes que poderá ser visto em momentos para nos tirar da nossa vida muitas vezes difíceis e com momentos tristes. É divertido, envolvente, fluído, nostálgico e e possui efeito catártico. Alguns momentos não serão esquecidos, como por exemplo:
- A entrada de Matt Murdock no MCU;
- A reunião de todos os super vilões dos filmes do Miranha;
- A volta de Andrew e Tobey como Homens-aranhas;
- A morte muito emocionante da tia May, que arrancou uma performance incrível de Marisa Tomei e do Tom Holland;
- A salvação de Mary Jane pelas mãos do Homem-Aranha do Andrew, e sua emoção de ter conseguido isso;
- O abraço final entre os três miranhas <3
Eternos
3.4 1,1K Assista AgoraA equipe é muito semelhante aos heróis da Liga da Justiça da DC. Inclusive, há muitas piadas com os mesmos. Gostei da harmonia dos heróis e heroínas e dos momentos cômicos. O vilão não é lá essas coisas todas, assim como muitos vilões dos filmes da DC. Agora dizer que esse filme é pior filme da Marvel (pelo Rotten) é uma vergonha. Bem melhor que muitos da MCU, como Viúva Negra, Thor 2, Homem de Ferro 3, e alguns outros.
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraAme ou odeie. Parece que M. Night Shyamalan vem se tornando um diretor que carrega bastante essa alcunha. Suas obras mais recentes dividem bastante as opiniões e, sendo assim, suas obras nunca se tornam queridinhas de público de crítica, o que faz o diretor cada vez mais se aproximar em se tornar um diretor cult - da versão original de cultuado mesmo, por aqueles que o amam.
Digam o que quiserem, mas Shyamalan é um diretor versátil e muito criativo. Sua coragem em querer expor para a tela tramas não convencionais - como Fragmentado, A Vila e A Visita - faz dele ser um diretor muito surpreendente. A gente nunca sabe o que esperar do seu próximo filme. A gente só espera o "quê" Shyamalan de produção, com filmes com ideias diferentes e algumas reviravoltas típicas do diretor.
Tempo é um longa que segue muito essa cartilha. Confuso e instigante, mas sem se tornar complexo demais para ser entendido, é daqueles filmes que passam muito rápido pelo mistério extremamente curioso que ele apresenta: por que as pessoas estão envelhecendo rápido demais naquela ilha? Muita paranoia e poucas descobertas convidam o telespectador a ficar vidrado no andamento da história.
Assim como nós, os personagens da trama também se mostram perdidos com o mistério. Nenhum ser ali é inteligente demais, todos cometem erros e se aventuram por mares que trará diversas consequências. Apesar de não ser um filme de longa duração, há bastante coisa acontecendo que vai-se criando hipóteses em nossas mentes sobre a resolução de todo aquele mistério. Para um filme como este, falar mais do que isso pode estragar a experiência.
Talvez, para os que esperam obras com reviravoltas como o de O Sexto Sentido, poderá haver bastante decepção. M. Night Shyamalan, ao longo do seu final, vai reduzindo bastante as possibilidades interpretativas e dá um final bem explicadinho. A coragem dele em fazer tramas diferentes faltou em querer tornar algo menos mastigado para o público. Há muita exposição que pouco nos interessa.
Old é um filme que é sustentado mais pelo seu mistério do que pelo seu desfecho. Vale pela experiência de conhecer mais uma boa obra de suspense do diretor. Eu fui sem saber nada e me surpreendi positivamente.
Halloween Kills: O Terror Continua
3.0 683 Assista AgoraMichael Myers é tudo que precisam para comercializam e lucrarem com qualquer filme com o título Halloween. Depois de mais de 40 anos sendo vilão de diversos filmes dessa interminável franquia, os produtores já sabem que o assassino mascarado conquistou uma legião de fãs do terror slasher. E basta. Halloween Kills é a prova de que qualquer historinha meia-boca irá atrair os ansiosos de plantão que esperam mais um retorno do personagem que originou o termo "slasher".
Este longa é desnecessário, com diversos personagens desinteressantes e com um meio muito embarrigado. Com pouca história a de desenvolver, já que poderiam concluir esse novo arco de Halloween em dois filmes, tentaram trazer reflexões de como o medo nos deixa paranoicos - algo já visto em obras como O Nevoeiro. Não funcionou aqui.
Fora isso, há muito apelo à nostalgia, principalmente em seu inicio, revisando cenas da noite de terror vivida em Haddofield em 1978, na noite do primeiro longa. Acrescentado a isso, uma pequena pitada de melodrama ligado a um personagem que sente muito arrependimento de algo que fez naquela noite. Mas, nada disso é muito convincente para o telespectador. Não chega a ser piegas, mas é muito forçado.
Quanto a nossa queridinha Laurie Strode, percebe-se que foi colocada apenas para o filme ganhar crédito nas divulgações. Ela é inútil para a história desse segundo filme. A proposta parece que foi: temos mais um filme do Myers, as pessoas já sabem o que esperar dele, vamos então colocá-lo novamente na cidade matando tudo o que vier pela frente - como o próprio título diz - mas dessa vez com muita mais violência e crueldade. Taca-lhe sangue. É Myers. A violência tem que ser crua. Para quem gosta, realmente, Halloween Kills é um prato cheio.
É divertido para qualquer um que já viu muita coisa pior sendo feito com a franquia. Mas não acrescenta nada de novo, nem com bons personagens, nem com o enredo, que deverá ser finalizado no próximo filme, o Ends, que será lançado, até então, ano que vem. Com ingressos de cinema caro, vale muito mais a pena assisti-lo em casa.
Halloween
3.4 1,1K"O Dr. Loomis foi o único a vê-lo à solta. E concluiu que ele era simplesmente o puro mal".
Reviver uma das maiores franquias de terror de todos os tempos não é uma tarefa fácil. E trazer para o enredo a final girl original, Laurie Strode, é ainda mais corajoso. Excluir tudo o que foi feito após o primeiro e colocá-lo, apesar do mesmo título, como continuação direta do clássico de 1978, intensifica ainda mais o desafio. Mas coube ao até então iniciante em longas de terror, David Gordon Green, lidar com essa empreitada toda. E, diante mão, fez um trabalho muito satisfatório.
Halloween de 1978 foi o filme que deu origem ao termo "horror slasher" e que fez o mesmo subgênero se tornar muito popular nos EUA a partir da década 80. Michael Myers foi colocado no Hall da Fama dos assassinos mais populares da história do cinema, e até de videogame o mesmo participou (personagem jogável em Mortal Kombat XL). 40 anos após, o mesmo ainda não se aposentou. Junto com ele, milhares de fãs que aguardam ansiosamente a volta do icônico e cruel slasher mascarado, quase 10 anos após da sua última aparição.
Ao falar de aparições, Halloween ignora os inúmeros filmes que foram feitos anos a após anos utilizando Myers como protagonista. Por mais que seja uma continuação do longa original, essa produção respeita e muito o que foi feito por John Carpenter na década de 70. Traz diversas referências à obra clássica - cenas e personagens, como o psiquiatra, o policial detetive e o grupo de amigos da protagonista - e assim quem ama o original vai identificar facilmente.
E Laurie Strode também está aqui. 16 anos após dá as caras em um dos piores filmes da franquia (Halloween: Ressureição), Jamie Lee Curtis retorna no seu papel mais marcante no cinema. A carismática Laurie Strode que fugiu de Myers na noite de Halloween de 78, está mais paranoica do que nunca. Durante 40 anos ela se preparou para rever Myers, e isso mexeu nas suas relações interpessoais com sua filha e neta. Mas ela está convicta de o embate com Michael se aproxima e que toda a sua paranoia não foi em vão.
Halloween (2018) é um ótimo acerto nessa franquia inconstante. Michael Myers está brutal e é tão bom vê-lo retornar numa produção que respeita seu peso e sua história. Primeiro de uma nova trilogia, é um respiro positivo numa década que possuiu tão poucos filmes de terror slashers notáveis.
A Coisa
3.2 811 Assista AgoraUm ótimo entretenimento e muita corajosa produção. Mexer com um clássico é bem complicado, mas houve um trabalho satisfatório aqui em usar a mesma ideia do original, mas como um prelúdio, que se conecta diretamente com o de John Carpenter, de 1982. Ambas as obras inclusive foram inspiradas num livro publicado em 1932, por John W. Campbell, intitulado "Who Goes There?". Nessa obra mais moderna foi explicada muita coisa legal a respeito da origem e características das criaturas.
Caso não tenha visto a versão original, vale a pena conferir este aqui primeiro. O nível de tensão é bacana, o CGI também (acredito que os monstros tenham sidos inspirados nas criaturas de Resident Evil 5 - as mutações causadas pelo vírus Ourobolos). Talvez o nível de desconfiança que cause o suspense psicológico do primeiro não seja tão presente aqui - ficamos com um ar de curiosidade, mas com pouco carisma por parte dos personagens, pouco se interessamos em saber quem de fato está contaminado e não é quem aparenta ser. O ritmo agitado também não contribui para a melhora gradual do mistério, se resolvendo mais como um horror gráfico do que um suspense.
Mas, pra quem não esperava muita coisa, sinto-me surpreendido pela qualidade final do longa e pela iniciativa de produzir algo assim. Bem melhor do que se fizessem um remake.
Surpresas do Amor
3.0 319 Assista AgoraEsse filme tem um astral muito bom! o tipo de comédia dele é mais besteirol do que encontrado em outras comédias-românticas, então vá preparado. Mas é leve, é natalino, e cumpre a proposta. Me lembrou um pouco Entrando numa Fria, com o Ben Stiller. Só senti falta de uma maior conexão romântica entre a Reese e o Vince.
O Homem nas Trevas 2
3.0 465 Assista AgoraA primeira consulta psicoterápica da Phoenix (Madelyn Grace) após os acontecimentos filme:
"Então é o seguinte. Tive uma infância na casa de um homem no qual achava que era meu pai e que me isolava do mundo externo. Ficava presa em casa, e até minha escola era no domicílio. Via crianças brincando e queria estar com elas e viver uma vida mais normal, mas meu pai me proibia. Passei uma infância sem amigos. Não sabia quem era minha mãe e nunca tinha visto uma foto com ela.
De repente, a casa que eu e meu pai vivíamos foi invadida por um grupo de homens com a finalidade de me sequestrar. Após o sequestro, descubro que meu pai na verdade era um dos sequestradores, e o homem com quem vivi 8 anos da minha vida mentiu para mim o tempo todo. Ah, descubro também que ele é quase um Demolidor da Marvel.
Chegando na casa do meu novo pai, mais uma descoberta: minha mãe está viva, com problemas de saúde, e quer me matar para poder viver. Precisa tirar meu coração e colocar no dela. Tudo isso com consentimento do meu novo pai. Ou seja: amor de pai e mãe? sem tempo, irmão. Eles não estavam nem aí pra mim na realidade.
Perto de eu morrer, meu antigo pai Demolidor chega no local onde eu estava e sai matando todo mundo. Em um período de poucos dias vi mais morte que um ser adulto comum veria numa vida inteira. Mortes brutais, psicóloga. Chegou um momento que tive que também cortar o braço de minha mãe para eu sobreviver. Pois é. Por fim, vi a luta de meus dois pais e um explodiu o olho do outro. Naquela fase da vida, nem sei para quem eu torcia. Eu sei que, por instinto, sentir mais carinho pelo meu pai-cego, que por mais que tenha mentindo pra mim a vida toda, cuidou de mim, veio me proteger e não quis me matar né. Importante. Daí, ele manda eu me afastar dele, pois se considera um mentiroso. Logo em seguida, vejo meu pai biológico se aproximar dele pronto para matá-lo. Numa jogada ninja da minha parte, simplesmente aproveito que ele está cego agora e apareço atrás dele com um facão. Pois é, psi. Ai eu mato meu pai biológico. Tentei até ver se meu pai adotivo estava bem, mas ele estava mais pra lá do que pra cá.
Saí de lá com a sensação de liberdade indescritível. Encontrei um grupo de adolescente e falei se poderia ser amiga dele.
É isso, Psi.
Anotou tudo? Vou ter traumas daqui pra frente?"
Maligno
3.3 1,2KVoldemort em HP 1 + Atômica/John Wick + Samara (O Chamado) = Maligno
Presos no Gelo
3.1 280 Assista AgoraEntão.. tanto furo de roteiro e tanta burrice. Não que eu quisesse uma obra-prima, mas gente, há algumas ações dos personagens, até mesmo do vilão serial killer, que você não entende... fora que muitas vezes eles parecem teletransportar de um lugar para outro, e isso te tira muito do filme. E as mortes são muito borocoxô. Decepcionante.
O Lobo Atrás da Porta
4.0 1,3K Assista AgoraFilmaço! É bom mesmo as pessoas não conhecerem o caso antes, para as reviravoltas do filme serem mais surpreendentes. Leandra Leal arrasa! A estrutura narrativa do filme, com a história sendo recapitulada pelos personagens funcionou muito bem para mim. Faz você querer acompanhar até o final e reflete sobre diversos temas, como abuso psicológico e físico, banalização da traição, violência contra a mulher e como pequenas atitudes podem causar um efeito bola de neve devastador.
Um Homem Chamado Ove
4.2 382 Assista AgoraAcredito que a história do filme (e livro) reflete o quanto pequenas atitudes podem modificar vidas. E nossas ações transformam vidas, nos detalhes. Meio aquela música dos novos baianos "e pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto".
Fora a ideia de empatia, honestidade e amor ao próximo, pois não sabemos o quanto alguém passou para ser quem é.
Deixo de recomendação o livro, que é ainda mais rico que o filme. Desenvolve melhor alguns arcos secundários, assim como a vida passada de Ove e Sonja. Claro que na linguagem audiovisual com duração de 115 minutos nem tudo funciona e não dá para abarcar tudo, mas se gostou do filme, vai gostar ainda mais do livro. É um dos meus favoritos.